Eurodeputados impedidos de entrar na Venezuela

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2019

Uma delegação do Parlamento Europeu (PE), que tinha sido convidada pela Assembleia Nacional venezuelana (AN) a visitar o país, foi no domingo impedida de entrar e obrigada a regressar a Madrid.

Uma delegação do Parlamento Europeu (PE), que tinha sido convidada pela Assembleia Nacional venezuelana (AN) a visitar a Venezuela, foi no domingo impedida de entrar no país e obrigada a apanhar um voo de regresso a Madrid.

A expulsão dos eurodeputados foi denunciada pelo deputado opositor Francisco Sucre, através da sua conta oficial no Twitter, onde afirma que a delegação já tinha chegado ao Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (norte de Caracas), o principal do país.

“Queremos alertar a opinião pública nacional e internacional que o regime usurpador de Nicolás Maduro acaba de proibir a entrada na Venezuela de uma delegação de eurodeputados que vieram a convite da Assembleia Nacional da Venezuela e do seu presidente Juan Guaidó“, escreveu.

Numa outra mensagem, o deputado afirma que esta é uma “nova amostra de que Nicolás Maduro é um tirano que pretende isolar a Venezuela do concerto das nações livres e que gera sofrimento no seu povo, que padece de uma emergência humanitária complexa”.

“Denunciamos este novo atropelo contra a liberdade e a democracia. Proíbem a entrada aos eurodeputados e retêm os seus passaportes sem razão ou explicação alguma, o que é um abuso de força de um regime que recorre à força para aferrar-se ao poder”, sublinhou.

Francisco Sucre publicou ainda um vídeo, em que explica que os deputados mostraram às autoridades uma carta com o convite feito pela presidência da Comissão de Política Exterior do Parlamento, mas que obtiveram como resposta “isso não vale nada”.

Entretanto, também através do Twitter, o porta-voz do Partido Popular espanhol, Esteban González Pons, um dos deputados expulsos da Venezuela, explicou que “a única explicação” para o sucedido é que Maduro “não os quer” no país.

A delegação estava composta pelos eurodeputados Esteban González Pons, José Ignácio Salafranca Sánchéz-Neyra e Juan Salafranca.

Dela fazia parte também o eurodeputado português Paulo Rangel, que perdeu o voo de ligação entre Madrid e Caracas.

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Supremo decide que IMI nos centros históricos protegidos pela UNESCO é ilegal

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2019

Caso no Porto poderá vir a ser generalizado para outros centros históricos, segundo especialista contactada pelo Jornal de Notícias.

A cobrança de imposto municipal sobre imóveis (IMI) em centros históricos protegidos pela UNESCO foi considerada ilegal pelo Supremo Tribunal Administrativo, segundo noticia esta segunda-feira o Jornal de Notícias (acesso pago). Há uma década que esta era a prática da Autoridade Tributária, que admite agora rever.

O Supremo Tribunal Administrativo definiu como ilegal a cobrança deste imposto, num acórdão em que rejeita um recurso de revista interposto pela Autoridade Tributária. Em causa está um imóvel do Porto, sobre o qual os juízes consideraram que a prática das Finanças não tem fundamento na lei.

O acórdão é decisivo porque “serve de orientação para os tribunais de primeira instância e tribunais centrais”, uma vez que “revela qual a posição do STA nesta matéria”, afirmou Maria Dulce Soares, advogada especialista neste tipo de casos, ao Jornal de Notícias.

A cobrança de IMI em centros históricos classificados pela UNESCO é prática da Autoridade Tributária desde 2009 mas, face a estas conclusões, o Fisco admitiu ao diário rever os procedimentos.

Desde 2017 que passaram a ser as câmaras municipais a decidir se os prédios localizados em áreas classificadas como património mundial pagam IMI ou não. A proposta, que era defendida pelas autarquias e recebeu o aval do Governo, abrange Porto, Évora, Guimarães, Sintra, Óbidos e Angra do Heroísmo.

Na altura, o Ministério das Finanças e as câmaras consideraram que era responsabilidade dos municípios criarem um regulamento municipal especial para o IMI nos centros históricos. Seria neste que ficaria definido o regime de isenção do pagamento do imposto, o que significa que até aqui a isenção não era generalizada.

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PSI-20 abre em alta e contraria a Europa. Papeleiras impulsionam

Depois de a Semapa ter apresentado contas na sexta-feira à noite, o setor do papel e pasta de papel segue com ganhos. Na Europa, a sessão começa mista.

A bolsa de Lisboa começou esta segunda-feira a sessão a ganhar 0,39% para 5.162,20 pontos. Depois de a Semapa ter apresentado contas na sexta-feira à noite, o setor do papel e pasta de papel seguem em alta. Na Europa, a sessão abriu mista, com o setor dos automóveis a destacar-se pela negativa.

A Navigator, empresa detida pela Semapa, é a cotada que mais sobe no PSI-20, a avançar 2,5% para 4,33 euros por ação, enquanto a empresa liderada por João Castello Branco avança 1,31% para 15,50 euros. Já a Altri avança 1,23% para 7,42 euros.

O setor do papel e pasta de papel está a reagir à notícia de que a Semapa fechou 2018 com um lucro de 132,6 milhões de euros. Face a 2017, o resultado líquido aumentou 6,8%. O aumento do volume de negócios e dos preços do papel beneficiaram as contas da empresa liderada por João Castello Branco, apesar das depreciações, amortizações, perdas por imparidade e provisões, bem como do aumento nos impostos.

EDP cede com possibilidade de venda de hidroelétricas

Entre os pesos-pesados do índice, o BCP ganha 0,60% para 0,234 euros. A Jerónimo Martins avança 0,52% e a concorrente Sonae sobe 0,06%, apesar do clima de incerteza no retalho europeu devido ao Dia.

Na energia, a tendência é mista. A Galp Energia valoriza 0,52% para 14,46 euros, num dia de ganhos no mercado petrolífero. O brent negociado em Londres avança 0,29% para 66,44 dólares por barril e o crude WTI negociado em Nova Iorque ganha 0,70% para 55,98 dólares por barril.

A EDP Renováveis ganha 0,31% para 8,115 euros. Já a EDP cede 0,06% para 3,246 euros, após a notícia avançada pelo jornal Expresso de que estará a estudar vender um conjunto de centrais hidroelétricas, no âmbito de um plano de alienações, que poderá render-lhe um encaixe de cerca de mil milhões de euros. Os negócios poderão ser incluídos já na revisão do plano estratégico da EDP, que será apresentada ao investidores a 12 de março.

Automóveis europeus pressionados

Na Europa a sessão segue mista, numa sessão com menor liquidez já que as praças norte-americanas não vão negociar em observância do Presidents’ Day. O índice pan-europeu Stoxx 600 abriu misto. O alemão DAX sobe apenas 0,04%, enquanto o espanhol IBEX 35 avança 0,1%. Em sentido contrário, tanto o francês CAC 40 como o britânico FTSE 100 perdem 0,1%.

Um dos setores mais pressionados é o automóvel, que está a ser prejudicados pela divulgação de dados das vendas automóveis na China mais fracas que o esperado, bem como pela análise às importações enviada pela Segurança Nacional dos EUA ao presidente Donald Trump. O Stoxx Europe 600 Automobiles & Parts cai 0,74%.

No mercado cambial, o euro aprecia-se 0,04% contra o par norte-americano, para 1,1301 dólares. Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro seguem com tendência ligeiramente negativa. A yield das Obrigações portuguesas a 10 anos cede 0,4 pontos para 1,558%, depois de a Moody’s ter decidido na sexta-feira manter o rating e o outlookde Portugal inalterados.

(Notícia atualizada às 8h30)

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Hoje nas notícias: BdP, seguros de saúde e Pinho

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo quer a Inspeção Geral das Finanças a fiscalizar o Banco de Portugal. A medida consta da reforma da supervisão financeira apresentada pelo executivo e que deverá ir ao Parlamento sem esperar pelo Banco Central Europeu. Fora da alçada da IGF ficam as funções do banqueiro central. Na TAP, há mexidas na estrutura acionista. Os chineses, tal como previsto no acordo de 2017, reforçaram a sua posição na Atlantic Gateway, holding que detém 45% da companhia aérea. Mas este reforço pode ser provisório, uma vez que o conglomerado chinês está com dificuldades financeiras. Humberto Pedrosa e David Neeleman, os outros acionistas da Atlantic Gateway, têm direito de preferência na compra. No caso EDP, o Ministério Público quer ter acesso às contas da mulher de Manuel Pinho. O objetivo é perceber se Alexandra Pinho acedeu ao Regime Excecional de Regularização Tributária. Já o processo de falência do BES corre sérios riscos de ficar entupido com a contestação apresentada por Ricardo Salgado no Tribunal do Comércio. Tudo isto numa altura em que os seguros de saúde demonstram grande vitalidade devido à crise nos hospitais públicos.

Governo quer IGF a fiscalizar Banco de Portugal

A reforma da supervisão financeira dá à Inspeção Geral das Finanças (IGF) poder para fiscalizar a gestão financeira do regulador, tal como acontece com os restantes serviços e entidades públicas. Esta é uma das muitas alterações previstas pela reforma que está a ser preparada pelo Governo e que deverá ir ao Parlamento sem esperar pelo aval do Banco Central Europeu. Fora da alçada da IGF ficam as matérias relacionadas com as funções do banqueiro central, mas tudo o que diz respeito à gestão financeira do Banco de Portugal passa a estar abrangido. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Chineses da HNA reforçam na TAP, mas podem estar de saída

A Hainan Airlines reforçou a sua posição na Atlantic Gateway, “holding” que detém 45% da TAP, de 11,5% para 20%, tal como previsto no acordo de 2017, altura em que entrou na estrutura acionista. Este reforço da posição dos chineses acontece através da cedência de posições por parte de Humberto Pedrosa e David Neeleman. Mas as dificuldades financeiras do grupo chinês, que só no último ano vendeu mais de 15 mil milhões de euros em ativos, poderão levá-lo a alienar a posição na empresa lusa, tendo Humberto Pedrosa e David Neeleman direito de preferência na compra. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Seguros de saúde disparam com a crise nos hospitais públicos

Os seguros de saúde estão na senda do crescimento, com o volume de negócios a aumentar 7,4% num segmento que já regista 2,6 milhões de contratos. Os atrasos e a degradação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) justificam a vitalidade do ramo, segundo apontam vários especialistas. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Justiça quer contas da mulher de Pinho

Os procuradores do Ministério Público que investigam o caso EDP, pediram à juíza de instrução que solicite ao Banco de Portugal (BdP) os dados bancários de uma eventual adesão da mulher de Manuel Pinho ao Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT). Em causa estão suspeita sobre duas offshores que não constam nos documentos de adesão de Pinho ao RERT III, em 2012. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso livre).

Salgado entope processo do BES

O processo de falência do BES corre sérios riscos de ficar entupido com a contestação apresentada por Ricardo Salgado no Tribunal do Comércio. O banqueiro quer suspender a insolvência do BES “mau”, que herdou os ativos tóxicos do BES, até os tribunais administrativos informarem quantos processos existem contra o Banco de Portugal, por causa da medida de resolução aplicada ao BES em agosto de 2014 e, quando haverá decisões judiciais sobre a legalidade dessa resolução. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso livre).

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Reforma da supervisão financeira irá pôr Finanças a fiscalizar Banco de Portugal

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2019

A gestão financeira de todas as ações do supervisor passará a ser fiscalizada pela Inspeção-Geral de Finanças, segundo noticia o Jornal de Negócios. Diploma já foi discutido em Conselho de Ministros.

A reforma da supervisão financeira, delineada pelo Governo, irá colocar a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) a fiscalizar a gestão financeira do Banco de Portugal (BdP), segundo noticia esta segunda-feira o Jornal de Negócios (acesso pago). Todas as ações do supervisão são incluídas, excetuando as relacionadas com as funções de banqueiro central.

A IGF já fiscaliza os restantes serviços e entidades públicas e o Governo pretende que o BdP passe também a sê-lo. Na malha das Finanças irão cair todos os contratos públicos assinados pela instituição liderada por Carlos Costa, como carros, cartões de crédito ou subsídios, apurou o Negócios. Por outro lado, todas as funções de banco central ficam de fora, tal como acontece com o Tribunal de Contas.

Até agora, o Banco de Portugal tem estatuto de pessoa coletiva de direito público, mas goza de autonomia administrativa e financeira, e de património próprio. A alteração que está incluída no diploma da reforma da supervisão financeira, a que o diário teve acesso, implica uma alteração à lei orgânica do BdP.

A nova norma irá referir: “O Banco não está sujeito ao regime de inspeção e auditoria dos serviços do Estado no que diz respeito às matérias relativas à sua participação no desempenho das atribuições cometidas ao Sistema Europeu de Bancos Centrais“. Depreende-se, assim, que todas as outras matérias ficam sujeitas a esse controlo.

O diploma da supervisão financeira que foi discutida em Conselho de Ministros inclui esta mudança. Mas poderá ainda ser alterada antes de ser no Parlamento já que o Governo ainda irá receber pareceres, como o Banco Central Europeu (BCE). O parecer do Banco de Portugal mostrou-se contra a mudança.

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Chineses da HNA reforçam na TAP mas podem estar de saída

  • ECO
  • 18 Fevereiro 2019

Hainan Airlines tem agora 20% da Atlantic Gateway. Reforço na participação da TAP cumpre o acordo de 2017 com David Neeleman e Humberto Pedrosa.

Os chineses da HNA reforçaram a sua participação na TAP mas, escreve esta segunda-feira o Jornal de Negócios [acesso condicionado], podem estar de saída da transportadora aérea nacional. A Hainan Airlines detém agora 20% da Atlantic Gateway, cumprindo o acordo entre a empresa, David Neeleman e Humberto Pedrosa, assinado em 2017.

No entanto e, de acordo com o jornal, as dificuldades financeiras do grupo podem levar à saída dos chineses do capital da TAP, seguindo a tendência de venda de ativos para ultrapassarem a crise financeira em que se encontram.

A 10 de janeiro, os acionistas chineses da TAP desfizeram-se de mais um imóvel, desta vez uma torre em Manhattan, próxima da Trump Tower. O edifício foi vendido por mais de 400 milhões de dólares, de acordo cm o site Bisnow. A operação somou-se às muitas que o grupo tem vindo a fazer e que já totaliza mais de 20 mil milhões de dólares em desinvestimentos.

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Tem até dia 25 para validar as despesas para o IRS. Saiba onde colocar cada fatura

O prazo para validar as suas despesas no Portal das Finanças está a terminar. Perdido entre tantas faturas e categorias? O ECO explica o que tem de fazer e desfaz dúvidas.

O fim do prazo para validar as suas faturas no Portal das Finanças aproxima-se a largos passos. Se ainda não o fez, tem até 25 de fevereiro para registar as suas despesas e complementar a informação em falta, garantindo assim que beneficiará de todas as deduções a que tem direito no IRS.

Antes de mais, para utilizar a plataforma e-Fatura precisa de ter uma senha de acesso associada ao seu número de contribuinte. Caso não a tenha, tem de se registar no Portal das Finanças, sendo enviada para o seu domicílio fiscal essa palavra-passe. O envio é feito pelo correio e pode demorar até cinco dias úteis. Portanto, se for esta a sua situação, a corrida à validação das faturas deverá ser apertada: a senha de acesso deverá chegar a sua casa, no máximo, no último dia do prazo em causa. Isto se a palavra-passe for pedida esta segunda-feira.

Senha recebida, poderá depois explorar a plataforma onde irá encaixar as suas despesas numa das onze categorias disponíveis: saúde, educação, lares, habitação, reparação de automóveis, reparação de motociclos, restauração e alojamento, cabeleireiros, atividades veterinárias, passes mensais e despesas gerais familiares.

De notar que algumas das faturas são integradas automaticamente na categoria devida, havendo outras que ficam pendentes e carecem, por isso, da indicação manual do setor a que pertencem.

É neste passo que podem surgir algumas confusões. O ECO foi esclarecer algumas dessas potenciais dúvidas com o fiscalista Ricardo Peão, da Espanha & Associados.

O que fazer com as despesas do supermercado? Ricardo Peão explica que estas faturas devem ser colocadas na categoria dedicada às despesas gerais familiares. Na mesma caixa cabem as contas da água, da eletricidade e das telecomunicações.

À parte destas, entram também para esta categoria as despesas feitas na aquisição de um novo automóvel, na compra de combustível para esse carro e até os bilhetes de viagens aéreas. A propósito, se tiver viajado no último ano, saiba que enquanto os voos podem ser contabilizados para este abatimento do IRS, as estadias no estrangeiro não são tidas em conta.

Ricardo Peão nota que, no caso das despesas com a saúde, está prevista a introdução manual de faturas para despesas feitas fora de Portugal, mas dentro da União Europeia; o mesmo não se verifica no caso do alojamento. Assim, se tiver usado uma unidade hoteleira em Portugal, essa despesa deverá ser encaixada na categoria dedicada à restauração e ao alojamento; mas se essa estadia tiver acontecido fora das fronteiras nacionais, então não terá qualquer impacto no IRS.

De volta às despesas gerais familiares, cabem também nesta caixa as faturas relativas ao vestuário, ao calçado, à mobília e aos eletrodomésticos. Já os ginásios, explica Peão, escapam a essa categoria apenas e só se tiverem associados uma receita médica. Nesse caso, podem ser colocados na categoria dedicada à saúde.

E por falar em saúde, os seguros deste tipo entram imediatamente para esta categoria. “São os únicos seguros que não vão para as despesas gerais”, salienta o fiscalista ouvido pelo ECO. O que é “pouco provável” que entre na categoria mencionada são, por outro lado, os tratamentos em SPA, salienta Ricardo Peão.

Da saúde para a educação, além dos manuais escolares, das explicações e das propinas, as refeições escolares também são tidas em conta nesta categoria. Por outro lado, o material escolar (cadernos, lápis, borrachas) adquirido no supermercado não pode entrar nesta caixa, sendo necessário que seja comprado em estabelecimentos próprios.

E se tem dúvidas sobre onde colocar as despesas com livros e revistas adquiridos para estímulo cultural ou até formação profissional informal, a resposta é simples: Tem de as colocar no grande saco das despesas gerais.

Mas se há faturas que não conseguem chegar a esta categoria da educação, também há outras que, à primeira vista, parecem pertencer a outro bairro, mas acabam neste. É o caso das despesas feitas com o arrendamento de um apartamento para um dependente que seja estudante. Essas faturas devem ser colocadas na categoria da Educação (se fossem para uso da própria família, seriam colocadas na categoria Habitação).

Tantas faturas nas despesas gerais… mas há um teto para a dedução

São mais do que muitas as faturas que cabem sob o chapéu das despesas gerais familiares, mas só 35% desses gastos (até ao limite de 250 euros por sujeito passivo) são efetivamente deduzidos do IRS. Para as famílias monoparentais, essa percentagem sobe para 45% e o limite para 335 euros.

No caso das outras categorias, os patamares máximos de dedução são os seguintes. Na saúde, é possível descontar 15% das despesas declaradas num máximo de mil euros por agregado familiar. Na educação, sobe para 30% a fatia que pode ser deduzida e para 800 euros o teto em causa.

Já no que diz respeito aos lares, deduz-se 25% do montante declarado, num máximo de 403,75 euros. Na habitação, os números são 15% das despesas e até 502 euros.

No que diz respeito à reparação de automóveis e motociclos, à restauração e alojamento, às atividades veterinárias e ao cabeleireiro é possível deduzir 15%, sendo o limite 250 euros por agregado familiar.

Próximos passos

Faturas validadas, o próximo passo acontecerá só a 15 de março. Nessa altura, o contribuinte poderá verificar o valor das despesas efetivamente contabilizadas pelo Fisco em cada setor. Caso detete erros, a correção tem de ser feita manualmente aquando da entrega da declaração de IRS.

Ou seja, a correção só pode ser feita a partir de 1 de abril. Se for elegível para IRS automático, no quadro 6C do ano H (referente a “Benefícios Fiscais e Deduções”), rejeite a importação automática dos dados do e-Fatura e preencha os valores corretos.

É importante, por fim, referir que todo este processo de validação e revisão das faturas também tem de ser feito para os dependentes, que devem contar com senhas próprias no Portal das Finanças.

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REIT: “Mais capital para novos projetos pode fazer descer preços” do imobiliário, diz especialista Manuel Puerta da Costa

Manuel Puerta da Costa, especialista em investimento imobiliário, diz ser possível que os REIT possam contribuir para uma redução dos preços. No entanto, irá depender do capital.

Ao fim de três anos a serem pedidos pelo setor, os Real Estate Investment Trusts (REIT) foram finalmente aprovados em Portugal. Mas será que o objetivo inicial — nas palavras de Siza Vieira –, de aumentar a oferta de habitação e, consequentemente, baixar os preços dos imóveis e tornar as rendas mais acessíveis vai ser cumprido? Manuel Puerta da Costa, especialista em fundos de investimento, acredita que isso pode ser possível: “depende de haver, ou não, REIT que sejam dirigidos ao mercado residencial”. Sobre o futuro do setor imobiliário, prevê um abrandamento dos preços, e “não assim tão longínquo”.

É com “pena” que Manuel Puerta da Costa, presidente da Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Imobiliário da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), olha para estes “três anos” que os REIT demoraram a ser aprovados em território nacional. Embora não seja tarde do ponto de vista de longo prazo, “a curto prazo teríamos tido um melhor momento há três anos”, começou por dizer, em entrevista ao ECO. Ainda assim, vê estes instrumentos como uma mais-valia.

Antes da aprovação dos REIT, o ministro Pedro Siza Vieira disse que estas ferramentas iriam “melhorar a habitação acessível e de arrendamento de longo prazo para famílias de classe média”. Contudo, o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF) acredita que o efeito será contrário e que poderá haver um “aumento excessivo dos preços no mercado imobiliário”. Nesta balança com dois pesos, o futuro é incerto. Depende de vários fatores, como explica Manuel Puerta da Costa.

“Não é claro que o capital queira ir para o segmento residencial”

“Se houver mais capital alocado, vamos aumentar a procura do produto imobiliário. E, aumentando essa procura, aumentamos os preços”, começou por esclarecer. A peça-chave é existência, ou não, de REIT direcionados para o mercado residencial. O especialista explica que em Espanha, há SOCIMI [Sociedade Anónima Cotizada de Inversión en el Mercado Inmobiliario] dedicadas à promoção residencial, “mas aquelas que têm uma maior escala — como é o caso da Colonial e da Merlin Properties –, a ponderação de residencial não é assim muito grande nas suas carteiras“.

Além disso, em Portugal há uma “grande diferença entre a rentabilidade que se obtém via rendas no mercado residencial e no comercial”. “Portanto, não é claro que o capital queira ir para esse segmento [residencial]”.

Manuel Puerta da Costa em entrevista ao ECO - 05FEV19

Ainda assim, um abrandamento dos preços continua a ser possível. “Se o capital for para a promoção de nova habitação, de novos metros quadrados — em vez de estarmos a comprar metros quadrados existentes, o que faz aumentar os preços –, construir novos edifícios e novas áreas e centralidades nas hubs portuguesas, isso dará razão ao ministro [Siza Vieira]. Mais capital para novos projetos vai permitir, aumentando a oferta, diminuir os preços“.

Ou seja, os preços subiram nos últimos anos em determinadas zonas porque “a quantidade de procura foi encontrando cada vez menos oferta e os preços foram afunilando”, explica. Não havendo novas construções, os preços tendem a subir. Por isso, o presidente da Comissão Consultiva dos Fundos de Investimento Imobiliário da APFIPP esclarece que uma redução dos preços vai “depender de haver, ou não, REIT que sejam dirigidos ao mercado residencial”. E “não é certo que os haja”.

Preços mais baixos? “Horizonte não é assim tão longínquo”

Os dados do setor já mostram um certo abrandamento na subida dos preços dos imóveis mas, ainda assim, estes continuam a crescer. Só em Lisboa e no Porto subiram 40% em apenas dois anos, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Manuel Puerta da Costa diz ser importante perceber a evolução dos preços em zonas como Lisboa ou Porto nos últimos dez anos e a evolução dos preços em zonas mais periféricas. “São duas tendências completamente distintas”. Isto é: “poucas transações em 2007 e 2008, com preços relativamente baixos na Baixa, deram rentabilidades fabulosas dez anos depois”. Mas, pelo contrário, “muitas transações em 2007 e 2008, a preços nem assim tão altos fora da Baixa, não deram grandes rentabilidades dez anos depois”.

“A média esconde uma realidade que é uma rentabilidade fabulosa no centro, mas poucas transações. Por outro lado, uma baixa rentabilidade fora do centro, mas com muitas transações”, concluiu.

Manuel Puerta da Costa em entrevista ao ECO - 05FEV19

O especialista justifica estas ideias como o facto de, olhando para o período entre 2005 e 2008, os centros do Porto e de Lisboa não serem como são agora. Poucos queriam lá viver, poucos turistas lá andavam, poucos hotéis lá existiam e, “nas estatísticas imobiliárias, as transações eram escassas, para não dizer praticamente inexistentes”. “É uma realidade que agora nos parece evidente: que toda a gente gosta destas zonas centrais, mas não é a realidade de há dez ou 12 anos”.

Neste sentido, “a existência de preços de arrendamento que permitam ter uma remuneração do capital investido interessante, leva a que haja mais dinheiro a entrar no mercado, mais promoção e mais oferta e a tendencialmente chegarmos a pontos onde dificilmente tenhamos mais aumentos”. Portanto, rematou, “o horizonte não é assim tão longínquo”.

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5 coisas que vão marcar o dia

A OCDE vai hoje apresentar um estudo que faz um raio-X ao estado da economia portuguesa. Serão também conhecidos dados sobre o crédito da casa. Nos EUA, é feriado nacional.

A OCDE vai hoje apresentar um relatório que faz um raio-X à economia portuguesa. O secretário-geral da organização tem apresentação marcada para as 10h30, no Ministério da Economia. Na política, o Presidente da República dá posse aos novos ministros e secretários de Estado na sequência de mais uma remodelação governamental, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter escolhido Pedro Marques e Maria Manuel Leitão Marques para a lista do PS às eleições europeias.

Tomada de posse dos novos ministros e secretários de Estado

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dá hoje posse aos novos ministros da Presidência, das Infraestruturas e Habitação e do Planeamento e aos respetivos secretários de Estado. A cerimónia terá lugar às 15h00, no Palácio de Belém. Vão tomar posse Mariana Vieira da Silva, como ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Pedro Nuno Santos, como ministro das Infraestruturas e da Habitação, e Nelson de Souza, como ministro do Planeamento. Esta remodelação resulta depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter confirmado este sábado que os ministros Pedro Marques e Maria Manuel Leitão Marques serão candidatos do PS nas eleições europeias.

OCDE faz raio-X à economia portuguesa

A OCDE apresenta hoje o Estudo Sobre a Economia Portuguesa, um relatório robusto sobre o estado da economia portuguesa e que inclui sugestões para melhorar a competitividade do país. No Salão Nobre do Ministério da Economia, pelas 10h30, o secretário-geral da OCDE, José Ángel Gurría, deverá apresentar as principais conclusões do estudo. Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto e da Economia, e Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais também vão marcar presença na cerimónia. Ángel Gurría terá depois um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, na residência oficial às 12h00.

Como evoluíram os juros da casa?

O INE atualiza hoje as taxas de juro implícitas no crédito à habitação, com os valores apurados em janeiro. Os dados conhecidos até aqui dizem respeito a dezembro de 2018, mês em que os juros da casa no conjunto dos contratos de crédito à habitação aumentaram em 0,4 pontos base face a novembro, fixando-se nos 1,053%. Observando apenas os novos contratos, os juros caíram em 2,8 pontos base, para 1,424%.

Combustíveis voltam a subir

O custo dos combustíveis continua a aumentar. As gasolineiras atualizam hoje os preços do gasóleo e da gasolina com uma subida média de 1,5 cêntimos por litro. No caso do diesel, trata-se da sétima semana consecutiva de aumento do preço, com o litro a custar, em média cerca de 1,367 euros depois da atualização desta segunda-feira. A gasolina deverá subir para 1,42 euros por litro.

Wall Street tem o dia de folga

As bolsas norte-americanas não vão abrir esta segunda-feira, por causa do feriado nacional do Dia do Presidente. A efeméride é assinalada todos os anos na terceira segunda-feira de fevereiro, em memória de George Washington. Foi o primeiro Presidente dos Estados Unidos. Nasceu a 22 de fevereiro de 1732.

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Primeiro-ministro classifica remodelação como “separação de águas necessária”

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2019

"Esta separação de águas era necessária, está feita e amanhã [segunda-feira] o Presidente da República dará posse aos novos membros do Governo", disse o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que a remodelação governamental, anunciada este domingo, é uma “separação de águas necessária” para evitar uma “confusão de papéis”, tendo em conta que alguns agora ex-ministros serão candidatos nas eleições europeias.

O chefe do Governo afirmou que a remodelação é “uma alteração normal”, justificando que, “tendo em conta que há membros do Governo que serão candidatos ao Parlamento Europeu, não seria bom que houvesse uma confusão de papéis sobre quem exerce funções governativas e quem é candidato a outros órgãos”.

“Esta separação de águas era necessária, está feita e amanhã [segunda-feira] o Presidente da República dará posse aos novos membros do Governo”, disse o primeiro-ministro.

António Costa falava em Gondomar, distrito do Porto, depois de ter assistido à final do Europeu feminino de futsal, que terminou com a vitória da Espanha sobre Portugal por 4-0 e após ter ido ao balneário felicitar as jogadoras portuguesas.

Esta quarta alteração da composição do XXI Governo Constitucional, aceite este domingo pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acontece na sequência da escolha de Pedro Marques, até agora ministro do Planeamento e das Infraestruturas, para cabeça de lista do PS às eleições europeias de 26 de maio, anunciada formalmente no sábado.

A presente remodelação altera a orgânica do Governo, com a divisão das áreas tuteladas por Pedro Marques por dois secretários de Estado que sobem a ministros: Nelson de Souza fica com o Planeamento, enquanto Pedro Nuno Santos fica com as Infraestruturas, juntamente com a Habitação, que estava na dependência do ministro do Ambiente.

Por sua vez, a secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva, sobe a ministra da Presidência, em substituição de Maria Manuel Leitão Marques, que deixa o Governo, devendo integrar também a lista do PS às eleições para o Parlamento Europeu.

Ao nível de secretarias de Estado, entram quatro novos elementos para o executivo, entre os quais Duarte Cordeiro, para Adjunto do Primeiro-Ministro e dos Assuntos Parlamentares, acumulando as funções que eram exercidas por Mariana Vieira da Silva e por Pedro Nuno Santos.

Os outros novos secretários de Estado são Jorge Moreno Delgado, com as Infraestruturas; Alberto Souto de Miranda, Adjunto e das Comunicações; e Maria do Céu Albuquerque, com o Desenvolvimento Regional.

O Presidente da República vai dar posse aos novos governantes na segunda-feira, às 15h00, no Palácio de Belém, em Lisboa.

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“Esta é uma remodelação em circuito fechado”, diz Marques Mendes

A remodelação confirmada este domingo transforma Pedro Nuno Santos num super ministro e torna o Governo mais fechado, mais coeso já a pensar nas eleições que se avizinham.

A remodelação governamental oficialmente anunciada este domingo foi feita “em circuito fechado”, “com prata da casa” e representa uma deriva à esquerda, defende Marques Mendes no seu comentário semanal. Para o responsável esta é a remodelação de Pedro Nuno Santos, que vê o seu poder reforçado com a passagem de secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares a ministro da Infraestruturas e Habitação. “Um super ministro”, diz Marques Mendes reiterando a ideia defendida a semana anterior quando avançou em primeira mão alguns dos nomes que iriam em que António Costa ia mexer.

Na prática não haverá grandes mudanças no funcionamento do Governo, nem grandes iniciativas, defende Marques Mendes. “Para obras não há tempo porque as eleições estão à porta. Mas vai mudar a componente política. O Governo fica com uma maior coesão política. Fica um Governo de combate político“, defende, “a pensar nas eleições”.

O comentador defende que há sinais de uma viragem à esquerda. “A ala esquerda do PS ganha peso neste Governo. Vê-se com Pedro Nuno Santos que fica um super-ministro e com Duarte Cordeiro que fica com uma pasta essencialíssima que são os Assuntos Parlamentares“, afirma. “Esta é a remodelação que confirma o peso político de Pedro Nuno Santos. Sobe a ministro, fica com competências enorme, num Ministério que, bem gerido, é altamente popular, sobretudo porque agora vai arrancar o investimento público”, antecipa Marques Mendes.

Quanto à escolha das pessoas abrangidas pela remodelação, Marques Mendes frisa que “são tudo pessoas da confiança de António Costa”, o que “é uma característica das remodelações” do primeiro-ministro, para além de serem “sempre forçadas pelos acontecimentos”. Mas desta vez, António Costa está também a prosseguir um segundo propósito: “dar palco a todos os que podem vir a ser seus sucessores”, isto porque António Costa deixará a liderança dentro de quatro ou cinco anos, antecipa Marques Mendes.

Fernando Medina herdou a Câmara de Lisboa de António Costa e tem contado sempre com o apoio do primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos, que é considerado o grande delfim, passa a super-ministro, Pedro Marques sai para o Parlamento Europeu como líder da lista — “se ganhar as eleições terá grande estatuto” — e, “neste quadro falta apenas Ana Catarina Mendes que agora não foi para o Governo porque é precisa no partido para preparar as eleições, mas será ministra se o PS ganhar as eleições em outubro”.

A acreditar nas sondagens, se as eleições fosse hoje, o PS estava ainda mais longe da maioria absoluta. Marques Mendes citou a sondagem de fevereiro da Aximage, para o Correio da Manhã e Jornal de Negócios que revela que o PS voltou a baixar nas intenções de voto. A sondagem dá 36% de votos ao PS quando há um ano lhe dava 40%. Também o PSD volta a baixar 0,3%, uma quebra ligeira, mas tendo em conta que o mês passado já estava no valor mais baixo de sempre, a tarefa de Rui Rio para recuperar eleitorado não será fácil até porque o PSD não está a conseguir capitalizar as perdas do PS, sublinha o comentador. De acordo com a sondagem, o PSD está com 24% dos votos, contra 26% do ano anterior.

Já o CDS está muito próximo dos 10%. Mas para Marques Mendes, o partido de Assunção Cristas conseguirá capitalizar mais o eleitorado se continuar “a confrontar o primeiro-ministro com as questões que existem, a apresentar propostas alternativas e a verbalizar os descontentamento e não tanto com iniciativas como a moção de censura” apresentada na sexta-feira. “Neste momento não tem sentido, é virtual, artificial”. “É um bocadinho fogo-de-artifício”, diz Marques Mendes.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Mariana Vieira da Silva é a nova ministra da Presidência

  • ECO e Lusa
  • 17 Fevereiro 2019

Mariana Vieira da Silva, entre 2009 e 2011, foi adjunta no gabinete de José Sócrates, tendo anteriormente trabalhado como assessora da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

O primeiro-ministro propôs a nomeação da sua atual secretária de Estado Adjunta, Mariana Vieira da Silva, para ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, em substituição de Maria Manuel Leitão Marques.

Esta informação consta de uma nota publicada hoje no portal da Presidência da República na Internet, onde se lê que a nomeação foi aceite pelo chefe de Estado.

A nova titular da pasta da Presidência mantém os três secretários de Estado de Maria Manuel Leitão Marques, que deixa o cargo para se candidatar na lista do PS às eleições de 26 de maio para o Parlamento Europeu.

No Ministério da Presidência continuam como secretários de Estado Tiago Antunes (Presidência do Conselho de Ministros), Luís Goes Pinheiro (Adjunto e da Modernização Administrativa) e Rosa Monteiro (Cidadania e a Igualdade).

Licenciada em sociologia pelo ISCTE, Marina Vieira da Silva concluiu já a parte curricular do doutoramento em Políticas Públicas na mesma instituição de Ensino Superior de Lisboa, encontrando-se agora a terminar uma dissertação sobre políticas de saúde e de educação em Portugal.

De acordo com a página oficial do Governo “exerceu funções como investigadora no CIES-IUL, trabalhando na área das políticas públicas, políticas de saúde, políticas de educação e políticas de justiça, com diversas publicações nestas áreas. Foi, ainda, formadora do INA e do IPPS-IUL”.

Mariana Vieira da Silva, filha do ministro do Trabalho e Segurança Social, José Vieira da Silva, entre 2009 e 2011, foi Adjunta no gabinete do então primeiro-ministro, José Sócrates, tendo anteriormente trabalhado como assessora da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, entre 2005 e 2009.

Fez parte da equipa organizadora do Fórum das Políticas Públicas, no ISCTE, e foi membro do Conselho Consultivo do Descobrir – Programa Gulbenkian para Cultura e Ciência, da Fundação Calouste Gulbenkian.

No PS, esteve envolvida na elaboração dos programas eleitoral de 2015 e no de Governo, tendo sido a coordenadora da moção de estratégia que António Costa apresentou no último congresso dos socialistas em 2018.

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