Portugal cresce acima da média europeia. Está a convergir há nove trimestres

A economia europeia cresceu 1,8% em 2018 e a zona euro 1,9%. Isto significa que Portugal progrediu acima da média europeia. Está a convergir há nove trimestres consecutivos.

A economia europeia cresceu 1,8% em 2018 e a zona euro 1,9%, revela esta quinta-feira o Eurostat. Isto significa que Portugal progrediu acima da média europeia, já que registou um crescimento de 2,1%. Portugal está assim a convergir com o bloco europeu.

“Portugal está a convergir com a Europa há nove trimestres consecutivos, o período mais longo de convergência com a Europa desde o início do século”, sublinhou esta quinta-feira o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, numa reação aos dados hoje publicados pelo INE.

Portugal está a convergir com a Europa há nove trimestres consecutivos, o período mais longo de convergência com a Europa desde o início do século.

Pedro Siza Vieira

Ministro da Economia

Este desempenho europeu representa um forte abrandamento, tendo em conta que o crescimento anual, em 2017, foi de 2,4% tanto na União Europeia como na zona euro. A travagem a fundo do principal motor da economia europeia, a Alemanha, explica este desempenho. Berlim escapou à recessão, com uma estagnação da economia (0%) no quarto trimestre, depois de uma contração de 0,2% no terceiro.

Numa análise trimestral, tanto a União como a zona euro cresceram 1,4% no quarto trimestre do ano passado em termos homólogos, revela o Eurostat. Portugal avançou mais, uma vez que registou uma progressão de 1,7% nos últimos três meses de 2018, mas no conjunto da UE, há 13 países onde o PIB subiu mais do que em Portugal, embora ainda falte apurar os valores de nove Estados-membros. Por outro lado o Eurostat, só fornece informação desagregada relativa aos diferentes países em termos trimestrais, o que não permite ainda fazer a comparação anual.

São os países da Europa de Leste que apresentamos níveis de crescimento homólogo mais elevado em torno dos 4%. Destaque para os 5,5% registados pela Letónia nos últimos três meses do ano passado e para os 4,8% da Hungria, que contrastam com os 0,6% da Alemanha ou os 0,1% de Itália, que está oficialmente em recessão tendo em conta que a economia italiana está em terreno negativo desde o terceiro trimestre.

Os dados do Eurostat revelam ainda que, em termos homólogos, há 11 economias que registaram um abrandamento face ao trimestre anterior e cinco registaram uma aceleração.

Para Mário Centeno, são os “riscos políticos que estão a levar ao abrandamento do crescimento”. O presidente do Eurogrupo pediu, a semana passada, para não se “retratar” a desaceleração económica como “crise”. Ainda assim, este abrandamento pode dar argumentos ao Banco Central Europeu para que leve o seu tempo a abandonar uma política monetária acomodatícia.

(Notícia atualizada com mais informações às 11H23)

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Líder da UGT acusa ministros de “desrespeito”. Apela a Marcelo

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

Carlos Silva considera que a UGT faz mais oposição que os partidos e defende que o país vive "um sobressalto cívico e sindical" porque o Governo "alimentou expetativas a cima das suas possibilidades".

O secretário-geral da UGT reconhece que existe “algum mal-estar” entre a UGT e o Governo, porque “a posição” da central sindical “está a incomodar” o Executivo. Em entrevista ao Público (acesso pago) e à Renascença (acesso livre), Carlos Silva defende que o país vive “um sobressalto cívico e sindical” e a culpa é do Governo que “alimentou expectativas acima das suas possibilidades”.

“O que há agora é um sobressalto cívico e sindical por parte dos trabalhadores da Administração Pública que não se acomodam perante a incapacidade do Governo de vir ao encontro das suas expectativas”, afirma Carlos Silva. Mas ressalva: “Vir ao encontro não é dar tudo o que se pede, não. Muitas vezes basta sentar-se à mesa e tentar manter um processo negocial“.

E o problema é que o Governo não tem sabido manter negociações em particular com a Função Pública. “Não há dinheiro e se não há dinheiro, não há negociação: é isto que diz o Governo quando fala com os sindicatos, dos enfermeiros aos professores. Há uma convergência do mundo sindical e compete ao Governo perceber o que está em cima da mesa”.

A inaptidão para negociar é sobretudo visível ao nível da greve dos enfermeiros. Carlos Silva admite que está preocupado com a situação e que é necessário parar para pensar. No entanto, a posição da ministra da Saúde não ajuda. “É evidente que há um momento em que temos de parar para pensar. Esse momento chegou não apenas por causa da questão da requisição civil”, explica o responsável sindical. Na sua opinião a tensão vai aliviar, até porque a UGT está em conversações com Carlos Ramalho, do Sindepor, para perceber os “passos que podem ser dados para amenizar a situação”.

“Mas é fundamental perceber-se que do outro lado está um interlocutor e à ministra da Saúde resvalou-lhe o pé para o chinelo“, criticou Carlos Silva. “Entendeu que não havia condições para negociar. Houve uma radicalização de posições. O ideal é que se termine a greve mas o Governo deve ter a consciência que a opinião pública está alertada para a situação que se vive no SNS”, acrescentou.

Carlos Silva não está contra a utilização de crowdfunding para financiar as greves, porque este mecanismo “tem uma roupagem legal” em Portugal, mas admite que está de acordo com a proposta do PS para se criar uma lei para quebrar o anonimato no crowdfunding.

Para Carlos Silva a requisição civil de enfermeiros “veio trazer para a luta outros sindicatos que estavam à espera para ver”. Houve “um movimento de solidariedade”. Por isso, o secretário-geral da UGT apela ao Presidente da República para ser mediador deste conflito, apesar de caber ao “Governo olhar para o espelho e perceber qual é o caminho que quer fazer”. “Cabe ao Presidente criar pressão”, acrescenta, sublinhando que Marcelo tem sido “muito favorecedor do diálogo e de uma solução partilhada”.

No caso dos professores, Carlos Silva considera que o facto de o ministro ter dito que tem até ao fim de 2019 para abrir a negociação “é um desrespeito aos sindicatos e à boa-fé”. “Estamos a gozar com a cara dos outros? Isso não se faz. Os sindicatos reagiram e ainda vão reagir”, concluiu.

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EDP prepara resposta às propostas do fundo Elliott

A administração executiva da EDP, liderada por António Mexia, vai ter uma reunião esta quinta-feira para avaliar as proposta do fundo Elliot, e é expectável uma comunicação ao mercado.

O fundo Elliott é contra a OPA dos chineses da China Three Gorges sobre a EDP e apresentou um plano alternativo para a elétrica, que passa por um crescimento nas energias renováveis e a venda da operação no Brasil para levar o preço da ação para 4,33 euros. Por coincidência, esta posição de força ocorre no mesmo dia em que decorre um Conselho Geral e de Supervisão da empresa, já previamente marcado, apurou o ECO junto de acionistas. Mas, perante esta proposta do Elliott, o conselho de administração executivo liderado por António Mexia também vai reunir e é expectável que, depois, seja feita uma comunicação ao mercado.

A OPA dos chineses foi lançada em maio e, depois de meses em que nada se passava, o calendário acelera, muito devido à entrada de um novo acionista com as características do fundo Elliott, mas também com a aproximação da assembleia geral de acionistas e a apresentação do plano estratégico revisto, agendado para 13 de março, em Londres. Se o CGS já estava marcado para esta manhã, e o tema-Elliott acabará por dominar as discussões, já o encontro do conselho de administração executivo é mesmo uma resposta direta às propostas daquele fundo. Segundo sabe o ECO.

O fundo Elliott, que tem menos de 3% da EDP, tomou pela primeira vez uma posição sobre a OPA apresentada pela China Three Gorges. E é negativa. “É evidente para nós que a Oferta da CTG não favorece os melhores interesses dos stakeholders da EDP. A contrapartida é excessivamente baixa, o processo encontra-se paralisado e as alterações provavelmente requeridas pela Oferta da CTG seriam baseadas em requisitos regulatórios e não nos melhores interesses de todos os stakeholders. Chegados a este ponto, a continuação da existência de uma Oferta que se considera impossível concluir com êxito, na sua forma atual, está a dificultar o crescimento da EDP. Acreditamos que a EDP deve ultrapassar rapidamente a Oferta e a definição de um novo rumo é urgente”, pode ler-se numa carta enviada esta quinta-feira ao Conselho Geral e de Supervisão, liderado por Luís Amado.

Além disso, o Elliott propõe um plano agressivo de venda de ativos para diminuir a dívida da companhia, e o mas relevante é mesmo a operação no Brasil, uma das mais relevantes na estratégia de António Mexia. “Dado o potencial de crescimento do mercado brasileiro, a Elliott acredita que a EDP Brasil é um negócio atraente, que beneficiaria de um novo proprietário empenhado e disposto a realizar os investimentos necessários. A participação da EDP na EDP Brasil poderia ser vendida com um prémio significativo em relação ao valor atual de negociação, em linha com as recentes transações de utilities no Brasil, tendo em conta que existe procura considerável por este tipo de plataformas”, sugere aquele fundo.

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O que é feito dos grandes devedores da CGD? Metade estão na falência

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

Metade dos grandes devedores da CGD colapsaram. Alguns estão em insolvência ou liquidação, outros já fecharam ou ficaram sem negócios.

Cerca de metade dos grandes devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) está na falência. É a conclusão do Jornal de Negócios, depois de analisar a situação dos principais nomes identificados na auditoria da EY a 15 anos de gestão do banco público, com atribuição de créditos ruinosos, muitas vezes contra o parecer do departamento de risco, que resultaram em perdas de milhares de milhões de euros para a instituição.

O caso mais flagrante é o da Artlant (acesso pago), acionista da La Seda e promotora de um projeto petroquímico em Sines que só arrancou em julho do ano passado, mas com novos donos. No final de 2015, a exposição da CGD à Artlant era de 350,8 milhões de euros, mas a empresa foi declarada insolvente em 2017. Outra das acionistas era a Júpiter, que já foi liquidada após pedido de insolvência da CGD e que chegou a dever 89,2 milhões ao banco público.

Outro caso é o da Finpro, a quem a CGD reclama 142,7 milhões de euros. A empresa chegou a ser controlada pelo Estado, 27,2% através da CGD. O banco público arrisca não receber nada, porque, apesar de a massa falida já ter recuperado 140 milhões de euros com a venda de ativos, ainda não houve rateio do valor apurado e os bancos privados que estão entre os credores, como é o caso do BCP, Santander e EuroBic, impugnaram a qualificação dos créditos (acesso pago). Exigem que os créditos detidos pela CGD e até pelo Banif sejam considerados subordinados, escreve o jornal.

O Jornal de Negócios recorda ainda o caso do empresário Manuel Fino (acesso pago), um dos envolvidos na guerra de acionistas do BCP, que recorreu ao financiamento da CGD para comprar ações do banco privado. A garantia dada foram as ações do próprio banco e a desvalorização dos títulos deixou a Investifino em dificuldades. Atualmente, sem negócios, a sede da holding foi transferida para Malta.

Entre os devedores da CGD que colapsaram nos últimos anos estão ainda, por exemplo, a Birchview (que tem a liquidação suspensa), o grupo MSF (que colapsou totalmente em 2018), a PFR Invest (já falida), a Promovest (em insolvência) e a Obriverca (já em liquidação e que teve o presidente do Benfica entre os fundadores).

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Economia cresceu 2,1% em 2018, menos do que no ano anterior e abaixo da previsão do Governo

Últimos três meses de 2018 foram os piores desde o segundo trimestre de 2016. No conjunto do ano, a economia travou e o Governo falhou a meta. Exportações e investimento ditaram desaceleração.

Está confirmado. A economia portuguesa abrandou em 2018. O PIB subiu 2,1%, mas em 2017 tinha saltado 2,8%. O número, que foi revelado esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), ficou abaixo da previsão do Governo. Na reta final do ano, a economia regressou a ritmos de crescimento anteriores ao pico da retoma.

De acordo com o INE, o PIB subiu 0,4% no último trimestre do ano em relação aos três meses anteriores, ditando uma taxa de variação homóloga de 1,7%. Estes registos comparam com uma taxa de variação em cadeia de 0,3% e uma variação homóloga de 2,1% no terceiro trimestre do ano.

A taxa de variação homóloga observada mostra que na reta final de 2018 a economia apresentou o pior desempenho do ano, sendo necessário recuar ao segundo trimestre de 2016 (antes do pico da retoma) para encontrar uma taxa mais baixa (no caso 1,3%).

Este comportamento contribuiu para que o ano fechasse com um aumento do PIB inferior ao que o Governo esperava. No Orçamento do Estado, o Executivo apontava para uma taxa de crescimento do PIB de 2,3%. O Executivo é o mais otimista. Todas as restantes instituições acreditam que será menor. A Comissão Europeia, a última a apresentar previsões, aposta numa subida do PIB de 2,1%. Também os economistas apontam para esse número.

Exportações e investimento ditam abrandamento

“Em 2018, o PIB aumentou 2,1% em volume, menos 0,7 pontos percentuais que o observado no ano anterior. Esta evolução resultou do contributo mais negativo da procura externa líquida, verificando-se uma desaceleração das Exportações de Bens e Serviços mais acentuada que a das Importações de Bens e Serviços, e do contributo positivo menos intenso da procura interna, refletindo o crescimento menos acentuado do Investimento”, diz o INE na nota publicada esta quinta-feira.

Quanto à reta final do ano passado, o instituto estatístico revela que a economia abrandou nos últimos três meses, já que a “procura externa líquida apresentou um contributo para a variação homóloga do PIB mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo uma diminuição em volume das exportações de bens. Em sentido contrário, o contributo positivo da procura interna aumentou, em resultado da aceleração do Investimento e do consumo privado”.

Já no que respeita à taxa de variação em cadeia que mede a evolução entre trimestres, o PIB aumentou 0,4%. “O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi menos negativo, enquanto o contributo positivo da procura interna se manteve positivo mas inferior ao observado no terceiro trimestre”.

Em abril, o Governo volta a atualizar previsões quando enviar para Bruxelas o Programa de Estabilidade. É expectável que o Governo reveja em baixa a projeção de crescimento para 2019. No Orçamento do Estado, a previsão é de 2,2%, mas todas as instituições apontam para um crescimento mais fraco. A Comissão Europeia, que tem as previsões mais recentes, acredita que Portugal crescerá 1,7%.

O ministro das Finanças tem defendido, na qualidade de presidente do Eurogrupo, que são motivos políticos que está a ditar o abrandamento a nível europeu, e pediu recentemente que não se fale de crise quando se está perante uma desaceleração.

(Notícia atualizada)

 

 

 

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Nissan e crise do diesel afundam lucros da Renault

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2019

A faturação do grupo caiu 2,3% para 57.419 milhões de euros, apesar das boas notícias da sua subsidiária russa Avtovaz.

A Renault lucrou no ano passado 3.302 milhões de euros, menos 36,6% do que em 2017, o que se explica, sobretudo, por uma quebra na contribuição da sua parceira Nissan, mas também pela crise dos motores diesel.

A Nissan, que em 2017 tinha contribuído com 2.791 milhões de euros para os resultados da Renault, passou um ano depois a contribuir com 1.509 milhões de euros, sobretudo devido ao colapso dos lucros do grupo japonês, do qual a Renault é o primeiro acionista, com 43% do capital.

Ao apresentar os seus resultados anuais num comunicado divulgado hoje, a Renault explicou que, além da contribuição da Nissan, o seu resultado operacional foi reduzido em 819 milhões de euros, fixando-se em 2.987 milhões de euros.

Nesta quebra pesaram, com quase 300 milhões de euros, a provisão para o programa que foi lançado em França para facultar o fim de carreira a um grupo de empregados e, com mais de 200 milhões, as consequências da crise na Argentina.

A faturação do grupo caiu 2,3% para 57.419 milhões de euros, apesar das boas notícias da sua subsidiária russa Avtovaz, que teve um aumento de 11,5% para 3.040 milhões.

A diminuição do volume de negócios é essencialmente explicada pelo efeito negativo da desvalorização em relação ao euro das moedas dos países onde tem atividade, mas também pelo declínio do gasóleo na Europa e pelo abandono dos seus negócios no Irão, devido às sanções impostas ao país pelos Estados Unidos.

Em contrapartida, a Renault conseguiu elevar o preço médio dos carros vendidos na Europa e nos mercados emergentes.

A margem operacional caiu para 3.612 milhões de euros, em comparação com 3.854 milhões em 2017, o que representou uma margem de 6,3%, três décimas a menos.

A nova direção da Renault, após a renúncia no mês passado de Carlos Ghosn — preso no Japão desde o final de novembro, acusado de irregularidades à frente da Nissan –, indicou que, apesar da deterioração dos resultados, proporá a distribuição de um dividendo de 3,55 euros por ação, tal como no ano passado.

E quanto às perspetivas para 2019, a nova direção do grupo disse estar confiante no aumento da faturação, numa margem operacional de cerca de 6% e num fluxo de caixa positivo na atividade automóvel.

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Limpeza das florestas vai dar desconto nos impostos

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

As operações cujos custos poderão ser majorados contribuem para a defesa da floresta contra incêndios, como a limpeza, reflorestações, certificações ou planos de gestão florestal.

Para incentivar a defesa da floresta contra os incêndios, os gastos com atividades que contribuírem para este objetivo passar a ser majoradas em 40% para efeitos de IRC ou IRS, com contabilidade organizada. A medida, inscrita numa portaria do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, aumenta o valor dedutível à matéria coletável, de forma a baixar o imposto final a pagar pelo contribuinte.

Limpezas, reflorestações, certificações ou planos de gestão florestal, conduzidas por empresas ou por proprietários individuais, que exerçam diretamente uma atividade económica de natureza silvícola ou florestal, são algumas das operações incluídas nesta majoração, escreve o Jornal de Negócios (acesso pago).

Este incentivo vai aplicar-se a todas as despesas feitas durante este ano, já que a portaria, publicada nesta quinta-feira em Diário da República, tem efeito a partir de 1 de janeiro de 2019. Os principais beneficiários incluem os grandes e pequenos produtores, que se dediquem à silvicultura e floresta. O incentivo não tem limites, para além das regras gerais.

Entre as operações abrangidas pela medida inclui-se também a elaboração de planos de gestão florestal, certificação florestal, projetos de adaptação florestal às alterações climáticas, como rearborização de áreas ardidas, e ainda a eliminação de resíduos florestais sem recorrer à queima.

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Airbus A380 vai ser descontinuado. Há 3.500 empregos em risco

  • Lusa e ECO
  • 14 Fevereiro 2019

A europeia Airbus vai deixar de fabricar o A380 em 2021, que é o maior avião de passageiros do mundo e concorre com o Boeing 747. Procura da cliente Emirates arrefeceu.

Um A380 ao serviço da Hi Fly aterrou no aeroporto de Beja em meados de 2018. O modelo vai ser descontinuado pela Airbus.HiFly

O grupo europeu Airbus anunciou que vai deixar de fabricar o avião A380 em 2021, depois de a companhia aérea Emirates, a principal compradora da aeronave, ter cortado nas encomendas e optado por outros modelos de longo curso mais ágeis e pequenos. A decisão põe em risco milhares de empregos.

Até agora, a Emirates deveria ter recebido um total de 162 unidades do A380. Mas vai comprar apenas 123 aviões deste modelo. Isto, depois de ter assinado um novo contrato com a Airbus para adquirir 40 unidades do A330-900 e 30 unidades do A350-900. Cerca de 3.500 pessoas ficam em risco de ir para o desemprego, sublinhou o The Wall Street Journal (acesso pago).

Em comunicado, o presidente executivo da Airbus, Tom Enders, explicou que não existe “uma carteira de pedidos substancial do A380 e, portanto, não há base para suportar a produção do A380, apesar de todos os esforços de vendas” realizadas junto de outras companhias aéreas nos últimos anos. “Isso leva-nos a finalizar as entregas do A380 em 2021”, concluiu Enders.

O A380 é o maior avião comercial do mundo. Em julho do ano passado, um avião deste modelo, ao serviço da companhia aérea portuguesa HiFly, aterrou nem Portugal, no aeroporto de Beja. A infraestrutura no Alentejo é a única no país com pista aérea suficiente para suportar a aterragem de um avião com estas características.

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Novos ministros tomam posse segunda-feira

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

O Presidente da República deve receber a lista de nomes na véspera da tomada de posse. Tudo aponta para que Pedro Nuno Santos assuma a pasta deixada por Pedro Marques.

Com Pedro Marques e Maria Manuel Leitão Marques na lista de candidatos do Partido Socialista (PS) para o Parlamento Europeu, é necessária uma remodelação governamental para ocupar os lugares que ficam vagos. Os novos ministros, nomeadamente Pedro Nuno Santos, deverão tomar posse no início da tarde da próxima segunda-feira, avançam o Público e a Sábado esta quinta-feira.

Marcelo Rebelo de Sousa deverá receber a lista dos nomes dos novos membros do Executivo no dia anterior à tomada de posse, para a qual teve de cancelar uma visita que tinha marcada para o IPO-Porto, adianta o Público (acesso condicionado). O primeiro-ministro terá planeado fazer ainda fazer alterações a alguns ministérios.

Em princípio, será Pedro Nuno Santos, atual secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que assume a pasta deixada por Pedro Marques, das Infraestruturas. O ainda secretário poderá também ficar responsável pela Habitação, segundo avançou o Diário de Notícias na quarta-feira. Esta área deixava assim de estar sob a tutela do ministro do Ambiente e Transição Energética.

Existe ainda a possibilidade de dividir as pastas que estavam à responsabilidade de Pedro Marques, Planeamento e Infraestruturas, e de passar os fundos comunitários para o Ministério da Economia. Se for esse o caso, o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza, transitava para o ministério de Siza Vieira. No entanto, também já foi avançada a hipótese de Nelson Souza subir a ministro, tal como disse no seu comentário semanal Marques Mendes.

para suceder a Pedro Nuno Santos nos assuntos Parlamentares, a escolha deve recair sobre Mariana Vieira da Silva, secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro. Para a pasta da Presidência e Modernização Administrativa, sob a alçada de Maria Manuel Leitão Marques, ainda não é conhecido quem poderá avançar.

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Professores admitem greve financiada por quotas, depois do crowdfunding dos enfermeiros

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2019

Os professores não desistem de pressionar o Governo para que proceda à contagem integral do tempo de serviço. E admitem agora realizar uma greve "radical" e financiada por quotas.

Os professores querem um fundo de greve para viabilizar formas de luta “radicais”, caso o Governo não reabra as negociações para a contagem da totalidade do tempo de serviço durante o segundo período de aulas, que decorre até 5 de abril. Mas admitem a angariação de fundos através de quotas entre os professores, ao invés do recurso ao financiamento colaborativo que foi usado pelos enfermeiros nas duas greves cirúrgicas.

Segundo o Diário de Notícias (acesso condicionado), as escolas começam já esta quinta-feira a sentir os efeitos do descontentamento dos professores, por causa da greve geral da Função Pública. Mas será apenas o início de uma nova fase de protesto pela recuperação integral do tempo de serviço para efeitos de progressão na carreira, depois do choque frontal com o Governo e do veto em Belém do diploma que previa a contagem parcial.

Já na semana que vem, os professores deverão entregar no Parlamento um abaixo-assinado com mais de meio milhar de assinaturas, onde reiteram o que têm vindo a defender até aqui. Depois, vão ser colocadas em cima da mesa novas formas de luta, como é o caso de uma greve financiada pelos próprios profissionais, através de quotizações. É uma hipótese que, segundo o jornal, está a ganhar força, depois de os enfermeiros terem angariado mais de 700 mil euros para financiar as greves cirúrgicas através de uma plataforma de crowdfunding.

O método de angariação de fundos através de quotas serviria para contornar as dúvidas que têm sido levantadas quanto à origem dos donativos que têm financiado os protestos dos enfermeiros. “Aqui não temos de andar a explicar de que fontes externas vem o dinheiro”, disse Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, ao mesmo jornal. Segundo o Diário de Notícias, no limite, se as negociações não forem reabertas pelo Governo durante o segundo período do ano letivo, os alunos do 12.º ano poderão mesmo ficar sem aulas no terceiro período.

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EDP dá gás a Lisboa. Europa toca máximos de novembro

A EDP está a dar energia à bolsa de Lisboa, num dia que começa marcado pelo otimismo em torno das negociações comerciais entre China e EUA. Europa está a negociar em máximos de novembro.

A bolsa de Lisboa abriu em terreno positivo, acompanhando a tendência das principais praças europeias. Os índices estão a subir face à esperança de que EUA e a China cheguem a um acordo comercial que ponha fim ao braço de ferro que dura há meses, numa altura em que decorrem negociações em Pequim. Na praça portuguesa, é a EDP que está a dar energia aos ganhos, no dia em que se conhece a carta enviada pelo fundo Elliott ao conselho de administração da empresa.

O Stoxx 600 está a valorizar 0,5% para máximos de novembro, à semelhança do índice francês. Em Portugal, o PSI-20 abriu a subir 0,45%, numa sessão em que a EDP valoriza 1,04%, para 3,215 euros, no dia em que os investidores conhecem a carta enviada pelo fundo Elliott, acionista da elétrica portuguesa, ao board da empresa liderada por António Mexia.

Nela, o fundo ativista apresenta uma estratégia que passa pela venda de ativos, aposta nas renováveis e de oposição à (Oferta Pública de Aquisição) OPA dos chineses da China Three Gorges: “A continuação da existência de uma Oferta que se considera impossível concluir com êxito, na sua forma atual, está a dificultar o crescimento da EDP. Acreditamos que a EDP deve ultrapassar rapidamente a Oferta e a definição de um novo rumo é urgente”, escreve o investidor Paul Elliott Singer.

A ajudar aos ganhos na bolsa de Lisboa está também a Galp Energia. A petrolífera nacional avança 0,50%, para 13,97 euros, acompanhando a tendência de valorização da matéria-prima. O petróleo sobe 1,43% em Londres, com o Brent, referência para as importações nacionais, a negociar nos 64,52 euros o barril.

As negociações esta quinta-feira deverão ser condicionadas pelas apresentações de resultados de empresas como o Commerzbank, Credit Agricole, Credit Suisse e Nestlé. Também a Airbus vai apresentar contas, no mesmo dia em que se sabe que vai deixar de produzir o gigante A380, depois da queda do volume de encomendas por parte da Emirates Airline. A descontinuação do A380 poderá deixar cerca de 3.500 trabalhadores no desemprego.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h33)

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Fundo Elliott é contra a OPA à EDP. E propõe venda da EDP Brasil

A OPA apresentada pela China Three Gorges "é um impedimento ao crescimento da EDP", diz o Fundo Elliot. E propõe medidas alternativas como a venda do negócio no Brasil.

O Fundo Elliott, que tem menos de 3% da EDP, tomou pela primeira vez uma posição sobre a OPA apresentada pela China Three Gorges. E é negativa. “É evidente para nós que a Oferta da CTG não favorece os melhores interesses dos stakeholders da EDP. A contrapartida é excessivamente baixa, o processo encontra-se paralisado e as alterações provavelmente requeridas pela Oferta da CTG seriam baseadas em requisitos regulatórios e não nos melhores interesses de todos os stakeholders. Chegados a este ponto, a continuação da existência de uma Oferta que se considera impossível concluir com êxito, na sua forma atual, está a dificultar o crescimento da EDP. Acreditamos que a EDP deve ultrapassar rapidamente a Oferta e a definição de um novo rumo é urgente”, pode ler-se numa carta enviada ao Conselho Geral e de Supervisão, liderado por Luís Amado.

A OPA à EDP, recorde-se, foi lançada em maio a 3,26 euros por ação e tem-se arrastado desde então. Até ao momento, os chineses ainda não registaram a oferta em Bruxelas, condição necessário para a chegada da operação ao mercado. Mas até agora, nenhum acionista tinha assumido uma posição sobre a oferta, seja pelo preço, seja pelo projeto industrial. Até agora. “Em qualquer cenário futuro, a CTG desempenhará um papel importante na definição do caminho da EDP. Contudo, é evidente para nós, e para muitos outros acionistas, que a Oferta da CTG, tal como se encontra atualmente, não favorece os melhores interesses dos stakeholders da EDP e, em última análise, conduzirá a um enfraquecimento da EDP que será: uma empresa mais volátil, com um conjunto de ativos menos atrativo e com poucas oportunidades de crescimento”.

A gestão de António Mexia também não escapa às críticas do fundo Eliott, por duas ordens de razões:

  1. Embora o portfólio da EDP inclua áreas de grande potencial, quando a consideramos como uma única empresa, falta-lhe foco. As quatro principais unidades de negócio já operam como entidades autónomas com sinergias limitadas. É difícil para os investidores avaliar o portfólio de forma justa, uma vez que os negócios da EDP com múltiplos elevados são diluídos por divisões com múltiplos baixos, resultando num desconto do conglomerado.
  2. A EDP encontra-se também excessivamente alavancada. Com uma dívida líquida/EBITDA de 4,01x, a EDP detém um dos níveis mais elevados de alavancagem do setor, com elevados custos financeiros associados. Em consequência das referidas restrições a nível de capital, a capacidade da EDP para encontrar oportunidades de crescimento tem sido consideravelmente reduzida, privando a empresa e os seus acionistas da possibilidade de acelerar o investimento em oportunidades de alto retorno que se encontram disponíveis nos principais mercados da EDP.

O fundo Elliott chegou, viu e disse ao que vinha. Com um plano para apresentar aos outros acionistas e à gestão, e que vai levar à próxima assembleia geral da elétrica. Além de chumbar a OPA, o que propõe este acionista-ativista, para levar a ação para um preço de 4,33 euros, contra a oferta de 3,26 euros por ação:

  • A EDP deverá ser capaz de aumentar substancialmente a capacidade de produção de energia renovável para consolidar a sua posição no mercado. A opinião de Elliott é que a empresa deveria aumentar c. 2 GW de capacidade anualmente. A referida meta é alcançável, por exemplo, utilizando c. 3 GW da capacidade na América do Norte, que se encontra atualmente em fase de pré-desenvolvimento.
  • E do lado da desalavancagem, há uma surpresa: O fundo Elliott quer vender a participação da EDP Brasil. “Dado o potencial de crescimento do mercado brasileiro, a Elliott acredita que a EDP Brasil é um negócio atraente, que beneficiaria de um novo proprietário empenhado e disposto a realizar os investimentos necessários. A participação da EDP na EDP Brasil poderia ser vendida com um prémio significativo em relação ao valor atual de negociação, em linha com as recentes transações de utilities no Brasil, tendo em conta que existe procura considerável por este tipo de plataformas”.
  • Mas não só. A EDP deve também vender uma participação de 49% na sua distribuição de eletricidade Ibérica. “As Redes Ibéricas são um ativo regulado com fluxos de caixa de longa duração sendo uma das poucas oportunidades que restam a investidores financeiros que pretendem investir nesta área. Tendo em conta a recente subida da notação de rating de Portugal, os negócios da EDP nas Redes Ibéricas serão atrativos para um grande número de compradores”.

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