Governo aperta o cerco a recebimentos indevidos da Segurança Social e agiliza recuperação de dívidas

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

Governo alarga o universo de responsáveis pela devolução dos valores recebidos indevidamente e quer agilizar a recuperação dos valores em dívida.

O Governo prepara-se para apertar o cerco a quem recebe de forma indevida prestações da Segurança Social e vai agilizar a recuperação dos valores em dívida, segundo uma proposta a que a agência Lusa teve acesso.

A proposta do Governo prevê alterações ao “regime jurídico da responsabilidade emergente do pagamento indevido de prestações” da Segurança Social com o objetivo de “agilizar a recuperação de pagamentos indevidos, por um lado, e reduzir o risco de pagamentos indevidos, por outro lado”.

Em causa estão, por exemplo, prestações concedidas e pagas em valor superior ao apuramento legal e as que se mantêm após deixarem de se verificar as condições de atribuição.

O Governo alarga o universo de responsáveis pela devolução dos valores, ao estabelecer que, além das pessoas ou instituições que receberam o valor em causa e das que tenham contribuído para isso, também os cotitulares da conta bancária para onde foi transferida a prestação são abrangidos.

“São igualmente responsáveis pela restituição das prestações pagas após a morte do titular do direito, a herança do falecido, bem como, quando o pagamento tiver sido efetuado por transferência bancária, o cotitular ou cotitulares da conta bancária”, estabelece o projeto de diploma.

São igualmente responsáveis pela restituição das prestações pagas após a morte do titular do direito, a herança do falecido, bem como, quando o pagamento tiver sido efetuado por transferência bancária, o cotitular ou cotitulares da conta bancária.

Projeto de diploma

A proposta do Executivo surge depois de, em fevereiro, o Tribunal de Contas ter publicado um relatório onde dava conta que a Segurança Social pagou quatro milhões de euros, entre 2016 e 2017, em pensões de sobrevivência e de direito próprio a beneficiários já falecidos, nalguns casos há mais de dez anos.

No projeto de diploma, o Executivo estabelece ainda que nas situações em que tenha ocorrido o óbito do responsável pela restituição e, não havendo herança, a dívida extingue-se cinco anos após a morte, estando a decisão da extinção dependente do dirigente do organismo que atribui a prestação.

O Governo mantém o prazo de 30 dias para a restituição direta do valor pago indevidamente, mas alarga o número máximo de prestações para pagamento da dívida dos atuais 36 meses para 150 meses, a definir em função do valor da dívida, o que será fixado por despacho do ministro da Segurança Social.

Na falta de restituição direta, a devolução pode ser feita através de outros benefícios como o subsídio de desemprego ou de doença e, nestes casos, a Segurança Social pode ir buscar até um terço do valor da prestação desde que fique assegurado ao devedor um montante mensal igual ao do Indexante de Apoios Sociais (IAS), ou seja, 435,76 euros.

Já no caso de se tratar de outras prestações deve ser assegurado ao devedor o valor correspondente ao da pensão social, de 210,32 euros.

Estes limites “são afastados no caso de o pagamento indevido de prestações resultar de falsas declarações do responsável, salvaguardado o limite mínimo do valor da pensão social”, lê-se na proposta.

O documento estabelece ainda que a Segurança Social deve avançar para a cobrança coerciva “sempre que o recurso à compensação possa pôr em causa o seu efetivo reembolso e estejam em causa montantes de prestações que, no seu conjunto, sejam superiores a 50 euros”. As alterações previstas na proposta de lei “são aplicáveis aos requerimentos pendentes à data da sua entrada em vigor”.

No mesmo projeto de decreto-lei, o Governo avança ainda com mudanças nas pensões de invalidez, velhice e sobrevivência no sentido de “desburocratizar os procedimentos administrativos e agilizar a atribuição destas prestações”.

Em causa está o alargamento das “pensões provisórias” para tornar mais célere a atribuição destas prestações sociais, tal como anunciou na segunda-feira, no parlamento, o primeiro-ministro, António Costa.

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Jerónimo de Sousa não quer saber das medalhas, quer é que Berardo pague dívida ao Estado

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

"Eu cá por mim dava-lhe as medalhas, mas procurava que devolvesse aquilo que é devido ao Estado português, essa é que seria a grande medida", disse o líder comunista esta quinta-feira.

O secretário-geral do PCP disse hoje não estar preocupado com a retirada ou não das condecorações ao empresário Joe Berardo, defendendo que o mais importante seria devolver aquilo que é “devido ao Estado”.

“Em relação a essa posição de retirar as medalhas, eu cá por mim dava-lhe as medalhas, mas procurava que devolvesse aquilo que é devido ao Estado português, essa é que seria a grande medida”, afirmou Jerónimo de Sousa.

Falando aos jornalistas durante uma visita às feiras francas de Fafe, no âmbito da campanha para as eleições europeias, o líder comunista referiu-se à audição realizada a Joe Berardo na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, no passado dia 10 de maio, considerando ter havido “um grau de desfaçatez e uma arrogância de quem não explicou, nem clarificou todo este processo nebuloso”.

É matéria de facto. Estamos a falar de milhões e milhões de euros. Essa clarificação tem de ser feita e a reposição do que é devido ao Estado também ser concretizada”, insistiu.

Ainda sobre o caso Berardo, o secretário-geral do PCP defendeu que, como noutras situações, “está demonstrado que o problema não está na supervisão, nem regulação”.

“O problema está na intervenção e na ação dos mecanismos de defesa da nossa economia que combatam esta promiscuidade entre o grande capital privado e o poder político. Sem a resolução deste problema, teremos com certeza mais medalhados que não mereciam”, concluiu Jerónimo de Sousa.

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Nuno Melo e CDS sobem de tom e associam António Costa a Joe Berardo

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

O cabeça-de-lista do CDS às Europeias aproveitou uma ação de campanha em Beja para associar António Costa a Joe Berardo, por ser um dos governantes que assina o decreto-lei que cria a fundação.

O CDS subiu hoje o tom no caso Joe Berardo, associando o nome de António Costa e José Sócrates à criação da fundação que beneficiou de créditos da Caixa para “uma luta acionista e especulativa”.

“O que mais choca neste caso é que uma fundação com fins artísticos e educativos possa ter beneficiado de créditos superiores a 350 milhões de euros para comprar ações num banco” e é “um absurdo” que um banco como a Caixa Geral de Depósitos conceda estes “créditos deste valor para uma luta acionista, especulativa”, afirmou Nuno Melo, dirigente e cabeça de lista do CDS às europeias, à margem de uma ação de campanha.

Se, durante a campanha, Nuno Melo tinha associado o chefe do Governo a José Sócrates, ex-primeiro-ministro, desta vez associou António Costa a Joe Berardo por o atual líder do PS ser um dos nomes que surge no decreto-lei que cria a fundação Berardo, em 2006.

O eurodeputado descreveu quem subscreve o decreto: José Sócrates, primeiro-ministro, António Costa, ministro da Administração Interna e Teixeira dos Santos, ministro das Finanças.

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Tribunal Arbitral decreta serviços mínimos para greve de revisores da CP

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

Segunda e terça-feira há greve dos revisores da CP e a empresa já avisou que podem-se registar fortes constrangimentos. O Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos.

O Tribunal Arbitral decidiu esta quinta-feira decretar serviços mínimos para a greve dos revisores da CP, agendada para segunda e terça-feira, alegando que o direito à greve “tem que ser interpretado em harmonia com outros direitos fundamentais”.

“O direito à greve, como direito fundamental, tem que ser interpretado em harmonia com outros direitos fundamentais, como o direito à circulação, o direito à saúde, o direito ao trabalho ou o direito à educação […]. Uma greve suscetível de implicar um risco de paralisação do serviço de transportes deve ser acompanhada da definição dos serviços mínimos”, defendeu, em comunicado, o Tribunal Arbitral.

Na base da decisão, está ainda a obrigação, prevista no Código do Trabalho, de as associações sindicais e de os trabalhadores aderentes assegurarem, durante a paralisação, a prestação de serviços mínimos “indispensáveis à satisfação” de necessidades sociais no setor.

“A conclusão a que se chega é a de que se afigura adequado, ao abrigo dos critérios constitucionais e legais, a definição de serviços mínimos relativos à circulação das composições de transporte de passageiros, por se tratar de uma greve com uma duração de, na prática, quatro dias e com um âmbito subjetivo expressamente referido para ‘todos os trabalhadores ferroviários, de todas as categorias profissionais da CP”, lê-se no documento.

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Makropédia, o centro de partilha de conhecimento da Makro

  • Ricardo Vieira
  • 16 Maio 2019

Empresa grossista aposta na formação dos colaboradores. No entanto, o centro em Alfragide foi também pensado para clientes.

A Makro Portugal acaba de inaugurar a Makropédia, um centro de partilha de conhecimento, pensado para colaboradores mas também clientes e parceiros.
Este centro, criado na loja em Alfragide, dedica-se à formação e educação na área de atividade da empresa, retalho e distribuição.

Além dos colaboradores, que vão receber “todas as ferramentas necessárias para que sejam ‘os especialistas’ das suas secções, conhecedores do mercado e conselheiros dos seus clientes” – explica a empresa em informação à imprensa – a Makropédia foi também pensada para os clientes: empreendedores, negócios de hotelaria e restauração. “A empresa quer que este Centro seja um local onde descubram Portugal e a Gastronomia portuguesa, as técnicas, os sabores, os ingredientes, e com isso uma das grandes heranças da nossa cultura: a gastronomia”, afirmam.

“Com este investimento, que envolveu a reconfiguração da nossa loja de Alfragide, oferecemos agora um espaço inteiramente dedicado às mais variadas dinâmicas do setor grossista e da distribuição a nível nacional. Um espaço com esta dimensão e com a dinâmica que irá ter, é único no setor em Portugal. Mais uma vez a Makro antecipa-se e oferece aos seus colaboradores, clientes e parceiros algo muito particular e único no mercado”, afirma Marta Rocha, head of human ressources da Makro Portugal.

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Há quatro portuguesas na lista das 2.000 maiores cotadas do mundo

Portugal é um dos 61 países representados no ranking da Forbes. O país originário do maior número de empresas (575) são os EUA, seguindo a China e o Japão.

Há quatro cotadas portuguesas entre as 2.000 maiores do mundo. Os nomes são, sem surpresa, os das maiores empresas que negoceiam na bolsa portuguesa: EDP, Galp, Jerónimo Martins e BCP. Em conjunto acumulam 41,6 mil milhões de dólares de capitalização de mercado, mas ficam longe das gigantes que lideram o ranking “Global 2.000” da Forbes.

A empresa portuguesa que aparece mais acima na lista, divulgada esta quinta-feira, é a EDP, no 633º lugar, com 613 milhões de dólares de lucros, 47,6 mil milhões em ativos e 14,1 mil milhões de capitalização. Na 778ª posição está a Galp Energia, com uma capitalização de 13,4 mil milhões.

A Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, entra no número 1.167 da lista, com uma capitalização de 9,9 mil milhões de dólares. Por último, também o banco BCP, liderado por Miguel Maya, está na lista, na posição 1.583, com uma capitalização de 4,2 mil milhões.

Portugal é um dos 61 países representados no ranking da Forbes. O país originário do maior número de empresas (575) são os EUA, seguindo a China (309) e o Japão (223). Ainda assim, a discrepância geográfica tem diminuído. “A distribuição parece muito diferente do que quando a Forbes começou a publica o Global 2.000, em 2003”, pode ler-se no ranking. “Nesse ano, os EUA contribuíram com 776 empresas, enquanto a China e Hong Kong tinham apenas 43”.

Quanto a setores, a banca e a tecnologia destacam-se. De acordo com o montante dos ativos, o Industrial & Commercial Bank of China lidera com quatro biliões. Seguem-se o JPMorgan Chase, o China Construction Bank, o Agricultural Bank of China e o Bank of America, que fazem com que os cinco primeiros lugares sejam ocupados por bancos.

No entanto, em termos de capitalização de mercado, a realidade é diferente e são as tecnológicas que lideram as quatro primeiras posições. A mais valiosa é a Apple, com uma capitalização de 961,3 mil milhões e apenas a 20 mil milhões da segunda classificada, a Microsoft. Logo a seguir, surgem ainda Amazon e Alphabet.

“Foi um ano de montanha russa para os mercados globais: as ações viram tanto grandes ganhos como perdas, com a volatilidade a aumentar, as tensões comerciais entre EUA e China a aquecerem, e muitas empresas a receberem o impulso da nova legislação fiscal norte-americana. O 17º ranking anual da Forbes das maiores empresas cotadas do mundo é um reflexo do estado da economia global de hoje: quem está no topo, quem está a crescer e quem já viu melhores dias“, acrescenta.

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Lucros da EDP afundam para 100 milhões de euros no primeiro trimestre

Lucro do primeiro trimestre da EDP caiu 39% face ao mesmo período de 2018, altura em que já tinha recuado 23%. EDP justifica com subida do imposto de 18% para 27% e piores resultados financeiros.

A EDP registou uma quebra de 39% no resultado líquido no primeiro trimestre do ano, com os lucros a ficarem pelos 100 milhões de euros. “O resultado líquido da EDP no primeiro trimestre 2019 ascendeu a 100 milhões, 39% abaixo do primeiro trimestre de 2018″, período em que a elétrica tinha registado 166 milhões de resultado líquido. Segundo a empresa, o resultado “ajustado de efeitos não recorrentes”, teria sido de uma queda de 32%.

Os analistas consultados pela Reuters apontavam em média que a EDP conseguisse um lucro de 127,4 milhões de euros entre janeiro e março, pelo que este resultado pior que o esperado deverá ter impacto na cotação da ação ao longo de sexta-feira, depois de o título ter valorizado cerca de 1,05% na sessão desta quinta-feira, aproximando-se dos 3,19 euros.

Ações subiram antes dos resultados

A tendência de queda dos resultados da elétrica mantém-se, já que ao longo do ano passado o resultado líquido da elétrica caiu para 519 milhões de euros, menos 53% que no ano anterior. A contribuir para a quebra nos resultados em 2018 esteve a atividade em Portugal, que registou prejuízo pela primeira vez em mais de duas décadas (excluindo a EDP Renováveis). O dividendo, esse, não sofreu alterações.

A EDP aponta o aumento dos impostos suportados e um agravamento dos resultados financeiros como principais causas do deteriorar das contas no início deste ano. “O imposto sobre o rendimento ascendeu a 99 milhões de euros” entre janeiro e março deste ano, aponta a EDP, sublinhando que este valor corresponde a uma taxa efetiva de imposto de 27%, que compara com os 18% de imposto suportado no arranque de 2018, quando a elétrica pagou menos 25 milhões de imposto.

No comunicado sobre os resultados, a empresa refere a que os resultados financeiros registaram um agravamento, para -186 milhões, que se deveu “a menores resultados com diferenças de câmbio e derivados, a adoção da IFRS16” e também pelo ganho não-recorrente assumido no primeiro trimestre de 2018 relativo à venda de 20% num projeto offshore no Reino Unido, que teve um impacto de 15 milhões. Neste período, a dívida líquida da EDP aumentou em 268 milhões para 13,75 mil milhões de euros.

Mais produção, menos investimento

Apesar do mau comportamento do resultado líquido, certo é que o EBITDA da EDP cresceu 3% no período, atingindo 921 milhões de euros, ainda que na Renováveis este indicador tenha recuado 5%, para 556 milhões. A propósito da Renováveis, o EDP detalha que os itens com impacto positivo no EBITDA no trimestre — “benefícios da expansão do portfolio”, “impostos de produção mais baixos” e “preços de venda médios mais altos” — acabaram por ser anulados pelo “fator clima adverso”, com impacto de “-85 milhões devido à fraca hidraulicidade na Península Ibérica” e de -64 milhões “provocado por uma fraca eolicidade”.

Em março, a EDP tinha uma capacidade instalada de 27.182 megawatts, mais 2% do que em março de 2018, tendo produzido um total de 17 974 gigawatts/hora no trimestre, um recuo de 13% em comparação com o primeiro trimestre de 2018. Contudo, e face ao trimestre anterior, a produção aumentou em 80 Gwh, mostram os anexos das contas trimestrais. Em termos de produção, a tecnologia eólica e solar responderam por 47% dos GWh, tendo um peso de 42% na capacidade instalada da empresa.

Entre janeiro e março deste ano, o investimento operacional consolidado da EDP recuou 6%, de 368 milhões para 344 milhões de euros, especialmente à conta da expansão da empresa, onde as apostas da elétrica recuaram 21% para 222 milhões. Já o investimento em manutenção de redes cresceu 44% no período, para 122 milhões.

(Notícia atualizado às 18h50)

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Mais de 75% dos portugueses receiam usurpação de dados quando compram online

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

Entre os consumidores europeus, os portugueses são dos que têm mais medo de que os dados pessoais sejam roubados quando se fazem compras online.

Mais de dois terços (76%) dos portugueses receiam que os seus dados pessoais sejam usurpados quando realizam compras na Internet, de acordo com o estudo European Consumer Payment, da Intrum, enviado esta quinta-feira à Lusa.

O receio de que os dados pessoais “caiam nas mãos erradas quando compram online“, que congrega 76% dos inquiridos portugueses, coloca Portugal como um dos países europeus com maiores preocupações relativamente a isto, já que “a nível europeu a média é de 51%”.

No entanto, também os consumidores online espanhóis apresentam receios semelhantes, já que 73% dos inquiridos em Espanha manifestaram essa preocupação. Em França, a percentagem é de 57% e no Reino Unido é de 49%.

Os dados foram recolhidos entre agosto e setembro do ano passado, em 24 países europeus, num universo de 24.398 consumidores, tendo como objetivo adquirir conhecimento da vida quotidiana dos consumidores europeus, gastos e sua capacidade de gerir os orçamentos domésticos numa base mensal. Em Portugal foram inquiridos 1.015 consumidores.

Apesar da manifesta preocupação relativa a uma eventual usurpação de dados pessoais, quase metade (44%) dos inquiridos portugueses afirma “raramente ler os termos e condições quando faz compras” na Internet, valor este que está acima dos 39% da média europeia. Em Espanha, a percentagem de inquiridos que não lê os termos e condições é 46%, sendo maior no Reino Unido e França (47%).

Entre as principais preocupações dos consumidores online portugueses quando adquirem produtos num país estrangeiro estão a incerteza sobre a qualidade do produto (59%) e a possibilidade de serem pirateados ou imitações (52%).

O estudo da Intrum indica ainda que mais de metade dos inquiridos em Portugal prefere que o fornecedor seja português e “48% revela não comprar produtos a vendedores situados noutros países”. Quase dois terços (63%) dos inquiridos no universo dos 24 países europeus “afirmou também preferir que o fornecedor seja do seu país de origem”.

Os portugueses preferem comprar ‘online‘ a fornecedores nacionais, mas caso não seja possível 62% optam por um outro país europeu, 60% preferem comprar na China e 30% nos Estados Unidos, segundo o estudo. Enquanto 39% dos portugueses preferem comprar a fornecedores europeus na Internet, esta intenção é menor em Espanha (27%), França (24%) e Reino Unido (15%).

Em véspera do Dia Mundial da Internet, o diretor-geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra, alerta, citado em comunicado, para que “os consumidores devem estar atentos quando fazem compras online“.

Isto porque “a Internet tornou o mundo mais pequeno e o mercado online está a permanentemente a desafiar os limites. Existem muitos fatores que podem afetar o nosso comportamento de compras ‘online’, como por exemplo conveniência, preço, opções de pagamento, disponibilidade do produto e termos e condições, mas a segurança é um fator que não deve ser descurado”, concluiu.

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Quatro municípios em rutura financeira entre 24 com dívida acima do limite legal. Veja o mapa

Três dos quatro municípios em situação de rutura financeira - Cartaxo, Fornos de Algodres e Vila Real de Santo António - aumentaram a dívida em 2018. Em 24 municípios a dívida ainda excede o limite.

Há menos municípios em rutura financeira, mas três dos quatro municípios que se encontravam nesta situação — Cartaxo, Fornos de Algodres e Vila Real de Santo António — aumentaram ainda mais a sua dívida em 2018, diz o Conselho das Finanças Públicas. Caminha, Reguengos de Monsaraz e Tabuaço, que já tinham uma dívida acima do limite legal, também agravaram a sua dívida no ano passado.

Para além do Cartaxo, Foros de Algodres e Vila Real de Santo António, também o município do Nordeste se encontrava em situação de rutura financeira em 2017. Ou seja, estes municípios tinham uma dívida superior em três vezes à média da receita líquida cobrada entre 2015 e 2017.

Para além destes quatro municípios em situação de rutura financeira, o Conselho das Finanças Públicas diz que há mais 20 municípios com uma dívida acima do limite global. Cinco destes têm uma dívida 2,25 a 3 vezes superior ao limite legal, e os restantes 15 tinham uma dívida entre 1,5 e 2,25 vezes o limite legal.

Neste último grupo, houve três municípios que aumentaram ainda mais a sua dívida, apesar de já estarem acima do limite previsto na lei. Foram eles Caminha, Reguengos de Monsaraz e Tabuaço.

Apesar do agravamento da dívida verificado nestes municípios, a dívida total — excluindo as dívidas não orçamentais e as exceções contempladas na lei — diminuiu 470 milhões de euros, para cerca de 4,2 mil milhões de euros, no final de 2018.

No total, 24 dos 308 municípios portugueses “encontravam-se acima do limite de dívida total” no final de 2018, menos quatro que em 2017.

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Candidato a bastonário da Ordem Advogados quer papel ativo

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

O candidato a bastonário da Ordem dos Advogados (OA) António Jaime Martins quer uma OA com "papel ativo no processo legislativo", para melhorar o exercício da profissão.

Na apresentação da candidatura “Fazer a Diferença”, o atual presidente do Conselho Regional de Lisboa da OA afirmou que nos dois últimos anos os advogados e os cidadãos “perderam voz no espaço mediático, junto da comunidade judiciária, junto do poder político e legislativo e junto da sociedade civil”.

Segundo o candidato, urge recuperar um espaço de intervenção pública que pertence por direito e dever ao bastonário da OA, que reúne cerca 34 mil profissionais, incumbindo-lhe um papel ativo na defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, no aperfeiçoamento do sistema de justiça e da administração da justiça, na dignificação do exercício da profissão e na defesa das prerrogativas dos advogados.

A equipa por mim liderada ao Conselho Geral assume-se como uma candidatura inclusiva, que governará para dentro e para fora da OA, com e para os advogados da prática individual, com e para os advogados de empresa, com e para os advogados das pequenas, médias e grandes sociedades. Do interior ao litoral, de norte a sul, de este a oeste. Somos todos advogados”, disse o candidato a bastonário.

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Caixa financiou Berardo sem qualquer parecer da direção risco

A Caixa financiou Joe Berardo entre 2007 e 2012 em operações que não tiveram qualquer parecer de risco. Neste período também foram realizadas duas reestruturações sem intervenção da direção de risco.

Foi Mariana Mortágua quem expôs a situação: entre 2007 e 2012, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) concedeu créditos e reestruturou dívida de Joe Berardo sem que a direção geral de risco (DGR) do banco se tivesse pronunciado sobre as operações. O antigo diretor do risco do banco público confirmou a informação no Parlamento.

Em causa estão dois créditos (um de um milhão e outro de 38 milhões) e duas reestruturações associadas à Metalgest e à Fundação Berardo em 2008 e 2009. São operações em que não existe parecer de risco, contou a deputada do Bloco de Esquerda. “Confirma-se que não houve a intervenção da direção geral de risco durante esse período”, afirmou José Rui Gomes na II comissão de inquérito à recapitalização da CGD e aos atos de gestão, depois de consultar uma lista com os pareceres que emitiu durante o período em que lá trabalhou.

Como o ECO avançou, José Rui Gomes liderou o departamento do risco da CGD entre 2010 e 2017, mas trabalhou naquela direção desde a sua criação, em 2000, pela mão de Vasco D’Orey, estando atualmente no BNU Macau.

Não era obrigatória haver parecer da direção geral de risco? “Era sim, senhora deputada”, respondeu José Rui Gomes. Retorquiu a deputada: “Houve aqui irregularidades. Houve explicações para isso?”. “Não foi dada nenhuma explicação”, disse o antigo diretor do banco.

"No que respeita à nossa atividade da DGR, não tivemos qualquer perceção de que [Berardo] fosse um cliente especial. Os únicos tratamentos especiais que dávamos na direção de risco era relativo a urgências.”

José Rui Gomes

Ex-diretor do departamento de risco da CGD

Um dos financiamentos a Joe Berardo foi citado esta quinta-feira, nomeadamente o empréstimo de um milhão de euros. Cecília Meireles (CDS) contou a história por detrás desta operação: a Caixa emprestou o dinheiro a pedido do BCP para que o comendador liquidasse uma dívida no Santander.

Questionado por Paulo Sá, do PCP, sobre se o banco dava tratamento especial a Joe Berardo, José Rui Gomes respondeu que não. “No que respeita à nossa atividade da DGR, não tivemos qualquer perceção de que fosse um cliente especial. Os únicos tratamentos especiais que dávamos na direção de risco era relativo a urgências”, esclareceu, contrariando as afirmações de Eduardo Paz Ferreira, da comissão de auditoria, que disse na mesma sede que o empresário madeirense era tratado de forma diferente na CGD.

José Rui Gomes afirmou ainda que está de consciência tranquila com o seu trabalho. “Sentimo-nos de consciência tranquila sempre que desempenhamos as funções da melhor forma que sabemos. Sempre foi esse o sentimento”, frisou.

Se está de consciência tranquila, quem falhou? “Quem falhou? Não lhe sei responder. Não podemos ficar indiferentes àquilo que aconteceu no país, com uma redução abrupta do PIB e com os haircuts que tiveram de ser feitos. Todos os dias éramos bombardeados com reduções de valores de colaterais, que tiveram impacto na carteira da Caixa. As imparidades existiram e resultaram em grande parte da evolução macroeconómica”, afirmou.

(Notícia atualizada às 17h43)

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Cinco anos após a saída da troika, Portugal caminha para excedente e desemprego caiu para metade

  • Lusa
  • 16 Maio 2019

Já se passaram cinco anos desde que Portugal abandonou o programa de resgate financeiro. Hoje, o país aproxima-se do fim do défice e o desemprego caiu para metade.

Cinco anos após sair do programa de resgate, a 17 de maio de 2014, Portugal aproxima-se do fim do défice, o desemprego caiu para metade e o Governo antecipa uma dívida pública inferior a 100% do PIB em 2023.

Foi em 17 de maio de 2014 que terminou o programa de ajustamento português, assinalando a saída da troika do país, constituída por elementos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Agora, cinco anos depois da conclusão do programa e oito anos após o pedido de resgate financeiro, em 2011, os números indicam que a situação financeira e económica do país melhorou em vários indicadores.

Segundo as últimas previsões do Governo, o défice orçamental deverá situar-se em 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, face ao défice de 7,2% registado em 2014, quando o desequilíbrio das contas públicas estava muito longe da meta dos 3% definida por Bruxelas e que mantinha Portugal no Procedimento dos Défices Excessivos (PDE), instaurado em 2009, e do qual o país saiu em maio de 2017.

Em 2018, o défice ficou em 0,5% do PIB e o Governo antecipa agora um excedente de 0,3% para 2020, de acordo com as estimativas do Programa de Estabilidade (PE) 2019-2023. Já a taxa de desemprego desceu para metade desde a saída da troika. Em 2014, o desemprego fixou-se em 13,9% e o Governo antecipa uma taxa de 6,6% este ano, depois dos 7% registados em 2018. A estimativa para a taxa de desemprego este ano (6,6%), inscrita no PE de 2019 está, contudo, 0,3 pontos percentuais (p.p.) acima da previsão de 6,3% contida no Orçamento do Estado para 2019.

Já a dívida pública deverá descer dos 130,6% em 2014 para 118,6% este ano, segundo a previsão do executivo, que antecipa, no seu cenário base, uma redução da dívida pública até aos 99,6% do PIB em 2023.

Relativamente à evolução da atividade económica, o Governo prevê um crescimento do PIB de 1,9% em 2019, após a expansão de 2,1% em 2018. A estimativa do Governo está acima dos 1,7% previstos pela Comissão Europeia, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco de Portugal e também acima dos 1,6% antecipados pelo Conselho das Finanças Públicas. Em 2014, a economia portuguesa cresceu 0,9%, metade do estimado pelo Governo para este ano.

De recordar que Portugal pediu assistência financeira a 6 de abril de 2011, com José Sócrates como primeiro-ministro. Um mês depois, a 5 de maio, a troika apresentou o programa de assistência financeira a Portugal, no valor de 78 mil milhões de euros. Três anos depois, o Governo liderado por Passos Coelho decidiu, a 4 de maio de 2014, que Portugal ia sair do programa de resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar, regressando assim autonomamente aos mercados.

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