Hoje nas notícias: Penhoras a Berardo, hospitais e reformas

  • ECO
  • 10 Maio 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A ordem dos bancos para pedir a execução de todas as obras da coleção de Berardo destaca-se no dia em que é noticiado que os os hospitais vão passar a ser avaliados pela qualidade dos serviços prestados aos doentes, mas também que os atrasos na atribuição das reformas está a criar dificuldades a muitas famílias. Referência ainda para Mário Nogueira que diz que “a Geringonça não funcionou para os professores” e para o IPO da Uber que desperta interesse junto dos investidores nacionais.

Bancos dão ordem para executar todas as obras da coleção de Berardo

Os bancos credores do empresário Joe Berardo estão a pedir a penhora da totalidade dos títulos da Associação Coleção Berardo, avança o Jornal Económico. Este pedido surge no âmbito da ação executiva colocada por parte da CGD, BCP e Novo Banco ainda em abril, no sentido de cobrar dívidas do empresário próximas de mil milhões de euros. A notícia é conhecida no dia em que Berardo será ouvido pelos deputados no Parlamento na audição da Caixa Geral de Depósitos. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Hospitais vão ser avaliados pela qualidade dos serviços que dão aos doentes

Chama-se Compromisso Nacional por uma Agenda de Valor em Saúde em Portugal e os objetivos são muito claros: avaliar a prestação dos serviços de saúde pelos ganhos que dão ao doente, conhecer as melhores práticas, promovê-las e mostrar os resultados ao público, que assim terá mais informação na hora de escolher. O Público avança que o documento vai ser assinado já nesta sexta-feira por várias personalidades e entidades públicas e privadas. O compromisso pretende que em 2021 um terço dos prestadores de saúde tenham aderido à prestação e ao financiamento de cuidados com base em valor. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Atrasos na atribuição de reformas. Queixas disparam

Os últimos dados disponíveis apontam para que haja 57 mil pedidos de pensão de velhice à espera de uma resposta que demora a chegar, em média, sete meses, adianta o Diário de Notícias que explica que essa situação está a implicar dificuldades e a dependência muitas vezes dos filhos. Essa situação está a levar a um grande crescimento do número de reclamações. Dados revelados pelo Portal da Queixa apontam para que as queixas tenham disparado 88% face ao período compreendido entre 5 de maio de 2018 e novembro de 2018. Os dois períodos em análise mantêm em comum o principal motivo das reclamações: os atrasos na atribuição das reformas. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Mário Nogueira: “Geringonça não funcionou para os professores”

Mário Nogueira, líder da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), dá uma entrevista ao Jornal Económico nesta sexta-feira, dis em que será votada o diploma dos professores no Parlamento, onde contesta as contas do Governo sobre a reivindicação do tempo de serviço dos docentes, lamenta que “a crise política artificial” impeça os partidos de aprovarem a reposição integral do tempo de serviço da classe profissional e diz ainda que os “professores não ganham muito”. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Portugueses “ansiosos” por terem ações da Uber

A Uber estreia-se em bolsa nesta sexta-feira com um preço de referência de 45 dólares por ação, sendo que o IPO da plataforma de transportes está a despertar o interesse dos investidores portugueses adianta o Jornal de negócios. Apesar de não terem podido dar ordens de subscrição sobre esta operação, os portugueses já vão poder dar ordens de compra e venda sobre as ações da Uber a partir de hoje. E, segundo as corretoras, há interesse em apostar no novo unicórnio cotado na bolsa. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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Cofundador da Facebook defende o seu desmantelamento

  • Lusa
  • 10 Maio 2019

Para Chris Hughes, cofundador da Facebook, a empresa tornou-se um monopólio que convém desmantelar "no mais curto espaço de tempo".

O desmantelamento da empresa Facebook foi recomendado na quinta-feira por uma das suas principais figuras, o cofundador Chris Hughes, num longo artigo de opinião, em que também defende o seu controlo apertado.

Hughes, que fundou esta empresa de redes sociais com Mark Zuckerberg há 15 anos num dormitório da Universidade de Harvard, escreveu no The New York Times (conteúdo em inglês): “É a altura de desmantelar a Facebook”, separando a rede social, que é a sua atividade original, das aplicações Instagram e WhatsApp, que entretanto adquiriu.

No seu texto, Chris Hughes, que saiu da empresa e garante ter vendido a sua posição em 2012, criticou diretamente Zuckerberg, que acusou de ter sacrificado a proteção da vida privada dos utilizadores em benefício do clique e de ter eliminado a concorrência sem estado de alma. O texto, muito longo, é acompanhado de uma fotografia dos dois, com rostos juvenis, no campus da universidade em 2004. “É um ser humano. Mas é a sua humanidade que torna o seu poder, fora de controlo, tão problemático”, escreveu Hughes, sobre o seu antigo colega.

Mark Zuckerberg “criou um leviatã que elimina o espírito de empresa e restringe a escolha dos consumidores”, acusou Hughes, que agora é membro do Projeto de Segurança Económica (Economic Security Project), que defende a instauração de um rendimento mínimo de existência nos Estados Unidos da América, e do Roosevelt Institute.

Na sua opinião, Zuckerberg pode decidir, por seu livre arbítrio, alterar os algoritmos da Facebook, para modificar o que os utilizadores veem no seu fio de atualidade ou os parâmetros de proteção de vida privada. “Estou em cólera pela prioridade que deu ao crescimento, negligenciando a segurança e o civismo para ganhar a corrida aos cliques”, lamentou, afirmando que “o Governo deve responsabilizar Mark” por esta situação.

Para Chris Hughes, a Facebook tornou-se um monopólio que convém desmantelar “no mais curto espaço de tempo”: reguladores e eleitos devem tratar rapidamente deste dossiê com, se for preciso, a ameaça de um processo antimonopólio nos tribunais. E acrescentou: “Desmantelar a Facebook não é suficiente. Precisamos de uma nova agência, encarregada pelo Congresso de regular as empresas tecnológicas”.

Hughes junta-se assim a outros críticos virulentos, como George Soros, que ataca com frequência a Facebook e outras empresas da internet, que também descreve como “monopólios cada vez mais potentes”. Soma-se ainda à senadora democrata Elizabeth Warren, candidata democrata às eleições presidenciais de 2020, que propôs recentemente “desmantelar estes monopólios” e que considerou esta sexta-feira, na rede social Twitter, que Chris Hughes tinha “razão”.

Já muito criticada por não ter antecipado as manipulações políticas orquestradas pela sua rede — em particular, durante a campanha presidencial norte-americana em 2016 –, a Facebook é também atacada pela gestão dos dados pessoais dos seus utilizadores, desde o escândalo Cambridge Analytica em 2018.

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Entram em vigor nos EUA taxas adicionais sobre bens oriundos da China

  • Lusa
  • 10 Maio 2019

Tal como prometido por Donald Tump, as taxas alfandegárias sobre produtos importados da China vão aumentar de dez para 25%. O Governo chinês vai retaliar.

A subida das taxas alfandegárias, sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares (178 mil milhões de euros) de bens importados da China, entraram esta sexta-feira em vigor nos Estados Unidos, agravando fricções comerciais que ameaçam a economia mundial.

O aumento das taxas alfandegárias entrou em vigor no mesmo dia em que uma delegação chinesa de alto nível negoceia, em Washington, um acordo comercial que ponha fim às disputas. A partir da meia-noite, no horário da costa leste dos EUA, as alfândegas norte-americanas passaram a cobrar 25% de impostos sobre vários itens produzidos na China. A medida não afeta produtos que deixaram antes os portos chineses e se encontram em trânsito.

A China garantiu que vai retaliar, sem detalhar como, prevendo-se um agravar da guerra comercial entre os dois países, caso não se chegue a acordo nos próximos dias. Pequim tem uma série de armas, incluindo aumentar os impostos sobre bens norte-americanos ou investigações antimonopólio, que podem dificultar as operações das empresas norte-americanas no seu mercado.

Os governos das duas maiores economias do mundo impuseram já taxas alfandegárias sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um. Em causa está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

Em dezembro passado, Washington e Pequim acordaram um período de tréguas, entretanto prolongado. No entanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou no domingo passado que os EUA iam aumentar as taxas alfandegárias, acusando os chineses de voltarem atrás com compromissos feitos anteriormente.

“Durante dez meses, a China pagou taxas alfandegárias aos Estados Unidos de 25% sobre 50 mil milhões de dólares [44,6 mil milhões de euros] de [bens] tecnológicos, e 10% sobre 200 mil milhões de dólares de outros bens”, escreveu Trump, na rede social Twitter. “Os 10% vão ser aumentados para 25% na sexta-feira”, acrescentou.

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ANTRAM e Sindicato dos Motoristas chegam a acordo de princípio, diz Governo

  • Lusa e ECO
  • 10 Maio 2019

Acordo, cujo conteúdo não foi detalhado, será agora “submetido para ratificação pelos signatários junto dos seus respetivos associados e filiados”.

A Associação Nacional de Transportes Públicos de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) chegaram a um acordo de princípio, anunciou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

“Na sequência da mediação levada a cabo pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação, a ANTRAM e o SNMMP chegaram hoje a um acordo de princípio para a dignificação das condições de trabalho dos motoristas de matérias perigosas”, refere o ministério, liderado por Pedro Nuno Santos, em comunicado.

O documento acrescenta que o acordo em causa, cujo conteúdo não foi detalhado, será agora “submetido para ratificação pelos signatários junto dos seus respetivos associados e filiados”.

As negociações entre ANTRAM e os motoristas de matérias perigosas foram interrompidas depois de os patrões terem emitido um comunicado em que apontavam para a negociação de um salário base de 700 euros, bem aquém dos 1.010 euros defendidos pelo sindicato para 1 de janeiro de 2020.

Na sequência desse episódio, o SNMMP decidiu avançar com um pré-aviso de greve para 23 de maio. A perspetiva de uma nova paralisação levou já muitos portugueses a procurarem abastecer os depósitos dos automóveis.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta sexta-feira vai ficar marcada pela votação decisiva no Parlamento do diploma dos professores, a audição de Joe Berardo na comissão de inquérito à CGD e a entrada em bolsa da Uber.

Com o final da semana chega também o fim da polémica sobre os professores? O Parlamento tem esta sexta-feira o voto decisivo sobre a recuperação do tempo de serviço dos professores que pode ditar a demissão do Governo. A direita já disse que recuava, mas este dossiê tem dado muitas voltas. O INE vai dar a conhecer a evolução das exportações em março e Joe Berardo vai ter de dar explicações no Parlamento sobre a sua relação com a Caixa Geral de Depósitos. Nos Estados Unidos, a Uber vai avançar para uma das mais antecipadas entradas em bolsa. Os mercados podem ter um dia tumultuoso caso Donald Trump concretize a ameaça de aumentar as taxas sobre 200 mil milhões de dólares de importações chinesas.

Votação decisiva no Parlamento para o futuro do Governo

PSD, CDS-PP, Bloco de Esquerda e PCP aprovaram a recuperação integral do tempo de serviço dos professores na comissão parlamentar de Educação, o Governo ameaçou com a demissão porque os custos envolvidos eram incomportáveis e a direita deu um passo atrás, dizendo que chumba o documento na votação final global caso não sejam reintroduzidas as cláusulas de salvaguarda que aceitou deixar cair na primeira votação. Passado pouco mais de uma semana, de troca de acusações e (muitos) números, o Parlamento chega ao momento decisivo da votação. Sem as cláusulas de salvaguarda a direita não aprova a lei. A esquerda não muda o sentido de voto. Se as mudanças forem aprovadas o Governo demite-se. Seja qual for o resultado final, a questão resolve-se esta sexta-feira.

Como evoluíram as exportações em março?

O INE divulga os dados referentes às exportações e importações durante o mês de março, um dos principais motores da economia portuguesa e o que está nesta altura exposto a maiores riscos, derivado de um abrandamento significativo da economia europeia, em particular de cinco dos seis maiores parceiros comerciais de Portugal. Em fevereiro, as exportações aceleraram ligeiramente, mas as importações cresceram a um ritmo que foi mais do dobro do das exportações, levando a um agravamento significativo do défice comercial.

Uber entra em bolsa

É um dos IPO mais esperados nas bolsas mundiais. A plataforma de viagens vai finalmente entrar em bolsa e espera que as suas ações sejam negociadas entre os 44 e os 50 dólares, o que avaliaria a empresa em cerca de 90 mil milhões de dólares (cerca de 80,4 milhões de euros). A entrada em bolsa vai obrigar a Uber a apresentar contas publicamente, abrindo a porta a um maior conhecimento sobre uma empresa que nos últimos anos só se sabe que internamente tem reportado perdas significativas.

Trump impõe tarifas à China?

As relações entre os Estados Unidos e a China têm tido altos e baixos desde que Donald Trump chegou ao poder, mas no que às relações comerciais diz respeito os baixos são muito mais frequentes que os altos. Membros do governo chinês estão em Washington para tentar negociar um acordo comercial com a Casa Branca, mas ensombrados pela ameaça de Donald Trump de aumentar de 10% para 25% as taxas sobre 200 mil milhões de dólares de importações chinesas. O governo chinês prometeu retaliar, como o fez no passado, caso Trump volte a tomar uma decisão neste sentido. Mas o presidente norte-americano, que diz ter recebido “uma carta muito simpática do Presidente Xi”, admitiu esta quinta-feira que um acordo ainda pode vir a acontecer.

Joe Berardo ouvido na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos

Às 14h30, Joe Berardo começa a dar explicações aos deputados da segunda comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos. Um dos nomes mais referidos durante as audições, Joe Berardo poderá ter de dar explicações sobre os empréstimos que lhe foram dados pela Caixa Geral de Depósitos sem as garantias adequadas para a compra de ações do BCP e as renegociações destes créditos. As operações com Joe Berardo levaram a perdas significativas para o banco público.

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A cinco meses do fim da legislatura, é isto que os sindicatos ainda querem do Governo de António Costa

A menos de seis meses do fim da legislatura, os trabalhadores afetos à Frente Comum saem à rua. Têm em mente uma dezena de reivindicações e garantem que ainda há tempo para as satisfazer.

Com as eleições europeias à porta e a menos de seis meses das eleições legislativas, os funcionários públicos afetos à Frente Comum saem à rua, esta sexta-feira, em manifestação. A dirigente do sindicato já disse esperar a adesão de “milhares” de trabalhadores e, ao ECO, garantiu mesmo que o Executivo de António Costa tem ainda tempo e dinheiro para dar resposta às reivindicações pelas quais se estará a lutar esta tarde. “É preciso é vontade política”, frisa Ana Avoila.

De aumentos salariais à reposição dos 25 dias de férias, são muitas as medidas que os funcionários públicos continuam a exigir ao Governo. Ao fim de quatro anos, o Executivo já procedeu à reversão dos cortes salariais, ao descongelamento das carreiras, à reposição das 35 horas de trabalho semanais, à integração dos precários e à subida da base remuneratória, mas a pouco mais de cinco meses do fim da legislatura ainda são vários os pedidos dos sindicatos por satisfazer.

Há recursos para concretizar essas exigências? “O Governo tem dinheiro e não pode dizer que não, porque os indicadores macroeconómicos do país falam por si”, salienta Ana Avoila. A dirigente acredita que o “problema” não está, portanto, na escassez desse tipo de recursos, mas na cativação das verbas que são “tão necessárias” aos trabalhadores.

E sobre se ainda há tempo para que o Executivo de António Costa possa satisfazer essas reivindicações, a sindicalista reforça: “O Governo tem tempo. É preciso ficar claro que esta manifestação não é ponderada porque estamos em campanha eleitoral. É porque os trabalhadores criaram expectativas e ainda há tempo nesta legislatura para as cumprirem“.

Confiantes no calendário e na existência de recursos financeiros, os trabalhadores afetos à Frente Comum saem esta sexta-feira à rua, depois de em fevereiro terem marcado uma greve geral. O que estará pintado nos seus cartazes? Uma dezena motivos de reivindicação, com os aumentos salariais a assumir a dianteira.

A Frente Comum insiste num aumento remuneratório de 60 euros para os trabalhadores que ganham menos de 1.500 euros e uma subida salarial de 4% para quem ganha mais do que esse valor. “Não é muito, porque é diferido em dez anos”, defende Ana Avoila, referindo que há uma década que os funcionários públicos não têm valorizações remuneratórias.

O sindicato defende ainda que a primeira posição da Tabela Remuneratória Única (TRU) passe para 650 euros, colocando-se ao lado da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) na defesa desse mesmo valor para salário mínimo nacional.

Por falar na TRU, a Frente Comum exige que a tabela seja revista, especialmente porque a elevação da base remuneratória a que procedeu o Executivo no início do ano criou “distorções” e deixou os trabalhadores com dez anos de carreira a ganhar o mesmo que aqueles que comecem a trabalhar hoje.

Recorde-se que o Governo fez da quarta posição da TRU a nova base remuneratória, aumentando o “salário mínimo” da Função Pública para 635 euros. Todos os trabalhadores abrangidos por esta aceleração, e que já tinham acumulado pontos para progredir, viram os seus créditos apagados, ficando todos no mesmo nível, apesar da diferença de antiguidades.

Face a esta situação, a Frente Comum exige a revisão da TRU e a reversão desse “apagão” dos pontos, já estando a circular uma petição no sentido de levar a Assembleia da República a apreciar o decreto-lei aprovado pelo Governo.

Questionada sobre se é possível proceder a esses aumentos e revisões nos cinco meses até ao final da legislatura, Ana Avoila diz: “Isso num mês faz-se. O que é preciso é vontade política”.

Mais pessoal e revogar SIADAP

“A Administração Pública está com uma falta de pessoal enorme”, denuncia Ana Avoila, considerando que os concursos para dar resposta a esta matéria podem ser feitos de forma rápida e não necessariamente da forma tão burocrática como têm sido feitos. “Estamos com uma carência muito grande de pessoal. Temos todos as 35 horas, sim, mas a maioria dos trabalhadores não está a fazer 35 horas; continua a trabalhar 38, 39 e 40 horas“, lamenta a sindicalista, exigindo o reforço dos recursos humanos.

Já no que diz respeito ao sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP), a Frente Comum apela à sua revogação, porque é “um sistema muito injusto” que até já não existe nos demais países da União Europeia. Ana Avoila explica que as quotas para a avaliação (que condicionam a atribuição das notas superiores) criam “uma divisão muito grande entre as pessoas”, sendo necessária a sua eliminação.

Além destas reivindicações, o sindicato que promove a manifestação desta tarde defende o aumento do subsídio de refeição, a alteração da legislação dos acidentes em serviços, a conclusão do Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP) (já foram apreciados 32 mil pedidos, dos quais 72% receberam parecer favorável) e a reposição dos 25 dias de férias. “Não faz sentido que não se retomem os 25 dias de férias na Administração Pública”, diz Avoila.

Tudo somado, a sindicalista sublinha que este Governo teve a possibilidade inédita de fazer certos avanços em prol dos trabalhadores e tomou outra “opção”. Na próxima segunda-feira, o Executivo volta a sentar-se à mesa com os sindicatos, mas ainda não lhes adiantou o que será o tema das negociações. Certo é, diz Avoila, que não haverá “disponibilidade” para discutir aumentos salariais, o que neste momento é a prioridade da luta.

Da parte do Governo, as palavras sobre esta matéria são poucas, mas até são otimistas: “Acreditamos que, neste Programa de Estabilidade, existem graus de liberdade suficientes para que a evolução dos salários na Função Pública, nos próximos quatro anos, retome a sua total normalidade; ou seja, para que se criem condições para que os aumentos salariais normais numa relação laboral possam ser realidade no futuro em Portugal”. Uma atitude que os sindicatos já consideraram “inadmissível”.

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✅ Quiz: Acha que sabe tudo sobre a crise dos professores?

A recuperação do tempo "perdido" pelo professores deu muito que falar nos últimos dias. Acha que está a par de todos os detalhes desta história? Ora teste.

A recuperação integral do tempo “perdido” pelos docentes vai ser votada, esta sexta-feira, no Parlamento, depois de uma semana em que este assunto muito deu que falar e muita tinta fez correr.

Depois de terem votado na especialidade estas propostas, as bancadas parlamentares vão voltar a expressar em plenário as suas posições. À esquerda, espera-se um redondo “sim” à contabilização dos nove anos, quatro meses e dois dias congelados, mas à direita esse voto favorável só deverá acontecer se forem aprovadas salvaguardas financeiras. Já o PS está totalmente contra esta possibilidade.

Passou a última semana atento às notícias e acha mesmo que está a par de todos os detalhes desta história? Ora teste.

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Acha que sabe tudo sobre a crise dos professores?

Os deputados do PSD, CDS, BE e PCP aprovaram na especialidade a recuperação integral do tempo de serviço "perdido" dos professores. Em reação, o primeiro-ministro ameaçou demitir-se e fez explodir uma crise política, que promete terminar esta sexta-feira. Acha que está a par de todos os detalhes desta história? Ora teste.

1 / 7

O diploma aprovado pelo Governo prevê a recuperação de quanto tempo de serviço dos professores?

2 / 7

A proposta aprovada na Comissão de Educação prevê a recuperação de quanto tempo de serviço dos professores?

3 / 7

Na especialidade, que partidos votaram a favor da proposta de reposição integral do tempo "perdido" pelos professores?

4 / 7

Quanto é que custa a recuperação integral do tempo congelado das carreiras especiais, segundo as contas do Governo?

5 / 7

Perante a aprovação na especialidade da recuperação integral do tempo congelado, o que fez o primeiro-ministro?

6 / 7

Face ao ultimato do primeiro-ministro, que partidos decidiram recuar?

7 / 7

Depois do PCP rejeitar os apelos da Fenprof para viabilizar as salvaguardas financeiras da direita, o que fez Mário Nogueira?

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Serviços da Segurança Social não se entendem sobre coimas a aplicar aos trabalhadores independentes

Os trabalhadores independentes que não entregaram a declaração trimestral de rendimentos arriscam uma coima entre 50 euros e 250 euros, mas os serviços têm dúvidas sobre como aplicá-la.

Se é trabalhador independente e falhou o prazo para a entrega da declaração de rendimentos referente ao primeiro trimestre do ano, poderá agora ser alvo de uma coima entre 50 e 250 euros. É isso que diz a lei, mas as repartições responsáveis por estes casos têm dúvidas quanto à aplicação dessas penalizações, dizendo não saber quando será exigido esse valor. O ECO tentou esclarecer esta situação através da linha de atendimento criada especificamente para informar quem passa recibos verdes, que disse que essas coimas não são uma “certeza” e que, por agora, não há “previsões” para a sua atribuição.

O regime dos trabalhadores independentes mudou em janeiro. Uma das alterações mais relevantes foi a substituição da declaração anual de rendimentos por quatro declarações trimestrais. Isto de modo a “aproximar o rendimento relevante do rendimento efetivo” dos trabalhadores, uma vez que o modelo anterior era “insensível” às variações do rendimento durante o ano.

Foi em janeiro que os trabalhadores que passam recibos verdes tiveram de apresentar a sua primeira declaração trimestral, dessa vez referente aos rendimentos obtidos em outubro, novembro e dezembro de 2018. No mês de abril, decorreu o período para a entrega da segunda declaração trimestral de 2019, referindo-se agora aos rendimentos recebidos em janeiro, fevereiro e março.

O prazo para cumprir essa obrigação declarativa (da qual estão livres apenas os trabalhadores isentos de contribuições para a Segurança Social e aqueles que, tendo contabilidade organizada, escolheram manter a entrega anual da declaração de rendimentos) terminou a 30 de abril, podendo o trabalhador ainda enviar até dia 15 de maio uma declaração retificativa.

Por outro lado, caso a declaração devida não tenha sido entregue, a Segurança Social emitirá um documento oficioso de cobrança no valor da contribuição mínima (que passou a estar fixada nos 20 euros mensais) e aplicará uma coima, efetuando-se um acerto mais tarde.

De notar que a 1 de fevereiro, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social explicou isso mesmo: “No caso dos trabalhadores independentes que deviam ter entregado a declaração trimestral e não o fizeram, será efetuado um apuramento oficioso para pagamento da contribuição mínima de 20 euros mensais nos meses de fevereiro, março e abril. A estes trabalhadores será aplicada contraordenação por incumprimento da obrigação declarativa”.

Consciente destas regras e tendo falhado a entrega da segunda declaração trimestral, a trabalhadora independente Maria Jorge dirigiu-se à repartição da Segurança Social das Caldas da Rainha, no dia 3 de maio, para esclarecer a questão.

Ao ECO, a trabalhadora diz que lhe atribuíram a contribuição mínima (os tais 20 euros), mas disseram não saber “o valor” da coima a aplicar, nem quando será aplicada, nem como poderá ser feito o pagamento. “A funcionária ligou para os serviços distritais de Leiria”, acrescenta, garantindo que a resposta foi a mesma: “Não sabemos”. “Nota-se imensa frustração”, sublinha Maria Jorge, referindo que “não foi dada formação com pés e cabeça” sobre estas novas regras.

O ECO tentou em duas ocasiões distintas obter mais esclarecimentos sobre esta situação através da linha de atendimento da Segurança Social, mas recebeu de ambas as vezes respostas pouco produtivas. “Ainda não há indicações” sobre a aplicação da coima, disse da primeira vez a funcionária que prestou explicações, referindo apenas que o acerto de contas será feito no início do próximo ano, quando se compararem as declarações trimestrais e a declaração anual, que deverá ser enviada no final de 2019.

“Pode haver a atribuição de uma coima, não quer dizer que haja”, respondeu a segunda funcionária questionada pelo ECO. Desta vez, a trabalhadora disse que os serviços ainda “não têm previsões” para a aplicação dessas penalizações, já que os casos serão analisados individualmente, consoante o “histórico” do visado.

O ECO confrontou ainda o Ministério de Vieira da Silva com esta situação, que disse não haver “qualquer tipo de dúvidas sobre as contraordenações”. “É aplicável o que está na lei”, disse fonte do Governo, remetendo para a página 13 do Guia Prático, na qual se lê: “A falta de apresentação da declaração trimestral constitui contraordenação leve, punível com coima de 50 euros a 250 euros, nos termos do n.º 1 do artigo 233.º do Código dos Regimes Contributivos”. Sobre o prazo para a aplicação dessa coima, nem uma vírgula.

No que diz respeito às respostas dadas pelos funcionários da linha de atendimento criada especificamente para informar os trabalhadores independentes, a mesma fonte disse: “Os funcionários da linha não sabem, porque não têm efetivamente de o saber, quando é que as cartas com as notificações das contraordenações são enviadas aos beneficiários”.

No final de abril, o ECO já tinha pedido ao Ministério da Segurança Social o balanço de quantos trabalhadores independentes tinham sido efetivamente alvo de coimas, por terem falhado a entrega da primeira declaração, remetendo o Governo para um balanço futuro.

Ao ECO, a trabalhadora independente Maria Jorge avança agora que foi informada pelos serviços que as pessoas que em janeiro não entregaram a declaração trimestral ainda não receberam sequer a nota para pagar a coima. Perante esta situação, a trabalhadora decidiu enviar um email para a Segurança Social, a afirmar que tinha tentado pagar a coima no início de maio, para evitar que a penalização toque o limite máximo (os 250 euros referidos), mas não recebeu resposta até então.

O ECO sabe que outros trabalhadores independentes nesta mesma situação estão a pagar a contribuição ajustada aos seus rendimentos, “ignorando” os 20 euros exigidos pela Segurança Social e enviando depois um email a explicar a situação para demonstrar vontade imediata de resolver a “falha”.

Recorde-se que, em janeiro, vários foram os jornais escreveram que quem falhasse a entrega da declaração trimestral teria um prazo de cinco dias para a entregar, depois de ter recibo o documento oficioso da Segurança Social.

Segundo essas explicações dadas pela secretária de Estado da Segurança Social e citadas, por exemplo, pelo Jornal de Negócios, a coima só seria aplicada se, findos esses cinco dias, o incumprimento continuassem por resolver. “O prazo de 15 dias após o final do prazo normal é para corrigir a declaração entregue. Ora, se o trabalhador não entregou nenhuma, não terá nada para corrigir”, esclareceu entretanto o Governo, questionado pelo ECO.

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Quando o seguro de trotinete não cobre…

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2019

As trotinetes estão na moda, mas são muitos os casos em que, por descuido do utilizador, o seguro não cobre eventuais acidentes com os práticos veículos.

Apesar de os operadores se encontrarem obrigados a deter um seguro de acidentes pessoais responsabilidade civil há muitas situações que não são cobertas em caso de acidente.

“Estas situações podem levar os utilizadores destes veículos a perderem o benefício da cobertura do seguro de acidentes pessoais e podem também ser usadas pela seguradora para se recusar a pagar indemnizações no âmbito do seguro de responsabilidade civil contra terceiros por danos causados por acidentes com esses veículos”, avisa Paulino Brilhante Santos, especialista em Direito dos Transportes da Valadas Coriel & Associados, citado pelo Dinheiro Vivo.

Imagine-se que o utilizador, não verificou, antes de a utilizar o bom estado de funcionamento da trotinete, testando as luzes e os travões. Se tiver um acidente originado por deficiência na travagem o operador não assume a responsabilidade e a seguradora não poderá ajudar o condutor lesado. Este um dos exemplos dados no texto.

É habitual vermos trotinetes a circular no passeio, dando provas da sua versatilidade. Ora, se o acidente se der no passeio, nem o operador assume a responsabilidade nem haverá cobertura por parte da seguradora. Sobrepõe-se o Código de Estrada, que equipara bicicletas e trotinetes elétricas até 25 km/hora a velocípedes, devendo, nessa qualidade, circular nas estradas, encostadas à direita, ou nas ciclovias, se existirem.

O uso e capacete não é obrigatório, de acordo com a ANSR – Autoridade de Segurança Rodoviária – mas a sua não utilização pode ser considerado pela seguradora um fator de exclusão da sua responsabilidade.

As trotinetes são frequentemente utilizadas por duas pessoas, excluindo pelo uma delas do seguro e podendo mesmo invalidar a cobertura caso se prove que o acidente foi gerado por excesso de ocupantes.

Outro dado a ter em conta, ilustrado por um caso muito referido ultimamente nos órgãos de comunicação social, é a taxa elevada de alcoolemia ou o consumo de substâncias psicotrópicas, os quais descartam a seguradora de responsabilidades por eventual acidente.

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O que trazem as insurtechs

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2019

As startups tecnológicas do sector segurador, as insurtechs, captam milhares de milhões em investimento e também cada vez mais o interesse das grandes empresas do sector.

As startups no setor segurador atraíram milhares de milhões de euros de investimento nos últimos anos. Tiram partido da digitalização fornecendo algoritmos, em sites e aplicativos, capazes de abreviar a contratualização de um seguro, em que os subscritores obtêm uma cobertura à sua justa medida.
As insurtechs (nome que combina seguros e tecnologia), segundo um estudo da consultora Deloitte divulgado neste ano, utilizam as plataformas digitais e a automação para reduzir os custos de aquisição de clientes e melhorar a oferta de planos com base em dados. Tudo para tentar reverter um lento crescimento do mercado mundial de seguros que já persiste há mais de dez anos, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico.
Desde 2013, foram registadas mais 972 unidades entre as empresas do ramo, de acordo com a consultora americana CB Insights, citada pela Exame Brasil.
Do total, 460 negócios foram fechados só em 2017 e 2018, foram fechados 460 negócios envolvendo mais de 5 mil milhões de euros. A história lembra a das ‘fintechs’, startups que viraram o setor bancário de cabeça para baixo. Mas, em vez de brigar com as grandes companhias já estabelecidas, a revolução das ‘insurtechs’ é diferente: colaborar com as seguradoras tradicionais é fundamental. “As startups de seguros não substituirão as grandes tão cedo. Elas vão trazer inovações nas vendas e explorar outros processos que hoje são ineficientes”, diz José Prado dos Reis, presidente da Insurtech Brasil, empresa que organiza eventos na área.
As insurtechs não vêm concorrer com as grandes seguradoras estabelecidas, mas colaborar com elas. Uma condição fundamental ao seu negócio. Trata-se um mercado em que não há grande espaço e as startups tecnológicas do setor constataram que, muitas vezes, as grandes seguradoras não retiram toda a experiência do consumidor. Especializaram-se em segmentos de mercado, como a vistoria, a análise e a precificação.
Cedo as grandes empresas começaram a investir nos recém-chegados. De acordo com a S&P Global, que integra a agência de rating, que 14 grandes seguradoras financiaram ou tomaram capital em startups do setor em 2017. Estas contribuem com soluções em várias áreas, desde a oferta online de seguros, comparando as propostas de seguradoras, ao rastreio de carros roubados, através de imagens captadas em câmaras espalhadas pela cidade, à análise de documentos.
A canadiana Chisel AI utiliza inteligência artificial para agilizar a análise de documentos.
A solução lê 400 vezes mais rápido do que humanos, permitindo a uma corretora ser mais eficiente. A ideia obteve, em Janeiro deste ano, o 1º lugar num concurso de ‘insurtechs’ da Zurich. “Os problemas das seguradoras já existiam, mas não era possível resolvê-los só contratando mais pessoas. Com as evoluções técnicas recentes, podemos contar com a tecnologia”, diz Ron Glozman, fundador da Chisel AI.

A consultora britânica PwC mostrava, numa pesquisa efetuada em 2017, que 46% das grandes seguradoras trabalhavam com as ‘insurtechs’.
Outro estudo mais recente, da consultora francesa Capgemini, concluiu que, atualmente, 96% das empresas tradicionais de seguros planeiam fazer parcerias com as startups tecnológicas do setor segurador e 76% delas querem contratá-las.

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Cabral no regulador dos seguros

Margarida Corrêa de Aguiar e de Manuel Caldeira Cabral foram designados esta quinta-feira para os cargos de presidente e vice-presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira os nomes de Margarida Corrêa de Aguiar e de Manuel Caldeira Cabral para os cargos de presidente e de vice-presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
“O Governo procedeu à designação de Margarida Corrêa de Aguiar e Manuel Caldeira Cabral para os cargos de presidente e vice-presidente do conselho de administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões“, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.
“A idoneidade, competência técnica, aptidão, experiência profissional e formação adequadas dos designados são reconhecidas pelo parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção da Administração Pública (CReSAP) e pelo relatório da comissão competente da Assembleia da República”, acrescenta.

Ambos os nomes tinham sido aprovados esta terça-feira pela Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), embora os deputados tenham deixado algumas reservas sobre a eventual incompatibilidade de Margarida Corrêa de Aguiar para o exercício de funções no regulador do setor dos seguros.
A antiga secretária de Estado da Segurança Social de Bagão Félix foi ouvida naquela comissão no passado dia 4 de abril e durante a sessão foram levantadas dúvidas quanto à independência face ao Banco de Portugal (onde ainda é consultora) e também quanto ao facto de ser beneficiária do Fundo de Pensões do Banco de Portugal (que vai passar a supervisionar).
“No exercício das minhas funções ficarei de fora de temas que tenham que ver com o fundo de pensões do Banco de Portugal ou matérias adjacentes. Ficarei de fora desse tipo de situações. Ficará claro na distribuição de funções na ASF, o que é um primeiro passo para essa separação das águas”, respondeu Margarida Corrêa de Aguiar aos deputados.

Apesar das dúvidas, o relatório da audição de Margarida Corrêa de Aguiar, que foi aprovado esta semana, deu parecer favorável: “Das respostas dadas às questões formuladas, bem como da análise e escrutínio da sua nota curricular a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa considera que a Dr.ª Maria Margarida de Aguiar reúne os requisitos necessários para o desempenho da função”, lê-se no documento que teve como relator o deputado socialista Nuno Sá.
Margarida Corrêa de Aguiar substitui assim José Almaça na liderança do regulador dos seguros, que desde setembro passado passou a supervisionar as grandes associações mutualistas.
Aliás, este será um dos primeiros dossiês que a nova presidente vai ter de lidar: a avaliação da idoneidade de Tomás Correia e os outros 22 dirigentes que foram eleitos para os órgãos sociais da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) no passado mês de dezembro e cujo processo se encontra já em andamento.
(Notícia atualizada às 15h14)

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Uber capta 8,1 mil milhões no IPO. Vende ações a 45 dólares

A procura superou a oferta, mas o preço ficou abaixo do esperado. Após o IPO, a tecnológica chega esta sexta-feira a Wall Street.

A Uber captou 8,1 mil milhões de dólares na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) desta quinta-feira. Antes de entrar na bolsa de Nova Iorque na próxima sessão, vendeu 180 milhões de ações a 45 dólares por cada título.

A procura superou a oferta, mas o preço ficou abaixo do esperado, de acordo com dados divulgados pela Bloomberg. O intervalo estimado pelos analistas para o preço por ação situava-se entre os 44 e os 50 dólares por ação. Será ainda assim a maior entrada em Wall Street em sete anos, ficando acima do Facebook.

Face ao valor das ações no IPO, a tecnológica detentora de uma plataforma de transporte de passageiros chega à bolsa avaliada em 75,5 mil milhões de dólares, de acordo com a Bloomberg, ou em 82 mil milhões de dólares, segundo a Reuters e o Wall Street Journal. A avaliação feita, no ano passado, pelos bancos de investimento à tecnológica era de 120 mil milhões.

Criada há dez anos, a empresa registou um prejuízo de 1,8 mil milhões de dólares (excluindo os ganhos extraordinários da vendas de unidades na Rússia e na Ásia).

O IPO da Uber acontece numa altura de turbulência nos mercados financeiros, devido ao agravamento da guerra comercial entre a China e os EUA. A concorrente direta Lyft já desvalorizou 23% desde que entrou também na bolsa de Nova Iorque, no final de março.

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