Pandemia já matou quase oito mil pessoas e infetou mais de 190 mil

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Coronavírus já infetou desde dezembro 194 mil pessoas e o número de mortes subiu para 7.873. A pandemia já chegou a mais 150 páises, sendo a China, Itália, Irão, Espanha e França os mais afetados.

O novo coronavírus já infetou desde dezembro 194 mil pessoas e o número de mortes subiu para 7.873, segundo um balanço da AFP às 09h00 desta quarta-feira.

A AFP refere que foram registadas 194 mil contaminações em 150 países e territórios desde dezembro.

Desde o último balanço às 17:00 de terça-feira, foram registadas 60 novas mortes e 4.321 casos registados em todo o mundo.

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, registou um total de 80.894 casos, incluindo 3.237 mortes e 69.601 recuperações. Foram anunciados 13 novos casos e 11 novas mortes entre terça-feira e hoje.

Em outras partes do mundo, foram registadas até às 09:00 um total de 4.636 mortes (49 novas) para 113.113 casos (4.308 novas).

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão com 988 mortes (16.169 casos), Espanha com 491 mortes (11.178 casos) e França com 175 mortes (7.730 casos).

Desde as 17:00 de terça-feira, a Moldávia e a Turquia anunciaram as primeiras mortes ligadas ao vírus. Quirguistão, Montenegro, Djibuti e Gâmbia anunciaram o diagnóstico dos primeiros casos.

A Ásia totalizou 93.766 casos (3.383 mortes), Europa 73.517 casos (3.353 mortes), no Médio Oriente 18.033 casos (1.004 mortes), Estados Unidos e Canadá 6.324 casos (104 mortes), 1.222 casos na América Latina e nas Caraíbas (nove mortes), 576 casos na Oceânia (seis mortes) e 569 casos na África (14 mortes).

Este balanço da AFP foi elaborado com dados recolhidos junto das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 150 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou na terça-feira o número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.

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Construção exige apoios extraordinários face ao coronavírus. Estima impacto direto de 493 milhões

  • Lusa
  • 18 Março 2020

“Num cenário de suspensão das obras, a tesouraria das empresas de construção sofre um impacto direto estimado em 493 milhões de euros, gerando uma crise de liquidez imediata", diz o setor.

O setor da construção exige “medidas extraordinárias” de apoio face ao coronavírus, estimando que a suspensão das obras terá um impacto direto de 493 milhões de euros na tesouraria das empresas e gerará uma “crise de liquidez imediata”.

“Num cenário de suspensão das obras, a tesouraria das empresas de construção sofre um impacto direto estimado em 493 milhões de euros, gerando uma crise de liquidez imediata, com impacto transversal que seria um verdadeiro desastre económico e social”, avisam as associações dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e de Empresas de Construção e Obras Publicas e Serviços (AECOPS) num comunicado divulgado esta quarta-feira.

Segundo sustentam, “numa primeira estimativa, tendo por referência os dados relativos ao mês de março de 2019, a paralisação da atividade geraria uma redução de 1,77 mil milhões de euros no volume de negócios, mantendo-se uma despesa mensal a suportar de 435 milhões de euros relativos aos encargos com salários e remunerações dos 306 mil trabalhadores atualmente registados ao serviço das empresas de construção”.

A este valor “haverá ainda que acrescer 58 milhões de euros de encargos mensais de financiamento destas empresas junto do setor financeiro”. “Num cenário de paralisação das obras, o setor sofrerá um impacto desastroso nas empresas e nos postos de trabalho que assegura”, advertem por isso as associações patronais, segundo as quais no setor “qualquer paragem da atividade gera um efeito imediato de suspensão dos pagamentos”.

É que, conforme explicam, “regra geral as empresas de construção não têm stocks para venda durante o período de crise, nem existe a possibilidade de colocar os trabalhadores em regime de teletrabalho”, pelo que “o efeito na tesouraria deste tecido empresarial é uma realidade incontornável e muito significativa”.

Neste contexto, a AICCOPN e AECOPS querem ver implementadas “medidas imediatas orientadas para a gestão de tesouraria e de recursos humanos”, designadamente o “acesso sem burocracias e regras desnecessárias às linhas de crédito Covid-19 e ao regime de ‘lay-off’ simplificado”, a “suspensão por dois meses das obrigações fiscais e contributivas” e a suspensão “no imediato” do pagamento do IVA e das contribuições para a Segurança Social.

Ainda reclamada é “uma moratória, por um prazo de três meses, das dívidas das empresas à banca, no âmbito dos contratos de crédito em curso” e o “pagamento imediato a todos os fornecedores do Estado, independentemente dos prazos de pagamento contratualmente definidos e/ou constantes da faturação dos respetivos bens e serviços”.

As construtoras exigem também o “adiantamento do pagamento pelos donos de obra pública de parte ou da totalidade dos trabalhos não executados, nos termos do plano de trabalhos aprovados, decorrentes da suspensão das obras por efeitos da atual crise”, assim como a “possibilidade de recurso a modalidades de ‘factoring’ junto do sistema financeiro para trabalhos contratados, previstos e não executados”.

Segundo as associações, estas medidas “visam proteger as empresas e os seus trabalhadores, mitigando os danos económicos e sociais desta situação totalmente extraordinária”, tratando-se de “apoios transitórios que podem ser, em larga medida, geridos numa lógica de gestão de tesouraria”.

“A fileira da construção e do imobiliário, responsável por mais de 600 mil trabalhadores, dos quais mais de metade se encontram ao serviço das empresas de construção, vai desempenhar um papel central na tarefa de reconstruir a economia portuguesa, pelo que é necessário de imediato dotar as empresas de instrumentos que lhes permitam fazer face às dificuldades atuais e que, lamentavelmente, se perspetivam para os próximos meses”.

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“Tão importante quanto o anúncio das medidas é que elas cheguem rápido”, diz António Saraiva

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal defende que, para fazer face à pandemia, é preciso remover os obstáculos burocráticos.

Depois de o Governo apresentar o pacote de estímulos para fazer face à pandemia do novo coronavírus, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) vem alertar que “tão importante quanto o anúncio das medidas é que elas cheguem rápido”. António Saraiva defende ainda que é preciso remover os obstáculos burocráticos.

As medidas “somam às anunciadas e vêm responder a situação”, mas é essencial a “rapidez da execução”, nota António Saraiva, em declarações à RTP 3. O presidente da CIP aponta, como exemplo, que a linha de crédito de 200 milhões anunciada pelo Governo na semana passada, “ainda não está operacional”.

“Há que remover obstáculos burocráticos, remover a complexidade e excessiva regulamentação europeia“, argumenta. O Governo adiantou esta quarta-feira que a linha de 200 milhões seria revista e flexibilizada nas condições de acesso. Foi também apresentado um conjunto de linhas de crédito no valor de três mil milhões, para as empresas dos setores mais afetados.

António Saraiva aponta ainda que a banca “não pode deixar de se adequar” à situação. “O sistema bancário são as veias que alimentam a economia, tem de estar mais do que nunca a bombar o sangue para que economia se mantenha viva”, defende. Entre as medidas apresentadas pelo Executivo encontra-se também a possibilidade de moratórias de crédito para as empresas.

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“Stay at home”: o desafio português para o mundo se manter em casa

  • Trabalho
  • 18 Março 2020

Armazém Criativo e FES Agency desafiam o mundo a manter-se em casa: criaram comunidade global para combater covid-19.

Duas empresas portuguesas, Armazém Criativo e FES Agency, criaram a comunidade “Stay at home”, um desafio ao mundo para se manter em casa como ferramenta de combate ao coronavírus.

A plataforma online surge como um “facilitador na chamada de atenção” para que as pessoas se mantenham em casa, defendendo uma quarentena voluntária para combater os já mais de 400 infetados pelo covid-19 no nosso país.

A ideia é que, ao estilo do “marked safe” do Facebook, através da hashtag “#stayathome cada pessoa mostre aos seus contactos mais próximos que está em casa e, desta forma, motive a sua rede a fazer o mesmo”.

“Desenvolvemos esta ferramenta para, de uma forma simples, chegarmos às pessoas e utilizarmos as redes sociais como um veículo de propagação de mensagem. Se todos fizermos a nossa parte, mais rapidamente conseguiremos ultrapassar este momento – parte da solução pode ser a comunicação”, explica Liliana Castro, CEO da FES Agency, citada em comunicado.

“Enquanto agência estamos focados em continuar a ser uma fonte de criatividade e não uma fonte de contágio. Isolamo-nos voluntariamente nas nossas casas, desde o início da declaração de pandemia, por percebermos a gravidade da situação. Esperamos que o maior número de pessoas entenda também isto o mais rapidamente possível e #stayathome por si e por toda a comunidade“, referem os sócios fundadores do Armazém Criativo.

A plataforma está, a partir desta quarta-feira, online.

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Portugal emite mil milhões em dívida de curto prazo. Falha meta e obtém juro mais alto

Os juros da dívida portuguesa têm vindo a subir em mercado secundário devido aos receios do impacto do coronavírus. Em mercado primário, os custos de financiamento seguiram a mesma tendência.

Portugal registou juros mais elevados para emitir, esta quarta-feira, dívida pública de curto prazo e falhou o total indicativo para o leilão. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses, numa altura de forte volatilidade nos mercados financeiros devido ao surto de coronavírus.

No caso do prazo mais longo, ou seja, as BT a 12 meses, o IGCP colocou 405 milhões de euros em títulos, com uma taxa de juro de -0,101%. Apesar de continuar a ser negativa, esta taxa representa uma forte subida face os -0,482% do último leilão com a mesma maturidade, realizado a 15 de janeiro.

Já nas BT com maturidade mais curta, a seis meses, o Tesouro emitiu 595 milhões com um juro de -0,089%. No último leilão comparável, também em janeiro esta taxa tinha-se situado em -0,487%.

As circunstâncias são, no entanto, diferentes agora do que eram então. A pandemia de coronavírus tem levado os investidores a afastarem-se de dívidas vistas como mais arriscadas, em detrimento de refúgios, enquanto as quedas nas bolsas têm limitado a liquidez nos mercados. Nos últimos dias, a yield das obrigações do Tesouro português tem refletido exatamente esse panorama, tendo subido para mais de 1,5%, o que não acontecia desde fevereiro do ano passado.

Neste cenário, a procura por BT no leilão desta quarta-feira afundou, levando a que a agência liderada por Cristina Casalinho emitisse apenas mil milhões de euros, enquanto o montante indicativo situava-se entre 1.250 e 1.500 milhões. Nos bilhetes a 12 meses, a procura ficou 1,26 vezes acima da oferta (em comparação com 1,78 vezes, em janeiro), enquanto nos bilhetes a seis meses foi 1,13 vezes superior (face a 2,24 vezes no último leilão).

(Notícia atualizada às 11h00)

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As sete medidas do pacote de nove mil milhões anunciado pelo Governo

O pacote apresentado pelo Governo para fazer face à pandemia prevê linhas de crédito para as empresas dos setores mais afetados e a flexibilização dos pagamentos ao Fisco e à Segurança Social.

Os ministros de Estado, da Economia e da Transição Energética, Pedro Siza Vieira (E), e do Estado e das Finanças, Mário Centeno (D), falam durante a conferência de imprensa conjunta para anúncio de novas medidas de apoio ao rendimento das famílias e da atividade das empresas, e também na área do trabalho a nível europeu, no Ministério das Finanças em Lisboa, 18 de março de 2020.TIAGO PETINGA/LUSA

O Governo anunciou um pacote de estímulos para a economia para fazer face à pandemia do novo coronavírus, que tem um valor de aumento da liquidez imediata das empresas e dos trabalhadores independentes de 9.200 milhões de euros. Prevê linhas de crédito para as empresas dos setores mais afetados, flexibilização dos pagamentos ao Fisco e à Segurança Social e medidas no sistema bancário.

Do conjunto de medidas apresentadas pelo Governo, 3 mil milhões de euros dizem respeito às linhas de crédito com garantia, cerca de 5.200 milhões de euros dizem respeito à parte fiscal e mil milhões de euros resultam da parte contributiva, apontou Mário Centeno, na apresentação das medidas.

O pacote foca-se em três objetivos: garantias públicas, na área do sistema bancário e na flexibilização das obrigações fiscais e contributivas. Veja aqui todas as medidas:

  • Linhas de crédito até 3 mil milhões de euros para as empresas. As linhas de crédito disponibilizadas através do sistema bancário com garantia do Estado vão alavancar 3 mil milhões de euros para as empresas. Para restauração e similares a verba será de 600 milhões de euros; para turismo e agências de viagens, animação e organização de eventos, 200 milhões de euros; para hotéis e empreendimentos turísticos será de 900 milhões de euros; e para a indústria de têxtil, vestuário, calçado, extrativas e madeira, a linha é de 1.300 milhões de euros.
  • Linha de crédito dos 200 milhões vai ser flexibilizada. O Governo tinha já anunciado, na semana passada, uma linha de crédito de 200 milhões de euros para a economia, linha essa que será revista e flexibilizada nas condições de acesso. De acordo com o ministro da Economia, o critério que estava previsto– a empresa registar uma quebra de 20% na faturação nos três meses anteriores face ao período homólogo — irá ser eliminado.
  • IVA e retenções na fonte de IRS e IRC poderão ser pagas por empresas e trabalhadores independentes de forma fracionada até seis prestações. O Governo decidiu flexibilizar o pagamento de impostos para as empresas (com volume de negócios até dez milhões de euros em 2018 ou com início de atividade a partir de 1 de janeiro de 2019) e para os trabalhadores independentes, permitindo que, na data de vencimento da obrigação de pagamento, a mesma possa ser cumprida de uma das seguintes formas: “pagamento imediato; ou pagamento fracionado em três prestações mensais, sem juros; ou pagamento fracionado em seis prestações mensais, sendo aplicáveis juros de mora apenas às últimas três”, explicou o ministro das Finanças. Não será necessária qualquer garantia para aceder a estes planos prestacionais. As restantes empresas e trabalhadores independentes podem ter acesso a esta flexibilização, no segundo trimestre, se tiverem registado uma “diminuição do volume de negócios de, pelo menos, 20% na média dos três meses anteriores ao mês em que exista essa obrigação face ao período homólogo”.
  • Flexibilização das contribuições à Segurança Social. As contribuições para a Segurança Social são reduzidas a um terço nos meses de março, abril e maio. O valor remanescente relativo aos meses de abril, maio e junho é liquidado a partir do terceiro trimestre de 2020, em termos similares ao pagamento fracionado adotado para os impostos. Este “alívio” aplica-se de forma imediata às empresas com até 50 postos de trabalho, estando também disponível para as empresas com até 250 postos trabalho, se estas tiverem registado uma redução do volume de negócios de, pelo menos, 20%.
  • Suspensão dos processos de execução. O Governo decidiu suspender, por três meses, os processos de execução na área fiscal e contributiva, que estejam em curso ou que venham a ser instaurados pelas respetivas autoridades.
  • Moratórias no crédito. Centeno anunciou a possibilidade de constituir uma moratória de capital e juros, num trabalho desenvolvido entre Banco de Portugal e o sistema bancário, que o Governo tem acompanhado. Toda legislação necessária para concretizar será aprovada até ao final do mês, sinalizou o ministro.
  • Aumento do máximo dos pagamentos por contactless. Com o objetivo de reduzir o pagamento em numerário e incentivar o uso do cartão, será aumentado o limite máximo dos pagamentos em terminal para cartões sem necessidade de inserção do código pin para 30 euros, em vez dos atuais 20 euros.

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Coronavírus: BMW fecha fábricas na Europa e na África do Sul até 19 de abril

  • Lusa
  • 18 Março 2020

O construtor automóvel alemão espera um impacto "significativo" nos resultados de 2020 e prevê nomeadamente uma "forte descida" dos resultados líquidos antes de impostos.

A BMW vai fechar as suas fábricas na Europa e na África do Sul, que representam metade da capacidade de produção, até 19 de abril, devido à pandemia do novo coronavírus, foi esta quarta-feira anunciado.

O construtor automóvel alemão espera um impacto “significativo” nos resultados de 2020 e prevê nomeadamente uma “forte descida” dos resultados líquidos antes de impostos, para os quais tinha previsto até agora uma forte subida. Em 2019, os resultados líquidos da BMW diminuíram 29% para 5,0 mil milhões de euros.

“A partir de hoje fecharemos as fábricas europeias e nossa fábrica de Rosslyn”, perto da capital Pretória na África do Sul, indicou o presidente executivo da BMW, Oliver Zipse, durante a conferência anual de apresentação de resultados de 2019.

Face a problemas de fornecimento e a uma queda da procura, os compatriotas Daimler e Volkswagen também já anunciaram interrupções da produção, bem como outros grupos do setor, tais como PSA, Renault, Fiat Chrysler, Ford, Nissan e Michelin. “Como para muitos bens, a procura de automóveis vai baixar significativamente”, afirmou Zipse.

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Estivadores do Porto de Lisboa dizem-se impedidos de cumprir requisição civil

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Apesar da requisição civil decretada pelo Governo, o presidente do sindicato dos estivadores garante que dezenas de trabalhadores foram impedidos "pelas empresas" de entrar no Porto de Lisboa.

O presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) denunciou esta quarta-feira que dezenas de estivadores voltaram a ser impedidos “pelas empresas” de entrar no Porto de Lisboa, apesar da requisição civil decretada pelo Governo.

“Os trabalhadores estão a ser impedidos de entrarem nos terminais do Porto de Lisboa para trabalharem. Nós chamámos a Polícia Marítima. Há aqui uma situação de lock out, disse à Lusa António Mariano.

O presidente do SEAL recordou que a resposta do Governo face à greve foi a requisição civil, apesar de os trabalhadores estarem a cumprir os serviços mínimos desde o início da paralisação, sublinhando que apesar da iniciativa do Governo as empresas não permitem a entrada dos estivadores.

“Há uma requisição civil por parte do Governo. Estão a acusar os trabalhadores de se recusarem a trabalhar e de não cumprirem os serviços mínimos, mas desde o início da greve que o sindicato escala todos os trabalhadores para os serviços mínimos para os quais são requisitados e desde terça-feira que assistimos a esta situação”, frisa.

Para o presidente do SEAL a situação é inaceitável porque face à ordem do Governo “na prática” é o sindicato que recebe as requisições para colocar os trabalhadores nos navios elaborando as escalas. Mas, refere, “neste momento” metade dos estivadores do Porto de Lisboa estão a ser impedidos de trabalhar.

“Alguém terá de explicar como é que no meio de uma pandemia (Covid-19) se consegue criar aqui uma situação que para nós é uma “mistificação” de um supostamente incumprimento de serviços mínimos quando o que temos aqui é claramente um lock out por parte das empresas”, acusa.

“A questão é que as empresas que pretendem levar à insolvência abriram companhias paralelas ao lado e aqui reside a questão do despedimento encapotado. Pode ser isto a que estamos a assistir. Não há tentativa de despedimento de 54 pessoas mas sim de todos os estivadores da empresa de trabalho portuário de Lisboa”, disse ainda António Mariano.

O SEAL tenciona emitir ainda esta quarta-feira um comunicado dirigido ao Governo sobre a situação que se vive no Porto de Lisboa.

Para o sindicato, a greve mantém-se inalterada estando a registar-se atrasos nos pagamentos dos salários e verificando-se o incumprimento do acordo de 2018 estando também em cima da mesa a insolvência da A-ETPL, Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa.

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Taxa de inflação desacelera em fevereiro. Portugal tem a terceira mais baixa

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Taxa de inflação anual na zona euro recuou em fevereiro para 1,2%. Portugal regista a terceira taxa mais baixa, contrariamente à Hungria, Polónia e República Checa.

A taxa de inflação anual na zona euro recuou em fevereiro para 1,2% face ao período homólogo, enquanto a da União Europeia (UE) se manteve em 1,6%, com Portugal a registar a terceira mais baixa, divulgou esta quarta-feira o Eurostat.

Os dados divulgados pelo gabinete estatístico da UE, o Eurostat, apontam que, em fevereiro deste ano, a taxa de inflação registada na zona euro foi de 1,2%, percentagem que compara com a de 1,5% no mesmo mês do ano passado e com 1,4% no mês anterior.

Já no conjunto da UE, verificou-se em fevereiro deste ano uma estabilização em 1,6% face ao período homólogo do ano anterior.

Na variação em cadeia, face ao mês anterior deste ano, a taxa de inflação caiu tanto na zona euro, como na UE, após percentagens de 1,4% e de 1,7% verificadas no primeiro mês de 2020.

Portugal foi, em fevereiro deste ano, o terceiro Estado-membro com a taxa mais baixa, ao apresentar uma taxa de inflação de 0,5%, só ultrapassada pela Itália (0,2%) e Grécia (0,4%).

Em sentido inverso, as percentagens mais altas verificaram-se na Hungria (4,4%), Polónia (4,1%) e República Checa (3,7%).

Comparativamente a janeiro deste ano, em fevereiro, a inflação anual caiu em 21 Estados-membros, permaneceu estável num e subiu em cinco.

O Eurostat aponta que, para estes resultados, contribuiu principalmente a inflação na área dos serviços, seguida pelo setor dos alimentos, álcool e tabaco, bens industriais não energéticos e energia.

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Morreu Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta. Foi vítima do coronavírus

Presidente do banco estava internado há vários dias. Faleceu esta quarta-feira, tendo sido vítima do surto de coronavírus.

Morreu António Vieira Monteiro. Presidente do Banco Santander Totta, de 73 anos, estava internado há vários dias numa unidade hospitalar em Lisboa, mas acabou por não resistir à infeção pelo novo coronavírus.

A informação foi avançada em primeira mão pelo Expresso, tendo sido entretanto confirmada pelo ECO junto de fonte oficial do banco atualmente liderado por Pedro Castro e Almeida.

O Santander já confirmou oficialmente a morte de Vieira Monteiro. “Durante a sua liderança, o Banco consolidou e expandiu a sua atividade em Portugal, mantendo em permanência o rigor e a determinação que sempre o caracterizaram”, disse o banco em comunicado. “O legado de António Vieira Monteiro permanecerá sempre connosco“, adiantou ainda.

Pedro Castro e Almeida, que sucedeu a Vieira Monteiro há dois anos como CEO do banco, afirmou: “Durante a liderança de António Vieira Monteiro, da qual tive o privilégio de fazer parte, pude sempre constatar a sua perseverança para tornar o Santander em Portugal numa instituição de referência. Vieira Monteiro era um profundo conhecedor do setor bancário, no qual trabalhou ao longo de várias décadas, tendo contribuído de forma muito relevante para aquilo que o Santander em Portugal é hoje”.

Vieira Monteiro esteve de quarentena no início deste mês depois de ter regressado do norte de Itália, tendo começado a ter sintomas da doença neste período. Segundo o Observador, esteve internado no Curry Cabral, tendo falecido no São José, hospital para onde foi transferido.

O gestor foi, assim, a segunda vítima mortal do Covid-19 em Portugal, depois de na segunda-feira ter sido anunciado pela ministra da Saúde, Marta Temido, a primeira vítima desta pandemia.

Com 73 anos, prestes a fazer 74, Vieira Monteiro não resistiu à infeção pelo coronavírus, surto pandémico que já infetou até ao momento mais de quatro centenas de portugueses, num total de mais de 180 mil pessoas em todo o mundo.

Vieira Monteiro sucedeu a Nuno Amado na liderança dos destinos do Santander em Portugal em 2012. Liderou o banco durante o período da troika, tendo saído do cargo em 2018, ficando a posição de CEO para Pedro Castro e Almeida. Desde então, assumiu a presidência do conselho de administração do Santander.

Antes de chegar a CEO do banco, Vieira Monteiro desempenhava o cargo de administrador executivo do Santander Totta, tendo à sua responsabilidade os pelouros de riscos, recuperações, universidades, desinvestimentos e também o Banco Totta Angola.

Gestores recordam “liderança ativa” de Vieira Monteiro

Perante esta notícia, as reações ao falecimento de Vieira Monteiro já começaram a surgir.

Destacou-se pela “sua prestigiante carreira profissional no setor financeiro”, referiu o Banco de Portugal em comunicado. “Neste momento de perda e de consternação, o governador e os membros do conselho de administração do Banco de Portugal expressam à família o seu mais profundo pesar”.

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) frisou “a longa e brilhante carreira como gestor bancário, que protagonizou com evidentes resultados”. “Muito competente e rigoroso, tinha uma forte personalidade e firmeza de caráter, exercendo uma liderança efetiva. Enquanto membro da Direção da APB, exerceu com todo o empenho e dedicação as suas funções, assumindo posições e dando contributos muito relevantes para o desenvolvimento e fortalecimento do setor bancário nacional”, acrescentou a associação que representa o setor financeiro em Portugal.

Já o banco BCP “lamenta profundamente a morte de António Vieira Monteiro”, lembrando o gestor com um percurso de grande relevância na banca portuguesa, que deixa um legado notável no setor financeiro e na economia“.

“A segunda vítima mortal do Covid-19 foi o chairman do Santander Portugal. Um colega e que geriu tantas crises com sucesso, sucumbiu no início de outra. Lembra-nos F Froes [Filipe Froes, pneumologista]: esta crise vai exigir muito sangue e suor mas também algumas lágrimas. Adeus Vieira Monteiro”, escreveu no Twitter o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho.

Também António Horta Osório, presidente do Lloyds, reagiu: “Foi com enorme tristeza que recebi a notícia da morte do António Vieira Monteiro esta madrugada. (…) O António era um homem com uma personalidade fortíssima, com uma enorme experiência de banca e, em particular, de Crédito e de Empresas. Desempenhou o seu papel no Conselho de forma exemplar, contribuindo assim muito para a afirmação e crescimento saudável do Santander Totta em Portugal”.

Na rádio Observador, Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), considerou que Vieira Monteiro teve uma carreira “brilhante”. Era “um gestor bancário com muitos anos de trabalho no setor, que teve uma carreira que considero brilhante, passando por várias instituições, deixando uma marca e culminando com o trabalho que fez no banco Santander”, considerou.

Faria de Oliveira disse ainda que Vieira Monteiro era uma “pessoa extremamente competente do ponto de vista técnico”, além de “inovadora”, por estar “sempre ao corrente da evolução do sistema bancário”. Por fim, o presidente da associação do setor disse que o chairman do Santander Portugal tinha uma “liderança muito ativa nas instituições”.

Ainda na rádio Observador, Nuno Amado, atual chairman do Millennium BCP e antecessor de Vieira Monteiro na liderança do Santander, reconheceu que Vieira Monteiro “era um excelente profissional de banca, com uma enorme experiência”. “Penso que dos melhores que o país tinha, com uma carreira excecional”, assumiu. Desta forma, Nuno Amado afirmou que “neste momento, é interessante lembrar que houve determinadas escolas bancárias que foram boas escolas para muito boas pessoas, quer do ponto de vista pessoal, quer do ponto de vista profissional”.

Já para Jardim Gonçalves, antigo fundador do BCP, esta foi uma notícia “inesperada” sobre um colega com quem conviveu “especialmente a nível da APB”, apesar de terem estado “sempre em instituições diferentes”. Na associação, tiveram “momentos de trabalhos juntos em relação a determinados problemas que surgiram em todos estes anos”, lembrou.

“Entrei no sistema [bancário] em 1970, ele já estava no sistema a nível diretivo. Há muito pouco tempo tivemos um contacto sobre este tema muito referido da banca portuguesa dominada por instituições estrangeiras. Sempre tivemos uma boa relação e ele mereceu todos os cargos que foi tendo”, disse Jardim Gonçalves.

Ainda mesma rádio, o advogado José Luís Moreira da Silva, que trabalhou com Vieira Monteiro na Caixa Geral de Depósitos, referiu que o colega “trouxe uma dinâmica” ao setor da banca de investimento. “Viu-se uma dinâmica de intervenção no setor empresarial económico e financeiro como nunca se tinha visto antes”, afirmou, concluindo: “Fiquei sempre com essa ideia da liderança de Vieira Monteiro”.

O reitor da Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua, lembra Vieira Monteiro como “um homem que esteve sempre do lado das soluções” e com “um forte sentido de responsabilidade social”. Vieira Monteiro foi, durante oito anos, membro do conselho de Faculdade da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova e era membro do conselho geral da Nova.

(Notícia atualizada às 13h17 com reações à morte de Vieira Monteiro)

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Moratórias de crédito para empresas aprovadas até final do mês

O Governo começou por anunciar as medidas de apoio às empresas, deixando para "depois" apoios concretos para as famílias.

À semelhança do que foi feito em Itália e em Espanha, também em Portugal se vai avançar com moratórias de créditos, como forma de conter os danos para a economia resultantes da pandemia do coronavírus. A legislação que irá permitir adiar ou suspender pagamentos de empréstimos às empresas deverá ser aprovada até ao final do mês de março, avançou o ministro das Finanças. Mas para já a medida restringe-se apenas às empresas. Os apoios para as famílias ficam para mais tarde, disse o ministro da Economia.

Mário Centeno falou na “possibilidade de se constituir uma moratória de capital e juros, num trabalho que está a ser desenvolvido entre o Banco de Portugal e o sistema bancário, e em particular com a APB, que o Governo tem acompanhado”. “Toda a legislação que seja necessária para concretizar esta moratória será aprovada até ao final do mês e avançará de forma efetiva para garantir que neste período temporário de choque todos possamos dar o nosso contributo”, acrescentou.

Em termos legislativos, as medidas implementadas poderão passar por o devedor em falha com o pagamento dos créditos não ser sinalizado como estando em situação de incumprimento. Do lado dos bancos, é possível que os créditos em causa tenham garantias estatais, para minimizar o risco para a banca, e que ao mesmo tempo, não sejam reconhecidos para efeitos de exigências quanto aos rácios de crédito malparado (os chamados “non performing loans”) a que os bancos são obrigados a cumprir.

O ministro das Finanças salientou ainda as medidas que têm sido tomadas ao longo dos últimos dias pelo sistema bancário, referindo-se em concreto à eliminação das taxas mínimas cobradas aos comerciantes nos pagamentos em POS. “Eliminando-se este custo fixo, todos os comerciantes podem passar a aceitar pagamentos através de cartões e meios eletrónicos sem necessidade de estabelecer qualquer valor mínimo”, referiu Mário Centeno.

Salientou ainda que, apesar de se manter pagamento em notas e numerário, “é desejável que o pagamento em numerário reduza ao mínimo indispensável nesta fase“. O ministro das Finanças avançou ainda que no âmbito dos pagamentos, será ainda aumentado o montante máximo permitido para pagamentos com cartões bancários que disponham de tecnologia contactless , que deverá passar para 30 euros. Atualmente, o limite são 20 euros.

Na conferência de imprensa que decorreu esta manhã, os ministros das Finanças e da Economia centraram-se na apresentação de medidas com impacto direto nas empresas e trabalhadores independentes. O ministro da Economia, Siza Vieira, adiantou que no que respeita a medidas concretas para as famílias estas serão anunciadas “depois”.

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Revista de imprensa internacional

Britânicos convertem fábricas para produzir mais ventiladores. Nos Estados Unidos, a compra de armas e munições dispara.

Mais uma vez, o coronavírus domina as manchetes internacionais. No Reino Unido, para fazer frente à necessidade de ventiladores, algumas fábricas vão ser convertidas para produzir o equipamento. O grupo Inditex decidiu suspender os dividendos, pelo menos até julho, devido aos efeitos da pandemia. Pelos Estados Unidos, os cidadãos estão a correr para as lojas de armas, com medo de que as compras sejam restringidas. Por lá, continuam também as primárias democratas, com Joe Biden a ganhar ainda mais terreno na liderança. Veja estas e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

The Guardian

Britânicos convertem fábricas e passam a produzir mais ventiladores

Fabricantes britânicos como a Airbus e a Vauxhall vão passar usar as suas instalações para imprimir em 3D peças para novos ventiladores. Estes equipamentos são urgentes face à propagação de coronavírus também no Reino Unido. Este esforço no sentido da “conversão” das fábricas foi pedido por Boris Johnson e mais de 60 empresas mostraram disponibilidade para produzir 20 mil ventiladores em pouco mais de duas semanas.

Leia a notícia completa na The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Los Angeles Times

Compra de armas e munições dispara nos EUA durante pandemia

As vendas de armas e munições estão a aumentar em muitos estados norte-americanos, nomeadamente na Califórnia, Nova Iorque e Washington, os mais atingidos pelo coronavírus. Mas também houve um aumento nas áreas menos afetadas, com alguns proprietários de armas preocupados que o Governo possa usar seus poderes durante o estado de emergência, declarado por Donald Trump no final da semana passada, para restringir a compra de armas.

Leia a notícia completa no Los Angeles Times (acesso livre, conteúdo em inglês).

Expansión

Inditex tem 287 milhões para enfrentar coronavírus. Suspende dividendos

A Inditex, dona de marcas como a Zara e Massimo Dutti, anunciou a suspensão dos seus dividendos, pelo menos até julho. Para além disso, o grupo espanhol definiu provisões de 287 milhões para lidar com a crise do coronavírus. A pandemia levou ao encerramento temporário de 3.785 das suas lojas, em 39 mercados.

Leia a notícia completa no Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Reuters

Joe Biden mais próximo da nomeação democrata com mais vitórias

Joe Biden alcançou vitórias nas três primárias presidenciais democratas na Florida, Ilinóis e Arizona, expandindo a liderança na corrida para desafiar o atual presidente, Donald Trump, em novembro. Aumenta assim a pressão sobre o rival Bernie Sanders para abandonar a corrida à nomeação democrata.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

The Verge

Uber e Lyft suspendem “carpool” devido ao coronavírus

A Uber e a Lyft estão a suspender os serviços de “carpool“, ou seja, partilha da viagem com outro utilizador, em resposta à nova pandemia de coronavírus. A Uber está suspendeu o Uber Pool nos EUA e no Canadá, após uma expansão da política de licença médica paga para motoristas. Enquanto isso, a Lyft suspende a Lyft Line em “todos os mercados “.

Leia a notícia completa no The Verge (acesso livre, conteúdo em inglês).

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