BCP e Galp atiram Lisboa para terreno negativo

A Galp continua a desvalorizar, depois de ter apresentado prejuízos de 45 milhões. Também o BCP e as papeleiras estão a pressionar Lisboa, na sessão desta terça-feira.

A praça lisboeta arrancou a segunda sessão da semana em terreno negativo, com o BCP a perder quase 1%. O dia é de “maré vermelha” na bolsa nacional, com destaque também para a Galp Energia, que continua a desvalorizar depois do “trambolhão” de segunda-feira. Na mesma linha, as papeleiras estão a pressionar Lisboa.

O índice de referência nacional, o PSI-20, recua 0,89% para 4.015,840 pontos. Nas demais praças do Velho Continente, a tendência é semelhante. O Stoxx 600 recua 0,43%, francês CAC-40 cai 0,87% e o alemão Dax perde 0,45%.

Na sessão desta terça-feira, destaque para o BCP, cujos títulos caem 0,93% para 0,0745 euros. Isto no dia em que se conheceram os resultados do BCP na Polónia. Nos primeiros nove meses do ano, o banco viu os seus lucros emagrecerem 75% para 132 milhões de zlótis.

Também a Galp Energia está a pressionar a praça lisboeta. Os títulos da empresa liderada por Carlos Gomes da Silva recuam 1,03% para 7,666 euros, após ter apresentado prejuízos de 45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Face a estes resultados, as ações da Galp Energia afundaram quase 5%, na sessão desta segunda-feira, tocando em mínimos de 2009.

Ainda no setor da energia, as ações da EDP perdem 0,35% para 4,305 euros e as da EDP Renováveis descem 0,75% para 16,86 euros.

Entre as papeleiras, a tendência também é negativa. No dia em que apresenta os resultados do terceiro trimestre, a Navigator vê os seus títulos desvalorizarem 2,14% para 1,879 euros, protagonizando o maior recuo da sessão. Os analistas do CaixaBank BPI antecipam uma queda de 61% do lucro desta empresa para 21 milhões de euros.

No mesmo setor e também em terreno negativo, as ações da Semapa caem 1,48% para 6,67 euros e as da Altri descem 1,42% para 3,336 euros.

Abaixo da linha de água, estão igualmente os títulos da Nos — que recuam 1,53% para 2,97 euros — e dos CTT — que caem 1,56% para 2,205 euros. As ações da Jerónimo Martins também estão a pressionar a praça nacional, desvalorizando 0,97% para 14,345 euros.

Do outro lado da linha de água, a Ibersol lidera os ganhos. Os títulos desta empresa avançam 2,32% para 3,97 euros. Também a Mota Engil está em destaque, já que as suas ações sobem 0,71% para 1,14 euros, numa sessão marcada pelo vermelho.

(Notícia atualizada às 8h47)

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Lucros do BCP na Polónia afundam 75% até setembro

O Bank Millennium na Polónia, que é controlado pelo BCP, viu os lucros afundarem 75% entre janeiro e setembro, para o equivalente a 29,8 milhões de euros.

Os lucros do BCP na Polónia caíram 75% nos primeiros nove meses do ano, fixando-se em 132 milhões de zlótis (29,8 milhões de euros). A informação foi comunicada esta terça-feira à CMVM.

O Bank Millennium é detido em 50,1% pelo Banco Comercial Português e explica o desempenho mais fraco com a constituição de provisões extraordinárias e com custos de integração relacionados com o Euro Bank.

Concretamente, o banco constituiu provisões extraordinárias de:

  • 297,7 milhões de zlótis (67,3 milhões de euros) relacionadas “com riscos legais associados a empréstimos concedidos em moeda estrangeira”;
  • 69,3 milhões de zlótis (15,7 milhões de euros) “relacionadas com os riscos da Covid-19”;
  • e 60,5 milhões de zlótis (13,7 milhões de euros) de provisões relacionadas com o reembolso antecipado de crédito pessoal”.

O BCP na Polónia assegura uma “rendibilidade operacional estável” nos nove meses em análise, destacando um return on equity de 2,1% e um rácio cost to income de 46,4%.

No período, os proveitos operacionais cresceram 6% em termos homólogos, enquanto a margem financeira aumentou 9%. As receitas com comissões aumentaram 7%, mas os custos operacionais também cresceram, 9% em termos homólogos.

O banco tem um rácio de crédito com imparidade de 4,7% e um rácio de loans-to-deposits de 85%. Os rácios de capital total e CET1 estão em 20% e 17%, respetivamente.

No segmento de retalho, o Bank Millennium na Polónia conta com 2,64 milhões de clientes ativos, um aumento homólogo de 30%. Os depósitos cresceram 2% e o portefólio de crédito aumentou em 7%.

No segmento de empresas, o banco destaca que os depósitos aumentaram 21% em termos homólogos. Já a concessão de crédito recuou 1%.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h08)

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Galp estuda produção de biocombustíveis na refinaria de Matosinhos

  • ECO
  • 27 Outubro 2020

A Galp Energia está a ponderar iniciar a produção de biocombustíveis na refinaria de Matosinhos, aumentar o coprocessamento de matérias-primas como vegetais e resíduos.

A Galp Energia está a avaliar a possibilidade de produzir biocombustíveis e de aumentar o coprocessamento de matérias-primas, como vegetais e resíduos, na refinaria de Matosinhos, de acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago).

A empresa quer dar uma “nova vida” à refinaria, ponderando a integração de soluções para produzir produtos de baixa intensidade carbónica. A estratégia faz parte do plano de descarbonização do portefólio da petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva, que se viu obrigada a suspender a atividade naquela infraestrutura em meados deste mês.

A empresa esteve sob pressão na bolsa esta segunda-feira, após revelar prejuízos de 45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, explicados também com a queda dos preços do petróleo, apesar do aumento homólogo da produção em 15,8%, para 132,5 mil barris por dia. Os títulos recuaram 4,89% em bolsa, para 7,75 euros por ação.

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Número de Câmaras com desconto no IRS duplica em dez anos

  • ECO
  • 27 Outubro 2020

No próximo ano, serão 137 os municípios a darem descontos no IRS aos seus munícipes. Em dez anos, esse número duplicou.

O número de câmaras municipais a darem desconto no IRS aos munícipes, ao abrigo do Regime Financeiro das Autarquias locais, duplicou em dez anos, avança esta terça-feira o Jornal de Notícias (link indisponível). Em 2021, serão 137 os municípios portugueses a darem este benefício, abdicando total ou parcialmente da percentagem de receita fiscal a que têm direito.

O município de Vila Nova de Gaia é um dos estreantes nestes descontos, enquanto em Braga cresce o montante devolvido aos contribuintes. Apesar do aumento do número de câmaras a dar o referido desconto, ainda só 44,3% dos 308 municípios portugueses constam dessa lista.

De notar que, uma vez que as autarquias podem comunicar a decisão sobre este assunto até ao final do ano, a lista ainda não está fechada e o universo poderá mesmo vir a crescer.

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Hoje nas notícias: IRS, Galp e contratação coletiva

  • ECO
  • 27 Outubro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Em dez anos, duplicou o número de Câmaras a darem desconto no IRS aos munícipes. Esta terça-feira fica ainda marcada pela nota de que a contratação coletiva vai trazer vantagens no acesso a apoios públicos e de a Galp Energia estar a avaliar a produção de biocombustíveis em Matosinhos. A PSP fiscaliza mais de 2.000 pessoas em isolamento por dia e a direita está preparada para se entender nos Açores.

Número de Câmaras com desconto no IRS duplica em dez anos

O número de Câmaras Municipais a darem desconto no IRS aos munícipes, ao abrigo do Regime Financeiro das Autarquias locais, duplicou em dez anos. Em 2021 há eleições autárquicas e serão 137 os municípios portugueses a darem este benefício, abdicando total ou parcialmente da percentagem de receita fiscal a que têm direito. O município de Vila Nova de Gaia é um dos estreantes nestes descontos, enquanto em Braga cresce o montante devolvido aos contribuintes. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Empresas com contratação coletiva com prioridade no acesso a apoios públicos

As empresas que tenham instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho vão ter prioridade no acesso aos apoios do Estado, a financiamento comunitário e na contratação pública. A medida consta do documento entregue aos sindicatos e aos patrões na reunião mais recente de Concertação Social e deverá ser incluída no diploma que suspenderá a caducidade da contratação coletiva por 24 meses. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Galp avalia produção de biocombustíveis em Matosinhos

A Galp Energia está a avaliar a possibilidade de produzir biocombustíveis e aumentar o coprocessamento de matérias-primas, como vegetais e resíduos, na refinaria de Matosinhos. A empresa quer dar uma “nova vida” a essa infraestrutura, estando a ponderar a integração de soluções para produzir produtos de baixa intensidade carbónica. Esta estratégia faz parte do plano de descarbonização do portefólio da Galp Energia. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

PSP fiscaliza mais de 2.000 pessoas em isolamento por dia

A PSP fiscaliza por dia mais de 2.000 pessoas em situação de isolamento por causa da Covid-19, enquanto a GNR admite reforçar o efetivo para melhor fazer cumprir as regras. Desde o início de junho até 14 de outubro, as duas polícias já passaram 1.109 multas por incumprimento das regras de controlo da pandemia. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Direita preparada para se entender nos Açores

O CDS está disposto a construir uma maioria nos Açores com o PSD. Já o Chega, que elegeu dois deputados pela primeira vez para o Parlamento regional, admite votar contra qualquer programa socialista. O PPM e a Iniciativa Liberal também estão dispostos a ouvir. Está tudo nas mãos do PSD, que garante que os sociais-democratas vão olhando para os parceiros de direita com a ideia de levar o CDS e o PPM para o Governo, deixando o Chega e a Iniciativa Liberal como parceiros parlamentares. Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

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Pandemia corta lucros do Santander em 40%

  • Lusa
  • 27 Outubro 2020

O Santander indica que, em Portugal, o “benefício ordinário” caiu 37%, para 243 milhões de euros, devido ao impacto da Covid-19 sobre rendimentos e provisões.

O grupo bancário espanhol Santander obteve lucros de 3.658 milhões de euros líquidos nos primeiros nove meses do ano, uma diminuição de 40,8% em relação a um ano antes, com os resultados em Portugal a contribuírem com 243 milhões.

Na informação que enviou esta terça-feira à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o grupo explicou que os resultados globais foram influenciados pelas maiores provisões feitas para contrariar o impacto da pandemia de Covid-19..

O Santander indica que, em Portugal, o “benefício ordinário” caiu 37%, para 243 milhões de euros, devido ao impacto da Covid-19 sobre rendimentos e provisões.

O banco explica que a atividade comercial de todo o grupo recuperou entre julho e setembro, e o lucro líquido do período cresceu 14,3%, para 1,75 mil milhões, graças à recuperação dos rendimentos.

A qualidade do crédito continuou a ser “sólida”, com uma redução do rácio do crédito malparado de 32 pontos base nos últimos 12 meses, para 3,15%, segundo a instituição.

O grupo informa que continuou a gerar capital de forma orgânica, adicionando 14 pontos base de capital CET1 até alcançar 11,98%.

As receitas nos primeiros nove meses do ano foram de 33.605 milhões de euros, seguindo a trajetória do mesmo período de 2019, apesar do contexto económico difícil.

Quase metade das vendas, 44%, foram feitas através de canais digitais, um aumento em relação aos 36% alcançados em 2019.

Por outro lado, os empréstimos cresceram muito em todos os principais mercados (+5% em euros constantes), especialmente na América do Sul (+17%) e América do Norte (+6%), enquanto que os depósitos aumentaram 9%.

A qualidade do crédito permaneceu forte, segundo o Santander, com uma redução de 32 pontos base de crédito malparado nos últimos 12 meses para 3,15%.

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Hoje é o último dia das OPAs à Sonae Capital e Sonae Indústria

Não tendo condições de sucesso, não há dúvidas de que as ofertas públicas de aquisição vão ser concretizadas, mas a holding Efanor poderá não conseguir os 100% do capital.

Os acionistas que queiram vender as participações na Sonae Capital ou Sonae Indústria nas ofertas públicas de aquisição (OPA) a decorrer já só têm mais um dia para o fazer. A oferta termina esta terça-feira, mas a holding da família Azevedo, a Efanor, já tem sucesso garantido. E até tem conseguido poupar com a operação, através de compras diretas na bolsa.

As duas ofertas que foram lançadas em simultâneo estão a decorrer até às 15h00 desta terça-feira, dia 27 de outubro. Os resultados são conhecidos na quarta-feira — dois dias antes da liquidação financeira na operação.

Foi a 31 de julho que a Efanor anunciou pretender, por via das ofertas “adquirir a totalidade das ações representativas do capital social” das duas empresas, de acordo com “a sua estratégia de gestão de portfólio e tem como principal objetivo concretizar uma decisão estratégica (…) de enfoque da sua área de atividade e de reforço da sua exposição a alguns dos setores de atividade que melhor conhece e em que já se encontra presente(…)”.

Já detinha 33.724.744 ações representativas de cerca de 74,2786% do capital social da Sonae Indústria, bem como 169.936.425 ações representativas de cerca de 67,975% do capital social da Sonae Capital, mas pretendia controlar o restante.

Para isso, ofereceu uma contrapartida a pagar em numerário de 70 cêntimos por cada ação da Sonae Capital, que foi revista em alta para os 77 cêntimos por ação. No PSI-20 onde negoceia, a empresa disparou até este valor. Já no caso da Sonae Indústria, o grupo oferece uma contrapartida em numerário de 1,14 euros por ação e também aqui houve uma aproximação ao preço da OPA. Os dois preços foram, como era esperado, vistos como justos pelas administrações.

Apesar do movimento natural do mercado de aproximar o preço da ação em bolsa ao da OPA — conduzido pelos investidores que procuram ainda participar do prémio oferecido –, a Efanor ainda conseguiu poupar através de compras no mercado. No total, a holding da família Azevedo investiu mais de 28 milhões de euros e poupou quase 1,07 milhões de euros face ao preço a que teria comprado na OPA.

A poupança acontece porque, na bolsa, a Efanor tem comprado ações a um preço mais baixo. O grupo adquiriu, através de cerca de 30 operações, um total de 31,6 milhões de ações da Sonae Capital, a um preço médio de 70 cêntimos. O investimento foi, assim, de 23,3 milhões de euros, o que compara com um gasto mais 24,3 milhões de euros, se tivessem sido compradas na OPA a 77 cêntimos. Só depois da revisão do preço, entre 22 e 23 de outubro, foram compradas 17 milhões de ações.

Da Sonae Indústria, a Efanor realizou mais de 40 compras no mercado, que totalizaram a aquisição de 4,2 milhões de ações, que custaram em média 1,13 euros. O custo de 4,78 milhões de euros representa uma poupança face ao preço da OPA para o mesmo número de ações de 4,8 milhões de euros.

Assim, o esforço financeiro da Efanor deverá ser mais baixo do que 87,7 milhões previstos nas duas OPA: 71,5 milhões de euros na aquisição de 37,2% do capital da Sonae Capital e outros 16,2 milhões de euros na compra das ações que não detém na Sonae Indústria. Apesar deste reforço no capital ainda há ações por comprar e a Efanor já garantiu o sucesso da operação.

Os anúncios preliminares das duas OPA indicavam que o sucesso de cada uma das ofertas estava dependente de a Efanor passar a deter mais de 90% dos direitos de voto da respetiva sociedade visada. Contudo, a holding prescindiu de tal condição, pelo que todas as ordens de venda serão satisfeitas, independentemente do número global das mesmas.

Na decisão de vender, além do prémio, há que ter em conta que a Efanor admitiu proceder à aquisição potestativa (ou seja, sem que os acionistas se possam opor) das ações por si não detidas (direta ou indiretamente), no prazo de três meses após a oferta para tirar as duas cotadas da bolsa.

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Optar pelo pacote para poupar nas comissões. Estas são as ofertas mais baratas em cada banco

A opção pelas contas "pacote" em vez da contratação separada de produtos e serviços bancários permite poupanças em comissões que chegam a várias dezenas de euros por ano.

Sedentos por rentabilizar ao máximo a sua atividade, os bancos têm vindo a “carregar” nas comissões que cobram aos clientes. Esse agravamento de custos é transversal às diferentes categorias de serviços e produtos, e as operações do dia-a-dia não escapam. Enquanto isso, os bancos procuram encaminhar os clientes para as contas “pacote”. Face à contratação separada de produtos, a opção por estas contas permitem poupanças que podem chegar a várias dezenas de euros ao fim de um ano.

Basta fazer uma ronda nos sites dos bancos nacionais para constatar a respetiva aposta na disponibilização de soluções integradas, vulgarmente conhecidas como contas “pacote”. A partir da cobrança de uma comissão única estas permitem aos clientes ter acesso seja a um conjunto de serviços considerados básicos –como a manutenção de conta e o cartão de débito — até “pacotes” mais recheados de serviços que podem ser vantajosos para algumas pessoas, mas que para outras o valor cobrado pode não compensar.

O ECO foi em busca, dentro de um conjunto de dez instituições representativos na banca nacional, daquelas contas pacote mais económicas e que abranjam o pacote de serviços mais básicos: nomeadamente a manutenção de conta e o cartão de débito, e sempre que possível também transferências bancárias.

As contas “pacote” mais em conta em dez bancos

Notas: (1) Domiciliação de rendimento ou património financeiro (mais de 5 mil euros) e duas ou mais autorizações de débito, (2) domiciliação de ordenado ou pensão a partir de 500 euros e faturação mensal a partir de 150 euros com cartões de débito ou crédito em compras, ou média mensal de património financeiro superior a 7.500 euros, (3) Compras com cartão de débito ou crédito superior a 100 euros por mês e domiciliação de ordenado (superior a 580 euros) ou pensão (superior a 350 euros), ou Compras com cartão de débito ou crédito superior a 100 euros por mês e ter cumulativamente 2 ou mais autorizações de débito em conta de despesas mensais da casa, (4) Domiciliação do ordenado ou pensão, (5) Domiciliação do ordenado ou pensão, (6) Domiciliação de vencimento igual ou superior a 500 euros ou montante em recursos totais igual ou superior a 5 mil euros, (7) Clientes com ordenado ou remuneração mensal regular com montante mínimo de 685 euros, (8) Domiciliação de vencimento e adesão ao EuroBic Net e documentos digitais, (9) Domiciliação de salário ou pensão a partir de 800 euros.

O potencial de poupança possível de optar pelo “pacote” em vez da contratação separada destes serviços é possível de perceber olhando para o exemplo da Caixa Geral de Depósitos, o maior banco nacional. A manutenção de conta, o cartão de débito e a possibilidade de realizar quatro transferências mensais acarreta um custo anual de 120,43 euros se for contratada separadamente nesse banco. Ao escolher o “pacote” através da adesão à Conta Caixa S, o cliente vê esse custo baixar para 61,68 euros. Ou seja, quase para metade. E esse valor pode ser ainda mais baixo, bastando para tal a domiciliação do ordenado na instituição liderada por Paulo Macedo. Caso o cliente o faça, o custo anual da Conta Caixa S desce para 39,94 euros.

A domiciliação de ordenado é, aliás, vantajosa para o cliente no grosso das contas pacote disponibilizadas pelos bancos. Mas também o valor do património depositado ou a utilização do cartão de débito ou de crédito para pagamentos também tende em diversos casos a ajudar a baixar a “fatura” anual a pagar ao banco.

Nos 10 bancos analisados, essas bonificações levam a que o leque de encargos anuais das contas “pacote” vá desde a isenção, o que acontece na Conta Bankinter, até aos 68,64 euros anuais em vigor na Conta Mundo 123 do Santander.

Ao olhar para as diferentes soluções, verifica-se ainda que o custo das contas “pacote” mais básicas varia bastante consoante os bancos, sendo que uma das razões que o justifica prende-se muitas vezes com o conjunto de serviços que cada uma disponibiliza e que em alguns casos é mais “enriquecido”.

A Conta Cliente Frequente do BCP ou a Conta Valor do BPI são exemplos dessa realidade. Sem assumir bonificações, o custo base dessas contas “pacote” é de 99,84 e 93,6 euros, respetivamente, ou seja, os mais elevados da oferta analisada. Mas para além da manutenção da conta, em cada uma dessas contas são disponibilizados dois cartões de débito, dois cartões de crédito, transferências e cheques.

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5 coisas que vão marcar o dia

A proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2021 vai começar a ser discutida, no mesmo dia em que se vai conhecer o défice das contas públicas até setembro.

Esta terça-feira vai ser marcada pelo início da discussão do Orçamento do Estado para 2021 na generalidade, mas também pelos dados que a Direção-Geral do Orçamento vai divulgar que vão mostrar o défice das contas públicas até setembro. É também dia de o Banco de Portugal publicar as conclusões do inquérito sobre o mercado de crédito no terceiro trimestre.

Início da discussão na generalidade do Orçamento do Estado para 2021

A proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) vai começar esta terça-feira a ser discutida no Parlamento, estando a votação agendada para o dia seguinte. Esta terça-feira o PEV vai reunir-se para analisar a proposta do Governo mas, depois das tentativas do Executivo em negociar com os restantes partidos, já se sabe que na votação na generalidade (que acontece esta quarta-feira), a aprovação do documento está assegurada com os votos a favor do PS e 15 abstenções.

Défice continua a crescer. Mas quanto?

A Direção-Geral do Orçamento (DGO) vai publicar esta terça-feira a síntese de execução orçamental até setembro, que vai permitir perceber a evolução das finanças públicas. Até agosto, o Estado registou um défice de 6.147 milhões de euros em contabilidade pública, um valor que representa um agravamento de 6,5 mil milhões face ao mesmo período do ano anterior, “evidenciando os efeitos da pandemia na economia e nos serviços públicos, refletindo igualmente o impacto da adoção de medidas de política de mitigação”, disse o Ministério das Finanças.

Como está o mercado de crédito? BdP responde

O Banco de Portugal (BdP) vai publicar esta terça-feira as conclusões do inquérito feito aos bancos nacionais sobre o mercado de crédito no terceiro trimestre do ano, que vai permitir perceber a evolução dos empréstimos pedidos por empresas e particulares neste período. Recorde-se que, no segundo trimestre, enquanto as famílias travaram fortemente a procura por financiamento, as empresas revelaram um forte apetite por liquidez para fazerem face à sua atividade.

Centeno e banqueiros juntos em plena pandemia

Vai decorrer esta terça-feira a conferência “Banca do Futuro”, que vai discutir a situação da banca numa altura de pandemia e quais os efeitos que o setor está a atravessar decorrentes do coronavírus. Este evento, que vai também tentar antecipar o futuro, vai contar com a presença de Mário Centeno e dos principais nomes dos bancos nacionais: António Ramalho (Novo Banco), João Oliveira e Costa (BPI), Miguel Maya (BCP), Paulo Macedo (Caixa Geral de Depósitos) e Pedro Castro e Almeida (Santander).

Último dia das OPAs à Sonae Capital e Sonae Indústria

Os acionistas que queiram vender as participações na Sonae Capital ou Sonae Indústria nas ofertas públicas de aquisição (OPA) a decorrer já só têm esta terça-feira para o fazer. As duas ofertas que foram lançadas em simultâneo estão a decorrer até às 15h00 e os resultados são conhecidos amanhã, dois dias antes da liquidação financeira na operação.

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Máscaras já representam 10% do negócio da MO. Exporta para 30 países

Após ter sido lançada em Portugal, a primeira máscara com capacidade para "matar" o novo coronavírus já chegou a 30 países. E representa 10% do negócio da marca de vestuário da Sonae Fashion.

A MOxAd-Tech, a primeira máscara reutilizável criada em Portugal com capacidade para inativar o novo coronavírus já representa 10% da faturação total da MO. Inovação portuguesa já chegou a 30 países, fruto da crescente procura por proteção numa altura em que estão a aumentar exponencialmente as infeções por Covid-19.

“As máscaras já representam mais de 10% das nossas vendas“, revela ao ECO o administrador da MO, Francisco Pimentel. E “a maior parte das vendas tem sido para o exterior. Já vendemos máscaras para 30 países diferentes”, conta.

Mais de metade da produção das máscaras da MO é destinado para o mercado externo. “Exportamos mais de 50% da produção, sendo que o nosso principal mercado é Espanha, Itália, França e Reino Unido”, refere o gestor da MO. Explica que as vendas das máscaras têm maior incidência nos países mais afetados pela pandemia, embora Portugal represente um quarto das vendas.

Numa altura em que o número de casos de infeção pelo novo coronavírus está a acelerar, com Portugal, bem como os restantes países a enfrentarem uma segunda vaga, o Parlamento aprovou uma proposta de lei que vai obrigar à utilização de máscara também na rua — medida que estará em vigor durante 70 dias.

Francisco Pimentel concorda com este medida, mas não acredita que vá originar uma procura desenfreada à semelhança do que aconteceu no início da pandemia. “As pessoas já compraram a máscara. Todos já encontraram uma solução. Nós tivemos um grande pico de procura quando as máscaras chegaram ao mercado pelas características que têm e por terem sido as primeiras a nível mundial. A procura mantém-se muito elevada, mas não julgo que esteja relacionado com a obrigatoriedade de usar máscara na rua”, explica ao ECO.

Na ótica de Francisco Pimentel a procura por máscaras “tem sido mais influenciada pela pandemia e pela necessidade de proteção que propriamente pelas decisões governamentais”.

O administrador da MO apela ao uso de mascaras reutilizáveis e destaca que a maior preocupação ambiental. “A nossa maior preocupação é defender o uso de máscaras reutilizáveis. As pessoas têm que deixar de usar máscaras descartáveis pelo impacto ambiental que provocam”.

A máscara MOxAd-Tech é certificada pelo Citeve, produzida em Portugal pela empresa Adalberto e está à venda por 10 euros. Para Francisco Pimentel este foco de negócio foi também uma forma de ajudar o setor têxtil a retomar a produção. “Esta também foi uma forma de salvar alguns postos de trabalho na indústria têxtil portuguesa e ajudar a indústria neste sentido”.

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Cristina, a deputada que viabilizou o OE, tem mais 14 reivindicações

A ex-deputada do PAN vai abster-se na generalidade, mas mostra abertura para mudar o sentido de voto na votação final global do Orçamento do Estado, dependendo das propostas que forem aprovadas.

Depois de avanços e recuos nas negociações, a aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 2021 parecia estar por um fio. Mas o anúncio da deputada não inscrita Cristina Rodrigues de que se irá abster na votação veio garantir matematicamente a viabilização do documento. A antiga deputada do PAN acredita que “não há razão para inviabilizar o OE” neste contexto de crise, ainda assim enviou ao Governo 14 reivindicações que espera ver respondidas na negociação especialidade.

“Estando ainda na discussão na especialidade e atendendo à excecionalidade provocada pela crise pandémica julgo que não há razão para inviabilizar o OE”, reitera Cristina Rodrigues ao ECO. A deputada que se desvinculou do PAN em junho aponta ainda que “há espaço ainda para a incorporação de outras propostas que tornem o documento mais transversal”.

Cristina Rodrigues sublinha algumas preocupações que a fizeram optar pela abstenção, nomeadamente nas áreas que “não são alvo de grande investimento e que, infelizmente, não vão ver neste orçamento (na redação atual) uma mudança”, como a cultura, a área ambiental e proteção dos animais e “também de algumas medidas de cariz social”.

Neste sentido, a deputada não inscrita fez chegar ao Governo cerca de 14 propostas para serem discutidas na especialidade. Entre elas, encontra-se a “previsão de se constituir um grupo de trabalho para estudar a possibilidade de implementar um projeto-piloto de rendimento básico incondicional”, uma “ferramenta muito útil no combate à pobreza e às desigualdades sociais”.

"Estando ainda na discussão na especialidade e atendendo à excecionalidade provocada pela crise pandémica julgo que não há razão para inviabilizar o OE.”

Cristina Rodrigues

Deputada não inscrita

Defende também a criação de casas de parto, “prática que é comum por exemplo no Reino Unido e que ganhou uma especial relevância no âmbito da pandemia por se mostrar ser um local mais seguro para as famílias”. Reivindica ainda um “sinal claro de apoio ao setor da cultura e dos seus profissionais”, bem como que a “questão dos animais que ainda se limita aos animais de companhia” vá “mais longe”.

O debate do Orçamento do Estado para 2021 está agendado para terça-feira e quarta-feira no Parlamento, sendo votado, na generalidade, no último dia, 28 de outubro, com aprovação já garantida. Vão votar contra o PSD (79 deputados), o CDS-PP (5), o Chega (1), o Iniciativa Liberal (1) e o Bloco de Esquerda (19), perfazendo um total de 105 deputados. Já a favor estarão os 108 deputados socialistas. Do lado da abstenção há o PCP (10), o PAN (3) e as deputadas não inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira, sendo que o PEV (2) também se deverá abster.

Depois da abstenção, voto a favor é possibilidade

O sentido de voto de Cristina Rodrigues será o mesmo do que o PAN, mas a deputada garante que não foi condicionada por isso. “A decisão sobre o meu voto não foi tomada com base na decisão de qualquer outro partido ou deputado“, assegura. Quando se desvinculou do PAN, justificou a decisão com as divergências existentes, tendo também acusado a direção do partido de a silenciar e condicionar a sua “capacidade de trabalho”.

Na altura, criticou ainda a direção do partido de “distanciamento face a medidas estruturais”, como o Rendimento Básico Incondicional, medida que agora propõe para este Orçamento.

Quanto à votação final global, que acontecerá a 27 de novembro, a deputada não inscrita mostra abertura para que o sentido de voto mude, “dependendo da forma como decorrer a discussão na especialidade e as negociações com o Governo”. Consoante ainda o que for aprovado na especialidade, admite mesmo a possibilidade de votar favoravelmente.

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Fernando Rosas defende voto contra do Bloco no OE, “mesmo com custo eleitoral”

Fernando Rosas, um dos fundadores do BE, defende a posição do partido no OE 2021, o qual "está longe de responder à crise". Mesmo a hipótese de duodécimos não é "razão suficiente" para viabilizar.

O histórico bloquista defende a decisão da Mesa Nacional tomada este domingo de votar contra a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2021. Em declarações ao ECO, Fernando Rosas diz que o BE “deve orientar-se de acordo com a sua visão do interesse do país, mesmo com custo eleitoral” e que este é Orçamento “está longe de responder à crise” pelo que a hipótese de duodécimos não é “razão suficiente” para o viabilizar.

Há aí uma fábula corrente de que por virtude da gravidade da situação que se vive os partidos têm de votar um orçamento qualquer mesmo quando este não responde à maior crise social da história deste país, como é manifestamente o caso“, começa por explicar o fundador do BE, do qual agora apenas é militante de base, sem nenhum cargo ou presença na Mesa Nacional. Rosas defende a posição anunciada por Catarina Martins este domingo, em rotura com o PS.

Para Fernando Rosas este Orçamento, “apesar de ter alguns elementos novos e positivos, está longe de responder à gravidade da crise“. E dá os exemplos elencados pelos bloquistas: a falta de recursos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a falta de ambição no novo apoio social — argumentando que em alguns casos os beneficiados ficam com menos dinheiro do que com os apoios atuais –, e ainda a herança da troika na legislação laboral onde se mantêm “aspetos gravemente lesivos para os direitos dos trabalhadores”. A fechar as reclamações está o Novo Banco: “uma vergonha”, classifica.

"Há aí uma fábula corrente de que por virtude da gravidade da situação que se vive os partidos têm de votar um orçamento qualquer mesmo quando este não responde à maior crise social da história deste país, como é manifestamente o caso.”

Fernando Rosas

Fundador do BE

Estas razões levam o histórico bloquista a apoiar a decisão do BE de votar contra nesta primeira votação. E se acontecer o mesmo que em 2011 quando o BE ajudou a chumbar o PEC IV e foi penalizado nas urnas? Fernando Rosas é direto: “Os partidos devem orientar-se de acordo com a sua visão do interesse, mesmo com custo eleitoral“, afirma, relembrando que, embora tenha descido nas eleições de 2011, os bloquistas recuperaram significativamente nas eleições de 2015. “O que interessa agora não são os votos, mas sim saber se este OE responde ou não à crise”, resume.

Orçamento em duodécimos “não é razão suficiente” para viabilizar OE

Além disso, o historiador relembra que a posição do partido “está em aberto” para a especialidade. “O Bloco não encerrou nenhum voto”, disse Catarina Martins este domingo. Fernando Rosas diz que “teoricamente” é possível que haja uma mudança do sentido de voto do BE desde que haja “disponibilidade” de fazer mudanças na especialidade, apoiando a ideia da coordenadora do BE de que é possível negociar um orçamento alternativo.

“Não é obrigatório ir para duodécimos, não percebo tanta estupefação da parte do Governo por causa disso”, diz Rosas, argumentando que “pior é haver um orçamento mau, que cria a incapacidade de o país responder necessidades“. No limite, o Executivo “governa até junho em duodécimos e depois vai para eleições”. E isso seria melhor do que o atual OE? “O problema é que essa [duodécimos] não é uma razão suficientemente forte para votar um orçamento que durante um ano não vai fazer frente à crise”, riposta.

Quanto à possibilidade do Governo de excluir os bloquistas das negociações, “o Governo assumirá a responsabilidade dessa decisão de excluir o BE”, responde. Mais: em política, “não há impossíveis eternos” e, portanto, a relação futura do BE e do Governo poderá mudar caso seja para apoiar as pessoas mais desfavorecidas, por exemplo. Tal dependerá “das atitudes do PS”, diz, classificando o Governo de “bastante dançarino” ao tanto ir para o lado do PSD como para a esquerda.

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