BCE mais preocupado com velocidade de apreciação do euro do que com taxa de câmbio

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

Os governadores do BCE estão mais preocupados com a velocidade de apreciação do euro face ao dólar do que com o nível da taxa de câmbio. Esta preocupação consta nas atas da reunião da instituição.

O conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE) está mais preocupado com a velocidade de apreciação do euro face ao dólar e a outras moedas do que com o nível da taxa de câmbio.

Esta preocupação consta nas atas da reunião de política monetária do BCE de 10 de setembro, publicada esta quinta-feira.

Naquela reunião, o BCE manteve os estímulos monetários e reconheceu que a recuperação económica do impacto da pandemia é desigual entre os países da zona euro.

“Dada a abertura da economia da Zona Euro, os membros do conselho de governadores do BCE consideraram que uma nova apreciação da taxa de câmbio constitui um risco para o crescimento e para a inflação”, de acordo com a ata.

De facto, os funcionários do BCE consideraram nas projeções macroeconómicas de setembro “um impacto significativo da apreciação da taxa de câmbio do euro na taxa de inflação” da zona.

O euro apreciou-se significativamente em relação ao dólar, mas também em relação a quase todas as moedas das economias avançadas e emergentes desde meados de julho, quando o BCE realizou a reunião anterior antes das férias de verão.

Esta apreciação, acrescentam as atas, reflete parcialmente a melhoria da avaliação de risco da zona euro na sequência do acordo político sobre o plano de recuperação da União Europeia (UE).

A fuga dos investidores para ‘portos seguros’, como o dólar, que assim se tinha valorizado no início da pandemia face à perceção dos riscos nos mercados, foi reduzida.

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Entrevista a Jorge Bleck, sócio da VdA. Edição de outubro terça-feira nas bancas

  • ADVOCATUS
  • 8 Outubro 2020

O sócio da VdA critica a falta de eficácia dos nossos tribunais e assume que já não tem “jogo de cintura” para os jogos políticos. Descubra isto e muito mais na edição de outubro da Advocatus.

A Advocatus entrevistou o sócio da Vieira de Almeida (VdA), Jorge Bleck, que tem consigo os dossiers como o da Resolução do BES, Novo Banco e TAP. Sobre a resolução do BES e sobre a venda do NB, o advogado de sempre de Pedro Queiroz Pereira, admite que “está quase tudo por dizer no que concerne precisamente às circunstâncias e alternativas que então se deparavam”. A Advocatus de outubro está disponível terça-feira nas bancas.

Critica a falta de eficácia dos nossos tribunais e assume que já não tem “jogo de cintura” para os jogos políticos. Defende Rui Rio, no sentido de achar que o seu plano para o PSD tem de ser levado até ao fim mas admite que está “mais à vontade” com Passos Coelho.

Jorge Bleck, senior partner da VdA, em entrevista ao ECO/Advocatus - 21SET20
Jorge Bleck, sócio da Vieira de AlmeidaHugo Amaral/ECO

A Advocatus foi sondar algumas firmas sobre o impacto que a crise causada pela pandemia está a tentar nas suas contas e, mais concretamente, se vai levar a um corte de pessoal. Todas garantem que, para já, nada se alterou e que a crise não influenciou contratações e prémios atribuídos.

O número de advogados estagiários inscritos na OA tem vindo a decrescer, mas ainda assim existem milhares espalhados pelas firmas do país. A Advocatus foi conhecer a história de António, Duarte, Miguel e Raquel, quatro licenciados que iniciaram a sua carreira e foram confrontados com a Covid-19.

O grupo Disa e a Oxy Capital chegaram a acordo sobre o negócio da portuguesa Prio, ampliando assim a presença em Portugal. Conheça os advogados da PLMJ e Uría Menéndez – Proença de Carvalho que assessoraram a operação na rubrica negócio do mês da 120.ª edição.

André de Sousa Vieira é o advogado do mês desta edição. O novo sócio da Morais Leitão esteve à conversa com a Advocatus e contou como está a ser a sua nova fase profissional, após nove anos ao serviço da Clifford Chance LLP. Para o advogado os bancos entrarão nesta crise talvez melhor preparados no que toca a posições de capital e liquidez.

André de Sousa Vieira, sócio da Morais LeitãoMorais Leitão

A CCSL anunciou à Advocatus o mais recente reforço, Hugo Falcão. O novo sócio vai integrar uma nova área do direito que a boutique decidiu apostar, a área de contencioso. Com a pandemia, a faturação da CCSL manteve-se em crescimento. Descubra todos os pormenores na rubrica sociedade do mês.

Ana Patrícia Carvalho e Hugo de Almeida Pinho são advogados in house da Nestlé e Siemens Healthineers, respetivamente. À Advocatus partilharam a sua visão sobre a pandemia e como está a afetar os seus setores.

A Advocatus de outubro está disponível terça-feira nas bancas. Assine a revista aqui.

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Há 1.278 novas infeções por Covid-19. É o segundo dia com mais casos

  • ECO
  • 8 Outubro 2020

O número de pessoas infetadas com coronavírus continua a aumentar. Nas últimas 24 horas, a DGS detetou 1.278 novos casos de infeção, o segundo dia com mais casos de sempre.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 1.278 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, o número diário mais alto desde 10 de abril e o segundo dia com mais casos de sempre. O número total de casos sobe assim para 82.534, sendo que a região de Lisboa e Vale do Tejo continua a concentrar o maior número de novas infeções. Morreram mais dez pessoas desde esta quarta-feira.

Foi o segundo dia com mais casos diários registados desde que a pandemia surgiu no país, no início de março. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, já tinha antecipado que o número de novas infeções tinha superado a casa dos milhares, tal como o primeiro-ministro António Costa previu a 18 de setembro.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que apenas 801 (+37) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 115 (+11) nos cuidados intensivos. Há mais de 46 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que foi detetado em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte a 2.050 pessoas, dez das quais nas últimas 24 horas. O número de recuperados está atualmente nos 51.517, mais 480 pessoas face ao balanço anterior.

Boletim epidemiológico de 8 de outubro

Como se tem observado nos últimos dias, a região de Lisboa e Vale do Tejo concentra a maioria das novas infeções. Dos 1.278 novos casos registados nas últimas 24 horas, 482 foram nesta região: 37,7% do total do país.

Lisboa é a região com mais casos registados até ao momento (41.707 casos de infeção e 814 mortes), à frente do Norte (30.111 casos e 905 mortes), do Centro (6.662 casos e 271 mortes), do Algarve (1.892 casos e 20 mortes) e do Alentejo (1.604 casos e 25 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 291 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 267 pessoas infetadas.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h15)

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Governo vai submeter ao Parlamento diploma para suspender caducidade da contratação coletiva

O Conselho de Ministros apreciou esta quinta-feira o diploma em que se suspende temporariamente a caducidade da contratação coletiva.

Os parceiros sociais e os deputados deverão receber em breve o diploma do Governo que concretiza a suspensão da caducidade da contratação coletiva por 18 meses. Esta medida tinha sido anunciada na semana passada pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e foi apreciada esta quinta-feira no Conselho de Ministros.

“Foi apreciada, na generalidade, a proposta de lei que procede à suspensão excecional do prazo de contagem de prazos associados à caducidade e sobrevigência dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho, nos termos previstos no Código do Trabalho”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.

Na conferência de imprensa, a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, justificou a medida com a necessidade de “garantir que não há durante esta fase a caducidade” e para “dar estabilidade nas relações laborais” neste momento de crise pandémica.

O Governo explica ainda no comunicado que “a presente proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, visa suspender, de modo transitório e excecional, o prazo de sobrevigência da convenção coletiva de trabalho, prevenindo o surgimento de lacunas na cobertura da contratação coletiva, seja pelo esgotamento dos prazos de processos de denúncia já iniciados, seja pelo desencadeamento de novas denúncias”.

Na passada sexta-feira, Duarte Cordeiro tinha anunciado esta medida na sequência das negociações com os partidos à esquerda e o PAN: “O Governo procurando responder aquilo que são as questões colocadas pelos diversos partidos, nomeadamente quanto à salvaguarda dos direitos dos trabalhadores durante este período de enorme instabilidade, disponibilizou-se para avançar com uma moratória que suspenda os prazos da caducidade da contratação coletiva por 18 meses“.

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Governo aprova flexibilização do apoio à retoma progressiva. Passa a ser possível reduzir horários a 100%

Universo de empresas potencialmente abrangidas pelo apoio à retoma progressiva cresce e empregadores em maiores dificuldades beneficiam de ajuda reforçada.

O Executivo de António Costa aprovou, esta quinta-feira, em Conselho de Ministros várias mudanças ao apoio à retoma progressiva, medida lançada como “sucedânea” do lay-off simplificado. Passa agora ser mais alargado o universo de empregadores potencialmente abrangidos por este regime e as empresas com quebras mais acentuadas beneficiam de ajuda reforçada, passando mesmo a poder reduzir em 100% os horários de trabalho.

Estava previsto que, entre outubro e dezembro, as empresas com quebras iguais ou superiores a 40%, mas inferiores a 60% poderiam reduzir em 40% os horários; E as empresas com quebras iguais ou superiores a 60% poderiam cortar o período normal de trabalho em 60%.

O Governo decidiu, contudo, adicionar dois novos escalões a esse desenho, possibilitando às empresas com quebras iguais ou superiores a 25%, mas inferiores a 40%, reduzir em 33% os horários e às empresas com quebras iguais ou superiores a 75% cortar em 100% o período normal de trabalho, garantindo ao trabalhador 88% do seu salário nessa situação.

No caso das empresas com quebras mais acentuadas, há ainda a notar uma mudança em relação ao apoio a receber para o pagamento dos salários. Até aqui, a Segurança Social assumia o pagamento de 35% da remuneração das horas trabalhas e 70% de quatro quintos do vencimento correspondente às horas não trabalhadas. Passará agora a assumir 100% dos tais quatro quintos das horas não trabalhadas, além da referida fatia do vencimento relativo às horas trabalhadas.

Apesar de passarem a não ter a seu cargo os salários dos trabalhadores nessas circunstâncias, os empregadores ficam obrigados a cumprir as contribuições sociais. As micro, pequenas e médias empresas têm, assim, de pagar 50% da TSU correspondente aos 88% do salário assegurado pela Segurança Social, enquanto as grandes empresas têm de pagar a 100% as contribuições referentes a esse vencimento.

O Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, também o reforço dos apoios à formação dos trabalhadores no âmbito do apoio à retoma progressiva. Assim, a bolsa para o plano de formação previsto neste regime passa de 66 euros para 132 euros para o empregador e de 66 euros para 176 euros para o trabalhador.

Segundo garantiu a ministra do Trabalho, apesar destas alterações terem sido aprovadas só esta quinta-feira, terão efeitos retroativos a 1 de outubro.

(Notícia atualizada às 14h11)

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Clientes de luz em baixa tensão recebem 197 mil euros por interrupções em 2019, revela ERSE

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

ERSE revelou que os clientes de eletricidade em baixa tensão foram compensados em 197 mil euros pelos operadores de redes elétricas. Clientes afetados são automaticamente compensados.

Os clientes de eletricidade em baixa tensão foram compensados em cerca de 197 mil euros pelos operadores de redes elétricas, devido a interrupções no serviço em 2019, revelou esta quinta-feira a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).

“Quando o operador da rede de distribuição não cumpre os padrões individuais de continuidade de serviço (número e duração de interrupções longas), os clientes afetados são automaticamente compensados, sem que seja necessária qualquer solicitação. Em 2019, os operadores compensaram os clientes [em baixa tensão] em cerca de 197 mil euros”, conclui o regulador, no Relatório da Qualidade de Serviço Técnica do Setor Elétrico relativo a 2019.

A ligação de baixa tensão (BT) destina-se, tipicamente, a clientes residenciais, lojas, escritórios e pequenas empresas.

Aquele relatório anual avalia se a qualidade do fornecimento de energia elétrica, prestada aos consumidores pelos operadores das redes de transporte e de distribuição, cumpre os padrões de qualidade estabelecidos pela ERSE.

Assim, o documento revela que, em 2019, os padrões de qualidade previstos para a distribuição de BT foram todos cumpridos em Portugal continental e Região Autónoma da Madeira.

No entanto, na Região Autónoma dos Açores, o padrão geral relativo ao número de interrupções não foi cumprido na ilha do Faial.

A duração média de interrupções por clientes em BT tem-se mantido estável, nos últimos seis anos, em torno dos 125 minutos em Portugal continental, 258 minutos nos Açores e a rondar os 68 minutos na Madeira, acrescenta o documento.

Quanto ao número médio de interrupções por cliente em BT, a região da Madeira regista o melhor resultado ao longo dos últimos anos, com uma interrupção longa (mais do que três minutos) por cliente, em 2019.

Em Portugal continental, registaram-se 2,20 interrupções por cliente, enquanto nos Açores houve 9,15 interrupções por cliente, no ano em análise.

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Volume de encomendas dos CTT dispara 26% no semestre com a pandemia

  • ECO
  • 8 Outubro 2020

Os CTT registaram no primeiro semestre um crescimento de 26,1% nos objetos transportados face a igual período de 2019. Entregou mais 2,6 milhões de objetos nesse período.

A pandemia continua a puxar pelo comércio eletrónico. A prova disso é o crescimento de 26,1% no volume de objetos transportados pelos CTT entre janeiro e julho. Foram mais 2,6 milhões de objetos, para um total de 12,4 milhões, indicou o grupo num comunicado.

Este número de encomendas abrange encomendas do segmento expresso, mas também encomendas na área de negócio do correio tradicional. No entanto, ajuda a explicar a subida de três pontos percentuais na quota de mercado dos CTT no negócio do “expresso e encomendas”, um crescimento “acima do mercado”, assegura o grupo postal.

A empresa presidida por João Bento não revela a quota de mercado em concreto. Mas já era sabido que esta área dos CTT tem vindo a crescer à boleia da alteração das tendências de consumo, algo que a empresa reconhece.

“Os CTT tinham já revelado, na divulgação dos resultados do primeiro semestre, que tinham atingido rendimentos operacionais em Portugal de 51,8 milhões de euros no final do primeiro semestre de 2020, o que representa um crescimento de 12,8% face ao período homólogo, confirmando-se que esta é uma das grandes alavancas de crescimento da empresa”, aponta na mesma nota.

Segundo dados semestrais divulgados pela Anacom, foram entregues 27,4 milhões de encomendas no primeiro semestre de 2020, um aumento de quase 20,8% face à primeira metade de 2019.

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Tribunal francês obriga Google a negociar direitos conexos com os media

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

A justiça francesa validou uma decisão da autoridade da concorrência de impor à Google negociações com a imprensa francesa sobre os direitos conexos com os media.

A justiça francesa validou esta quinta-feira uma decisão da autoridade da concorrência de impor à Google negociações com a imprensa francesa sobre os direitos conexos, um dossier que opõe o gigante tecnológico norte-americano a ‘media’ de vários países.

A decisão do Tribunal de Recurso de Paris era aguardada noutros países, uma vez que França é o primeiro país da União Europeia (UE) a aplicar uma diretiva europeia de 2019.

Os “direitos conexos” preveem uma remuneração pelos conteúdos, designadamente fotos e vídeos, utilizados pelas plataformas internet.

A Google recusou desde o início pagar à imprensa francesa pelos conteúdos jornalísticos que disponibiliza online, o que é apontado pelos editores de imprensa como uma violação da lei francesa e europeia.

“O Tribunal de Recurso de Paris confirma a decisão […] e ordena à Google que tome medidas cautelares e negoceie de boa fé os direitos conexos com os editores de jornais. Uma decisão muito importante. A concorrência aplica-se a todos, incluindo no mundo digital”, disse a presidente da Autoridade da Concorrência francesa, Isabelle de Silva.

A imprensa francesa atravessa uma crise financeira e conseguir um financiamento adicional através da Google poderia representar um balão de oxigénio.

Na quarta-feira à noite, horas antes desta decisão, a Google afirmou estar próximo de um acordo com a imprensa diária francesa.

“As nossas discussões (…) podem permitir validar os princípios-chave de um acordo”, anunciou a empresa em comunicado, sem dar pormenores.

Os editores franceses consideram que a Google, ao agregar as suas notícias nas páginas de resultados de buscas, torna-se ela própria um produtor de conteúdos que capta a atenção do internauta e pode rentabilizá-lo.

A Google, por seu lado, argumenta que gera um enorme tráfego nas páginas internet dos media, gerando rendimentos para estes, um argumento confirmado num estudo do grupo de comunicações Heroiks, divulgado esta quinta-feira, segundo o qual a imprensa francesa depende em grande medida do motor de busca norte-americano para gerar visitas aos seus sites.

Ante a impossibilidade de um acordo, os editores de imprensa recorreram em novembro de 2019 à Autoridade da Concorrência para denunciar um abuso de posição dominante da Google.

A 9 de abril, a Autoridade da Concorrência decidiu que a Google tinha de abrir negociações “de boa fé” com os editores sobre a remuneração dos conteúdos num prazo de três meses, decisão confirmada esta quinta-feira pela justiça.

A questão da remuneração dos direitos conexos pelas plataformas internet estende-se a muitos países, como por exemplo a Austrália, que exige que tanto a Google como o Facebook paguem direitos aos ‘media’ locais.

Na semana passada, o presidente da Google, Sundar Pichai, anunciou uma verba de mil milhões de dólares (850 milhões de euros) para melhorar os rendimentos dos editores de imprensa no mundo através do pagamento de licenças.

Segundo a Google, esta nova proposta faz parte do que foi colocado em cima da mesa durante as discussões com editores franceses sobre direitos conexos.

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Covid-19. Bruxelas acorda com Johnson & Johnson vacina para 200 milhões de europeus

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

A Comissão Europeia também já concluiu acordos semelhantes ao agora fechado com a Johnson & Johnson com a AstraZeneca e com a Sanofi-GSK.

A Comissão Europeia concluiu, esta quinta-feira, um contrato com a farmacêutica belga Janssen, do grupo norte-americano Johnson & Johnson, para permitir que a potencial vacina para a Covid-19 desenvolvida pela companhia chegue a 200 milhões de europeus.

Em comunicado, o Executivo comunitário dá conta da aprovação deste contrato, que já é o terceiro que a instituição conclui com empresas farmacêuticas que estão em fases avançadas no desenvolvimento de vacinas para o novo coronavírus.

“Assim que se comprovar a segurança e a eficácia da vacina contra a Covid-19 [da belga Janssen], o contrato permite que os Estados-membros adquiram vacinas para 200 milhões de pessoas”, tendo ainda “a possibilidade de adquirir vacinas adicionais para mais 200 milhões de pessoas”, explica a Comissão Europeia.

Além disso, os países da União Europeia (UE) “podem também decidir doar a vacina a países com rendimentos baixos e médios ou redirecioná-la para outros países europeus”.

Antes do contrato anunciado esta quinta-feira, a Comissão concluiu acordos semelhantes com a AstraZeneca e com a Sanofi-GSK, tendo ainda terminado com êxito negociações exploratórias com a CureVac, a BioNTech-Pfizer e a Moderna.

A potencial vacina da Janssen contra a Covid-19 tem por base uma tecnologia que permitiu à farmacêutica fabricar uma vacina contra o ébola, recentemente aprovada, e candidatas contra o zica, o RSV e o VIH.

“A decisão da Comissão de apoiar esta vacina baseia-se numa avaliação científica sólida, na tecnologia utilizada, na experiência da empresa em matéria de desenvolvimento de vacinas e na sua capacidade de produção para abastecer toda a UE”, adianta a Comissão Europeia.

No final de setembro, a Johnson & Johnson anunciou que iria começar os testes da fase 3, última etapa de desenvolvimento da sua vacina contra a Covid-19, que deverá incluir até 60 mil voluntários em oito países, incluindo o Brasil.

A vacina, cujo nome oficial é Ad26.COV2.S, está a ser desenvolvida pela farmacêutica Janssen, que faz parte do grupo Johnson & Johnson.

A Johnson & Johnson, que está empenhada em distribuir a vacina sem ter lucro, já enfatizou que pretende aumentar a sua capacidade de produção, esperando desde logo ser capaz de entregar mil milhões de doses da vacina por ano.

Além do Brasil, a fase 3 de testes também abrangerá Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e nos Estados Unidos. As fases 1 e 2 desta potencial vacina produzida da Janssen foram iniciados em julho nos Estados Unidos da América e na Bélgica.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos e mais de 35,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.040 pessoas dos 81.256 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Portugal quer até 2.500 milhões em dívida de curto prazo até ao fim do ano

IGCP vai continuar com leilões de obrigações do Tesouro, mas tem já definido o montante pretendido em títulos de curto prazo. Deverá também voltar às OTRV.

Portugal vai continuar a realizar leilões de dívida de longo prazo neste último trimestre do ano, mas fará apenas duas operações do género no que respeita aos títulos de curto prazo. IGCP pretende até 2.500 milhões em bilhetes do Tesouro.

De acordo com o programa de financiamento do Estado, a agência liderada por Cristina Casalinho pretende realizar dois leilões duplos de títulos de dívida com maturidade até 12 meses, um a 21 de outubro e outro a 18 de novembro.

Na primeira destas duas operações emitirá títulos com prazo de três e 11 meses, já na segunda fará leilão com maturidades a seis e 12 meses. Em cada um deles, o montante indicativo varia entre 1.000 e 1.250 milhões de euros.

Adicionalmente, o IGCP “prevê emissões de Obrigações do Tesouro através de leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão”, diz em comunicado. “Os leilões de OT terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro”, nota.

O IGCP deverá ainda realizar neste último trimestre do ano uma emissão de dívida de longo prazo para os investidores de retalho, através das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) num montante de 1.000 milhões de euros.

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Há 727 mil créditos com moratórias. 43% são da casa

  • Lusa
  • 8 Outubro 2020

Famílias representavam 71,2% dos mutuários dos contratos abrangidos pelas medidas de apoio aplicadas.

Os contratos de crédito com moratórias ascendiam a 726.966 no final de agosto, divulgou o Banco de Portugal na Sinopse de Supervisão Comportamental.

Segundo o relatório, entre 27 de março e final de agosto, os bancos receberam pedidos para moratórias relativas a 787.807 contratos de crédito, tendo sido aplicada esta medida a 726.996 contratos.

A diferença entre o número de pedidos e o número de moratórias concedidas diz respeito a casos em que o pedido de moratória não foi aceite (por não cumprimento de condições de acesso) ou em que ainda estavam em análise no momento em que os bancos reportaram os dados ao regulador e supervisor bancário.

Dos contratos de crédito abrangidos pelas moratórias, cerca de 42,9% são contratos de empréstimos para habitação própria permanente e outros créditos hipotecários, 28,8% crédito a empresas e empresários em nome individual e 28,2% crédito aos consumidores.

Quanto ao tipo de beneficiário das moratórias de crédito, as famílias representavam 71,2% dos mutuários dos contratos abrangidos pelas medidas de apoio aplicadas, sendo as empresas, empresários em nome individual e ‘outros’ 28,8%.

Nas moratórias públicas, a suspensão do pagamento de capital e juros foi a medida mais aplicada (90,8%), seguida apenas da suspensão do pagamento de capital (9,2%).

O Banco de Portugal avaliou ainda o cumprimento pelas instituições financeiras dos deveres face aos clientes sobre as moratórias (prestação de informações, disponibilização de formulário, dever de assistência), através de inspeções aos ‘sites’ de 99 instituições, tendo exigido a correção das irregularidades a 97. Ou seja, apenas duas instituições não apresentavam qualquer irregularidade.

Desde abril que milhares de clientes não estão a pagar os créditos aos bancos, fazendo uso do decreto-lei do Governo que permite moratórias nos empréstimos (que suspendem o pagamento das prestações dos empréstimos bancários, capital e/ou juros), criadas como uma ajuda a famílias e empresas penalizadas pela crise económica desencadeada pela pandemia de Covid-19.

O Governo estendeu recentemente as moratórias de crédito até setembro de 2021.

Para as empresas, há algumas alterações. A extensão aplica-se às empresas dos setores particularmente afetados pela pandemia, nomeadamente as do turismo, cultura, setor social ou comércio e reparação de automóveis (que beneficiam do prolongamento da moratória até 30 de setembro de 2021, beneficiando da suspensão do pagamento do capital e dos juros). Já para as restantes empresas, o prolongamento dos seis meses mantém a suspensão do pagamento de capital, mas não dos juros.

Há ainda as moratórias privadas, da Associação Portuguesa de Bancos (APB), da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC) e da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). Estas vão terminar mais cedo do que as moratórias públicas e aplicam-se apenas aos contratos de crédito que não beneficiam da moratória pública (caso dos contratos de crédito pessoal – com exceção dos contratos de crédito ao consumo com finalidade educação, uma vez que estes já são cobertos pela moratória pública -, crédito automóvel e cartões de crédito).

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Novo Banco lidera queixas nas contas, CTT no crédito da casa. Estes são os bancos mais reclamados em Portugal

Novo Banco, Volkswagen Bank e Banco CTT foram aqueles que receberam o maior rácio de reclamações nas contas de depósitos, crédito ao consumo e crédito à habitação.

O número de reclamações feitas por clientes insatisfeitos com os serviços prestados pelos bancos aumentou no primeiro semestre do ano, e não foi só a pandemia a contribuir para esta tendência. O Novo Banco foi a instituição bancária que mais queixas originou no que diz respeito aos depósitos bancários. Mas o Banco CTT foi o que mais desagradou no que toca ao crédito à habitação.

De acordo com o Relatório de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal (BdP) publicado esta quinta-feira, nos primeiros seis meses do ano foram recebidas 10.184 reclamações, o equivalente a um aumento de 12,5% face à média mensal do ano passado. A pandemia de coronavírus claramente originou um aumento deste indicador, mas excluindo o Covid-19, a subida foi de 2,6%.

Tal como tem sido tendência nos demais anos, os depósitos bancários foram as principais razões para reclamar, concentrando 32% do total. Aqui, o Novo Banco foi a instituição que mais queixas originou junto do BdP, num total de 0,37 queixas por cada 1.000 contas bancárias. Este número é mais do dobro da média do sistema financeiro nacional: 0,18.

Instituições mais reclamadas nos depósitos bancários

Número de reclamações recebidas devido a contas à ordem no 1.º semestre de 2020 | Fonte: Banco de Portugal.

O Novo Banco ultrapassou, assim, o alemão Deutsche Bank que, no ano passado, foi o banco que mais reclamações recebeu. Atrás do Novo Banco aparece o espanhol Abanca com um rácio de 0,37 queixas por cada 1.000 contas, assim como o Banco Bilbao, enquanto o Banco CTT aparece como o quarto mais reclamado com um rácio de 0,35 contas.

No que diz respeito ao crédito aos consumidores, o destaque vai para o Volkswagen Bank, com 1,71 queixas por cada 1.000 contratos. O banco ocupava no ano passado o 5.º rácio mais elevado de queixas. A média do setor nos primeiros seis meses do ano foi de 0,21, o que coloca o banco alemão bastante acima da média nacional. Atrás aparece o Caixa Leasing com um rácio de 1,6 reclamações, à frente do BNI com 1,41 reclamações por cada 1.000 contratos.

Instituições mais reclamadas no crédito ao consumidor

Número de reclamações recebidas devido a crédito ao consumo no 1.º semestre de 2020 | Fonte: Banco de Portugal.

Por fim, no que toca ao crédito à habitação e hipotecário, que concentrou 12,2% de todas as queixas, o Banco CTT foi aquele que mais desagradou aos clientes, tal como aconteceu no primeiro semestre do ano passado. Esta instituição bancária registou um rácio de 2,53 queixas por cada 1.000 contratos nos primeiros seis meses do ano, refere o BdP. Apesar deste desempenho, estes números mostram uma melhoria face ao ano passado, período em que apresentou um rácio de 2,82 reclamações por cada 1.000 contratos de crédito à habitação.

Num período em que a média do sistema nacional é de 0,6 reclamações, destaque ainda para o BBVA que surge como o segundo mais reclamado (rácio de 0,99 reclamações), à frente do Caixa Económica Montepio Geral (rácio de 0,77).

Instituições mais reclamadas no crédito à habitação e hipotecário

Número de reclamações recebidas devido ao crédito à habitação e hipotecário no 1.º semestre de 2020 | Fonte: Banco de Portugal.

Importa referir que o BdP usa como critério o rácio de reclamações por cada 1.000 contas bancárias, o que acaba por prejudicar os bancos mais recentes e com carteiras de clientes mais pequenas para os diferentes produtos bancários.

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