Coronavírus provoca “cancelamento das reservas em fevereiro e março”. Hotéis estão preocupados com a Páscoa

A hotelaria também está a sentir os efeitos do coronavírus. Perante o crescente número de cancelamentos de reservas em fevereiro em março, o setor está seriamente preocupado com a altura da Páscoa.

O coronavírus está a ter impacto em todos os setores da economia, com o turismo a ser especialmente castigado. Em Portugal, a hotelaria está a sofrer com vários cancelamentos de reservas, principalmente depois do aumento do número de casos na Europa. Setor fala num “abrandamento severo” do turismo, mostrando-se preocupado com o impacto que a epidemia poderá ter na Páscoa, uma altura importante para o turismo nacional.

À Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) chegam dúvidas sobre normas de segurança e sobre a forma de lidar com os clientes e, principalmente, os que vêm de países já com casos de coronavírus registados, revelou ao ECO Cristina Siza Vieira, CEO da AHP. Ao mesmo tempo, continuou, “há, obviamente, preocupações com cancelamentos e o impacto que esta situação tem na atividade económica”.

"Naturalmente, neste momento, há um abrandamento severo das viagens e um cancelamento das reservas em fevereiro e março.”

Cristina Siza Vieira

Presidente da AHP

E a verdade é que a hotelaria já começou a sentir este impacto. “Há uma quebra nas reservas”, continua a responsável, notando que começou pelo mercado chinês, pouco representativo, e, mais recentemente, o italiano, “que também não é dos principais”. “Mas, naturalmente, neste momento, há um abrandamento severo das viagens e um cancelamento das reservas em fevereiro e março”, nota Cristina Siza Vieira.

Embora ainda não seja possível adiantar números sobre este impacto, a CEO da AHP explica que “está a sentir-se em toda a parte”, mas “mais nas cidades”, e até se observam alguns cancelamentos de grupos em Fátima, revelador do impacto do vírus no turismo religioso.

Vírus na Páscoa é ameaça

Além destes cancelamentos — que, na maioria das vezes, são negociados e apenas adiados para mais tarde quando as reservas são feitas por um operador para grupos de várias pessoas –, o setor mostra-se verdadeiramente preocupado com a altura da Páscoa. “Se isto se prolongar durante mais tempo, aí a preocupação cresce. Temos preocupações muito grandes porque temos a Páscoa a caminho”, diz Cristina Siza Vieira, salientando que a Páscoa é “uma altura muito importante” e, se houver um maior abrandamento das viagens, “o impacto será mais severo”.

Ainda assim, por enquanto, ainda não estão a acontecer cancelamentos para essa altura. “A nossa expectativa é que até à Páscoa, [o surto] abrande severamente para que não tenha um impacto muito preocupante na indústria”, espera a responsável.

Mas, por enquanto, “os cancelamentos estão a ocorrer e vão continuar a ocorrer enquanto a situação não se pacificar”. E, “por muitos que os hotéis estejam preparados para acolher bem os hóspedes e garantir esta sensação de segurança, saúde e higienização”, haverá um impacto na operação.

Setor pede apoios ao Governo

Com o inverno a chegar a fim, as atenções do setor vira-se para a primeira época alta do ano, a Páscoa, mas já está a pensar no verão. Tal como a AHP, a AHRESP, que representa, além dos alojamentos turísticos, também a restauração, alerta para os impactos que este vírus pode ter já, numa altura em que o setor se prepara para o período mais quente. Nesse sentido, pede apoios ao Governo.

A AHRESP “exige que se antecipem medidas específicas” de apoio às atividades de alojamento e da restauração, nomeadamente ao nível financeiro, tendo em vista “acautelar e minimizar” impactos negativos na atividade turística este ano.

A AHRESP diz-se “preocupada” com esses impactos e anuncia já ter solicitado ao Governo a criação de instrumentos financeiros de apoio às empresas e seus trabalhadores, para quando se verificarem quebras significativas na atividade, o que refere parecer inevitável já que Portugal “está na rota de muitos itinerários que incluem vários países europeus, levando a que muitos turistas, por receio, mesmo que infundado, tenham vindo a cancelar as suas viagens”.

Bruxelas em alerta. Centeno também

A Comissão Europeia está em alerta perante o aumento do número de novas infeções. Está preocupada com a saúde dos cidadãos europeus, mas também com a saúde financeira das empresas. Neste sentido, solicitou aos Estados-membros uma avaliação dos impactos económicos do Covid-19, facultando “dados agregados sobre o impacto nas cadeias de abastecimento”, tendo em vista coordenar uma análise destas consequências na indústria e empresas do espaço comunitário.

O comissário europeu da Indústria, Thierry Breton, anunciou estarem a ser preparadas, caso se torne necessário, “medidas de apoio” aos setores económicos enfraquecidos pelo coronavírus, mas não especificou as possíveis ajudas.

Também Mário Centeno, enquanto presidente do Eurogrupo, reconheceu que o coronavírus é um risco para a economia, ainda que considere que se trata de um “choque temporário”. Ainda assim, em entrevista à Reuters, o também ministro das Finanças de Portugal sublinhou que há meios para reagir. E diz que o grupo está pronto a agir em caso de necessidade.

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Covid- 19: A meses dos Jogos Olímpicos, Japão anuncia pacote de emergência de 2,27 mil milhões

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2020

A meses dos Jogos Olímpicos, primeiro-ministro japonês anunciou um pacote financeiro de emergência no valor de 2,27 mil milhões de euros, aproximadamente, para combater o surto do novo coronavírus.

O primeiro-ministro japonês anunciou este sábado um pacote financeiro de emergência no valor de 2,27 mil milhões de euros, aproximadamente, para combater o surto do novo coronavírus, a meses dos Jogos Olímpicos, adiantou a AP.

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro Shinzo Abe disse hoje que o país está num momento decisivo para perceber se é possível manter o surto sob controlo no Japão antes dos Jogos Olímpicos, no verão.

Abe foi fortemente criticado na última semana por ter determinado o encerramento de escolas durante mais de um mês, numa altura em que o ano académico no país estava perto de terminar (as aulas começam em abril e terminam em março).

Hoje disse que o pacote de emergência inclui apoio financeiro aos pais e aos seus empregadores, afetados pelo encerramento das escolas.

Nas declarações à imprensa, Abe sublinhou que há muito sobre o novo vírus que ainda é desconhecido e que lutar contra um “inimigo desconhecido não é fácil”.

“Falando francamente, esta batalha não pode ser ganha apenas com os esforços do governo. Não o podemos fazer sem a compreensão e cooperação de todos vós, incluindo instituições médicas, famílias empresas e governos locais.

O primeiro-ministro disse compreender que o encerramento de escolas até ao final de março iria prejudicar as celebrações dos alunos finalistas e obrigaria os pais a tirar mais dias de folga, mas disse que esta era uma medida necessária para minimizar o risco de crianças e professores levarem a infeções em massa.

O plano prevê apoios específicos para os pais que tenham que faltar ao trabalho para ficar a tomar conta de crianças pequenas, mas também medidas para ampliar a resposta médica em caso de escalada do surto, assim como verbas para ajudar a desenvolver uma vacina e kits de teste ao vírus mais eficientes.

O Japão tem mais de 900 casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados, incluindo 705 pessoas que viajavam no navio de cruzeiro Diamond Princess, atracado e em quarentena em Yokohama.

Dois portugueses tripulantes do navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infeção.

Também hoje o Equador, na América do Sul, confirmou o primeiro caso “importado” de infeção pelo Covid- 19, tratando-se de uma idosa que viajou de Espanha para o país há cerca de 15 dias, encontrando-se internada numa unidade especial de cuidados intensivos em um dos quinze hospitais destacados para tratar a doença, adiantou a EFE.

A ministra da Saúde do Equador, Catalina Andramuño, depois de confirmar o caso da doente infetada, garantiu que foi ativado o plano nacional para proteger a população do surto da doença, classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo de “risco muito elevado”.

A ministra disse que a doente em causa padecia de outras doenças e que não apresentou sintomas até ter sido detetada a infeção pelo novo coronavírus.

Clarificou ainda que não existem no país mais casos suspeitos.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.916 mortos e infetou mais de 84 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 57 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.835 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

A OMS declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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Está tudo nas “diversabilities”. Como a IKEA tem reforçado aposta na diversidade, de dentro para fora

Sari Brody, responsável pela igualdade, diversidade e inclusão do IKEA, contou à Pessoas quais as estratégias do grupo para ser mais inclusivo e diverso e quais são os desejos para o futuro.

Sari Brody nasceu em Israel e lá viveu a sua juventude. O percurso naquele país acabou por aguçar o seu sentido de justiça e luta pela igualdade e definiu o que viria a ser o seu percurso profissional. Do Médio Oriente partiu para os EUA, onde se formou em psicologia das organizações e tirou um doutoramento em psicologia social na universidade de San Diego. Iniciou o percurso no IKEA em 2001, como consultora para a igualdade de género e garante que foi lá que encontrou uma empresa que ia ao encontro dos seus valores. Desde 2012, é responsável pela área de igualdade, diversidade e inclusão do grupo.

Sari esteve em Portugal a propósito do lançamento do novo plano global de igualdade da empresa. À revista Pessoas revelou as estratégias do grupo para reforçar a aposta da empresa na diversidade, o que tem sido feito para o pôr em prática, e de que forma quer ser uma referência em matéria de igualdade.

Quando chegou à IKEA, Sari Brody conta que não havia diversidade nas chefias e a empresa tinha uma cultura “onde as pessoas podiam ser elas próprias, mas não era muito diversa”, começa por contar. Desde a sua entrada na empresa, o grupo tem apostado em políticas de igualdade de género, desde a chefia até aos serviços de atendimento ao público. A IKEA tem hoje 49,6% de igualdade de género entre os 18.000 trabalhadores que ocupam cargos de gestão a nível global.

Sari Brody, responsável pela igualdade, diversidade e inclusão do grupo IKEA, em entrevista ao ECO/Pessoas
Sari Brody, responsável pela Igualdade, Diversidade e Inclusão do grupo IKEA, em entrevista à Pessoas.Hugo Amaral/ECO

A tríade para a igualdade: pessoas, negócio e sociedade

O novo plano de igualdade global da IKEA, lançado em dezembro, abrange os colaboradores, o negócio e a sociedade. Esta nova visão da empresa baseia-se na inclusão e na diversidade na força de trabalho, na igualdade como força do negócio e, em simultâneo, o esforço com os governos e organizações para mudar leis, tendo em conta a cultura e a realidade de cada país.

“Sabemos que as pessoas que não veem, têm uma audição fantástica. E as pessoas que não ouvem, têm outras habilidades fantásticas“, sublinha Sari Brody. Com o primeiro movimento, a IKEA quer alcançar a igualdade de género na força laboral e apostar na inclusão multicultural e diversa. Assim nasceu o conceito de “diversabilities”, que inclui as várias diferentes dimensões da diversidade.

Quando falamos em igualdade de género, toda a gente pensa em mulheres. Mudámos a narrativa. Não é uma questão sobre as mulheres, é um assunto de igualdade de género, de negócio, é um assunto familiar e pessoal.

Sari Brody

“IKEA é o lugar que acredita realmente em valores humanísticos. É possível ver isso quando tratamos as pessoas de forma igual, damos um tratamento justo e queremos que sejam elas próprias. É mais divertido, sentes-te valorizado e também trabalhas e tens um melhor desempenho”, destaca. “Já não há fronteiras, as pessoas movem-se. Não sei como é que as empresas podem sobreviver ao ser exclusivas, e todas iguais”, sublinha Sari.

Recrutar por valores

O segundo movimento integra a diversidade no negócio, desde o momento em que publicamos o anúncio, até à carreira profissional”, explica Sari.“O recrutamento por valores integra o recrutamento para a igualdade, porque parte dos nossos valores é tratar as pessoas de igual forma”, reforça.

“Estamos extremamente conscientes e a recrutar em sítios que trarão tanto homens como mulheres e pessoas de diferentes nacionalidades”, através de parcerias com organizações e recrutadores que têm os mesmos princípios. Em cada país, a IKEA conta com a ajuda de organizações para garantir o recrutamento com base na diversidade. Em Portugal, a IKEA é parceiro da associação Cais, que ajuda a integrar a pessoas em situação de sem-abrigo e outros tipos de risco social ou exclusão.

Já não há fronteiras, as pessoas movem-se. Não sei como é que as empresas podem sobreviver ao ser exclusivas e todas iguais.

Sari Brody

“Mesmo a linguagem que nós usamos é inclusiva. Garantimos que mesmo aqueles que fazem as entrevistas são diversos. Um dos exemplos da integração dentro da empresa é a grandparent interview [entrevista dos avós], em que o candidato é entrevistado pela pessoa que será a superior ao seu manager.

“O recrutamento por valores integra o recrutamento para a igualdade, porque parte dos nossos valores é tratar as pessoas de igual forma”, frisa a responsável.

Os embaixadores da diversidade

A Suécia, país de origem do IKEA, está em primeiro lugar do índice da igualdade de género da UE, uma posição que tem vindo a manter desde 2005. A origem da empresa tem ajudado a impulsionar as estratégias para a igualdade, mas os desafios são diferentes em cada um dos 30 países onde o grupo está presente.

Para garantir que o plano é implementado em cada país, a IKEA criou a função de “embaixador da diversidade”. “Quando eu vim para o global, o primeiro pensamento foi ter um plano e dá-lo aos países, mas são muito diferentes uns dos outros. Se conheceres pessoas apaixonadas por diversidade, trá-las para a minha equipa, reuniremos uma vez por ano, por telefone, melhorarei o conhecimento e tentaremos adaptar o plano global ao local”, garante Sari.

E as palavras também têm força. “Quando falamos em igualdade de género, toda a gente pensa em mulheres. Mudámos a narrativa. Não é uma questão sobre as mulheres, é um assunto de igualdade de género, de negócio, é um assunto familiar e pessoal. É sobre homens e mulheres, juntos, a trabalhar e sobre como podemos construir um melhor local de trabalho”, frisa. “O que digo e o que não digo tem exatamente o mesmo significado, inclusivo ou exclusivo”, acrescenta.

A minha esperança é que, até ao fim de 2022, cada colaborador diga: este é realmente o melhor sítio para trabalhar, porque posso ser eu próprio.

Sari Brody

Os líderes como os trabalhadores também devem ser responsáveis. “Cada líder tem a responsabilidade de criar inclusão. A responsabilidade dos líderes na nossa organização é garantir que todas as vozes são ouvidas. Cada colaborador ficará responsável pela igualdade, o que quer dizer que precisam de defender os seus direitos, mas também é necessário agir quando vês o teu colega a ser maltratado”, exemplifica.

Empresas que ajudam a mudar o mundo

“Se somos uma boa empresa, que quer criar uma mudança positiva na sociedade, temos de fazer o que dizemos”, salienta Sari Brody. O terceiro movimento do plano de igualdade inclui ações com governos a nível local, no sentido de mudar leis e dar mais condições aos trabalhadores da IKEA em cada país.

Na Índia, a IKEA providencia autocarros e transportes públicos para mulheres que queiram trabalhar à noite e criou um espaço de cuidados para crianças no local de trabalho. Em alguns países, como é o caso dos EUA, oferecem licenças de paternidade. “Cada país tem de encontrar parceria com organizações externas que trabalhem com pessoas com diferentes competências. Nós queremos que essas pessoas façam parte da nossa força de trabalho, que nos ensinem o que sabem e façam parte de nós. Mas também queremos que sejam o reflexo dos nossos clientes, da nossa sociedade”, sublinha.

Sari Brody, responsável pela igualdade, diversidade e inclusão do grupo IKEA, em entrevista ao ECO/Pessoas

Um futuro mais igualitário

Atualmente, o grupo IKEA colabora com a Comissão Europeia e reforçou o compromisso com a assinatura da Carta da Diversidade e da UN Women – Women Empowerment Principles). De acordo com o Fórum Económico Mundial, são precisos 180 anos para fechar o fosso salarial entre homens e mulheres, mas Sari quer que a IKEA se antecipe. Até 2021, a empresa quer garantir que homens e mulheres ganhem o mesmo dentro da empresa.

No futuro, a IKEA quer juntar mais empresas e mais organizações a este movimento de inclusão, diversidade e igualdade, “para que seja possível continuar a mudar as leis que são contra os direitos humanos”, reforça Sari Brody. A minha esperança é que, até ao fim de 2022, cada colaborador diga: este é realmente o melhor sítio para trabalhar, porque posso ser eu próprio”, remata.

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Costa anuncia empreitadas de 11 milhões de euros para construir faixas de contenção de fogos

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2020

Primeiro-ministro anunciou que estão a decorrer em todo o país empreitadas no valor de 11 milhões de euros para executar o plano nacional de construção de faixas de interrupção de risco de incêndios.

O primeiro-ministro anunciou este sábado que estão a decorrer em todo o país empreitadas no valor de 11 milhões de euros para executar o plano nacional de construção de faixas de interrupção de risco de incêndios.

“Prevenir o risco de incêndio é uma missão que o Estado tem e, agora que temos finalmente o visto do Tribunal de Contas, já estão em curso em todo o país, um conjunto de empreitadas de forma a construir e executar o plano”, disse António Costa, ao discursar no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Proteção Civil, em Quarteira, no Algarve.

Na opinião do primeiro-ministro, compete “a todos os cidadãos e todos os dias” atuar para prevenir os riscos de incêndios”.

“É da responsabilidade de todos prevenir esse risco. Não podemos estar todos à espera que quando a tragédia acontece, chamemos por aqui ‘D’El Rei’, rezemos a Santa Bárbara ou reclamemos pelo meio aéreo que não chega, o bombeiro que não aparece ou exigimos a qualquer agente da Proteção Civil aquilo que a todos nós nos compete fazer”, apontou.

Na opinião do primeiro-ministro, “foi muito importante que toda a comunidade tivesse tido consciência de que era fundamental fazer o esforço de limpar à beira das vias de comunicação, em torno das habitações, em torno de cada aldeia, de cada vila ou de cada aglomerado urbano”.

“Mas, é muito importante por as coisas terem corrido melhor em 2018 e em 2019 que ninguém se esqueça de que o risco não desapareceu. Por isso temos limpar os matos de forma a prevenir o risco de incêndio em 2020”, apontou.

António Costa presidiu hoje às cerimónias do Dia Internacional da Proteção Civil que decorreram no concelho de Loulé, onde inaugurou duas infraestruturas da ANEPC, o CREPC do Algarve, situado na cidade de Loulé, e a Base de Apoio Logístico (BAL) em Quarteira.

As novas instalações do CREPC vão agregar o comando de operações de emergência, proteção civil e socorro, a coordenação institucional e operacional da estrutura regional da Proteção Civil, o comando integrado de todos os corpos de bombeiros e a gestão de meios e recursos de emergência.

A BAL vai apoiar as operações de emergência, proteção e socorro, com capacidade de armazenamento de equipamento, abastecimento e parqueamento de meios de reforço, bem como a instalação de uma força de resposta imediata dos bombeiros municipais de Loulé, com valências de socorro, combate a incêndios e emergência médica.

O investimento nas duas estruturas ascendeu aos 2,6 milhões de euros, suportados em 85% por fundos comunitários, tendo a Câmara de Loulé assegurado os restantes 15%.

Na cerimónia participaram também o ministro da Administração Interna, o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, vários secretários de Estado, deputados e autarcas.

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Costa apela a reforço das medidas para prevenir contaminação pelo Covid-19

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2020

Primeiro-ministro apela à população para que reforce as medidas de prevenção para conter riscos de contaminação pelo coronavírus, salientando ser importante consciência dos riscos e evitar alarmismo.

O primeiro-ministro apelou este sábado à população para que reforce as medidas de prevenção para conter os riscos de contaminação pelo coronavírus Covid-19, salientando que é importante ter a consciência dos riscos e evitar alarmismos.

“Gostaria de reforçar o apelo para que todos nós tenhamos em matéria deste risco epidémico, os mesmos cuidados de prevenção e evitarmos o alarmismo desnecessário” disse aos jornalistas António Costa, à margem da inauguração do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil (CREPC) do Algarve da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Loulé, no distrito de Faro.

De acordo com o primeiro-ministro, a prevenção é um risco que responsabiliza toda a população, “podendo todos colaborar para aquilo que é o mais importante, que é reduzir os riscos de contaminação e de infeção”.

“É necessário que todos nos empenhemos em contar os riscos, contribuindo com o lavar as mãos, evitando o excesso de contactos, colocar as mãos na boca, nariz ou nos olhos”, sublinhou António Costa.

De acordo com o primeiro-ministro, “as autoridades trabalham com cenários para prepararem aquilo que tem de ser preparado para o caso de alguma eventualidade, mas que não pode ser confundido com previsão do que vá acontecer”, numa alusão às previsões avançadas pela diretora-geral da Saúde de que cerca de um milhão de portugueses poderiam ser infetados pelo Covid-19.

“Aliás, a senhora diretora-geral da Saúde já teve oportunidade de esclarecer que não se confundam o que são cenários com o que são previsões”, reforçou.

António Costa presidiu hoje às cerimónias do Dia Internacional da Proteção Civil que decorreram no concelho de Loulé, onde inaugurou duas infraestruturas da ANEPC, o CREPC do Algarve, situado na cidade de Loulé, e a Base de Apoio Logístico (BAL) em Quarteira.

As novas instalações do CREPC vão agregar o comando de operações de emergência, proteção civil e socorro, a coordenação institucional e operacional da estrutura regional da Proteção Civil, o comando integrado de todos os corpos de bombeiros e a gestão de meios e recursos de emergência.

A BAL vai apoiar as operações de emergência, proteção e socorro, com capacidade de armazenamento de equipamento, abastecimento e parqueamento de meios de reforço, bem como a instalação de uma força de resposta imediata dos bombeiros municipais de Loulé, com valências de socorro, combate a incêndios e emergência médica.

O investimento nas duas estruturas ascendeu aos 2,6 milhões de euros, suportados em 85% por fundos comunitários, tendo a Câmara de Loulé assegurado os restantes 15%.

Em Portugal, até ao momento, os 59 casos suspeitos que fizeram testes nos hospitais deram todos negativos de coronovirus, que dá origem a doença Covid-19.

O surto do novo coronavírus, que dá origem à doença, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.916 mortos e infetou mais de 84 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 57 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.835 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infeção.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

A DGS manteve na sexta-feira o risco da epidemia para a saúde pública em “moderado a elevado”.

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Covid-19: Itália vai ressarcir passageiros com voos cancelados

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2020

Entidade Nacional para a Aviação Civil italiana vai reembolsar os passageiros que tinham bilhetes para voos que saiam de Itália e que foram cancelados devido às restrições impostas pelo coronavírus.

A Entidade Nacional para a Aviação Civil (ENAC) italiana informou este sábado que vai reembolsar os passageiros que tinham bilhetes para voos que saiam de Itália e que foram cancelados devido às restrições impostas pela epidemia do coronavírus.

A ENAC, que está sob a tutela do Ministério da Aviação italiano, vai também devolver o dinheiro no caso das rotas que pontualmente não saíram do país por indicação das autoridades.

Contudo, os passageiros que cancelaram voluntariamente os seus voos ou sofreram atrasos prolongados não serão ressarcidos.

A decisão foi tomada depois que várias companhias aéreas internacionais terem decidido cancelar ou reduzir seus voos para Itália devido ao surto de coronavírus, que afeta especialmente o norte do país e deixou 821 infectados e 21 mortos.

A associação italiana que representa todos os gerentes de aeroportos do país (Assaeroporti) está a recolher dados sobre o número específico de cancelamentos em todo o país.

A empresa que administra os aeroportos de Milão-Linate e Milão Malpensa informou a agência EFE que, em três dias, 32,5% dos turistas cancelaram seus voos para Milão.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 2.921 mortos e infetou mais de 85 mil pessoas, de acordo com dados reportados por 60 países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.835 mortos na China continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.

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EUA e talibãs no Afeganistão assinaram acordo de paz

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2020

Acordo de paz histórico, assinado em Doha, abre a porta à retirada militar total dos americanos do Afeganistão após 18 anos em guerra.

Os Estados Unidos e os talibãs assinaram este sábado em Doha, no Qatar, um acordo de paz histórico que abre a porta à retirada militar total dos americanos do Afeganistão após 18 anos em guerra.

Segundo a Associated Press (AP), o acordo prevê que dos 13 mil militares norte-americanos presentes no país apenas restem 8.600 dentro de três a quatro meses, e que a retirada total aconteça em 14 meses.

Essa retirada fica, no entanto, pendente do respeito dos talibãs pelo acordo e do seu compromisso de combater o terrorismo.

A AFP adianta que o secretário da Defesa americano, Mark Esper, afirmou que os EUA “não hesitarão em anular o acordo” se este for desrespeitado.

“Se os talibãs não respeitaram os seus compromissos, vão perder a oportunidade de se sentar com os outros afegãos e deliberarem sobre o futuro do seu país”, disse o chefe do Pentágono.

Também o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, presente na assinatura do acordo em Doha, advertiu que este entendimento é apenas o princípio de um processo de paz e que ainda há muito para fazer.

“Este é um momento cheio de esperança, mas é só o princípio, há uma grande quantidade de trabalho pela frente no campo diplomático”, disse Pompeo em conferência de imprensa em Doha, adiantou a EFE.

O secretário de Estado disse que os EUA têm uma visão “realista” do acordo, mas que estão a “agarrar a melhor oportunidade de paz numa geração”.

Pompeo, que afirmou ainda estar zangado com os ataques talibãs aos EUA de 11 de setembro de 2001, disse também que não se podia “desperdiçar” o que o soldados conquistaram “com sangue, suor e lágrimas”.

A União Europeia já pediu que as negociações para uma paz duradoura entre afegãos comecem “sem demora”.

“A União Europeia considera a conclusão hoje do acordo entre Afeganistão e EUA e entre os EUA e os talibãs um importante primeiro passo em direção a um processo de paz completo, com as negociações entre afegãos no centro”, disse o representante da União Europeia para a política externa, Josep Borrell, numa declaração em nome dos 27 Estados-membros.

Borrell acrescentou que “não se pode perder a atual oportunidade de avançar em direção à paz”.

A assinatura do acordo ocorre uma semana depois de a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos e os talibãs se comprometerem a reduzir a violência na região.

Em 17 de fevereiro, os talibãs anunciaram que tinham chegado a um acordo com os Estados Unidos que permitiria a assinatura de um tratado para colocar fim a duas décadas de conflito no Afeganistão.

O acordo inclui a possibilidade de negociações diretas entre os rebeldes e o Governo afegão, que o movimento insurgente tinha até agora recusado, e conduzirá a um tratado permanente de paz, que termina uma guerra que remonta a 2001 e que se tornou o mais longo conflito militar em que os Estados Unidos estiveram envolvidos.

O acordo contempla ainda a retirada gradual das tropas norte-americanas e a libertação de cerca de metade dos talibãs que tinham sido feitos prisioneiros pelas forças fiéis ao regime afegão.

O primeiro passo desta nova fase passará pela libertação pelo Governo de Cabul de 5.000 dos cerca de 11.000 elementos do movimento que se encontram presos.

Em troca, os talibãs comprometem-se a libertar cerca de mil prisioneiros das forças afegãs.

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Um Ford para a família com ares de pocket rocket

Apesar de parecer um pocket rocket, esta é uma versão ST Line. Não é um ST ou, melhor ainda, um RS. Debaixo do capot está um 1.0 EcoBoost. Tem 125 cv, mas são muito generosos.

Quem não gosta de um look desportivo num automóvel? Cai bem na vista. Não é, por isso, de estranhar que cada vez mais marcas apostem em modelos com linhas arrojadas. Arrojo é o mínimo que se pode dizer do que a Ford utilizou na mais recente geração do seu familiar compacto. Mas este não é um Focus “normal”. Esta é a versão ST Line. É para a família, mas tem ares de pocket rocket.

O Focus dá nas vistas logo no momento em que nos deparamos com ele. Cumprimenta-nos com uma grelha generosa, com uns favos alargados para deixar respirar o motor. Os faróis de nevoeiro com rebordo escurecido ajudam a rasgar um para-choques volumoso que cola bem com uma carroçaria toda ela muito encorpada.

Há muito músculo nesta versão, especialmente visto de perfil. As cavas das rodas dão enormes abraços as jantes de 17 polegadas escurecidas, mas o ex-libris acaba por ser a traseira com um difusor de grandes dimensões que alberga as saídas de escape.

Racing por fora e por dentro

Todo o conjunto “grita” que estamos perante um modelo mais desportivo. Então se a escolha recair (e bem) no Desert Island Blue, ainda mais. O Focus ST Line convence por fora, mas e por dentro? É, de facto, um familiar compacto, com espaço quanto baste tanto para a bagagem (a mala tem uma capacidade de 363 litros) como para os ocupantes. Mas o look desportivo está lá.

Bancos com mistura de pele e tecido, com o detalhe dos presponto em vermelho, volante com base cortada… são apenas alguns dos detalhes que fazem a diferença num habitaculo em que a fabricante norte-americana não esqueceu a tecnologia, cada vez mais decisiva na altura de escolher um automóvel novo. É aqui o destaque vai para o SYNC 3, Com um ecrã de 8 polegadas que ganha ainda mais vida quando ligado ao telemóvel, seja Apple ou Android.

Um motor que surpreende

Melhor que o som do sistema de infoentretenimento, só mesmo o do motor. Apesar de parecer um pocket rocket, esta é uma versão ST Line. Não é um ST ou, melhor ainda, um RS. Então, que motor está debaixo do capot? Há mais, mas este surpreende. O 1.0 EcoBoost é “pequenino”, mas é bastante divertido.

Este tri-cilíndrico vem carregado com 125 cv cheios de alma. Com um binário elevado disponível logo nas rotações mais baixas, da uma resposta “agressiva” ao mínimo toque no pedal direito. Traz de Serie um ronco simpático, mas nada exagerado. Responde com vigor, sendo a caixa manual de seis velocidades um excelente aliado.

A aceleração ou mesmo uma recuperação fazem-se sem grande custo, graças ao motor mas também ao peso deste hatchback que emagreceu com a nova plataforma da Ford. Em curva, a suspensão rebaixada em 10 milímetros face a versão “normal” ajuda bastante, sem comprometer o que se pede a um modelo desta gama: conforto.

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Revisão em alta do PIB reduz dívida pública para 117,7% em 2019

O INE anunciou que a economia nacional cresceu 2,2% em 2019, mais do que o esperado. Isto significa que a dívida pública já não será de 118,9% como antecipava o Governo, mas de 117,7%.

A dívida pública em Portugal, no ano passado, foi de 117,7% do PIB, ou seja, menos 1,2 pontos percentuais do que o estimado pelo Executivo. O desempenho mais positivo daquele que é um dos indicadores mais seguidos pelas agências de notação financeira resulta de uma revisão em alta do crescimento económico em 2019 — o ano fechou a crescer 2,2% e não 2%, avançou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, o PIB nominal em 2019 fixou-se em 212,3 mil milhões de euros e, tendo em conta que a dívida pública calculada pelo Banco de Portugal ascendeu a 249,74 mil milhões de euros, isto significa que, afinal, o rácio da dívida é de 117,7% do PIB e não 118,2% que o próprio Banco de Portugal tinha calculado no último boletim estatístico. O valor é, aliás, 1,2 pontos percentuais abaixo da previsão do Governo.

Esta alteração é o reflexo do crescimento de 3,9% do PIB nominal, após uma evolução de 4,3% em 2018, ou seja, o PIB nominal passou de 204,28 mil milhões de euros para 212,3 mil milhões.

Fonte: Banco de Portugal e INE

Apesar de a dívida estar em rota descendente, continua a ser uma das mais elevadas da zona euro. De acordo com os últimos dados do Eurostat, Portugal tem o terceiro rácio de dívida mais elevado. Os dados do período entre julho e setembro de 2019 mostram que, comparando os rácios de dívida face ao PIB, o de Portugal está no terceiro lugar, logo após Itália (137,3%), sendo a Grécia o país que regista a dívida mais elevada (178,2%).

Já no que se refere ao saldo orçamental, esta revisão em alta do PIB nominal não é suficiente para ter qualquer impacto no défice de 0,1% previsto pelo Executivo para 2019. No entanto, o ministro das Finanças admitiu na sexta-feira a possibilidade de Portugal vir a registar um excedente um ano antes do previsto. Mas neste caso, o primeiro excedente em 40 anos de democracia será resultado de uma economia mais robusta no quarto trimestre do ano, que se traduzirá em receitas fiscais mais avultadas.

“Houve uma recuperação nas exportações, o investimento também manteve o ritmo muito alto, o mercado de trabalho continua a apresentar ótimos resultados”, sublinhou Mário Centeno, em entrevista à Reuters. “Todos esses números são adicionados a um cenário que possibilita que isso ocorra (excedente em 2019)”, acrescentou.

De acordo com os novos dados do INE, o PIB cresceu 0,7% no quarto trimestre — uma revisão em alta de uma décima face à estimativa rápida — mais do que o dobro do ritmo de expansão nos três meses anteriores.

O Governo prevê um excedente orçamental de 0,2% do PIB em 2020, dando um impulso extra para aliviar a dívida pública de Portugal, que caiu de 130% durante a crise de 2011-2014 para cerca de 118% em 2019, mas continua a ser uma das mais altas da zona do euro. “Esta é uma situação muito positiva. Continuaremos o processo de consolidação orçamental com uma meta muito importante para a nossa sociedade: ter uma relação dívida/PIB abaixo de 100% dentro de não mais de dois ou três anos”, afirmou o ministro.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) já estimava que o ministro das Finanças teria superado a meta do défice de 0,1% do PIB que previa para 2019. “Os desenvolvimentos orçamentais até setembro de 2019 e a informação parcial disponível para o último trimestre do ano, apontam para o cumprimento ou mesmo a superação do saldo estimado pelo Ministério das Finanças para 2019″, referia a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral.

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“Rei dos frangos” só decide se vende ações do Benfica após OPA

  • ECO
  • 29 Fevereiro 2020

José António dos Santos, dono de 12,7% da Benfica SAD, mantém o silêncio se vai ou não vender a sua posição no âmbito da OPA lançada pelo Benfica a ações da SAD.

José António dos Santos, dono de 12,7% da Benfica SAD, mantém o segredo sobre se vai ou não vender a sua posição na oferta pública de aquisição (OPA) que o Sport Lisboa e Benfica anunciou a 18 de novembro para adquirir 28% da sociedade. “Só depois de a OPA sair é que decido se vendo ou não”, afirma ao Expresso (acesso pago) este sábado.

Foi em 2017 que o presidente da Valouro investiu cerca de 3 milhões de euros na compra de dois blocos de ações da SAD do Benfica à Somague e ao Novo Banco, sendo que se optar por alienar a sua posição na OPA pode arrecadar 14,6 milhões de euros.

De recordar que o Benfica pretende aplicar 32,3 milhões de euros para comprar 6,4 milhões de ações da Benfica SAD que estão nas mãos de terceiros, tendo surpreendido pelo valor que se dispôs a pagar por cada título: 5 euros. Ou seja, o valor a que as ações foram para a bolsa e que representa um prémio de 81% face à última cotação da SAD da Luz antes do anúncio da oferta.

A par de José António dos Santos, outros acionistas de relevo da Benfica SAD também se remeteram ao silêncio relativamente à OPA. São os casos do construtor José Guilherme (dono de 3,73%), de Joaquim Oliveira (2,66%) e da Quinta dos Jugais (2%).

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Presidente do Novo Banco espera lucros em 2021

  • ECO
  • 29 Fevereiro 2020

António Ramalho antecipa, em entrevista ao Expresso, que o Novo Banco possa registar lucros em termos consolidados na totalidade do próximo ano.

O Novo Banco deverá ter lucros em 2021. A garantia foi dada por António Ramalho, presidente do Novo Banco, em entrevista ao Expresso (acesso pago) neste sábado, e um dia depois de a instituição anunciar prejuízos de 1.059 milhões de euros relativos a 2019.

Claramente. Não será nos primeiros trimestres, mas no conjunto do ano, sim“, disse António Ramalho ao ser questionado se 2021 será finalmente o primeiro ano de lucros em termos consolidados para o Novo Banco. “Estamos já a realizar capital no banco recorrente, o que compensa um pouco as perdas no banco legado. Em 2021 esperamos resultados claramente positivos. Fechámos um ciclo em 2019 e cumprimos 33 dos compromissos assumidos com a Direção Geral da Concorrência da União Europeia”, acrescentou a este propósito o CEO do banco.

António Ramalho espera ainda que esse regresso ao verde das contas do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo contribua a auditoria à concessão de créditos entre 2000 e 2018 que está a ser levada a cabo pela Deloitte e cujo custo será de três milhões de euros. Ou seja, o triplo do custo que a Caixa Geral de Depósitos teve de assumir com a auditoria da EY, feita em 2017.

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Governo sem registo de intrusões na distribuição eletrónica de processos

  • Lusa
  • 29 Fevereiro 2020

Ministério da Justiça diz que não foram detetadas vulnerabilidades ou intrusões informáticas na distribuição eletrónica de processos, dias depois de terem sido noticiadas alegadas irregularidades.

O Ministério da Justiça esclareceu este sábado que não foram detetadas vulnerabilidades ou intrusões de natureza informática na distribuição eletrónica de processos, dias depois de terem sido noticiadas alegadas irregularidades praticadas no Tribunal da Relação de Lisboa.

Referindo que as suspeitas de irregularidades estão a ser investigadas, uma nota do gabinete da ministra da Justiça, Francisca van Dunem, diz que “não foram detetadas vulnerabilidades estruturais ou intrusões de natureza informática”.

“A expectativa do Governo é de que os factos sejam esclarecidos com a maior celeridade, a fim de se pôr cobro a um clima de insuportável suspeição sobre a legalidade e lisura dos procedimentos de distribuição de processos nos tribunais”, lê-se na nota do Ministério da Justiça.

Na passada quarta-feira, dia 26, a agência Lusa noticiou que o ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Vaz das Neves, é arguido na Operação Lex por suspeitas de corrupção e abuso de poder relacionadas com a distribuição eletrónica de processos.

Na sequência das notícias, a Associação Sindical dos Juízes pediu para estar representada na próxima reunião plenária do Conselho Superior da Magistratura (CSM), marcada para o dia 3 de março, a qual vai discutir o caso dos sorteios eletrónicos do Tribunal da Relação de Lisboa e analisar os primeiros resultados das averiguações, mas este pedido foi negado.

Numa carta enviada ao Conselho Superior da Magistratura, o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Manuel Soares, justificava o pedido com as “suspeitas de incumprimento das regras de distribuição de processos no Tribunal da Relação de Lisboa”.

O pedido era feito “em face da extrema gravidade daquelas suspeitas, bem como das notícias posteriores, das quais resulta que podem existir juízes jubilados a desempenhar funções remuneradas na arbitragem voluntária”.

Além do ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa ter sido constituído arguido no processo Operação Lex, também são arguidos o desembargador Rui Rangel e a sua ex-mulher e juíza Fátima Galante.

A associação de juízes tinha também exigido ao CSM uma “sindicância urgente” aos procedimentos de distribuição de processos no Tribunal da Relação de Lisboa, para verificar se existiram irregularidades.

A Associação Sindical considerou “essencial apurar se houve escolha de processos para juízes ou de juízes para processos, por razões desviadas e fora das regras que determinam a distribuição aleatória” e, caso tenha ocorrido essa escolha, a mesma “teve influência na decisão final”.

Hoje, a tutela diz que “o tradicional sistema de distribuição manual de processos não é mais seguro do que a distribuição eletrónica” e dá informações técnicas, referindo que “a distribuição eletrónica é suportada por uma estrutura de dados que se ajusta às características de cada Tribunal ou Serviço do MP e num algoritmo para escolha da Unidade Orgânica e/ou Magistrado a que o Processo será atribuído”.

Vaz das Neves já negou publicamente que não teve qualquer tipo de benefício por intervenções suas em atos de distribuição de processos, enquanto esteve à frente daquele tribunal.

Esta semana o parlamento aprovou a audição da ministra da Justiça sobre a fiabilidade do sistema de distribuição eletrónica dos processos judiciais e do presidente do CSM, António Joaquim Piçarra.

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