Neste escritório, os trabalhadores sentem-se em casa

O novo escritório da Dashlane, startup especialista em gestão de palavras-passe, foi desenhado a pensar no conforto dos trabalhadores. O objetivo é sentirem-se em casa.

Quinhentos e oitenta metros quadrados de luz, espaços conectados e colaborativos e… verdes. Assim é o novo escritório da startup portuguesa de software Dashlane, no coração de Lisboa, na rua Garrett, em pleno Chiado. Inaugurado em setembro do ano passado, o espaço que acolhe hoje 48 trabalhadores — e tem capacidade para 70 — foi pensado para quem o ocupa com o objetivo de trazer a casa para o local de trabalho.

O principal objetivo foi tornar o espaço confortável para que as pessoas se sintam em casa. Olhar para as coisas como olharíamos se estivéssemos na nossa casa. O que é que nos deixa confortáveis, o que nos traz alegria, o que realmente precisamos para sentir essa vontade de vir trabalhar de manhã”, explica à Pessoas Mafalda Garcês, site leader e people director da Dashlane, que fez parte do design e conceção dos novos escritórios.

Secretárias, cadeiras e luz natural

Mafalda Garcês garante que a prioridade foi pensar num espaço que trouxesse felicidade, conforto e saúde às pessoas que trabalham na empresa: por isso, o desenho foi feito colaborativamente, com a ajuda de todos.

O escritório da Dashlane têm luz natural, jardins verticais e estantes decoradas pelos trabalhadores a dividir os vários espaços. Na entrada, há uma parede de ardósia que convida à partilha de mensagens entre os colegas e há espaços de lazer a pensar nas pausas. Para quem não gosta de estar sempre sentado, há standing desks, secretárias altas para trabalhar em pé.

“Vendo o que valorizavam mais, percebemos que as mesas, as cadeiras e as secretárias eram um tópico importante para o bem-estar das pessoas e decidimos fazer aí o principal investimento. O segundo principal investimento foi na luz. Acabámos por colocar luzes que se adaptam a intensidade consoante a luminosidade que vem do exterior, vão alterando ao longo do dia e também consoante as estações”, explica.

Escritórios que ajudam a atrair talento

A localização é uma vantagem para a empresa e a própria estrutura dos escritórios tem tido um impacto positivo na atração e na retenção de talento, sublinha Mafalda. “Estamos no mercado há dois anos e tivemos até agora duas pessoas que saíram por iniciativa própria. E isso é espetacular: é uma prova em números de que as pessoas se sentem bem com a empresa, com o espaço e com os colegas“, remata.

Vista para a rua Garrett, no Chiado.Living Offices - André Henriques

“O feedback por parte dos candidatos tem sido extraordinário. O facto de termos salas onde a tecnologia funciona 99,9% das vezes bastante bem, facilita esse processo, e depois sentem o ambiente do escritório e sentem-se que as pessoas também estão contentes“, refere. O mesmo acontece com a produtividade, que tem vindo a aumentar desde que se mudaram para os novos escritórios. “Conseguimos verificar um aumento, na área de suporte de cerca de 20% na qualidade do suporte prestado, que não está unicamente ligado com o espaço, mas acredito que o facto de as pessoas se sentirem bem e terem vontade de ir trabalhar ajuda a depois terem uma prestação mais eficaz“, exemplifica Mafalda Garcês.

Até ao final do primeiro semestre, a Dashlane quer reforçar a equipa de marketing, por isso já está à procura de um espaço maior, mas não quer perder a identidade.

“Já estamos a olhar para novos espaços mas queremos manter este engagement positivo que as pessoas têm com a empresa e com o espaço e capitalizá-lo cada vez mais”, remata a responsável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vírus afunda cotadas do PSI-20. Há seis em mínimos de três ou mais anos

Com a bolsa de Lisboa em mínimos de quatro meses, há várias empresas com perdas superiores. No entanto, também já há cotadas portuguesas a dar sinais de recuperação.

O receio do coronavírus não se vive só nas ruas europeias, mas também nos mercados financeiros. O surto está a penalizar o sentimento dos investidores devido ao potencial impacto económico e as bolsas têm estado em selloff desde o início da semana. No índice português PSI-20, as 18 cotadas desvalorizaram 3,67 mil milhões de euros em apenas duas sessões e continuam a cair, levando os títulos a mínimos de vários anos.

A bolsa de Lisboa voltou a negociar, esta terça-feira, abaixo dos 5.000 pontos e tocou mínimos de quatro meses. Desde o início da semana, já acumula uma desvalorização de quase 6,5%, que anulou todos os ganhos deste ano. Mas grande parte das cotadas caem mais do que o índice, com a Nos a destacar-se pela negativa.

A telecom liderada por Miguel Almeida tocou os 3,75 euros por ação, o valor mais baixo desde 17 de julho de 2013. É que além do receio generalizado em relação ao vírus, a Nos já estava a ser penalizada pelo anúncio de corte de dividendos, feito na apresentação de contas anuais.

Nos afunda para mínimos de quase sete anos

Apesar de a Nos ser o caso mais expressivo, há outras cotadas em mínimos de vários anos. É o caso do “peso pesado” BCP, que tocou esta quarta-feira os 16,77 cêntimos que não tocava desde 22 de março de 2017. Mota-Engil, Pharol, Ramada e Sonae negociaram também em mínimos de mais de três anos. E as quedas continuam em Portugal, em linha com a tendência por todo o mundo.

“Depois de uma sessão em queda livre no mercado americano, as quedas prosseguiram na sessão asiática”, lembrou André Pires, analista da corretora XTB, numa nota de abertura da sessão. Na Europa, considera que os investidores estão “a aguardar novas notícias macroeconómicas e, especialmente, notícias sobre o coronavírus“.

O número de casos confirmados de coronavírus atingiu 81.000 e tanto o número de pessoas curadas (30.165 pacientes) como as vítimas mortais (2.764) aumentaram. Na Europa, há já casos em Espanha e na Grécia, enquanto na América do Sul foi confirmado o primeiro infetado no Brasil.

Para reagir ao surto, a Casa Branca estará a ponderar decretar estado de emergência nacional, Hong Kong anunciou uma série de medidas de incentivo orçamentais e os investidores estão a apostar num corte das taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE). Para já, parecem estar a esperar para ver, mas há quem antecipe já uma recuperação das bolsas.

Alguns setores mais cíclicos ou com maior exposição à China deverão sofrer uma quebra importante na sua atividade. Entre eles, os setores automóvel, commodities, companhias aéreas, hotéis… Contudo trata-se de uma situação conjuntural, não estrutural. Por esse motivo, devemos estar bem posicionados para quando a epidemia for controlada”, considera o Bankinter. “As quedas das bolsas irão inverter. Pensamos que a primeira retoma deverá ocorrer entre amanhã [quinta-feira] e sexta-feira“.

Algumas cotadas portuguesas estão já a dar sinais de recuperação. É o caso da EDP, que segue a ganhar 1,5%, após ter sido o principal perdedor na bolsa de Lisboa. As ações da elétrica liderada por António Mexia tinham atingido máximos de sempre, na semana passada, mas afundaram 7% em dois dias (o equivalente a uma perda de 1,2 mil milhões de euros) e caíram para mínimos do início do mês. Também as perdas de outros “pesos pesados” do PSI-20 como a EDP Renováveis, a Galp ou a Jerónimo Martins levaram as cotações para mínimos deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Covid-19 já está a afetar a economia europeia

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2020

A Comissão Europeia afirma que o novo coronavírus já está a afetar a economia europeia, mas diz que ainda "não é possível fazer uma previsão séria" relativamente ao impacto.

A Comissão Europeia disse esta quarta-feira que o novo coronavírus já está a afetar a economia europeia, nomeadamente devido à influência da China nos mercados, mas adiantou não ser ainda possível fazer uma “previsão séria” sobre esse impacto.

“Os acontecimentos recentes apontam para uma materialização parcial desse risco, por isso teremos um impacto, tendo em conta que a China representa 18% do PIB [produto interno bruto] mundial, mas ainda não é possível fazer uma previsão séria”, declarou o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, falando em conferência de imprensa em Bruxelas.

Discursando na apresentação do pacote de inverno da Comissão Europeia do semestre europeu, que inclui análises macroeconómicas dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), o responsável notou que o surto do Covid-19 “está a evoluir dia após dia”, pelo que está a ser monitorizado pelos serviços técnicos de Economia do executivo comunitário.

“A única certeza que temos é que vamos ter impacto económico” do coronavírus na economia europeia e “existe alguma preocupação” relativamente a isso, admitiu Paolo Gentiloni.

Porém, insistiu: “Quantificar isso com previsões não é algo que vamos fazer para já”.

As bolsas europeias estão esta quarta-feira a negociar no vermelho, pressionadas pelo surto de coronavírus, com as suas consequências económicas a continuar a dominar a atenção dos investidores.

Com o surto do coronavírus, os investidores têm cada vez mais depositado os seus ativos em ouro numa tentativa de evitar exposição a ativos de risco.

O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infetados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios. Das pessoas infetadas, quase 30 mil recuperaram.

Além dos mais de 2.700 mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública de âmbito internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão nos últimos dias. Em Portugal, já houve 17 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises.

O único caso conhecido de um português infetado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da cidade japonesa de Okazaki, situada a cerca de 300 quilómetros a sudoeste de Tóquio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Elisa Ferreira preocupada com “posições rigidificadas” sobre orçamento da UE

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2020

A comissária europeia Elisa Ferreira alertou que “o tempo está a passar” nas negociações do orçamento plurianual da União Europeia.

A comissária europeia Elisa Ferreira admitiu esta quarta-feira estar preocupada com “posições ‘rigidificadas’” de alguns Estados-membros nas negociações do orçamento plurianual da União Europeia (UE) para 2021-2027, marcadas por impasse, e alertou que “o tempo está a passar”.

“É um pouco preocupante ver posições ‘rigidificadas’, concentradas entre as contribuições de 1% ou de 1,07% para um orçamento comum que permite que haja um mercado interno, uma moeda única, etc., que, no fundo, beneficiam alguns desses países que depois são tão rígidos relativamente à sua contribuição”, declarou a comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira.

Falando num encontro com jornalistas portugueses, em Bruxelas, a responsável disse ter visto “com bastante preocupação” o falhanço das negociações no Conselho Europeu extraordinário, realizado na semana passada na capital belga e consagrado ao orçamento plurianual da UE para 2021-2027.

“O tempo está a passar e era importante começarmos a assentar as bases para que a transição entre um quadro comunitário e o seguinte fosse a mais suave possível”, frisou Elisa Ferreira. A comissária europeia disse esperar que “as coisas se solucionem rapidamente porque, na situação atual, fica uma sensação de conflitualidade [entre os Estados-membros] que é muito artificial”.

“Esperemos que haja algum progresso rapidamente e que se passe desta fase, que é muito desagradável e que deforma a ideia da UE perante os cidadãos”, insistiu a detentora da pasta da Coesão e Reformas.

Na semana passada, os líderes da UE não chegaram a consenso relativamente à proposta apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que estabelecia um orçamento a longo prazo de 1,09 mil milhões de euros, equivalente a 1,074% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) da UE já sem o Reino Unido, contribuição semelhante à apresentada em dezembro passado pela presidência finlandesa (1,07%), liminarmente rejeitada pelos países.

Também à semelhança da finlandesa, a proposta de Charles Michel continuava a contemplar cortes na Política de Coesão e na Política Agrícola Comum (PAC) face ao quadro atual.

A proposta original da Comissão, que já data do verão de 2018, contemplava um orçamento global para os próximos sete anos com contribuições correspondentes a 1,11% do RNB, enquanto o Parlamento Europeu, que se pronunciou contra a proposta de Charles Michel considerando-a insuficiente, defende contribuições de 1,3%.

De um lado está o grupo alargado de países “Amigos de uma Europa ambiciosa” (anteriormente chamados “Amigos da Coesão”), entre os quais Portugal, que se opõe firmemente a um orçamento que sacrifique políticas como Coesão e Agricultura. Aqui incluem-se também os que consideram o orçamento aquém das ambições que a UE deve assumir, como França.

Já do outro lado estão contribuintes líquidos, e designadamente, o ‘quarteto’ formado por Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia, que continua a achar que é destinado demasiado dinheiro à Coesão e Agricultura, defendendo antes um maior investimento no que apelidam de “políticas modernas”, mas sem nunca ultrapassar o teto global de 1% do RNB.

Depois do fracasso desta cimeira, o processo volta praticamente à ‘estaca zero’, devendo ser desenvolvidas ao novas rondas e consultas com vista a aproximar as partes, de modo a que seja possível o mais cedo possível um acordo sobre o orçamento da UE pós-2020, já que, na falta de um acordo, os novos fundos e respetiva programação já para 2021 ficam comprometidos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fisco dá mais um dia para validar faturas para o IRS, depois do crash do site

A Autoridade Tributária deu mais um dia para validar faturas no portal e-Fatura, depois de a plataforma ter sofrido um "crash" por causa do elevado fluxo de tráfego.

O Fisco deu mais um dia para os portugueses poderem validar faturas no portal e-Fatura, uma decisão que surge depois das falhas registadas no Portal das Finanças provocadas pelo elevado fluxo de tráfego. O novo prazo termina à meia-noite desta quinta-feira, isto é, tem até ao final do dia de hoje.

“O acesso ao e-Fatura para confirmação de faturas continua disponível durante o dia 26 de fevereiro de 2020”, informa a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), num comunicado em que confirma a ocorrência de falhas na plataforma esta terça-feira.

“Tendo sido verificados constrangimentos temporários no acesso ao e-Fatura para confirmação de faturas, entre as 18h00 e as 24h00 do dia 25 de fevereiro de 2020, que podem ter condicionado alguns contribuintes na validação das suas faturas, a AT informa que aquele sistema continua disponível durante o dia 26 de fevereiro de 2020 para esse efeito”, sublinha a mesma nota.

Os contribuintes portugueses devem validar as faturas que foram comunicadas ao Fisco, de forma a aproveitarem as deduções ao imposto nas várias categorias. Segundo a AT, “durante o dia 25 de fevereiro de 2020 foram validadas mais de 33 milhões de faturas”. Ora, especificamente no momento do crash, “os contribuintes validaram ainda assim mais de 2,2 milhões de faturas por hora”.

Esta não é a primeira vez que o Portal das Finanças regista problemas devido ao elevado número de acessos. Estes incidentes têm-se verificado nos últimos anos, à medida que cada vez mais portugueses foi optando pela entrega do IRS pela internet, que já é, atualmente, a única forma de apresentar a declaração anual de rendimentos ao Fisco. No ano passado, por exemplo, o Portal das Finanças registou falhas logo no primeiro dia da entrega do IRS.

(Notícia atualizada às 12h15 com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Miguel Neiva de Oliveira reforça a equipa de direito público da CCA

Com cerca de 15 anos de experiência, Miguel Neiva de Oliveira integra a área de direito público da CCA Law Firm, enquanto associado sénior.

A sociedade de advogados CCA Law Firm reforçou a área de direito público com a integração do associado sénior Miguel Neiva de Oliveira. O advogado transita da Ana Bruno & Associados.

Miguel Neiva de Oliveira conta com cerca de 15 anos de experiência em direito administrativo, com especial enfoque em contratação pública, concessões de obras públicas e de serviços públicos e contencioso administrativo. O novo reforço da CCA possui ainda experiência no acompanhamento de procedimentos diversos na área de regulatório em geral, saúde e farmacêutico, urbanismo e planeamento do território.

“O track record do Miguel, o seu conhecimento na área de público e a experiência quer nacional, quer internacional que adquiriu ao longo destes anos serão certamente uma enorme mais-valia para a nossa equipa que tem vindo a crescer em função das necessidades dos nossos clientes”, nota Marta Duarte, sócia do departamento de contencioso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas dá 80 milhões a Portugal para fechar centrais termoelétricas e petroquímicas

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2020

Comissão Europeia dá 80 milhões de euros a Portugal para fechar as centrais termoelétricas de Sines e Pego e os pólos petroquímicos de Matosinhos e Sines, por serem poluentes.

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira que Portugal feche as centrais termoelétricas de Sines e Pego e os pólos petroquímicos de Matosinhos e Sines, por serem poluentes, dando quase 80 milhões de euros ao país para fazer esta transição.

Em causa está a proposta relativa ao Fundo de Transição Justa, criado pela Comissão Europeia para apoiar o desmantelamento de indústrias poluentes e a descarbonização de regiões dependentes de combustíveis fósseis, no âmbito do qual deverão ser alocados 79,2 milhões de euros a Portugal.

Na proposta divulgada esta quarta-feira, no âmbito do pacote de inverno do semestre europeu, Bruxelas assinala que, “em Portugal, ainda existem duas centrais termoelétricas a carvão: nas regiões do Alentejo Litoral (município de Sines) e do Médio Tejo (no Pego, município de Abrantes)”.

De acordo com o executivo comunitário, estas centrais termoelétricas “são as maiores emissoras de gases com efeito de estufa em Portugal”, juntando-se a estas “as indústrias altamente poluentes da produção de derivados de petróleo e plásticos, também localizadas em Sines e Matosinhos”.

O Governo português já tinha anunciado, em outubro passado, estar preparado para encerrar a central termoelétrica do Pego no final de 2021 e fazer cessar a produção da central de Sines em setembro de 2023, lembra hoje Bruxelas.

Estimando que o fecho destas centrais termoelétricas e petroquímicas possa implicar a perda de 650 empregos (350 em Sines, 200 em Pego e 100 no porto de Sines), a Comissão propõe ao país que “concentre a sua intervenção nestas regiões, no âmbito do Fundo de Transição Justa”.

Falando num encontro com jornalistas, em Bruxelas, a comissária europeia da Coesão e Reformas, a portuguesa Elisa Ferreira, observou que “Portugal não tem grandes problemas em termos de utilização de minas de carvão, como muitos dos países [da UE] têm, mas tem outros problemas cuja solução pode ser facilitada através deste mecanismo”.

“No caso português, há ainda algumas indústrias […] que têm emissões muito fortes de gases com efeitos de estufa e para essas regiões e zonas é preciso fazer um plano de transição que combine estes vários instrumentos”, explicou Elisa Ferreira.

A responsável precisou que o fundo visa, assim, apoio técnico e financeiro para criação e investimento em pequenas e médias empresas, formação de recursos humanos, transferência de trabalhadores e introdução de tecnologia para fontes de energias mais ‘limpas’.

De acordo com a Elisa Ferreira, a proposta apresentada esta quarta-feira está ainda “sujeita a negociação”.

“A Comissão, para todos os países da UE, selecionou essas regiões e faz a sua proposta, mas é evidente que pode haver ajustamentos decorrentes da negociação com os países”, reforçou.

Caberá agora aos Estados-membros realizarem os seus planos nacionais de transição em cooperação de entidades locais e regionais, podendo contar com o apoio do executivo comunitário, desde que o solicitem em candidaturas que abrem em março.

Elisa Ferreira admitiu que os montantes finais alocados a cada país estão dependentes das negociações do quadro financeiro plurianual 2021-2027, que decorrem no Conselho Europeu, mas adiantou esperar que os programas arranquem em 01 de janeiro próximo.

Prevê-se que a Portugal seja alocado 1,1% do montante total do Fundo de Transição Justa, que é de 7,5 mil milhões de euros.

Com uma verba de 79,2 milhões de euros, Portugal ocupa a 11.º posição entre os 27 Estados-membros da UE que menos recebem. Os países que arrecadam mais verbas são a Polónia, Alemanha e Roménia, enquanto os que menos recebem são o Luxemburgo, Malta e Irlanda.

Entre as variáveis consideradas pela Comissão Europeia para fazer a distribuição está não só a questão das emissões de dióxido de carbono (CO2), mas também o emprego gerado pelas indústrias intensivas, numa equação que teve em conta a área económica, social e ambiental.

O Fundo de Transição Justa só poderá ser utilizado pelos países de forma combinada com os fundos da Coesão (desenvolvimento regional e social europeu), além do cofinanciamento nacional para cada projeto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal continua na lista dos países com “desequilíbrios económicos”. Bruxelas vê “progressos limitados”

  • ECO e Lusa
  • 26 Fevereiro 2020

Portugal continua a apresentar “desequilíbrios macroeconómicos”, sobretudo devido a um abrandamento do ajustamento externo, concluiu a Comissão Europeia.

A Comissão Europeia manteve Portugal na lista dos países com “desequilíbrios económicos”, depois de considerar que o país fez “progressos limitados” nas recomendações deixadas por Bruxelas no ano passado. Ainda assim, destaca o “desempenho económico positivo” e o “esforço político” que estão a ajudar Portugal a “enfrentar alguns dos seus desafios”.

“Portugal fez progressos limitados na abordagem das recomendações específicas por país de 2019”, refere um relatório da Comissão Europeia. Nesse documento, que analisa cada Estado-membro, Bruxelas enumera ainda as áreas em que Portugal registou “alguns progressos”, como o nível de habilitações da população, o aumento do número de licenciados e o aumento da eficiência dos tribunais administrativos e tributários.

Já nas áreas em que o país observou “progressos limitados” estão, entre outras, a melhoria da qualidade das finanças públicas, da sustentabilidade financeira das empresas públicas, da eficácia e adequação da rede de Segurança Social. Contudo, o pior desempenho, em que o país registou “nenhum progresso”, observou-se na redução das restrições em profissões altamente reguladas.

Ainda de acordo com o documento, Portugal tem feito progressos na correção desses desequilíbrios, designadamente ao nível da redução da dívida, quer pública quer privada, e também do crédito malparado, mas, a nível externo, a posição de investimento internacional “continua a ser uma das mais negativas da UE” e as perspetivas são de que “o ajustamento externo abrande substancialmente”.

Em dezembro, por ocasião da adoção do “pacote de outono” do semestre europeu, o executivo comunitário adotou o Relatório sobre o Mecanismo de Alerta, que identificou 13 Estados-membros que, segundo Bruxelas, mereciam ser alvo de “análises aprofundadas” por apresentarem desequilíbrios económicos, tendo as conclusões dessa análise sido divulgadas esta quarta-feira, no âmbito do “pacote de inverno”.

Face a este desempenho, a Comissão Europeia voltou a colocar Portugal na lista dos países com “desequilíbrios económicos” — tal como há dois anos –, ao lado de oito outros Estados-membros: Alemanha, Croácia, Espanha, França, Holanda, Irlanda, Roménia e Suécia. Com pior desempenho estão o Chipre, Itália e Grécia, classificados como países com “desequilíbrios excessivos”. A Bulgária, por sua vez, foi o único a não ver apontado qualquer desequilíbrio.

Relativamente aos desequilíbrios de Portugal e sua gravidade, o relatório aponta que, no final de 2018, a posição de investimento internacional (PII) líquida manteve-se “muito negativa” no final de 2018, em -105,6% do PIB, muito aquém do limite prudencial de -48%, embora reconheça que o respetivo perfil de risco melhorou. Quase 60% da PII provém de dívida pública, “cuja estrutura, perspetiva e desempenho de mercado melhoraram ao longo dos últimos anos”.

Quanto a previsões, a Comissão assinala que, ainda que o PII tenha melhorado do seu valor mais baixo de -123,8% do PIB, registado no final de 2014, para -105,6% no final de 2018 e -101,5% em setembro do ano passado, “as projeções atuais apontam para um abrandamento substancial no ritmo de ajustamento” e, a este ritmo, o PII de Portugal apenas alcançará o valor prudencial de -48% dentro de 15 anos.

O outro desequilíbrio mais sublinhado pela Comissão Europeia é ao nível da produtividade, observando Bruxelas que a fraca produtividade afeta negativamente a convergência dos rendimentos. Segundo a Comissão, “embora a economia portuguesa tenha crescido acima da média da UE em 2017 e 2018, o fosso na produtividade laboral de Portugal relativamente à média europeia manteve-se inalterado”, nos 23% em termos de standards de poder de compra ‘per capita’.

Voltando a ‘apontar o dedo’ à falta de qualificações, o documento da Comissão sustenta que “a produtividade também parece ser limitada pela especialização em setores com pouco valor acrescentado e pela alta proporção de pequenas empresas”. “A quota de Portugal a nível de produtos de alta tecnologia nas exportações foi a mais baixa da UE em 2018”, sublinha Bruxelas, que recomenda então um maior investimento nos setores da investigação e inovação.

(Notícia atualizada às 12h56 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investigadora do Porto cria baterias que se autocarregam sem perder energia

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2020

Investigadora da FEUP desenvolveu uma nova bateria que, ao combinar "capacitância negativa e resistência negativa" na mesma célula, permite que esta se autocarregue sem perder energia.

Uma investigadora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) desenvolveu uma nova bateria que, ao combinar “capacitância negativa e resistência negativa” na mesma célula, permite que esta se autocarregue sem perder energia, revelou esta quarta-feira a responsável.

Em declarações à agência Lusa, a investigadora do Departamento de Engenharia Física da FEUP, Maria Helena Braga, responsável pela investigação, explicou que a inovação surgiu da necessidade de entender o “funcionamento de um eletrólito (substância que se dissolve para originar uma solução que conduz eletricidade) de vidro ferro elétrico”.

Com base numa célula eletroquímica, formada por dois condutores (dois elétrodos diferentes) e um eletrólito rico em lítio, a equipa de investigadores concluiu num estudo, publicado na revista “Applied Physics Reviews”, que a célula, ao combinar “capacitância negativa e resistência negativa”, se auto carrega.

A capacitância negativa ocorre quando uma mudança na carga faz com que a tensão, através de um material, mude na direção oposta.

Por sua vez, a resistência negativa ocorre quando se dá um aumento de tensão nos terminais de um circuito ou dispositivo elétrico e que resulta numa diminuição da corrente elétrica.

“Como é que ela se auto carrega? Formando um condensador de capacitância negativa, não é a primeira vez que se vê isto, mas é a primeira vez que essa capacitância negativa é vista associada a uma resistência negativa“, disse.

A investigação, que surge da “preocupação, necessidade e urgência em eletrificar por causa das mudanças no clima”, vem assim unificar a teoria por detrás de todos os dispositivos no estado sólido, como as baterias, energia fotovoltaica e transístores.

“Sabendo nós que temos um material ferro elétrico que se auto carrega, podemos prever esse autocarregamento, estudá-lo, otimizá-lo e utilizá-lo quando é necessário aumentar a capacidade e autonomia das baterias, nomeadamente, em sensores num todo de uma montanha ou mesmo num carro”, exemplificou.

De acordo com a investigadora, este processo “tem aplicações em todos os dispositivos de armazenamento de energia e pode melhorar substancialmente a sua autonomia”.

“Este processo dá origem a um dispositivo que se auto carrega sem autociclo, aumentando a energia armazenada nele, em oposição à degradação natural do processo eletroquímico que faz com que a energia armazenada diminua pela dissipação de calor”, frisou.

À Lusa, Maria Braga adiantou que esta é a “primeira vez” que um artigo científico relaciona, numa tela eletroquímica, a capacitância negativa e a resistência negativa, algo que “nunca foi visto na literatura”.

“Isto é organização, é um processo de uniformização, criação de padrões e de organização. Isto é algo que não acontece só nas células eletroquímicas, acontece em muitos outros dispositivos, desde o bater do coração, em fenómenos que ocorrem nos nossos neurónios ou nas nossas células”, referiu, adiantando que a investigação pode “abrir portas noutras áreas”.

Maria Helena Braga, 45 anos, publicou pela primeira vez sobre a tecnologia de eletrólitos de vidro em 2014, quando desenvolvia investigação na FEUP, tendo recebido, nessa altura, um contacto do investigador norte-americano da Universidade do Texas (Austin, Estados Unidos), Andy Murchison, que conhecia bem John Goodenough, o inventor das baterias de iões de lítio e Nobel da Química em 2019, com o qual foi “desafiada” a trabalhar.

A especialista é formada em Física do Estado Sólido e Ciências dos Materiais, doutorada em Engenharia Metalúrgica e Materiais, na Universidade do Porto, e professora auxiliar no Departamento de Engenharia Física da UPorto, desde 2002.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca alerta que travão às comissões no Parlamento pode obrigar a fechar mais balcões e despedir trabalhadores

APB diz que propostas dos partidos para proibir ou limitar comissões condiciona rentabilidade da banca. Trabalhadores reagem, dizendo que é "imoral" fazer relação entre comissões e despedimentos.

A vontade do Parlamento de limitar ou proibir a cobrança de algumas comissões bancárias não está a ser bem recebida pelo setor. A Associação Portuguesa de Bancos (APB) considera que o impacto negativo em termos de rentabilidade pode mesmo obrigar ao fecho de balcões e consequente despedimentos de trabalhadores.

A associação que representa os bancos já tinha adiantado ao ECO que qualquer iniciativa legislativa que limitasse a capacidade dos bancos de fixarem livremente os preços dos serviços que prestam, tenderia a distorcer a concorrência, a limitar a competitividade e a fragilizá-los. Hoje, a APB vem reforçar esses alertas antes do tema das comissões ser discutido no Parlamento.

Em comunicado, a associação que representa o setor da banca começa por enumerar diversos críticas às propostas de alteração legislativa sobre comissões bancárias entregues no Parlamento por cinco partidos. Para além de as considerar “incompreensíveis numa economia de mercado”, diz ainda que são “um atropelo ao regime de livre concorrência”, bem como “uma discriminação, negativa para o setor, face ao quadro vigente na União Bancária”.

Tendo isso em conta, a entidade liderada por Faria de Oliveira diz que uma eventual viabilização pelo Parlamento poderá constituir um desincentivo ao investimento em inovação e uma limitação à prestação de determinados serviços em prejuízo do consumidor. E neste sentido, frisa que “a prestação de serviços inovadores e cómodos não deve ser confundida com essencialidade e gratuitidade”, referindo-se possivelmente à vontade do Parlamento de impedir que os bancos cobrem por serviços como o MB Way.

Mas a APB vai ainda mais longe nas críticas, alertando para consequências práticas que possam advir para o próprio funcionamento dos bancos, como “uma condicionante à rentabilidade, obrigando a reduzir ainda mais a estrutura de custos, designadamente com pessoal e rede de balcões”.

Entretanto, os trabalhadores da banca já reagiram à posição assumida pela associação que representa os bancos. “São de um profundo desrespeito pelos trabalhadores das instituições bancárias”, começa por dizer Paulo Gonçalves Marcos, presidente da Direção do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), acrescentando que “é imoral estabelecer qualquer relação direta entre a cobrança de comissões e os despedimentos dos trabalhadores e o encerramento de balcões”.

O responsável do SNQTB lembra ainda que “no passado, os bancos aumentaram as comissões e não foi por isso que deixaram de despedir, estabelecer programas de rescisões de mútuo acordo ou propor reformas antecipadas aos trabalhadores”, considerando que a relação estabelecida pela APB “revela a falta de seriedade das entidades que a integram e constitui um bode expiatório para um objetivo previamente definido e que não podemos deixar de denunciar”.

(Notícia atualizada com posição do SBQTB)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ninguém quer trabalhar na comissão de acompanhamento à venda do Novo Banco

Comissão de acompanhamento dos ativos tóxicos do Novo Banco está incompleta há um ano. Máximo dos Santos diz que não consegue contratar ninguém. "Muitos fogem".

Quando o Novo Banco foi vendido ao Lone Star, em outubro de 2017, criou-se uma comissão de acompanhamento para a venda da instituição com três elementos. Um deles saiu há um ano e até hoje o lugar continua por ocupar. O Fundo de Resolução já fez vários convites, mas foram todos rejeitados. Porquê?

Muita gente foge deste assunto [Novo Banco], sente que não tem ânimo nem vontade para tratar dele“, explicou Luís Máximo dos Santos, presidente do Fundo de Resolução, que detém ainda 25% da instituição financeira.

“Muitos acabam por ter incompatibilidade devido a funções que exerceram no passado”, acrescentou ainda, adiantando que fez vários convites mas foram recusados.

No Parlamento, onde está a ser ouvido na Comissão de Orçamento e Finanças, Máximo dos Santos disse ainda que não tem sido “fácil encontrar” pessoas com “os conhecimentos, a preparação técnica e a disponibilidade” para desempenhar “um trabalho temporário”.

Há cerca de um ano, Miguel Athayde Marques deixou a comissão de acompanhamento da venda do Novo Banco, alegando incompatibilidade devido ao facto de a sua mulher ter integrado a administração do Santander. Este órgão tem por missão escrutinar as decisões do banco naquilo que possa ter impacto na chamada de capital ao Fundo de Resolução através do mecanismo de capital contingente, nomeadamente as vendas de malparado e outros ativos problemáticos que têm dado prejuízos significativos.

Atualmente, são dois membros: José Rodrigues de Jesus (presidente) e José Bracinha Vieira (vice-presidente), ambos nomeados exclusivamente pelo Fundo de Resolução.

Máximo dos Santos reconheceu que o Novo Banco até está a perder com esta situação, dado que o terceiro elemento é designado em conjunto pelo Fundo de Resolução e Novo Banco.

“Os dois membros que lá estão têm emitido os seus pareceres, acompanhando os comités, não se resguardam nos seus esforços”, disse ainda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quando a regulação puxa pela inovação

  • Conteúdo Patrocinado
  • 26 Fevereiro 2020

O sector financeiro e dos pagamentos tem assistido nos últimos anos a importantes desenvolvimentos graças a um conjunto de disrupções tecnológicas que vieram alterar os paradigmas existentes.

Por um lado, com o aparecimento das fintech, o setor bancário assistiu a uma nova dinâmica, motivada pelo interesse crescente dos clientes por serviços digitais e online. Por outro, ao nível dos pagamentos, a explosão do e-commerce e dos serviços online veio trazer novos desafios, não apenas ao nível da segurança das transações para clientes e comerciantes, mas também ao nível da experiência de compra.

É interessante, neste contexto, termos assistido a um fenómeno que, não sendo absolutamente novo, não deixa de ser, de certa forma, surpreendente. O facto de a tão propalada diretiva de pagamentos, conhecida por PSD2, ter sido um verdadeiro motor da inovação, ao incentivar todos os agentes de mercado para a necessária transformação digital, adotando as tecnologias capazes de responderem aos desafios da disrupção nas cadeias de valor da banca e do comércio.

E se estas mudanças instituídas pela PSD2 pareciam, ao início, uma espécie de Big Bang, a verdade é que, com o tempo e graças às soluções entretanto desenvolvidas pela Mastercard, empresa líder em tecnologia de pagamentos a nível global, foi possível ao setor bancário e aos comerciantes europeus posicionarem-se na vanguarda da inovação dos pagamentos, criando maior segurança e confiança e impulsionando novas oportunidades para negócios e pessoas.

Num momento em que todas as instituições convergem para a transformação digital da indústria, que terá de acontecer até 31 de dezembro deste ano, a infraestrutura global, know-how tecnológico, produtos e uma rede mundial para instituições financeiras, a Mastercard está estrategicamente posicionada para apoiar a banca tradicional e as Fintechs, mas também todos os comerciantes, na adoção de um dos mais importantes aspetos da nova diretiva: a autenticação forte dos clientes, mais conhecida pelo acrónimo SCA (Strong Costumer Authentication).

Paulo Raposo, diretor-geral MasterCard PortugalSam Frost

Na prática, a SCA introduz um conjunto de normas de segurança relativas às últimas tecnologias de pagamentos físicos e online, entre as quais as soluções de autenticação biométricas, e destina-se a garantir a correta identificação do utilizador e da compra que pretende realizar, através de três fatores de autenticação: algo que o utilizador tem (um cartão bancário ou um telemóvel, por exemplo); algo que o utilizador sabe (um PIN ou uma password); e algo que o utilizador é (a sua impressão digital ou o reconhecimento facial, por exemplo).

O futuro passa pelo telemóvel

Quais são as probabilidades de estar a ler este artigo no seu telemóvel? Muito provável, diria. Não há como negá-lo. O smartphone é uma parte integrante das nossas vidas: fazemos scroll, clicamos e compramos e fazemos muito mais do que isso. É, com quase toda a certeza, o equipamento em que mais confiamos e mantê-lo seguro é, ainda, um grande desafio, embora a introdução da autenticação biométrica tenha sido, em grande medida, a solução chave para lhe dar resposta.

Por outro lado, se tivermos em consideração que mais de metade do comércio eletrónico passará, em 2021, pelos smartphones e que a fraude nas compras online cresce ao dobro da velocidade das vendas, é crítico trazer maior segurança para os nossos equipamentos e para a experiência de mobile shopping (m-commerce).

"Estamos prontos para apoiar as tendências atuais e futuras, por mais disruptivas que pareçam; desde a ascensão de empreendedores influentes, que desejam negociar diretamente com seus seguidores em plataformas emergentes ou em aumentar a segurança de plataformas estabelecidas.”

A solução está, precisamente, na SCA. E é por isso que os comerciantes têm de adotar, gradualmente até ao final deste ano, as novas tecnologias como a EMV 3DS, enquanto que os emissores de cartões terão de permitir o acesso dos consumidores às novas soluções biométricas de autenticação.

De forma simples, o aumento da utilização da biometria e da SCA assinala um momento 2.0 – uma oportunidade real de salvaguarda do m-commerce, de tal forma simples que era inconcebível quando o e-commerce apareceu, no princípio dos anos de 1990. Fundamentalmente, estas soluções inovadoras estão prontas e disponíveis já hoje! Todos nós temos acesso à tecnologia para fazermos pagamentos biométricos, com todos os benefícios associados e que são, no fundo, a ambição da SCA. E nós estamos prontos para apoiar as tendências atuais e futuras, por mais disruptivas que pareçam; desde a ascensão de empreendedores influentes, que desejam negociar diretamente com seus seguidores em plataformas emergentes ou em aumentar a segurança de plataformas estabelecidas.

Na prática, todas as inovações que a Mastercard já disponibiliza aos seus parceiros e que respondem aos desafios da PSD2 têm três objetivos principais: melhorar a experiência dos consumidores, aumentar a taxa de aprovações nos pagamentos e reduzir a fraude.

Por Por Paulo Raposo, diretor-geral da Mastercard em Portugal

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.