Governo prorroga prazos das inspeções automóveis por causa do coronavírus

  • Lusa
  • 21 Março 2020

Os veículos que devessem ser apresentados à inspeção entre 13 de março e 31 de maio de 2020 veem o seu prazo prorrogado por dois meses contados da data da matrícula.

O Ministério das Infraestruturas e da Habitação anunciou este sábado que vai prorrogar os prazos das inspeções automóveis, no âmbito das medidas excecionais e temporárias de resposta à Covid-19.

Assim, os veículos a motor e seus reboques, ligeiros ou pesados, que devessem ser apresentados à inspeção periódica no período entre 13 de março e 31 de maio de 2020 veem o seu prazo prorrogado por dois meses contados da data da matrícula, referiu.

“Durante este período, o incumprimento da obrigação de inspeção periódica não releva para efeitos de seguro de responsabilidade civil automóvel ou do direito de regresso da empresa de seguros”, sublinhou.

Na nota, esta tutela, liderada por Pedro Nuno Santos, salientou que, fora deste regime de exceção, ficam alguns serviços essenciais que têm obrigatoriamente de ser realizados, ainda que por marcação, nomeadamente os referentes aos automóveis pesados de passageiros (M2 e M3), automóveis pesados de mercadorias (N2 e N3), reboques e semirreboques com peso bruto igual ou superior 3.500 quilos com exceção dos reboques agrícolas (O3 e O4), automóveis ligeiros licenciados para o transporte público de passageiros e ambulâncias, automóveis ligeiros de passageiros (M1), utilizados para transporte internacional, para deslocação autorizada e automóveis utilizados no transporte escolar.

As entidades gestoras devem informar o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) sobre quais são os centros de inspeção que, até 9 de abril, asseguram a prestação dos serviços essenciais, adiantou.

No início da semana, a Associação Portuguesa de Inspeções Automóveis (APIA) solicitou ao IMT o encerramento dos centros de Inspeção Automóvel até ao final do mês e o alargamento do prazo para o cumprimento das obrigações dos proprietários das viaturas.

Numa carta enviada ao presidente do IMT, a que a agência Lusa teve acesso, a APIA lembrou que “a situação excecional que se vive no momento atual e a proliferação de casos registados de contágio de coronavírus veio exigir a aplicação de medidas extraordinárias e de caráter urgente”.

“Dando continuidade e expressão ao caminho trilhado pelo Governo da República, entendem os associados da APIA que importa, ainda, promover medidas mais arrojadas que aumentem as possibilidades de distanciamento social e isolamento profilático, cuidando da saúde dos utentes que acorrem aos Centros de Inspeção de Automóveis”, expôs.

Portugal elevou hoje para 12 o número de mortes associadas ao vírus da covid-19, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), que regista 1.280 casos confirmados de infeção.

Estão confirmadas quatro mortes na região Norte, quatro na região Centro, três na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, precisa o boletim epidemiológico divulgado hoje, com dados referentes até às 24:00 de sexta-feira. Segundo estes dados da DGS, há mais 260 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, do que na sexta-feira.

O número de mortos duplicou em relação a sexta-feira, quando foram registadas seis mortes, indicam os dados, que dão conta de que cinco doentes já recuperaram. Desde 1 de janeiro existem 9.854 casos suspeitos, dos quais 1.059 aguardam resultado laboratorial. Houve ainda 7.515 casos que não se confirmaram.

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Novo coronavírus já causou mais de 11.400 mortos em todo o mundo

  • Lusa
  • 21 Março 2020

Já foram detetados mais de 271.660 casos de infeção pelo novo coronavírus em 164 países e territórios, desde o início do surto.

O novo coronavírus já causou pelo menos 11.401 mortos em todo o mundo, depois de ter sido identificado pela primeira vez em dezembro, de acordo com um balanço da agência noticiosa France-Presse.

Segundo a AFP, feito às 11:00 TMG (10:00 em Lisboa), desde o início da pandemia da covid-19, foram detetados mais de 271.660 casos de infeção em 164 países e territórios, número que apenas reflete uma fração do número real de contaminações, já que um grande número de países só está a testar os casos que necessitam de internamento hospitalar.

A Itália, que registou a primeira morte no final de fevereiro, conta com 4.032 mortos, de um total de 47.021 casos. Segundo as autoridades italianas, 5.129 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.008 casos (32 são novos casos registados entre sexta-feira e este sábado), tendo sido registados 3.255 mortes (sete novas) e 71.740 pessoas curadas.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são o Irão, com 1.556 mortes num total de 20.610 casos, a Espanha, com 1.002 mortes (19.980 casos), a França, com 450 mortes (12.612 casos), e os Estados Unidos, com 260 mortes (19.624 casos).

Na noite de sexta-feira, os Emirados Árabes Unidos, a Lituânia, Israel e o Paraguai anunciaram as primeiras mortes devido ao novo coronavírus nos seus países. Entretanto, no Zimbabué, foi anunciado o primeiro caso de infeção.

A Europa totalizava este sábado às 11:00 TMG (10:00 em Lisboa), um total de 127.056 casos (6.028 mortes), a Ásia 95.565 casos (3.455 mortes), o Médio Oriente 23.327 casos (1.581 mortes), os Estados Unidos e o Canadá 20.360 casos (269 mortes), a América Latina e as Caraíbas 3.226 casos (35 mortes), a Oceania 1.121 cas (7 mortes) e África 1.006 casos (26 mortes).

O balanço da France-Presse foi realizado a partir de dados recolhidos pelas suas redações junto de autoridades nacionais competentes e com base em informações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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Cerca de 80% dos doentes com Covid-19 vão ser seguidos em casa. Pico em Portugal previsto para 14 de abril

Será implementado um novo modelo de abordagem aos doentes com Covid-19 em Portugal, na próxima semana. A previsão do pico do surto passou de maio para meados de abril.

Será adotada uma nova abordagem e modelo de assistência ao doente com Covid-19, sendo que uma das medidas será tratar mais doentes no domicílio. A ministra da Saúde apontou ainda que a previsão do pico da curva epidemiológica se situe a 14 de abril, quando antes era em maio.

“Há um conjunto de doentes tratados no domicílio, e o que se pretende é agilizar e reforçar essa possibilidade”, referiu a ministra da Saúde, em conferência de imprensa transmitida pelas televisões. Marta Temido apontou que a nova abordagem deverá começar a ser aplicada na próxima semana.

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apontou também que um dos pilares da estratégia é “detetar precocemente casos positivos e tratar de acordo com condição clínica”, indicando que “cerca de 80% serão tratados em domicílio”. Depois é necessário encontrar contactos destas pessoas, para identificar mais possíveis casos.

Já quanto ao evoluir da situação, tendo em conta o número de casos que se tem registado em Portugal e os cálculos da evolução, a ministra da Saúde apontou que “se estima que a data prevista para a ocorrência do pico da curva epidemiológica se situe à volta do dia 14 de abril”. Antes, a DGS previa que o auge do surto fosse em meados de maio.

Há ainda um novo conjunto de orientações para lares, que referem que os doentes que sejam transferidos de unidades hospitalares para a rede nacional de cuidados continuados integrados ou lares “deverão ser previamente objetos de teste e ficar o mais isolados possível”, anunciou a ministra.

Para além disso, Marta Temido revelou uma nova orientação da DGS para a realização de testes pelos profissionais de saúde. Os profissionais de saúde serão agora um “grupo prioritário para a realização de testes”, nomeadamente para permitir o regresso ao trabalho após a despistagem.

(Notícia atualizada às 13h10)

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Centeno reúne Eurogrupo na terça-feira para reforçar apoios à economia

Em teleconferência, os ministros das Finanças do euro vão, numa ação concertada, tentar "uma nova linha de defesa" para travar os efeitos do coronavírus na economia.

O presidente do Eurogrupo vai voltar a reunir, em teleconferência, os ministros das Finanças da área do euro na próxima terça-feira para analisar as opções à disposição dos Estados membros para encontrar uma nova linha de defesa contra os efeitos do coronavírus na economia. São várias as previsões de uma recessão profunda e por isso os países estão a coordenar as suas respostas.

Numa mensagem na rede social Twitter, Mário Centeno anunciou esta reunião que surge depois de a presidente da Comissão Europeia ter proposto ela primeira vez na história da União Europeia e da Zona Euro, a suspensão das regras orçamentais para que os países possam enfrentar a crise económica provocada pela epidemia.

Uma das medidas que poderá estar em cima da mesa está relacionada com a eventual emissão de dívida conjunta ao nível da União Europeia (UE) para assim estimular a recuperação económica, ação defendida pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, e apresentada aos restantes líderes europeus no Conselho realizado na passada terça-feira. Em causa estão os chamados ‘Eurobonds’, uma mutualização da dívida dos países europeus, para a qual potências como a Alemanha já manifestaram alguma abertura.

Um dia antes desta reunião do Eurogrupo, haverá uma teleconferência dos ministros da Economia e Finanças da UE (o chamado Ecofin) e aí será analisada a medida proposta na sexta-feira pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, uma suspensão “inédita” das regras de disciplina orçamental impostas aos países da UE para permitir que os Estados-membros “estimulem o quanto quiserem” as suas economias numa altura de crise.

“Estamos a flexibilizar as regras orçamentais para permitir que os países o possam fazer”, disse Ursula von der Leyen, dando assim luz verde aos governos nacionais podem introduzir estímulos orçamentais na economia “tanto quanto precisem”. António Costa apresentou na sexta-feira um conjunto de apoios económicos e sociais para travar os efeitos da pandemia na economia nacional, nos próximos três meses. Em cima da mesa estão linhas de crédito de três mil milhões de euros, às quais as empresas só podem aceder se não houver despedimentos, a prorrogação automática dos subsídios de desemprego e ainda o fim da caducidade dos contratos de arrendamento, medidas que se vêm juntar às moratórias no crédito, o diferimento de impostos.

Para a sugestão de suspensão entrar em vigor, os Estados-membros terão de dar o seu aval a esta decisão, mas tudo aponta para que a medida avance, o que deverá acontecer no Conselho Europeu de 26 de março que será dada luz verde definitiva.

Esta nova teleconferência acontecerá um dia depois de Mário Centeno se reunir com o Presidente da República, que o pretende convencer a permanecer na pasta das Finanças, como avança o Expresso (acesso pago) este sábado.

(Notícia atualizada)

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Serviços de urbanismo de Lisboa mantêm-se em funcionamento. Prazos administrativos suspensos

O atendimento municipal do urbanismo passa a ser exclusivamente digital e telefónico. Os prazos administrativos a favor dos particulares, como audiências prévias, foram suspensos.

Perante a pandemia, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) reorganizou os processos de trabalho dos responsáveis pelo controlo e licenciamento urbanístico. Os serviços de urbanismo mantêm-se em funcionamento, mas os prazos administrativos a favor dos particulares estão suspensos até cessação das medidas excecionais.

A CML decidiu ativar o plano de contingência, tendo todos os responsáveis desta área em teletrabalho. Desta forma, o atendimento municipal do urbanismo passa a ser exclusivamente digital e telefónico, adianta o município presidido por Fernando Medina, em comunicado.

No que diz respeito aos prazos administrativos a favor dos particulares, “os mesmos encontram-se suspensos até cessação das medidas excecionais, tais como, a título de exemplo, audiências prévias, entrega de elementos, entre outros“, explica a CML.

“Todas as adaptações necessárias estão a ser implementadas”, garante a CML, “para que seja possível manter a resposta aos cidadãos, ao setor imobiliário e ao da construção e apoiar o funcionamento da economia”.

A autarquia tinha já anunciado, esta sexta-feira, que iria suspender temporariamente a recolha de material reciclável porta-a-porta, tal como papel e plástico, por “motivos do combate à pandemia”. Ainda assim, a recolha de resíduos seletivos nos Ecopontos mantém-se. Já os resíduos indiferenciados passarão a ser recolhidos três vezes por semana.

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Coronavírus já fez 12 mortos em Portugal. Total de casos confirmados sobe para 1.280

A Direção-Geral da Saúde revelou que há 260 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando de 1.020 para 1.280 o número de casos já confirmados pelas autoridades de saúde.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 260 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, elevando de 1.020 para 1.280 o número total de doentes que se sabe terem Covid-19. O número de vítimas mortais subiu para 12, duplicando face aos últimos dados avançados.

Os dados foram revelados na atualização diária do boletim epidemiológico, que inclui os números oficiais apurados até à passada meia-noite. De acordo com a informação oficial, dos 1.280 casos confirmados, 644 situam-se no norte do país, 448 na zona de Lisboa e Vale do Tejo, 137 no centro, 31 no Algarve e três na zona do Alentejo. No que diz respeito às regiões autónomas, há cinco casos confirmados na Madeira e três nos Açores.

O boletim epidemiológico divulgado este sábado aponta ainda para 9.854 casos suspeitos e 1.059 pessoas à espera de resultado laboratorial. Há 13.155 pessoas sob vigilância, nomeadamente por terem estado em contacto com pessoas infetadas pelo novo coronavírus.

Contam-se ainda 156 internados, dos quais 35 estão nos cuidados intensivos. De todos os infetados até ao momento, cinco já recuperaram. Do total de casos “importados”, a maioria foram cidadãos que vieram de Espanha (33), seguindo-se França (24) e Itália (20).

Tendo em conta a evolução da situação em Portugal, a ministra da Saúde anunciou que a previsão do pico do surto do novo coronavírus é de 14 de abril, na conferência de imprensa diária. Anteriormente, o auge do surto previsto pela DGS era na segunda semana do mês de de maio.

(Notícia atualizada às 13h10)

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Alemanha é o quarto país com mais casos do mundo, ultrapassando os 16 mil

  • Lusa
  • 21 Março 2020

Alemanha já tem mais de 16 mil pessoas infetadas e o vírus já fez 47 vítimas mortais. Estados federados da Renânia do Norte-Vestefália, Baviera e Bade-Vurtemberga são os mais afetados.

A Alemanha regista 16.662 casos do novo coronavírus no país, um aumento de 2.705 em relação ao dia anterior, revela o Instituto Robert Koch, entidade responsável pela prevenção e controlo de doenças.

Segundo números oficiais, houve ainda 47 vítimas mortais com a Covid-19, com os estados federados da Renânia do Norte-Vestefália, Baviera e Bade-Vurtemberga a serem os mais afetados.

Esta sexta-feira, a Baviera, que regista nesta altura 2.960 casos, e que já tinha decretado o estado de emergência, impôs o confinamento da população. Seguiu-se o estado do Sarre.

O Governo de Angela Merkel decide este fim de semana se o país decreta estado de emergência em todo o território para combater a pandemia. A Alemanha é o terceiro país da Europa com mais infetados e o quarto no mundo, ultrapassado apenas pela China, Itália e Espanha.

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Marcelo recebe Centeno em Belém na segunda-feira para o convencer a ficar

  • ECO
  • 21 Março 2020

O Presidente da República vai reunir com o ministro das Finanças para discutir o impacto das medidas aplicadas durante a pandemia, mas também a continuidade deste no cargo.

O Presidente da República convocou o ministro das Finanças para uma reunião no Palácio de Belém, nesta segunda-feira. Marcelo Rebelo de Sousa quer discutir com Mário Centeno as consequências da crise e das medidas que estão a ser aplicadas durante este estado de emergência no orçamento, mas também a sua continuidade no cargo, adianta o Expresso (acesso pago).

Tudo apontava para que Centeno estaria de saída do Governo até ao final do primeiro semestre, mas o Presidente irá tentar travar esta decisão. De acordo com uma fonte de Belém, é importante manter a estabilidade, nomeadamente ao leme das Finanças, nesta altura de incerteza. A história parece repetir-se, já que, em 2014, a ministra das Finanças na altura, Maria Luís Albuquerque, esteve para ir para a Comissão Europeia, mas Passos Coelho decidiu que não poderia abdicar dela durante a queda do BES.

Agora, esta pandemia de coronavírus veio trocar as voltas ao Governo, tendo até atrasado o Orçamento do Estado (OE), que ainda não foi promulgado por Marcelo. O Presidente terá já acordado com o primeiro-ministro um calendário para a promulgação, que deverá fazer com que o OE só entre em vigor em abril. Economistas ouvidos pelo semanário admitem uma queda de até 8,5% no PIB este ano, sendo que a previsão mais otimista é de um crescimento de 1%.

Durante esta altura, há também mudanças na organização do Executivo para se adaptarem ao estado de emergência. Cada ministério deixa um secretário de Estado em casa, para poder substituir o ministro, se ficar contaminado. Da mesma forma, um dos ministros de Estado ficará também em isolamento, à vez, para substituir o primeiro-ministro se este ficar doente.

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Governo aprova linha de crédito até 20 milhões para setor da pesca e aquicultura

  • Lusa
  • 21 Março 2020

Para ajudar o setor por causa do Covid-19, foi suspenso por 90 dias a cobrança da taxa de acostagem devida pelas embarcações e acelerado o pagamento do Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais.

O Governo aprovou uma linha de crédito até 20 milhões de euros para o setor da pesca e aquicultura e suspendeu por 90 dias a cobrança da taxa de acostagem devida pelas embarcações no contexto da pandemia Covid-19.

“Nas medidas de apoio económico ao setor, foi aprovada em Conselho de Ministro uma linha de crédito até 20 milhões de euros, a cinco anos, permitindo a contratação de empréstimos e a renegociação de eventuais dívidas, com o pagamento dos respetivos juros pelo Estado”, refere o Ministério do Mar num comunicado divulgado na sexta-feira à noite.

Nas respostas de natureza social, adianta o ministério, “foi igualmente acelerado o pagamento do Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais da Pesca, prevendo-se o pagamento no início do mês de abril de 508 candidaturas que envolvem 350 mil euros”.

O Ministério do Mar sublinha que tem “acompanhado permanentemente” a situação da pesca, em contacto com as associações do setor, tendo em vista planear e adotar medidas para minimizar os impactos económicos na pesca e na aquicultura decorrentes da situação epidemiológica da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

“Na área específica do mar foi assegurado o funcionamento das lotas e da primeira venda de pescado, através de um exigente plano de contingência posto em prática pela Docapesca, garantindo o abastecimento de pescado aos portugueses”, salienta.

Segundo o ministério, este plano inclui a adoção de medidas preventivas para a mitigação da contaminação, a suspensão de todas as visitas externas às lotas e portos de pesca, o condicionamento da entrada de compradores e armadores/pescadores no recinto da lota, a divulgação da informação preventiva da doença nos painéis eletrónicos e o reforço da limpeza nas áreas de acesso público.

“No final desta primeira semana, considera-se adequado reduzir o número de leilões e adaptar o serviço público prestado à evolução das condições de atividade” e suspender “por 90 dias a cobrança da taxa de acostagem devida pelas embarcações de pesca”, anuncia ainda no comunicado.

Segundo o mesmo, o Governo já desencadeou uma iniciativa junto da Comissão Europeia, no sentido da revisão do regulamento do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP), para adaptação a esta situação excecional, defendendo medidas específicas destinadas à pesca e à aquicultura.

Está prevista para a próxima quarta-feira, uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros da Agricultura e Pesca com o Comissário Europeu, Virginijus Sinkevičius, para análise e tomada de decisões nesta matéria.

O Ministério do Mar reconhece que esta “é uma situação inédita e está empenhado em fazer o que estiver ao seu alcance para pôr em marcha medidas que protejam a fileira do pescado neste contexto de pandemia”.

A Direção-Geral da Saúde elevou, na sexta-feira, para seis o número de mortes em Portugal e para 1.020 os casos confirmados de infeção, mais 235 do que na quinta-feira. Das pessoas infetadas em Portugal, cinco recuperaram. Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira até às 23h59 de 2 de abril.

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Estas empresas mudaram de negócio. Agora fazem gel desinfetante, máscaras e batas

Os equipamentos médicos começam a escassear e várias empresas estão a unir esforços e a converter as próprias produções para se dedicarem à produção de máscaras, batas e gel desinfetante.

Face a esta pandemia mundial, são várias as empresas que estão a converter as suas linhas de produção para produzirem máscaras cirúrgicas, batas, gel desinfetante e todo o equipamento médico que está a escassear, numa altura que já existem mais de mil infetados em Portugal e 12 mortes provocados pelo surto do Covid-19.

O grupo Super Bock juntamente com a Destilaria Levira, as têxteis Polopique, Calvelex, Lameirinho, Riopele, Paulo de Oliveira, Sonix, Spars, um grupo de 26 cervejeiros artesanais e um grupo de voluntários do Fundão, são exemplos de empresas e grupos que uniram esforços e estão a produzir equipamentos que estão a fazer muita falta, principalmente aos profissionais de saúde.

A Super Bock e a Destilaria Levira estabeleceram uma parceria para a produção de gel desinfetante para as mãos, que vai ser oferecido a três unidades hospitalares da região do Porto.

“Para começo, são cerca de 56 mil litros de álcool da produção de cerveja sem álcool que vão ser transformados, pela Destilaria Levira, em aproximadamente 14 mil litros de álcool gel para as mãos, num processo de fabrico que segue as diretrizes da Organização Mundial de Saúde. Destinam-se a várias unidades hospitalares do norte do país, para que disponham de uma maior quantidade destes produtos indispensáveis para a prevenção e tratamento da infeção com o Covid-19″, explica o grupo Super Bock, em comunicado.

Tal como a Super Bock Group e a Destilaria Levira, um grupo de cervejeiros artesanais, disponibilizou o bactericida que usa nas suas unidades produtivas para ajudar perante a escassez de gel desinfetante. O grupo disse à Lusa, que desde segunda-feira, já ofereceu 80 mil litros de solução desinfetante a instituições de todo o país.

Para começo, são cerca de 56 mil litros de álcool da produção de cerveja sem álcool que vão ser transformados, pela Destilaria Levira, em aproximadamente 14 mil litros de álcool gel para as mãos.

Grupo Super Bock

“Nós temos sempre esse produto disponível porque é o que usamos para matar as bactérias todas. É bactericida, fungicida e viruscida. Então decidimos reunir a maior quantidade que pudéssemos, juntámos todos os borrifadores que conseguimos arranjar”, explicou à Lusa Sofia Oliveira, uma das dinamizadoras da iniciativa.

A Polopique, Calvelex, Lameirinho, Riopele, Paulo de Oliveira, são cinco empresas de têxtil que uniram esforços para produzirem batas para os profissionais de saúde. Já foram oferecidas as primeiras 200 batas ao Hospital de Guimarães. “Estas empresas aceitaram o desafio da Anivec para que as empresas da fileira têxtil e do vestuário colocassem os seus ativos e a sua capacidade instalada à disposição do SNS”, disse ao ECO o presidente da Calvelex (e da Anivec), César Araújo.

A Sonix, empresa têxtil sediada em Barcelos, tomou a mesma providência e decidiu suspender parcialmente a produção e começou a produzir batas e máscaras para entregar nos principais hospitais do Norte”.

“Temos recebido inúmeros pedidos de vários locais a solicitarem ajuda e expondo casos verdadeiramente dramáticos com necessidade de vestuário para as equipas (médicos, enfermeiros, auxiliares e bombeiros). Nesse sentido, estamos a contribuir na medida do que nos é possível, mas sabemos que todos os esforços serão insuficientes”, lê-se na página oficial do Facebook da Sonix.

Já a Spars, empresa de Vila Nova de Gaia, também se disponibilizou para reconverter parte da linha de produção e passar a fabricar cerca de cinco mil máscaras por dia, que não são consideradas um equipamento de proteção individual. “É um produto para proteção comunitária”, alerta desde logo à Sic, Jorge Santos, sócio-gerente da Spars. É uma alternativa para “deixar aquilo que é equipamento de proteção individual para as pessoas que estão na primeira linhas de combate a esta pandemia”, explica, Jorge Santos.

Com a mesma iniciativa uma rede de voluntariado do Fundão, que integra pessoas e instituições do Fundão, distrito de Castelo Branco, está a produzir máscaras de proteção em tecido para ceder à proteção civil. O objetivo é produzir máscaras de proteção reutilizáveis em tecido para fazer face às necessidades locais e que serão distribuídas em função das necessidades do executivo.

Existe boa vontade, mas a produção de máscaras é muito complexa

Apesar de toda esta onda de solidariedade, o diretor geral do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário (Citeve), alerta que neste momento estão a ser produzidas máscaras em Portugal que “são um perigo porque não têm qualquer garantia”. Destaca ainda que já foram realizados alguns testes e a conclusão que chegaram é que efetivamente essas “máscaras não protegem”.

“Quando estamos a falar de máscaras, estamos a falar de coisas muito específicas, com licenças (…) é necessário fazer as devidas verificações para que o produto final corresponda ao nível de segurança que é pretendido, esse tem sido o nosso trabalho: ajudar as empresas a ter a certeza que aquilo que estão a fazer está a ser bem feito e que não vai ter um efeito contra producente nos cidadãos”, explica Brás Costa.

Perante este cenário, Brás Costa explica ao ECO, que o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário está a fazer é um dossiê técnico onde vai constatar cada especificação de cada peça, tendo em conta as matérias-primas disponíveis no nosso país, como por exemplo, as máscaras para profissionais de saúde e as máscaras pela uso da população.

O diretor geral do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário confirma ao ECO esta onda de entreajuda e sublinha que já contam, até ao momento, com “cerca de cem manifestações de disponibilidade de empresas para colaborar (…) a esmagadora maioria são empresas na área da confeção que não tem nenhuma experiência neste tipo de material, mas com grande altruísmo disseram que estavam disponíveis”.

Governo está a apoiar empresas para produção de máscaras e ventiladores

O primeiro-ministro afirmou na sexta-feira que o Governo está a apoiar um centro tecnológico que está a desenvolver condições para a produção nacional de ventiladores e que várias empresas reorientaram a sua produção para produtos de proteção individual.

No final do Conselho de Ministros que decorreu todo o dia no Palácio da Ajuda, em Lisboa, em que anunciou o conjunto de medidas económicas e sociais devido à pandemia de covid-19, António Costa referiu não ter havido até ao momento necessidade de fazer requisição civil daquele tipo de equipamento.

“Estamos a apoiar um centro tecnológico que está a desenvolver, para disponibilizar de uma forma aberta a todas as empresas, a criação de condições para a criação nacional de ventiladores”, precisou António Costa, adiantando que o Governo está também a trabalhar e a apoiar um conjunto de empresas e outras entidades que estão a reorientar a sua produção para o fabrico de equipamentos de proteção individual.

Ao mesmo tempo, acrescentou, o Executivo está a apoiar empresas que estão a desenvolver novas formas de teste rápido, sendo que algumas já se encontram a proceder a testes reais. O objetivo, é criar condições para que os testes de despiste da covid-19 possam ser massificados. António Costa precisou que “até agora não foi necessário proceder a qualquer tipo de requisição” civil deste material.

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Episódio #15 do ECO Insider (com video). “Isto é uma depressão, não é uma recessão”

  • ECO
  • 21 Março 2020

O que muda numa semana? O país interrompeu a economia por causa de uma pandemia, as medidas de emergência sucedem-se para limitar os danos numa economia que vai cair a dois dígitos no 2º trimestre.

E porque vivemos tempos anormais, o podcast ECO Insider desta semana foi, também ele, especial. É na verdade um ‘videocast’. Foi gravado via skype. Neste Episódio #15, com os jornalistas Pedro Santos Guerreiro e António Costa, discutiu-se o que está em causa nos impactos económicos, desde logo na recessão profunda no segundo trimestre deste ano, “a dois dígitos”.

http://videos.sapo.pt/gekHQ2JDZ48Zk9OiWVp5

Também pode ouvir este ‘videocast’ no modelo tradicional, nas principais plataformas de Podcast, como a Apple Podcast e o Spotify.

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Costa admite que estado de emergência seja prolongado

  • Lusa
  • 20 Março 2020

Em plena pandemia, António Costa sublinhou que "há algo absolutamente certo", que é a necessidade de nos "preservamos coletivamente até junho".

O primeiro-ministro, António Costa, admitiu que “com grande probabilidade não será daqui a 15 dias” que as razões para declarar estado de emergência “terão desaparecido” e por isso “não podemos aceitar que esse impacto se torne irreversível”.

“Com grande probabilidade não será daqui a 15 dias que as razões [para declarar estado de emergência] terão desaparecido“, admitiu António Costa, que falava ao país depois de uma reunião do Conselho de Ministros, para debater as medidas de apoio social e económico para a população afetada pela pandemia de covid-19.

“Não podemos evitar que esse impacto exista, mas não podemos aceitar que esse impacto se torne irreversível”, acrescentou.

Perante a incerteza sobre a evolução da pandemia de Covid-19, António Costa sublinhou que “há algo absolutamente certo”, que é a necessidade de nos “preservamos coletivamente até junho”, para depois avaliar os danos “e perspetivar um futuro em conjunto”.

Para isso, “é essencial que as empresas que hoje existem não fechem as portas definitivamente”, acrescentou.

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