TAP vai pagar juro mínimo de 3,78% pelo empréstimo do Estado

  • ECO
  • 25 Junho 2020

A TAP pode receber até 1,2 mil milhões de euros de ajudas estatais, sendo que deverá pagar uma a taxa de juro mínima de 3,78% pelo empréstimo do Estado.

A TAP vai ter de pagar uma taxa mínima de 3,78% para aceder à injeção de capital do Estado, que pode chegar até 1,2 mil milhões de euros. A este juro mínimo ainda se podem somar, pelo menos, outros 50 pontos base, elevando a taxa mínima para 4,28%, caso a ajuda seja prorrogada, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

A definição desta taxa de juro tem em conta as dificuldades em que a companhia aérea se encontra, sendo que nas negociações com a Comissão Europeia, o Estado tentou que se considerasse que a TAP não estava em dificuldades no período anterior à pandemia, por forma a ter apoios mais vantajosos, mas Bruxelas não aceitou.

O empréstimo à companhia aérea já teve “luz verde” de Bruxelas, mas falta ainda serem negociadas as condições entre os acionistas privados e o Estado. Este financiamento tem maturidade a seis meses, sendo que tanto o presidente executivo da TAP, Antonoaldo Neves, como o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho já admitiram que não será possível à empresa reembolsar o montante neste prazo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo admite voltar ao dever cívico de recolhimento em Lisboa

  • ECO
  • 25 Junho 2020

A decisão será tomada, esta quinta-feira, na reunião de Conselho de Ministros: o Governo admite repor o dever cívico de recolhimento nas 19 freguesias de Lisboa em estado de calamidade.

O Executivo de António Costa não descarta, à partida, a hipótese de vir a repor o dever cívico de recolhimento domiciliário nas quase duas dezenas de freguesias lisboetas que permanecem em estado de calamidade, avança o Público (acesso condicionado), esta quinta-feira. A decisão será tomada na reunião de Conselho de Ministros.

De acordo com o jornal, a prioridade do Governo é reforçar os meios de vigilância das pessoas contaminadas, de modo a quebrar as cadeiras de transmissão e travar a propagação do novo coronavírus na capital. Para cumprir esse objetivo, o Executivo aprovará em Conselho de Ministros legislação específica dividida em três níveis: as 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML) onde se registam surtos de Covid-19, toda a AML e o resto do país.

A concretizar-se a reposição da obrigação de recolhimento domiciliário, os portugueses da Área Metropolitana de Lisboa voltarão a só sair de casa para o essencial, isto é, trabalhar, comprar bens alimentares ou medicamentos. Estão atualmente sob vigilância 19 freguesias da AML: seis da Amadora, quatro de Odivelas, seis de Sintra, duas de Loures e uma de Lisboa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nadia Calvino é candidata a substituir Mário Centeno no Eurogrupo

  • Lusa
  • 25 Junho 2020

Vice-presidente económica do Governo, Nadia Calvino, será candidata à presidência do Eurogrupo. Espanha apresentará a candidatura esta quinta-feira.

O Governo espanhol anunciou a candidatura da sua ministra da Economia, Nadia Calvino, para substituir o português Mário Centeno na presidência do Eurogrupo.

“A vice-presidente económica do Governo, Nadia Calvino, será candidata à presidência do Eurogrupo, um órgão fundamental para a cooperação entre os membros da zona euro e para a construção de uma Europa mais forte e mais unida”, segundo comunicado enviado às redações em Madrid.

Madrid informa ainda que “Espanha vai hoje formalizar a sua candidatura” e que o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, considera que seria “uma honra para o Governo espanhol” se Nadia Calviño pudesse presidir ao Eurogrupo, “uma responsabilidade que a Espanha nunca exerceu e que nunca foi exercida por uma mulher antes”.

Os países da zona Euro têm até esta quinta-feira para apresentar os seus candidatos ao cargo e a eleição terá lugar na próxima reunião do Eurogrupo, no início de julho.

Para ser eleito, o futuro presidente terá de contar com o apoio de pelo menos 10 dos 19 países da Zona Euro e assume o cargo em 13 de julho para um mandato de dois anos e meio.

O anúncio em 9 de junho que Mário Centeno abandonava o cargo de ministro das Finanças também o afastou da possibilidade de continuar como presidente do Eurogrupo, um lugar que tem de ser exercido por um dos ministros daquele conjunto de países.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: recolhimento, TAP e Isabel dos Santos

  • ECO
  • 25 Junho 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo pode decidir, esta quinta-feira, repor o dever de recolhimento cívico na Área Metropolitana de Lisboa e a TAP vai ter de pagar juro mínimo de 3,78% pelo empréstimo do Estado. O dia fica ainda marcado pela nota de que a PJ descobriu milhões de Isabel dos Santos em cofres e de que os jovens já levam metade dos subsídios de desemprego. Jerónimo de Sousa não antecipa nenhuma ameaça à estabilidade política do país.

Governo admite voltar ao dever cívico de recolhimento em Lisboa

O Executivo de António Costa não descarta, à partida, a hipótese de vir a repor o dever cívico de recolhimento domiciliário nas quase duas dezenas de freguesias lisboetas que permanecem em estado de calamidade. A prioridade é reforçar os meios de vigilância das pessoas contaminados, de modo a quebrar as cadeiras de transmissão e travar a propagação do novo coronavírus na capital. Para cumprir esse objetivo, o Governo aprovará em Conselho de Ministros legislação específica dividida em três níveis: as 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa (AML) onde se registam surtos de Covid-19, toda a AML e o resto do país. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

TAP vai ter de pagar juro mínimo de 3,78% pelo empréstimo do Estado

A TAP vai ter de pagar uma taxa mínima de 3,78% para aceder à injeção de capital do Estado, que pode chegar até 1,2 mil milhões de euros. . A esta taxa mínima ainda se podem somar, pelo menos, outros 50 pontos base, elevando a remuneração para 4,28%, caso a ajuda seja prorrogada. A definição desta taxa de juro tem em conta as dificuldades em que a companhia aérea se encontra, sendo que nas negociações com a Comissão Europeia o Estado tentou que se considerasse que a TAP não estava em dificuldades no período anterior à pandemia, por forma a ter apoios mais vantajosos, mas Bruxelas não aceitou. Leia a notícia no Jornal de Negócios (acesso pago).

Cofres em banco no Porto escondiam milhões de Isabel dos Santos

Nas buscas realizadas pelas autoridades portuguesas, foram apreendidos documentos referentes às empresas de Isabel dos Santos que estão sob investigação em Angola. Mas também foram arrestados bens, nomeadamente dinheiro. Parte dos 280 milhões arrestados pelas autoridades portuguesas na semana passada estavam em cofres do Novo Banco, na rua de Costa Cabral, no centro do Porto. Foram apreendidos, além do dinheiro, títulos e documentos relevantes para a investigação que está a decorrer. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago). Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

“Não vejo a curto prazo uma possível crise” que leve a legislativas em 2021

O secretário-geral do PCP acredita que a estabilidade política do país não está sob ameaça, apesar da grave crise económica que Portugal irá atravessar este ano por causa da pandemia de coronavírus. Ainda assim, Jerónimo de Sousa admite estar desiludido com o Governo por ter anunciado medidas reivindicadas pelos comunistas no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), mas não as ter vertido no Orçamento. E assim: o voto favorável do PCP ao Orçamento Suplementar depende de uma resposta às propostas do partido. Sobre a festa do Avante!, Jerónimo de Sousa diz que não é uma certeza, mas que já há mais de 10 hectares para assegurar distanciamento. Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre).

Jovens já levam metade dos subsídios de desemprego

A pandemia fez disparar os pedidos de subsídio de desemprego. Em maio, o número de beneficiários superou os 225 mil, um nível recorde de mais de três anos. São os jovens os mais afetados por esta situação. Em mais de 47 mil novos beneficiários acumulados ao longo dos últimos três meses, os jovens respondem por 46% da subida no pagamento das prestações sociais. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Companhia aérea australiana Qantas corta 6.000 postos de trabalho

  • Lusa
  • 25 Junho 2020

Empresa prevê manter inativos 15.000 dos 29.000 trabalhadores, sobretudo nas operações internacionais, até que os voos para o estrangeiro sejam retomados.

A companhia aérea australiana Qantas anunciou que vai suprimir cerca de 6.000 postos de trabalho, uma das medidas do plano de reestruturação para ultrapassar a crise provocada pela pandemia de Covid-19.

O plano estratégico, que prevê igualmente uma redução de custos de cerca de 15 mil milhões de dólares australianos (9,1 mil milhões de euros), deverá ser implementado nos próximos três anos, anunciou a companhia em comunicado.

“A adaptação a esta nova realidade implica tomar algumas decisões dolorosas”, disse o diretor-executivo da Qantas, Alan Joyce.

A empresa prevê também manter inativos 15.000 dos 29.000 trabalhadores, sobretudo nas operações internacionais, até que os voos para o estrangeiro sejam retomados.

A companhia aérea também deixará em terra uma centena de aviões durante cerca de um ano, além de ter decidido adiar a aquisição da frota de A321neo e 787-9.

A Qantas, que celebra este ano o 100º aniversário, espera operar a partir de julho 40% dos seus voos domésticos, em relação aos níveis habituais antes da pandemia.

Em meados de abril, a Qantas e a Virgin Australia Airlines receberam um auxílio governamental de 165 milhões de dólares australianos (100 milhões de euros) para operarem voos domésticos essenciais durante a crise de Covid-19.

Esta injeção financeira veio juntar-se aos mil milhões de dólares australianos (610 milhões de euros) que o Governo australiano atribuiu em março ao setor da aviação aérea, em resposta à pandemia.

O Governo australiano, que pretende retomar a maioria das atividades económicas até julho, deverá no entanto manter as fronteiras fechadas até 2021, afirmou recentemente o ministro do Turismo, Simon Birmingham.

A pandemia de Covid-19 já provocou quase 479 mil mortos e infetou mais de 9,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Isabel dos Santos “não tem e nem nunca teve” cofres com milhões no Novo Banco

  • ECO
  • 25 Junho 2020

Correio da Manhã revela que parte dos 280 milhões arrestados pelas autoridades portuguesas à empresária angolana estavam em cofres do Novo Banco. Isabel dos Santos desmente.

Nas buscas realizadas pelas autoridades portuguesas, foram apreendidos documentos referentes às empresas de Isabel dos Santos que estão sob investigação em Angola. Mas também foram arrestados bens, entre esses, muitos milhões de euros que estavam num cofre, conta o Correio da Manhã (acesso pago).

De acordo com o jornal, parte dos 280 milhões arrestados pelas autoridades portuguesas na semana passada estavam em cofres do Novo Banco, na rua de Costa Cabral, no centro do Porto. Isabel dos Santos emitiu, entretanto, um desmentido onde refere que “não tem e nem nunca teve cofres no Novo Banco”.

“É totalmente falsa a afirmação que existem cofres no Novo Banco com milhões de euros em dinheiro vivo pertencentes à Eng. Isabel dos Santos ou a pessoas a si ligadas”, refere nesse comunicado. O Correio da Manhã diz que além do dinheiro, foram apreendidos títulos e documentos relevantes para a investigação que está a decorrer.

Além do Porto, onde as buscas chegaram também aos escritórios de Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, bem como os escritórios da Uría Menéndez Proença de Carvalho, as autoridades estiveram também a Sul, depois de terem arrancado as operações em Lisboa. A administração do condomínio da Quinta do Lago foi também alvo de buscas, tal como a moradia de Isabel dos Santos naquele local.

(Notícia atualizada às 12h05 com desmentido de Isabel dos Santos)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxa sobre combustível dos aviões em estudo. Companhias aéreas europeias enfrentam fatura de 6,3 mil milhões

Se começar a tributar a aviação nacional, até 2030 Portugal poderá gerar receitas acima de três mil milhões de euros. A redução de emissões poderia chegar a 4,6 milhões de toneladas de CO2.

As contas já estão feitas: se os 27 Estados-membro da União Europeia aprovassem em unanimidade a criação de um novo imposto sobre o combustível que as companhias aéreas gastam nos seus aviões, isso podia gerar receitas anuais de 6,3 mil milhões de euros, revela o mais recente estudo divulgado esta quarta-feira pela Transport&Environment (T&E), que coordena a Coligação Internacional para a Aviação Sustentável (ICSA).

Mas tendo em conta que um “sim” a uma só voz, pelos 27, seria mais complicado de obter, o mesmo documento revela, no entanto, que não há obstáculos legais à possibilidade de vários países europeus se unirem para tributar o combustível da aviação através de acordos multilaterais.

E dá mesmo um exemplo concreto: um acordo entre os países e regiões que mais gases poluentes emitem na Europa — Alemanha, França, Itália, Península Ibérica (Espanha e Portugal), Benelux (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo) e países nórdicos (Suécia, Dinamarca e Finlândia) — podia resultar em receitas anuais de 4,1 mil milhões de euros por ano e abranger 66% da poluição proveniente de voos na Europa, se passar a ser tributado o combustível da aviação.

Estes cálculos foram feitos com base na nova ferramenta online da T&E — Aviation Tax Tool — que permite calcular o impacto da introdução deste imposto em vários cenários possíveis. Neste cenário específico, o simulador apresenta as receitas geradas em 2030 com base numa taxa de 0,33 euros por litro de combustível queimado em voos entre Alemanha, França, Itália, Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Dinamarca e Finlândia, regiões ultraperiféricas excluídas.

Taxar aviação pode render mais de 3.000 milhões a Portugal até 2030

Fazendo também uso da calculadora da T&E, a associação ambientalista Zero estimou que entre 2021 e 2030, Portugal poderá gerar receitas acima de três mil milhões de euros se tributar a aviação nacional, seis vezes mais face ao valor do Fundo de Transição Justa da UE destinado a Portugal. O país é o sexto da UE com maiores emissões intraeuropeias da aviação. Em 2018, foi responsável pela emissão de 1,58 milhões de toneladas de dióxido de carbono, correspondendo a 5% do total das emissões intraeuropeias na UE 27, excluindo voos domésticos e para regiões periféricas, como por exemplo a Madeira e Açores. Dependendo dos cenários de tributação avaliados, a redução de emissões seria entre 2 e 4,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

Perante este cenário, a Zero pede ao Governo uma estratégia para para tributar a aviação, que não poderá passar apenas por uma compensação pelos danos associados ao clima. Além disso, o novo mecanismo fiscal deve reduzir o aumento da procura pós-crise e também permitir ao Governo português assegurar o financiamento necessário para intervenções ambientais. Quanto à TAP, a associação ambientalista diz que “é inadmissível o enorme apoio, sem se começar a tributar a aviação”, sendo que “o Governo ainda não anunciou qualquer contrapartida ambiental no âmbito do empréstimo” à empresa.

A TAP pediu 1.500 milhões de euros de ajuda ao Governo, mas o que ficou acordado foi um pacote máximo de 1.200 milhões (950 milhões já este ano). O ministro do Ambiente e Ação Climática já garantiu que o plano de apoio à companhia aérea “terá critérios ambientais”. Miguel Cruz, secretário de Estado do Tesouro, também já confirmou a existência de requisitos ambientais, “nomeadamente, um conjunto de metas a cumprir do ponto de vista das emissões”.

No Parlamento, e em resposta ao PAN, Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP, sublinhou a renovação e modernização da frota: cerca de 70% ao longo dos últimos anos. “A TAP apresenta indicadores ambientais muito interessantes em termos da eficiência ao nível do combustível, emissões de CO2 e emissões de CO2 por passageiros. Nos últimos anos, as poupanças destas vertentes situam-se na casa dos dois dígitos. A substituição de aeronaves mais antigas por mais recentes e eficientes faz com que estes indicadores comparem muito bem em termos internacionais”, disse o gestor.

Emissões da aviação europeia cresceram quase 30% desde 2013

Antes de verem as suas frotas de aviões presas no solo, por causa da pandemia global de Covid-19, as companhias aéreas europeias aumentaram as suas emissões em 1,5% e bateram recordes na quantidade de gases poluentes lançados para a atmosfera em 2019. Das 20 mais poluentes na Europa, 15 aumentaram os níveis de poluição no ano passado: juntas, emitiram um milhão de toneladas extra de CO2. A low cost britânica Jet2 foi a pior, com uma subida de 10% nas emissões, seguida pela Finnair, DHL Deutsche Post, Air France. A Ryanair e a Easyjet poluíram mais 5,9% e 4,1%, respetivamente, em 2019.

Desde 2013, as emissões das empresas europeias de aviação aumentaram 27,6%, superando qualquer outro tipo de transporte. Globalmente, a aviação é responsável por 5% do aquecimento global. “As emissões das companhias aéreas continuaram sua trajetória ascendente, enquanto outros setores continuaram a descarbonizar. Essa tendência será retomada após a crise, a menos que os governos ajam agora para controlar sua poluição”, defendeu Andrew Murphy, especialista em aviação da Transport&Environment (T&E).

Ainda assim, e ao contrário do que acontece quando atestamos o depósito do carro na bomba (onde mais de 50% do preço final são impostos), as companhias aéreas não pagam taxas quando compram combustíveis para os seus aviões. Agora, com as empresas do setor a dependerem de ajudas estatais para retomarem a sua atividade pós-confinamento, são cada vez as vozes que se levantam para defender a criação de um novo imposto para a aviação, que incida sobre o jet fuel consumido.

Neste momento, as companhias aéreas estão à espera de pacotes de resgaste no valor de mais de 33 mil milhões de euros por parte dos governos de vários países europeus, na maioria dos casos sem condições ambientais vinculativas, refere o estudo. “As empresas pedem milhões, mas pagam poucos impostos. É insustentável. Num momento em que os governos europeus estão a injetar quantias de dinheiro sem precedentes em planos de recuperação, o fim da isenção dos impostos sobre a aviação abrirá um fluxo de receita há muito necessário”, disse em comunicado Jo Dardenne, especialista em aviação da Transport&Environment (T&E).

E acrescentou: “O absurdo das companhias aéreas que não pagam impostos sobre seu combustível tem de parar, por causa do clima e dos cofres públicos. Os países europeus não têm de esperar pela aprovação unânime da UE e podem chegar já hoje a acordo para tributar a poluição das companhias aéreas e impedir que as emissões recuperem”. Este responsável sublinhou ainda que “embora as emissões das companhias aéreas caiam este ano devido à Covid, espera-se que elas recuperem assim que a crise de saúde mundial tiver passado”.

Dados da indústria e exemplos do passado mostram que o número de passageiros bateu sempre recordes após vários os choques globais, como a crise financeira de 2008, os ataques de 11 de setembro de 2001, a Guerra do Golfo e o anterior surto de SARS.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Offline e online? 7 respostas sobre o Web Summit 2020

Primeira edição "híbrida" em Lisboa está marcada para 2 a 4 de dezembro. A seis meses do Web Summit 2020, há muitas dúvidas no ar. Tentamos responder a algumas perguntas.

Lisboa acolherá, pelo quinto ano consecutivo, o evento criado pelo irlandês Paddy Cosgrave. A seis meses do dia D, há muitas dúvidas no ar sobre como vai funcionar o evento desta vez. Tentamos responder a algumas das perguntas, algumas delas ainda sem resposta.

O que é isso de “Web Summit online e offline”?

Dadas as limitações impostas pelas autoridades decorrentes da situação da pandemia, a organização do Web Summit decidiu anunciar, esta quarta-feira, que o evento em Lisboa decorrerá de forma mista — entre o offline, a partir do Altice Arena, em Lisboa, e de outros locais espalhados pelo país e o online, em transmissão direta através do software criado pela organização.

Só em outubro se saberá em que moldes poderá ser feito o acompanhamento do evento no local mas, para já, uma coisa é certa: poderá ser acompanhado de acordo com a mesma dinâmica que está a ser implementada, por estes dias, no Collision from home, evento “irmão” do Web Summit. Com base no software desenvolvido ao longo das últimas semanas pela equipa do Web Summit, o evento que deveria estar a decorrer em Toronto, no Canadá, pode ser acompanhado via app — networking e agenda — e via desktop, no caso das conferências que decorrem em simultâneo e a partir de diferentes partes do mundo.

As datas do evento mantêm-se?

Não. O Web Summit de 2020 estava, desde a edição do ano passado, agendado para a primeira semana de novembro (entre 3 e 6 de novembro). No entanto, a organização anunciou esta quarta-feira que o evento será adiado para os dias 2 a 4 de dezembro, um mês depois das datas inicialmente previstas.

E os preços?

Os bilhetes para o evento estão à venda desde a edição de novembro passado, mas os tipos de bilhete sofreram alterações: a organização lançou dois preços de bilhetes para o público geral, um a 99 dólares que dá acesso ao conteúdo divulgado e ao networking, via app; e outro a 999 dólares, que além de acesso ao conteúdo e a networking, inclui um passe VIP (ao lounge dos oradores). Estes preços são “super early bird” e mantêm-se até 31 de agosto.

Quantas pessoas vão assistir à conferência in loco?

É uma das grandes incógnitas que só será resolvida mais perto do evento. É que, se a organização adiantou esta quarta-feira, em comunicado, que espera chegar aos 100 mil assistentes — número que disparará face aos 70 mil participantes da edição de 2019Paddy Cosgrave confidenciou, em conferência de imprensa, que ainda não é certo o número de pessoas que a organização poderá ter no Altice Arena. “Só em outubro e, com base nas recomendações das autoridades de saúde, poderemos saber o número de pessoas permitido, e essa informação deverá mudar a cada semana”, referiu o irlandês.

Como vai funcionar a conferência?

A ideia é que o que se passa nos diferentes palcos do Web Summit seja transmitido a partir de diferentes localizações. A primeira, e a única conhecida para já, é o Altice Arena onde, nas edições anteriores tem funcionado o palco principal do evento. Segundo adiantou Paddy Cosgrave na conferência de imprensa desta quarta-feira, a organização quer ter, além deste, outros palcos espalhados um pouco por todo o país.

“Não queremos só criar um estúdio em Lisboa, mas ir ao Porto, Coimbra, Faro, e fazer algo em simultâneo. O mundo tem de saber que há muito Portugal para além de Lisboa e, por isso, estamos a pensar em como fazê-lo”, assinalou o irlandês, sublinhando que “quaisquer que sejam as limitações, quero que a edição deste ano possa andar por Portugal. Em dezembro, será incrível que o mundo veja e possa conhecer um pouco mais de todo o país”.

Que novidades traz a edição de 2020?

Sabe-se ainda muito pouco sobre as novidades da edição deste ano. Além de decorrer em formato híbrido, a edição deste ano do Web Summit vai ter, pela primeira vez, um canal dedicado a Portugal. A ideia é que, durante os três dias do evento, passem por esse “palco” virtual centenas de representantes de startups e grandes empresas portuguesas, universidades e outras instituições e que, além desses protagonistas, se fale de cultura, tradições, turismo e arte nacionais.

À semelhança dos anos anteriores, este ano o Web Summit contará ainda com iniciativas associadas a outros movimentos como o INSPIRE program, women in tech, negócios locais de Lisboa ou com as dinâmicas ligadas à Lisboa Capital Verde 2020. Mantém-se também o programa Road2WebSummit, em parceria com a Startup Portugal. Este ano, a organização vai ter 100 lugares disponíveis para startups portuguesas selecionadas pela associação.

E bilhetes grátis?

Por enquanto, a organização adiantou em comunicado que vai ter disponíveis 50.000 bilhetes gratuitos para estudantes e staff de universidades, assim como para recém-licenciados com interesse em criar as suas próprias startups. “Em setembro, cada universidade em Portugal vai receber uma alocação de bilhetes, baseada na sua dimensão, e poderá distribuí-los por estudantes, staff e graduados”, explica a organização do Web Summit em comunicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS propõe medida para Suplementar que custa 38 milhões. Parecer do Governo limitava impacto na despesa

O PS propõe apoio extraordinário de 438 euros para informais e recibos verdes no Orçamento Suplementar, concretizando uma medida do PEES. A medida tem impacto orçamental.

O Partido Socialista apresentou esta quarta-feira uma proposta de alteração ao Orçamento Suplementar onde concretiza uma das medidas do Programa de Estabilização e Emergência Social (PEES): trata-se do apoio de 438,81 (1 IAS) para os trabalhadores informais e independentes que, apesar de constar do PEES, não estava no articulado da proposta do Suplementar entregue pelo Governo à Assembleia da República. A medida tem um custo associado de 38 milhões de euros, o implica um aumento de despesa, aquilo que o Executivo queria evitar e que o levou a entregar um parecer na Assembleia da República para os deputados não aprovarem medidas que impliquem uma redução da receita ou um aumento da despesa.

Até maio, os trabalhadores informais não tinham direito a qualquer apoio extraordinário. Nessa altura, o Governo decidiu lançar uma nova ajuda de metade do valor do IAS (Indexante dos Apoios Sociais), ou seja, 219,4 euros durante dois meses. Em troca, o trabalhador informal tinha de manter a atividade independente aberta “por um período mínimo de 24 meses após a cessação do pagamento da prestação”. Caso contrário, teria de devolver os apoios. Também os trabalhadores independentes que não fizeram descontos nos últimos 12 meses ganharam, nessa ocasião, uma ajuda extraordinária, cujo teto máximo estava fixado nos 219,4 euros.

Com o PEES, chegou uma atualização destes apoios, sendo o valor duplicado, isto é, a ajuda passa, a partir de julho, para 438,81 euros e o “período de fidelização” à Segurança Social aumenta, paralelamente, para 36 meses. Esta medida iria custar 38 milhões de euros, segundo as contas do Governo. No entanto, a prestação em causa não consta do articulado da proposta de Orçamento Suplementar entregue pelo Ministério das Finanças no Parlamento.

O PS vem agora propor a criação deste apoio na especialidade, mudando algo que não consta do âmbito da alteração proposta pelo Governo e propondo uma medida que tem impacto orçamental — ainda que a secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, tenha garantido esta semana no Parlamento que o Suplementar tem todas as verbas necessárias para concretizar o PEES. Esta proposta poderá, assim, colocar em causa o parecer que o Governo enviou ao Parlamento onde cita um acórdão de 1986 do Tribunal Constitucional para argumentar que a norma-travão também se aplica ao Suplementar, limitando as propostas de alterações que os partidos poderiam fazer.

Nesse parecer, o Centro de Competências Jurídicas do Conselho de Ministros argumentava que “não é de aceitar que, face a uma simples proposta de alteração do Orçamento, a Assembleia da República possa proceder a modificações orçamentais que não se inscrevem no âmbito da proposta do Governo“. E sobre o aumento da despesa? “As alterações na LEO que envolvam aumento da despesa ou redução da receita constituem uma reserva de iniciativa do Governo a qual pode ser rejeitada por iniciativas derivadas dos deputados e grupos parlamentares, mas não desfigurada por estes”, referia o parecer assinado por Carlos Blanco de Morais.

Novo apoio pode ser atribuído a recibos verdes com descontos

Segundo a proposta do PS, este é um “apoio extraordinário de proteção social para trabalhadores em situação de desproteção social, que não tenham acesso a qualquer instrumento ou mecanismo de proteção social nem aos apoios sociais criados no âmbito das medidas excecionais e temporárias de resposta à epidemia SARS-CoV-2, com o pressuposto de integração no sistema de Segurança Social durante 30 meses findo o prazo de concessão do apoio”. E em vez de ter dois meses de duração, o novo apoio de um IAS será atribuído por seis meses, entre julho e dezembro de 2020, caso a proposta do PS seja aprovada.

Este apoio vai abranger não só os trabalhadores informais e os trabalhadores independentes sem descontos — aplicando-se esta nova ajuda nos casos em que o valor seja superior ao da prestação anteriormente em vigor — mas também “os trabalhadores que estejam em situação de cessação de atividade como trabalhadores por conta de outrem ou como trabalhador independente, paragem, redução ou suspensão da atividade laboral ou quebra de, pelo menos, 40% dos serviços habitualmente prestados“. No que diz respeito a esse último ponto, o secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos, já tinha admitido incluir os trabalhadores independentes com descontos no universo de beneficiários deste novo apoio.

“Da forma como estamos a preconizar a medida, que será aprovada em Conselho de Ministros na próxima semana, não se pretende afastar universos de trabalhadores pelo facto de já estarem no sistema, designadamente trabalhadores independentes já inscritos e pessoal do serviço doméstico”, disse Gabriel Bastos na semana passada.

A proposta do PS prevê ainda que “o apoio produz efeitos à data do requerimento e é atribuído mediante apresentação de documento comprovativo por parte do trabalhador em como perdeu rendimentos do trabalho resultante da epidemia SARS-CoV-2 ou, não sendo possível, mediante declaração sob compromisso de honra”.

Tal como já tinha sido fixado no PEES, o PS propõe agora que os trabalhadores independentes beneficiários deste apoio paguem, durante o período de concessão desta ajuda, um terço das contribuições devidas “com base no valor de incidência do apoio”, sendo o remanescente (os outros dois terços) pago em 12 meses a contar do fim do apoio, sem que haja lugar a juros de mora. Durante os 30 meses após o apoio, os beneficiários ficarão obrigados a pagar, por outro lado, a contribuição devida com base no valor de incidência do apoio. No total, este apoio implica, portanto, um “período de fidelização” à Segurança Social de 36 meses (seis meses de apoio, mais 30 meses).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Serão conhecidos os candidatos ao Eurogrupo, as minutas da última reunião do BCE e os testes de stress à banca dos EUA. Na Lufthansa, os acionistas decidem se aceitam ou não a ajuda do Estado alemão.

O sucessor de Mário Centeno deverá estar entre os nomes que serão conhecidos esta quinta-feira quando os ministros das Finanças entregarem as suas cartas de motivação. Na Zona Euro, conhecem-se as minutas da última reunião de política monetária do BCE e os acionistas da Lufthansa decidem se aceitam ou não a ajuda do Estado alemão. Será também conhecido o resultado dos testes de stress realizados à banca norte-americana.

Conhecidos os candidatos ao Eurogrupo

Com a saída de Mário Centeno de ministro das Finanças, e consequentemente a decisão de não se recandidatar à presidência do Eurogrupo, o grupo informal dos ministros das Finanças da Zona Euro têm de escolher um sucesso. Esta quinta-feira termina o prazo para que os candidatos enviem as cartas de motivação que formalizam as suas candidaturas a presidente do Eurogrupo. A eleição deverá acontecer a 9 de julho, antes de terminar o mandato de Centeno a 15 de julho.

BCE divulga minutas da reunião onde reforçou “bazuca” monetária

O Banco Central Europeu (BCE) vai divulgar as minutas da reunião em que reforçou o seu programa de emergência de compra de ativos públicos e privados em 600 mil milhões de euros, alargando para 1,35 biliões de euros o poder de fogo deste mecanismo. Além disso, estendeu ainda em mais seis meses a duração deste programa. As minutas poderão revelar alguns dos pormenores sobre como o BCE vê a evolução da política monetária e da economia da Zona Euro.

Quão sólidos estão os bancos dos EUA?

Esta quinta-feira será dia de perceber quão sólidos estão os bancos norte-americanos. Os gigantes do setor foram alvo de um teste de stress por parte da Reserva Federal dos EUA que irá dar a conhecer quem falhou nos cenários mais adversos, parecido àquele que o mundo vive à luz da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

CMVM apresenta relatório anual de 2019

O regulador dos mercados financeiros divulga o relatório anual de 2019. No ano anterior, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) fechou o ano com um resultado positivo de 127 mil euros, o que comparava com os 1,4 milhões de euros de 2017. Ao todo, as coimas valeram 2,17 milhões de euros em 2018, o valor mais elevado desde 2006.

Acionistas da Lufthansa pronunciam-se sobre ajuda estatal

Esta quinta-feira há assembleia-geral na companhia aérea alemã que, a par da TAP, é uma das poucas transportadoras que ainda não recebeu apoio do Estado. Hoje os acionistas pronunciam-se sobre o acordo para uma ajuda estatal à companhia de nove mil milhões de euros, o que tornará o Estado alemão no maior acionista. No primeiro trimestre do ano, a empresa registou um prejuízo líquido de 2.100 milhões de euros.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos portugueses entre os menos expostos aos setores da crise

Banco de Portugal alerta para a "significativa" exposição da banca aos setores mais afetados pela pandemia. Ainda assim, os bancos nacionais estão entre os menos expostos aos setores com maior risco.

A banca portuguesa está menos exposta aos setores mais afetados pela crise do novo coronavírus do que a generalidade dos bancos europeus. A conclusão é do Banco de Portugal que considera, ainda assim, que a exposição do crédito às empresas mais sensíveis ao impacto da pandemia é “significativa”.

“Apesar de inferior à observada na generalidade dos outros países da área do euro considerados, a exposição do setor bancário a sociedades não financeiras (SNF) por via de empréstimos aos setores mais sensíveis aos efeitos da pandemia é significativa”, sublinha o Banco de Portugal no Relatório de Estabilidade Financeira divulgado esta quarta-feira.

De acordo com a análise do supervisor, 61% da carteira de empréstimos dos bancos nacionais está exposta aos oito setores considerados mais sensíveis, de onde se destacam o setor das indústrias transformadoras e o setor do comércio por grosso e a retalho e reparação de veículos automóveis e motociclos. É o valor mais baixo de uma lista de países que inclui bancos da Alemanha, França, Holanda ou Finlândia. Irlanda regista o valor mais elevado, com 73% do crédito exposto às atividades que mais estão a ser castigadas pela crise, devido sobretudo ao crédito relacionado com atividades imobiliárias.

Mesmo considerando o peso dos créditos mais “arriscados” no total dos ativos ponderadores pelo risco, a banca portuguesa sai bem na fotografia europeia.

“Para Portugal, a exposição aos oito setores mais sensíveis em percentagem dos ativos ponderados pelo risco situava-se em 28%, o valor mínimo no conjunto de países considerados”, indica o Banco de Portugal. No outro extremo está a Holanda, onde este indicador se situa em 53%.

Banca mais exposta a empresas com baixa liquidez

O supervisor lembra que a magnitude do impacto da pandemia sobre os diferentes setores da economia também vai depender a própria situação financeira das empresas. E, neste capítulo, “uma dimensão que assume particular importância no atual contexto é a liquidez”.

O Banco de Portugal recorre ao rácio entre o dinheiro em caixa e depósitos e as necessidades de financiamento de curto prazo para avaliar a capacidade da empresa para cumprir com as responsabilidades de curto prazo. Valores mais reduzidos do rácio significam que a empresa está mais sensível, em termos de liquidez, ao prolongamento da pandemia.

De acordo com a análise à capacidade financeira das empresas, o Banco de Portugal adianta que a carteira de empréstimos apresenta “significativa exposição” a empresas com baixa liquidez, “em particular em alguns dos setores identificados como mais sensíveis”.

O supervisor avisa ainda que alguns setores se caracterizam por “conjugar fragilidades ao nível da liquidez e do capital”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Défice pode ser ainda maior. Depende do incumprimento das empresas

Se as empresas não pagarem os impostos que adiaram no primeiro trimestre, o défice de 1,1% do PIB divulgado esta quarta-feira poderá ser revisto em alta pelo INE no futuro.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou esta quarta-feira que o défice orçamental do primeiro trimestre se fixou em 1,1% do PIB, o que já reflete o impacto da pandemia. Porém, há um pormenor contabilístico que poderá vir a aumentar a dimensão do défice entre janeiro e março: nesta estimativa o INE assume que os impostos adiados pelas empresas serão pagos, mas o gabinete de estatísticas admite que poderá haver revisões.

Ao contrário dos números divulgados pela Direção-Geral do Orçamento em contabilidade pública, que registam as despesas/receitas quando entram/saem dos cofres do Estado, a ótica das contas do INE é em contabilidade nacional — a que interessa em termos internacionais –, numa ótica de compromissos, ou seja, as despesas/receitas registam-se no período em que são assumidos independentemente de o seu pagamento ocorrer noutro período.

Esta diferença justifica o porquê de o saldo orçamental em contabilidade pública ter sido excedentário até março — há um desfasamento na entrega de impostos pelo que a receita registada era a de meses anteriores, sem impacto da pandemia –, mas deficitário em contabilidade nacional uma vez que nesta ótica já se nota o efeito do vírus nas contas públicas. E poderá vir a notar-se ainda mais no futuro por causa de uma ajustamento feito para passar de uma ótica para a outra.

Em causa está um acerto que o gabinete de estatísticas faz ao registo dos impostos e as contribuições sociais que passa por “um ajustamento temporal que visa aproximar o período de registo da receita do período em que se gerou a obrigação de pagamento”. Este ajustamento é feito sempre, mas soma-se a um novo ajustamento este ano, por causa da pandemia, dado que o Estado permitiu diferir impostos e contribuições às empresas que seriam devidos nestes meses, mas que só serão pagos mais tarde de modo fracionado.

Assim, o INE efetuou um ajustamento “adicional de modo a incluir os pagamentos futuros na receita do período corrente em que se gerou a obrigação de pagamento”. Esta operação leva a um aumento de receita “em cerca de 550 milhões de euros” nas contas públicas divulgadas esta quarta-feira, em comparação com a contabilidade pública, o que poderá ainda ser alvo de “revisão regular” consoante os pagamentos são (ou não) realizados no futuro.

Consoante o incumprimento das empresas, parte desse valor que agora se assume como receita pública poderá não entrar nos cofres do Estado, reduzindo ainda mais a receita, o que levará a um défice superior ao estimado esta quarta-feira pelo INE. No limite, se todas as empresas entrarem em incumprimento — o que é pouco provável –, o défice do primeiro trimestre poderia quase duplicar face aos atuais 570,9 milhões de euros.

Até ao momento, o índice de incumprimento ronda os 7%, de acordo com os números avançados pelo secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, esta terça-feira no Parlamento, referindo ainda que nos dois primeiros meses (março e abril) houve o diferimento de “mais de mil milhões de euros” em impostos às empresas. Em abril, o ministro da Economia, Siza Vieira, tinha dito que as empresas pediram o diferimento de 445 milhões de euros do pagamento de impostos ou contribuições para Segurança Social.

De notar que, além das empresas, também os trabalhadores independentes tiveram direito ao diferimento de impostos na sequência da pandemia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.