Há cem mil empregos em risco no comércio com quebras de 30%

  • ECO
  • 11 Agosto 2020

Em julho, as vendas nas lojas de rua e de centros comerciais caíram 36,8%, mas em Lisboa este valor agrava-se para 42,8%.

Há cem mil postos de trabalho em risco devido ao impacto que a pandemia está a ter no setor do comércio, revela a Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), ao Correio da Manhã (acesso pago).

Em julho, as vendas nas lojas de rua e de centros comerciais caíram 36,8%, mas em Lisboa este valor agrava-se para 42,8%. “A grande maioria [das lojas] não vai conseguir sobreviver se isto não evoluir de uma forma mais rápida. São cem mil empregos que estão aqui em risco”, sublinhou Miguel Pina Martins, presidente da AMRR, em declarações ao jornal. A expectativa é de que em setembro a situação melhore e os saldos são uma das estratégias para aguentar até lá.

Perante a incerteza, a Confederação do Comércio de Portugal (CCP) pede medidas diferentes. “As quedas nas vendas não são algo que nos espante, mas a retoma está a ser mais lenta do que o estimado, e por isso pedimos medidas mais dinâmicas ao Governo do que as que já foram tomadas, como por exemplo, que as retenções na fonte de IRS passem para metade para que as pessoas tenham mais rendimento”, sugere João Vieira Lopes, líder da CCP.

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Hoje nas notícias: Recibos verdes, crédito e CP

  • ECO
  • 11 Agosto 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O aumento da exposição da banca aos setores mais vulneráveis à pandemia é notícia no mesmo dia em que é dado conta que a Provedora de Justiça chamou a atenção à Segurança Social de que está a negar apoio a recibos verdes com regra que não está na lei. Nos transportes, referência para a intenção da CP de fazer ligações de comboio diretas entre a Gare do Oriente e Cascais. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Estado nega apoio a recibos verdes com regra que não está na lei

A Segurança Social está a indeferir apoios a trabalhadores independentes que enfrentam quebra na atividade sem explicar os fundamentos exatos que determinaram a exclusão. O alerta foi feito pela equipa da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, através de uma carta enviada em julho ao presidente do Instituto da Segurança Social, Rui Fiolhais. Nalguns casos, a Segurança Social está a exigir o cumprimento de um requisito que não previsto na lei (ter pago a contribuição social no mês anterior ao mês da quebra), podendo essa ser a causa de algumas dessas exclusões.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

CP quer comboios diretos entre a Gare do Oriente e Cascais

A CP quer fazer comboios diretos entre a Gare do Oriente e Cascais, intenção que consta do contrato de serviço público entre a transportadora ferroviária e o Estado. Está previsto um plano de 540 milhões de euros para a aquisição de novo material circulante durante esta década. No total, serão perto de 70 unidades que poderão vir a reforçar ou modernizar os serviços de longo curso, regionais ou mesmo comboios urbanos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Banca aumenta exposição a setores mais vulneráveis

Há alguns setores que têm sido identificados como mais vulneráveis ao impacto da pandemia. E é a esses, precisamente, que a banca portuguesa tem vindo a aumentar a exposição, um risco para o qual o Banco de Portugal já alertou. O maior aumento de exposição aconteceu no setor de alojamento e restauração, aquele que tem sido mais penalizado pela crise atual. No final de junho deste ano, a carteira de crédito total a empresas de alojamento e restauração ascendia a 5.936 milhões de euros, valor que representa uma subida de 19% face ao período homólogo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Há cem mil empregos em risco no comércio com quebras de 30%

De acordo com a Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), há cem mil postos de trabalho em risco devido ao impacto que a pandemia está a ter no setor do comércio. Em julho, as vendas nas lojas de rua e de centros comerciais caíram 36,8%, mas em Lisboa este valor agrava-se para 42,8%. A expectativa é de que em setembro a situação melhore e os saldos são uma das estratégias para aguentar até lá.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Transporte de alunos no interior custa até oito vezes mais

As Câmaras municipais pagaram 128 milhões de euros em dois anos letivos para transportar alunos. Mas este serviço, no interior, custa até oito vezes mais. Agora a possibilidade de as escolas terem de avançar para horários desfasados, por causa da pandemia poderá agravar ainda mais a fatura que os municípios têm de suportar.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

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Qual é a profissão mais bem paga do país?

A profissão mais bem paga do país integra a área das tecnologias de informação e comunicação, as designadas "TIC". O salário anual bruto pode ultrapassar os 100.000 euros. Consegue adivinhar?

As empresas no setor “Atividades de informação e comunicação” são as que mais preveem contratar trabalhadores com formação superior nos próximos dois anos. É neste setor que se encontra a profissão mais bem paga no país, apesar de ainda haver diferenças geográficas: o salário anual médio do profissional mais bem pago em Lisboa é 20% mais alto do que na profissão mais bem paga no distrito do Porto.

Qual é, afinal, a profissão mais bem paga em Portugal? O ECO foi tentar obter a resposta a esta pergunta e, de acordo com os dados da empresa de recrutamento Randstad, referentes a 2020, a profissão com o rendimento mais alto pode encontrar-se no distrito de Lisboa, e corresponde a um diretor dos serviços das tecnologias da informação e comunicação (TIC), cujo salário médio anual bruto está fixado nos 103.600 euros.

Segundo a Classificação Portuguesa das Profissões Portuguesas do INE, um diretor dos serviços das tecnologias da informação e comunicação (TIC), também designado de CTO (chief technology officer), é responsável por consultar utilizadores, gestores, vendedores e técnicos, para avaliar necessidades de equipamentos informáticos, requisitos do sistema e especificar a tecnologia a utilizar; formular e dirigir estratégias, políticas e planos para as TIC; dirigir a seleção e instalação de equipamentos das TIC e fornecer formação; dirigir operações das TIC, analisar fluxos de trabalho, estabelecer prioridades, desenvolver normas e determinar prazos; supervisionar a segurança dos sistemas das TIC; atribuir, gerir e liderar o trabalho de analistas de sistemas, programadores e outros trabalhadores da área da informática; avaliar a utilização e necessidades das TIC numa organização; elaborar e gerir orçamentos, controlar despesas e assegurar a utilização eficiente dos recursos; e, ainda, representar a empresa ou organização em convenções, seminários e conferências sobre as TIC.

Para chegar a esta conclusão, a Randstad analisou anúncios, colocações e entrevistas. E os resultados revelam que há diferenças entre o Norte e o Sul do país.

Também no pódio das profissões mais bem pagas no distrito de Lisboa encontramos a função de diretor-geral, cujo salário médio anual chega aos 84.000 euros. Segue-se a de profissão de internal audit manager e de médico especializado em medicina do trabalho, ambas com um salário anual médio de 56.000 euros e, em quinto lugar, o IT manager que recebe por ano, em média, 55.594 euros.

Já no distrito do Porto, a profissão mais bem paga é a de diretor de sucursal, com um salário médio anual de 79.800 euros. Entre as cinco profissões mais bem pagas na região encontramos ainda a diretor de private banking, com 70.000 euros anuais; de CIO (chief information officer) com 59.598 euros anuais, plant manager, com um salário médio anual que chega aos 56.000 euros e, em quinto lugar um administrador de base dados, cujo salário médio anual é de 53.662 euros.

O que diz o INE?

1.716 euros/mês. É o valor do salário médio mensal líquido dos representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, dirigentes, diretores e gestores executivos, que são atualmente a função mais bem paga entre os profissionais por conta de outrem, de acordo com os dados do INE referentes ao primeiro trimestre de 2020.

Seguem-se, por ordem decrescente, os especialistas das atividades intelectuais e científicas (1.333 euros), os profissionais das Forças Armadas (1.136 euros), técnicos e profissões de nível intermédio (1.030 euros) — onde se incluem profissões como programadores, operadores de informática e trabalhadores similares, educadores de infância, professores do ensino especial, técnicos dos transportes marítimos e aéreos, entre outros –, pessoal administrativo (784 euros), trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção e segurança e vendedores (704 euros), agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da floresta (649 euros), trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (775 euros), operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (780 euros), e trabalhadores não qualificados (569 euros).

Apesar de as profissões menos qualificadas terem o salário médio mensal mais baixo — abaixo do salário mínimo nacional de 635 euros –, prevê-se que sejam as mais procuradas até 2022, revela o INE.

Pedreiro, empregado de restaurante/bar e eletricista de instalações são as qualificações em que se registam maiores dificuldades de recrutamento de trabalhadores. Nos próximos dois anos, as empresas portuguesas querem reforçar o recrutamento para empregados de restaurante/bar, técnico de comércio e técnico de restaurante/bar.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Redação e estúdios da TVI em Queluz de Baixo à venda. Edifício avaliado em 13,9 milhões

O imóvel foi vendido e arrendado pela própria Media Capital em 2004, e agora está à venda. Faz parte de uma carteira com mais de uma centena de imóveis colocada à venda pela Parvalorem.

A redação e os estúdios da TVI, em Queluz de Baixo, estão à venda desde julho, sabe o ECO. O edifício onde está instalada a maior parte dos trabalhadores da Media Capital é propriedade de um fundo de investimento e está avaliado em 13,9 milhões de euros. Faz parte de uma carteira de 109 imóveis que foi colocada à venda pela Parvalorem, sociedade criada para gerir os créditos tóxicos do antigo Banco Português de Negócios (BPN).

No número 40 da Rua Mário Castelhano, em Queluz de Baixo, concelho de Oeiras, estão a redação e os estúdios da TVI. O edifício onde estão estas instalações foi comprado em 2004 pelo fundo Imonegócios e está à venda desde julho passado.

Ao que o ECO apurou, o edifício com 8.346 metros quadrados tem a categoria de core plus, ou seja, precisa de algumas melhorias, mas continua a ser atrativo pelos rendimentos que é capaz de oferecer aos investidores. Pode oferecer uma yield de 7,2%.

Mas o imóvel em questão não foi posto no mercado sozinho. Faz parte uma carteira de 109 imóveis que a Parvalorem colocou à venda no mês passado, avaliada em 265 milhões de euros. Chamado “Projeto Miraflores”, este portefólio contempla imóveis pertencentes a três fundos de investimento e ainda a respetiva sociedade gestora, a Imofundos.

O objetivo da Parvalorem passa por vender toda a carteira a um só investidor, mas não seria a primeira vez se alguns imóveis acabassem por ser vendidos em separado. Ainda assim, uma fonte do mercado imobiliário explicou ao ECO que este portefólio deverá chamar a atenção de um fundo de private equity, que o pode vender posteriormente a retalho (em separado).

De acordo com a informação do fundo, consultada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o edifício foi comprado em fevereiro de 2004 por 13,9 milhões de euros. Ao ECO, fonte oficial da Media Capital adiantou que o imóvel em questão foi vendido nesse ano pela própria Media Capital “a uma participada do BPN”, permanecendo desde então como arrendatária — uma operação de sale and leaseback.

O ECO questionou a Parvalorem sobre esta operação, mas não obteve resposta a tempo de publicação deste artigo. Do lado da Media Capital, fonte oficial do grupo diz saber que “corre no mercado que as instalações estão à venda”, contudo, afirma não ter detalhes sobre a operação. E acrescenta que não há interesse por parte da Media Capital em ficar com o edifício.

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Novo Banco defende-se com “dimensão ética” para não explicar negócios polémicos

António Ramalho escreveu a Marques Mendes para lhe explicar as razões do seu silêncio sobre as vendas de imóveis com perdas. O ECO teve acesso à carta e mostra-lhe as justificações.

O Novo Banco está debaixo de fogo devido às perdas avultadas que gerou a venda da carteira de imóveis. Mas o presidente executivo da instituição diz que não avança com mais explicações porque o banco está a ser auditado pela Deloitte e isso obriga a uma “descrição adicional” relativamente às operações abrangidas por essa auditoria especial. Uma obrigação que António Ramalho considera ser ética.

“O Novo Banco está sob auditoria especial, o que obriga eticamente a um dever de descrição adicional em relação a operações incluídas nessa auditoria. É essa dimensão ética que nos impede de responder”, justifica o presidente executivo do banco na carta que enviou a Marques Mendes, e a que o ECO teve acesso, depois de este ter atacado as opções do Novo Banco ao nível das vendas de ativos. “Dois pecados capitais”, nas palavras do comentador.

O Novo Banco está sob auditoria especial, o que obriga eticamente a um dever de descrição adicional em relação a operações incluídas nessa auditoria. É essa dimensão ética que nos impede de responder.

António Ramalho

CEO do Novo Banco

A Deloitte está a passar a pente fino os atos de gestão no banco desde 2000, num exercício semelhante ao que a EY fez em relação à Caixa Geral de Depósitos há dois anos. Mas a consultora falhou o prazo limite que o Executivo lhe tinha dado para apresentar as suas conclusões. Na sequência deste atraso, o Governo pediu para suspender todas as eventuais operações de venda de ativos até ser conhecido o relatório da referida auditoria.

Em causa estão duas operações em particular, nas quais as carteiras de imóveis foram vendidas com um desconto de 70%. No projeto “Sertorius”, o Novo Banco vendeu cerca de 200 imóveis com uma perda de 328 milhões de euros ao fundo Cerberus, que é acionista do banco austríaco onde o atual chairman do Novo Banco, Byron Haynes, era presidente executivo. Já no projeto “Viriato”, a carteira de 5.355 imóveis compostos foi vendida à Anchorage Capital, que tem sede nas ilhas Caimão, e não se conhecem os seus beneficiários últimos, uma operação que gerou uma perda de 160 milhões de euros.

Ambas as situações foram denunciadas pelo Público que, esta segunda-feira, voltou à noticiar que o Novo Banco vendeu a seguradora GNB Vida (agora Gama Life) com um desconto de quase 70% a fundos geridos pela Apax. Venda essa que gerou uma perda de 268,2 milhões, que foi compensada com verbas do Fundo de Resolução.

António Ramalho, na missiva que escreveu a Marques Mendes na sequência do comentário de 2 agosto na SIC, frisa que o Novo Banco é a instituição “mais escrutinada dos bancos portugueses” e que vai fazer todos os “esforços” para “contribuir para a transparência do seu processo de capitalização, acordado em 2017″. Nesse sentido, o banco contratou uma consultora internacional independente.

“Queria que soubesse que a importância do seu comentário nos levou” a pedir uma opinião independente a uma consultora internacional de renome, que possa responder de forma imparcial às dúvidas” levantadas, diz António Ramalho na mesma carta. Em causa estava a falta de explicações relativas à venda da carteira de imóveis com perdas, mas também o facto de o banco ter financiado o comprador nessa venda.

Na mesma carta, António Ramalho aproveita para lembrar que o “financiamento de imóveis associado à venda de imóveis, é prática corrente no mercado” e que o Novo Banco foi “expressamente autorizado”, “desde 2014, pela Comissão Europeia” a fazê-lo “dado o elevando montante de imóveis estacionados que possuía”, tal como o Jornal Económico avançou na semana passada.

O presidente executivo do Novo Banco esclareceu ainda o antigo líder do PSD de que irá à Comissão de Orçamento e Finanças para falar sobre o tema e que será nesse fórum que dará uma “explicação mais detalhada”.

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Aumento do salário mínimo com economia a cair só aconteceu 4 vezes nos últimos 46 anos

Estava previsto um aumento em 2021, mas a pandemia deverá dificultar um acordo entre Governo, parceiros sociais e partidos. No passado, há quatro exemplos de subidas após contrações da economia.

O debate do salário mínimo para 2021 já começou. Este ano a discussão decorre num ambiente económico particularmente mau, ainda que incerto: muitas empresas recorreram a ajudas do Estado para não despedir em massa e o PIB deverá registar a maior contração anual de que há memória. Antes da pandemia, a intenção do Governo era aumentá-lo de 635 para 670 euros. O que nos diz o histórico da relação entre a economia e a evolução do salário mínimo em Portugal?

Os dados analisados pelo ECO mostram que o salário mínimo — que é decidido no ano anterior à sua aplicação — aumentou quatro vezes após a contração da economia no ano imediatamente antes. Tal aconteceu em 1985 (Governo de bloco central liderado por Mário Soares), 1994 (Governo de Cavaco Silva), 2004 (Governo de Durão Barroso) e em 2010 (Governo de José Sócrates). Mas também é de notar que nestes três casos a economia cresceu no ano do aumento (ver gráfico).

Ressalve-se que esta é apenas uma das formas que se pode olhar para a evolução do salário mínimo, sendo que há mais critérios e relações a ter em conta numa análise global.

Vamos aos pormenores. Em 1985, o salário mínimo subiu de 77,8 euros para os 95,8 euros, após o PIB ter contraído 1% em 1984. Em 1994, o salário mínimo aumentou de 236,4 para os 245,9 mesmo com a queda do PIB de 0,7% em 1993. Em 2004, o salário mínimo engordou 10 euros, passando de 356,6 para 365,6 euros, mesmo com a queda do PIB de 0,9% em 2003. Em 2010, o salário mínimo aumentou de 450 para 475 euros, após a queda de 3,1% do PIB em 2009.

Estes são quatro exemplos de anos em que o salário mínimo aumentou após a contração da economia. Nesses anos, a taxa de desemprego foi de 8,2% em 1984, 5,5% em 1993, de 6,3% em 2003 e de 10,8% em 2010.

Ambos os indicadores — o PIB e a taxa de desemprego — deverão estar na cabeça de António Costa e do Governo quando decidir avançar ou não com uma proposta para o aumento do salário mínimo, a qual terá de ser debatida com os sindicatos e patrões. A lei (Código de Trabalho) refere apenas que “na determinação da retribuição mínima mensal garantida são ponderados, entre outros fatores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento de custo de vida e a evolução da produtividade, tendo em vista a sua adequação aos critérios da política de rendimentos e preços”.

Segundo o Expresso de sábado passado, o Executivo diz que é cedo para uma decisão, remetendo para uma discussão em concertação social no final do ano, mas BE, PCP e PAN querem um compromisso já. O assunto deverá criar tensão já que os patrões nem querem ouvir falar disso dado que o PIB vai ter uma queda histórica (-6,9%, na previsão do Executivo) em 2020 e a taxa de desemprego deverá subir significativamente (9,6%, na previsão do Governo). Porém, é de assinalar que 2021 deverá ser um ano de recuperação económica e de queda da taxa de desemprego, segundo a maioria das previsões.

Ainda não se conhece a posição do maior partido da oposição, mas também é sabido que o PSD não se irá opor, em princípio, a acordos da concertação social. Os partidos não têm de aprovar o aumento (ou estagnação) do salário mínimo — que é decretado pelo Governo no final do ano –, mas podem colocar em causa contrapartidas negociadas em concertação social, por exemplo, ou traçar esta linha vermelha para outras negociações, como a do Orçamento do Estado para 2021, o qual deverá ter de incluir a atualização do salário mínimo no setor público (caso este aumente de igual forma).

Há ainda outras questões que deverão estar em cima da mesa nesta decisão, nomeadamente a forma como um potencial aumento pode afetar de forma desproporcional setores mais afetados pela pandemia, como o do turismo ou restauração, que têm um elevado número de trabalhadores a receber o salário mínimo. Acresce que existe a possibilidade do Governo adiar a discussão para o próximo ano, aumentando o valor apenas a meio do ano ou no final, como já aconteceu no passado.

Salário mínimo estagnou em 1975 e durante a troika

O historial da relação entre o PIB e o salário mínimo mostra ainda que após a maior contração económica anual registada no Portugal democrático, em 1975 (-5,1%), o salário mínimo estagnou nos 20 euros no ano seguinte, em 1976. Nessa altura, segundo a série longa do Banco de Portugal, a taxa de desemprego (que não era calculada da mesma forma que atualmente) tinha aumentado de 4% em 1975 para 5,7% em 1976.

O segundo ano em que o salário mínimo estagnou foi em 1982, antes da chegada do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1983, nos 53,4 euros mensais. Daí até 2011 (em 2010 a economia cresceu 1,7%), o salário mínimo subiu sempre, todos os anos, sendo que em vários períodos também se registou uma taxa de inflação muito superior à da atualidade: valores superiores a 10% eram normais até à década de 90 e, depois, acima de 2% até 2012. Entretanto a inflação tem ficado aquém ou pouco acima de 1%.

Com a chegada da troika a Portugal em 2011, o salário mínimo foi congelado durante três anos por causa da recessão mais forte de que havia memória no período democrático, até voltar a subir em 2015. Cinco anos depois, o país volta a confrontar-se com uma crise de dimensões históricas por causa da crise pandémica que está a afetar praticamente todos os países do mundo.

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FPF prevê lucros de 1,5 milhões de euros em 2020/2021

  • Lusa
  • 10 Agosto 2020

A Federação Portuguesa de Futebol prevê um saldo positivo de 1,532 milhões de euros no orçamento para a época 2020/2021, que vai ser votado em Assembleia-Geral a 26 de agosto.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) prevê um saldo positivo de 1,532 milhões de euros no orçamento para a época 2020/21, que vai ser votado em Assembleia-Geral (AG) no dia 26 de agosto.

De acordo com os documentos enviados aos delegados, a que a Lusa teve hoje acesso, o resultado positivo previsto é semelhante ao registado na presente temporada. Na reunião magna, marcada para o próximo dia 26, às 17h00, na Cidade do Futebol, em Oeiras, vai ser apresentado o orçamento, que contempla 83 milhões de euros de receitas e 81,5 milhões de euros de despesas.

A maior fatia das despesas vai ser aplicada às seleções, num total de 24 milhões de euros, sendo 13,6 milhões de euros para a principal, quatro para as femininas e futsal e 2,7 milhões de euros para os escalões de formação, destacando-se ainda os gastos com provas nacionais e eventos, de 17 milhões de euros e 5,7 milhões de euros, respetivamente.

A principal fonte das receitas federativas decorre dos direitos de transmissão, publicidade e patrocínios, num total de 36 milhões de euros, estando ainda cabimentados 13,6 milhões de euros com a participação no Euro2020, adiado para 2021 devido à pandemia de coronavírus.

Também no dia 26, vai realizar-se uma AG extraordinária para ratificar as alterações ao Regulamento Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). Em 28 de julho, a LPFP aprovou, entre outros casos, a punição de comportamentos discriminatórios de género e orientação sexual, equiparando-os à discriminação racial e o agravamento das multas aos clubes por atraso no reinício dos jogos.

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Tecnologia trava maiores ganhos em Wall Street

Wall Street encerrou a primeira sessão da semana sem uma tendência definida, com o setor tecnológico a sair penalizado. Destaque para o setor industrial que avançou mais de 1%.

As bolsas de Nova Iorque encerraram sem uma tendência definida, com o setor tecnológico a deixar os investidores mais pessimistas. O destaque desta sessão foi o setor industrial, que valorizou mais de 1%.

O índice de referência S&P 500 encerrou a somar 0,29% para 3.360,96 pontos, ficando cerca de 1% abaixo de bater um recorde histórico. Pelo mesmo caminho foi o industrial Dow Jones, que valorizou 1,31% para 27.791,65 pontos, impulsionado pelas ações da Boeing e da Nike, que subiram 5,52% e 3,48%, respetivamente.

“Isto indica que os investidores estão a ficar mais otimistas com o cenário macroeconómico, encorajados pela sólida temporada de lucros do primeiro semestre e pelos dados económicos otimistas de julho”, diz Adam Crisafulli, da Vital Knowledge, citado pela CNBC (conteúdo em inglês).

A contrariar esta tendência esteve o tecnológico Nasdaq que desvalorizou 0,39% para 10.968,36 pontos, com os investidores a reduzirem as participações que têm nas big tech. Neste índice destaque para as ações do Facebook e da Netflix que caíram mais de 2%.

As medidas decididas esta segunda-feira por Donald Trump, que assinou várias ordens executivas para prolongar os estímulos à economia norte-americana, vieram dar um ânimo aos mercados de Nova Iorque.

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Ex-GNB Vida garante que “não tem qualquer relação” com Greg Lindberg

A antiga GNB Vida, atual GamaLife, diz que não tem "qualquer relação" com Greg Evan Lindberg, classificando de "falsas" as informações que estão a ser divulgadas.

A GamaLife, ex-GNB Vida, garante que não tem “qualquer relação” com Greg Lindberg, na sequência de notícias que dão conta da sua venda pelo Novo Banco com 70% de desconto.

“A GamaLife esclarece que não tem, tal como a Apax Partners, e os fundos assessorados pela Apax Partners, qualquer relação (de propriedade ou outra) com Greg Evan Lindberg”, afirma a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), referindo-se às “informações falsas” que foram adiantadas esta segunda-feira.

No mesmo documento, a GamaLife explica que “o envolvimento da Apax Partners na aquisição da GamaLife só começou após os problemas amplamente divulgados do Sr. Lindberg, quando já era bastante evidente que ele não seria capaz de completar esta transação“.

“Os fundos assessorados pela Apax negociaram então a aquisição da GBIG Portugal a uma empresa luxemburguesa, a qual, segundo sabemos, incluía o Sr. Lindberg como beneficiário a um nível superior”, continua, notando que “a aquisição da GamaLife por fundos assessorados pela Apax Partners foi então aprovada pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) e pela autoridade de concorrência da Comissão Europeia”.

Em causa está uma notícia do Público divulgada esta segunda-feira, que dá conta de que, para além do desconto, as autoridades nacionais e europeias terão desvalorizado indícios de ligação do comprador da Gama Life ao magnata do setor segurador Greg Lindberg, condenado já este ano pela Justiça norte-americana por corrupção e fraude fiscal.

A GamaLife afirma ainda que, “apesar de a notícia dizer o contrário, não foi contactada pelo jornal Público antes da publicação desta informação incorreta”. “No interesse dos seus acionistas e dos seus clientes, a GamaLife vai analisar todas as alternativas à sua disposição, a fim de assegurar uma correção das falsas informações que foram publicadas“.

(Notícia atualizada às 20h12 com mais informação)

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Acionistas da Azul aprovam acordo de saída da TAP

Os acionistas da brasileira Azul aprovaram o acordo de saída da TAP, incluindo a eliminação do direito de conversão de obrigações em ações.

Os acionistas da companhia aérea brasileira Azul aprovaram o acordo de saída da TAP em assembleia-geral extraordinária esta segunda-feira. A informação foi avançada ao ECO por fonte do departamento de Relações com Investidores, que salientou que “foi tudo aprovado com 99%” dos votos.

Em votação estiveram dois pontos, um para a “alienação da participação indireta detida pela companhia na TAP” e outro para a eliminação de direitos de conversão de dívida em capital no empréstimo obrigacionista de 90 milhões de euros da Azul à TAP concedido em 2016. O acordo já tinha sido aprovado por David Neeleman, mas ainda faltava a “luz verde” dos acionistas da Azul, aprovação que é agora dada em toda a linha, segundo a referida fonte.

Assim, significa que estarão reunidas as condições para a participação do Estado português na TAP passar dos atuais 50% para os 72,5% que foram acordados em julho, com a saída de David Neeleman da estrutura acionista da empresa, mediante o pagamento pelo Governo de 55 milhões de euros, dos quais 10,6 milhões irão para a Azul.

Aprovado, mas pelo Conselho de Ministros, está também o empréstimo de 1,2 mil milhões de euros à TAP, empresa que enfrenta severas dificuldades financeiras, agravadas pelo impacto da Covid-19. Em julho, a companhia aérea de bandeira de Portugal anunciou que deixou o regime de lay-off, recorrendo ao “apoio extraordinário à retoma progressiva”, com reduções no período normal de trabalho entre 20% e 70%.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h48)

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Marcelo veta decreto do Parlamento que reduzia debates sobre Europa

O Presidente da República devolveu à Assembleia da República o decreto que previa uma redução dos debates sobre a União Europeia no plenário. Mas faz sugestão para desbloquear promulgação.

O Presidente da República vetou esta segunda-feira o decreto da Assembleia da República que reduzia o número de debates sobre a União Europeia no plenário. Marcelo Rebelo de Sousa diz que a “solução encontrada não se afigura feliz”.

Atualmente, está previsto um debate sobre temas europeus em plenário antes de cada reunião do Conselho Europeu, o que varia mas em média corresponde a seis ou mais debates por ano. Estes debates realizavam-se “a seguir aos até há pouco existentes debates quinzenais” com o primeiro-ministro, nota Marcelo na carta que enviou ao presidente da Assembleia da República.

Ora, com a alteração acertada entre PS e PSD, estes debates preparatórios do Conselho Europeu em plenário passariam para um terço do valor atual. “Com o intuito de valorizar os debates em plenário sobre os citados temas europeus, o regime proposto passaria a compreender apenas dois debates por ano, um no início de cada Presidência semestral do Conselho da União Europeia, autónomos e mais longos”.

O novo decreto previa ainda que outros debates sobre a União Europeia seriam remetidos para a comissão parlamentar dos Assuntos Europeus, “a menos que esta, por razões excecionais, propusesse a inscrição em plenário ou este chamasse o Governo para debate complementar”, explica o Presidente da República, classificando esta solução de pouco feliz tanto na “perceção pública” como “no tempo escolhido para a introduzir”, apesar de classificar de “bom” o “intuito invocado”.

“Não se afigura feliz na perceção pública, porque dois debates não são seis ou mais, porque comissão parlamentar não é plenário, porque a prática tem revelado que a velocidade dos acontecimentos ultrapassa sempre – e não apenas em circunstâncias excecionais – a visão simplificadora de que um debate semestral é suficiente para abarcar uma presidência, e porque a leitura mais óbvia do ora proposto é a da desvalorização dos temas europeus e do papel da Assembleia da República perante eles“, argumenta Marcelo Rebelo de Sousa.

Mais: “Não se afigura feliz no tempo, porque fazê-lo quatro meses antes do começo da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia é escolher o pior momento, aquele em que se esperaria maior e não menor importância da perceção pública do caráter nuclear do envolvimento nacional na União Europeia“. Recorde-se que Portugal vai suceder à Alemanha em janeiro de 2021 na presidência do Conselho da União Europeia, colocando o Governo português ao leme dos temas que estão a ser discutidos a nível europeu.

Para resolver este veto, Marcelo Rebelo de Sousa sugere ao Parlamento que promova mais um debate sobre a União Europeia, por semestre, o que aumentava o número de debates em plenário de dois para quatro. Na carta, o Presidente solicita “à Assembleia da República que pondere se não é, no mínimo, politicamente mais adequado prever mais um debate em plenário, a meio de cada semestre, ou seja, a meio de cada presidência do Conselho da União Europeia“.

O veto de Marcelo devolve o decreto aos deputados quando estes voltarem no início de setembro. O Parlamento tanto pode aprovar novamente o texto tal como está, devolvendo o decreto a Belém e forçando uma promulgação, como pode aceder às alterações sugeridas pelo Presidente.

Quanto ao decreto que determina o fim dos debates quinzenais — na carta, Marcelo dá como certo isso mesmo quando escreve a frase “os até há pouco existentes debates quinzenais” –, este ainda não chegou ao Palácio de Belém para ser avaliado pelo Presidente da República, esclareceu fonte oficial ao ECO.

Leia a carta de Marcelo onde é explicado o veto:

Presidente da República promulga 17 diplomas

A par de dois vetos, Marcelo Rebelo de Sousa também anunciou esta segunda-feira que promulgou 17 diplomas da Assembleia da República, nomeadamente as ajudas aos estudantes do ensino superior, as alterações no IRS de pensões em atraso, o regime fiscal temporário da Champions, a criação do sistema de acesso aos serviços mínimos bancários e as alterações à Lei de Enquadramento Orçamental (LEO).

Sobre esta última, a LEO, o Presidente escreve que tem a expectativa de que a “execução possa corresponder efetivamente a um quadro normativo duradouro, e que não seja recorrentemente desrespeitado”.

Eis a lista dos diplomas promulgados por Belém:

1. Decreto da Assembleia da República sobre Medidas excecionais e temporárias para salvaguarda dos direitos dos trabalhadores e estudantes do ensino superior público;

2. Decreto da Assembleia da República que altera o Código do IRS e a Lei n.º 119/2019, de 18 de setembro;

3. Decreto da Assembleia da República que altera o regime excecional para as situações de mora no pagamento da renda nos contratos de arrendamento não habitacional, no âmbito da pandemia da doença Covid-19, procedendo à segunda alteração à Lei n.º 4-C/2020, de 6 de abril;

4. Decreto da Assembleia da República sobre sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 27-C/2000, de 10 de março, que cria o sistema de acesso aos serviços mínimos bancários;

5. Decreto da Assembleia da República que estabelece o regime fiscal temporário das entidades organizadoras da competição UEFA Champions League 2019/2020 Finals e prorroga a isenção de imposto sobre o valor acrescentado nas transmissões e aquisições intracomunitárias de bens necessários para o combate à pandemia da doença Covid-19, procedendo à primeira alteração à Lei n.º 13/2020, de 7 de maio;

6. Decreto da Assembleia da República que harmoniza e simplifica determinadas regras no sistema do imposto sobre o valor acrescentado no comércio intracomunitário, transpondo as Diretivas (UE) 2018/1910 do Conselho, de 4 de dezembro de 2018, e 2019/475 do Conselho, de 18 de fevereiro de 2019, e alterando o Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, o Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias e o Código dos Impostos Especiais de Consumo.

7. Decreto da Assembleia da República que transpõe a Diretiva (UE) n.º 2017/828 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de maio de 2017, relativa a direitos dos acionistas de sociedades cotadas no que concerne ao seu envolvimento a longo prazo, altera o Código dos Valores Mobiliários, o Regime Geral dos Organismos de Investimento Coletivo e o Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, e revoga a Lei n.º 28/2009, de 19 de junho;

8. Decreto da Assembleia da República que transpõe os artigos 2.º e 3.º da Diretiva (UE) 2017/2455 do Conselho, de 5 de dezembro de 2017, e a Diretiva (UE) 2019/1995 do Conselho, de 21 de novembro de 2019, alterando o Código do IVA, o Regime do IVA nas Transações Intracomunitárias e legislação complementar relativa a este imposto, no âmbito do tratamento do comércio eletrónico;

9. Decreto da Assembleia da República sobre quarta alteração à Lei n.º 17/2003, de 4 de junho (Iniciativa Legislativa de Cidadãos);

10. Decreto da Assembleia da República que altera o regime sancionatório aplicável aos crimes contra animais de companhia, procedendo à quinquagésima alteração ao Código Penal, à trigésima sétima alteração ao Código de Processo Penal e à terceira alteração à Lei n.º 92/95, de 12 de setembro;

11. Decreto da Assembleia da República que promove o escoamento de pescado proveniente da pesca local e costeira e prevê a criação de um regime simplificado para aquisição e fornecimento de pescado de baixo valor em lota;

12. Decreto da Assembleia da República que reforça as medidas de proteção das vítimas de violência doméstica, procedendo à sexta alteração à Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro;

13. Decreto da Assembleia da República que procede à primeira alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei n.º 19/2020, de 30 de abril, que estabelece um regime temporário e excecional de apoio às associações humanitárias de bombeiros, no âmbito da pandemia da doença Covid-19;

14. Decreto da Assembleia da República que estabelece normas de proteção do consumidor de serviços financeiros, procedendo à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 3/2010, de 5 de janeiro;

15. Decreto da Assembleia da República que reforça o quadro sancionatório e processual em matéria de crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual de menores e estabelece deveres de informação e de bloqueio de sítios contendo pornografia de menores, concluindo a transposição da Diretiva 2011/93/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de dezembro de 2011, alterando o Código Penal e o Decreto-Lei n.º 7/2004, de 7 de janeiro;

16. Decreto da Assembleia da República que define os objetivos, prioridades e orientações de política criminal para o biénio de 2020-2022, em cumprimento da Lei n.º 17/2006, de 23 de maio, que aprova a Lei Quadro da Política Criminal;

17. Na expectativa de futura e desejada estabilização da Lei de Enquadramento Orçamental e de que a sua execução possa corresponder efetivamente a um quadro normativo duradouro, e que não seja recorrentemente desrespeitado, o Presidente da República promulgou o Decreto da Assembleia da República sobre Terceira alteração à Lei n.º 151/2015, de 11 de setembro, Lei de Enquadramento Orçamental, e primeira alteração à Lei n.º 2/2018, de 29 de janeiro.

(Notícia atualizada às 19h53 com mais informação)

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Fundo de Resolução assegura que GNB Vida não foi vendida a gestor condenado por corrupção

O Fundo de Resolução diz em comunicado que a seguradora GNB Vida não foi vendida a um gestor condenado por corrupção e que o valor da operação foi o melhor possível.

Em reação à notícia do Público, o Fundo de Resolução assegurou esta segunda-feira, em comunicado enviado às redações, que “é falso que a GNB Vida tenha sido adquirida por ‘um gestor condenado por corrupção’“, o magnata do setor segurador Greg Lindberg. De acordo com a entidade liderada por Luís Máximo dos Santos, “a aquisição foi feita pelos fundos APAX Partners, cuja idoneidade foi objeto de avaliação pela autoridade competente”.

Além disso, o Fundo de Resolução, que funciona dentro do Banco de Portugal, escreve que, na sua avaliação, “o valor da venda correspondeu ao valor da melhor oferta recebida na sequência de um processo de venda aberto e competitivo e reflete, portanto, o valor de mercado, naquele momento, do ativo em causa“.

Em causa está a notícia de que a seguradora GNB Vida, designada agora como Gama Life, foi vendida pelo Novo Banco em outubro de 2019 a fundos geridos pela Apax Partners por 123 milhões de euros, o que representou um desconto de 68,5% face ao valor contabilístico, gerando uma perda de 268,2 milhões de euros para a instituição liderada por António Ramalho. Esta perda juntou-se a outras que levam o banco a pedir dinheiro ao Fundo de Resolução através do mecanismo de capital contingente.

Para além da variação acentuada de valores, a alienação gera controvérsia devido aos sinais de que as autoridades nacionais e europeias terão desvalorizado indícios de ligação do comprador da Gama Life ao magnata do setor segurador Greg Lindberg, condenado já este ano pela justiça norte-americana por corrupção e fraude fiscal. A venda nestas circunstâncias levou a que fosse apresentada uma queixa a 13 de janeiro deste ano, junto da ESMA (Autoridade Europeia de Mercados e Títulos) por quem tem envolvimento e interesse direto no Novo Banco, onde se admite um possível “conluio” entre Paulo Ramos Vasconcelos (então presidente da GNB Vida) e a administração do Novo Banco, chefiada por Byron Haynes e António Ramalho.

Contudo, segundo a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), o beneficiário último desta compra não é Lindberg. “Os requerentes informaram que um fundo gerido pela Apax Partners LLP pretendia adquirir a GBIG Portugal e, consequentemente, Greg Evan Lindberg não seria o beneficiário último da operação, nem a estrutura acionista prevista para a GNB [Vida] seria aquela que tinha sido apresentada no processo inicial”.

“Nas múltiplas diligências efetuadas, antes e após a referida deliberação de não oposição”, a ASF afirma que “não apurou qualquer ligação entre Greg Evan Lindberg e o grupo adquirente da GNB [Vida]”. E acrescenta que, “caso se venha a apurar que o titular de uma participação qualificada numa empresa de seguros não preenche os requisitos de idoneidade que garantam a sua gestão sã e prudente, pode a ASF determinar a inibição do exercício dos direitos de voto integrantes dessa mesma participação (…) ou, no limite, revogar a autorização para o exercício da atividade seguradora“.

No comunicado, o Fundo de Resolução não só nega que a venda tenha sido feita a Lindberg, recorrendo às explicações da ASF, como argumenta que esta foi a melhor venda possível, tal como já tinha dito o Novo Banco. “O Fundo de Resolução analisou a operação tendo por base as finalidades e as condições do mecanismo de capitalização contingente e, portanto, à luz do objetivo de minimização das perdas abrangidas por esse mecanismo“, garante a entidade liderada por Luís Máximo dos Santos.

Após ter avaliado o processo de venda, o FdR concluiu que este foi “competitivo e tendente a maximizar o valor do ativo, constatando-se que a proposta selecionada tinha sido a mais atrativa e adequada às condições de mercado em que a operação teve lugar“. “Em consequência, o Fundo de Resolução concluiu que a concretização da venda da GNB Vida se mostrava, face aos cenários possíveis, como a solução que minimizava as perdas para o mecanismo de capitalização contingente, ao mesmo tempo que permitia dar cumprimento ao compromisso assumido pelo Estado junto da Comissão Europeia”, explica, referindo que a venda tinha de ser realizada até ao final do ano passado fruto desse compromisso.

Em sua defesa, o Novo Banco também disse esta manhã que “o preço final da transação foi o melhor e resultou de um processo organizado de venda, competitivo e transparente, com o acordo do Fundo de Resolução, em que o comprador obteve idoneidade por parte da ASF”.

Leia o comunicado na íntegra:

(Notícia atualizada às 19h04 com mais informação)

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