Auditoria não identificou beneficiários últimos dos fundos que compraram imóveis ao Novo Banco

  • ECO
  • 4 Setembro 2020

A auditoria da Deloitte não conseguiu chegar aos verdadeiros proprietários dos fundos que compraram vários ativos do Novo Banco com desconto.

A auditoria da Deloitte às contas do Novo Banco entregue esta semana não conseguiu identificar os últimos donos dos fundos que compraram ativos, nomeadamente imóveis com descontos até 80%, ao Novo Banco, de acordo com o Público (acesso condicionado) desta sexta-feira. Os auditores concluíram que o banco liderado por António Ramalho não tinha “informação adicional” para fazer o escrutínio sobre os compradores desses ativos, apesar de Ramalho dizer que respondeu à Deloitte nos termos da lei.

Segundo o jornal, a auditora concluiu que as operações tinham cumprido as regras de mercado. Contudo, não foi possível perceber quais foram os beneficiários últimos na aquisição das carteiras de ativos dos bancos uma vez que esses fundos tinham “estruturas complexas”. Questionado pela Deloitte, o Novo Banco entregou uma declaração das sociedades gestoras dos fundos a confirmar que não havia posições superiores a 25%, o que permite manter os investidores no anonimato.

Em sua defesa, o Novo Banco assegura que “prestou todos os esclarecimento pedidos pela Deloitte sobre este tema” e que “cumpriu os procedimentos estabelecidos na legislação em vigor para este efeito”. De acordo com o Público, a instituição afirma que o relatório da Deloitte “confirma expressamente” esses procedimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Deloitte assessorou o Novo Banco na venda da GNB Vida

  • ECO
  • 4 Setembro 2020

Uma entidade do mesmo grupo mundial da Deloitte assessorou o Novo Banco na venda da GNB Vida. Agora outra entidade foi responsável pela auditoria à gestão do banco liderado por António Ramalho.

Em 2019, o Novo Banco concluiu a venda da GNB Vida, um negócio que gerou perdas de 250 milhões de euros, após ter desencadeado a sua venda em 2017. No processo, o banco foi assessorado pela Deloitte Espanha, segundo a edição desta sexta-feira do Jornal Económico (acesso pago). Esta auditora faz parte do mesmo grupo mundial que a Deloitte & Associados, a entidade que fez a auditoria conhecida esta semana sobre a gestão do Novo Banco.

Como ambas pertencem ao grupo mundial, apesar de serem instituições juridicamente independentes, a auditora poderá ter tido de analisar “potenciais constrangimentos na avaliação dos atos de gestão do Novo Banco”, escreve o jornal, referindo que a Deloitte não quis fazer comentários sobre o assunto. Numa conferência de imprensa desta semana, Ramalho confirmou que a venda da GNB Vida foi analisada pela auditoria.

A GNB Vida foi vendida em 2019 à Global Bankers Insurance Group (GBIG) Portugal, empresa detida pelos fundos da Apax Partners, por 123 milhões de euros, o que representou um desconto de 68,5% face ao valor contabilístico, gerando uma perda de 268,2 milhões de euros para a instituição liderada por António Ramalho. Além disso, o Novo Banco acabou por emprestar 60 milhões de euros à Apax para comprar a GNB Vida, agora apelidada de GamaLife.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP quer chegar a Bruxelas com novo parceiro em mira

  • ECO
  • 4 Setembro 2020

Companhia aérea vai escolher, nas próximas semanas um banco de investimento para ajudar a procurar potenciais interessados em injetar liquidez na TAP.

A TAP deverá escolher nas próximas semanas um banco de investimento que irá fazer um teste de mercado para procurar potenciais interessados em entrar no capital da empresa, avança o Público (acesso condicionado), esta sexta-feira.

Este é um ponto importante para que a companhia aérea entregue em Bruxelas a primeira versão do plano de recuperação, dentro de dois meses, já com a possibilidade de ter um novo parceiro, disponível para injetar liquidez na empresa. Em cima da mesa poderá estar apenas uma intenção de investimento, que permita a redução da posição do Estado, e não um acordo assinado entre as partes.

O Ministério das Finanças já tinha admitido que poderia ser necessário “apoio técnico especializado” na elaboração do plano de reestruturação que está a ser desenhado com o apoio da consultora Boston Consulting Group, devido à “dimensão e complexidade do passivo e dos instrumentos de dívida nele incluídos”. E em junho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que “não via com maus olhos uma parceria com a Lufthansa”.

A TAP aprovou na quinta-feira, em assembleia geral extraordinária, a proposta que permite um aumento de capital dos atuais 15 milhões para “até 1200 milhões de euros”, a realizar “em espécie, por uma ou mais vezes”, um passo para aumentar o peso do Estado na companhia aérea que já usou metade da ajuda pública, como avança o Jornal Económico (acesso pago). Em causa estão 500 milhões de euros destinado, sobretudo, ao pagamento de salários e fornecedores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSI-20 abre no vermelho. EDP cede 2% após queda do lucro

O PSI-20 está em queda, influenciado pela desvalorização de 2% da EDP após a empresa ter divulgado que os lucros baixaram 22% no primeiro semestre.

A bolsa nacional abriu esta sexta-feira em a cair 1,04% para os 4.279,06 pontos, acompanhando as quedas das principais praças europeias. Já ontem as bolsas norte-americanas tinham registado fortes descidas, como é o caso do Nasdaq que caiu 5%.

As bolsas europeias abriram em baixa, com o alemão DAX a perder mais de 1%, o francês CAC a ceder 0,5% e o espanhol IBEX a desvalorizar 0,2%. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, cede 0,2%.

Em Lisboa, o destaque vai para a EDP que desvaloriza 2,29% para os 4,27 euros no arranque da negociação, reagindo aos resultados que a empresa divulgou após o fecho da sessão de ontem. A EDP viu o seu lucro cair 22% no primeiro semestre do ano, com a pandemia a pesar nas contas do grupo. O resultado líquido situou-se em 315 milhões de euros, sendo que a operação em Portugal teve um prejuízo de 32 milhões de euros.

Já a EDP Renováveis, que apresentou resultados ontem antes da abertura da bolsa, desce 0,84% para os 14,2 euros, após ter atingido um máximo na sessão desta quinta-feira. O lucro da empresa caiu 26% no primeiro semestre, situando-se nos 255 milhões de euros.

Apesar da queda expressiva do grupo EDP, a maior desvalorização é a da Novabase que perde 2,4% para os 3,26 euros. Há ainda a queda de 0,9% para os 11 cêntimos da Pharol.

A travar maiores perdas no PSI-20 está a Galp Energia que sobe 1,06% para os 8,9 euros e ainda as pequenas subidas da Navigator e da Sonae.

(Notícia atualizada às 8h21 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Novo Banco, TAP e Função Pública

  • ECO
  • 4 Setembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Novo Banco continua nas capas dos jornais na semana em que foi entregue a auditoria sobre a gestão dos últimos anos: por um lado, sabe-se que a auditoria não identificou os beneficiários últimos dos fundos que compraram ativos; por outro lado, é noticiado que uma unidade espanhola da Deloitte, cuja unidade portuguesa fez a auditoria, assessorou o Novo Banco na venda da GNB Vida. Há ainda notícias sobre a Função Pública, a TAP e Cristina Ferreira.

Deloitte assessorou o Novo Banco na venda da GNB Vida

Em 2019, o Novo Banco concluiu a venda da GNB Vida, um negócio que gerou perdas de 250 milhões de euros, após ter desencadeado a sua venda em 2017. No processo, o banco foi assessorado pela Deloitte Espanha, segundo o Jornal Económico. Esta auditora faz parte do mesmo grupo mundial que a Deloitte & Associados, a entidade que fez a auditoria conhecida esta semana sobre a gestão do Novo Banco. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Auditoria não identificou beneficiários últimos dos fundos que compraram imóveis ao Novo Banco

A auditoria da Deloitte às contas do Novo Banco entregue esta semana não conseguiu identificar os últimos donos dos fundos que compraram ativos, nomeadamente imóveis com descontos até 80%, ao Novo Banco, de acordo com o Público. Os auditores concluíram que o banco liderado por António Ramalho não tinha “informação adicional” para fazer o escrutínio sobre os compradores desses ativos, apesar de Ramalho dizer que respondeu à Deloitte nos termos da lei. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

TAP quer chegar a Bruxelas com novo parceiro na mira

A TAP deverá escolher nas próximas semanas um banco de investimento que irá fazer um teste de mercado para procurar potenciais interessados em entrar no capital da empresa. Este é um ponto importante para que a companhia aérea entregue em Bruxelas a primeira versão do plano de recuperação já com a possibilidade de ter um novo parceiro, disponível para injetar liquidez na empresa. Em cima da mesa poderá estar apenas uma intenção de investimento, que permita a redução da posição do Estado, e não um acordo assinado entre as partes. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Estado condenado por não criar carreira na Função Pública

O Estado foi condenado por não ter criado uma carreira na Função Pública, de acordo com o Jornal de Notícias. Os Ministérios vão ter de indemnizar os inspetores da antiga Direção de Viação em cinco milhões de euros. Os lesados estão a preparar ações coercivas para obrigar o Estado a cumprir a sentença. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Cristina Ferreira falha pagamento e SIC avança para tribunal

O prazo para Cristina Ferreira pagar a indemnização de 20,2 milhões de euros exigida pela SIC terminou na quarta-feira, mas a nova diretora de Entretenimento e Ficção da TVI não pagou o montante nem propôs um plano de pagamentos. O canal de Paço de Arcos está agora a analisar formas de a obrigar a liquidar o valor e não exclui a via judicial, sendo que o processo deverá dar entrada no tribunal este mês ainda. A apresentadora, quando recebeu o pedido de indemnização, disse que não iria pagar porque o valor exigido “não tem fundamento”. Leia a notícia completa o Correio da Manhã (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

A espanhola RSR Singular Assets Europe estreia-se na bolsa de Lisboa, enquanto a EDP reage aos resultados. São ainda divulgados dados das encomendas industriais na Alemanha e do emprego nos EUA.

A festa do Avante é um dos destaques a nível nacional, sendo que a festa organizada pelo PCP terá medidas de segurança reforçadas devido à pandemia. No âmbito económico, a RSR Singular Assets Europe estreia-se na bolsa de Lisboa, aumentando a representação das empresas espanholas. Em simultâneo, serão também conhecidos alguns dados relevantes a nível internacional, como as encomendas industriais na Alemanha e os dados relativos ao emprego nos Estados Unidos.

Arranca Festa do Avante, mas com menos público

Depois de várias polémicas e uma providência cautelar rejeitada, a Festa do Avante vai mesmo acontecer e arranca já esta sexta-feira. A festa organizada pelo Partido Comunista Português (PCP) decorre até domingo na Quinta da Atalaia, contudo mais restrita e com medidas de segurança reforçadas. Entre as medidas recomendadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) está a distância de dois metros entre as pessoas, a menos que vivam na mesma casa, concertos com lugares sentados afastados para o público, proibição de venda de álcool depois das 20h00 e a utilização de máscara para todos com mais de dez anos, sinaliza a publicação.

RSR Singular estreia-se na bolsa de Lisboa

A bolsa de Lisboa vai ganhar uma nova cotada. A sociedade de investimento e gestão imobiliária espanhola RSR Singular Assets Europe vai começar a negociar esta sexta-feira tornando-se a terceira empresa do setor do imobiliário a entrar na praça nacional este ano. Cada ação da SOCIMI (o equivalente à SIGI em Portugal) entra no mercado não regulamentado Euronext Acess a valer 12,98 euros, o que coloca a capitalização bolsista da RSR Singular nos 97,3 milhões de euros.

EDP reage a quebra nos lucros

No índice de referência PSI-20 o destaque vai ser a EDP, que vai reagir aos resultados divulgados esta quinta-feira após o fecho do mercado. Os lucros da empresa caíram 22% no primeiro semestre do ano. Com a pandemia a pesar nas contas do grupo, o resultado líquido situou-se em 315 milhões de euros. O negócio em Portugal voltou a ser negativo e os prejuízos agravaram para 32 milhões de euros.

Impacto da Covid-19 na hotelaria e fábricas alemãs

A hotelaria tem sido um dos setores mais afetadas pela pandemia e Eurostat vai divulgar dados sobre esse o impacto na Zona Euro. Além destas estatísticas, também a Alemanha vai publicar dados relativos às encomendas às fábricas, referentes a julho de 2020. Estas informações poderão ajudar a medir o pulso à recuperação da maior economia europeia.

Como vai o emprego nos Estados Unidos?

Já nos Estados Unidos da América (EUA) o foco estará no relatório do emprego, referente ao mês de agosto. Segundo o dados mais recentes do Departamento do Trabalho norte-americano, a taxa de desemprego desceu para 10,2% em julho, contra 11,1% em junho, permanecendo superior àquela registada durante a crise financeira de 2008. Em julho, foram criados 1,8 milhões de empregos no país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Como será o mundo em 2025? Vêm aí as revoluções

Se o comportamento dos consumidores atingiu os níveis de 2030, o que esperar do mundo nos próximos cinco anos? Futuristas falam de uma revolução, tanto tecnológica como biológica.

Há dias num artigo, a Forbes anunciava que os comportamentos dos consumidores tinham atingido os níveis de 2030. “Why Consumer Behavior Has Reached 2030 Levels” explicava que contextos de guerra e de pandemia têm a força para mudar o curso da história e que as novas condições sociais muitas vezes dão origem a novos comportamentos. São muitos os relatórios — e por várias vezes já o referimos –, que apontam a Covid-19 como um acelerador de tendências. Contrariando a famosa “Diffusion of Innovation curve”, estes eventos aceleram a adoção de novos comportamentos, novas ideias, novas tecnologias — que levariam anos a ser adotados pela grande maioria de nós –, em poucos meses. Fez de nós “early adopters” da novas tech, com uma atitude face ao consumo que muitos previam só chegarem no final da década.

Passámos de comprar algumas coisas online para comprar a maioria das coisas… online. E vemos as marcas a adotarem cada vez mais uma lógica direct to consumer; vemos as marcas a criarem verdadeiras comunidades de fãs online orientadas para o commitment to community; o modelo atual de vida – ainda decorrente da revolução industrial — desapareceu: as aulas são em casa, trabalhamos em casa sem horários, com uma recessão global à porta os jovens já desistiram da ideia de um emprego estável e as grandes empresas despedem-se dos grandes edifícios e abraçam o trabalho remoto numa versão quase comparada às startups. E podíamos continuar…

Se encurtarmos a distância e olharmos para o mundo em 2025? O que podemos esperar? Segundo Livia Stroschoen Pinent, Head of Research da ThePowerHouse, “num olhar realista/otimista para 2025, é preciso dizer que os tempos serão difíceis na esfera económica. A recessão originada pela crise da Covid-19 ainda vai agravar-se, penalizando os negócios menos preparados para a flexibilização e modernização, o que afeta diretamente os trabalhadores destes setores” avança a futurista.

Crescemos quando agregamos novas tecnologias às práticas tradicionais e este é um diferencial da Indústria Europeia, em específico da portuguesa, que será valorizada em 2025. Produção local, de qualidade e tradição, sustentável, digital e sem desperdícios. É para isto que devemos caminhar juntos.

Livia Stroschoen Pinent

No entanto, não há crise sem oportunidades. “Aqueles aptos à digitalização, ou seja, que transformarem digitalmente todas as etapas da sua produção com o auxílio de tecnologias como Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Robótica e etc., podem não só contornar a situação, como colocar os seus colaboradores em melhores condições. O processo de digitalização da indústria passa pelo ‘re-treinamento’ dos trabalhadores para que desenvolvam as competências requeridas neste novo modelo de produção” explica ao ECO.

A trabalhar do outro lado do atlântico em São Paulo, o português Luís Rasquilha CEO da Inova Consulting e da Inova Business School diz que poucos conseguirão prever o impacto das mudanças deste 2020, mesmo os que estão habituados, tal como ele, a trabalhar no território das tendências, da inovação e do futuro. “Não falo apenas da Covid-19, mas da aceleração de transformações que embora mapeadas não tinham a atenção necessária de líderes e gestores. A pandemia foi apenas o acelerador, a faísca, que espoletou tudo o que estamos (e vamos viver) nesta e na próxima década. Especialistas em mapear futuro, cenários e tendências têm apontado caminhos claros de como a revolução tecnológica e a revolução biológica serão eixos simultâneos de mudança” explica.

Estas duas revoluções caminham para se afirmarem decisivamente e de forma massificada nas nossas vidas com impactos profundos no mundo, nos negócios e nas nossas vidas (pessoais e profissionais) nos próximos 5 anos solidificando as mudanças que na década 2010-2020 deram os seus primeiros sinais, ignorados por muitos… todos os que não queriam ou desejavam mudar.

Luís Rasquilha

Então o que esperar do mundo em 2025? Segundo Luís Rasquilha, vivemos e vamos viver a maior transformação da história da humanidade suportada em duas grandes revoluções, que avança: “A revolução tecnológica: resultante da evolução exponencial de Machine Learning, Inteligência Artificial e Conectividade Permanente; e a revolução biológica: baseada nos avanços em biologia e neurociência”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estamos hoje mais ricos e felizes do que há 25 anos? 25 números que nos fazem pensar

No aniversário dos 25 anos do Sapo, o ECO recorda a evolução de 25 indicadores ao longo das últimas duas décadas para fazer pensar sobre a riqueza e felicidade dos portugueses.

Da dívida pública aos salários, da produtividade ao défice, da saúde à educação, o que mudou em Portugal nos últimos 25 anos? Através de 25 indicadores, o ECO traça a evolução da economia e sociedade portuguesa nas últimas décadas para comemorar o aniversário dos 25 anos do Sapo.

  • Dívida pública mais do que duplica desde 1995

Num Portugal já distante, antes da entrada na Zona Euro, as finanças públicas registavam um défice acima dos 3%, mas a dívida pública mantinha-se relativamente baixa, nos 61,6% em 1995. Não demorou mais de 15 anos até que, em 2010, chegou ao patamar os 100% do PIB, ou seja, o endividamento público passou a ser equivalente a toda a riqueza produzida num ano. Mas não ficou por aí: a dívida pública continuou a aumentar por causa da crise das dívidas soberanas, atingindo um máximo de 132,9% do PIB em 2014. Desde então, o rácio baixou até aos 117,7%, em 2019, mas voltará para máximos históricos por causa da crise pandémica.

  • Ganho médio por trabalhador mais do que duplicou

Em 25 anos, o ganho médio por trabalhador mais do duplicou, passando de 584 euros em 1995 para 1.170,3 euros em 2018, de acordo com a Pordata. Também a remuneração base média aumentou de modo considerável, ainda que menos expressivamente, tendo passado de 493 euros para 970,4 euros. Já o salário mínimo cresceu quase 145% entre 1995 e 2019, passando de 259,4 euros para 635 euros. O Governo tem como meta desta legislatura subir a remuneração mínima garantida para 750 euros, mas tal poderá ficar por concretizado à boleia da pandemia de coronavírus.

  • Número de pensões pagas todos os meses com subida considerável

Em 1995, a Caixa Geral de Aposentações pagava quase 367 mil pensões de velhice, aposentação, reforma, invalidez e sobrevivência, todos os meses. Um quarto de século depois, esse número disparou para 645.528 mil. Também o número de pensões pagas pela Segurança Social aumentou: de 2.344.316 para 2.954.755. Tudo somado, de acordo com a Pordata, em 2002, o número de pensões asseguradas mensalmente ultrapassou a barreira dos três milhões e nunca mais voltou a ficar abaixo dessa fasquia.

  • PIB per capita subiu, mas pouco

Não há dúvidas de que o PIB per capita aumentou face a 1995: passou de 14.474,8 euros para os 19.675,9 euros em 2019 a preços constantes, ou seja, descontando o efeito da inflação. Contudo, estes números representam uma subida de pouco mais de cinco mil euros em quase 25 anos, o que fica aquém da evolução de outros países. Face à média europeia, Portugal “perdeu a corrida”, permanecendo abaixo da média da União Europeia e sendo ultrapassado por países que aderiram posteriormente e eram mais pobres.

  • Depois da crise da dívida, desemprego recuou para níveis abaixo de 1995

Portugal fechou 2019 com a taxa de desemprego nos 6,5%, menos 0,6 pontos percentuais (p.p) do que em 1995. Isto depois de em 2013 o desemprego ter atingido máximos históricos, tendo disparado nesse ano para 16,2%. Os anos seguintes foram de recuperação, com descidas sucessivas da taxa de desemprego. Tal como há 25 anos, o desemprego entre as mulheres continua mais elevado do que entre os homens. Apesar da crise pandémica, a taxa de desemprego ainda não disparou, ainda que milhares de trabalhadores tenham perdidos os seus postos, nos últimos meses. Isto porque têm sido considerado inativos e não oficialmente desempregados.

  • Ensino secundário ganha terreno. Ensino básico mantém-se como predominante

O número de portugueses com o ensino secundário completo aumentou consideravelmente, nas últimas duas décadas. De acordo com a Pordata, em 1998, quase 557 mil portugueses tinham esse nível de escolaridade; Em 2019, eram já 1,5 milhões. Ou seja, verificou-se um crescimento de 169%. Ainda assim, o ensino básico continua a ser o nível de escolaridade mais comum na população ativa. Há hoje 2,2 milhões de pessoas em Portugal com tais habilitações, menos 1,3 milhões do que em 1998. Também o universo de pessoas sem escolaridade diminuiu de modo expressivo: de 490,7 mil para 62,8 mil. E em sentido inverso, o número de pessoas com o ensino superior disparou: 445,9 mil para 1.451,2 mil.

  • Estado já gastou mais em saúde

Desde o início do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 1979 que a despesa do Estado com a saúde foi crescendo progressivamente, mas foi na década de 90 que deu o maior salto ao mais do que duplicar. A trajetória continuou a ser ascendente, com alguns anos de exceção, até ao máximo atingido em 2012 de 10,4 mil milhões de euros gastos pelo Estado em saúde. Contudo, com a chegada da troika, o SNS sofreu cortes que levaram a uma redução significativa da despesa. Desde 2015 que a despesa voltou a crescer gradualmente, perspetivando-se que ultrapasse o anterior máximo em 2020, também por causa da pandemia que exigiu um maior esforço orçamental.

  • Produção elétrica a partir de fontes renováveis triplica

Portugal produz hoje quase 60 mil gigawatts por hora de energia elétrica. Desse total, cerca de metade tem origem em fontes renováveis, indica a Pordata. Há duas décadas, menos de um terço da energia elétrica era produzida por essa via. Tudo somado, o país produz hoje 30.636 gigawatts por hora a partir de fontes renováveis, quando em 1998 produzia 9.501 gigawatts. E a produção hídrica e eólica são atualmente as formas mais populares.

  • Défice desapareceu em 2019 pela primeira vez na democracia

2019 ficará na história das finanças públicas portuguesas como o ano do período democrático em que, pela primeira vez, houve um excedente orçamental. Recuando 25 anos, o défice do Estado português situava-se acima dos 5% e durante as décadas seguintes ficou maioritariamente acima dos 3%, o limite definido pelas regras europeias acordadas entre os Estados-membros quando aderiram à Zona Euro. Após o ajustamento da troika, o crescimento da economia e a contenção da despesa do Estado levaram a uma redução progressiva do défice, o que culminou num excedente orçamental de 0,2% do PIB em 2019. Contudo, já se sabe que 2020 será marcada pelo regresso dos défices, neste caso um dos maiores de sempre por causa da pandemia.

  • Bem-estar económico dos portugueses melhorou

Apesar de Portugal figura pior quando se compara o PIB per capita na União Europeia, o indicador do consumo per capita — que mede melhor o nível de vida dos habitantes — mostra que os portugueses já recuperaram o bem-estar económico pré-troika. Este indicador contabiliza os bens e serviços consumidos pelas famílias independentemente da sua aquisição ser ou não efetuada por estas (podem ser fornecidas pelo Estado ou por instituições sem fins lucrativos). “Embora o PIB per capita seja um indicador do nível de bem-estar económico dos países importante e muito usado, o consumo per capita pode ser mais útil para comparar o bem-estar relativo dos consumidores entre os vários países”, explica o Eurostat. Os números são claros: antes de aderir à Zona Euro, o consumo per capita não ia além dos 8.700 euros em 1995, em paridades de poder de compra, menos de metade do valor de 2019 (17.600 euros).

  • 3,6 milhões têm hoje acesso à net. Eram 88,7 mil em 1997

Em 1997, pouco menos de 89 mil portugueses tinham acesso à Internet. Hoje, esse universo já ultrapassa a fasquia das 3,6 milhões de pessoas. Foi em 2004 que Portugal ultrapassou a barreira do milhão de indivíduos com acesso à Internet, número que não tem parado de aumentar. Em 2015, a marca dos três milhões foi ultrapassada, aproximando-se agora o país das quatro milhões de pessoas ligadas à Internet.

  • Portugal, um país de emigrantes

Portugal já era um país de emigrantes em 1995, mas não se compara aos números dos últimos ano. Em 1995, houve 22.579 novos emigrantes portugueses. O número cresceu progressivamente até 2007, mas foi com a crise financeira que deu os maiores saltos, chegando a 2014 com 134.624 novos emigrantes, o valor mais elevado da série histórica. Desde 2015 que o número tem vindo a reduzir-se, mas ainda assim estão a sair do país 77.040 pessoas, segundo os dados de 2019.

  • Portugueses iam mais ao cinema há 25 anos

As salas de cinema recebem hoje menos de metade dos espectadores que acolhiam há 25 anos. De acordo com os dados da Pordata, em 1995, cada sessão contava, em média, com quase 51 espectadores, número que entretanto desceu para 23,5. Por outro lado, o número médio de espectadores por cada exibição de teatro cresceu consideravelmente: de 96,5 pessoas por sessão em 1995 para 163,2 pessoas por sessão em 2018. Na mesma linha, o número de pessoas a assistir concertos ou espetáculos de dança explodiu. Em 1995, a média de espectadores por sessão estava nos 399,2. Em 2018, esse número atingiu os 610,8.

  • IRS liquidado dispara 143%

O número de agregados familiares a declarar salários e pensões para efeitos de IRS registou um salto, nos últimos 25 anos. Em 1995, eram 1.969.630 as famílias que o faziam, ao passo que hoje já são 3.448.273. Paralelamente, o IRS liquidado também disparou, tendo passado de quase 1,2 mil milhões de euros para quase 4,8 mil milhões de euros, de acordo com a Pordata. No total, os impostos diretos, nos quais se inclui o IRS mas não só, cobrados por pessoa pelo Estado passaram de 658,5 euros, em 1995, para 1.931,8 euros, em 2019.

  • Carga fiscal em máximos históricos

Goste-se ou não do indicador — mesmo tendo em conta as suas limitações –, a carga fiscal está em máximos históricos. Em 1995, o peso dos impostos e contribuições sociais no PIB era de 29,2%. O indicador oscilou entre os 29% e os 32% entre 1995 e 2013, até que Vítor Gaspar, então ministro das Finanças, anunciou o “enorme aumento de impostos” durante o período de ajustamento da troika. Essa decisão levaria a carga fiscal para os 34% e de lá não saiu mais. Em 2019, a carga fiscal manteve-se nos 34,8%, um máximo histórico. A expectativa do Governo é que esta baixe em 2020 uma vez que a receita fiscal deverá cair a um ritmo superior à quebra do PIB.

  • Produtividade aparente mais do que duplicou

Quanta riqueza é criada, em média, por cada trabalhador? A resposta a esta pergunta define a produtividade aparente do trabalho de um país, que no caso português mais do que duplicou, nas últimas duas décadas. Em 1995, cada trabalhador criava, em média, 18.176,07 euros. De acordo com os dados mais recentes da Pordata (2017), este indicador está hoje nos 37.046,60 euros por trabalhador. Os setores da fabricação de coque e produtos petrolíferos, da produção e distribuição de eletricidade, gás, vapor e ar frio e das atividades imobiliárias lideram.

  • Casas de férias triplicaram nas últimas décadas

De acordo com os números do últimos Censos, em 2011, havia em Portugal quase 5,9 milhões de alojamentos familiares, mais 1,7 milhões do que há duas décadas. A grande maioria destas casas era usada como residência habitual (quase quatro milhões dos tais 5,9 milhões de alojamentos), havendo uma pequena fatia dedicada ao uso sazonal (1,1 milhões). A propósito, nas últimas duas décadas, as casas de uso sazonal — conhecidas como casas de férias — mais do que triplicaram, já que, em 1991, eram pouco mais de 377 mil os alojamentos utilizados para esse fim. Um crescimento significativo foi também registado ao nível dos alojamentos vagos e para venda e dos alojamentos vagos e para alugar. Os primeiros aumentaram 94,6% e os segundos 118%.

  • Investimento em inovação triplicou, mas depois estagnou

O investimento das empresas e do Estado em investigação & desenvolvimento (I&D) correspondia a apenas 0,5% do PIB em 1995, mostrando o subdesenvolvimento do país face aos países mais desenvolvidos da União Europeia. O indicador foi melhorando ao longo dos anos até atingir um pico de 1,58% do PIB em 2009. Contudo, mais uma vez, a crise das dívidas soberanas veio interromper essa trajetória. A queda não foi muito agressiva, mas mesmo com os anos de recuperação económica o investimento em inovação não chegou ao anterior máximo. Em 2019, foi de 1,41% do PIB.

  • Número de empresas mais do que triplicou

Em duas décadas, o universo das empresas portuguesas aumentou significativamente. Em 1995, eram pouco mais de 387 mil as empresas em Portugal. Em comparação, em 2018, já eram quase 1,3 milhões as empresas por terras lusitanas. Ou seja, mais do que triplicou o número de companhias em Portugal. Do total registado em 2018, apenas 1.262 eram grandes empresas, sendo portanto a maioria pequenas e médias empresas, indicam os dados da Pordata. Essa tendência já era registada, de resto, há duas décadas e mantém-se firme.

  • Poupança dos portugueses desce para metade

A taxa de poupança dos portugueses baixou significativamente ao longo dos últimos 25 anos. Em 1995, a taxa situava-se nos 14,8%, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mas desde então a tendência tem sido de queda constante. Até 2005, a taxa de poupança ainda se manteve acima dos 10%, mas baixou progressivamente — com a exceção de alguns anos em que foi influenciada pela crise — até chegar ao mínimo da série de 6,8% em 2017. No primeiro trimestre de 2020, o último dado disponível, a taxa de poupança subiu para 7,4%, ainda assim aquém da média europeia de 13%.

  • Abstenção sobe, sobe e… sobe

Não há volta a dar: desde as primeiras eleições após o 25 de abril que a abstenção tem vindo a aumentar, quase sem interrupções, nas eleições para a Assembleia da República. Em 1995, o número de votantes das eleições legislativas de onde saiu o Governo de António Guterres registou 3.011.456 abstencionistas e 5.900.277 votantes, ou seja, uma taxa de abstenção de 33,8%. Os números já representavam uma deterioração bastante forte face à abstenção de 8,5% de 1975, mas estavam em linha com outras democracias. Contudo, a situação continuou a deteriorar-se, culminando em 2019 com as primeiras legislativas onde houve mais abstencionistas do que vontade, ou seja, uma taxa de abstenção superior a 50%.

  • Natalidade mirrou. Mortalidade manteve-se estável

Quantos bebés nascem por mil residentes em Portugal? Em 1995, a resposta a essa pergunta era: 10,7 bebés. Mais de duas décadas depois, esse número caiu para 8,4 bebés. Apesar deste último valor ser mais baixo do que aquele verificado há 25 anos, tem havido algum crescimento da taxa de natalidade desde 2015, depois de em 2013 e 2014 se terem registado mínimos históricos. No que diz respeito à mortalidade, há alguma estabilidade: morriam 10,3 pessoas por mil residentes em 1995 e 10,9 pessoas por mil residentes em 2019.

  • Uso da ferrovia diminuiu. Transporte aéreo disparou

Enquanto a utilização do transporte ferroviário baixou face a 1995, o transporte aéreo disparou com a democratização dos voos. Em 1995, houve 187.533 passageiros na ferrovia em Portugal, menos do que nos anos anteriores, sinalizando já uma tendência de descida que viria a ser constante até à crise das dívidas soberanas. Neste caso, o efeito foi o contrário: os portugueses começaram a utilizar mais o comboio após o mínimo registado em 2013, atingindo os 147.408 passageiros em 2018. No caso do transporte aéreo, o número de passageiros aumentou sem parar desde 1995, passando de 14,8 milhões de passageiros para mais de 56 milhões de passageiros em 2019.

  • Como evoluiu a poluição nas últimas duas décadas?

Entre 1995 e 2017, os níveis de dióxido de carbono per capita pouco recuaram. Há 25 anos, cada pessoa em Portugal emitia 5,7 toneladas de dióxido de carbono com origem fóssil e 1,1 toneladas de dióxido carbono com origem em biomassa. Hoje, esses níveis estão nas 5,4 toneladas e uma tonelada, respetivamente. Isto depois de se ter atingido mínimos históricos em 2013 e 2014. Ainda assim, os níveis hoje observados são significativamente inferiores aos registados nos primeiros anos do milénio. Por exemplo, em 2005, cada pessoa foi responsável pela emissão de 6,9 toneladas de dióxido de carbono com origem fóssil. Já no que diz respeito ao monóxido de carbono, cada português é hoje responsável pela emissão de menos 52,6 toneladas do que em 1995. Esse gás é produzido, por exemplo, pelos motores dos automóveis.

  • Número de reclusos manteve-se estável

De acordo com os dados da Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) do Ministério da Justiça, havia 12.029 reclusos em 1995 e 12.793 em 2019, tendo existido pouca oscilação no número ao longo das décadas. O que mudou mais foi o número de presos em prisão preventiva: em 1995 estava nos 4.629, baixando posteriormente para o patamar abaixo dos 3 mil em 2006. Em 2019 eram 2.271.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vai ao Avante? Isto é o que pode e não pode fazer

A Festa do Avante irá contemplar várias medidas de segurança, depois de serem definidas regras pela Direção-Geral de Saúde. Máscaras e distanciamento são alguns dos deveres dos participantes.

Depois de muita discussão, a Festa do Avante vai em frente, com regras já definidas pela Direção-Geral de Saúde. Com uma lotação máxima que foi fixada nos 16.563 visitantes, o evento na Quinta da Atalaia não vai ser o mesmo. Aqueles que vão frequentar a festa anual organizada pelo PCP terão de seguir algumas regras, que visam evitar a propagação do coronavírus.

O plano de contingência apresentado pelo partido para o evento “foi elaborado de acordo com as orientações da Direção-Geral de Saúde (DGS), o parecer técnico emitido pela DGS e as reuniões de trabalho realizadas”, segundo explicou o PCP. O objetivo é assegurar que “todos os participantes, visitantes ou aqueles que nela prestam trabalho militante, estarão informados e sensibilizados para o cumprimento das regras”.

Veja o que pode e não pode fazer no evento:

  • Todas as pessoas com idade superior a dez anos terão de usar máscara nos espaços assinalados como balcões de atendimento, instalações sanitárias ou exposições. A DGS recomenda também a utilização em todo o recinto.
  • Terá de ser cumprido o distanciamento físico, de pelo menos dois metros entre pessoas, em todos os espaços do recinto, salvo se forem coabitantes.
  • Poderá assistir aos espetáculos numa plateia, com lugares sentados.
  • É permitido o consumo de bebidas alcoólicas, até às 20 horas, no espaço de restauração. A regra é excecionada durante as refeições. Nos recintos dos espetáculos não é permitido consumir bebidas alcoólicas.
  • O horário de encerramento dos restaurantes é às 24h00 na sexta-feira e no sábado e às 22h00, no domingo.
  • As refeições podem ser consumidas exclusivamente em esplanadas, sendo que não podem existir consumos ao balcão.
  • As portas abrirão, para os visitantes, às 16h00. Já o encerramento das entradas foi antecipado, sendo que na sexta-feira e no sábado só é permitida entrada na Festa até às 24h e no domingo até às 22h.
  • É privilegiado o pagamento digital, de forma a reduzir as transações em dinheiro. Estarão disponíveis apenas duas máquinas ATM.
  • As entradas e saídas vão ter circuitos próprios e separados, para evitar o cruzamento e o contacto entre pessoas.
  • Não é permitido que as pessoas permaneçam nos circuitos de acesso, que se destinam a circulação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco emprestou 60 milhões aos compradores da seguradora GNB Vida

Banco adianta que a operação de venda incluiu um "vendor loan" correspondente a 50% do preço final que a Apax pagou pela seguradora, cerca de 120 milhões de euros.

O Novo Banco emprestou cerca de 60 milhões de euros ao investidor que comprou a seguradora GNB Vida, por 123 milhões de euros, numa operação que gerou perdas de 250 milhões de euros para a instituição liderada por António Ramalho.

É o próprio banco que adianta, numa apresentação que foi distribuída esta quarta-feira pelos jornalistas, que a operação de venda da seguradora à GBIG Portugal, uma sociedade totalmente detida por fundos geridos pela Apax, “incluiu a concessão de um vendor loan correspondente a 50% do preço, à taxa de juro adequada às condições do mercado”.

Sublinha logo a seguir que a “transação foi realizada num processo organizado de venda, competitivo e transparente, seguido em permanência pelo Fundo de Resolução e pelo compliance do Novo Banco”.

Este vendor loan é um empréstimo que o banco faz ao comprador de determinado ativo ou conjunto de ativos. Embora seja um procedimento normal emprestar dinheiro ao investidor que lhe adquire um ativo, os bancos portugueses já referiram que não têm por hábito fazê-lo por cá. Por exemplo, Miguel Maya, presidente do BCP, esclareceu que: “A venda da carteiras de ativos o BCP não financiou. Mas numa situação específica, desde que bem protegido por capitais próprios adequados, de um cliente de relação, podíamos ter feito”.

A exceção parece ser o Novo Banco, que também tinha dado crédito ao fundo Anchorage para financiar a aquisição de uma carteira de imóveis designada Viriato, e que veio a ser uma das operações que suscitou polémica em torno banco, por vários motivos: não há certezas sobre quem serão os beneficiários finais de uma transação que gerou uma perda de 160 milhões.

No caso da GNB Vida, a alienação também gerou dúvidas. Segundo o Público, a venda da GNB Vida, agora designada GamaLife, à GBIG Portugal deu origem a uma queixa, apresentada a 13 de janeiro deste ano, junto da ESMA, Autoridade Europeia de Mercados e Títulos, e subscrita por quem tem envolvimento e interesse direto no Novo Banco.

A venda da seguradora ficou fechada em outubro de 2019, depois de contactados 65 investidores num processo que resultou, no final, em quatro propostas vinculativas. O valor final foi de 123 milhões de euros acrescido de uma componente variável até 125 milhões de euros, indexada a objetivos de distribuição de seguros vida em Portugal por um período de 20 anos.

Em conferência com os jornalistas, António Ramalho lembrou que a alienação da seguradora tinha de ser concluída até final de 2019, sob pena de o banco ser penalizado. “A venda foi feita ao investidor que de longe ofereceu as melhores condições”, destacou o presidente do banco.

O banco explica que a deterioração do valor da companhia seguradora é, em grande parte, atribuível a fatores independentes do processo de venda. “Não tivesse ocorrido a venda, a que o banco estava obrigado, teriam de ser reconhecidas elevadas imparidades ao valor da participação no capital” da GNB Vida, diz o Novo Banco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CaixaBank e Bankia estudam fusão. Ações disparam

  • ECO
  • 3 Setembro 2020

Os dois bancos espanhóis confirmaram em comunicados ao mercado a notícia revelada pelo jornal El Confidencial. A fusão do CaixaBank e do Banka criaria o maior banco no mercado espanhol.

O BCE já tinha sugerido que uma das formas do sistema financeiro preparar-se para a crise decorrente da Covid-19 passava por fusões. Agora, o CaixaBank (dono do BPI) e o Bankia, detido em mais de 61% pelo fundo de reestruturação do Estado espanhol (Frob), estão a avaliar a possibilidade de fusão, o que permitiria criar um novo banco com um valor de ativos da ordem dos 650 mil milhões de euros, o maior banco a operar no mercado espanhol.

A notícia foi avançada em primeira mão esta quinta-feira pelo jornal online El Confidencial e, posteriormente, confirmada pelos dois bancos em comunicados ao mercado.

Se esta fusão avançar, o maior acionista seria a Fundação Caixa com cerca de 30% e o Estado espanhol, através do Frob, passaria a ter cerca de 14% do capital.

Esta sexta-feira, após a confirmação de que a fusão está a ser estudada, as ações dos dois bancos dispararam na bolsa espanhola. O Bankia disparou 32,9% para 1,376 euros por ação e o CaixaBank avançou 12,37% para 2,04 euros. As subidas contagiaram de forma positiva o resto do setor da banca europeia.

(Notícia atualizada às 9h54 do dia 4 de setembro com a cotação das ações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fortes quedas em Wall Street. Tecnológicas levam Nasdaq a cair 5%

Apple, Amazon, Facebook, mas também Microsoft ou Google, apresentaram quedas entre 4% e 7%. Nasdaq afundou após recordes.

Dia de quedas acentuadas nas bolsas norte-americanos. Com os investidores de olho na fraca recuperação da economia dos EUA, os principais índices de Wall Street registaram quedas de 3%, 4% e até quase 5%. As tecnológicas foram as mais castigadas.

Depois do alerta da Fed, no Livro Bege, novos dados económicos pouco animadores vieram colocar a lenta recuperação da maioria economia do mundo no centro das atenções. A difícil recuperação depois do travão a fundo provocado pela pandemia levou os investidores a afastarem-se de ativos de risco, como são as ações.

Assim, os três maiores índices dos EUA afundaram. O Dow Jones perdeu 2,79%, enquanto o S&P 500 cedeu quase 3,5%, corrigindo dos máximos históricos consecutivos atingidos nos últimos tempos.

Nem o Nasdaq escapou. O índice tecnológico, que superou pela primeira vez a fasquia dos 12.000 pontos, um novo marco histórico, na sessão anterior, acabou mesmo por ser o mais castigado. Fechou a cair 4,97% para 11.442,59 pontos.

Esta queda do Nasdaq reflete a pressão vendedora registada sobre os títulos das grandes tecnológicas norte-americanas. Apple, Amazon, Facebook, mas também Microsoft ou Google, apresentaram quedas entre 4% e 7%. A Tesla afundou 9,3%.

Depois de terem sido as principais impulsionadores das praças norte-americanas, estas gigantes, que têm atingido recordes atrás de recordes, sofreram agora perdas expressivas que, contudo, não fazem mossa no acumulado do ano. Ganhos em 2020 continua a ser de dois e três dígitos, no caso da fabricante de automóveis de Elon Musk.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.