Governo “não mudou de opinião” e quer conhecer relatório do Banco de Portugal sobre a supervisão do BES

  • Lusa
  • 3 Setembro 2020

A ministra de Estado e da Presidência reiterou esta quinta-feira que o Governo continua a querer conhecer o relatório Costa Pinto que o Banco de Portugal se recusa a divulgar.

O Governo afirmou que “não mudou de opinião” sobre a necessidade de conhecer o relatório relativo à supervisão do BES, documento que o Banco de Portugal só entregará ao tribunal.

O Banco de Portugal (BdP) garantiu esta quinta-feira que, se uma decisão judicial determinar a quebra do “dever legal de segredo” a que está obrigado, disponibilizará “desde logo” ao tribunal o relatório relativo à supervisão do BES, um dia depois de o BE ter condenado que o governador Mário Centeno tenha recusado enviar ao parlamento a auditoria interna à atuação na resolução do banco.

“Imaginando que se refere a uma auditoria já mais antiga, aquilo que gostaria de referir é que a posição do Governo foi sempre clara, entendendo que o conhecimento desse relatório devia acontecer, que ele é o do interesse público”, respondeu aos jornalistas a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, durante a conferência de imprensa do Conselho de Ministros.

Deixando claro que “não cabe ao Governo tomar essa decisão”, Mariana Vieira da Silva quis realçar que o executivo socialista “não mudou de opinião”.

“O senhor primeiro-ministro [António Costa] já tinha tornado clara a sua opinião e a opinião é a mesma”, assegurou a ministra.

Num debate quinzenal em 07 de março de 2019, António Costa assumiu que todos têm “curiosidade” em conhecer a auditoria interna do Banco de Portugal no quadro de resolução do BES, documento que o Governo solicitou e que não foi revelado.

"Imaginando que se refere a uma auditoria já mais antiga, aquilo que gostaria de referir é que a posição do Governo foi sempre clara, entendendo que o conhecimento desse relatório devia acontecer, que ele é o do interesse público.”

Mariana Vieira da Silva

Ministra de Estado e da Presidência

“Ninguém escondeu nada. O Governo não desconhecia o contrato, o Banco de Portugal sempre disponibilizou ao Governo toda a informação sobre o contrato. O que eu disse há pouco era relativamente à auditoria interna que foi feita no Banco de Portugal sobre a gestão durante o quadro da resolução [do BES]”, respondeu o primeiro-ministro à líder do BE, Catarina Martins.

António Costa assumiu que “o Governo solicitou ao Banco de Portugal “o envio da auditoria interna” e este não “revelou a auditoria”.

“Claro que tenho curiosidade. Acho que todos temos curiosidade. Qualquer português tem curiosidade”, admitiu.

Pela parte do Governo, prosseguiu, não há nada “a esconder para contar e divulgar” em relação a “tudo aquilo que foi a intervenção”.

“Presumo que os outros também não têm. Se a Assembleia da República entender que esse é o mecanismo, creio que o senhor Presidente da República ficará satisfeito, milhões de portugueses ficarão satisfeitos, eu pessoalmente terei gosto em finalmente conhecer algumas coisas que não conheço”, insistiu então.

Mariana Mortágua revelou quarta-feira que o partido recebeu a resposta do Banco de Portugal e foi com “enorme surpresa” que viu esta recusa.

“O governador Mário Centeno recusa-se a enviar a auditoria à resolução do Banco Espírito à Assembleia da República, contrariando as posições do Governo, incluindo quando fazia parte do Governo enquanto ministro das Finanças”, condenou.

Em comunicado, o banco referiu hoje que “a respeito da entrega pelo Banco de Portugal do ‘Relatório da Comissão de Avaliação das Decisões e atuação do Banco de Portugal na Supervisão do Banco Espírito Santo’ [BES], observa-se que o Banco de Portugal aguarda […] decisão judicial que aprecie e decida acerca da eventual quebra do dever legal de segredo”.

Segundo garante, “a ser decidida essa quebra do dever legal de segredo, o Banco de Portugal colaborará, de imediato, com o Tribunal, ficando, nos exatos termos dessa decisão judicial, autorizado a disponibilizar, desde logo, esse documento ao Tribunal”.

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IVA da luz baixa. Veja quanto vai poupar na fatura ao final de um ano

  • ECO
  • 3 Setembro 2020

Taxas de IVA diferenciadas em função de escalões de consumo vão entrar em vigor a 1 de dezembro. Governo fez as simulações sobre a poupança que vai gerar para os vários agregados familiares.

Os impostos sobre a eletricidade vão baixar a partir de dia 1 de dezembro. O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a aplicação de taxas de IVA diferenciadas em função de escalões de consumo. Considerando os contratos no mercado regulado, a poupança anual chegará a 18,50 euros para um casal com dois filhos, mas chega aos 27,80 euros para as famílias numerosas.

“O decreto-lei estabelece para todos os contratos incluídos na Baixa Tensão (BTN) até uma potência contratada de 6,9 kVA (limite da tarifa social de energia) a aplicação da taxa de 13% ao consumo até 100 kWh (por período de 30 dias), aplicando-se ao remanescente a taxa normal de 23%”, explica o Governo.

“Este escalão de consumo, para efeito de aplicação da taxa de IVA de 13%, é majorado em 50% (i.e. 150 kWh) para as famílias numerosas (os agregados com cinco ou mais elementos)”, continua.

A medida abrange cerca de 5,2 milhões de contratos (86% dos clientes da baixa tensão), de acordo com o Executivo. Junta-se à redução da taxa de IVA para 6% na componente fixa das tarifas de acesso às redes nos fornecimentos de eletricidade correspondentes a uma potência contratada que não ultrapasse 3,45 kVA, inscrita no Orçamento do Estado para 2019.

Face a estas alterações, o Governo calculou a poupança estimada para vários tipos de agregado familiar. Veja aqui as simulações para os vários casos disponibilizadas pelo Executivo:

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Espanhola Audax compra portuguesa PH Simples por 20 milhões de euros

Elétrica está a reforçar a presença em Portugal. Além da aquisição, também foi uma das empresas que entrou no leilão de energia solar realizado na semana passada pelo Governo português.

A empresa espanhola Audax comprou uma posição de controlo (75%) da comercializadora de energia portuguesa PH Simples, um negócio avaliado em cerca de 20 milhões de euros, apurou o ECO junto de fontes que acompanharam o processo. O negócio tem como objetivo reforçar a presença em Portugal, e, após a fusão, a Audax espera passar a ter mais de 23 mil clientes e uma faturação de 175 milhões.

José Elias é o presidente da Audax Renovables

A Audax tem-se focado em crescer no mercado português nos últimos dois anos, particularmente no segmento de pequenas e médias empresas industriais, e a aquisição está em linha com essa estratégia. Sozinha, a Audax tem atualmente 1,38% da quota de mercado em Portugal e é o 9º maior comercializador. Com a integração da PH Simples, a empresa vai passar a ter 2,18% de quota de mercado e sobe à 6ª posição dos maiores comercializadores de energia no país.

Além de comercializador, a Audax já tem também produção própria de energia. Agora, após esta aquisição, o volume de energia produzida pela empresa será de 1,2 TWh por ano, grande parte de fontes renováveis. A expetactiva é que o EBITDA do negócio em Portugal ultrapasse os seis milhões de euros. A nível global, o grupo pretende aumentar a carteira de clientes de 305.000 para 500.000 até 2022 e superar a barreira dos 1.500 milhões de euros em receitas (com um EBITDA acima de 100 milhões de euros).

A par da compra da PH Simples, a Audax foi também uma das empresas que arrecadou lotes no leilão de energia solar realizado pelo Governo português na semana passada. Foram adjudicados à empresa dois lotes no Alentejo e Algarve representativos de 157 MW de potência solar fotovoltaica.

A Audax pretende continuar a crescer no mercado energético português, tanto na produção como na comercialização de energias renováveis, nomeadamente no segmento das PME, onde atualmente detém uma posição relevante no mercado. Os excelentes resultados e uma equipa muito profissional sustentam as previsões de crescimento”, diz a empresa.

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Lucro da EDP cai 22%. Tem prejuízo de 32 milhões em Portugal

Queda do consumo de eletricidade durante o período de confinamento pesou nas contas da elétrica no primeiro semestre do ano.

Os lucros da EDP caíram 22% no primeiro semestre do ano. Com a pandemia a pesar nas contas do grupo, o resultado líquido situou-se em 315 milhões de euros. O negócio em Portugal voltou a ser negativo e os prejuízos agravaram para 32 milhões de euros, segundo dados revelados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A queda dos resultados líquidos é explicada pela “forte redução de consumo de eletricidade nos seus principais mercados, sobretudo durante os períodos de confinamento impostos para combater a propagação da pandemia Covid-19, que coincidiram com a maior parte do segundo trimestre”, de acordo com a empresa. O volume de eletricidade comercializada na Península Ibérica baixou 7% e o consumo de eletricidade de clientes das distribuidoras no Brasil caiu 8%.

O EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — cedeu 3% para 1.872 milhões de euros, refletindo ainda “o efeito adverso da taxa de câmbio (-57 milhões de euros devido à depreciação de 20% do real face ao euro)“. A dívida líquida aumentou 2%, situando-se em 14,1 mil milhões de euros no final de junho.

Antecipar fecho de Sines custa 130 milhões de euros

Além do efeito da pandemia no consumo de eletricidade, a antecipação do encerramento das centrais a carvão de Sines para 2021 — devido à “deterioração das condições de mercado Ibérico de eletricidade neste segundo trimestre, nomeadamente a redução da procura e o aumento do custo das licenças de emissão de CO2” — também pesaram nas contas. O custo extraordinário de antecipar o fecho de Sines é de 130 milhões de euros.

Entre as várias geografias, foi o negócio em Portugal a pesar, com um resultado líquido negativo de 32 milhões no primeiro semestre, prolongando dois anos consecutivos de prejuízos no mercado doméstico. Na Península Ibérica, a produção caiu 39% em termos homólogos, devido exclusivamente à redução da produção a carvão.

O número de clientes de eletricidade em Portugal e Espanha manteve-se estável em termos homólogos, com a EDP a manter o foco na qualidade de serviço e a alavancar no portefólio de clientes para aumentar o seu valor. De facto, a taxa de penetração de serviços novos aumentou em 6% em termos homólogos para 19,2% a junho de 2020, enquanto a taxa de dupla energia (gás e eletricidade) não registou variações significativas”, acrescenta.

(Notícia atualizada às 17h30)

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Governo vai investir 250 milhões na recuperação de 160 escolas

Num investimento global de 250 milhões de euros, os cofres do Estado têm de desembolsar 20 milhões para recuperar e modernizar 164 escolas de todo o país.

O Governo aprovou gastar 250 milhões de euros na requalificação e modernização de escolas do 2.º e do 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário. Um investimento que vai custar apenas 20 milhões de euros aos cofres do Estado, já que o montante remanescente é suportado pelos fundos comunitários.

“O Conselho de Ministros aprovou uma autorização de despesa de cerca de 20 milhões de euros para pagamentos da contrapartida pública nacional nos investimentos em escolas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário, financiados pelo Portugal 2020″, pode ler-se no comunicado enviado às redações pelo Ministério da Educação, após a divulgação do comunicado do próprio Conselho de Ministros, onde é especificado que os montantes vão sair da gaveta dos Programas Operacionais Regionais.

A requalificação destas 164 escolas vem na sequência da intervenção de outras 578 onde está a ser removido o amianto, um operação que também está a ser financiada em 600 milhões de euros pelo Portugal 2020.

Na nota, o Ministério da Educação revela ainda que, desde 2016, os fundos comunitários já asseguraram “mais de 550 intervenções em estabelecimentos da educação pré-escolar, do ensino básico e do ensino secundário”, num valor global que ronda os 500 milhões de euros.

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Bolsas europeias caem mais de 1%. Lisboa recua com o BCP

Lisboa seguiu a tendência negativa das restantes praças europeias, que foram penalizadas pela forte queda do setor tecnológico. PSI-20 caiu, mas menos que os congéneres.

A Europa viveu uma sessão de quedas acentuadas. Com o setor tecnológico a registar uma forte desvalorização, os índices do Velho Continente registaram perdas superiores a 1%, arrastando a bolsa nacional. O PSI-20 caiu, mas muito menos que os restantes, penalizado pelo comportamento do BCP.

O Stoxx 600 cedeu 1,6%, assim como a generalidade dos principais índices de referência da Zona Euro. Quedas acentuadas explicadas pelas empresas tecnológicas, que registaram quedas acentuadas. O Stoxx Technology afundou 3,9%, a maior desvalorização diária desde meados de abril, de acordo com a Reuters.

A praça portuguesa acabou por ser contagiada pela aversão dos investidores a ativos de maior risco. Ainda assim, o PSI-20 perdeu apenas 0,12% para os 4.324 pontos, com 10 das 18 cotadas em queda.

Foi a Mota-Engil que apresentou a queda mais acentuada, recuando 2,45%, mas foi o BCP que ditou o comportamento do índice ao apresentar uma queda de 1,48% para 9,33 cêntimos.

A Navigator também pesou no PSI-20, enquanto a Semapa e a Altri valorizaram. Tal como no setor da pasta e papel, também no da energia se assistiu a movimentos díspares.

A EDP Renováveis chegou a fixar um novo máximo histórico acima dos 15 euros por ação, depois de apresentar os resultados da primeira metade do ano e de revelar a venda de uma carteira de parques eólicos e solares nos EUA. Fechou, contudo, a cair 0,69%, enquanto a EDP somou 0,34%. A Galp Energia, por seu lado, avançou 0,2%.

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Cuatrecasas e Abreu assessoraram operação de aquisição da Mercurius Health

Cuatrecasas assessorou juridicamente a Nexxus Iberia, um fundo de capital de risco, na aquisição de uma posição de controlo na Mercurius Health, uma empresa líder em radioterapia em Portugal.

A Cuatrecasas e a Abreu assessoraram a operação de aquisição da Mercurius Health. A Cuatrecasas assessorou juridicamente a Nexxus Iberia, um fundo de capital de risco, na aquisição de uma posição de controlo na Mercurius Health, uma empresa líder em radioterapia em Portugal, com filiais em Moçambique e Portugal.

A equipa da Cuatrecasas foi coordenada pela sócia de M&A e Private Equity Mariana Norton dos Reis, conjuntamente com o associado Rui Bello da Silva e integrada pelos sócios de Fiscal Gonçalo Bastos Lopes e Alicia de Carlos. A Cuatrecasas trabalhou em articulação com uma equipa da Abreu Advogados, na qualidade de assessores dos co-investidores, coordenada pelo sócio António Pina com a participação do sócio honorário Miguel Teixeira de Abreu.

A Nexxus Iberia apoia pequenas e médias empresas portuguesas e espanholas em crescimento e rentáveis, com o objetivo de acompanhá-las num plano de crescimento e expansão internacional. Tem também presença no México, para além de Portugal e Espanha.

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Semapa Next reconfigura programa de aceleração com Techstars. Pathfinder arranca em Portugal em 2021

Programa de inovação aberta da aceleradora e do braço de startups da Semapa sucede ao programa de aceleração de startups, que deixa de existir. Pathfinder terá duas edições em Portugal em 2021.

A SemapaNext, o braço da Semapa para investimento e acompanhamento de startups, e a Techstars vão deixar de ter o programa de aceleração de startups em Portugal, lançado em 2018, sabe o ECO. Depois de duas edições e de semanas de conversações, a empresa portuguesa e a aceleradora norte-americana decidiram reformular a relação estabelecida em 2018, anunciada com um prazo mínimo de três anos, e avançar com um novo modelo, lançado pela Techstars em junho. O Pathfinder, programa de inovação aberta, será lançado em Portugal já em 2021 e contará com duas edições no próximo ano.

“De maneira nenhuma esta novidade é um retrocesso. Evoluímos a relação com a Techstars”, confirmou fonte oficial da Semapa Next ao ECO. A reconfiguração da parceria com a Techstars surge na sequência de uma reavaliação da atualidade, também decorrente da situação pandémica atual. A aceleradora norte-americana, uma das mais conhecidas do mundo, repensou alguns dos programas de aceleração e adaptou as iniciativas a uma lógica totalmente online.

Lançado em junho pela Techstars, o Pathfinder é um programa de inovação aberta para parceiros da aceleradora de startups que tem como base uma lógica de comunidade com membros. Os membros garantem o acesso à rede de mentores da aceleradora norte-americana, que conta com programas de aceleração em cidades como Austin, Seattle, Berlim, Bangalore ou Chicago. Como explica a Techstars no site oficial, ser membro do “Pathfinder ajuda a navegar o ecossistema empreendedor com a ajuda de especialistas para que se possa encontrar inovação com impacto para os negócios”.

“Segundo a Techstars e, face às condicionantes do seu mercado, fazia mais sentido repensar o modelo e criar um sistema mais online e menos presencial. Quando nos apresentaram este programa, avaliámos a opção conjuntamente e chegámos a um molde para nós”, assinala fonte oficial da Semapa Next.

"Quando nos apresentaram este programa, avaliámos a opção conjuntamente e chegámos a um molde para nós.”

Fonte oficial da Semapa Next

Uma das maiores diferenças entre o programa de aceleração e o Pathfinder é que, no caso do primeiro, existe um investimento à cabeça nas startups que integram o programa. Nas últimas duas edições do programa de aceleração conjunto, a Semapa Next investiu cerca de 2,5 milhões de euros nas 20 startups participantes. Por outro lado, “o Pathfinder é mais curto e focado na procura de soluções para os problemas do vertical escolhido, permite resolver problemas concretos do grupo e procurar startups em que o grupo possa investir, mas também procurar soluções que nos ajudem enquanto empresa”, adianta a mesma fonte.

No plano para o próximo ano está a realização de dois “global business challenges“, ambos planeados para 2021 mas ainda sem data marcada. De acordo com fonte da empresa, os temas “relacionados com a sustentabilidade, que têm marcado muito a agenda do grupo”, podem servir de mote aos desafios de inovação aberta. Além desta iniciativa, a Semana Next quer ainda promover startup weekends, encontros entre mentores e empreendedores que ajudam a desenvolver negócios em tempo recorde e que estimulam a aproximação e a dinamização do ecossistema empreendedor nacional.

Em mensagem enviada aos participantes dos programas de aceleração a que o ECO teve acesso, a Techstars sublinha o “grande sucesso do programa no crescimento das startups e na atração de investimento” na pós-aceleração. “O Pathfinder vai ajudar a Semapa Next a tirar vantagens dos insights, conhecimentos e experiência da rede global da Techstars, e a beneficiar das relações com startups de early e late stage, mentores, investidores e parceiros corporativos. Esta parceria vai continuar a gerar oportunidades para a comunidade local de startups”, assinala a aceleradora.

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Governo admite prolongar moratórias do crédito. Leão conta ter “novidades” até ao OE2021

O ministro das Finanças remeteu para o OE2021 "novidades" sobre o prolongamento das moratórias que os bancos estão a dar às empresas e às famílias, cujo prazo termina a 1 de março do próximo ano.

O ministro das Finanças, João Leão, afirmou esta quinta-feira que conta ter “novidades” sobre as moratórias do crédito das empresas e dos cidadãos até ao Orçamento do Estado para 2021 (OE2021). Além disso, afastou o cenário em que o Governo decide aumentar impostos no próximo ano.

Questionado sobre o tema das moratórias na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, João Leão disse que o tema é “importante” e assegurou que o Ministério das Finanças está a “estudar” essa questão. Anteriormente, António Costa tinha dito em entrevista ao Expresso que “as moratórias, como todas as outras medidas, vão ter de ser dinâmicas e ajustadas à realidade”, abrindo a porta a um prolongamento para lá de 1 de março de 2021.

Confrontado com a proposta do PSD de prolongar as moratórias até setembro do próximo ano, o ministro das Finanças disse apenas que a sua equipa está a estudar “qual a possibilidade e até quando é que se pode estudar o alargamento dessa moratória”. Ainda assim, Leão disse que conta ter “novidades” sobre o assunto até à apresentação OE2021.

Mas uma coisa é certa: o próximo Orçamento do Estado não terá aumentos de impostos. Essa foi a garantia deixada pelo ministro das Finanças, argumentando que “é fundamental não introduzir fatores de perturbação através do aumento de impostos”.

Para já, Leão recusa-se a divulgar estimativas sobre o défice orçamental deste ano e do próximo ano por ser “prematuro”, apesar de ter enviado um quadro em políticas invariantes esta semana para o Parlamento onde elencava os impactos da despesa e da receita em 2021 caso o Governo não mexesse em nada. As novas previsões só serão apresentadas quando entregar o OE2021.

Neste momento, o Ministério das Finanças não identifica “nenhuma necessidade” de um novo Orçamento Suplementar até ao final do ano, como aconteceu em junho por causa da crise pandémica. Porém, também não é possível excluir essa possibilidade uma vez que ainda existe uma “incerteza muito elevada”, admitiu João Leão, e um impacto “muito forte” da pandemia na despesa e na receita do Estado. “Não podemos fazer o contrário que é prematuramente excluir essa eventualidade”, afirmou aos jornalistas.

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Governo confirma escolha de Mourinho Félix para o BEI

Mourinho Félix confirmou a notícia avançada pelo ECO: Governo entregou formalmente em agosto o nome de Ricardo Mourinho Félix como candidato à vice-presidência do BEI.

O ministro das Finanças confirmou esta quinta-feira que o Governo português já entregou formalmente o nome de Ricardo Mourinho Félix como candidato à vice-presidência do Banco Europeu de Investimento (BEI), tal como o ECO avançou em agosto.

Questionado na conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministro, se confirmava que o antigo secretário de Estado das Finanças foi o nome escolhido para suceder a Emma Navarro, João Leão respondeu afirmativa. Aliás, o BEI já o tinha confirmado ao ECO: “O BEI recebeu a nomeação para a vice-presidência de Espanha e Portugal”, confirmou ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Werner Hoyer.

O processo de escolha dos elementos que vão integrar o comité executivo do BEI começa com o pedido ao comité consultivo de nomeação do banco que emite uma opinião não vinculativa ao conselho de administração do banco e posteriormente ao conselho de governadores, composto pelos 27 ministros das Finanças, ou da Economia, da União Europeia. É ao conselho de governadores que caberá a decisão final. Um processo que, regra geral dura entre dois a quatro meses.

O Comité Executivo é o órgão executivo permanente do BEI, composto por um presidente e oito vice-presidentes. Portugal e Espanha apresentam sempre uma candidatura conjunta. Existe um acordo entre os dois países para que Portugal assegure a vice-presidência por três anos — neste caso até setembro de 2023 — e Espanha por 12. Mourinho Félix não foi exceção e a sua nomeação é conjunta de Portugal e Espanha.

Caso receba luz verde do board, Mourinho Félix irá ocupar um cargo que já foi do governador cessante do Banco de Portugal, Carlos Costa, e de Oliveira e Costa, o antigo presidente do BPN.

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Facebook vai bloquear mensagens políticas uma semana antes das eleições nos EUA

  • Lusa
  • 3 Setembro 2020

O Facebook vai bloquear a publicação de novos anúncios e mensagens políticas nas suas páginas sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos uma semana antes da votação.

O Facebook vai bloquear a publicação de novos anúncios e mensagens políticas nas suas páginas sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos uma semana antes da votação, anunciou hoje o fundador da rede social, Mark Zuckerberg.

“Vamos bloquear qualquer novo anúncio político durante a última semana da campanha (eleitoral nos EUA). É importante que as campanhas possam continuar a lançar apelos ao voto, e geralmente acredito que o melhor antídoto para mau discurso é mais discurso, mas nos últimos dias de uma eleição pode não haver tempo para contestar novas alegações”, explicou Zuckerberg numa longa publicação na rede que fundou.

A rede social pretende ampliar também o seu trabalho “com funcionários eleitorais para eliminar a desinformação sobre o voto”.

“Já nos comprometemos numa parceria com as autoridades eleitorais estaduais para identificar e remover alegações falsas sobre condições de voto nas últimas 72 horas da campanha, mas como esta eleição conta com grandes quantidades de votos antecipados, vamos estender esse período que começa agora e continua até termos um resultado final” do sufrágio, explicou.

Segundo o fundador da rede social, estas “eleições não vão ser normais” e todos têm “a responsabilidade de proteger a democracia” norte-americana, o que “significa ajudar pessoas a registarem-se para votar, esclarecer a confusão sobre como a mesma vai funcionar e reduzir a possibilidade de violência e distúrbios”.

As eleições presidenciais dos Estados Unidos ocorrem no dia 03 de novembro, colocando o Presidente republicano, Donald Trump, candidato à reeleição, contra o democrata Joe Biden, estando condicionadas pela pandemia da covid-19, já que os EUA são o país mais afetado do mundo.

As autoridades preveem também um aumento considerável de voto pelo correio, algo que Trump considera que pode levar a irregularidades e prejudicá-lo.

Segundo Zuckerberg, ainda vai ser possível “partilhar informações sobre as eleições, mas vai haver um limite nos ‘chats’ (conversas) para os quais se pode reencaminhar uma mensagem ao mesmo tempo”, algo que já foi implementado “no Whatsapp durante períodos sensíveis” e que descobriram ser “um método efetivo para prevenir a propagação de desinformação em muitos países”.

O presidente executivo do Facebook recordou que em eleições anteriores verificou-se que existiam esforços coordenados ‘online’ por parte de governos e indivíduos estrangeiros para interferir nas eleições norte-americanas e que essa “ameaça não desapareceu”.

Esta semana, o Facebook eliminou uma rede de 13 contas e duas páginas que “tentavam enganar os norte-americanos e amplificar a divisão”.

“Investimos muito nos nossos sistemas de segurança e temos agora alguns dos equipamentos e sistemas mais sofisticados do mundo para prevenir estes ataques”, garantiu.

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Whistleblowers passam a ter proteção na lei. Governo aprova pacote anti-corrupção

Governo aprova regime de colaboração premiada. Pacote anti-corrupção pretende evitar gastos de 18,2 mil milhões ao Estado. Será agora alvo de discussão pública e será aplicada até 2024.

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção para os anos de 2020 a 2024. O regime do whistleblowers (denunciantes) é uma das medidas que integra este pacote de medidas, ou seja, abre a possibilidade de qualquer arguido de crimes económicos e financeiros não ter de cumprir pena caso confesse ou ajude a Justiça a encontrar provas, tal como a hipótese de as empresas privadas serem obrigadas a pagar coimas caso não adotem os planos de combate à corrupção.

A ministra Francisca Van Dunem recebeu o relatório do grupo de trabalho no final de julho que será ainda objeto de discussão parlamentar. Mas o Governo admite que “esta estratégia identifica as prioridades para reduzir o fenómeno de corrupção em Portugal”, de acordo com o comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

O documento admite ainda que esta estratégia resultou da “reflexão do grupo de trabalho constituído para o efeito” e servirá para melhorar “as práticas institucionais em matéria de transparência e integridade” e também “prevenir e detetar os riscos de corrupção no setor público”.

O chamado regime de proteção do whistleblower deverá, finalmente, ter expressão legal no sistema jurídico português. Concretizando: proteção legal dos denunciantes que estejam em organizações criminosas ou empresas, ou que descubram que no seio dessa mesma organização estão a ser praticados crimes e que decidem colaborar com a Justiça. O que não se pode confundir com o caso Rui Pinto, o responsável pelo Football Leaks, que será julgado por 90 crimes (tentativa de extorsão, seis de acesso ilegítimo, 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência e um de sabotagem informática) e que, através dos seus atos ilícitos, se conseguiu chegar a outros factos criminosos praticados por outros suspeitos e cujo julgamento começa esta sexta-feira.

Os especialistas de Coimbra assumiram — no estudo do grupo de trabalho apresentado ao Governo — a perda anual para os cofres do Estado de 18,2 mil milhões à custa dos crimes de corrupção ou lavagem de dinheiro. Cuja fatura depois é paga pelos contribuintes.

A proposta incluiu ainda o que chama de equiparação entre o setor público e o setor privado para a existência de um plano de prevenção contra a corrupção. As empresas públicas já o têm, mas agora a obrigatoriedade passará também para as empresas privadas. Mas apenas para as grandes empresas, com a nomeação de um responsável pela aplicação do plano e, mais importante, no caso de incumprimento, serão aplicadas coimas e ficarão excluídas automaticamente de apoios públicos. Para as empresas públicas, apenas poderão haver sanções disciplinares.

Na proposta recebida pela ministra Francisca Van Dunem, umas das questões menos óbvias é a responsabilidade penal das pessoas coletivas, caso fique demonstrado que os órgãos sociais de uma empresa evitaram a prática do crime. Se a medida estivesse em vigor agora, por exemplo, a EDP poderia beneficiar desta isenção no processo dos CMEC, se os restantes órgãos sociais provassem que tinham feito tudo para evitar que António Mexia e João Manso Neto tivessem alegadamente praticado os crimes.

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