Snowden escreve carta a apoiar Rui Pinto

Edward Snowden vai defender publicamente Rui Pinto através de uma carta que será divulgada nos próximos dias. A revelação foi feita por um dos elementos da equipa de defesa do português.

É uma contratação de peso para o setor recuado da equipa de Rui Pinto. Snowden é o mais conhecido denunciante a nível mundial, que é perseguido pelos Estados Unidos pela revelação dos programas ilegais de vigilância conduzidos a partir de Washington. E é com esse estatuto que vai divulgar uma carta em que defende a atuação do português, em linha aliás com o que tem feito noutros casos de denúncia. Esta carta vem no seguimento do nome de Snowden ter sido apresentado como testemunha de defesa no caso Football Leaks.

Portuguese hacker Rui Pinto (L) arrives to Lisbon Criminal Court to be quizzed over Belgian Football Leaks, Lisbon, Portugal, 22 March 2019. Rui Pinto will be questioned about the access to Sporting and Doyen Sports information systems in so called Football Leaks case, after being extradited from Hungary.EPA/RODRIGO ANTUNES

O anúncio da carta foi feito esta segunda-feira, durante uma conferência sobre Collective Intelligence do Centre for Investigative Journalism. Quem o afirmou foi William Bourdon, reconhecido advogado francês especializado em direitos humanos que se tem envolvido em casos de denunciantes no mundo inteiro. Bourdon, que afirmou já ter vindo a Portugal uma dezena de vezes para se reunir com Rui Pinto, é um dos interlocutores mais importantes do denunciante português – e um apoio fundamental para angariar notoriedade global para o caso. O primeiro encontro com o português decorreu 24 horas depois da prisão e desde aí que o reconhecido advogado se juntou à equipa liderada por Francisco Teixeira da Mota.

William Bourdon foi advogado de Edward Snowden e de Antoine Deltour, denunciante do LuxLeaks, bem como da ONG Transparency International. O advogado é também um dos responsáveis pelo surgimento da PPLAAF, uma plataforma de apoio a denunciantes em África. Foi convidado para esta conferência pelo elevado perfil que tem na defesa e proteção de denunciantes em casos de grande impacto.

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Cegoc quer ajudar a gerir formação nas empresas

  • Trabalho
  • 16 Novembro 2020

"Management training services" é o novo serviço da empresa de formação Cegoc, para ajudar a gestão de recursos humanos a gerir os planos e projetos de formação para os colaboradores.

A empresa de formação Cegoc lançou o serviço Management Training Services, para ajudar as organizações a gerir os planos e os projetos de formação, através do apoio no diagnóstico das necessidades de formação e na implementação dos projetos formativos. O objetivo é apoiar as equipas de recursos humanos e contribuir para a profissionalização dos processos de gestão da formação dentro das organizações.

Os Management Training Services incluem um conjunto de atividades integradas e relacionadas, entre as quais o diagnóstico das necessidades de formação, desenho e gestão de programas formativos, desenvolvimento de modelos e instrumentos de avaliação da formação, procurement e gestão de fornecedores de formação, centralização de faturação e pagamentos e ainda a preparação de serviços administrativos de suporte à gestão da formação.

A fraca aposta no desenvolvimento e na formação das pessoas dentro das organizações foi uma das principais causas para Portugal cair três lugares no ranking de talento mundial do IMD World Competitiveness Center, anunciado na passada semana.

“É cada vez mais crítico que as equipas de recursos humanos e da formação se dediquem a atividades verdadeiramente estratégicas. O grande objetivo dos nossos Management Training Services é sem dúvida dar o tempo e a flexibilidade necessários para que as empresas se dediquem àquela que é sua área de negócio e atividades estratégicas, confiando a nós, Cegoc, a gestão efetiva do desenvolvimento dos seus colaboradores”, sublinha Catarina Alves, quality & support manager da Cegoc, citada em comunicado.

De acordo com a Cegoc, este serviço vai permitir à gestão de recursos humanos concentrarem-se nos objetivos e nas atividades de valor acrescentado para o desenvolvimento dos seus colaboradores e, ainda, contribuir para reforçar a qualidade e os níveis de serviço.

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Concorrência analisa aumentos de preços “ao mesmo tempo” na Meo, Nos e Vodafone

A Anacom enviou à Autoridade da Concorrência (AdC) informação sobre os aumentos de preços realizados "ao mesmo tempo" pela Meo, Nos e Vodafone nos pacotes de 3P.

A Anacom enviou à Autoridade da Concorrência (AdC) informação sobre o alegado aumento de preços realizado “ao mesmo tempo” pela Meo, Nos e Vodafone nos pacotes base de triple play a partir de outubro e novembro. A informação está agora a ser analisada pelo regulador.

“A AdC confirma que recebeu uma comunicação da Anacom sobre este tema”, disse ao ECO fonte oficial do regulador da concorrência, quando questionado acerca das suspeitas lançadas pela Anacom esta segunda-feira. As duas entidades reguladoras mantêm uma relação de cooperação institucional.

Em causa está uma nota de imprensa divulgada pela Anacom, que se deparou com alterações nos preçários do triple play realizadas pela Meo e pela Nos em outubro e pela Vodafone em novembro.

Segundo o regulador, as três empresas aumentaram a mensalidade em um euro, de 29,99 para 30,99 euros no caso da Meo e Nos, e de 29,90 para 30,90 euros no caso da Vodafone. No mesmo comunicado, a Anacom levanta ainda a suspeita de concertação entre estas empresas, ao notar que o aumento de preços “surge ao mesmo tempo e na mesma proporção”.

Fonte oficial da Anacom ainda não respondeu às perguntas do ECO acerca desta declaração. Mas fonte oficial da AdC confirma que a informação foi efetivamente enviada ao regulador da concorrência.

“Os setores de atividade económica com maior impacto no bem-estar dos consumidores estão entre as prioridades definidas a cada ano pela presidente da AdC. Assim, o setor das telecomunicações é um dos que a AdC mantém sob vigilância”, sublinha a mesma fonte da entidade liderada por Margarida Matos Rosa.

O que concluiu a Anacom?

O regulador das comunicações divulgou esta segunda-feira que a Meo, Nos e Vodafone subiram os preços dos pacotes base com três serviços em um euro, algo que, segundo o regulador, aconteceu “ao mesmo tempo e na mesma proporção”.

“Na sequência deste aumento de preços, que surge ao mesmo tempo e na mesma proporção, e que é muito superior à taxa de inflação, a mensalidade mais baixa das suas ofertas ‘triple play’ sobe para cerca de 31 euros. Desde 2018 que não existem diferenças nas mensalidades deste tipo de ofertas, que incluem Internet fixa, telefone fixo e televisão por subscrição”, referiu a Anacom.

Segundo a entidade liderada por João Cadete de Matos, “em simultâneo com o aumento de preços, registou-se também uma redução da qualidade deste tipo de ofertas nos três operadores, visto que a velocidade de download anunciada baixou de 100 Mbps para 30 Mbps”.

Em reação ao comunicado da Anacom, fonte oficial da Nos veio assegurar que “não é verdade” que “tenha subido os preços aos seus clientes, nem tão pouco reduzido a qualidade dos seus serviços”. Mas não comentou, no entanto, outra informação concreta da Anacom, que salientou ainda que a Nos chegou a impor um limite de tráfego de dados de 600 GB, mas que “entretanto” o “retirou”.

(Notícia atualizada às 17h53 com mais informação)

Correção: Uma versão anterior indicava que a Anacom e a AdC trabalhavam ao abrigo de protocolos de colaboração. Na verdade, as duas entidades mantêm, sim, uma relação de cooperação institucional. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

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Bruxelas espera que veto ao orçamento da UE seja rapidamente ultrapassado

  • Lusa
  • 16 Novembro 2020

Depois da Polónia e da Hungria terem anunciado o veto ao orçamento plurianual da UE, Bruxelas pede que o bloqueio seja rapidamente ultrapassado e pede sentido de responsabilidade aos Estados-membros.

A Comissão Europeia disse esta segunda-feira esperar que o veto da Polónia e Hungria ao orçamento plurianual da União Europeia seja rapidamente ultrapassado e, alertando para atrasos no desembolso de fundos comunitários, pediu sentido de responsabilidade aos Estados-membros.

Pouco depois de Varsóvia e Budapeste terem esta segunda-feira bloqueado a aprovação do Quadro Financeiro Plurianual para os próximos sete anos, por não concordarem com o mecanismo que condiciona o acesso aos fundos comunitários ao respeito do Estado de Direito, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, intervindo numa videoconferência empresarial europeia, sublinhou que a Europa necessita urgentemente de dinheiro para iniciar a retoma, apelando por isso a que esta questão seja ultrapassada sem demoras.

“Acho que é necessária uma resolução rápida desta situação. É urgente dinheiro para a recuperação europeia […] Espero que todas as partes tenham noção da sua responsabilidade e estejam perfeitamente conscientes de que o dinheiro é necessário”, declarou, lamentando que já não seja possível que todos os fundos estejam disponíveis em 1 de janeiro próximo.

Além disso, notou que a questão da condicionalidade ao respeito pelo Estado de Direito já constava da proposta original da Comissão e fazia parte do “pacote” acordado pelos líderes europeus em julho, naquela que foi a segunda cimeira mais longa da história da UE, pelo que “é um tema que já foi discutido durante muito tempo” e não deve ser reaberto.

Também o comissário europeu do Orçamento, Johannes Hahn, recorreu à sua conta oficial na rede social Twitter para dar conta da sua frustração com o bloqueio verificado, apenas poucos dias depois de os negociadores do Conselho e do Parlamento terem chegado a um acordo político sobre o Quadro Financeiro para 2021-2027, que deverá ainda ser oficializado por ambas as instituições.

Dececionado por os Estados-membros não terem podido avançar no acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Fundo de Recuperação. Exorto os Estados-membros a assumirem a sua responsabilidade política e a dar os passos necessários para finaliza o pacote inteiro. O que está em causa não são questões ideológicas, mas sim ajudar os nossos cidadãos na pior crise desde a II Guerra Mundial”, escreveu.

Esta segunda-feira, numa reunião de embaixadores dos 27 junto da União Europeia, em Bruxelas, o mecanismo do Estado de direito – que necessitava apenas de aprovação por maioria qualificada – foi aprovado, mas os recursos próprios (a possibilidade de a UE ir aos mercados emitir dívida) – para a qual era necessária a unanimidade – foram vetados pela Polónia e a Hungria, bloqueando a aprovação do pacote total.

“Na decisão dos recursos próprios, os embaixadores da UE não conseguiram chegar à unanimidade necessária para iniciar o procedimento de redação, devido a reservas expressas por dois Estados-membros”, referiu um dos porta-vozes da presidência alemã, Sebastian Fischer, na rede social Twitter.

O porta-voz sublinhou também que, relativamente ao Quadro Financeiro Plurianual e ao Fundo de Recuperação, “dois Estados-membros emitiram reservas relativamente (…) a um elemento no conjunto do pacote, mas não à substância do acordo”.

Enquanto a reunião entre os embaixadores decorria, o porta-voz do governo húngaro, Zoltan Kovacs, justificou o veto húngaro através da rede social Twitter.“Não podemos aprovar o plano na sua forma atual, ligando o critério do Estado de direito às decisões orçamentais, porque é contrário às conclusões da cimeira de julho [quando foi aprovado o orçamento da UE]”, referiu o porta-voz húngaro no tweet.

Interrogando-se sobre se o bloqueio formalizado esta esta segunda-feira poderá iniciar uma crise, Kovacs sublinhou que “o fardo da responsabilidade” não repousa na Hungria, mas “naqueles que criaram a situação”, mesmo conhecendo “a postura bem articulada da Hungria”.

A postura de Budapeste e Varsóvia já tinha sido clarificada por representantes dos dois países desde o anúncio do mecanismo do Estado de direito a 5 de novembro. Na quinta-feira, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, tinha enviado uma carta aos dirigentes da UE em que afirmava que a Polónia “não podia aceitar” o mecanismo de condicionalidade do orçamento plurianual ao respeito pelo Estado de Direito.

O veto hoje imposto pela Hungria e Polónia deveu-se ao acordo para um mecanismo que condiciona o acesso ao orçamento plurianual da UE ao respeito do Estado de direito, feito entre a presidência alemã do Conselho da UE e o Parlamento Europeu (PE) a 5 de novembro. Em julho passado, o Conselho Europeu aprovou um Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 de 1,074 biliões de euros – que após as negociações com o PE ascenderá a mais de 1,08 biliões – e um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para fazer face à crise gerada pela Covid-19.

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BBVA e Sabadell negoceiam fusão

Confirmação foi feita pelos próprios bancos ao regulador. Imprensa espanhola tinha avançado possibilidade, levando ambos a valorizarem em bolsa: o Sabadell disparou 25% e o BBVA 15%.

Os bancos espanhóis BBVA e o Sabadell estão a estudar uma fusão. As negociações foram confirmadas pelas duas instituições financeiras ao regulador dos mercados espanhol, sendo que esta é mais uma mega operação de consolidação no setor bancário espanhol após a junção entre CaixaBank e Bankia.

“O BBVA confirma que tem mantido conversações com representantes do Banco de Sabadell, SA, com autorização do Conselho de Administração, em relação a uma eventual fusão entre as duas entidades, tendo iniciado um processo de due diligence recíproco nos termos habituais em este tipo de operações e consultores externos nomeados“, anunciou o banco em comunicado à CNMV.

O Sabadell enviou um comunicado separado com a mesma confirmação. “Nenhuma decisão foi tomada ou há certezas de que venha a ser tomada. Caso seja tomada alguma decisão a este respeito, será comunicada nos termos legalmente exigidos”, acrescentou.

A imprensa espanhola tinha já avançado a possibilidade do negócio, levando os dois bancos a valorizarem de forma expressiva na bolsa madrilena: o Sabadell disparou 24,5% e o BBVA avançou 15,25%. A confirmação das negociações é feita no mesmo dia em que o BBVA anunciou a venda de ativos nos Estados Unidos, que libertaram mil milhões de euros.

Ambos contrataram assessores financeiros para estudar o negócio, que poderá gerar mais um gigante financeiro em Espanha. A fusão entre o BBVA e a Sabadell resultaria num grupo com 600 mil milhões de euros em ativos sob gestão, 46 mil trabalhadores só em Espanha e presença em vários países da América do Sul, bem como Reino Unido e Turquia.

A consolidação da banca acelerou desde o início da pandemia como forma de reduzir custos. Além desta, há outras duas operações semelhantes em curso: o CaixaBank e o Bankia foram os primeiros a anunciar uma fusão (que passou a deter o BPI em Portugal), tendo-se seguido o Unicaja e o Liberbank.

(Notícia atualizada às 17h40)

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À espera do dinheiro da Europa, Portugal suspende leilões de dívida de curto prazo

Agência que gere o Tesouro explica que "não está previsto qualquer leilão de BT até ao final do ano" e lembra que o cancelamento de emissões está previsto na lei, tendo já sido feito no passado.

Portugal não voltará este ano aos mercados para emitir dívida de curto prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP cancelou já duas emissões de bilhetes do Tesouro (BT), numa altura em que o país espera receber três mil milhões de euros da Europa. O cheque ainda não chegou, mas a expectativa do Governo é que chegue até fim do ano.

“Este procedimento encontra-se previsto na instrução n.º1/2015 e circunstâncias análogas verificaram-se no passado, concretamente em 2019 e outubro 2020. Adicionalmente é de referir que não está previsto qualquer leilão de BT até ao final do ano“, explica Tiago Tavares, coordenador do Núcleo de Emissões e Mercados do IGCP, ao ECP.

O IGCP cancelou o leilão duplo de BT a seis e 12 meses previstos para a próxima quarta-feira. A decisão anunciada na sexta-feira segue-se ao cancelamento de uma emissão semelhante, mas de títulos a três e 11 meses, em outubro. Estes eram os dois únicos leilões de dívida de curto prazo marcados para o último trimestre do ano.

Quanto a leilões de obrigações do Tesouro (OT), Portugal realizou uma emissão de dívida a oito e 17 anos a 14 de outubro. No total, colocou mil milhões de euros. Questionado pelo ECO se iria também suspender estas emissões, o IGCP não respondeu, não tendo igualmente explicado as razões para recuar nas idas ao mercado. No entanto, o Governo tinha já anunciado um ajustamento no recurso ao dinheiro dos investidores internacionais dada a dimensão do apoio financeiro europeu.

Este último trimestre, do ponto de vista da emissão de dívida pública, está muito marcado por uma alteração grande que aconteceu, que tem a ver com o SURE. Estamos a antecipar receber cerca 3 mil milhões de euros do SURE até ao final do ano. De certa forma isso fez com que tivéssemos — e o IGCP comunicou antecipadamente isso ao mercado — uma reformulação do programa de colocações até ao final do ano porque 3 mil milhões ainda é uma verba muito significativa”, dizia o secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, em entrevista há duas semanas.

A União Europeia fez duas emissões de social bonds para financiar o programa de apoio ao emprego SURE, tendo conseguido juros negativos em parte da dívida emitida, o que permite emprestar aos países com condições mais favoráveis. Portugal é um dos 17 países que pediu este apoio, tendo pedido um total de 5,9 mil milhões de euros, dos quais metade deverá entrar nos cofres nacionais ainda este mês.

Portugal ainda não recebeu o valor, contudo o contrato assinado pelo Ministro de Estado das Finanças foi remetido à Comissão Europeia apenas no dia 27 de outubro estimando-se que cerca de metade dos fundos sejam desembolsados ainda em 2020 (3 mil milhões de euros)”, acrescenta o ministério das Finanças.

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Danos das alterações climáticas custarão 4,6 biliões por ano até 2070

  • ECO Seguros e Lusa
  • 16 Novembro 2020

Os números constam de um relatório da responsabilidade da organização britânica Carbon Disclosure Project (CDP) e da University College London (UCL), uma universidade pública.

 

Sem mudanças na economia mundial e sem redução na emissão de gases, as alterações climáticas vão custar 4,6 biliões de euros por ano (US$ 5.4 trillion, na aceção anglo saxónica) até 2070, aumentando cada vez mais a partir daí, quantifica o estudo Costing the Earth – Climate Damage Costs and GDP, um relatório da responsabilidade do Carbon Disclosure Project (CDP), entidade com sede no Reino Unido e que apoia empresas e cidades na divulgação dos impactos ambientais, em parceria com a University College London (UCL), uma universidade pública.

As duas entidades criaram modelos sobre os custos médios dos danos globais provocados pelas alterações climáticas se nada for feito para as mitigar (num cenário business as usual), estimando que até ao ano 2200 elas possam chegar ao custo astronómico de 26,4 biliões de euros (26,4 milhões de milhões) em cada ano.

Os danos causados pelas alterações climáticas levarão a uma redução de 10% da taxa de crescimento do PIB mundial até 2050 e de 25% até 2100.

Num cenário em que os países cumpram as metas do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa – que pretende limitar o aumento global da temperatura a dois graus celsius (e preferencialmente 1,5 graus) acima da média da época pré-industrial -, as alterações climáticas terão ainda assim um custo anual que atingirá 1,5 biliões de euros em 2070.

Sem medidas para conter o aquecimento global, o relatório mostra que os custos das alterações climáticas serão três vezes superiores, passando de 1,5 biliões de euros para 4,6 biliões de euros por ano, e que no próximo século podem mesmo ser 17 vezes superiores. Conter as alterações climáticas também tem um custo, mas mesmo assim será menos elevado, calculando os autores do relatório que atinja um pico de 5,9 biliões de euros por ano até 2050.

Os autores do documento notam que há um reconhecimento crescente dos efeitos que as alterações climáticas têm no crescimento económico mundial a longo prazo, mas acrescentam que têm sido limitadas as tentativas para incorporar os riscos relacionados com o clima nos principais indicadores macroeconómicos. Esse impacto, explicam, é difícil de captar.

O relatório “Costing the Earth – Climate Damage Costs and GDP” (de acesso livre e em inglês) utiliza três modelos para chegar aos números e traça dois cenários de longo prazo, um com um aumento das temperaturas de 2°C, alinhado com o Acordo de Paris, e outro baseado no business as usual que implica um aumento da temperatura de 4,4°C até ao final do presente século.

Num cenário em que não se tomam medidas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa os custos dos danos causados pelas alterações climáticas são muito mais elevados, incluindo danos ambientais. Se ao contrário se investir em ações de mitigação os custos serão mais baixos e terão um pico em 2070, mas mesmo assim a um nível muito inferior, segundo o documento.

Os autores salientam a importância de ter em conta os impactos climáticos no PIB e de compreender as diferenças regionais e setoriais no que respeita aos efeitos da mudança no clima. E falam em “impactos negativos significativos” na agricultura de regiões como a Índia ou o continente africano, ao contrário do que se deve passar com as regiões temperadas, que vão beneficiar.

“O impacto das alterações climáticas no PIB varia significativamente entre regiões, sendo as economias em desenvolvimento como a Índia as que mais sofrem. Dada a escala potencial dos custos dos danos e as implicações para a perturbação do sistema global, os agentes económicos não podem simplesmente esperar que sejam postas em prática as políticas reguladoras corretas. Os decisores políticos, as empresas e o sistema financeiro, que serão afetados, devem ser proativos no investimento em mitigação e adaptação para evitar estes elevados prejuízos”, disse, citada no documento, Carole Feerguson, chefe de investigação do CDP.

O CDP é uma organização sem fins lucrativos que procura que empresas e governos reduzam as emissões de gases com efeito de estufa, salvaguardem os recursos hídricos e protejam as florestas. No ano passado mais de 8.400 empresas e 920 cidades, estados e regiões divulgaram dados ambientais através do CDP.

A UCL, com mais de 200 anos, é considerada das melhores universidades do mundo e em vários rankings surge listada entre as 10 primeiras.

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Solzaima investe 10 milhões em unidade fabril em Águeda

A nova uidade fábril já está em operação desde o início deste mês e quer tornar-se na fábrica mais moderna no setor do aquecimento a partir de lenha e pellets.

Nem a pandemia da Covid-19 impediu a Solzaima, empresa portuguesa que opera no setor do aquecimento com origem em fontes como lenha e pellets (caldeiras, recuperadores, salamandras e fogões), de investir dez milhões de euros na construção de uma nova unidade fabril em Águeda.

“A nova fábrica já está em operação desde o início deste mês e irá atrair novos fabricantes para fabricarem os seus produtos em Portugal uma vez que a unidade fabril conta com todas as facilidades e tornou-se a fábrica mais moderna do setor. Com este investimento, a Solzaima posiciona-se como o líder ibérico no setor, através da modernização e melhoria de processos, por forma a tornar o fabrico mais eficiente e com melhor qualidade final”, explica a empresa em comunicado.

O grupo diz ainda que esta aposta é fruto do crescimento gradual das suas três marcas (Solzaima, Fogo Montanha e Red Pod) no mercado de exportação, cujas vendas representam já 35% do negócio, bem como da aquisição de novos clientes europeus que fabricam em Portugal, na fábrica da Solzaima, as suas linhas de aquecimento a biomassa.

O CEO do grupo, Nuno Sequeira, explica que o futuro perspetiva-se “de crescimento e consolidação” uma vez que pretende atingir os “20 milhões de euros nos próximos cinco anos” através da consolidação dos mercados onde a empresa já está a vender, da entrada em novos mercados, mas também pelo crescente interesse de outros fabricantes do setor que pretendem produzir os seus produtos em Águeda.

O grupo, que conta com 40 anos de existência e emprega 170 colaboradores, quer tornar os seus processos mais sustentáveis e destaca que já têm vários fatores que contribuem para uma melhoria no processo de fabrico, nomeadamente um novo processo de pintura de última geração e não poluente, máquinas de corte a laser automáticas e robots de soldadura. Para além dos processos, a empresa instalou painéis solares com produção de 550 kW de energia e vai dar início à renovação da sua frota automóvel para veículos elétricos.

Recentememente, um dos produtos da Solzaima (salamandra Natura) foi distinguido pela Bienal Iberoamericana de Design (BID20) na categoria de Design Industrial/Produto. Esta salamandra, cujo revestimento é todo feito em cortiça, caracteriza-se por um elevado rendimento e baixas emissões, tendo estado em exposição e em representação de Portugal na mostra da 7ª edição da Bienal Iberoamericana de Design.

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Funcionários das escolas fazem greve no inicio de dezembro

  • Lusa
  • 16 Novembro 2020

Os trabalhadores não docentes das escolas vão realizar uma greve no início de dezembro para exigir melhores condições de trabalho e um reforço de pessoal.

Os trabalhadores não docentes das escolas vão realizar uma greve no início de dezembro para exigir melhores condições de trabalho e um reforço de pessoal, alertando que existem estabelecimentos onde faltam funcionários para cumprir os planos de contingência.

“A greve será na primeira semana de dezembro, mas a data ainda não está fechada”, anunciou Artur Sequeira, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), em declarações à Lusa.

Só na quinta-feira será conhecido o calendário da greve convocada pela FNSTFPS. Os pormenores do protesto dos trabalhadores não docentes das escolas públicas serão anunciados numa conferência de imprensa em Lisboa, junto ao Ministério da Educação.

A maior parte dos motivos do protesto é antiga e vai desde a falta de pessoal, a desvalorização das carreiras e a municipalização.

Mas, com a pandemia, a situação destes funcionários agravou-se: “Estamos a falar de situações que já existiam e outras que pioraram com a pandemia, como a falta de pessoal que é gritante”, sublinhou Artur Sequeira.

Para o sindicato, as soluções apresentadas pelo Governo, como a alteração da portaria de rácios, “não conseguiram responder as necessidades”.

Segundo Artur Sequeira, “muitas escolas estão a funcionar, e ainda bem, mas não conseguem cumprir os planos de contingência tal como estão estabelecidos, porque há poucos trabalhadores”.

A higienização constante dos espaços, a vigilância nas entradas da escola e durante os recreios são algumas das tarefas que ficam por vezes descuradas.

“Já antes as escolas tinham falta de trabalhadores e com estas novas regras a situação agravou-se”, criticou, considerando insuficiente a revisão da portaria de rácios, publicada no mês passado e que veio permitir ter mais três mil funcionários.

“Estamos a falar de três mil trabalhadores para 5.300 escolas. Não chega”, alertou.

Artur Sequeira considera que também não resolveu o problema das escolas a decisão do Ministério da Educação que no 1.º período de aulas permitiu a contratação de mais 1.500 assistentes operacionais.

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Vacina acelera bolsas europeias. BCP e Galp brilham em Lisboa

Depois da Pfizer, a Moderna também anunciou resultados promissores quanto à eficácia da vacina que está a criar contra a Covid-19. Ganhos nas bolsas europeias chegaram aos 1,3%. Lisboa subiu 1,35%.

Depois da Pfizer, a vacina experimental que está a ser desenvolvida pela Moderna deu uma injeção de confiança às bolsas europeias. Com os testes clínicos da farmacêutica norte-americana a garantirem que há uma eficácia de quase 95%, é mais um passo para o fim dos confinamentos e restrições, aumentando, assim, a expectativa relativa a uma recuperação económica. A perspetiva de regresso à normalidade deu ânimo aos investidores, com as praças europeias a avançarem 1,3%. Lisboa acompanhou a tendência, à boleia do BCP, a disparar mais de 6%, e da Galp Energia a avançar 5,62% .

Uma semana depois da Pfizer ter anunciado que a futura vacina contra a Covid-19 tem um eficácia de 90%, a Moderna também demonstrou resultados promissores. A farmacêutica anunciou que, nos testes de Fase 3 (em que 90 pacientes receberam placebo e cinco a vacina), a eficácia foi de 94,5%, estando a planear pedir ao regulador dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA, na sigla em inglês), uma autorização de uso de emergência nas próximas semanas.

Neste contexto, as praças europeias repetem os ganhos da segunda-feira anterior, ainda que com menos intensidade. Na Europa, o Stoxx 600 avançou 1,3%, o alemão DAX ganhou 0,5%, o britânico FTSE 100 subiu 1,7% a par com o francês CAC-40, e o espanhol Ibex-35 valorizou 2,6%. Neste contexto, o setor financeiro (2,35%), da energia (3,85%) e das viagens (2,41%) foram alguns dos que mais avançaram nas bolsas europeias, já que foram também dos mais castigados com os efeitos da pandemia.

Lisboa acompanhou a tendência vivida nas restantes praças europeias, com o PSI-20 a fechar a primeira sessão da semana a ganhar 1,35% para os 4.426,33 pontos. Na praça nacional, o BCP e a Galp Energia foram as “estrelas” da sessão. O banco liderado por Miguel Maya — que ultrapassou esta manhã os 10 cêntimos por ação pela primeira vez em mais de dois meses — disparou 6,2% para 10,57 cêntimos, a acompanhar a banca europeia. Ao mesmo tempo, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva valorizou 5,62% para os 9,136 euros.

A petrolífera portuguesa beneficia da recuperação da cotação do petróleo nos mercados internacionais. O Brent, de referência europeia, avança 3,2% para os 44,15 dólares, ao passo que o WTI está a ganhar 3,36% para os 41,48 euros, em Nova Iorque.

Assim, os títulos mais expostos ao exterior foram, naturalmente, os que mais valorizaram. A Mota-Engil ganhou 6,13% para os 1,3160 euros. No setor da pasta e do papel, a Navigator avançou 4,33%, a Altri somou 3,84% e a Semapa valorizou 4,05%.

Nota positiva ainda para os CTT que subiram 5,52% para 2,295 euros, num mecanismo de correção, das perdas registadas nos últimos dias. Nota positiva ainda para a Ibersol, cujas ações avançaram 7,44% para os 4,62 euros, a maior valorização do índice de referência nacional.

Em contraciclo, a evitar ganhos mais expressivos do PSI-20, estiveram as ações da Nos e da família EDP. A operadora de telecomunicações cedeu 1,64% para os 2,874 euros, ao mesmo tempo a EDP Renováveis desvalorizou 1,15% para os 17,18 euros, enquanto a “casa-mãe” cedeu 0,86% para os 4,507 euros. Ainda no setor energético, a REN recuou 0,85% para os 2,32 euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h08)

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Já foram passadas 100 mil declarações de isolamento profilático provisórias através do SNS24

A linha SNS 24 começou a passar declarações de isolamento para pessoas que tiveram contactos de risco a 4 de novembro.

Já foram passadas 100 mil declarações de isolamento profilático provisórias através da linha telefónica do Serviço Nacional de Saúde, SNS24, adiantou a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas. O objetivo destas declarações provisórias é afastar as pessoas do contacto comunitário e “isolá-las rapidamente”, explicou.

As declarações são destinadas às pessoas que contactaram com indivíduos infetados pelo novo coronavírus, permitindo justificar faltas ao trabalho. Este método “dá tranquilidade às pessoas e permite que não fiquem na comunidade”, aponta Graça Freitas, na conferência de imprensa habitual de ponto de situação.

A diretora-geral de Saúde sublinha que “tem sido feito um esforço muito grande para melhorar a capacidade de rastrear e isolar contactos”. A medida que permite que sejam emitidas declarações de isolamento através da Linha SNS 24 para pessoas que tiveram contactos de risco arrancou a 4 de novembro.

Em função do contacto para a linha e da avaliação clínica do risco feita pelos profissionais de saúde é enviado um código ao utente por SMS ou e-mail que permite aceder a uma declaração provisória de isolamento profilático. De salientar que para efeitos de baixa médica é preciso o doente provar que não pode estar em casa em regime de teletrabalho.

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Porto, Braga e Águeda na lista das 88 cidades consideradas como líderes ambientais

Porto, Braga e Águeda estão entre 88 cidades em todo o mundo consideradas líderes ambientais. Lista reconhece esforços para reduzir emissões de gases e criar resistência aos impactos das alterações.

Portugal está a ganhar destaque a nível internacional pelas práticas sustentáveis das suas cidades. Porto, Braga e Águeda foram as eleitas para figurar na lista de 88 cidades do mundo consideradas como líderes ambientais, segundo uma lista desenvolvida pela organização não-governamental Carbon Disclosure Project (CDP).

No ranking deste ano, as três cidades portuguesas conseguiram obter pontuações que lhes valeram a distinção “classe A”, que reconhece os esforços levados a cabo pelos municípios para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e criar resistência aos impactos das alterações climáticas.

No ano passado as cidades portuguesas “classe A” foram Lisboa, Sintra e Guimarães. No entanto, nenhuma das três conseguiu em 2020 destacar-se como centros urbanos “a trabalhar para se tornarem locais resilientes, saudáveis e prósperos para se viver e trabalhar, ao mesmo tempo que reduzem as emissões e constroem rapidamente resiliência contra as alterações climáticas”.

De acordo com a lista divulgada esta segunda-feira, a Dinamarca destaca-se pelo número de cidades europeias com melhor pontuação, seis, seguindo-se a Suécia (cinco), a Finlândia (quatro) e depois Espanha e Portugal, com três cidades cada. No total há 34 municípios europeus na lista “classe A”, que tem vindo a ser cada vez mais dominada por cidades norte-americanas.

A organização ambientalista internacional refere que as 88 cidades de “classe A” fizeram grandes progressos desde a assinatura do Acordo de Paris, demonstrando que é possível uma ação impactante e urgente. Estas cidades intensificaram-se, estabelecendo objetivos ambiciosos e adaptando-se aos impactos das alterações climáticas”.

No caso do Porto, o presidente da Câmara, Rui Moreira, deu o seu testemunho para o relatório do CDP e referiu que a cidade “comprometeu-se a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 50% até 2030. É absolutamente crucial o papel das cidades na mitigação e adaptação às alterações climáticas, liderando pelo exemplo, envolvendo empresas, universidades e cidadãos para alcançar os objetivos globais estabelecidos no Acordo de Paris”. O autarca sublinhou também os investimentos feitos em eficiência energética, produção de energia renovável e intervenções bioclimáticas em edifícios públicos, bem como transportes públicos com zero emissões de carbono, para tornar o Porto “mais saudável, mais ecológico, mais sustentável e mais resistente”, refere o portal de notícia do Porto.

O CDP é uma organização sem fins lucrativos que apoia investidores, empresas, cidades e regiões a gerir os impactos ambientais. Obtém financiamento da União Europeia e este ano perto de 10.000 empresas, que representam mais de metade da capitalização do mercado global, divulgaram os dados ambientais através do CDP.

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