Patrões “não podem ter a pretensão de ter baixos salários como saída da crise”, diz Carvalho da Silva

Antigo líder da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, defende que a saída à crise não pode passar por baixos salários e sublinha que fomentar a procura interna deve ser uma prioridade.

Os empresários “não podem ter a pretensão” de adotar uma “política dos baixos salários” como saída para a atual crise. Quem o diz é Manuel Carvalho da Silva, que, em declarações ao ECO, frisa que a promoção da procura interna deverá ser uma prioridade para o país ultrapassar as dificuldades presentes. Isso através não só do aumento do salário mínimo nacional, mas também através da dinamização da negociação coletiva, defende.

“Ao trabalharmos para sairmos deste contexto de crise muito dura que vivemos no plano económico e no plano social, as empresas e os empresários não podem ter a pretensão de encontrarem como saída a política dos baixos salários, porque se formos por aí vamos empobrecer ainda mais o país e não há dinamização da economia“, salienta o ex-líder da CGTP. Isto numa altura em que o Governo garante querer aumentar o salário mínimo em 2021, apesar dos patrões frisarem que não têm condições para o suportar face ao impacto da crise pandémica no tecido empresarial.

Manuel Carvalho da Silva diz-se “muito chocado” com a “ladainha de certos setores de que, se se aumentar o salário mínimo umas dezenas de euros, as empresas vão à falência” e avisa que o país não terá capacidade de maior crescimento económico, se não aproveitar as capacidades dos seus trabalhadores, o que passa pela valorização salarial.

Temos hoje muito portugueses, em particular jovens com qualificações, que estão desperdiçados, não lhes está a ser proposta a possibilidade de desenvolverem as aprendizagens que tiveram e contribuírem para uma melhoria da matriz de desenvolvimento”, frisa o antigo sindicalista.

"Empresas e empresários não podem ter a pretensão de encontrarem como saída a política dos baixos salários, porque se formos por aí vamos empobrecer ainda mais o país e não há dinamização da economia.”

Carvalho da Silva

Antigo líder da CGTP

O ex-líder da CGTP lembra, nesse sentido, que na crise anterior o país tinha a procura externa como possível saída, mas no contexto atual as vendas para o estrangeiro estão muito afetadas pelo que “a preocupação com a procura interna deve estar no topo do leque das prioridades”. “O salário mínimo insere-se nisso, mas não só. É preciso tratar do salário mínimo e também da negociação coletiva”, defende Carvalho da Silva, aconselhando o Governo a manter a proposta que fez no início da legislatura, isto é, aumentar o salário mínimo para 750 euros até 2023.

Isso é exequível, mesmo num cenário de luta para sairmos da crise e de necessidade de contribuir para que as empresas criem uma cultura de maior valorização do trabalho”, considera o ex-sindicalista.

Medidas do Governo chegaram com “atraso, outras com insuficiências”

Já no que diz respeito aos apoios sociais extraordinários que vêm sido lançados face à crise pandémica, Carvalho da Silva afirma que “vão no sentido positivo”, mas não deixa críticas: “Algumas [das medidas chegaram] com atraso, outras com insuficiências face à realidade. Algumas podem ter vindo um pouco desajustadas na forma e no tempo”.

O professor universitário salienta que o princípio de alargar a proteção a todos e não deixar ninguém desprotegido é importante, mas avisa que não se pode transformar “num elemento estruturante de uma nova conceção do que deve ser a proteção social”. “É preciso manter fatores estruturais no sistema da Segurança Social que o tornam universal e solidário e que se tenha em conta a diferenciação das condições dos trabalhadores perante o sistema de Segurança Social“, afirma.

Ou seja, ainda que admita que poderá ser aconselhável prolongar os apoios extraordinários por mais algum tempo, o ex-sindicalista defende que essas medidas não podem ser a base de uma reformulação do sistema de proteção social ou colocar-se-ia o risco de se introduzir um sistema de mínimos. “Todos têm que ser protegidos, mas a centralidade tem que ser colocada na conceção universal, solidária e de dimensões de dignidade, não pode ser de tampão limite à pobreza“.

Ainda sobre a resposta do Governo à crise pandémica, Carvalho da Silva critica as posições assumidas em relação aos trabalhadores precários. “Era possível ter-se impedido a situação que tivemos que foi os trabalhadores precários serem tratados como se o seu trabalho fosse de segunda ordem”, declara.

“Em poucos dias, foram despachados dezenas e dezenas de milhares de trabalhadores para o desemprego. Isso, em parte, podia ser evitável, mas dava trabalho, obrigava a compromissos e a negociação entre as partes interessadas”, atira, juntando-se aos partidos de esquerda e às centrais sindicais no ataque ao Governo por não ter protegido quem tem contratos a prazo nomeadamente no âmbito do lay-off simplificado.

Teletrabalho? “Há vários passos a dar”

Outra das consequências da pandemia foi o boom do teletrabalho, cujo enquadramento legal o Governo já disse querer rever. O ex-líder da CGTP defende, no mesmo sentido, que “há vários passos a dar”, mas deixa um alerta: “Não entremos numa lógica de legislação partindo do pressuposto que aquilo que está em margem neste momento é o cenário definitivo”.

Para Carvalho da Silva, é importante contrariar as atuais dinâmicas de unilateralidade que se vive no trabalho remoto, o que deverá passar também pela contratação coletiva. “O cenário do futuro [do teletrabalho] terá de ser de mais equilíbrio e de menos unilateralidade na imposição das condições”, remata o antigo sindicalista.

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5 coisas que vão marcar o dia

Novos concelhos entram na lista dos municípios de alto risco por causa da Covid-19. INE revela dados do turismo e CIP divulga dados sobre as empresas. Arranca a migração da TDT na Grande Lisboa.

A semana começa com 77 novos concelhos a serem adicionados à lista de municípios de alto risco por causa da prevalência da Covid-19 na população. Neste dia, o Instituto Nacional de Estatística medirá o pulso à atividade turística e a Confederação Empresarial de Portugal fará o mesmo às empresas. Na agenda, uma conferência do Banco de Portugal onde discursará o governador Mário Centeno.

Concelhos de risco aumentam para 191

É a partir de hoje que entram em vigor as restrições mais apertadas nos novos concelhos do país considerados de risco elevado. Com o evoluir da pandemia, na quinta-feira, o Governo decidiu em Conselho de Ministros mexer na lista dos 121 concelhos, retirando sete, mas juntando 77. Há agora 191 municípios portugueses sujeitos a regras mais rígidas, como a do recolher obrigatório às 23h nos dias de semana e às 13h no próximo fim de semana, abrangendo cerca de 8,5 milhões de portugueses. Consulte aqui a lista.

Ainda há turismo?

O Instituto Nacional de Estatística atualiza hoje os dados da atividade turística em Portugal em setembro, um mês ainda marcado pelas férias, mas sobretudo de regresso ao trabalho para muitos portugueses. Foi também a partir do fim do verão que a Covid-19 voltou a ganhar força no país, levando à situação de estado de emergência que Portugal vive atualmente. Na última atualização, relativa ao mês de agosto, ficou evidente uma recuperação do turismo suportada nas deslocações dos residentes, mas o número de hóspedes ficou mais de 43% abaixo do ano passado.

CIP mede o pulso às empresas

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) apresenta hoje os resultados do inquérito às empresas do país, com o qual pretende medir as expectativas dos empresários até ao fim do ano, bem como a avaliação que fazem das medidas desenhadas pelo Governo para mitigar os efeitos de uma nova vaga de restrições por causa da pandemia. A divulgação está programada para as 16h30, dias depois de o Executivo ter criado um novo apoio específico para a restauração.

Centeno abre conferência do Banco de Portugal

O Banco de Portugal (BdP) promove esta manhã uma conferência sobre “desenvolvimento económico português no espaço europeu”. O governador, Mário Centeno, dá o tiro de partida da iniciativa pelas 9h40 com um discurso proferido numa altura em que a pandemia continua a bater recordes no país, prejudicando severamente a atividade económica e o emprego em alguns setores. A conferência contará com a presença de Richard Blundell, do University College London, que falará sobre “desigualdade, redistribuição e o mercado laboral”. Terá ainda um painel de debate focado nas desigualdades em contexto de pandemia.

Arranca migração da TDT na Grande Lisboa

O processo de migração da Televisão Digital Terrestre (TDT) para novas frequências entra hoje numa nova fase, com a mudança dos emissores da Área Metropolitana de Lisboa. Já esta segunda-feira é alterado o emissor de Palmela, prevendo-se que sejam alterados todos os emissores desta região até ao dia 25 de novembro. A migração da TDT é necessária para libertar a faixa dos 700 MHz, que vai a leilão em breve para o fornecimento de serviços de 5G, a quinta geração de rede móvel de comunicações eletrónica. Os utilizadores afetados pela mudança não têm de comprar novos descodificadores de sinal nem de redirecionar a antena, bastando que configurem novamente o seu equipamento atual nas definições do aparelho

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A partir de hoje, estes concelhos estão em risco elevado. Veja o mapa da Covid-19

São 191 os concelhos do país que vão estar sob restrições mais apertadas, nomeadamente um recolher obrigatório às 23h nos dias de semana, e às 13h no próximo fim de semana.

A pandemia está a avançar a velocidades diferentes pelo país. O Governo decidiu diferenciar as medidas para travar a propagação do vírus consoante o nível de incidência da doença, compilando uma lista dos concelhos com risco elevado, que estão sujeitos a restrições mais apertadas. O conjunto foi revisto pelo Executivo, o que levou à saída de sete concelhos e entrada de outros 77, totalizando os 191, a partir desta segunda-feira.

A decisão é tomada com base na informação da Direção-Geral da Saúde e o critério para ser incluído na lista é ter mais de 240 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, ou estar próximo de outro concelho que preencha o mesmo critério.

Os sete concelhos que saíram da lista deixaram de estar abrangidos já às 00h00 da sexta-feira passada, mas os novos concelhos entram apenas à meia noite desta segunda-feira, para terem “tempo suficiente para se adaptar às novas medidas”, explicou António Costa aquando o anúncio.

Nestes concelhos considerados de risco elevado da transmissão da Covid-19 existem restrições mais apertadas do que no resto do país, entre as quais:

  • Recolher obrigatório entre as 23 horas e as 5 horas da manhã. Além disso, no próximo fim de semana há uma maior restrição no recolher obrigatório nestes concelhos: a circulação fica vedada a partir das 13h00;
  • Dever de permanência no domicílio, devendo os cidadãos abster-se de circular em espaços e vias públicas, bem como em espaços e vias privadas equiparadas a vias públicas, exceto para o conjunto de deslocações;
  • Proibição da realização de celebrações e de outros eventos com mais de cinco pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar;
  • A obrigatoriedade de adoção do regime de teletrabalho, independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam, salvo impedimento do trabalhador;
  • O regime excecional e transitório de reorganização do trabalho (constante do DL 79-A/2020) é aplicável às empresas com locais de trabalho com 50 ou mais trabalhadores, em todos os concelhos abrangidos pelas novas medidas (atualmente este regime era aplicável às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto).

Quanto ao fim de semana com recolher obrigatório mas extenso, o Governo especificou também quais os estabelecimentos que podem estar abertos depois das 13h, após confusões com as regras anunciadas.

São dez exceções, que incluem estabelecimentos de venda a retalho de produtos alimentares, bem como naturais ou dietéticos, de saúde e higiene, que disponham de uma área de venda ou prestação de serviços igual ou inferior a 200 metros quadrados com entrada autónoma e independente a partir da via pública, farmácias e funerárias.

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EUA podem recuperar “normalidade relativa” na segunda metade de 2021

  • Lusa
  • 16 Novembro 2020

"Temos de fazer com que as pessoas sejam vacinadas, pois se conseguirmos que a esmagadora maioria a receba" poderemos "começar a fazer as coisas voltar a uma normalidade relativa", diz Fauci.

O principal epidemiologista da Casa Branca, Anthony Fauci, considera que os Estados Unidos poderão regressar a uma “normalidade relativa” no segundo ou terceiro trimestre de 2021, advertindo, contudo, que isso depende de vários fatores, como a futura vacina.

“Temos de fazer com que as pessoas sejam vacinadas, pois se conseguirmos que a esmagadora maioria a receba e, por um lado, esta seja eficaz e, por outro lado, haja um alto nível de utilização, poderemos começar a fazer as coisas voltar a uma normalidade relativa à medida que entrarmos no segundo e quarto trimestres do ano“, disse Fauci, entrevistado pela cadeia de televisão CNN.

Ainda assim, insistiu que terão de verificar-se uma série de fatores: “Temos uma vacina, tem de ser distribuída e não podemos abandonar medidas fundamentais de saúde pública. Pode-se alcançar-se um grau de normalidade ao mesmo tempo que se fazem coisas fundamentais para a saúde pública”.

Questionado sobre o processo de transição da administração de Donald Trump para o futuro Governo do democrata Joe Biden, Fauci opinou que o desejável é que os funcionários governamentais comecem a trabalhar o quanto antes com a equipa do antigo vice-presidente de Barack Obama (2009-2017) no que se refere à crise sanitária.

“Claro que seria melhor se pudéssemos começar a trabalhar com eles”, disse o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID em inglês).

“Como sabe, atravessei múltiplas transições, tendo trabalhado ao longo de 36 anos para seis presidentes. E é muito claro que o processo de transição que estamos a atravessar é realmente importante para uma passagem tranquila da informação, é como se fosse a passagem do testemunho numa corrida”, acrescentou.

Fauci advertiu ainda: “Não se quer parar e passar a alguém, essencialmente o que se deseja é continuar”.

A 07 de novembro, Biden foi declarado vencedor das eleições presidenciais segundo as projeções dos meios de comunicações social, mas o Presidente cessante, Donald Trump, não reconheceu a derrota e alegou fraude eleitoral, deixando sinais de que não facilitará uma transição pacífica do poder.

Na última semana, os EUA, o país mais afetado pela pandemia, com quase 11 milhões de infetados pelo novo coronavírus e mais de 245 mil mortes, registou recordes diários de contágios, chegando na sexta-feira ao número inédito de 187.095 novas infeções.

Apesar deste aumento dos números, Fauci afastou o cenário de um confinamento nacional, mas admitiu poder vir a ser ordenada a quarentena em lugares específicos.

“Se não conseguirmos inverter a subida (…) não vamos impor um confinamento nacional, creio que isso está muito claro, mas acho que vamos começar a agir a nível local, ou seja, com governadores, autarcas ou pessoas à escala local que terão, como você disse, restrições do tipo cirúrgico, que são o equivalente funcional a um confinamento local”, comentou.

Esta semana, a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a sua vacina contra a SARS-CoV-2 tem uma eficácia de 90%, acima do exigido pelas entidades reguladoras do país, o que permite esperar uma rápida autorização de emergência para ser posta ao serviço da população.

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Produção industrial da China cresce 6,9% em outubro

  • Lusa
  • 16 Novembro 2020

"A economia continua em processo de recuperação, mas que a plena recuperação ainda enfrenta muitos desafios", devido ao impacto da pandemia, diz o Gabinete de Estatísticas chinês.

A produção industrial da China cresceu 6,9%, em outubro, comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, e pelo sétimo mês consecutivo de crescimento, anunciou o Gabinete de Estatísticas (GNE) chinês.

O número superou, mais uma vez, as previsões dos analistas, que projetavam uma subida de 6,5% para este mês.

O indicador registou uma queda homóloga de 13,5%, nos primeiros dois meses de 2020, enquanto em março caiu 1,1%, face às restritas medidas de controlo e prevenção da pandemia da Covid-19.

Em abril, depois de o Partido Comunista Chinês declarar vitória sobre a doença, a produção industrial da China cresceu 3,9%, e, a partir daí, tem vindo a subir progressivamente.

Entre as três principais categorias em que o GNE divide o indicador, destaca-se o crescimento da indústria de transformação, que cresceu 7,5%, em relação a outubro de 2019.

Os setores de produção e abastecimento de eletricidade, aquecimento, gás e água aumentaram 4%, e o setor da mineração 3,5%.

A instituição também comparou os dados de 41 subsetores industriais, entre os quais 34 registaram aumento de atividade, em outubro passado, face ao mesmo mês de 2019.

Entre os aumentos de produção, destacam-se veículos elétricos (94,1%), equipamento para geração de energia (86%) e máquinas industriais (38,5%).

O GNE também divulgou os dados das vendas a retalho, um dado importante para medir a procura pelo consumidor chinês e um dos pilares da mudança para um modelo económico baseado no consumo, em detrimento das exportações e do investimento público.

Esta secção registou o terceiro mês consecutivo de crescimento homólogo este ano, de 4,3%, mas ainda longe dos valores de 2019, que oscilavam entre 7% e 8%, até que a pandemia do novo coronavírus provocou uma queda de 20,5%, nos primeiros dois meses de 2020.

A taxa de desemprego urbano, outro dos indicadores agora divulgados, caiu ligeiramente para 5,3%, com média de 46,7 horas semanais de trabalho, acrescentou.

O mesmo organismo garantiu que “a produção está estável e a crescer, a procura recuperou e estabilizou, o emprego continuou a melhorar, os preços permaneceram estáveis e as expectativas do mercado estão a melhorar”.

No entanto, destacou que “a economia continua em processo de recuperação, mas que a plena recuperação ainda enfrenta muitos desafios”, devido ao impacto da pandemia nos parceiros comerciais internacionais.

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Boris Johnson isolado após contacto com caso positivo de Covid-19

  • Lusa
  • 16 Novembro 2020

Primeiro-ministro britânico "vai continuar a trabalhar a partir de Downing Street, inclusive a liderar a resposta do Governo à pandemia".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está isolado depois de ter entrado em contacto com alguém infetado com o novo coronavírus, afirmou um porta-voz de Downing Street.

“Ele vai continuar a trabalhar a partir de Downing Street, inclusive a liderar a resposta do Governo à pandemia. [Boris Johnson] está bem e não apresenta sintomas de Covid-19″, pode ler-se em comunicado.

Johnson reuniu-se com um pequeno grupo de deputados durante cerca de meia hora na quinta-feira, incluindo um que, posteriormente, desenvolveu sintomas da doença e testou positivo.

Em abril, o primeiro-ministro britânico foi hospitalizado numa Unidade de Cuidados Intensivos depois de contrair o novo coronavírus.

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PS tem 10 propostas para conquistar votos da geringonça no Orçamento

O PS avançou com pelo menos 10 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2021 para agradar aos parceiros da geringonça e garantir a abstenção na votação final global.

Até este momento deram entrada no site da Assembleia da República 1.543 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), mais do que as 1.300 do OE 2020, o anterior recorde. Destas, 79 propostas colheram atenção especial por serem do grupo parlamentar do PS, o qual tenta a aproximação à geringonça em várias matérias. Há mais para o PCP do que para o BE, mas os socialistas têm pelo menos 10 propostas para conquistar a abstenção à esquerda na votação final global a 26 de novembro.

As negociações no Parlamento durante os próximos dez dias serão decisivos para a viabilização do OE 2021 no voto final. Os partidos começam a votar as propostas na sexta-feira, 20 de novembro, num processo que demorará dias e onde poderão ser entregues novas propostas com base nas negociações, o que significa que a aproximação atual do PS pode ir mais longe.

Entre as 79 entregues pelos socialistas, não há respostas integrais às exigências dos comunistas ou dos bloquistas, mas há aproximações que podem satisfazer os parceiros da esquerda mais o PAN. Nas principais medidas, o destaque vai para as alterações que o grupo parlamentar do PS pretende fazer no novo apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores e as mudanças no apoio à retoma progressiva (sucessor do lay-off simplificado).

Há ainda medidas que não foram exigidas por nenhum partido em particular, mas que deverão agradar à esquerda: é o caso do aumento extraordinário do mínimo de existência em 100 euros, a proibição do corte de serviços essenciais, o resgate antecipado do PPR sem penalização, o reforço de recursos humanos para a Segurança Social e o aumento da dotação do programa Porta 65 Jovem.

PCP regista progressos, mas poucos

A reação dos comunistas foi agridoce. O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, assinalou a aproximação do PS, mas relativizou-a, argumentando que as posições estão “muitos distantes” e que apenas se referem a um “conjunto muito pequeno” de temas. O “desfecho” da votação final global está, assim, ainda por definir, dependendo do que acontecer nas votações na fase de especialidade.

Os comunistas conseguiram várias aproximações nas propostas do PS, a começar pelo pagamento a 100% dos salários dos trabalhadores que estejam no novo lay-off em 2021 (até ao limite de três salários mínimos). Atualmente, é garantida uma fatia entre 88% e 93% da remuneração bruta aos trabalhadores cujos horários sejam cortados, no quadro do apoio à retoma progressiva. Esta era uma reivindicação do PCP já no lay-off simplificado no início da crise pandémica.

Os socialistas também avançam com uma proposta para aumentar o valor do novo apoio social negociado à esquerda e abre a porta à inclusão dos sócios-gerentes, uma exigência dos partidos. A proposta do PS cria também um terceiro escalão de entrada neste apoio, destinado aos trabalhadores informais. Há ainda mais alterações que tornam este apoio mais generoso e com a possibilidade de incluir mais pessoas.

Mas há ainda mais propostas do PS que vão ao encontro — ainda que possam não responder integralmente às exigências feitas — das propostas do PCP. É o caso do suplemento penosidade e insalubridade, da eliminação do fator de sustentabilidade nos regimes de antecipação da idade de pensão de velhice do regime geral de Segurança Social e a limitação das propinas dos mestrados em 2021, proibindo o seu aumento.

PS faz poucas aproximações ao Bloco

O Bloco de Esquerda decidiu apenas apresentar 12 propostas de alteração ao OE 2021, em contraste com as mais de 300 que apresentou no OE 2020, para não criar distrações e focar-se nas principais respostas à crise pandémica, segundo o partido. Contudo, tal como aconteceu nas negociações anteriores à entrega do OE e que levaram ao voto contra do Bloco, o PS não fez muitas aproximações.

No caso do novo apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores, o PS propõe que os trabalhadores (por conta de outrem, do serviço doméstico, independentes ou membros de órgãos estatuários) que percam o subsídio de desemprego a partir de janeiro, bem como os “recibos verdes” e sócios-gerentes cujas atividades estejam encerradas por imposição legal, devem aceder a este apoio sem condição de recursos nos primeiros seis meses. Essa era uma das principais reivindicações do Bloco de Esquerda. Nestes casos, o apoio tem o valor do subsídio de desemprego que auferiam à data da sua cessação ou que teria direito, até 501,16 euros.

O PS também tenta uma aproximação no regime de exclusividade dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas remete esse processo apenas para o período pós-pandemia quando o BE quer tratar desse assunto já. O ministro das Finanças, João Leão, já tinha abordado o tema no Parlamento, respondendo a Mariana Mortágua que o tema é sensível e não podia ser tratado num momento de stress para esses profissionais.

Além disso, os socialistas apresentam calendários concretos para a contratação dos 4.500 profissionais para o SNS que prometem no OE 2021, assim como datas para o lançamento dos procedimentos concursais. Contudo, neste ponto o que os bloquistas exigiam era a autonomia completa de contratação por parte dos hospitais, sem ser necessária autorização da tutela.

Acresce que há vários pontos de rotura entre o PS e o BE que continuam. É o caso da redução do período experimental dos contratos de trabalho (uma medida do ex-ministro do Trabalho, Vieira da Silva), o impedimento do Fundo de Resolução emprestar dinheiro ao Novo Banco, a proibição de despedimento para as empresas com apoios públicos e outras mudanças na lei laboral, principalmente na contratação coletiva e nos subsídios de desemprego.

PAN ganha no combate à corrupção

O PAN foi o segundo partido que apresentou mais propostas (263), logo a seguir ao PCP (351). Os dois partidos essenciais para a viabilização do OE aumentaram assim a fasquia na especialidade, fazendo várias exigências aos socialistas para que a abstenção se mantenha na votação final global. Ainda não é claro exatamente o que poderá reservar a especialidade para as exigências do PAN, mas há pelo menos duas propostas do PS que vão ao encontro do partido, como é o caso do reforço do combate à corrupção, fraude e criminalidade económico-financeira e o reforço das verbas para a Entidade da Transparência, um tema levantado por André Silva na última audição com João Leão.

Recorde-se que nem todas as conquistas destes partidos na fase de especialidade tem de vir de propostas do PS. O grupo parlamentar dos socialistas poderá também viabilizar propostas dos outros partidos, tal já fez em anos anteriores e como deverá voltar a fazer este ano com, por exemplo, o aumento extraordinário para os pensionistas acordado com o PCP. Além disso, há a possibilidade de se criarem algumas maiorias negativas, isto é, apoio parlamentar a propostas que o PS vote contra, as quais já foram viabilizadas em anos anteriores e levaram a apelos do Governo ao PSD para que os social-democratas sejam “responsáveis”.

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International SOS reforça parceria com grupo Santalucía para Espanha e Portugal

  • ECO Seguros
  • 15 Novembro 2020

Espanha e Portugal são um mercado chave para a SOS Internacional, afirma Santiago Álvarez de Toledo, diretor geral da companhia para a região ibérica.

A International SOS, especialista na gestão de riscos saúde e segurança, anunciou reforço dos seus serviços em Espanha e Portugal através de novo acordo com o grupo segurador Santalucía, um dos líderes espanhóis em produtos de proteção familiar (seguro habitação, funerais, mas também Vida – pensões e poupança).

Reforçando longa colaboração conjunta, as duas empresas vão atuar como parceiras ao mesmo tempo que os negócios independentes SOS Assistance Spain e International SOS se desenvolvem. Segundo explica o grupo internacional de emergência médica e socorro, o novo acordo vai focar-se em responder às necessidades do mercado ibérico ao nível de assistência e proteção de empregados e funcionários, através de aconselhamento e fornecimento de soluções integradas para empresas, ONG, universidades e organismos públicos.

Citado no comunicado, Santiago Álvarez de Toledo, diretor geral da International SOS Espanha e Portugal, salienta: “À medida que a economia recupera dos efeitos adversos da COVID19, as organizações espanholas e portuguesas precisam de garantir que têm o apoio adequado na gestão dos riscos de saúde e segurança para assegurar um regresso seguro às operações”.

O grupo International SOS é detido pela AEA International Holdings, com sede em Singapura. A companhia parceira da Santalucía chega a mais de 80 países, mobiliza milhares de profissionais de saúde e assiste cerca de 12 mil entidades, assegurando serviços de prevenção e assistência de emergência em logística, serviços médicos e de segurança em situações relacionadas com fenómenos meteorológicos extremos, epidemias ou incidentes que ponham em risco a segurança das pessoas.

“Espanha e Portugal são um mercado chave para a Internacional SOS e estamos empenhados em responder com os melhores serviços à crescente necessidade na região. Este enfoque renovado proporciona aos nossos clientes e aos seus funcionários acesso a todos os nossos recursos e conhecimento global, incluindo serviços integrados, sistemas, redes e padrões desenvolvidos ao longo dos nossos 35 anos de história, bem como o conhecimento e experiência local dos nossos funcionários”, complementou Toledo, citado no comunicado.

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Swiss Re Institute melhora perspetivas do setor segurador para 2021 e 2022

  • ECO Seguros
  • 15 Novembro 2020

O instituto de pesquisa da gigante do resseguro mostra-se agora mais otimista para a evolução da indústria seguradora nos próximos dois anos, face ao cenário traçado em junho passado.

O mercado global de seguros deverá registar um crescimento de 3,4%, em termos reais, em 2021, esperando-se que a retoma global do mercado seja liderada pela China, aponta um relatório do Swiss Re Institute, melhorando projeções assumidas em estudo anterior da série Sigma, apresentado em junho passado.

O crescimento previsto para o próximo ano, ainda num ritmo de recuperação lenta, sucede a uma quebra estimada de 1,4% em 2020, um recuo menos acentuado do que os -2,8% estimados anteriormente. O outlook do Swiss Re Institute sustenta-se numa previsão de 4,7% no crescimento do PIB global em 2021, em termos reais, menos otimista face aos 5,2% assumidos pelo mercado, refere o Rebuilding better: global economic and insurance market outlook 2021/22, mais recente relatório da instituição líder global do resseguro.

“Para uma recuperação económica sustentável, precisamos de uma redefinição das políticas públicas. Estas devem concentrar-se em áreas como infraestruturas, tecnologia e clima. A construção de novas infraestruturas sustentáveis terá um grande impacto no crescimento do PIB,” afirma Jerome Jean Haegeli, economista-chefe do Swiss Re Group, citado no documento.

Avaliando os níveis de resiliência económica dos países, a pandemia afetará cada economia de forma diferenciada, em função da capacidade de absorver choques e da sua política governamental. “Além de gastarem de forma mais inteligente, os legisladores deveriam recorrer mais a parcerias público-privadas e estabelecer quadros operacionais e regulatórios para que a economia real tire melhor aproveitamento do financiamento privado, como os fundos de seguros,” sugere Haegeli.

No estudo que traça o cenário para a economia global e o mercado de seguros nos próximos dois anos, a equipa de research do Swiss Re Institute refere que a retoma da indústria seguradora será lenta, com o volume global de prémios a crescer 3,4% em 2021 e 3,3% em 2022, sob liderança da Ásia e do mercado dos EUA, suportando-se sobretudo no agravamento dos preços.

Notariscos: sinais gráficos indicam sentido da variação desde junho Fonte: Swiss Re “Rebuilding better…” (sigma 7-2020). Reprodução ECOseguros

 

A China continuará a ser o mercado de crescimento mais rápido com um aumento estimado anual dos prémios “de até 10% nos próximos dois anos”, em grande parte graças a negócios robustos no setor de saúde. Os outros mercados emergentes desfrutarão de um crescimento agregado de prémios de quase 4% ao ano.

Uma maior consciência sobre o risco após a COVID-19 será um dos principais fatores impulsionadores da recuperação do setor. Outro fator a impulsionar a tendência será a rápida adoção da digitalização no setor de seguros, refere o documento.

Ainda, de acordo com a resseguradora, a procura de seguros nos mercados mais maduros portou-se melhor do que o esperado na primeira metade de 2020. Por isso, a instituição estima agora que o volume global de prémios nos ramos não Vida cresça 1,1% em 2020, recuperando para uma variação de 3,6% em 2021 e no ano seguinte.

No final do próximo ano, as taxas de crescimento poderão até superar os níveis pré-pandemia, admite a análise (sigma 7/2020).

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Guinness manda recolher nova cerveja sem álcool devido a contaminação

  • ECO Seguros
  • 15 Novembro 2020

A cervejeira irlandesa pertencente ao grupo Diageo avisa os consumidores que tenham adquirido latas da nova cerveja Guinness 0.0 para não ingerirem a bebida.

A Guinness, fabricante da famosa cerveja irlandesa, emitiu um comunicado informando que decidiu recolher as embalagens metálicas da novíssima variante sem álcool da famosa stout irlandesa – distribuídas recentemente no circuito de retalho no Reino Unido – , devido a suspeitas de contaminação.

A retirada do produto do mercado britânico – o novo rótulo ainda não foi distribuído no mercado irlandês – é descrita como medida “preventiva” e relacionada com uma “contaminação microbiológica.”

A companhia cervejeira de Dublin, controlada pela internacional Diageo, afirmou que o problema detetado na nova bebida não afeta outras variantes e marcas da Guinness, mas adverte os consumidores que já tenham adquirido o novo produto para não o consumirem, reporta o Insurance Journal. A nova cerveja sem álcool foi lançada em outubro, envolta em enorme fanfarra, depois de um processo de desenvolvimento que se prolongou por quatro anos, visando dar resposta à procura crescente por cervejas sem álcool e de baixo valor calórico.

A Guinness 0.0, que junta os mesmos ingredientes base utilizados no fabrico das demais cervejas da marca, cumpre também processo semelhante na fase inicial de maturação. Diferencia-se das restantes porque, em determinada fase do processo de produção, é sujeita um processo de filtragem a frio destinado a reduzir-lhe o teor de álcool.

Antes do seu lançamento, os críticos e especialistas do ramo que provaram a especialidade, disseram que a “Guinness zero-zero” excede as expectativas.

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Mazars Portugal reforça equipa de auditoria para seguros, banca e gestão de ativos

  • ECO Seguros
  • 15 Novembro 2020

A consultora criou uma equipa exclusivamente dedicada à prestação de serviços de auditoria e assurance dirigida aos setores da banca, seguros, gestão de ativos e capital de risco.

A aposta da Mazars, companhia europeia especializada em auditoria, fiscalidade e consultoria, insere-se no desenvolvimento da área de Financial Services Audit iniciada em 2019 no mercado português. Em resultado dessa estratégia, “reconhecida pelos clientes que atuam neste mercado, foi possível alcançar um crescimento relevante” da atividade neste setor durante o presente ano, uma “tendência positiva que se deverá manter em 2021”, refere a empresa em comunicado.

Fernando Vieira, Partner e Head of Financial Services Audit da Mazars, explica: “iniciada em 2019, a aposta na área de Financial Services Audit encontra-se integrada num plano estratégico a curto e médio prazo da Mazars em Portugal, com destaque para o reforço dos seus recursos técnicos e captação de novos clientes, com vista ao desenvolvimento desta área”.

No seguimento da atividade que vinha já sendo desenvolvida em anos anteriores, a gestão de ativos (por via de fundos mobiliários, imobiliários, de pensões) e private equity (capital de risco) assumem um peso relevante na estrutura dos seus atuais clientes. As credenciais da área de Financial Services Audit da Mazars em Portugal nesta atividade “são hoje amplamente reconhecidas pelo mercado, incluindo no seu portefolio algumas das maiores Sociedades Gestoras presentes no mercado Português – BPI Gestão de Ativos, IM Gestão de Ativos, Invest Gestão de Ativos, Dunas Capital – Gestão de Ativos, Imofundos, Novo Banco, Fundbox e Norfin”, refere a entidade em comunicado.

A nomeação para ROC do Banco PRIMUS e do Banco BNI (Europa), para o mandato de 2020-2023, representa um novo patamar na atividade de Financial Services da Mazars Portugal, num leque de entidades até aqui território quase exclusivo das Big Four”. Isto, segundo Fernando Vieira, “comprova que a equipa de Financial Services da Mazars Portugal já é reconhecida como um player a ter em consideração neste exigente mercado”.

Prosseguindo o objetivo estratégico definido para esta área, a Mazars Portugal nomeou em setembro de 2020 dois novos Associate Partners – Pedro Jesus e Filipe Carvalho – que vão partilhar a responsabilidade de gestão e crescimento desta área com o atual Head of Financial Services Audit, demonstrando o forte compromisso da Mazars no desenvolvimento desta atividade.

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PCP quer impor contribuição extraordinária às seguradoras

  • ECO Seguros
  • 15 Novembro 2020

Os comunistas querem seguradoras a pagar uma contribuição extraordinária incidindo sobre a redução da sinistralidade ocorrida este ano. Quatro partidos propõem alterações ao OE 21 na área dos seguros.

O Partido Comunista Português propôs um aditamento ao Orçamento de Estado 2021 que introduz uma nova contribuição, extraordinária, a cobrar às seguradoras com base na redução da sinistralidade verificada em 2019. Quer ainda reduzir as taxas para o Fundo de Garantia automóvel. Estas são as duas alterações mais relevantes entre as propostas apresentadas pelos partidos políticos para discussão do OE na especialidade. O PCP, que aprovou o documento na generalidade, afirmou não garantir a viabilização do texto final.

O aditamento proposto pelo PCP ( proposta de alteração 1381C ao OE 2021) consiste na criação de uma contribuição extraordinária sobre o setor segurador, a vigorar em 2021 “com o objetivo de reforçar os mecanismos de financiamento do serviço nacional de Saúde”. Será cobrada às entidades que desenvolvem atividade seguradora ou resseguradora em Portugal e faz incidir uma taxa de 10% a 15% sobre a diferença entre os encargos resultantes dos sinistros reportados em 2020 e os resultantes de sinistros reportados em 2019. O PCP pretende ainda que a contribuição não seja considerada um encargo dedutível para efeitos da determinação do lucro tributável em IRC, “mesmo quando contabilizado como gastos do período de tributação”.

O PCP pretende ainda que esta contribuição não seja repercutida nas margens obtidas pelos mediadores de seguros nem nos preços suportados pelos consumidores. Na justificação, o PCP considera que os seguros integram os setores “obtiveram ganhos com a situação atual (Covid-19)”, acrescentando que “nada justifica que, perante uma crise económica e social como a que estamos a viver, se mantenham intocáveis os lucros acrescidos deste setor”. A fundamentação baseia-se na redução da sinistralidade reportada no relatório da ASF da atividade do 1º semestre e a inspiração vem de França onde está a ser discutido o Projet de loi de financement de la Sécurité sociale (PLFSS) 2021, que prevê, segundo o PCP “receitas extraordinárias, a cobrar às seguradoras francesas, estimadas em 1.000 milhões de euros em 2020 e 500 milhões de euros em 2021”.

O PCP colocou ainda a proposta de aditamento (alteração 1437C ao OE 2021) que designou de “Devolução de verbas do Fundo de Garantia Automóvel que propõe uma redução para metade das taxas cobradas pelo FGA e que esta seja “integralmente refletida nos preços dos prémios pagos pelos clientes de seguros do ramo automóvel”. Os comunistas justificam esta alteração pelo facto de a FGA deter “um total de 607 milhões de euros em balanço (103 milhões em responsabilidades e 504 milhões de euros em ativos financeiros), segundo o relatório de 2019 da instituição.

O Chega colocou a proposta de alteração ao artigo 43º (alteração 505C – OE 2021) relativo à “Proteção social complementar dos trabalhadores em regime de contrato individual de trabalho”. O artigo original do projeto do Governo “As entidades públicas a cujos trabalhadores se aplique o regime do contrato individual de trabalho podem contratar seguros de doença e de acidentes pessoais, desde que destinados à generalidade dos trabalhadores, bem como outros seguros obrigatórios por lei ou previstos em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho. A proposta do Chega altera “podem contratar” para “estão obrigadas a contratar”.

Iniciativa Liberal e PSD pela independência dos reguladores

O Iniciativa Liberal apresentou a proposta de aditamento (Alteração 987C ao OE2021) que, abrangendo a ASF, propõe que a verba do Orçamento de Estado destinada, anualmente, a determinada entidade reguladora “lhe seja atribuída integralmente no primeiro mês de execução de cada Orçamento de Estado, de forma a que seja a entidade independente a gerir o seu orçamento anual e evitando quaisquer tentativas por parte do Governo de influenciar ou dificultar, no decorrer do ano, o normal funcionamento da entidade reguladora”.

O PSD também dedicou uma alteração e aditamento (1218 C2) para garantir que “às entidades abrangidas pela lei-quadro das entidades reguladoras não podem ser impostas cativações de verbas sobre os montantes das respetivas receitas próprias ou sujeição a autorização dos membros do Governo para celebração de contratos ou realização de despesa”. Justificando, o PSD afirma que nos últimos anos têm vindo a público as dificuldades com que diversas entidades reguladoras se deparam para contratar os funcionários de que necessitam para prosseguir adequadamente as suas atribuições ou para realizar as ações inspetivas programadas, devido às cativações de verbas que lhes são impostas pelo Ministério das Finanças. Para o Partido “estas situações não podem continuar a existir, sob pena do Estado falhar na sua função de regulador das atividades económicas e de protetor dos direitos dos consumidores, colocando em causa a confiança dos cidadãos e dos agentes económicos e o bom funcionamento da economia no seu todo”

O PSD propõe igualmente que seja prorrogado, até 30 de setembro de 2021, a possibilidade de resgate de Planos de Poupança Reforma (PPR), de Planos de Poupança-educação (PPE) e de Planos Poupançareforma/ educação (PPR/E) podendo ser reembolsados até ao limite mensal do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), pelos participantes desses planos e desde que um do membros do seu agregado familiar se encontre em situação excecional sanitária ou económica, por consequência da pandemia de Covid-19.

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