Ferro Rodrigues dá posse à CPI do Novo Banco: “Expectativas são altas”

Presidente da Assembleia da República diz ter expectativas elevadas em relação às conclusões da comissão de inquérito ao Novo Banco após derrocada do BES cujos efeitos ainda hoje se sentem.

O presidente da Assembleia da República já deu posse à comissão de inquérito ao Novo Banco. Na cerimónia que teve lugar esta terça-feira, Ferro Rodrigues disse que as “expectativas são altas” em relação aos trabalhos e conclusões dos deputados, tendo em conta as consequências devastadoras que ainda hoje se sentem após “a derrocada do BES e a grave crise do sistema bancário daí resultante”.

“É um trabalho tão exigente quanto sensível”, disse ainda o presidente da Assembleia. “Aguardamos com grande expectativa as suas atividades e respetivas conclusões, com a convicção de que serão um importante contributo para apuramento dos factos em consideração”, acrescentou ainda.

Ferro Rodrigues informou ainda os deputados de que comunicou à Procuradora-Geral da República “o teor da resolução que determinou a realização do presente inquérito“.

Liderada pelo deputado social-democrata Fernando Negrão, a comissão de inquérito quer apurar as perdas registadas pelo Novo Banco e que foram imputadas ao Fundo de Resolução. Desde a venda ao Lone Star, em outubro de 2017, o fundo gerido por Máximo dos Santos já injetou três mil milhões de euros para compensar o banco por prejuízos com um conjunto de ativos tóxicos.

Os trabalhos da comissão de inquérito irão prolongar-se pelos próximos 120 dias (quatro meses), antes de o Fundo de Resolução efetuar nova transferência para o Novo Banco.

A comissão de inquérito é composta por 16 membros efetivos: sete do PS (João Paulo Correia
Ana Paula Vitorino, Fernando Anastácio, Jamila Madeira, Miguel Costa Matos, Hugo Carvalho
e Joana Sá Pereira), quatro do PSD (Duarte Pacheco, Fernando Negrão, Hugo Carneiro e
Mónica Quintela), dois do BE (Mariana Mortágua e Jorge Costa), um do PCP (Duarte Alves), um do CDS (Cecília Meireles, um do PAN (André Silva) e um da Iniciativa Liberal (João Cotrim de Figueiredo).

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Investir na ciência e transformar o negócio

  • Conteúdo Patrocinado
  • 15 Dezembro 2020

Miguel Matos, diretor-geral da Tabaqueira, explica a aposta da subsidiária da Philip Morris International na inovação e dá a conhecer o novo propósito da empresa: construir um futuro livre de fumo.

Numa altura em que a Ciência está no centro das nossas conversas e da nossa vida, nunca é demais lembrar que a inovação é fundamental para garantir a sustentabilidade das sociedades. Na Tabaqueira e no grupo Philip Morris International (PMI), esse tornou-se o nosso propósito: de um futuro melhor, um futuro livre de fumo. Ao ponto de mudar o nosso negócio.

Façamos um exercício. O que sabe o caro leitor sobre a Tabaqueira? Provavelmente que está entre as dez maiores exportadoras nacionais. Verdade: no ano passado, exportámos cerca de 600 milhões de euros, o que representa mais de 80% do que produzimos e somos um dos principais centros de produção da Europa, o que dá conta da importância da nossa atividade para a economia nacional. Porventura, também terá a ideia de que somos um dos principais contribuintes líquidos para o Estado. Novamente, correto: em 2019 entregámos ao Estado cerca de 1.200 milhões em impostos. Somos um dos maiores empregadores do concelho de Sintra (com cerca de 1000 trabalhadores), do nosso ecossistema produtivo fazem parte centenas de pequenas e médias empresas, e, desde que a Tabaqueira foi reprivatizada e passou a subsidiária da PMI, já investimos mais de 360 milhões de euros em Portugal.

"Sabia, por exemplo, que a Tabaqueira baseia a sua atividade no trabalho de uma equipa de mais de 400 cientistas que, todos os dias, a partir do centro de Investigação e Desenvolvimento da PMI em Neuchâtel, na Suíça, procura dar resposta às novas aspirações do grupo? ”

Miguel Matos

Diretor-Geral da Tabaqueira

Acredito que alguns destes últimos números já sejam menos conhecidos. Mas, certamente, há outros factos que são ainda menos conhecidos aos olhos do público, e que traçam o retrato de uma organização que os portugueses, na verdade, pouco conhecem. Sabia, por exemplo, que a Tabaqueira baseia a sua atividade no trabalho de uma equipa de mais de 400 cientistas que, todos os dias, a partir do centro de Investigação e Desenvolvimento da PMI em Neuchâtel, na Suíça, procura dar resposta às novas aspirações do grupo? Sabia que a partir deste nosso centro altamente tecnológico de I&D já registámos mais de 5.800 patentes? E que o nosso trabalho científico já produziu contributos para áreas tão diversas como sejam o desenvolvimento de métodos avançados de avaliação toxicológica e sistemas biológicos para seleção de candidatos a novos medicamentos, melhor compreensão das doenças neurodegenerativas, ou até a construção de ‘órgãos-em-chip’, fundamentais para estudos experimentais e que nos permitem aferir a toxicidade de determinados fármacos?

Miguel Matos, Diretor-Geral da Tabaqueira, subsidiária da Philip Morris International.

Volvidas mais de nove décadas desde a sua fundação, pelo emblemático empresário Alfredo da Silva, a Tabaqueira está hoje muito longe da imagem tradicional da indústria. Somos uma organização com os olhos postos no futuro, orientada para a Ciência e para sustentabilidade em toda a nossa cadeia de valor, e que assumimos um propósito que, ainda hoje, espanta muitos daqueles que, nesta altura, estarão a ler este texto: construir um futuro livre de fumo, disponibilizando soluções alternativas, sem combustão, que reduzam o risco de doenças relacionadas como consumo dos tradicionais cigarros. Comprometemo-nos, publicamente, a transformar o nosso modelo de negócio, evoluindo a nossa atividade para dar resposta à preocupação legítima da sociedade no que diz respeito aos efeitos nocivos destes produtos de tabaco – procurando convencer todos os fumadores, que, de outro modo, continuariam a fumar cigarros, a optar em alternativa por produtos sem combustão.

Apesar da taxa de prevalência do tabagismo continuar a decrescer lentamente, a Organização Mundial de Saúde estima que o número de 1100 milhões de fumadores que atualmente fumam produtos de tabaco não registe alterações significativas até 2025. Todos sabemos das doenças que estão associados ao consumo de tabaco: fumar faz mal à saúde e a melhor forma de evitar o risco de doença é nunca começar a fumar, ou então abandonar o seu consumo completamente. Daí a importância da transformação do nosso negócio e deste propósito que assumimos, o de reduzir a nocividade dos produtos que concebemos.

"O negócio do tabaco aquecido já representa por exemplo em Lisboa uma quota de mercado na ordem de cerca dos 11%, e são já aproximadamente 250 mil os portugueses que mudaram para o IQOS e deixaram, assim, os cigarros. ”

Miguel Matos

Diretor-Geral da Tabaqueira

Coloco-lhe uma outra questão. Saberá o leitor do que trata o acrónimo MRPT? Respondo-lhe: trata-se da maior disrupção deste setor. Em inglês significa Modified Risk Tobacco Product, o que em português se pode traduzir por “Produto de Tabaco de Risco Modificado”.

O IQOS, sistema de aquecimento de tabaco da PMI, recebeu há uns meses a autorização de comercialização nos EUA como Produto de Tabaco de Risco Modificado de exposição reduzida por parte da agência norte-americana para a Segurança Alimentar e do Medicamento, a FDA. Na prática, isto significa que, para as autoridades norte-americanas, existe evidência científica de que o IQOS é um produto de tabaco fundamentalmente diferente, e uma melhor escolha para adultos que, de outra forma, continuariam a fumar. Este dispositivo eletrónico – o primeiro e único com nicotina a obter esta autorização de comercialização nos EUA – aquece o tabaco sem o queimar, o que reduz significativamente (é a própria FDA que o afirma) a produção de constituintes químicos nocivos e potencialmente nocivos. O IQOS resulta de uma disrupção da cultura e visão de negócio da PMI.

Esta designação, reconhecida pelos Estados Unidos, é o primeiro passo para concretizarmos o nosso propósito a nível mundial. Em Portugal, o quarto mercado em todo o mundo a introduzir esta solução sem combustão, o negócio do tabaco aquecido já representa por exemplo em Lisboa uma quota de mercado na ordem de cerca dos 11%, e são já aproximadamente 250 mil os portugueses que mudaram para o IQOS e deixaram, assim, os cigarros. Estamos a falar de consumidores que optaram pela evidência científica. É por eles, e por um propósito de um mundo livre de fumo, que inovamos todos os dias, contribuindo para construir um futuro melhor alicerçado na sustentabilidade.

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BBVA Allianz Seguros arranca atividade operacional

  • António Ferreira
  • 15 Dezembro 2020

A empresa conjunta vai distribuir soluções não Vida a clientes do grupo BBVA. A Allianz Seguros desembolsa cerca de 380 milhões de euros (parte variável) e detém a ação de controlo da joint venture.

A sociedade conjunta de bancassurance estabelecida entre a Allianz e o grupo BBVA anunciou o início da sua operação em Espanha, o que acontece após a obtenção de autorização das autoridades reguladoras.

O novo operador arranca como compromisso de distribuição exclusiva para 15 anos e combina a capacidade inovadora da companhia germânica em soluções do ramo não Vida, com a experiência bancária e capacidade de distribuição física e digital do BBVA, sublinha um comunicado da seguradora.

BBVA Allianz Seguros é como se designa a entidade que resulta do acordo parceria, anunciada em abril, nos termos da qual esta joint venture (jv) seria lançada para atuar no mercado não Vida (com exclusão de seguros Saúde) e atender, em exclusivo, às necessidades dos clientes do grupo BBVA (Banco Bilbao Vizcaya Argentaria).

Oito meses depois de anunciado o acordo, a BBVA Allianz Seguros corporiza o entendimento e põe em marcha o a colocação de produtos P&C (não Vida), através da rede bancária do BBVA em Espanha.

Para concretizar a associação, em termos de ativo e capital, os cerca de 300 milhões de euros (volume bruto de prémios) da carteira da BBVA Seguros foram transferidos para a nova jv. A participação atribuída à Allianz na empresa conjunta (50% mais uma ação) supôs pagamento inicial de 277 milhões de euros, acrescido de um montante variável de até 100 milhões de euros condicionados a objetivos operacionais, detalhava a informação publicada em abril de 2020.

José Luís Ferré, administrador delegado da Allianz Seguros, subsidiária da Allianz SE em Espanha, afirma tratar-se de um projeto estratégico que permitirá reforçar a posição do grupo no mercado. A direção-geral da nova entidade é atribuída a Miguel Pérez Jaime (até agora diretor-geral da área de banca seguros da Allianz espanhola), enquanto a direção de Negócio caberá a Carles Alsina e a direção de Operações a Ramón Lasurt.

O BBVA é classicamente um dos líderes da banca privada em Espanha e a Allianz tem longa experiência do mercado espanhol de seguros. A jv vai tirar partido de uma rede bancária com cerca de 2600 agências, uma plataforma digital competitiva e uma carteira de 11 milhões de clientes. Por seu lado, a Allianz Seguros, com 2,4 mil milhões de euros em receita de prémios não Vida em 2019, assume-se como um dos três players no setor P&C do mercado espanhol.

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Mais de 60% dos gestores quer transformar a forma como lidera

  • Trabalho
  • 15 Dezembro 2020

Devido à pandemia, os gestores portugueses querem transformar a forma como lideram. Para isso, querem promover a cultura organizacional e apostar na requalificação, revela estudo da Deloitte.

Seis em cada dez gestores querem transformar a forma de trabalhar das empresas que lideram, na sequência do impacto da Covid-19. Os três fatores mais importantes neste processo de mudança do trabalho são a construção uma cultura organizacional, a adaptabilidade e a resiliência, através da requalificação, da mobilidade e das novas tecnologias, aponta o estudo Global Human Capital Trends 2021 da Deloitte, que inquiriu 3.600 executivos em 96 países, incluindo Portugal.

A maior parte dos gestores afirma que as suas organizações não estavam preparadas e consideram que as prioridades concorrentes, a falta de preparação e de visão de futuro continuam a ser os maiores obstáculos à transformação.

Cultura organizacional e formação podem potenciar mudança

“O estudo indica que os executivos estão cada vez mais a abandonar a otimização da automação e a repensar qual a melhor forma de integrar o fator humano e a tecnologia nas empresas“, refere a Deloitte.

Os três fatores identificados pelos executivos como importantes na transformação do trabalho das empresas foram a construção uma cultura organizacional que potencie o crescimento, a adaptabilidade e a resiliência (45%), através da requalificação (upskilling e reskilling) e mobilidade (41%) e através de novas tecnologias (35%).

A perspetiva dos gestores sobre Inteligência Artificial (IA) está também a mudar. No inquérito, a maioria dos executivos reconhece que o uso de tecnologia e pessoas não é uma escolha “ou uma ou outra”, mas sim uma parceria entre os dois.

A liderança é a qualidade mais valorizada, com 60% dos executivos a afirmar que este atributo é crítico para atingir um ponto ótimo de preparação para os novos desafios da organização. No entanto, os maiores obstáculos à transformação são as prioridades concorrentes (57%), a falta de preparação (43%) e falta de visão de futuro (27%) das organizações.

Empresas estão atentas e querem estar mais preparadas

O estudo revela que as empresas não se sentiam devidamente preparadas para uma crise. Cerca de 28% das empresas admite que não tinha estratégias de preparação para a pandemia e a maioria (94%) não se focava em eventos improváveis de alto impacto como a Covid-19. Atualmente, apenas 17% das empresas afirma ter uma estratégia de preparação para eventos “improváveis, de alto impacto”.

Quase metade, 47% dos executivos, afirma que a sua organização se concentra em múltiplos cenários, um número superior ao registado em período pré-pandemia (23%). O fator mais decisivo para a preparação da organização e das equipas consiste em libertar o potencial dos colaboradores através de um novo foco nas suas capacidades e atributos.

Cerca de 72% dos executivos identificaram “a capacidade da sua equipa em se adaptar, requalificar e assumir novas funções”, como uma prioridade para enfrentar disrupções futuras na atividade das organizações. Contudo, apenas 17% considerou que a sua organização estava “bem preparada” para se adaptar e requalificar os trabalhadores para assumir novas funções.

“As organizações estão a adotar formas radicalmente novas de trabalhar e ‘re-imaginar’ o futuro do trabalho colocando as questões relacionadas com o capital humano no centro da sua estratégia e da sua atuação. Os executivos estão a mudar as suas estratégias de preparação e a colocar as pessoas no centro das suas preocupações, uma vez que é aí que se decide o futuro das suas organizações”, sublinha Nuno Carvalho, partner e human capital leader da Deloitte.

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Será 2021 o novo super-ano para o ambiente?

  • Capital Verde
  • 15 Dezembro 2020

Para a ANP|WWF ainda é possível reverter a perda de biodiversidade global, mas é preciso intervir já para garantir um futuro sustentável para a vida selvagem, os ecossistemas e as pessoas.

Será 2021 o novo super-ano para o ambiente? É a esta questão que a ANP|WWF procura responder com o lançamento do seu “Balanço e Tendências Ambientais” anual, onde analisa os principais pontos negativos e os pontos positivos do ano que está a terminar, tanto em Portugal como a nível global, fazendo ainda uma antevisão das principais tendências ambientais para 2021.

Paralelamente, a organização de conservação da natureza apresenta ainda o Barómetro ‘Recuperação Verde’, uma análise crítica ao Plano de Recuperação e Resiliência entregue pelo Governo à Comissão Europeia.

Para Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF, “2020 começou esperançoso para a natureza e a biodiversidade, com um conjunto de decisões importantes para serem tomadas ao longo do ano que iriam definir a direção futura do panorama ambiental mundial e garantir um compromisso para reverter a perda da natureza. Devido à pandemia da Covid-19, estas ações foram adiadas, atrasando por mais um ano aquilo que é já uma corrida contra o tempo”, acrescentando ainda que “no fundo a pandemia veio mostrar a urgência de tomarmos as decisões certas agora em 2021, se queremos preservar a natureza que é o suporte da vida e da saúde humana”.

Catarina Grilo, Diretora de Conservação e Políticas da mesma organização, reforçou esta ideia partilhando que “ao longo do ano que passou, assistimos aos efeitos que os confinamentos obrigatórios provocados pela Covid-19 tiveram no ambiente: uma contração brutal da economia mundial e uma “folga”, temporária, na tendência de ser cada vez mais cedo a data em que esgotamos anualmente os recursos naturais, um sinal claro da relação entre a atividade humana e a saúde do planeta”.

Para a organização de conservação da natureza ainda é possível reverter a perda de biodiversidade global, mas é preciso intervir já para garantir um futuro sustentável para a vida selvagem, os ecossistemas e as pessoas. “É por isso que em 2021, o novo super-ano da biodiversidade, a ANP|WWF irá continuar a promover o Novo Acordo Pela Natureza e as Pessoas junto dos cidadãos, empresas e governos, focando-se no papel único que cada um pode desempenhar para reverter a perda de biodiversidade e exigir uma recuperação mais justa e sustentável”, refere a associação ambientalista em comunicado.

O documento completo de Balanço e Tendências para 2021 pode ser consultado aqui.

PRINCIPAIS TEMAS DA AGENDA AMBIENTAL PARA 2021

  • LEI DO CLIMA NACIONAL
  • CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE OCEANOS
  • 15.ª CONFERÊNCIA DAS PARTES (COP) DA CONVENÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICA
  • PLANO ESTRATÉGICO DA POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM
  • PLANOS DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS
  • PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DO CONSELHO EUROPEU
  • PLANO DE RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA (PRR)
  • 26.ª CONFERÊNCIA DAS PARTES (COP) DA CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE
    ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, EM GLASGOW
  • SAÚDE E NATUREZA
  • DIETAS SUSTENTÁVEIS E DESFLORESTAÇÃO
  • NOVO AEROPORTO PARA A REGIÃO DE LISBOA
  • IMPLEMENTAÇÃO DO PACTO ECOLÓGICO EUROPEU
  • AMBIENTE E DIREITOS HUMANOS
  • CRIAÇÃO DO CENTRO IBÉRICO DE INVESTIGAÇÃO E COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

Positivo e negativo: Como foi 2020?

Para a ANP|WWF, o ano de 2020 ficou marcado pelo lançamento do Programa de Transformação da Paisagem, essencial para criar resiliência aos fogos e gerar dinamismo económico, pela criação do quadro legal para a cogestão das pescas e pelo impacto da consulta pública da Comissão Europeia sobre a desflorestação, que obteve mais de 1 milhão de assinaturas e levou o Parlamento Europeu a votar a favor da adoção de uma nova lei europeia ambiciosa de combate à desflorestação.

Por outro lado, a legislação sobre depósitos minerais continua a aguardar publicação. “Tudo indica que a mineração em mar profundo foi excluída deste diploma, mas continuamos a temer que seja permitida mineração nas nossas Áreas Protegidas”, acrescenta Catarina Grilo. À boleia da pandemia, foi ainda adiada a entrada em vigor para o setor da restauração da Diretiva sobre Plásticos de Uso Único, agravando ainda mais a utilização de plásticos descartáveis e a consequente poluição pelos mesmos.

Para avaliar e acompanhar as opções de investimento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) português em termos ambientais, e facilitar a compreensão de todos os cidadãos sobre o que está em causa neste plano, a ANP|WWF criou o Barómetro ‘Recuperação Verde’, uma análise que classifica as medidas propostas no PRR entregue em Bruxelas com um código simples: verde para o que deve ser mantido como está, amarelo para o que deve ser alterado/melhorado, e vermelho para o que deve ser excluído.

Para chegar a este código, a ANP|WWF analisou as principais medidas propostas com relevância ambiental nas suas áreas de conhecimento, escrutinando cerca de 30% do investimento previsto. Muitos dos investimentos indicados no PRR, no total de 12,9 mil milhões de euros, terão impactos no ambiente, a curto, médio e longo prazo. A aplicação destes fundos será determinante para o futuro ambiental, social e económico do país.

A ANP|WWF irá partilhar o Barómetro com as autoridades relevantes envolvidas na negociação do PRR de Portugal, para que os investimentos que se venham a decidir estejam melhor alinhados com a recuperação económica justa e sustentável defendida por mais de 100 organizações e pessoas em Portugal. Este Barómetro será atualizado com a versão final do PRR, cuja aprovação está prevista o mais tardar em abril de 2021.

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Fernando Negrão: Inquérito ao Novo Banco “deve ter preocupação primeira de saber se dinheiros públicos estão a ser bem usados”

Presidente da comissão de inquérito ao Novo Banco diz que deputados devem ter "preocupação primeira" de saber se dinheiros públicos estão a ser bem usados. Caso contrário, deve haver consequências.

O presidente da Assembleia da República já deu posse à comissão de inquérito ao Novo Banco, que será liderada por Fernando Negrão. Em declarações ao ECO após a tomada de posse, o deputado social-democrata referiu que os deputados “devem ter preocupação primeira de saber se dinheiros públicos estão a ser bem usados” pelo banco. “Caso contrário, se houve mau uso, [os deputados] devem saber se há ou não consequências. Deve haver, obviamente”, sublinhou Fernando Negrão.

A comissão de inquérito quer apurar as perdas registadas pelo Novo Banco e que foram imputadas ao Fundo de Resolução. Desde a venda ao Lone Star, em outubro de 2017, o fundo gerido por Máximo dos Santos já injetou três mil milhões de euros para compensar o banco por prejuízos com um conjunto de ativos tóxicos.

Os trabalhos irão prolongar-se pelos próximos 120 dias (quatro meses), antes de o Fundo de Resolução efetuar nova transferência para o Novo Banco — que têm ocorrido em maio.

Fernando Negrão já colocou em cima da mesa as regras do jogo: “Ficou assente entre os deputados que integram a comissão que os trabalhos terão de decorrer não de uma forma esporádica, reunião aqui e reunião ali, mas terá de decorrer de forma uniforme da maneira a que o prazo seja cumprido e não se perca o fio à meada“.

“A ideia é cumprir o prazo, mas mais importante do que isso é ter uma linha condutora que nunca seja perdida. Para isso as reuniões têm de acontecer com regularidade constante”, explicou.

Qual o próximo passo? Até dia 28, os deputados terão de enviar ao presidente da comissão de inquérito a lista de documentos e personalidades a ouvir nos próximos meses. “Depois será dado conhecimento aos deputados de todos os requerimentos e depois no princípio de janeiro para sabermos quais os documentos e as pessoas a ouvir”, esclareceu Fernando Negrão.

A comissão de inquérito é composta por 17 deputados: sete do PS, quatro do PSD, dois do BE, um PCP, um do CDS, um do PAN e um da Iniciativa Liberal.

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Depois de acordo com BCP, reforma de Jardim Gonçalves desce de 174 mil para 49 mil euros

  • ECO
  • 15 Dezembro 2020

O BCP alcançou um acordo extrajudicial para o corte na pensão de reforma do antigo administrador Jardim Gonçalves.

A pensão de reforma de Jorge Jardim Gonçalves vai sofrer um corte, depois de o BCP ter alcançado um acordo extrajudicial, segundo adianta o Expresso (acesso pago). A reforma do fundador e antigo presidente do banco vai assim passar de 174 mil para 49 mil euros por mês, em termos brutos.

O processo começou quando o banco avançou com o pedido de corte da pensão do seu ex-presidente junto do Tribunal de Sintra. A argumentação para a redução advém do Código das Sociedades Comerciais, onde se estabelece que a reforma dos antigos administradores não deve ultrapassar a remuneração mais alta que aufere um administrador executivo no ativo. Isto depois de serem feitas alterações no Regulamento de Reformas, nomeadamente com cortes de regalias.

Outros antigos administradores do banco já passaram também por situações semelhantes, com as mudanças nas regras das reformas. Filipe Pinhal, Alípio Dias e Paulo Teixeira Pinto são alguns dos que contestaram os cortes nas pensões, mas conseguiram alcançar um acordo com o BCP.

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Role to play: Nova SBE partilha produção científica e académica

A Nova SBE disponibiliza, de forma gratuita, centenas de artigos académicos e científicos na plataforma Nova SBE Role to Play. Quer democratizar o acesso ao conhecimento e aproximá-lo à prática.

A Nova SBE lançou a plataforma Nova SBE Role to Play, onde disponibiliza gratuitamente trabalhos científicos e académicos produzidos na universidade e em escolas parceiras. O objetivo do projeto é democratizar o acesso à produção teórica, científica e académica desenvolvida sob a chancela da instituição, apresentar as melhores práticas de sustentabilidade de empresas, startups e outros projeto e, ainda, diminuir o gap entre a produção de conhecimento e a sua aplicação prática. A plataforma arranca esta terça-feira com mais de 200 conteúdos disponíveis, desenvolvidos por um universo de 350 colaboradores ligados à escola.

Na plataforma é possível aceder aos projetos de investigação, relatórios, artigos, webinares e histórias de impacto por área de interesse e partilhar conteúdos, ideias e potenciais sinergias.

“Para a Nova SBE o impacto positivo da sua atividade está necessariamente orientado para responder aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e toda a nossa comunidade encontra-se comprometida em fomentar o diálogo e a ação, disseminando conhecimento, lançando projetos inovadores, apoiando a transformação das organizações e sociedade e liderando, pelo exemplo, com a formação de cidadãos responsáveis nas diversas esferas da sua atividade cívica e profissional”, explica Daniel Traça, dean da Nova SBE, em comunicado.

Em abril, a Nova SBE lançou a plataforma “We all have a role to play”, que junta especialistas de várias áreas da sociedade civil para sensibilizar a comunidade no apoio a pessoas e empresas, com o objetivo de minimizar o impacto negativo do coronavírus.

 

“A plataforma Nova SBE Role to Play que agora lançamos, materializa a nossa missão de contribuir com o nosso conhecimento e experiência para a criação de um mundo mais sustentável e colaborativo e inspirar a que outros se juntem a este movimento de criar um impacto positivo norteado pelos ODS. Toda a comunidade Nova SBE está convidada a contribuir através da partilha dos seus conteúdos para criar cada vez mais valor a este espaço, onde os vários players da sociedade podem aceder livremente a toda a informação disponibilizada”, conclui Daniel Traça.

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Crédito ao consumo encolhe com menos financiamento automóvel

Embora o número de novos contratos de crédito ao consumo concedidos aos consumidores tenha sido superior ao registado em setembro, o montante contratado encolheu.

Outubro ficou marcado por um aumento do número de contratos de crédito ao consumo. No entanto, os dados divulgados pelo Banco de Portugal evidenciam que os bancos e financeiras concederam um valor mais baixo: um total de 534,94 milhões de euros, quebra explicada essencialmente com o menor financiamento para automóveis.

O valor contratualizado a propósito do crédito ao consumo, no mês de outubro, ficou aquém do referente ao mês de setembro, que tinha sido de 538,53 milhões de euros. Este foi o montante mais baixo verificado desde agosto do presente ano, que correspondia a 504,37 milhões de euros, apresentando uma quebra de 26,8% face ao mesmo mês do ano passado.

Esta é uma quebra que é consubstanciada por uma redução ao nível do crédito automóvel, à semelhança do que ocorreu em setembro. Efetivamente, ocorreu uma descida de 1,2% ao nível do montante disponibilizado para fins automóveis, o que corresponde a um total de 237 milhões de euros.

No entanto, apenas na aquisição de veículos usados ficou evidente essa tendência de quebra face ao mês anterior (-4,3%) no que toca ao montante contratualizado, com a modalidade de locação financeira ou ALD (Aluguer de Longa Duração) a apresentar, até, um crescimento significativo (16,4%). O montante associado à locação financeira ou ALD (Aluguer de Longa Duração) de veículos usados e à aquisição de veículos novos apresenta uma ligeira subida face ao mês de setembro (1,0% e 1,5%, respetivamente).

A respeito do crédito pessoal, identifica-se uma ligeira quebra no que toca ao montante contratualizado, que cai 1,4%, para os 206 milhões de euros. A concessão de outros créditos pessoais (como, a título de exemplo, os créditos consolidados) registou também uma ligeira quebra tanto ao nível do montante contratualizado (-2,1%), atingindo os 196,16 milhões de euros. Porém, o montante concedido para fins de Educação, Saúde, Energias Renováveis e Locação Financeira de Equipamentos sofreu um aumento significativo de 15,2%, face ao mês anterior.

Já no que toca aos cartões de crédito, os dados divulgados pelo Banco de Portugal evidenciam uma tendência de incremento, com o montante contratualizado a subir 2,4%, correspondentes a 91 milhões de euros, e com o número de novos contratos concedidos a subir 7,2%.

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Apoios a obras do programa Adaptar prolongados até março

  • Lusa
  • 15 Dezembro 2020

Em causa estão apoios à adaptação à pandemia dos estabelecimentos, métodos de organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores.

O prolongamento até março do programa Adaptar, de apoio à reconversão dos estabelecimentos e métodos de trabalhos das micro, pequenas e médias empresas, para cumprirem distanciamento devido à pandemia, foi publicado esta terça-feira em Diário da República e entra em vigor quarta-feira.

O Conselho de Ministros aprovou, há quase três semanas, o prolongamento dos apoios ao abrigo do programa Adaptar, de seis para nove meses, até 31 de março de 2021, para adaptarem os estabelecimentos, métodos de organização do trabalho e de relacionamento com clientes e fornecedores, às novas condições de distanciamento físico impostas pela doença da Covid-19.

“Este sistema veio permitir minorar os custos acrescidos para o restabelecimento rápido das condições de funcionamento das empresas, sendo apoiados, nomeadamente, os custos de aquisição de equipamentos de proteção individual para trabalhadores e utentes, equipamentos de higienização, contratos de desinfeção e os custos com a reorganização dos locais de trabalho e alterações de layout dos estabelecimentos“, destaca o Executivo, no diploma.

Este sistema estabelecia como critério de elegibilidade dos projetos a apoiar a duração máxima de execução de seis meses, a contar da data de notificação da decisão favorável, tendo como data limite 31 de dezembro de 2020.

Lembrando a declaração do estado de emergência, renovada em 20 de novembro pelo Presidente da República que adotou novas medidas e restrições com vista à prevenção e resposta à pandemia da doença Covid-19, o Executivo defende estas medidas como “fundamentais do ponto de vista da saúde pública”, mas lembra que provocaram novos impactos na atividade económica, “sendo necessária a proteção dos beneficiários que fiquem impedidos de concluir, até 31 de dezembro de 2020, os seus projetos com candidaturas já aprovadas ao abrigo das linhas de incentivo” criadas em maio.

“O presente decreto-lei prorroga a duração máxima de execução dos projetos apoiados de seis para nove meses, a contar da data de notificação da decisão favorável, tendo como data limite 31 de março de 2021”, conclui.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.612.297 mortos resultantes de mais de 72,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 5.649 pessoas dos 350.938 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Anacom vê condições para concluir leilão em janeiro. 5G chega no primeiro trimestre

O presidente da Anacom reiterou que há condições para concluir o leilão do 5G em janeiro e admite a chegada das primeiras ofertas comerciais durante o primeiro trimestre de 2021.

O presidente da Anacom assegurou esta terça-feira que o leilão do 5G “está a decorrer de acordo com o calendário”, reiterando a intenção de concluir o processo em janeiro, criando condições para o lançamento das primeiras ofertas comerciais no primeiro trimestre.

“Terminou há uns dias entrega das candidaturas. Fizemos também, entretanto, o trabalho de verificar a qualificação dos candidatos. Entrámos agora na fase seguinte, a fase das licitações, que decorrerá em duas fases. Uma fase para os novos entrantes e, depois, a fase de licitação principal”, explicou João Cadete de Matos numa audição no Parlamento.

“Contamos que, durante o mês de janeiro, dependendo do número de rondas, [seja possível] ter o leilão concluído e, a partir daí, fazer todos os procedimentos de atribuição dos direitos e, durante o primeiro trimestre, as empresas vencedoras tenham as licenças atribuídas e estejam em condições de desenvolver os seus negócios com base nessas licenças”, afirmou o presidente do regulador do setor.

João Cadete de Matos foi chamado à Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação para defender as opções tomadas pela Anacom para o regulamento do leilão do 5G, que tem estado sob fogo cerrado das operadoras de telecomunicações.

“O leilão contempla licenças de utilização de várias tecnologias, não só o vulgo 5G, mas também o 4G. As frequências para 5G vão estar na sua totalidade disponíveis, os 700 MHz e 3,6 GHz. Onde existe uma reserva de espetro para novos entrantes é apenas nas frequências associadas ao 4G e, nessas, a reserva é uma pequena percentagem da quantidade de espetro que será atribuída”, apontou João Cadete de Matos.

Sobre a reserva de espetro, o líder do regulador disse aos deputados que “as frequências vão estar disponíveis para cumprir o objetivo relativamente aos novos entrantes do ponto de vista da concorrência”. “Consideramos isso importante”, atirou.

Meo, Nos e Vodafone recorreram aos tribunais para tentar suspender o leilão do 5G. Recentemente, a Anacom viu-se forçada a invocar “grave prejuízo para o interesse público” para impedir a suspensão judicial do procedimento em curso.

Desconto nas taxas de espetro vale 670 milhões

O presidente da Anacom revelou também que o desconto de 80% nas taxas de espetro mais relevante para o 5G, durante os 20 anos da licença, representa 670 milhões de euros e é “amiga do investimento”.

“A decisão do Governo de ter um desconto de 80% nas taxas de espetro mais relevante para o 5G também significará um desconto para os 20 anos das licenças que totaliza 670 milhões de euros”, referiu João Cadete de Matos.

Relativamente à atração do investimento, “importa de facto ter presente que os preços de reserva para o leilão são preços bastante alinhados com leilões que houve anteriormente na Europa, mas tendo preços que são muito inferiores aos preços finais que foram atingidos nesses leilões”, salientou o regulador.

“Estamos a falar de um incentivo muito grande, quer dos preços [de reserva], quer das taxas, para que a atribuição possa ser considerada amiga do investimento e promotora do investimento”, apontou.

“É preciso que os consumidores tenham ofertas de acordo com as suas necessidades”

Na mesma ocasião, o presidente da Anacom disse que o regulamento do leilão do 5G cria condições para “resolver o problema” da cobertura em “zonas do país menos povoadas, onde o negócio” das telecomunicações “é menos rentável” e onde “existe falha de mercado do ponto de vista de satisfação dos cidadãos e das empresas”.

Outro objetivo é o de garantir que há uma maior flexibilidade nas ofertas disponíveis no mercado. “Do ponto de vista das escolhas, é preciso que os consumidores tenham ofertas de acordo com as suas necessidades. Que não tenham de ter um dispêndio que é muito elevado do rendimento das famílias para pagar serviços de que não têm necessidade”, afirmou o presidente da Anacom.

“Temos dado o exemplo do telefone fixo, ou dos 200 canais de televisão, e muitos consumidores querem apenas contratar um serviço de internet e não há necessidade de que tenham que, para esse objetivo, pagar tanto pelo serviço de internet como pagam pelo pacote global de todas as comunicações. É isso que está em causa, um dos objetivos que está em causa na atribuição das frequências”, apontou João Cadete de Matos.

(Notícia atualizada às 15h24 com mais informação)

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Regulador europeu deverá aprovar vacina da Pfizer a 21 de dezembro

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deverá dar "luz verde" à vacina da Pfizer contra o coronavírus já na próxima semana, a 21 de dezembro.

A vacina da Pfizer e da BioNTech contra o coronavírus deverá ser aprovada já na próxima semana pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês). Fontes do Governo alemão citadas pela Reuters apontavam para 23 de dezembro, mas a própria EMA vem agora afirmar que está marcada para dia 21 de dezembro uma reunião onde deverá ser dada essa aprovação.

“Após a receção ontem [segunda-feira] à noite de dados adicionais solicitados pelo CHMP [Comité de Medicamentos para Uso Humano] à empresa e enquanto se aguarda o resultado da sua avaliação, uma reunião excecional do CHMP foi agendada para 21 de dezembro para concluir [o processo de aprovação], se possível. A reunião planeada para 29 de dezembro vai acontecer, se for necessário”, refere a EMA, em comunicado.

O regulador europeu continua, referindo que o “CHMP irá concluir a sua avaliação o mais cedo possível” e só “quando os dados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina forem suficientemente robustos e completos para determinar se os benefícios da vacina superam os seus riscos”.

Assim que o CHMP recomendar a disponibilização da vacina no mercado, “a Comissão Europeia vai acelerar o processo de tomada de decisão com vista a conceder uma autorização de introdução no mercado válida em todos os Estados-Membros da UE e do EEE dentro de alguns dias”, continua a EMA.

Esta terça-feira, a Reuters apontava 23 de dezembro como o dia em que a aprovação à vacina seria dada. “Sim, isso será feito a 23 de dezembro”, disse uma fonte do Governo alemão à agência noticiosa, referindo-se à aprovação da vacina da Pfizer pelo regulador europeu. Com esta “luz verde”, os países da Europa ficam, assim, mais perto de começar a vacinar as suas populações.

Numa conferência de imprensa, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, já tinha afirmado que esperava que a aprovação europeia para a vacina chegasse antes do Natal, facilitando as primeiras vacinações antes de acabar o ano.

No início deste mês, a EMA afirmou que planeava emitir um parecer sobre a vacina da Pfizer até 29 de dezembro e sobre a vacina da Moderna até 12 de janeiro. As vacinas já estão a ser preparadas em países como os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, depois de os reguladores locais terem dado as suas próprias “luzes verdes”.

Quanto a Portugal, o coordenador do Plano Nacional de Vacinação anteviu, em entrevista à RTP, que, em princípio, as primeiras vacinas contra o coronavírus começarão a ser administradas à população de risco no início de janeiro, um ou dois dias após chegarem a Portugal. A previsão é de que cheguem a território nacional 1,5 milhões de doses de vacina da Pfizer no primeiro trimestre de 2021.

(Notícia atualizada às 13h58 com declarações oficiais da EMA)

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