Parlamento Europeu manifesta “profunda preocupação” com nomeação de Portugal para procurador europeu

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

Eurdoeputados lembram que um procurador europeu deve ser "independente" e que a interferência de um governo na nomeação pode ter um impacto negativo na reputação e integridade da instituição.

O Parlamento Europeu (PE) aprovou esta quinta-feira o relatório sobre a quitação do orçamento do Conselho Europeu e do Conselho da UE para 2019 manifestando “profunda preocupação” com a nomeação de Portugal para o cargo de procurador europeu.

O assunto é abordado num capítulo dedicado ao “Papel do Conselho na nomeação dos procuradores europeus para a Procuradoria Europeia”, manifestando o PE “profunda preocupação com as revelações dos meios de comunicação social segundo as quais o Governo português transmitiu ao Conselho informações erróneas sobre as qualificações e a experiência do candidato classificado em segundo lugar pelo comité de seleção europeu, o que conduziu à sua nomeação para o cargo de procurador europeu português”.

Os eurodeputados salientam ainda que “os procuradores europeus devem ser independentes e que qualquer suspeita de intervenção de um governo nacional a favor de um candidato contra a recomendação do comité de seleção europeu teria um impacto extremamente negativo na reputação, na integridade e na independência da Procuradoria Europeia enquanto instituição”.

O PE lamenta ainda que “o Conselho não tenha respondido de forma adequada a várias perguntas escritas apresentadas por deputados ao Parlamento Europeu entre julho e setembro de 2020, nas quais se solicitava ao Conselho que indicasse as razões que o levaram a não seguir as recomendações do comité de seleção europeu e que prestasse esclarecimentos sobre o processo de avaliação que lhe permitiu decidir não seguir as recomendações do comité de seleção europeu”, situações verificadas na Bélgica, Bulgária e Portugal.

O PE aprovou esta quinta-feira, com 633 votos a favor, 39 contra e 18 abstenções, o relatório sobre a quitação pela execução do orçamento geral da União Europeia para o exercício de 2019, Secção II – Conselho Europeu e Conselho.

A nomeação de José Guerra para procurador europeu deu origem a polémica, estando agora a ser analisada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (UE), na sequência de um recurso interposto pela procuradora do departamento Central de Investigação e Ação Penal Ana Carla Almeida contra a nomeação, pelo Conselho da UE, do magistrado português José Guerra para a Procuradoria Europeia.

Ana Carla Almeida entende que foi injustamente preterida no concurso e nomeação nacional para procurador europeu, após ter ficado em primeiro lugar na escolha do Júri Europeu.

A ministra da Justiça, Francisca van Dunen, já nomeou, entretanto, os quatro procuradores delegados e apelou, em 11 de março, aos 22 Estados-membros que fazem parte da Procuradoria a avançarem com as suas escolhas, de modo a que o organismo esteja operacional ainda este semestre, durante a presidência portuguesa do Conselho da UE.

A Procuradoria Europeia é, por designação, um órgão europeu criado para melhorar a cooperação entre os Estados-membros no combate aos crimes que prejudiquem os interesses financeiros da UE.

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Repsol obtém lucros de 648 milhões de euros no 1º trimestre contra perdas um ano antes

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

Este é o primeiro resultado positivo alcançado desde o terceiro trimestre de 2019, uma mudança que a empresa atribui à força do modelo empresarial baseado na diversificação e transição energética.

A Repsol obteve lucros líquidos de 648 milhões de euros no primeiro trimestre, contra perdas de 487 milhões de euros um ano antes, provocadas pela queda dos preços do petróleo e pelo colapso da procura devido à pandemia.

Este é o primeiro resultado positivo alcançado pela empresa de energia desde o terceiro trimestre de 2019, uma mudança de sinal que a empresa atribui à força do modelo empresarial baseado na diversificação e transição energética, bem como a uma gestão eficiente, as medidas postas em prática para enfrentar a pandemia.

O regresso ao lucro deveu-se também ao impacto positivo do efeito patrimonial nas empresas industriais, que passou de -790 milhões de euros para 321 milhões de euros, principalmente devido ao aumento dos preços do petróleo.

O resultado líquido ajustado, que mede o desempenho das unidades de negócio da empresa, foi de 471 milhões de euros, 5,4% acima do registado no mesmo período em 2020, apresentando resultados sólidos nas áreas de Exploração e Produção e Química.

“O modelo de negócio integrado da Repsol provou ser decisivo para estes resultados positivos apesar da enorme dificuldade do contexto atual, que tem afetado significativamente os setores da Refinação e da Mobilidade”, refere a empresa.

De acordo com as contas enviadas à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola (CNMV), o lucro bruto de exploração (Ebitda) foi de 1.837 milhões de euros, cinco vezes mais do que um ano antes.

“Tivemos um desempenho positivo num ambiente extremamente difícil que nos obriga a continuar a trabalhar arduamente, da forma mais eficiente e flexível possível. Estamos a lançar as bases para o futuro da Repsol, avançando nos nossos objetivos de descarbonização com projetos de ponta que reforçam a indústria espanhola e nos ajudam a recuperar da crise”, disse o CEO (Chief Executive Officer) da Repsol, Josu Jon Imaz.

No primeiro trimestre, todas as áreas de negócio obtiveram um fluxo de caixa operacional positivo, que totalizou 1.030 milhões de euros, mais 73% do que entre janeiro e março de 2020, e o grupo reduziu a dívida líquida em 5% para 6.452 milhões (incluindo os arrendamentos).

A área de Exploração e Produção (Upstream) gerou um resultado líquido ajustado de 327 milhões de euros, contra 90 milhões no ano anterior, graças à eficiência, otimização das operações e reduções de custos que permitiram à empresa tirar partido da recuperação dos preços internacionais do petróleo (22% no caso do Brent) e do gás (35% no caso do Henry Hub).

A produção média ascendeu a 638.000 barris de equivalentes de petróleo por dia, em linha com os números estabelecidos no Plano Estratégico até 2025 e ligeiramente superior à do trimestre anterior.

A divisão Industrial contribuiu com 73 milhões, menos 75%, atingida pelo impacto negativo da covid-19 nas condições do mercado internacional.

Os negócios de Química e Comércio por Grosso e de Gás tiveram um desempenho positivo, enquanto a Refinação sofreu as consequências da pandemia para o setor como um todo, com margens baixas e paralisações de atividade.

Além disso, a área está a ser atingida pela incerteza gerada pela transição energética, que exigirá grandes projetos e investimentos nos próximos anos para alcançar os objetivos de transformação e descarbonização estabelecidos pela Repsol, disse a empresa no comunicado.

O setor Comercial (Mobilidade) e das Renováveis contribuiu com um lucro de 101 milhões de euros, menos 16,5% do que um ano antes, depois das restrições de mobilidade adotadas em Espanha e os efeitos da tempestade Filomena terem reduzido a procura nas estações de serviço em 14% no trimestre.

A empresa investiu 2.906 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, menos 47% que um ano antes, tendo sido 40% do investimento aplicado em projetos de baixo teor de carbono.

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Sindicato acusa Casimiro de “iludir” trabalhadores, TAP e Governo

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) acusou o presidente do Conselho de Administração da Groundforce de querer garantir um empréstimo com os salários dos trabalhadores.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) acusou esta quinta-feira o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Groundforce, Alfredo Casimiro, de querer garantir um empréstimo com os salários dos trabalhadores da empresa, segundo um comunicado.

“Desde fevereiro, altura da primeira aparição de tão ilustre personagem, um ano após o início da crise pandémica, que Alfredo Casimiro tem, dia após dia, perdido a pouca credibilidade que lhe resta junto dos trabalhadores, criando manobras de diversão sustentadas por mentiras deliberadas, enganos compulsivos, falsas tentativas de vitimização, tentando iludir os trabalhadores, as organizações representativas destes, a TAP e a própria tutela, com a qual abriu, em determinado momento, uma insanável guerra institucional, fruto das constantes manobras de diversão com que foi iludindo toda a gente”, criticou o sindicato.

A estrutura recordou depois que “quando em fevereiro não foram pagos os salários, Alfredo Casimiro decide informar o Governo que está disposto a proceder à entrega das ações que detém na Groundforce, como garantia”, mas que “afinal essas ações não podiam ser entregues como garantia uma vez que as mesmas já se encontravam penhoradas por um alegado empréstimo concedido pelo Montepio ao ‘empresário’”.

“Sem alternativas credíveis, sem acesso ao empréstimo de cerca de 30 milhões de euros, por não apresentar suficiente sustentabilidade que garantisse o pagamento desse mesmo empréstimo, [Alfredo Casimiro] começa a preparar mais uma manobra, que passaria por uma revisão, sob forma de corte profundo nas remunerações e direitos futuros dos trabalhadores, ou seja, a garantia de pagamento do empréstimo seriam os salários dos trabalhadores numa espécie de hipoteca coletiva, em sede de acordo de empresa”, garantiu o STTAMP.

“Garantidos que estavam o pagamento dos salários de abril, Alfredo Casimiro apresenta mais um plano mirabolante de fuga para a frente, alegando supostas ilegalidades com vista a uma hipotética declaração de nulidade do contrato dos equipamentos cedidos à TAP”, lamentou o sindicato.

A estrutura apontou ainda que “Alfredo Casimiro, sem nenhuma base que sustente esse cenário informa que já estão garantidos os salários de maio, e que, em junho, a Groundforce estará a contratar novos trabalhadores”, mas referindo que isto aconteceu “no mesmo dia em são comunicados aos sindicatos os esquemas de redução horária, no âmbito dos apoios à retoma, com fortes e continuadas implicações nas remunerações dos atuais trabalhadores ao ativo, e numa altura em que os trabalhadores são já credores de remunerações vencidas que já deviam ter sido pagas e não foram (subsídios de férias, evoluções nas carreiras, anuidades e prémio de distribuição de lucros referentes a 2019).”

A TAP rejeitou esta quinta-feira a anulação dos contratos com a Groundforce, realçando que continuam “válidos e eficazes”, bem como as obrigações da empresa de handling de pagar a primeira prestação que vence já na sexta-feira. Na quarta-feira, o PCA da Groundforce, Alfredo Casimiro, anunciou a decisão de avançar com a anulação do acordo com a TAP que comprou em março ativos da empresa, por cerca de sete milhões de euros, alegando que punha em causa a sua sobrevivência e dos 2.400 trabalhadores.

O Conselho de Administração da TAP manifestou “a sua surpresa e estupefação com o comunicado emitido pela Groundforce”, sublinhando que “os contratos […] são válidos e eficazes e a decisão de os considerar nulos emitida por uma das partes não tem força legal”. “Continuam plenamente em vigor as obrigações da Groundforce para com a TAP ao abrigo dos mencionados contratos, nomeadamente o pagamento da primeira prestação de aluguer devida, que se vence amanhã, sexta-feira, dia 30 de abril de 2021”, lê-se no comunicado da TAP.

Na quarta-feira à noite, Alfredo Casimiro informou que “perante a opinião do Conselho Fiscal, dos auditores da Deloitte e de alguns juristas, se concluiu serem nulos os contratos de ‘sale & leaseback’ e arrendamento, celebrados em 19 de março de 2021 entre a Groundforce e a TAP”. De acordo com o PCA, aqueles contratos “eram desequilibrados e punham em causa a sobrevivência da Groundforce e o emprego dos seus 2.400 trabalhadores” e, por esse motivo, “foram anulados”, sem especificar o sentido de voto dos vários elementos da administração, onde a TAP está representada.

Questionada pela Lusa, fonte oficial do PCA disse que não foi permitido os dois administradores nomeados pela TAP votarem a proposta de anulação do acordo, referindo conflito de interesses, uma vez que a companhia aérea “é acionista, cliente e fornecedora da Groundforce”. O CA decidiu ainda “iniciar negociações com a TAP até um período máximo de seis meses”, para encontrar uma solução que permita “refazer os contratos de forma justa e equilibrada para ambas as partes, permitindo a continuidade e o futuro da Groundforce”.

“É intenção do acionista Pasogal manter e desenvolver uma relação saudável com a TAP, como aquela que existiu entre 2012 e 2019, acreditando estarem reunidas as condições para regressar à normalidade, assim se confirme o número de voos previstos pelo Eurocontrol e pela IATA e desde que interesses externos e a tutela da TAP não interfiram no normal funcionamento da empresa”, acrescentou o acionista maioritário da empresa de ‘handling’ (assistência em aeroportos).

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Mota-Engil fecha contrato de 165 milhões de euros no Peru

Construtora reforça presença no Peru ao fechar um contrato para a construção do Porto de Callao. Negócio está avaliado em cerca de 200 milhões de dólares (165,4 milhões de euros).

A Mota-Engil fechou mais um contrato na América do Sul. A construtora portuguesa adjudicou um contrato no Peru para a construção do Porto de Callao, no valor de cerca 200 milhões de dólares (aproximadamente 165,4 milhões de euros à taxa de câmbio atual).

“A Mota-Engil informa sobre a adjudicação, à sua subsidiária Mota-Engil Peru, de um novo contrato por parte da DPWorld, uma importante empresa de logística mundial a operar no Peru, num montante de cerca de 200 milhões de dólares norte americanos”, diz a construtora liderada por Gonçalo Moura Martins em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Em causa está a construção da Fase 2B do Porto de Callao, no Peru, cuja obra terá inicio imediato. Este projeto vai durar dois anos e nove meses (33 meses).

Com esta adjudicação, a construtora portuguesa “reforça significativamente a sua carteira de encomendas com clientes privados multinacionais e potencia a recuperação do volume de negócios do grupo numa região especialmente afetada pela atual crise pandémica”, assinala a nota de imprensa.

De sublinhar que na divulgação dos resultados ao mercado referentes a 2020, quando apresentou prejuízos de 20 milhões, a empresa tinha destacado que a “América Latina foi a região mais afetada pela Covid-19”. Na altura, a construtora destacou pela negativa os negócios no Peru, México e Brasil “devido a medidas exigentes de confinamento e paragens”.

Este novo contrato junta-se a outros já divulgados no Peru. Em novembro do ano passado, a Mota-Engil anunciou que fechou três contratos no valor global de 125 milhões no Peru com uma “importante empresa mineira privada”. Em causa estava a construção de uma barragem e sistema de gestão de água, assim como o estudo e construção de um hospital.

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Leão admite que desemprego pode ficar abaixo dos 7,3% previstos para este ano. Acompanhe aqui

O Governo vai apresentar o Programa de Estabilidade 2021-2025 e responder às questões dos deputados. Há três partidos com projetos de resolução sobre o documento.

Com um crescimento do PIB de 4% este ano e um défice orçamental de 4,5% do PIB, o Programa de Estabilidade 2021-2025 entregue a 15 de abril perspetiva o que serão os próximos anos de retoma pós-pandemia com a economia a expandir 4,9% em 2022, recuperando totalmente da Covid-19. Esta é a esperança do Governo com base no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a continuação do processo de vacinação. Contudo, os partidos têm dúvidas com o PSD, CDS e PCP a apresentar projetos de resolução onde tecem críticas ao documento do Executivo. Esta quinta-feira deu-se o confronto entre o Executivo e os deputados e, apesar de o Programa de Estabilidade não ter de ser votado, é expectável que haja divisão entre as bancadas parlamentares.

No debate, o ministro das Finanças, João Leão, admitiu que a taxa de desemprego anual de 2021 pode ficar abaixo dos 7,3% estimados pelo Governo no Programa de Estabilidade 2021-2025. Esta expectativa surge após o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter adiantado que a taxa ficou nos 6,5% em março, surpreendendo pela positiva o Ministério das Finanças: “A taxa de desemprego anunciada hoje pelo INE [Instituto Nacional de Estatística] está em valores muito abaixo do que eram expectáveis”, reconheceu.

“Olhe para a taxa de desemprego: 6,5%”, disse, respondendo a Afonso Oliveira (PSD), para depois acrescentar que “provavelmente até vai ficar, no cômputo do ano, abaixo do que temos no nosso Programa de Estabilidade“. Para o ministro esta é a medida de “eficácia” dos apoios do Governo, algo que repetiu diversas vezes durante o debate.

Reveja aqui o debate:

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Wall Street bate recorde à boleia do Facebook e Apple

Ações do Facebook disparam 6% depois de ter duplicado as receitas no primeiro trimestre do ano. A Apple também avança 1% com resultados acima do esperado. Wall Street bate recordes.

Wall Street arrancou a sessão desta quinta-feira em alta e já bateu recordes intradiários, com os investidores animados com os resultados do Facebook e da Apple no primeiro trimestre do ano.

As ações do Facebook estão a disparar 5,98% para 325,71 dólares, depois de ter apresentado receitas de 26,17 mil milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, uma subida de 48% face ao mesmo período do ano passado.

Também a Apple está em bom plano no arranque da sessão americana, com as ações a somarem 0,95% para 134,89 dólares, na sequência dos bons resultados: as vendas atingiram os 89,6 mil milhões de dólares, acima as estimativas de 77,4 mil milhões.

Neste cenário, o índice tecnológico Nasdaq sobe 1,09% para 14.204,515 pontos. Também o S&P 500 fixou um novo máximo intradiário, seguindo em alta de 0,55% para 4.206,14 pontos. O industrial Dow Jones avança 0,44%.

As notícias no plano macroeconómico também foram positivas: a economia americana acelerou no primeiro trimestre, impulsionada pelos apoios do Governo às famílias e empresas. Isto enquanto baixou o número de pedidos de subsídio de desemprego na última semana para 553 mil pedidos, contra os 566 mil pedidos da semana anterior.

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Uma morte e mais 470 casos de Covid-19 em Portugal

Desde o início da pandemia o país soma 836.033 casos e 16.974 mortes por Covid-19.

A Direção-Geral da Saúde identificou 470 novos casos de infeção por SARS-CoV-2, elevando o número total de infetados do país para 836.033. O boletim epidemiológico desta quinta-feira dá conta de uma morte por Covid-19 nas últimas 24 horas. Já morreram 16.974 pessoas desde que a pandemia chegou a Portugal.

Esta quinta-feira o boletim regista mais 545 recuperados, aumentando o número total para 795.326. Em sentido inverso, e tendo em conta que o número de novos casos foi inferior ao dos recuperados, há menos 76 casos ativos. São agora 23.733.

Entre os casos ativos, a maioria encontra-se a recuperar da infeção em casa. Porém, estão ainda 324 pessoas hospitalizadas (menos oito que no dia anterior), das quais 89 em unidades de cuidados intensivos (mais uma).

Boletim de 29 de abril:

De acordo com os dados da DGS, a única morte por Covid-19 das últimas 24 horas ocorreu no Alentejo. No que diz respeito aos novos casos, é o Norte que tem o maior número de novos infetados (213). Segue-se Lisboa e Vale do Tejo (143), Centro (49), Madeira (23), Açores (20), Algarve (13) e Alentejo (nove).

O boletim epidemiológico dá, por fim, conta de menos 37 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, depois de terem contactado com outro caso positivo. No total, estão 24.315 pessoas nesta situação.

(Notícia atualizada às 14h49)

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Plano anticorrupção aprovado. Quem ajudar a apurar a verdade é dispensado de cumprir pena

O Conselho de Ministros aprovou o plano que durará até 2024. Fim dos megaprocessos, dispensa de pena para quem ajudar na investigação e maior punição dos políticos corruptos são algumas das medidas.

O Governo aprovou esta quinta-feira o plano anticorrupção 2021/2024, após mais de um ano de discussão, anunciou a ministra da Justiça, que rejeitou ligar esta aprovação a casos mediáticos como a Operação Marquês. As alterações só se aplicam para o futuro e só se aplicam aos processos pendentes se daí resultar um benefício para o arguido“, precisou Francisca Van Dunem.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, um dos objetivos do plano é o de “articular os diversos regimes de dispensa e atenuação especial da pena e suspensão provisória do processo, constantes do Código Penal e das leis acima referidas, que preveem tipos especiais de recebimento e oferta indevidos de vantagem e corrupção ou que abrangem, genericamente, estes tipos criminais, replicando em cada um deles as mesmas soluções legais”. O objetivo é procurar “incentivar-se a quebra dos pactos de silêncio entre os agentes dos crimes de corrupção”.

“As entidades públicas e privadas, apenas as médias e grandes empresas, passam a ter obrigação de ter planos de prevenção de riscos de corrupção, códigos de conduta, canais de denúncia e responsáveis pelo cumprimento dessas normas e obrigações formativas“, explicou Van Dunem, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros o qual o plano foi aprovado.

O plano vai agora ser discutido em Parlamento. O Governo espera ter o mais amplo consenso para aprovar este diploma, considerando que não existe nenhum partido que não tenha interesse no combate à corrupção. “O Governo está fortemente empenhado neste pacote para criar condições efetivas quer na prevenção quer na repressão”, sublinhou a ministra da Justiça.

No diploma foi criado um mecanismo de responsável pela execução e acompanhamento do regime geral da corrupção como na implementação da estratégia na dimensão preventiva e pela recolha de informação relacionada com a parte repressiva.

“Esta entidade é independente, tem poderes de promoção e é ouvida cada vez que houver necessidade de falar sobre essas matérias. Tem planos de ações trianuais e anuais, que são desenvolvidos com as várias áreas de governação no sentido de permitir que através da educação e formação profissional se consiga criar um ecossistema hostil a fenómenos de natureza corruptiva”, explica Van Dunem.

O Governo identificou um conjunto de necessidades no que diz respeito à repressão criminal. Entre as medidas que constam do pacote está a aproximação do inquérito à data dos factos, através da criação de canais de denúncia. A diretiva europeia de proteção dos denunciantes foi aprovada e aplica-se a denunciantes nos interiores das organizações, proibindo-se também a existência de atos de retaliação.

A ministra referiu as dificuldades ao nível da conexão de processos, anunciando assim a separação de processos e a possibilidade de o Ministério Público analisar isoladamente cada uma das situações. “Identificou-se a necessidade de quebrar os pactos de silêncio. O Governo propõe ao Parlamento que seja possível a dispensa da pena, em determinadas condições, melhorando o mecanismo que existe“, referiu. A dispensa de pena possui dois modelos: obrigatória e facultativa.

Van Dunem sublinhou também que pretendem atualizar os prazos de prescrição e o conceito de funcionário para efeitos penais. “Não há propriamente uma elevação dos prazos de prescrição em termos gerais. O que foi feito foi uma harmonização dos prazos prescrição em todos os normativos em que tivessem em causa crimes de corrupção ou análogos“, explicou.

No que concerne ao julgamento, a ministra da Justiça reconhece que não têm formações especializadas para julgar categorias de crimes como a corrupção e que estes processos com elevado grau de complexidade e volume tornam difícil a fase de julgamento. Desta forma, anunciou o mecanismo sobre os acordos sobre a pena aplicável, que permite uma negociação na fase de julgamento entre o juiz, arguidos e MP sobre os limites máximos e mínimos das penas aplicáveis.

O acesso direto a informação bancária por parte das autoridades judiciárias e por outros órgãos de polícia criminal e a aprovação de um mecanismo que permitirá acompanhar as várias interações que vão existindo ao longo de um processo legislativo por parte dos cidadãos são outras das medidas apresentadas.

A delação premiada foi uma figura que ficou de fora do plano anticorrupção do Governo, mas para a ministra da Justiça existe neste plano um aprofundamento de um instituto que já existia no quadro do direito penal.

Já sobre o enriquecimento injustificado, Van Dunem refere que não consta na estratégia anticorrupção porque nunca foi objeto da mesma. “Foi um tema que surgiu no debate e que o Governo abriu o debate a este tema. Surgiu nessa altura uma ideia da Associação Sindical dos Juízes Portugueses que foi apresentada numa conferência que o Governo organizou. Nessa altura a versão que havia desta situação não é a mesma que há agora”, justifica a ministra.

 

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Marcelo quer Entidade da Transparência “operacional” e lembra que Portugal baixou no ranking da democracia

  • ECO
  • 29 Abril 2021

O Presidente da República disse que "é muito importante" que instituições como a Entidade da Transparência "estarem operacionais o mais depressa possível".

Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quinta-feira que vai esperar por conhecer todos os diplomas sobre a luta contra a corrupção, nomeadamente com a criminalização do enriquecimento ilícito, mas incentivou os partidos a que se faça o que for necessário em termos legislativos e “quanto mais depressa melhor”. “Já disse que vejo com muito empenho a tomada de medidas”, vincou, em declarações transmitidas pela RTP3, prometendo voltar ao tema nos próximos dias assim que conhecer os detalhes das propostas apresentadas pelos partidos e pelo Governo.

Contudo, avisou que é preciso também dar os meios de investigação e recursos necessários para que a lei passe do papel à prática. Um desses casos é a Entidade da Transparência que irá fiscalizar as declarações de rendimento entregues pelos titulares de cargos políticos, mas que ainda carece de uma sede (em Coimbra), sendo expectável que só deverá arrancar as suas funções em 2023 — porém, segundo o Observador, pode arrancar já em setembro parcialmente. Para o Presidente da República “é muito importante que instituições como essa [a Entidade da Transparência] estarem operacionais o mais depressa possível“.

“Há ótimas leis que depois provam mal ou provam pouco por dificuldade de aplicação”, avisou o Chefe de Estado, pedindo que se faça um “esforço coletivo para que Portugal não baixe como baixou este ano no ranking das sociedades e do Estado em matéria de combate à corrupção”. Em causa está o ranking da revista britânica The Economist em que Portugal deixou de ser considerada uma “democracia plena”. “Não é bom, é um mau sinal em termos de qualidade da democracia“, alertou.

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TAP garante que contratos com a Groundforce são “válidos”. Anulação “não tem força legal”

Anulação da venda de equipamentos foi decidida pela administração da empresa de handling apontando parecer negativo do conselho fiscal e do auditor. Companhia alega que essas opiniões não existem.

A TAP rejeita a anulação dos contratos de sale and leaseback de equipamentos assinados com a Groundforce. A decisão de anular a venda foi tomada esta quarta-feira pelo conselho de administração da empresa de handling após ter recebido um parecer desfavorável do conselho fiscal e do auditor, mas a companhia aérea garante que a justificação não é legal.

“O conselho de administração da TAP vem por este meio manifestar a sua surpresa e estupefação com o comunicado emitido pela Groundforce”, começa por dizer a empresa, sobre o anúncio feito pelo presidente do conselho de administração Alfredo Casimiro na quarta-feira à noite. Depois da reunião, Casimiro disse que os contratos em questão eram “desequilibrados e punham em causa a sobrevivência” da Groundforce pelo que “foram anulados” com efeito imediato.

A TAP aponta “omissões e faltas à verdade” nas declarações, que considera que induzem em erro. E esclarece: “Os contratos referidos no comunicado da Groundforce (embora identificados de forma incorreta, pois trata-se de um contrato de compra e venda e de um contrato de aluguer de equipamentos e não de “contratos de sale & leaseback e arrendamento”) são válidos e eficazes e a decisão de os considerar nulos emitida por uma das partes não tem força legal“.

Após avanços e recuos nas negociações entre as duas empresas, foi fechado, a 19 de março, um contrato de venda de todos os ativos da Groundforce à TAP por sete milhões de euros. Estes equipamentos passaram a ser alugados à empresa de handling para manter a atividade, por 461.762 euros mensais (mais IVA), com o primeiro pagamento acordado a 30 de abril. Casimiro diz que “a opinião do Conselho Fiscal, dos auditores da Deloitte e de alguns juristas” concluiu “serem nulos os contratos”.

Mas a TAP contradiz o empresário. “O conselho fiscal da Groundforce não emitiu qualquer opinião sobre qualquer nulidade do contrato de compra e venda ou do contrato de aluguer dos equipamentos. O auditor da Groundforce não emitiu qualquer opinião sobre qualquer nulidade do contrato de compra e venda ou do contrato de aluguer dos equipamentos“, defende.

TAP espera pagamento amanhã. Não vê razão para renegociar

Além de negar a existência destes documentos, a companhia aérea rejeita igualmente o “pretenso conflito de interesses” de impediu os administradores da Groundforce indicados pela TAP SGPS de votar no conselho de administração. Assim, continuam “plenamente em vigor” as obrigações da Groundforce para com a TAP, “nomeadamente o pagamento da primeira prestação de aluguer devida, que se vence amanhã, sexta-feira, dia 30 de abril de 2021“.

A colocação em causa da validade e eficácia dos mencionados contratos sem qualquer fundamento válido é extremamente prejudicial, inclusivamente para a própria viabilidade financeira da Groundforce, não sendo despiciendo recordar que a hipótese de uma invalidação do contrato de compra e venda de equipamentos, como é aparentemente pretendido pela Groundforce, implicaria a restituição imediata pela Groundforce à TAP do montante pago pela aquisição dos equipamentos, sendo notório que a Groundforce não tem, atualmente, condições de o fazer”, aponta a TAP.

Casimiro admite que esse reembolso teria de ser feito, mas tinha já dito (antes da reunião) pretender discutir com a companhia aérea um plano de pagamentos faseados. No comunicado de quarta-feira disse ser sua “intenção” manter e desenvolver uma “relação saudável com a TAP”.

Os administradores da Groundforce decidiram igualmente iniciar negociações, até um período máximo de seis meses, de modo a encontrar uma solução com vista a “refazer os contratos de forma justa e equilibrada” para ambas as partes. Mas “ao contrário do que se pode eventualmente depreender do comunicado ontem emitido pela Groundforce, não se iniciaram quaisquer negociações com a TAP com vista «a refazer os contratos» e a TAP não encontra qualquer justificação para que essas negociações devam acontecer”.

(Notícia atualizada às 13h40)

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Pagamentos com cartões contactless disparam 163% em ano de pandemia

A pandemia veio provocar mudanças nos hábitos de utilização do cartão por parte dos portugueses, segundo um relatório do Banco de Portugal.

A chegada da pandemia a Portugal teve o impacto na economia, no consumo, mas também na forma os portugueses fazem pagamentos. O Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2020, divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal, mostra que o uso da tecnologia contactless foi potenciado em grande escala, tendo também havido um crescimento nas compras online em 2020.

No ano passado, registou-se uma mudança nos hábitos de utilização do cartão por parte dos portugueses, com as compras contactless a terem crescido exponencialmente (+163%). Também as compras online passaram a ser mais frequentes, tendo subido na ordem dos 32% em comparação com 2019.

A pandemia apresenta-se como a razão por detrás destas tendências. O Banco de Portugal mostra-nos como, nos primeiros dois meses do ano passado, apenas 10% das compras com cartão eram feitas online. Por sua vez, 12% das compras com cartão eram contactless, com cada compra desta natureza a envolver um valor médio de 14 euros.

Mas vendo-se impedidos, por muitas vezes, de fazerem compras presencialmente, os portugueses tiveram de arranjar novas formas de as fazer. Em abril, mês que se seguiu à identificação do primeiro caso de Covid-19 em Portugal e em que o país estava confinado, os valores associados a cada uma destas modalidades de pagamento cresceram automaticamente: 15% das compras com cartão passaram a ser online, com outros 17% a terem passado a ser contactless.

No último mês de 2020, em que o país estava desconfinado, mas em que a pandemia continuava a ser uma preocupação a nível nacional, as transações com cartão por via do online reduziram face a abril (13%), mas os portugueses tornaram-se ainda mais fãs da tecnologia contactless. Em dezembro, já 32% das transações com cartão eram feitas com recurso a esta metodologia, numa altura em que cada transação ascendia já ao valor médio de 24 euros.

E se, em fevereiro de 2020, se esperava um ano positivo no campo dos pagamentos de retalho, com estes a crescerem 11% face ao período homólogo, a pandemia veio alterar o cenário. Em abril, houve uma quebra de 38% neste indicador, que recuperou depois no final do ano. Em dezembro, o decréscimo no número de pagamentos de retalho foi de apenas 7% face ao último mês de 2019.

Portugueses preferem instrumentos de pagamento eletrónicos

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal vieram ainda mostrar que os portugueses continuaram a preferir os instrumentos de pagamento eletrónicos — cartões, débitos diretos, transferências a crédito e transferências imediatas — para a realização de transações. Excluindo o numerário, estes métodos foram usados em 99,3% dos pagamentos de retalho efetuados, correspondendo a 87,9% do montante transacionado em 2020.

Porém, a pandemia veio trazer ainda mais mudanças, ao ter provocado um aumento nos pagamentos através de métodos à distância e uma diminuição dos pagamentos ditos físicos. Efetivamente, registou-se um maior recurso às transferências imediatas (+81%), como é o caso das realizadas, por exemplo, através do MB Way. Também as transferências a crédito aumentaram face a 2019, mas em menor escala (+8%).

Contrariamente, houve uma diminuição drástica no recurso ao cheque para a realização de transações (-28%). E os débitos diretos (-5%) e as operações com cartão (-11%) também foram menos expressivos. Mas apesar das transações com recurso ao cartão terem baixado face a 2019, este continuou a ser o método de pagamento privilegiado dos portugueses. Este foi utilizado em 85% das transações, se desconsiderado o caso do dinheiro em “formato físico”. O número de levantamentos de numerário também diminuiu, na ordem dos 21%.

Contas feitas, 2020 foi um ano de menos despesa para os portugueses, com estes a terem gasto menos 4% nos pagamentos quotidianos em comparação com o ano anterior. Foram menos 501 mil milhões de euros, indica o Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2020 do Banco de Portugal.

O que esperar para 2021?

Algumas das tendências identificadas desde que a pandemia chegou a Portugal viram-se reforçadas nos primeiros três meses deste ano. O recurso ao contactless mostrou-se ainda mais expressivo nas compras com cartão (37%), ao passo que 17% das transações com cartão eram já feitas online.

Porém, indicadores positivos devem ser destacados no campo dos pagamentos de retalho, com estes a crescerem face ao período homólogo (+9%). Se olharmos para os mesmos meses de 2019, vemos que o cenário não é assim tão promissor, com a quebra a existir e a ser na ordem dos 9%.

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PS agrava para cinco anos pena de prisão por ocultação intencional de enriquecimento

  • Lusa
  • 29 Abril 2021

O PS alarga ainda o crime de ocultação intencional de enriquecimento "à omissão intencional do dever de declarar o facto que originou incrementos patrimoniais".

O PS propôs esta quinta-feira um agravamento para cinco anos de prisão do crime de ocultação intencional de riqueza por titular de altas funções públicas, alargando também as obrigações declarativas de incremento do património ou de rendimento.

Este projeto de lei foi apresentado em conferência de imprensa pela líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, e pelos deputados socialistas Jorge Lacão e Constança Urbano de Sousa.

Em linhas gerais, o diploma dos socialistas alarga “as obrigações declarativas no sentido de incluírem a indicação dos factos que originaram incremento de património ou de rendimento e diminuição do passivo relevantes” por parte do titular de alto cargo público.

O PS alarga ainda o crime de ocultação intencional de enriquecimento “à omissão intencional do dever de declarar o facto que originou incrementos patrimoniais”. “Tendo em consideração a maior gravidade desta conduta, agrava-se a moldura penal para os cinco anos“, lê-se no diploma apresentado pela bancada socialista.

Para o PS, esta é a solução para “ultrapassar a indiscutível inconstitucionalidade de tentativas legislativas anteriores de criminalização do enriquecimento ilícito, que determinaram já duas pronúncias unânimes pela inconstitucionalidade dos respetivos decretos, através dos acórdãos do Tribunal Constitucional n.ºs 179/2012 e 377/2015, a Lei n.º 52/2019”.

Por essa razão, o PS optou por introduzir “um regime sancionatório exigente para o incumprimento de obrigações declarativas, incluindo a criminalização do seu incumprimento intencional e da ocultação de elementos patrimoniais ou rendimentos“.

“Tendo em consideração o contributo apresentado pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses no quadro da discussão pública da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção, o presente projeto de Lei pretende aperfeiçoar este regime jurídico, de forma a aumentar a sua eficácia” frisa-se na exposição de motivos deste projeto de lei.

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