Trump diz que eventual novo julgamento de destituição é “absolutamente ridículo”

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

Donald Trump referiu ainda que não deseja nenhuma forma de violência no país, numa altura em que se arrisca a ser o primeiro Presidente alvo de dois julgamentos de destituição durante o mandato.

O Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou “absolutamente ridículo” que outro julgamento de destituição seja aberto no Congresso, devido ao assalto ao Capitólio, dizendo que essa possibilidade está a causar uma “tremenda raiva” no país.

Trump, que arrisca um segundo processo de ‘impeachment’, cuja acusação será discutida na Câmara de Representantes na quarta-feira, também disse que não deseja nenhuma forma de violência no país.

Em declarações a jornalistas, na Casa Branca, antes de partir para uma viagem ao Texas, onde visitará as obras do muro de fronteira com o México, Trump disse que o processo de destituição que lhe está a ser preparado “é uma coisa terrível que eles estão a fazer”, sem explicitar a quem se referia.

Vários congressistas republicanos têm juntado a sua voz aos democratas na vontade de retirar os poderes presidenciais a Donald Trump, a quem acusam de ter instigado as cenas de violência no Congresso, na passada quarta-feira, num esforço para travar uma transição pacífica de poder.

Trump arrisca tornar-se o primeiro Presidente a ser alvo de dois julgamentos de destituição durante o seu mandato, num país ferido por profundas divisões políticas.

As autoridades norte-americanas alertaram esta terça-feira para potenciais protestos armados em Washington e em alguns estados, ainda antes da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden, organizados por apoiantes de Trump.

Num presságio sombrio, o monumento a Washington foi fechado ao público e a cerimónia de posse do 46.º Presidente dos EUA será realizada sem a presença de público.

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Banco Montepio tem luz verde do Governo para a saída de até 400 trabalhadores

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social aprovou o estatuto de empresa em reestruturação do Banco Montepio, com limite até 400 saídas nos próximos três anos.

O Governo aprovou o estatuto de empresa em reestruturação requerido pelo Banco Montepio, alargando a quota de rescisões com acesso a subsídio de desemprego até ao limite de 400 trabalhadores até setembro de 2023.

“O estatuto de empresa em reestruturação foi atribuído à Caixa Económica – Montepio Geral no período até setembro de 2023 e até ao limite de 400 trabalhadores, após análise por parte do Instituto da Segurança Social e do IAPMEI e após consulta aos parceiros sociais e à Associação Portuguesa de Bancos”, confirmou fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) após confrontado pelo ECO com essa informação.

O Banco Montepio tem em curso um processo de reestruturação que passa pela saída até 900 trabalhadores, cerca de 20% dos quadros da instituição financeira. Uma parte das saídas está a ser feita por via de reformas antecipadas. Outra parte do processo está a ser executada através de rescisões por mútuo acordo e que se encontrava dependente da decisão do Governo em relação ao pedido de estatuto de empresa em reestruturação.

Em dezembro, os sindicatos UGT e CGTP deram “parecer” negativo ao requerimento apresentado pelo Banco Montepio, apontando críticas sobre a falta de transparência do processo e rejeitando que a Segurança Social financiasse despedimentos do banco.

O pedido foi feito pelo banco a 27 de agosto, numa carta endereçada à ministra Ana Mendes Godinho. Na missiva, a que o ECO teve acesso, os administradores do banco Nuno Mota Pinto e José Carlos Mateus assinalaram o “caráter de urgência” do pedido e juntaram um outro documento: o projeto de reestruturação. Contudo, o banco eliminou informação do dossiê, alegando que “muitos elementos constantes do projeto de reestruturação remetido em anexo assumem natureza privilegiada e confidencial, cuja divulgação a terceiros seria apta a causar prejuízos elevados, de natureza patrimonial e reputacional”.

Além das saídas de trabalhadores, a reestruturação vai levar ao fecho de 80 balcões nos próximos anos, num processo ajustamento que é visto como crucial para o regresso aos lucros e à geração orgânica de capital, numa altura em que todo o setor está a ser afetado pela pandemia de Covid-19.

A instituição liderada por Pedro Leitão registou prejuízos de 56,8 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, perante o crescimento das imparidades e provisões para fazer face aos riscos da crise pandémica. O banco é detido pela Associação Mutualista Montepio Geral.

(Notícia atualizada às 17h31 com mais informação)

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Vacinar já as principais figuras de Estado? PS e PSD dizem que sim

No início de janeiro, António Costa considerou que não vacinar os líderes em primeiro lugar foi “a opção correta”. PS e PSD concordam que se devia vacinar figuras de Estado.

Ricardo Batista Leite, deputado do Partido Social Democrata (PSD), diz que seria “perfeitamente razoável” que as principais figuras do Estado fossem já vacinadas. Já o Partido Socialista (PS) defendeu que assunto deva ser “ponderado”, admitindo que poderá fazer sentido essa opção. António Costa tem defendido que não vacinar os líderes em primeiro lugar foi “a opção correta”.

O PSD gostava de ver respondida às suas questões quanto ao plano de vacinação contra a Covid-19. “O PSD entregou já em dezembro um requerimento para ouvir a comissão técnica de vacinação e ainda não foi respondido”, relembrou Batista Leite. Segundo o deputado, o PSD aguarda resposta quanto aos grupos selecionados para a vacinação.

Afinal, diz Batista Leite, “temos poucas vacinas” e “se há uma escassez, a ordem pela qual nós vacinamos significa que podemos ter maior ou menor mortalidade”. Ainda assim, considera razoável que os líderes políticos sejam já vacinados. “Não será por três, quatro ou cinco figuras do Estado que o plano de vacinação está em causa.”

José Luís Carneiro, do PS, diz que “é um assunto que deve ser ponderado”, mas não descartou a opção de inocular já detentores de cargos de liderança no Estado.

Relembrando que os candidatos presidenciais e outros líderes político não quiseram estar na primeira linha da vacinação para evitar que a opinião pública falasse de “privilégio”, o deputado reconheceu que “aqueles que se habilitam ao desemprenho de funções nas mais altas instâncias do Estado devem estar protegidos à semelhança de outros setores”. Ainda assim, não tomou uma posição concreta face ao assunto.

Já o líder do Centro Democrático Social (CDS), Francisco Rodrigues dos Santos, preferiu meter na primeira linha os idosos, dando como exemplo o seu avô de 99 anos, que não foi incluindo na primeira fase do plano de vacinação. “Cedo a minha vacina aos mais idosos, as pessoas com mais de 80 anos e que correm risco de vida com esta pandemia”, afirmou. Ainda assim, referiu que os líderes políticos com mais idade que queiram ser vacinados o devem ser.

Este tema volta à ribalta numa altura em que estão a disparar os casos de infeção no país. Estão a ser atingidos recordes de novos casos, internamentos e mortes, preparando-se o país para entrar num confinamento que apanhará o período das eleições presidenciais. Marcelo Rebelo de Sousa, que logo no início da pandemia esteve em isolamento profilático, teve um teste positivo à Covid-19, sendo que testes posteriores vieram negativo. Por causa de Marcelo, adversários na corrida a Belém estiveram também isolados a aguardar indicações das autoridades de saúde.

Costa contra vacinação de líderes em primeiro lugar

Numa entrevista à Lusa, no início de janeiro, António Costa, que antes do Natal teve de ficar em isolamento profilático por contacto de risco com Emmanuel Macron, considerou que foi correta a opção tomada de não começar a vacinação pelos primeiros-ministros ou presidentes, como aconteceu em outros países.

“Noutros países, houve a ideia de que deviam começar pelos primeiros-ministros ou pelos presidentes para darem o exemplo, mas desse ponto de vista a opção que fizemos foi a correta”, disse o primeiro-ministro.

Na altura, o chefe do Governo justificou a sua posição referindo que a vacinação dos profissionais de saúde em primeiro lugar “transmite a todos uma enorme confiança”. Além do mais, continuou, há “a razão óbvia de proteger quem nos pode proteger”.

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Restauração prevê mais de 100.000 despedimentos no 1.º trimestre

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

Os empresários da restauração "afirmam que terão de despedir entre três a quatro trabalhadores por estabelecimento", avançou a associação PRO.VAR.

A PRO.VAR – Promover e Inovar a Restauração Nacional avisou esta terça-feira que os despedimentos no setor podem ultrapassar os 100.000 no primeiro trimestre deste ano, segundo um inquérito realizado a empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes.

“Os empresários da restauração, com especial incidência nos restaurantes, afirmam que terão de despedir entre três a quatro trabalhadores por estabelecimento, o que se prevê que os despedimentos ultrapassem os 100.000 trabalhadores neste primeiro trimestre”, alertou a associação, com base nos resultados de um inquérito realizado entre os dias 04 e 10 de janeiro, com respostas válidas de 542 estabelecimentos de restauração, aos quais perguntou se “com as mesmas perdas e sem apoios, vai ter de despedir?”.

Face à iminência de um novo confinamento geral, semelhante ao da primavera e que prevê o encerramento dos estabelecimentos de restauração, a PRO.VAR lembrou que o setor “está exausto” após “dez meses de restrições ‘severas’ acompanhadas de apoios insuficientes”.

A associação alertou também para as novas consequências de um segundo confinamento, uma vez que “o setor está sem ‘saúde’ financeira e mental e, portanto, sem liquidez e com ‘stress’ acumulado”.

Segundo aquela associação, a maioria das empresas da restauração consideram que a modalidade de ‘take-away’ “não é solução”, já que ficam apenas com as cozinhas a funcionar, com menos trabalhadores, mas com mais custos, preferindo, então, encerrar totalmente.

Neste sentido, a PRO.VAR pede ao Governo que apoie as empresas do setor “com caráter imediato” e propõe a “criação de um APOIAR 2.0, para o último trimestre de 2020, atribuindo um apoio de 280 milhões de euros (apoio a fundo perdido dos custos fixos, com idêntica base de cálculo, 20% das perdas que se estimam serem de 1,4 mil milhões de euros, resultado de 70% de perda homóloga no valor de dois mil milhões de euros), dividido por escalões que contemplem tetos diferentes para perdas superiores a 25% e 40%”.

Caso o Governo não injete liquidez adequada e imediata nas empresas, prosseguiu, “cerca de um terço das empresas do setor da restauração que já se encontram em incumprimento com o Estado, trabalhadores e fornecedores, colocam a hipótese de não reabrir” depois de um novo confinamento.

A PRO-VAR estima, ainda, que, em relação aos incumprimentos, “a situação fique descontrolada, pois mais de dois terços (70,1%) das empresas dizem não estar em condições de cumprir com obrigações futuras”.

“O enfraquecimento e desaparecimento de milhares de microempresas deixarão marcas profundas, estaremos à beira do fim de um setor tal como o conhecemos, correndo sérios riscos de perdermos competitividade e influência para os mais diretos concorrentes, deixando de estar no ‘radar’ dos principais destinos turísticos mundiais”, acrescentou.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira que há um grande consenso para que as medidas de confinamento geral a decretar tenham um horizonte de um mês e que Portugal regista uma dinâmica de “fortíssimo crescimento” de casos de Covid-19.

Perante os jornalistas, no final de mais uma reunião destinada a analisar a evolução da situação epidemiológica em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, o primeiro-ministro considerou que se revelaram insuficientes as medidas de confinamento ao fim de semana até agora adotadas, mas que “permitiram controlar a segunda vaga”.

“Neste momento, temos de ir mais além”, acrescentou António Costa.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 8.080 pessoas dos 496.552 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Cinemas com quebras de 75,55% em 2020, ano de “profundos constrangimentos”

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

O ICA revela que em 2020 as salas de cinema tiveram 3,77 milhões de espectadores, contrastando com os 15,5 milhões de bilhetes emitidos em 2019.

Os cinemas sofreram uma quebra de 75,55% em audiência e receitas no ano passado face a 2019, ou seja, tiveram menos 11,7 milhões de espectadores e faturaram menos 62,7 milhões de euros, foi anunciado esta terça-feira.

Segundo o Instituto do Cinema Audiovisual (ICA), estes dados refletem “um ano marcado por profundos constrangimentos” na exibição cinematográfica, por causa da pandemia de Covid-19, e cujas medidas restritivas afetaram “profundamente o normal funcionamento dos recintos de cinema”.

O ICA revela que em 2020 as salas de cinema tiveram 3,77 milhões de espectadores, quando em 2019 tinham sido emitidos 15,5 milhões de bilhetes.

As receitas de bilheteira situaram-se nos 20,4 milhões de euros, um quarto do valor de 2019, ano que totalizaram 83,1 milhões de euros.

Embora sejam ainda provisórios, os dados atestam uma quebra geral de 75,55%, confirmando que 2020 foi o pior ano para a exibição cinematográfica em sala pelo menos desde que o ICA sistematiza os dados estatísticos reportados pelos exibidores.

Em 2020, por causa do primeiro período de confinamento decretado em Portugal, as salas de cinema – assim como toda a atividade cultural com público – estiveram encerradas entre meados de março e início de junho.

A reabertura deu-se de forma gradual nas semanas seguintes, mas as quebras de audiência e receitas foram variando mensalmente entre os 60 e os 90%, fosse por retração de consumo dos portugueses, por redução de sessões ou da oferta de filmes em cartaz.

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Portugal com recorde de 155 mortes por Covid-19. Há mais 7.259 infetados

A Covid-19 tirou a vida a mais 155 pessoas nas últimas 24 horas, o número diário mais elevado desde o início da pandemia. Há 7.259 novos casos confirmados.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou mais 7.259 casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal, depois de já terem sido identificados mais de 10 mil casos duas vezes na semana passada. Desde o início da pandemia já foram infetadas 496.552 pessoas.

O boletim epidemiológico da DGS mostra ainda que nas últimas 24 horas morreram 155 pessoas por Covid-19, um movo máximo diário, elevando para 8.080 o número de vítimas mortais desde o início da pandemia. Destes 155 óbitos registados nas últimas 24 horas, 68 foram registados em Lisboa e Vale do Tejo, 36 na região Norte, 36 no Centro, 12 no Alentejo, um no Algarve e dois na Madeira.

Há agora 110.388 pessoas (casos ativos) a lutarem contra a doença, mais 1.076 face ao balanço anterior. A maioria das novas infeções foi registada em Lisboa e Vale do Tejo. Dos 7.259 novos casos confirmados, 3.201 localizam-se nesta região (44%), seguindo-se a região Norte, que contabilizou 2.180 novas infeções (30%).

Boletim epidemiológico de 12 de janeiro:

Não obstante, o Norte continua a ser a região com mais casos até ao momento (238.581 casos de infeção e 3.533 mortes), seguindo-se de Lisboa e Vale do Tejo (163.754 casos e 2.843 mortes), do Centro (63.048 casos e 1.233 mortes), do Alentejo (15.730 casos e 336 mortes) e do Algarve (10.571 casos e 93 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 2.656 casos e 22 mortos, enquanto a Madeira tem 2.212 pessoas infetadas e 20 vítimas mortais.

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 4.043 estão internados (mais 60 face ao dia anterior), dos quais 599 em unidades de cuidados intensivos (mais 32). Há ainda 125.296 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, ou seja, mais 5.004 do que no balanço de segunda-feira.

Os dados revelados pelas autoridades de saúde dão ainda conta de mais 6.028 recuperados, um número bastante superior relativamente ao último balanço. No total, mais de 378 mil pessoas recuperaram da doença.

(Notícia atualizada às 15h58)

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Wall Street volta aos ganhos com temporada de resultados à vista

Está prestes a arrancar a earnings season americana, que permitirá aos investidores avaliar a saúde das empresas face ao impacto da pandemia. Bolsas de Nova Iorque avançam à espera dos estímulos.

Os principais índices de Wall Street voltam ao terreno positivo no arranque da sessão desta terça-feira, com os investidores de olhos postos na temporada de resultados empresariais, enquanto aguardam por detalhes do próximo pacote de estímulos à economia.

As bolsas encerraram em baixa na sessão anterior perante os receios de que o processo de destituição de Donald Trump possa atrasar a administração Joe Biden no lançamento de novas medidas de apoio às empresas e famílias.

“Mesmo que os estímulos adicionais sejam atrasados, será uma questão de dias, talvez semanas, e não meses. A questão é outra, de saber a forma dos estímulos”, referiu Keith Buchanan, da GlobAlt, citado pela Reuters. “Com a temporada de resultados pela frente, isso irá refocar o mercado em torno dos fundamentais“, acrescentou.

Na abertura da sessão de Nova Iorque, o tecnológico Nasdad sobe 0,22% para 13.065,37 pontos, com as ações do Twitter a subir 0,48% para 48,50 dólares, depois da queda de 7% na sessão de ontem. Também o S&P 500 soma 0,12% para 3.804,02 pontos e o industrial Dow Jones avança 0,06% para 31.027,98 pontos.

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Novo confinamento geral terá “horizonte de um mês”

Crianças pequenas e alunos do ensino superior deverão continuar com aulas presenciais. Medidas serão conhecidas na quarta-feira.

À saída da reunião com especialistas na sede do Infarmed, o primeiro-ministro, António Costa, abriu a porta a um novo confinamento generalizado no país com o “horizonte de um mês”. As medidas concretas serão conhecidas na quarta-feira, depois do Conselho de Ministros.

“O consenso generalizado é que, perante o que são números verificados e a tendência manifesta de crescimento da pandemia, é essencial adotarmos medidas, e que essas medidas tenham o horizonte de um mês e perfil muito semelhante ao que adotámos logo no início da pandemia, em março e abril“, afirmou o chefe do Governo.

António Costa admitiu que “os números têm tido grande variação”. No entanto, “independentemente do valor concreto em que estejamos, o que é certo é que estamos com uma fortíssima dinâmica de crescimento, que é necessário travar“, indicou.

“A única forma” de promover esse travão ao avanço da pandemia “é através dos confinamentos”, uma vez que as medidas de confinamento ao fim de semana “não são suficientes”, reiterou.

Quanto às medidas que serão aplicadas no novo confinamento, uma das “divergências” entre os cientistas, segundo o primeiro-ministro, prende-se com o funcionamento das escolas. O chefe do Governo descartou a possibilidade de “interromper atividades de avaliação” como as do Ensino Superior e afirmou que, “relativamente às crianças mais pequenas, nada justifica o encerramento das escolas”.

Porém, o primeiro-ministro disse que “a dúvida está na faixa intermédia”. Para tal, serão tidas em ponderação as opiniões de várias figuras políticas e outros “atores”, referiu António Costa.

O Governo, líderes políticos e especialistas estiveram reunidos esta terça-feira no Infarmed para avaliar o efeito da época festiva na pandemia de Covid-19 e a situação em que o país se encontra atualmente.

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Regulador da energia aplicou coimas superiores a meio milhão de euros em 2020

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

Em 2020, a ERSE deduziu ainda 16 notas de ilicitude e decidiu 24 processos, dos quais resultaram 20 condenações e 4 arquivamentos.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) decidiu 24 processos de contraordenação, em 2020, que resultaram em coimas de 573,5 mil euros, dos quais foram cobrados 405,4 mil, e abriu 30 novos processos, foi divulgado esta terça-feira.

De acordo com um comunicado enviado pelo regulador, que dá conta da atividade sancionatória de 2020, “a ERSE abriu 30 novos processos de contraordenação em 2020 e decidiu 24 processos que resultaram em coimas no valor total de 573.535,62 euros, tendo efetivamente cobrado 405.367,62 euros”.

No período em análise, a ERSE deduziu ainda 16 notas de ilicitude e decidiu 24 processos, dos quais resultaram 20 condenações e 4 arquivamentos.

O valor total das coimas aplicadas em 2020 foi de 573.535,62 euros, porém, explicou, depois das reduções resultantes do regime legal de transação, o valor fixou-se em 408.867,62 euros, tendo sido efetivamente cobrados e pagos 405.367,62 euros.

Segundo a mesma nota, há ainda uma coima no valor de 3.500 euros que está em fase de execução por falta de pagamento.

“Os 30 novos processos de contraordenação abertos em 2020 resultam de denúncias recebidas, da atividade de supervisão da ERSE e das participações recebidas por parte de órgãos de polícia criminal e outras entidades públicas”, apontou a entidade reguladora.

Dos processos decididos em 2020, a ERSE destacou a condenação da Iberdrola Clientes Portugal, “por mudanças indevidas de comercializador e interrupções indevidas do fornecimento”, à qual foi aplicada “uma coima de 66.668 euros, reduzida a metade e o pagamento de compensações aos clientes”.

O regulador apontou também as condenações da Endesa, “por mudanças indevidas de comercializador”, multada, em procedimento de transação, em 50.000 euros e ao pagamento de compensações aos clientes, da EDP Comercial, “por práticas comerciais desleais” com uma coima de 89.783,62 euros”, da Iberdrola S.A.U., “por denúncias dos contratos de fornecimento de energia elétrica a clientes, à qual foi aplicada, em procedimento de transação, uma coima de 77.000 euros, reduzida a metade e o pagamento de compensações aos clientes”, e da EDP Distribuição, agora denominada E-Redes, “por interrupções indevidas do fornecimento de energia elétrica”, com uma “coima de 233.334 euros, reduzida para 140.000 euros e o pagamento de compensações aos clientes”.

As coimas aplicadas em regime de transação implicam a confissão dos factos imputados aos visados e o reconhecimento da responsabilidade na infração.

Dos casos destacados, apenas a Iberdrola Clientes Portugal e a Iberdrola S.A.U. propuseram procedimento de transação, reconhecendo a sua responsabilidade, abdicando da litigância judicial e, assim, beneficiando de uma redução no valor da coima.

“Este procedimento, que permite simplificação e celeridade na aplicação do RSSE [Regime Sancionatório do Setor Energético], não é aplicável quando está em causa a violação de diplomas legais como o relativo a práticas comerciais desleais ou ao livro de reclamações, normativo que a ERSE também aplica na sua ação sancionatória”, esclareceu o regulador.

O procedimento de transação tem também como condição a compensação aos consumidores lesados.

Desta forma, disse, a ERSE conseguiu, nos últimos cinco anos, “que as empresas visadas compensassem 577 consumidores num valor superior a 50 mil euros”, sendo que, na eventualidade do valor da compensação não ser recebido por algum consumidor, o valor reverte a favor das tarifas suportadas pelos consumidores.

A 1 de janeiro deste ano, a ERSE tinha um total de 75 processos em tramitação, um processo impugnado judicialmente e um processo em execução de coima, concluiu o regulador.

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2021 traz mais ameaças cibernéticas mas menos investimento em cibersegurança

  • Trabalho
  • 12 Janeiro 2021

Em 2021, os "hackers" serão mais sofisticados e as empresas estarão mais expostas, já que poderão ter menos capacidade para investir em cibersegurança devido ao impacto da pandemia, revela a Dashlane.

A generalização do teletrabalho vai acelerar o aparecimento de novas ferramentas tecnológicas e de dependência dos serviços cloude SaaS (software-as-a-service). Apesar disso, haverá menos investimento em cibersegurança e, por consequência, mais crimes cibernéticos e fugas de dados.

A empresa especialista em gestão de passwords e proteção de identidade digital Dashlane, prevê que em 2021 o cumprimento do RGPD não será uma prioridade para as empresas e lembra que as mudanças na gestão de cookies vão penalizar sobretudo os pequenos negócios.

Conheça algumas das previsões da Dashlane para o setor tecnológico em 2021.

Novas ferramentas tecnológicas

O teletrabalho irá generalizar-se um pouco por todo o mundo, contribuindo para o aparecimento de novas ferramentas de TI, por parte dos gigantes da web (Google, Microsoft, Salesforce, etc.) mas também por parte de empresas mais pequenas que terão a oportunidade de crescer rapidamente se a sua solução for bem concebida.

De acordo com a Dashlane, uma das resoluções passaria por encontrar uma solução capaz de substituir VPN’s, o que resultaria numa generalização das ferramentas de segurança Zero Trust e Beyond Corp.

Aceleração e dependência de serviços cloud e SaaS

A transferência de dados na cloud e aplicações SaaS irá acelerar e, por outro lado, o método de hardware local – que consiste em manter os bens de TI fisicamente e localmente armazenados —, vai reduzir, prevê a empresa.

De um ponto de vista de segurança, isto irá aumentar a área de exposição das empresas e, por sua vez, os riscos que correm, aumentando a dependência das empresas de serviços de cloud. “A última falha na AWS (plataforma de serviços na cloud da Amazon) e as suas consequências são um bom exemplo disso”, sublinha a Dashlane em comunicado.

Ataques cibernéticos “mais inteligentes”

“Os cibercriminosos estão longe de ser parvos. Eles têm conscientemente adaptado as suas táticas às mudanças de 2020, e acontecerá exatamente o mesmo em 2021“, destaca a Dashlane.

Para 2021, a empresa prevê que os ataques sejam mais recorrentes e também mais especializados. Poderão ressurgir ataques via ransomware, poderá aumentar a sequestre digital e, com a chegada das vacinas contra a Covid-19, poderão aumentar possíveis esquemas de vacinas falsas.

Menos investimento na cibersegurança

O impacto da pandemia nas empresas poderá levar a uma redução do investimento em cibersegurança, que poderá ter repercussões a vários níveis: uma concentração do mercado de segurança, pois alguns prestadores de serviços não irão sobreviver a esta redução de clientes, empresas menos protegidas e aumento da fuga de dados.

Relativamente às passwords, a Dashlane aconselha a manter a estratégia em 2021: utilizar uma password forte, aleatória e diferente para todas as contas online.

“As empresas irão descobrir que, quanto mais informação pessoal obtiverem sobre os seus clientes — sem ser absolutamente necessário para o serviço que providenciam — mais irão ser alvo de ataques de hackers. E, com a redução dos orçamentos alocados a cibersegurança, os hackers serão mais bem sucedidos, o que irá representar um aumento no perigo para as empresas no caso de uma fuga de dados, seja do ponto de vista de degradação da imagem de marca, seja nas consequências legais e/ou financeiras”, explica a empresa.

Maior demora no cumprimento do RGPD

Outro impacto direto da Covid-19 e da consequente redução de despesas será que as empresas classificarão a conformidade com as regulamentações do RGPD na Europa — e a CCAC nos EUA — como uma baixa prioridade, prevê a Dashlane.

Com as próprias autoridades regulamentares a serem impactadas devido à pandemia, estas poderão ter tendência a focar-se nos grandes grupos económicos, trazendo más notícias para a proteção de dados pessoais, especialmente quando associadas à redução de investimento de cibersegurança das empresas.

“São longas batalhas legais e económicas que demorarão anos. Algumas podendo até criar o risco de arrastar a recuperação económica, o que não é de momento o objetivo dos agentes regulamentadores. E, mesmo que se implementem taxas locais — como é o caso da taxa GAFA em França — estas terão um impacto extremamente limitado quando comparado com as somas ganhas pelos gigantes da Internet em questão”, explica a Dahslane.

O engano de limitação de cookies da Internet

Por fim, a Dashlane alerta para as mudanças na gestão de cookies, que poderão atingir sobretudo os pequenos negócios. “Segundo os seus promotores, estas são postas em prática para melhor proteger a privacidade dos utilizadores da internet. Na realidade, esta mudança de método não irá prevenir que as grandes empresas ‘espiem’ os seus utilizadores. Estas irão simplesmente atingi-los através de outros métodos, cruzando os inúmeros dados recolhidos“, detalha a Dashlane. .

De acordo com a empresa, as verdadeiras vítimas serão os pequenos negócios que recorrem aos cookies para entender os seus clientes, e que não têm meios para usar outras tecnologias para o fazer, o que fará com que aumente a dependência de serviços de recolha de dados providenciados pelos gigantes tecnológicos.

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Emigrantes votam para as Presidenciais a 23 e 24 de janeiro

  • Lusa
  • 12 Janeiro 2021

Os emigrantes portugueses poderão exercer o seu direito de voto em 171 mesas instaladas em 150 serviços consulares de mais de 70 países, avança informação oficial.

Os emigrantes portugueses vão votar para a eleição do Presidente da República nos dias 23 e 24 de janeiro, em 171 mesas instaladas em 150 serviços consulares de mais de 70 países, segundo informação oficial.

“Esta eleição no estrangeiro terá 171 mesas de voto em 150 serviços consulares, número que representa um aumento de 30% relativamente ao número de mesas de voto constituídas em 2016″, que foi de 121, segundo informação divulgada esta terça-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro, mas a votação dos cidadãos residentes no estrangeiro decorre presencialmente nos consulados e embaixadas nos dias 23 e 24 de janeiro.

O total de inscritos nos cadernos eleitorais em território nacional é de 9.314.947 e no estrangeiro é de 1.550.063, segundo uma informação do Ministério da Administração Interna (MAI).

Relativamente às presidenciais de 2016, regista-se um aumento de 1.208.536 de eleitores. O aumento do número de eleitores recenseados deve-se, em grande medida, ao recenseamento eleitoral automático dos emigrantes com cartão de cidadão válido, que decorre de uma mudança à lei, feita em 2018.

Iniciou-se esta terça-feira e decorre até quinta-feira, 14 de janeiro, a votação para os eleitores inscritos em Portugal e que se encontrem deslocados no estrangeiro.

Poderão votar antecipadamente os eleitores portugueses inscritos nos cadernos eleitorais em território nacional e que se encontrem deslocados no estrangeiro em exercício de funções, em representação oficial de seleção nacional, enquanto estudante, investigador, docente e bolseiro de investigação, doentes em tratamento ou pessoas que vivam ou acompanhem qualquer um destes eleitores.

Para votar, entre 12 e 14 de janeiro, os eleitores devem apresentar-se nas representações diplomáticas, consulados ou nas delegações externas das instituições públicas portuguesas definidas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Os eleitores devem apresentar um documento de identificação, que pode ser o cartão de cidadão, bilhete de identidade ou outro documento, como carta de condução ou o passaporte.

Os votos recolhidos no estrangeiro serão posteriormente enviados para a junta de freguesia onde o eleitor se encontra inscrito.

A campanha eleitoral decorre até 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à pandemia.

Concorrem às eleições sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS-PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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Leilão do 5G tem “medidas positivas que promovem a entrada de operadores”, diz presidente da AdC

Presidente da Autoridade da Concorrência falou no Parlamento sobre o leilão do 5G. Elogiou o estímulo à entrada de novas empresas no mercado português, que tem sido alvo de crítica pelos operadores.

A Autoridade da Concorrência (AdC) considera que o regulamento do leilão do 5G garante condições de concorrência e é favorável à entrada de novos operadores no mercado. No entanto, defende que não há um “número mágico” de empresas pelo que o único interesse em que haja mais players é reduzir a possibilidade de concertação.

“Globalmente parece-nos parece-nos que — do ponto de vista da concorrência –, existem no regulamento medidas positivas que promovem a entrada de operadores“, disse a presidente da AdC, Margarida Matos Rosa, numa audição esta terça-feira na Comissão Parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. “Há medidas de promoção de entrada, que me parecem positivas“.

A líder do supervisor foi chamada, pela segunda vez à Assembleia da República para falar do leilão do 5G. Da primeira vez, em julho do ano passado, ainda não era conhecido o regulamento e, depois disso, os presidentes da Nos e da Vodafone Portugal estiveram no mesmo sítio a criticar o formato. Desta vez, o tema foi a avaliação da AdC ao regulamento do leilão do 5G, cuja primeira fase foi concluída na segunda-feira, apesar da oposição das principais empresas do setor.

Margarida Matos Rosa começou por sublinhar que a concorrência faz baixar os custos, melhorar a qualidade dos serviços e estimula a inovação. “Tudo isto benefícios para o consumidor e para a economia como um todo, incluindo empresas. O setor das telecomunicações tem demonstrado fragilidades“, criticou, lembrando o caso do cartel dos preços das telecomunicações.

A Autoridade da Concorrência enviou um parecer à Anacom durante a consulta pública do leilão, em que se focou nos instrumentos de promoção de entrada no mercado de telecomunicações. A ótica do parecer da AdC foi, como é expectável, a de avaliar das condições de promoção de entrada, via aquisição de espetro e formação de operadores móveis virtuais (Mobile Virtual Network Operators, MVNO).

A AdC sugeriu à Anacom que fosse ponderada a reserva de espetro nas faixas do 5G para novos entrantes e a densificação, no regulamento, das condições das ofertas grossistas obrigatórias para MVNO.

“Os MVNO são importantes para alguns nichos de mercado e podem evoluir para vir a ser reais concorrentes”, diz a representante do supervisor, lembrando que há apenas MVNO de duas empresas em Portugal, contra várias dezenas em muitos países da União Europeia. “Por outro lado, no contexto das obrigações de cobertura, a AdC recomendou limitar-se no tempo o recurso ao roaming, de modo a não desincentivar o investimento e a evitar riscos de coordenação“.

“Dito isto, como já referi, a mobilidade dos consumidores é crucial para uma dinâmica concorrencial forte. Mas é também importante promover a entrada de novos operadores num mercado com as vulnerabilidades de concorrência enunciadas. Por isso, o leilão para atribuição de espetro é um momento importante para promover a concorrência”, acrescentou.

Novos entrantes em “posição desfavorável”

A primeira fase do leilão do 5G destinou-se exclusivamente a empresas que ainda não tenham presença no mercado de telecomunicações português. Nesta primeira parte do processo, o valor total do espetro disponibilizado pela Anacom mais do que duplicou, de 42 milhões para 84,4 milhões de euros.

A subida é demonstrativa do interesse de “novos entrantes” no mercado português, depois de a Anacom ter avançado com condições e regras menos apertadas para estas empresas. Ainda não se sabe quais as empresas vencedoras dos lotes a concurso.

A concurso estavam três lotes na faixa dos 1.800 MHz e um lote na faixa dos 900 MHz, com preços de reserva por lote de, respetivamente, 4 milhões e 30 milhões de euros. O Estado vai encaixar mais de 84 milhões de euros com a venda destes lotes a “novos entrantes” no mercado, que vão na totalidade para o novo Fundo para a Transição Digital. No entanto, apesar de se enquadrarem no leilão do 5G, são frequências destinadas à prestação de serviços de comunicações eletrónicas móveis de quarta geração.

Para Margarida Rosa Matos, estes resultados demonstram a confiança dos operadores nesta tecnologia. “Se não tivessem segurança no retorno do investimento não haveria interesse dos operadores neste leilão“, disse. Ressalvou que “o leilão é um momento importante, mas não é a única oportunidade para novos entrantes”.

Este resultado foi conseguido apesar de haver zonas (nomeadamente de baixa demografia) onde o investimento é “mais exigente” e onde pode haver menos incentivos para os operadores desenvolverem infraestruturas de rede e também de “os novos entrantes estarem numa posição desfavorável face aos incumbentes em termos da sua capacidade para aceder a infraestuturas para iniciar a sua atividade“.

Os operadores no mercado têm a opinião contrária. O presidente executivo da Vodafone Portugal disse no Parlamento que as obrigações previstas para os “novos entrantes” no regulamento do 5G são menos exigentes do que as previstas para os operadores atuais. A Nos pediu mesmo pareceres a constitucionalistas, que concluíram que há “ilegalidades” no formato.

Questionada pelos deputados sobre o número de empresas no mercado, a responsável respondeu que “não há um número mágico” para a quantidade de operadores. “A questão é importante porque quanto maior o número de operadores menor a possibilidade de concertação. Não é impossível, mas é mais difícil”. Já sobre a possibilidade de um operador público, considerou que estes “existem quando há falhas de mercado”.

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