Câmara de Lisboa corta nas “taxas e taxinhas”. São 158 em 2021

Depois de um ano de pandemia, Fernando Medina decidiu cortar nas taxas a cobrar às empresas e cidadãos de Lisboa. Com isso, a receita esperada cai para os 58 milhões de euros.

(Nota: Devido a um “lapso” na tabela das taxas municipais, admitido pela própria CML, o número de taxas a aplicar em 2021 não reduz. Mantém-se em 165, tal como em 2019 e 2020. A correção consta deste artigo).

Depois de um ano em que a economia foi arrasada pela crise pandémica, a Câmara de Lisboa (CML) decidiu cortar nas taxas que cobra aos cidadãos e às empresas da capital. De acordo com o documento a que o ECO teve acesso, a autarquia de Fernando Medina vai cobrar 158 “taxas e taxinhas” em 2021, menos sete do que as cobradas nos últimos dois anos. Com esta redução, a receita direta esperada cai para os 58 milhões de euros.

Para 2021, o Orçamento municipal de Lisboa encolheu 11% para 1,15 mil milhões de euros, refletindo uma forte redução na receita, mas também um forte aumento da despesa. Recorde-se que Fernando Medina disponibilizou, entre outras, uma série de ajudas às empresas da capital, muitas delas a fundo perdido, para colmatar o impacto da pandemia.

A receita total esperada não passa dos 900 milhões de euros, menos 5% face a 2020. Dentro deste universo contam-se 418,6 milhões de euros em impostos diretos e 423 milhões noutras receitas correntes e de capital. Mas há ainda 58,1 milhões de euros em taxas, multas e outras penalidades. É aqui, neste ponto, que entram as famosas “taxas e taxinhas” que a CML cobra às empresas e aos cidadãos da capital.

Feitas as contas, estes 58,1 milhões de euros representam uma descida de 40% face aos 97,1 milhões de euros angariados no ano passado. É menos receita, mas também reflete um menor número de taxas. Fernando Medina decidiu acabar com algumas das taxas que cobrava desde 2015, ano em que assumiu a presidência da autarquia. De acordo com um documento a que o ECO teve acesso, este ano a CML vai cobrar 158 “taxas e taxinhas”, menos sete do que as 165 cobradas em 2019 e 2020.

Entre as taxas que acabam está a taxa municipal de direitos de passagem, que ia até 0,25% da faturação, e que se aplica às empresas que oferecem redes e serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público em local fixo. E ainda o certificado de registo de residência de cidadãos da UE, que apresentava um custo 50% superior ao preço normal de 15 euros. Conta-se, depois, uma terceira taxa que, na verdade, inclui cinco “taxinhas”, que tem a ver com atos administrativos e decisórios da Comissão Arbitral Municipal.

O ECO tentou contactar a Câmara de Lisboa, para tentar perceber a razão de extinção destas taxas, mas até à publicação deste artigo não obteve qualquer resposta.

Número de taxas tem vindo a diminuir desde 2015

De acordo com o documento consultado pelo ECO, entre as “taxas e taxinhas” com mais peso na receita destacam-se a taxa de gestão de resíduos e a taxa de recursos hídricos, num total de 24,3 milhões de euros (-49%), mas também a taxa cobrada pela ocupação da via pública, num total de 16 milhões de euros (-32%). Com publicidade a CML espera encaixar 9,94 milhões de euros (-20%) e com a taxa turística cerca de 395.000 euros (-0,6%).

Da lista constam ainda taxas relacionadas com atos administrativos, infraestruturas e obras, tráfego, gestão cemiterial, higiene urbana e saneamento, ambiente e espaços verdes, etc.

Numa análise aos Orçamentos municipais dos anos anteriores, observa-se que a CML tem vindo a reduzir o número de “taxas e taxinhas” cobradas aos cidadãos e às empresas da capital. O Orçamento de 2015 — apresentado por António Costa, mas executado por Fernando Medina — previa 188 taxas, que resultaram numa receita de 59,6 milhões de euros. Em 2016 foram aplicadas 178 taxas e em 2018 166 taxas. De 2019 para 2020 o número de taxas manteve-se nos 165, tendo resultado numa receita de 98,6 milhões de euros em 2019 e de 97 milhões de euros em 2020.

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“A primeira regra de uma fusão é não falar nela, é fazê-la”

António Ramalho não revelou se o futuro do Novo Banco passa por consolidação. Em entrevista ao ECO, diz que uma condição para uma fusão é garantir que um banco é capaz de ser viável de forma autónoma.

António Ramalho, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 08JAN21

Foi um António Ramalho enigmático sobre se a próxima página do Novo Banco se poderá escrever com a palavra consolidação. “Fazer uma fusão passa por duas regras: a primeira é nunca falar dela, é fazê-la”, começou por dizer o gestor em entrevista ao ECO, quando inicia agora um novo mandato de quatro anos à frente do banco detido pelo fundo americano Lone Star e pelo Fundo de Resolução.

“A segunda regra é perceber onde estão as vantagens competitivas de cada instituição. Eu trato das vantagens competitivas da minha instituição”, acrescentou António Ramalho, isto depois de ter dito que se há especialista em consolidações em Portugal é ele próprio. “Tenho mais fusões do que qualquer outro banqueiro em Portugal”, disse.

Na entrevista ao ECO, em que participaram também Pedro Santos Guerreiro e Paulo Ferreira, o presidente do Novo Banco faz uma análise do setor bancário em Portugal. Se na praça portuguesa outros banqueiros antecipam que a vaga de fusões vai atingir Portugal, António Ramalho tem opinião contrária: “Temos uma enorme estabilidade no princípio de cinco bancos dominarem o sistema. Isso é uma realidade que precede todas as outras questões. Cinco bancos têm domínio sobre o sistema há muito tempo, o que significa um nível de concorrência próprio”.

O tema da consolidação bancária está novamente a ganhar força, com várias operações anunciadas em Espanha e um pouco por toda a Europa, perante o definhar do negócio financeiro provocado pelos juros baixos do Banco Central Europeu e agravado pela pandemia de Covid-19.

António Ramalho, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 08JAN21

Recorrentemente, o Novo Banco tem surgido na pole position de bancos que podem envolver-se em operações de M&A, fruto sobretudo da circunstância de ter dois acionistas com interesse potenciar um negócio no futuro. Mas António Ramalho diz que está focado em preparar um banco para ter uma “operação extraordinariamente interessante no mercado”.

Ramalho não abre o jogo sobre o que poderá vir a ser o papel do Novo Banco num quadro de consolidação, mas conta uma história: “Quanto é que deste risco bancário reputacional nós tivemos de suportar por essa desconfiança criada e que pode ser ou não pode ser prejudicial ao futuro da instituição? Respondo-lhe que, em 1992, quando geria um banco [Banco Pinto & Sotto Mayor] que foi, por acaso, o primeiro banco que falhou uma privatização, porque não houve suficiente interesse e preço para essa privatização. Passado um ano, estava a comprar o Banco Totta & Açores, o Crédito Predial Português, criou o grupo Champalimaud e esse grupo é hoje a Fundação Champalimaud. Portanto, nunca me diga que estamos derrotados por questões reputacionais”. É uma espécie de antecipação do que poderá vir a ser a estratégia do Novo Banco, detido em 75% pelo Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução.

Desde 2017 que o Novo Banco tem em curso um plano de reestruturação que obrigou a reduzir a operação, nomeadamente através da venda de operações internacionais, fecho de balcões e redução de pessoal e ainda da limpeza do balanço. Contas feitas, desde então, acumula prejuízos de cerca 5,5 mil milhões de euros, cobertos em grande medida pelo acordo de capital contingente.

Ramalho disse que passou fase de resistência e que termina agora a fase de reestruturação. “Agora, entre 2020 e 2021, queremos transformar o R de reestruturação no R de renascimento”, assinalou.

http://videos.sapo.pt/okhuDZeMsSpGle3arfhD

 

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Onde é que o Novo Banco vai ganhar dinheiro? “Na banca de empresas”

António Ramalho está a preparar um novo plano estratégico para o próximo mandato, e quer pôr o Novo Banco a ganhar dinheiro na banca de empresas. Veja a entrevista em video na íntegra.

António Ramalho, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 08JAN21

António Ramalho é um gestor que não esconde o desconforto, e até incompreensão, com a desconfiança política em torno do Novo Banco. Em entrevista ao ECO, a primeira do novo mandato, e a semanas de voltar a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, o gestor está a definir o novo plano estratégico para os próximos quatro anos. Onde é que o Novo Banco vai ganhar dinheiro? “Vai ganhar dinheiro naquilo que é a sua própria especialização, que é um banco de proximidade, de profissionais e um banco de empresas”, afirma o gestor, neste entrevista em que participaram também Pedro Santos Guerreiro e Paulo Ferreira.

A característica de ser um banco de empresas é que vai ser determinante no futuro. A banca de empresas e a banca de particulares parecem a mesma, mas não é. A banca de particulares é muito vendedora, muito alinhada na estandardização de produtos, enquanto a banca de empresas é de parcerias, e de compreensão e de ouvir os clientes”, disse o CEO do Novo Banco.

António Ramalho admite que vai ser difícil ganhar dinheiro, até no contexto do que classifica de ‘curva nike’, a evolução que antecipa para a evolução económica ao longo de 2021. Antes, Ramalho terá de ir novamente ao Parlamento — e já criou uma comissão específica para responder a todos os pedidos dos deputados –, e faz um ponto de situação (ou de comparação): Os exemplos que existem de reestruturação no estrangeiro, como o caso do Lloyd’s de Horta Osório, demoraram anos e isso “parece despercebido neste mercado, neste retângulo”.

Estamos a viver um momento político muito especial, ainda por cima com esta característica pandémica que cria alguma disrupção. Vamos ter oportunidade de verificar tudo, através de benchmark, de todas as auditorias” e da comissão de inquérito, afirma António Ramalho.

Ramalho revela, nesta entrevista, que o Tribunal de Contas já começou a pedir informações ao Novo Banco, sem revelar detalhes, para uma auditoria que deverá estar concluída no final do primeiro trimestre.

Veja aqui na íntegra a entrevista de António Ramalho ao ECO.

http://videos.sapo.pt/wOgtwDaZC3S5fwjcTl1M

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“A reestruturação do Novo Banco acabou em 2020”

António Ramalho garante que a reestruturação do Novo Banco terminou em 2020 e não pedirá mais fundos públicos em 2022. E os 476 milhões do orçamento 2021? "Os números do OE não são meus", responde.

António Ramalho, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 08JAN21
António Ramalho, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO, em Lisboa.Hugo Amaral/ECO

A reestruturação do Novo Banco terminou em 2020, garante António Ramalho em entrevista ao ECO. O gestor recorda o acordo com Bruxelas, que impunha uma reestruturação até ao final do ano, e assume que não quer voltar a discutir novas injeções de capital em 2022. Mas Ramalho não revela o valor dos prejuízos de 2020 nem a ‘call’ que vai apresentar ao Fundo de Resolução ao abrigo da garantia de Estado. O Governo inscreveu 476 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2021 para a transferência do Fundo de Resolução para o Novo Banco, valor que foi chumbado no Parlamento e para o qual ainda não há solução. “Os números dos orçamentos não são meus, nunca foram. Dos [orçamentos] anteriores e o deste ano“, esclareceu António Ramalho, nesta entrevista, em que também participaram Pedro Santos Guerreiro e Paulo Ferreira.

A nossa relação é exclusivamente com os acionistas, que são dois: o Fundo de Resolução e a Lone Star. Eles chegam às nossas contas, conhecem as nossas estimativas e sabem os nossos orçamentos. (…) Seguramente que eu nunca diria nada que pudesse influenciar a decisão orçamental. À banca o que é da banca, ao Estado o que é do Estado”, acrescentou o presidente executivo do Novo Banco, sem revelar quaisquer dados sobre os prejuízos de 2020 e a referida ‘call’ ao Fundo de Resolução. O Novo Banco pode ainda aceder a cerca de 900 milhões de euros da garantia pública, apesar de o Governo ter orçamentado 476 milhões de euros no orçamento.

Neste momento, o Governo encontra-se a desbloquear o travão que o Parlamento colocou a novas injeções do Fundo de Resolução no Novo Banco, ao abrigo do mecanismo de capital contingente criado em 2017, aquando da venda ao fundo americano Lone Star, pelo menos enquanto não houver resultados da auditoria do Tribunal de Contas.

O CEO do Novo Banco apenas garante que será o último pedido ao fundo gerido por Máximo dos Santos e que é financiado por contribuições dos bancos do sistema e ainda por empréstimos do Estado. “Esse é claramente o objetivo, no sentido de dizer: terminam aqui os efeitos que existiram neste tipo de ativos, neste problema de capital que nós tínhamos“, disse Ramalho.

O que eu garanti, desde a primeira hora, foram duas coisas: que a reestruturação seria realizada até 2020, e que a partir de 2021 o banco já não absorve capital, é ele criador de capital. O que significa que espero que essa discussão [de novo pedido ao Fundo de Resolução] não se coloque“, frisou o gestor na entrevista que teve lugar num balcão em Lisboa já com o novo modelo de agências que o banco está a lançar para o novo ciclo.

António Ramalho, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 08JAN21

O Novo Banco fechou os primeiros nove meses do ano com prejuízos de 853 milhões de euros.

De acordo com António Ramalho, o banco encerrou 2020 com um rácio de crédito malparado (NPL, non performing loans) acima dos 5%, ficando aquém do seu objetivo mas bastante abaixo dos 12% registados em 2019.

“Gostaria de chegar com um nível de NPL mais baixo no final de 2020, mas não chego. Mas julgo que o meu balanço está bem ‘preçado’. O rácio de NPL vai ficar num valor superior aos 5%, que era o objetivo, que é um objetivo das regras europeias. Em 2016 era o quinto pior banco da Europa, com um rácio de 36%. Era uma honra ter chegado no final do processo de reestruturação aos 5%”, afirmou Ramalho, lamentando que o Fundo de Resolução tenha travado algumas vendas de malparado, designadamente o “Projeto Nata 3”.

http://videos.sapo.pt/mpwfjVZkfpZwL5zj8L4V

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Rui Rio em isolamento profilático

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2021

O líder do PSD esteve em contacto com Salvador Malheiro, infetado com a Covid-19, e por isso terá de ficar em isolamento profilático durante 14 dias.

O presidente do PSD, Rui Rio, e o secretário-geral do partido, José Silvano, vão ficar em isolamento profilático durante 14 dias por terem tido um contacto de alto risco com o ‘vice’ Salvador Malheiro, infetado com covid-19. Fonte oficial do partido disse à Lusa que Rui Rio e José Silvano vão ser testados ao novo coronavírus mas, independentemente dos resultados, terão de cumprir um isolamento de 14 dias por determinação da Direção-Geral da Saúde (DGS).

“Por força de, nos últimos dias, termos estado num contacto muito próximo com o vice-presidente do PSD, Salvador Malheiro, o secretário-geral e eu teremos de ficar em isolamento profilático. Na terça-feira, farei um teste conforme indicação da delegada de saúde”, escreveu pouco depois Rui Rio na sua conta oficial de Twitter.

O contacto entre os três que foi considerado de alto risco aconteceu depois da reunião da Comissão Permanente do partido, na quinta-feira, ao final do dia.

Na reunião, segundo a mesma fonte, todos os elementos da direção presentes estiveram de máscara e cumpriram distanciamento social, pelo que, neste caso, a DGS considerou tratar-se de um contacto de baixo risco. No entanto, Rui Rio, José Silvano e Salvador Malheiro continuaram juntos depois da reunião, num contacto mais prolongado que foi considerado de alto risco.

Também o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, e o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, já tiveram de cumprir períodos de isolamento profilático por contactos próximos com infetados com covid-19.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.926.570 mortos resultantes de mais de 89 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7.803 pessoas dos 483.689 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

O estado de emergência decretado em 9 de novembro para combater a pandemia foi renovado com efeitos desde as 00:00 de 08 de janeiro, até dia 15.

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Gallagher escolhida para tratar dos seguros da Universidade de Cambridge

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2021

A Gallagher, companhia do grupo Arthur J. Gallagher, foi selecionada para ser a corretora de seguros da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

A Gallagher, especialista da Arthur J. Gallagher & Co na área de seguros e gestão de risco, será a seguradora parceira da universidade após candidatura conduzida pelo departamento dedicado a entidades públicas, responsável também pela prática educativa no Reino Unido. Através da parceria, a companhia de corretagem irá ocupar-se da supervisão e gestão de riscos e das necessidades de seguros daquela comunidade universitária.

Em comunicado, a Universidade de Cambridge anunciou a nomeação da Gallagher devido à competência técnica e ao conhecimento que a firma tem do ensino superior e dos desafios que as universidades enfrentam.

Fundada em 1209, a Universidade de Cambridge é a quarta universidade mais antiga do mundo. É composta por seis escolas e mais de 150 faculdades, departamentos, e outras instituições. A universidade conta cerca de 20 mil alunos de 150 países e abriga também um grande número de museus e coleções históricas.

“Estamos encantados por trabalhar com a Universidade de Cambridge. É um centro histórico de enorme prestígio e excelência no mundo da educação”, disse o diretor-geral da Gallagher para a área de setor público e da educação Tim Devine. “Cada universidade é diferente, pelo que é importante que a nossa equipa possa oferecer os conhecimentos especializados para desenvolver uma cobertura de seguro à medida que cubra todas as suas necessidades”, complementou.

“Após concurso altamente concorrencial, estamos encantados com a seleção da Gallagher”, comentou Nicky Routh, diretor dos serviços de seguros da Universidade de Cambridge.

A parceira da Gallagher em Portugal é a corretora Costa Duarte.

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Seguros Doença na mira da Supervisão em 2021

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2021

O plano de atividades da ASF para 2021 enquadra-se com o plano estratégico para os próximos 4 anos, projetando a integração da supervisão prudencial com a comportamental e a proteção os tomadores.

Este ano, no capítulo da supervisão comportamental, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) salienta que a sua ação passará “pelo acompanhamento especial do seguro de doença tendo em consideração não apenas o seu crescimento em produção, mas também o seu inegável impacto social, que ganhou ainda mais importância durante a pandemia da Covid-19”.

Na mensagem que introduz o Plano de Atividades, Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da Autoridade afirma: “As perspetivas para o ano de 2021 estão marcadas por elevada incerteza e complexidade“. Neste contexto, o plano anual da ASF conjuga várias dimensões, entre as quais, a “monitorização (i) das políticas de tarifação, de subscrição de riscos, de alocação de ativos e de constituição de provisões técnicas suficientes, num ambiente de previsível competitividade acrescida e (ii) dos padrões de conduta que assegurem o tratamento
justo e equitativo dos consumidores.”

De acordo com plano delineado, o organismo de supervisão preconiza o “desenvolvimento de um modelo integrado de supervisão, a modernização digital da organização, a implementação de modelos robustos de governação dos supervisionados e o aperfeiçoamento constante em matéria de supervisão (macroprudencial, prudencial e comportamental)”.

No que respeita à interação entre as vertentes prudencial e comportamental, a ASF pretende “desenvolver instrumentos que assegurem uma maior integração das duas áreas de supervisão, através da partilha de informação e da realização de análises que permitam uma visão integrada dos riscos”.

Adicionalmente, “entende-se também necessário reforçar o modelo de supervisão do sistema de governação das empresas de seguros e das entidades gestoras de fundos de pensões, quer na vertente formal (estrutura, modelo de governo e requisitos de qualificação e idoneidade) quer na vertente prática (implementação e efetivo exercício das funções e competências)”.

Além das iniciativas que visam potenciar a divulgação de informação adequada por parte dos operadores supervisionados, “a ASF irá reforçar o acompanhamento do exercício das funções do provedor do cliente e do provedor dos participantes e beneficiários fazendo um follow-up das situações em que existam alterações de procedimentos decorrentes de recomendações emitidas.

No âmbito da distribuição de seguros e resseguros “prosseguir-se-á com a monitorização das alterações e inovações decorrentes do regime jurídico da distribuição de seguros e resseguros, do qual se destacam as regras em relação aos deveres de informação aos consumidores, de formação dos distribuidores e de conduta bem como os requisitos adicionais de organização e reporte.”

Na vertente regulatória, o organismo afirma que “continuará a prestar apoio técnico e de consultoria à Assembleia da República e ao Governo no âmbito dos processos legislativos nacionais em matérias relativas aos setores de atividade sob a sua supervisão (destaque dado à revisão do Decreto-Lei relativo ao regime do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel (SORCA), à operacionalização do Regulamento relativo ao PEPP e à transposição da Diretiva que irá introduzir alterações à Diretiva relativa à Solvência II”.

Ainda, visando a consolidação dos pilares regulatórios do setor segurador e do setor dos fundos de pensões, a ASF afirma que continuará a trabalhar para a “conclusão dos processos de regulamentação do regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora e prosseguir a regulamentação do regime jurídico da constituição e funcionamento dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras”, refere o documento que inclui um breve balanço da atividade desenvolvida em 2020.

Na vertente jurídica e sancionatória, a ASF promete “intensificar a atividade contraordenacional canalizando os recursos existentes para a recuperação de pendências, para a punição dos ilícitos mais significativos, incluindo, designadamente, os decorrentes da violação de regras de governance, e para a reorganização do processo sancionatório, tendo em vista a robustez da credibilidade e da autoridade da ASF e a melhoria do funcionamento dos operadores”.

No que concerne à matéria da prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (BCFT), e também de uma forma integrada, a ASF “pretende reforçar e aperfeiçoar os mecanismos regulatórios e as regras e procedimentos de supervisão aplicáveis”.

O apoio ao consumidor “continua também a merecer um especial cuidado por parte da ASF, na medida em que é objetivo prioritário da sua atuação o reforço da proteção do consumidor de seguros e fundos de pensões”, nota a Autoridade projetando melhorar o sistema de gestão de reclamações e de pedidos de esclarecimento: “a ASF tem vindo a desenvolver um conjunto de atividades relacionadas com a qualidade da informação prestada aos consumidores, bem como ao tratamento das reclamações e dos pedidos de esclarecimento apresentados (…)”, lê-se no overview acessível no sítio da Supervisão.

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Fusões e aquisições nos seguros em 2020: como foi em Portugal, Europa e nos EUA

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2021

A tendência nas transações M&A deve manter-se em 2021 com disponibilidades de capital acrescidas por endurecimento de preços nos ramos não Vida e o ambiente de taxas de juro historicamente baixas.

Entre operações anunciadas e fechadas, e excluindo a mega operação de combinação entre as corretoras globais Aon Plc e a Willis Towers Watson (WTW), sujeita a análise aprofundada das autoridades europeias com decisão prevista para o primeiro semestre de 2021, o panorama de fusões e aquisições na indústria seguradora europeia teve como cenário privilegiado o Reino Unido, mas Portugal também esteve em evidência no mapa internacional das M&A (Mergers & Acquisitions) em 2020.

Em Portugal, as oportunidades de negócio em ano de pandemia conduziram à aquisição da corretora Luso Atlântica pela Verlingue, enquanto a insurtech Drivit foi alvo da britânica Zego. Em ambas as transações, anunciadas em dezembro, ficaram por conhecer os montantes envolvidos nas aquisições. No campo das possibilidades, pelo meio do ano, ficou a hipótese de a Associação Mutualista Montepio Geral estar aberta à entrada de um parceiro estratégico na subsidiária de seguros Vida, mas “sem a perda de controlo” da Montepio Seguros/ Lusitania.

No quadro europeu, a operação de maior valor no setor segurador envolveu o tricentenário RSA Group, que aceitou uma oferta conjunta da canadiana Intact Financial e da escandinava Tryg, por um montante estimado de 8 000 milhões de euros. Já em dezembro, a Bain Capital acordou desembolsar 530 milhões pela Liverpool Victoria (LV=), outra seguradora com raízes na história do mutualismo britânico.

Além destas operações de aquisição de controlo empresarial, o ano incluiu diversas outras operações, de compra-venda de ativos, tanto resultantes de estratégias de desinvestimento, que é o caso da AXA, como de reorientação de negócios, como acontece com a Aviva Plc, ou até prosseguindo a ambição de liderança na Europa, reiteradamente assumida pela Generali. Outras transações consolidaram processos de crescimento global, fora da Europa, como foi a operação protagonizada pela Zurich, que se envolveu na aquisição de parte dos negócios da MetLife nos EUA, ou ainda, o caso da Allianz, que ampliou a sua presença na África oriental.

Globalmente, um relatório recente da PwC centrado no mercado norte-americano contabilizou 222 operações anunciadas entre final de junho e meio de novembro, por um montante total de 10,9 mil milhões de dólares.

Entre as de maior significado financeiro no setor segurador incluem-se, nos EUA, a aquisição da Global Atlantic, pela sociedade de investimento KKR, por montante equivalente a 4,4 mil milhões de dólares (book value da Global Atlantic), e da Massachussetts Mutual Life pela Great-West Lifeco, igualmente por 4,4 mil milhões, seguidas da compra da National General Holdings, pela Allstate, por 3,7 mil milhões de dólares.

De acordo com a análise da consultora, depois de uma desaceleração na primavera, o período de julho a setembro de 2020 resulta como um dos três trimestres mais fortes dos últimos três anos em M&A nos Estados Unidos, contabilizando 159 operações de valor superior a 1000 milhões de dólares cada uma, atrás das 168 no 1º trimestre de 2020 e das 165 transações (todas de valor inferior a mil milhões) inventariadas no primeiro trimestre de 2019.

No estudo da PwC Insurance deals insights: 2021 outlook refere-se a expectativa que a tendência de M&A continue em 2021, sobretudo no setor de planos de pensões e anuidades, uma vez que muitas companhias já manifestaram interesse de desinvestir de negócios não estratégicos e competir por canais de distribuição. Outros fatores que poderão facilitar as operações de aquisição são as disponibilidades de capital, acrescidas por via do endurecimento de preços nos ramos não Vida e o ambiente de taxas de juro em níveis historicamente baixos.

A sinalizar que a tendência se deverá manter em 2021, a norte-americana Centene acaba de anunciar que acordou a compra da Magellan Health, uma prestadora de serviços de saúde e farmácia, por um montante estimado de 2,2 mil milhões de dólares, incluindo dívida.

Para lá dos seguros, dados recentes da Refinitiv citados pelo Financial Times indicam que o valor global das transações de M&A em 2020 alcançou 3,6 biliões de dólares, um ano que ficou 5% abaixo dos montantes de 2019 e a fixar o nível mais fraco desde 2017. No entanto, o ano em que foi declarada a pandemia (Covid-19) beneficiou sobretudo dos 2,3 biliões de dólares em operações realizadas na segunda metade do calendário, período em que foram anunciadas oito das 10 maiores transações de 2020.

No topo da lista anual, o setor tecnológico (com destaque para os 44 mil milhões da compra da IHS Markit pela S&P Global), reuniu 679,2 mil milhões de dólares em transações, apontando incremento de 49% face a 2019. Com perto de 20% do total transacionado em M&A em 2020, levou a dianteira ao setor financeiro (com menos de 15% do global anual), seguindo-se no ranking de operações de fusão e aquisição os setores da energia, indústria e saúde, as duas últimas com quota inferior a 10% cada.

Em termos geográficos, o declínio anual foi sobretudo reflexo do que aconteceu nos EUA (-23%, para 1,4 biliões de dólares), enquanto a Europa registou incremento de 35%, para os 989 mil milhões de dólares, seguindo-se Ásia-Pacífico, com 872 mil milhões de dólares em negócios M&A, apontando subida anual de 15%.

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Há novas regras para votar nas eleições presidenciais. Saiba quais são

O ministro da Administração Interna falou este domingo ao país para anunciar as medidas a aplicar nas eleições presidenciais, em contexto de pandemia.

A ida às urnas para escolher o Presidente da República, dia 24 de janeiro, vai ser diferente das demais eleições. A pandemia obrigou ao decreto de novas regras, desde logo menos pessoas por cada mesa de voto e a obrigatoriedade de cada eleitor levar a sua própria caneta. Há regras específicas para os cidadãos confinados e para os idosos em lares, que não precisarão de se deslocar às urnas e podem votar antecipadamente. E outras regras.

A regra chave deste ano para as eleições presidenciais é a segurança, diz o ministro da Administração Interna. O Governo anunciou medidas de forma a garantir que os cidadãos podem exercer o seu direito de voto sem correrem riscos numa altura de pandemia. Assim, para este ano, há novidades, anunciou Eduardo Cabrita este domingo.

A primeira mudança tem a ver com o voto antecipado por mobilidade. “No dia 17 de janeiro, uma semana antes do dia das eleições, todos os cidadãos poderão votar, sem necessidade de invocar qualquer causa justificativa”, disse o ministro da Administração Interna, em conferência de imprensa. Por outras palavras, as pessoas que não podem deslocar-se às urnas no dia 24, poderão pedir para votar antecipadamente, sendo que poderão escolher qualquer uma das 308 câmaras municipais existentes no país. Para isso, têm de fazer o registo aqui, de dia 10 a dia 14 de janeiro, mas também podem submeter o pedido por correio normal.

Esta opção foi aplicada pela primeira vez nas eleições legislativas do ano passado, contudo, os cidadãos apenas podiam votar nas capitais de distrito. Nesse ano, detalhou o ministro, houve cerca de 56 mil pessoas a registarem-se. Para este ano, as candidaturas ao voto antecipado por mobilidade abriram esta manhã de domingo (encerram quinta-feira) e, de acordo com Eduardo Cabrita, até às 18h já havia 20.248 inscrições.

Pessoas confinadas poderão votar antecipadamente. E sem se deslocarem

Outras das novidades para este ano tem a ver com as pessoas em isolamento profilático e com os idosos em residências de terceira idade. Para estes cidadãos, foi criado um mecanismo de voto antecipado. Assim, quem estiver confinado (e fizer parte de uma lista que será elaborada pelas autoridades de saúde), poderá, entre 14 e 17 de janeiro, registar-se para votar antecipadamente. Como?

Nos dias 19 e 20 de janeiro, as pessoas confinadas poderão votar nos respetivos locais de confinamento (casa ou instituição hospitalar), sendo os votos posteriormente recolhidos por equipas criadas pelas câmaras municipais, explicou Eduardo Cabrita. Ou seja, estas deslocar-se-ão aos locais em que as pessoas estejam em isolamento profilático para recolher os votos.

Já para os idosos que estejam em residências de terceira idade, aplica-se a mesma hipótese. Estes devem inscrever-se para, nos dias 19 e 20 de janeiro, votarem naquele que querem que seja o próximo Presidente da República. Posteriormente, equipas compostas por elementos das autarquias irão aos respeitos lares de idosos recolher os boletins de voto. Neste caso, em cada lar, “deverá ser encontrado um espaço que permita o direito de voto”.

Estas equipas poderão variar conforme o concelho em questão, podendo ser uma ou várias por município, sendo que as autarquias deverão avisar “previamente” quais as “equipas constituídas e todas as candidaturas que poderão acompanhar este processo”. O ministro adiantou que estão a ser “promovidas ações de formação dirigidas aos elementos que vão integrar estas equipas”. As forças de segurança darão apoio neste processo.

Menos pessoas por mesa de voto. Caneta comum acaba

Para os cidadãos que se deslocarem às urnas normalmente, a 24 de janeiro, haverá, claramente, novas medidas. A primeira passa, desde logo, pelo número de eleitores por mesa de voto. “Até às eleições de 2019, a referência para a organização das mesas de voto eram 1.500 eleitores”, disse o ministro, referindo que, este ano, “baixou para os 1.000 eleitores por mesa de voto”.

Isso, disse Eduardo Cabrita, significa que “haverá 2.800 secções de voto a mais”. “Vamos passar de pouco mais de 10.000 para cerca de 13.000 secções de voto”, continuou o ministro, referindo que esta medida é um “contributo para a redução dos ajuntamentos e das filas”.

Outras das medidas de contenção passam pela colocação de gel desinfetante em cada mesa de voto e pela obrigatoriedade de cada eleitor levar a sua própria caneta. “O que está feito visa garantir que [votar] é mais seguro do que ir a um supermercado ou a um restaurante”, disse Cabrita, referindo, contudo, que “a responsabilidade em cada local é das autarquias”.

(Notícia atualizada às 19h39 com mais informação)

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Associação Zero quer que Governo avance com estratégia de reabilitação de edifícios

  • Lusa e ECO
  • 10 Janeiro 2021

De acordo com a asociação ambientalista, "o valor anunciado de 620 milhões de euros", para tornar até 2026 os edifícios mais eficientes do ponto de vista energético, "poderá revelar-se insuficiente".

Numa altura em que o frio “aperta” em muitos lares de Portugal continental, a associação ambientalista Zero quer que o Governo avance com a estratégia para a reabilitação de edifícios públicos e privados.

“É a medida verdadeiramente estruturante e de longo prazo necessária implementar e cujo avanço deve ter lugar em breve”, refere em comunicado a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, em “termos de intervenção do Governo”, invocando que “o valor anunciado de 620 milhões de euros”, para tornar até 2026 os edifícios mais eficientes do ponto de vista energético, “apesar de muito significativo, poderá revelar-se mesmo assim insuficiente”.

A organização considera que o financiamento anunciado, e inscrito no programa de recuperação e resiliência, pode “ser devidamente alavancado” com outros apoios “para dar uma resposta mais abrangente às necessidades de remodelação do edificado”.

A Zero defende, igualmente, “a necessidade da extensão do financiamento entretanto esgotado do Fundo Ambiental no âmbito do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis”.

“O frio que assola Portugal nos últimos dias deve levar a medidas imediatas por parte dos consumidores e à aceleração das estratégias de combate à pobreza energética e de renovação de edifícios. De acordo com dados relativos a 2019 do EUROSTAT, Portugal é dos países da União Europeia (UE) em que mais pessoas, quase dois milhões no total, não têm capacidade para aquecer as suas casas (18,9% da população em Portugal por comparação com uma média de 6,9% na UE-27)”, refere a Zero em comunicado.

Dirigindo-se aos consumidores, a associação recomenda, para garantir um conforto térmico mais eficiente em casa, o isolamento com ecomateriais ou materiais reciclados em coberturas ou pavimentos interiores ou exteriores e em paredes exteriores ou interiores, assim como o uso de aparelhos de ar condicionado/bomba de calor em substituição dos irradiadores elétricos a óleo ou dos termoventiladores.

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Euro digital vem aí e o BCE quer saber a sua opinião

O BCE quer ser mais digital e acompanhar os avanços tecnológicos, mas deixa claro que a instituição liderada por Christine Lagarde não quer apanhar a nova onda das criptomoedas.

O Banco Central Europeu (BCE) quer ir mais longe nos pagamentos digitais e lançar um euro digital. A ideia, que contribui para uma sociedade cashless, é “combinar a eficiência dos instrumentos de pagamentos digitais com a segurança do dinheiro do banco central”. Concorda? Acha péssima ideia? É isso que a instituição liderada por Christine Lagarde quer saber.

“A nossa consulta sobre o euro digital está aberta até dia 12 de janeiro. Dê-nos a sua visão sobre os benefícios e os desafios de emitir um euro digital e o seu possível desenho“. O apelo foi feito esta semana pelo BCE, lembrando que faltam poucos dias para o fim do período em que o público em geral se pode pronunciar sobre a iniciativa lançada no ano passado.

A possibilidade de emitir um euro digital foi apresentada em outubro, como uma forma eletrónica de moeda do banco central acessível a todos os cidadãos e empresas, tal como as notas de euro, mas em formato digital. Não iria substituir notas e moedas, mas viria complementá-las, nomeadamente em situações de aumento da procura por pagamentos eletrónicos, de diminuição significativa da utilização de numerário ou de surgimento de meios de pagamento alternativos com preocupações regulamentares e riscos para a estabilidade financeira.

“O euro pertence aos europeus e a nossa missão consiste em ser o seu guardião”, dizia a presidente do BCE, Christine Lagarde, na altura. “Os europeus estão a recorrer cada vez mais a meios digitais quando decidem gastar, poupar e investir. O nosso papel é assegurar a confiança na moeda. Isso significa garantir que o euro se adapta à era digital. Devemos estar preparados para emitir um euro digital, caso seja necessário“.

Euro digital não é uma criptomoeda

O BCE quer ser mais digital e acompanhar o desenvolvimento tecnológico, mas há uma coisa que deixa clara: esta não é uma forma de a instituição liderada por Christine Lagarde apanhar a nova onda de valorizações das criptomoedas. O euro digital não é uma criptomoeda, garante, e explica as diferenças.

“O banco central, além da função de supervisão, atua como um credor de último recurso para evitar a falência de bancos comerciais em situações excecionais. Em simultâneo, os depósitos em bancos comerciais são protegidos na Zona Euro por esquemas de seguros de depósitos. Em contraste, os cripto-ativos não são responsabilidade de nenhuma entidade, portanto, não existe uma estrutura fiável para sustentar o valor e proteger os detentores diretos. Esses ativos são, em larga maioria, não regulamentados, o que representa elevado risco para os utilizadores“, explica o BCE, no relatório sobre o trabalho em curso.

O banco central quer manter-se fiel aos princípios do eurossistema, nomeadamente mantendo todo o controlo sobre estes ativos. O BCE explica que pretende continuar a controlar toda a emissão e circulação de euros digitais, que poderão sempre ser convertidos com outras formas de euro. Seria, por definição, livre de risco e fiável, bem como disponibilizada de forma igual a todos os Estados-membros.

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Apple e Hyundai planeiam chegar a acordo para carros elétricos autónomos até março

  • ECO
  • 10 Janeiro 2021

As duas empresas esperam chegar a um acordo em breve. Produção de carros elétricos autónomos deve começar em 2024.

A Apple e a Hyundai planeiam fechar um acordo de parceria para o desenvolvimento de carros elétricos autónomos até março, diz o jornal Korea IT News, citado pela Reuters. Esta notícia surge depois de a multinacional sul-coreana ter afirmado que estava em negociações com a tecnológica norte-americana. A produção dos primeiros veículos deverá arrancar em 2024.

De acordo com fontes do setor automóvel, em cima da mesa estão duas hipóteses: ou a construção dos veículos acontece na fábrica da Kia Motors (afiliada da Hyundai), na Geórgia, ou as empresas investem em conjunto numa nova fábrica nos Estados Unidos. O plano é produzir 100.000 veículos em 2024, mas esse número poderá aumentar para os 400.000 ao ano, diz a Reuters.

Há mesmo rumores de que a Hyundai e a Apple planeiam lançar uma “versão beta” destes carros já no próximo ano.

Na passada sexta-feira, a Hyundai confirmou estar em conversações com a Apple, depois de a imprensa ter avançado que as empresas estavam a planear lançar um carro elétrico autónomo em 2027. “A Apple está em discussão com várias fabricantes mundiais, incluindo a Hyundai Motor. Como a discussão está numa fase inicial, ainda nada foi decidido”, disse um representante da empresa sul-coreana à CNBC.

Esta notícia fez as ações da Hyundai dispararem quase 20% em bolsa.

Em dezembro, a Reuters avançou que a Apple estava a dar os primeiros passos numa tecnologia de automóveis autónomos e que pretendia produzir um veículo de passageiros que pudesse incluir a sua própria tecnologia de bateria inovadora já em 2024.

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