Marcelo acredita num Natal de “abertura, mas de bom senso”

O Presidente relativiza a projeção de oito mil casos diários, dizendo que, mantendo o ritmo de vacinação e as regras sanitárias, os portugueses podem esperar “aquilo que quiserem" da época festiva.

As mais recentes projeções do Instituto Ricardo Jorge (INSA) apontam que Portugal poderá ter uma duplicação dos casos dentro de 26 dias, com a diretora-geral da Saúde a antecipar assim que o país pode chegar ao Natal com uma média de oito mil casos por dia. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa relativiza estes números.

“Seria ainda aquém do que tivemos há um ano e com uma diferença: não testávamos o que testamos hoje. O que interessa é o número de internamentos, nos cuidados intensivos e de mortos – e aí temos números que são 1/5, 1/6 e 1/8 em relação há um ano”, sublinhou o Presidente da República.

Em declarações aos jornalistas em Estrasburgo, transmitidas pela RTP3, o Chefe de Estado frisou que “as restrições vão sendo definidas à medida que se alteram as realidades”. Porém, não acredita que o país venha a precisar de adotar este ano medidas tão restritivas de combate à pandemia, isto depois de o primeiro-ministro, António Costa, não ter afastado a aprovação de restrições adicionais para o Natal.

Que Natal é que os portugueses podem esperar? “Aquilo que quiserem. Estão a querer — e bem — vacinar-se. Se continuarem a aderir à vacinação e respeitarem as regras sanitárias, terão um Natal que é simultaneamente de abertura, mas de bom senso. É este equilíbrio que é fundamental”, respondeu Marcelo.

Recusando pronunciar-se sobre a possibilidade da vacinação obrigatória contra a Covid-19, que está a ser debatida a nível europeu, o Presidente da República prefere também esperar mais 15 dias para conhecer os resultados dos estudos laboratoriais relativos à nova variante Ómicron, antes de avançar para um maior controlo nas fronteiras.

Sobre as críticas dirigidas pela ONU aos países desenvolvidos relativas ao isolamento de África, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter visto nos últimos dias como Angola estava a tomar “medidas temporárias em relação a países daquela área”, entendendo que “Portugal sido muito cuidadoso” nesse particular.

“Até para não dar a sensação de que há um mundo bom e o mundo mau, que é aquele que não tem um acesso tão rápido às vacinas. Em períodos de crise, as pessoas ficam egoístas, mas o assunto de todos é o meu assunto”, contextualizou o Presidente da República.

Em Estrasburgo, questionado ainda sobre as sondagens que dão os dois candidatos da extrema-direita francesa com quase 30% das intenções de voto, Marcelo disse estar “esperançado de que, como aconteceu na Alemanha há pouco tempo — com uma próxima mudança de Governo, mas o mesmo espírito europeu –, que o espírito europeu continue muito forte em França e em toda a União Europeia”.

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Portugal importou 266 milhões de euros em turbinas e painéis solares em 2020

A União Europeia importou 11,2 mil milhões de euros em turbinas eólicas, painéis solares e biodiesel e exportou apenas metade do valor. Em Portugal, o défice da balança comercial é mais acentuado.

Portugal gastou quase 266 milhões de euros na importação de produtos relacionados com energias renováveis em 2020, incluindo turbinas eólicas, painéis solares e biodiesel, a partir de países fora do espaço europeu. Os dados foram avançados esta quinta-feira pelo Eurostat.

Enquanto isso, o país exportou 22 vezes menos do que esse montante (apenas 12 milhões de euros) na mesma categoria de produtos para países fora do bloco dos 27 Estados-membros.

Em concreto, Portugal importou, sobretudo, 11 mil euros de biodiesel, 6,2 milhões de turbinas eólicas e 260 milhões de painéis fotovoltaicos. E exportou 369 euros em biodiesel, 9,2 milhões de turbinas eólicas e 2 milhões em painéis fotovoltaicos.

Já no conjunto da União Europeia (UE), o bloco gastou 11,2 mil milhões na importação de produtos relacionados com energia renováveis, incluindo turbinas eólicas, painéis solares e biodiesel, de países fora do espaço europeu.

Enquanto isso, a UE exportou apenas cerca de metade desse montante (5,8 mil milhões) na mesma categoria de produtos para países fora do bloco dos 27.

Mais especificamente, foram importados 8 mil milhões em painéis solares, 2,9 mil milhões em biodiesel e 300 milhões em turbinas eólicas de países fora da UE. O valor das importações de painéis solares e biodiesel foi muito superior ao valor correspondente das exportações da UE destes bens para países fora da UE (apenas 1,8 mil milhões e 1,6 mil milhões, respetivamente).

Em contraste, o valor das exportações de turbinas eólicas para países terceiros foi muito superior ao valor das importações (2,3 mil milhões).

Em comparação com 2015, os valores das importações de painéis solares, biodiesel e turbinas eólicas para a UE foram todos significativamente mais elevados em 2020, com aumentos de 250%, 60% e 330%, respetivamente, revela o Eurostat.

Em 2020, o valor das exportações da UE de turbinas eólicas e painéis solares caiu 1% e 40%, respetivamente, em comparação com 2015. Em contraste, o valor das exportações de biodiesel aumentou 150% em comparação com 2015.

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Andres Ortolá lidera Microsoft Portugal. Paula Panarra sobe a diretora global de vendas de business applications

Mudanças surgem depois de cinco anos de liderança de Paula Panarra à frente da Microsoft Portugal e num momento em que a empresa estuda novo escritório fora de Lisboa.

Andres Ortolá e Paula PanarraD.R.

Andres Ortolá é a partir de janeiro o diretor-geral da Microsoft Portugal, substituindo no cargo Paula Panarra que passa a diretora global de vendas de business applications no segmento de retalho e bens de consumo, anunciou a companhia. A gestora portuguesa ascende a este cargo com funções globais na tecnológica depois de cinco anos a liderar o mercado português.

“Estou muito entusiasmado por integrar a equipa portuguesa e dar continuidade ao excelente trabalho que tem sido desenvolvido até aqui. Temos uma grande oportunidade à nossa frente, apenas igualada pela expectativa dos nossos clientes e parceiros. Estou ansioso pelo início do novo ciclo, por conhecer as equipas e ajudar o nosso ecossistema a transformar-se”, diz Andres Ortolá, citado em comunicado.

O gestor argentino vai liderar a Microsoft em Portugal, numa altura em que a organização tem já mais de 1.400 profissionais no país e anunciou já planos de reforçar a equipa e de estar a estudar novos escritórios fora de Lisboa.

“Andres Ortolá estará focado no apoio ao segmento empresarial, ao setor público e aos parceiros, nos seus processos de Transformação Digital, assim como em estabelecer novas alianças e colaborações que ajudem a impulsionar as áreas de Inovação e Sustentabilidade, mas também incrementar a confiança no Digital”, informa a Microsoft. Em Portugal, a companhia conta com um ecossistema composto por mais de 3.700 parceiros.

Com cerca de duas décadas de experiência na indústria das Tecnologias de Informação, em várias áreas, incluindo consultoria, vendas e marketing, Andres Ortolá era diretor-geral das Filipinas e entrou na Microsoft em 2000, tendo desempenhado funções de consultor, regional technology leader e regional business manager para contas globais.

Conta ainda com experiências no Dubai, na Quest Software, tendo liderado a operação da tecnológica no Médio Oriente, na IBM, onde ocupou cargos como director of sales for software e diretor de marketing para o Médio Oriente e África. Na Microsoft, onde regressou em 2014, abraçou ainda desafios na área de clientes corporate enquanto field enablement director, sales excellence & strategy director para a Ásia e liderou o segmento empresarial em Singapura.

Panarra segue para funções de venda globais

Durante cinco anos a liderar a Microsoft em Portugal, Paula Panarra foi agora nomeada nova diretora global de vendas de business applications para o segmento de Retalho e Bens de Consumo, ficando responsável pelo desenvolvimento do negócio de Dynamics 365 e Power Platform, neste setor, a nível mundial.

Durante a sua liderança em Portugal, a Microsoft “duplicou a dimensão do negócio” no país, acelerou a transformação para a Cloud; acolheu 1.000 novos colaboradores e “consolidou a reputação da marca Microsoft, acumulando distinções entre as quais a liderança no ranking das marcas mais fortes em Portugal em 2021, tendo sido a única a atingir o nível de excelência (Fonte: BrandEnergy™ 2021, OnStrategy)”, destaca a companhia.

A companhia estabeleceu ainda “alianças estratégicas com grandes empresas e entidades públicas, elevou as iniciativas dos mais de 3.700 parceiros nacionais e colocou em marcha projetos com elevado impacto social, como o Building the Future e o Ativar Portugal”.

Licenciada em Engenharia Química-Biotecnologia, pelo Instituto Superior Técnico, Paula Panarra tem mais de 20 anos de experiência profissional. Esteve 15 anos na Procter & Gamble, tendo entrado na Microsoft em 2010, como diretora de marketing. Ao fim de três anos na tecnológica passou a diretora executiva de marketing & operações e assumiu, em 2016, a liderança do segmento de clientes de setor público.

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Uría é escritório do ano em Portugal e Espanha

Uría Menéndez recebeu o prémio de Iberia Law Firm of the Year atribuído pelo The Lawyer. Na corrida estavam ainda a Abreu, Ecija, Garrigues, Gómez-Acebo & Pombo, Morais Leitão e SRS.

A Uría Menéndez recebeu o prémio de escritório do ano em Portugal e Espanha (Iberia Law Firm of the Year) atribuído pelo The Lawyer, na última edição dos prémios The Lawyer European Awards 2021.

Na corrida estavam ainda a Abreu Advogados, Ecija, Garrigues, Gómez-Acebo & Pombo, Morais Leitão e SRS Advogados.

“O The Lawyer reconheceu o excelente trabalho e solidez do escritório durante os últimos doze meses e fez especial menção ao escritório relativamente aos temas de diversidade e sustentabilidade”, disse o escritório de Lisboa, em comunicado.

Estes prémios, que foram a primeira iniciativa deste tipo para homenagear e celebrar a qualidade de todo o mercado jurídico europeu, receberam mais de cento e vinte candidaturas de escritórios de advogados independentes com sede na Europa e de sociedades de todo o continente.

A Uría Menéndez é uma sociedade no mercado ibero-americano, com presença em doze cidades da Europa e América. Fundada em 1946, conta atualmente com mais de seiscentos advogados.

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Portela teve em novembro “momentos idênticos a 2019”, diz ANA

A ANA - Aeroportos de Portugal continua a sublinhar a necessidade do reforço da capacidade aeroportuária em Lisboa. Montijo será a hipótese mais rápida pois demorará quatro anos a ser construído.

A ANA – Aeroportos de Portugal alerta que a Portela já teve em novembro “momentos idênticos” a 2019, o que coloca alguma pressão na decisão quanto à localização do novo aeroporto de Lisboa. Uma decisão que a concessionária gostaria de ver recair sobre o Montijo.

“Não temos qualquer dúvida de que é absolutamente fundamental ter um aumento significativo da capacidade aeroportuária em Lisboa”, disse Francisco Pita, Chief Commercial Officer (CCO) da ANA esta quinta-feira, durante o 46.º Congresso da Associação de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Aveiro. Este é um alerta que tem vindo a ser repetido pela empresa.

Sobre o tempo que demorará até haver uma decisão quanto à localização, o responsável disse que o prazo dependerá de dois fatores: “De quando se toma a decisão e da decisão que se toma”. “O Montijo demorará quatro anos a construir e outras soluções demorarão sete”, precisou.

O Governo pediu em março uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) para o novo aeroporto de Lisboa, estando em cima da mesa três opções: Portela como aeroporto principal e Montijo como complementar; Montijo como principal e Portela como complementar; novo e único aeroporto em Alcochete. O Executivo aponta para 2023 a entrega desse documento, ou seja, antes de 2023 não haverá um novo aeroporto.

Para a ANA, o Montijo é a melhor opção, e a concessionária afirma mesmo não ter um plano B. “No caso do Montijo já temos o projeto. Se, efetivamente, depois da AAE, outra opção for seguida, obviamente que isto vai demorar mais tempo“, disse o CEO da ANA, Thierry Ligonnière, a 11 de novembro, durante um congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

Esta quinta-feira, Francisco Pita notou que “não se constrói um aeroporto de um dia para o outro”, mas que “quatro anos para se construir um aeroporto não é uma coisa extraordinária”.

Nesse sentido, o CCO da ANA alertou que a recuperação de cerca de 80% do tráfego aéreo indica que, em “muitos dias de novembro, houve momentos na Portela idênticos aos de 2019”, disse. “Temos, de facto, a necessidade de um aumento rápido da capacidade aeroportuária na região de Lisboa se queremos continuar a crescer”, rematou.

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CFP diz que Portugal não aproveitou “suficientemente” ciclo favorável, mas ainda vai a tempo

O país podia ter aproveitado mais o ciclo económico favorável no passado para criar uma folga orçamental para as recessões. Mas o CFP diz que ainda vai a tempo de aproveitar mais os juros baixos.

É uma crítica, mas também uma oportunidade. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) considera que Portugal não aproveitou “suficientemente” quando a economia crescia para ganhar uma folga orçamental para combater as recessões sem limitações. Porém, identifica nos juros baixos uma “oportunidade única” para ter uma “redução significativa” da dívida pública.

A política orçamental não se tem revelado suficientemente contra cíclica na fase favorável (de crescimento) do ciclo económico para construir um espaço orçamental suficientemente alargado que prepare o país para as consequências económicas e orçamentais de um choque desfavorável“, critica o CFP no relatório sobre os riscos orçamentais e a sustentabilidade das finanças públicas divulgado esta quinta-feira.

Ou seja, ainda que tenha alcançado um excedente orçamental em 2019, o país continua aquém do que seria ideal na gestão das finanças públicas, na ótica do Conselho, para ter uma real folga orçamental para quando a política orçamental tem de ser expansionista, como é o caso das recessões.

Só esse espaço orçamental “permitiria o livre funcionamento dos estabilizadores automáticos”, como é o caso do subsídio de desemprego, “eventualmente coadjuvados por uma política expansionista” em recessões. “Desta forma a política orçamental poderia efetivamente estabilizar a economia, minimizando as flutuações cíclicas, em vez de as exacerbar“, nota a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral.

De acordo com as projeções do CFP, o rácio da dívida pública portuguesa vai ter uma trajetória descendente ao longo dos próximos 15 anos, atingindo 91,1% do PIB em 2035 — atualmente está na casa dos 130% do PIB, portanto estamos a falar de uma redução de cerca de 40 pontos percentuais.

“Esta trajetória claramente descendente do rácio da dívida pública no cenário central evidencia que existem condições de sustentabilidade das finanças públicas portuguesas assim os decisores políticos continuem a tomar as medidas necessárias para obter um suficiente excedente primário”, considera o CFP.

Apesar de criticar o passado, o Conselho identifica uma “oportunidade única” no presente: a atual política monetária de manutenção de taxas de juro em níveis historicamente baixos, a qual pode, somada a um “esforço orçamental sustentado”, levar a uma “redução significativa da dívida em percentagem do PIB”.

Além disso, o CFP acaba por elogiar a “preocupação dos decisores de política orçamental com a trajetória da dívida” uma vez que tal tem vindo a ser “recompensado nos mercados financeiros com uma notória redução do risco país”.

“Num círculo virtuoso, a redução do risco tem reforçado a almejada diminuição do rácio da dívida ao baixar o peso dos encargos com os juros”, assinala, argumentando que “a manutenção da sustentabilidade da dívida está perfeitamente ao alcance do país assim a política orçamental seja conduzida tendo em conta essa restrição”.

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Manter pensões no futuro exige “esforços adicionais”, avisa CFP

Para manter no futuro os benefícios sociais concedidos atualmente serão precisos "esforços adicionais", alerta o Conselho das Finanças Públicas num relatório sobre riscos orçamentais.

Se Portugal quiser manter o grau de generosidade do seu Estado social no futuro vai ter de tomar medidas, avisa o Conselho das Finanças Públicas (CFP) num relatório sobre os riscos orçamentais e sustentabilidade das finanças públicas publicado esta quinta-feira. Serão necessárias mudanças “substanciais” no sistema de pensões para garantir a equidade entre gerações.

“As despesas associadas ao envelhecimento da população, principalmente as relativas a pensões e saúde, têm apresentado um aumento contínuo ao longo do tempo, colocando desafios económicos, orçamentais e sociais“, começa por explicar o Conselho, utilizando os dados e projeções publicados no 2021 Ageing Report da Comissão Europeia. Os números mostram que este fenómeno vai agravar-se nas próximas décadas.

Para o CFP não há dúvidas de que no médio e longo prazo “serão necessários esforços adicionais em termos de finanças públicas para manter o nível de benefícios sociais concedidos atualmente“. Tal tornou-se ainda mais difícil com o aumento do endividamento fruto da crise pandémica, o que limita a margem de manobra dos governos, nomeadamente em Portugal. A situação portuguesa é agravada pelo facto de o salário médio ser “relativamente baixo” no contexto da Zona Euro, o que tem implicações sobre a taxa de poupança.

“O crescimento da despesa coloca desafios aos decisores políticos, podendo requerer fontes de financiamento alternativas e implicar futuros aumentos de impostos e/ou de contribuições para a Segurança Social, com potencial de distorção na tomada de decisões económicas e, em última instância, no crescimento económico”, refere o CFP.

A entidade liderada por Nazaré Costa Cabral avisa que até pode estar a subavaliar o esforço necessário “uma vez que a diminuição prevista do valor futuro das pensões de velhice do sistema contributivo coloca pressões adicionais no sistema não contributivo”. Isto é, com a redução das pensões no futuro, o recurso a prestações complementares (como o complemento solidário para idosos) será cada vez maior. “Importaria assim fazer uma avaliação da adequação dos benefícios futuros atribuídos pelos sistemas de pensões, incluindo os efeitos das reformas adotadas”, recomenda.

Em específico sobre as pensões, o Conselho das Finanças Públicas diz que “sem alterações legislativas substanciais ao sistema de pensões, os pressupostos usados podem alterar consideravelmente os resultados obtidos, aumentando a incerteza em torno da tomada de decisão por parte dos decisores políticos, particularmente em adaptar sistemas, como o de pensões, cujas alterações têm implicações intra e intergeracionais e por forma a garantir equidade de deveres e direitos entre gerações”.

Nas alterações a fazer ao sistema, para o Conselho o ideal será “procurar-se assegurar uma adequada partilha de riscos entre gerações e a justiça na distribuição de rendimento entre a geração de idosos pensionistas e as futuras gerações, relativamente às quais as atuais projeções indicam que terão carreiras contributivas superiores e um benefício inferior”. Não são dadas sugestões em concreto sobre o que mudar na legislação.

Uma das soluções apontadas no relatório é a aposta no crescimento da produtividade, o qual passará a ser o “motor único do crescimento económico” dado que a população ativa vai registar um “declínio acentuado”. Neste ponto, o CFP considera que as projeções da Comissão Europeia contêm “algum otimismo” por prever um crescimento médio anual de 1,7% da produtividade em Portugal. É por isso que o Conselho elege o crescimento da produtividade em Portugal como “o principal risco macroeconómico no longo prazo”.

Mas os desafios não acabam na demografia. O progresso tecnológico (substituição de trabalhadores por máquinas) e o aprofundamento da globalização (deslocalização das empresas para países com menores custos salariais) podem ter impacto nestas contas. “Os sistemas de pensões de repartição, como é o caso português, necessitam de se preparar para acomodar a crescente atipicidade laboral e hiatos contributivos no quadro desta nova realidade tecnológica“, avisa o CFP. De notar ainda que as alterações climáticas também são uma ameaça às finanças públicas.

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El Corte Inglés rejeita oferta do Carrefour pela Supercor

  • ECO
  • 2 Dezembro 2021

O conselho de administração chegou à conclusão que vender as lojas “não foi a opção mais inteligente”. Excluída a venda, o El Corte Inglés quer concentrar-se na reformulação da divisão alimentar.

O El Corte Inglés decidiu rejeitar a oferta do Carrefour pela Supercor. O retalhista concluiu que a proposta do concorrente francês tinha mais elementos negativos do que positivos, tanto devido ao preço — considerado insuficiente –, como devido à transferência de quota de mercado, como avança o El Confidencial (acesso livre).

A presidente do El Corte Inglés, Marta Álvarez, e o CEO, Víctor del Pozo, admitiram que “transferir a maior parte das 180 lojas para a concorrência não foi a opção mais inteligente”, tendo em conta que a divisão alimentar é a segunda mais importante do grupo neste momento.

Excluída a venda, o El Corte Inglés quer concentrar-se na reformulação da divisão alimentar, que no primeiro semestre do ano alcançou um volume de negócios de 1,2 mil milhões de euros.

Víctor del Pozo propôs reforçar a marca Supermercados El Corte Inglés, que atualmente só é utilizada em centros comerciais e expandir este tipo de lojas para a rua.

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ASAE instaura 81 processos de contraordenação na ‘Black Friday’ e na ‘Cyber Monday’

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2021

Entre as principais infrações detetadas, a ASAE destacou, entre outras, o “desrespeito das regras de anúncio de venda com redução de preços" e "o incumprimento das regras legais sobre promoções".

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) anunciou esta quinta-feira que instaurou 81 processos de contraordenação numa operação dedicada a iniciativas como a ‘Black Friday’ ou a ‘Cyber Monday’ sobre “práticas de venda com redução de preços”.

Assinalando que se trata de “um acontecimento comum nesta altura do ano”, a ASAE refere em comunicado que estas ações de fiscalização, que se realizaram nos últimos dias, “visaram verificar a conformidade das práticas de venda com redução de preço por parte dos operadores económicos face à legislação em vigor”.

“Como resultado da ação, dirigida quer a estabelecimentos físicos quer à oferta realizada ‘online’, foram fiscalizados 1.453 operadores económicos, tendo sido instaurados 81 processos de contraordenação”, consta no documento divulgado esta quinta-feira.

Entre as principais infrações detetadas, a ASAE destacou, entre outras, o “desrespeito das regras de anúncio de venda com redução de preços, o incumprimento das regras legais sobre promoções, a falta do livro de reclamações e a falta de visibilidade do exterior dos preços nas montras ou vitrinas”.

A Direção-Geral do Consumidor (DGC) recomendou, em novembro, “prudência e atenção” nas compras durante a ‘Black Friday’ e ‘Cyber Monday’, a última sexta-feira de novembro e a primeira segunda-feira após este dia, datas em que as empresas reclamam grandes descontos nas suas lojas físicas e digitais.

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Andersen Portugal integra Mariana Aires de Abreu como nova sócia nas áreas de Bancário e Financeiro, Corporate e M&A

Mariana Abreu conta com mais de 15 anos de experiência, tendo exercido na Linklaters, Miranda e trabalhado no Banif e Banco BNI Europa.

A Andersen Portugal acaba de anunciar a integração de Mariana Aires de Abreu na sociedade como nova sócia das áreas de banca e financeiro, corporate e M&A.

Mariana Aires de Abreu é licenciada em Direito pela Universidade Católica de Lisboa, onde concluiu igualmente o LLM em International Business Law, e é ainda Mestre em Direito dos Negócios Internacional pela Universidade Complutense de Madrid.

A nova sócia da Andersen Portugal transitou do Banco BNI Europa, onde exercia funções de Head of Legal e Compliance. Do seu percurso profissional, destaca-se ainda o exercício da advocacia na Cuatrecasas em Madrid, e na Linklaters e na Miranda, em Lisboa; e o exercício de funções nos departamentos jurídicos no Banco Comercial e no Banco de Investimento do grupo Banif.

A carreira da Mariana de Abreu Abreu consolidou-se na área de Bancário e Financeiro, Corporate e M&A, tendo desenvolvido as suas competências em torno da experiência acumulada a assessorar operações de financiamento (project finance, corporate finance e real estate finance), fusões e aquisições, private equity e fundos de investimento, mercado de capitais (emissão de dívida e de capital), restruturações financeiras, operações de reorganização societária e projetos de internacionalização.

Com uma experiência de mais de 15 anos, tem estado particularmente envolvida no desenvolvimento de soluções a clientes nacionais e internacionais de várias indústrias, nomeadamente dos setores bancário, da energia, de infraestruturas, das parcerias público-privadas, no contexto de operações bancárias, M&A, compliance e regulatório.

Sobre esta aquisição, José Mota Soares, Managing Partner da Andersen Portugal, explicou que a “contratação da Mariana Aires de Abreu como sócia na área de Corporate, Bancário e M&A constitui uma mais-valia no reforço e ampliação das áreas de atuação do nosso escritório e na concretização de um dos objetivos do plano estratégico da sociedade: alargar a assessoria especializada em todas as áreas jurídicas relevantes”.

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Dívida pública desce pelo quarto mês consecutivo e está no valor mais baixo desde janeiro

A dívida pública, na ótica de Maastricht, desceu 310 milhões de euros em outubro, para 271,2 mil milhões de euros.

A dívida pública, na ótica de Maastricht (a que interessa a Bruxelas), encolheu 310 milhões de euros em outubro, para 271,2 mil milhões de euros — o valor mais baixo desde janeiro deste ano –, segundo os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP). É o quarto mês consecutivo em que o endividamento das administrações públicas desce face ao mês anterior.

Esta redução refletiu, essencialmente, amortizações de títulos de dívida no valor de 0,5 mil milhões de euros“, explica o banco central na nota de informação estatística.

Dívida pública desce e atinge valor mais baixo desde janeiro

Fonte: Banco de Portugal.

O rácio da dívida pública no terceiro trimestre foi de 130,9% do PIB, abaixo dos 131,4% do PIB estimados inicialmente o PIB cresceu 4,2% em termos homólogos no terceiro trimestre. É o valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2020, altura em que a Covid-19 chegou a Portugal. Este rácio atingiu o valor máximo no primeiro trimestre deste ano, nos 139,1% do PIB, por causa da contração do PIB em resultado do segundo confinamento.

Esta queda do peso da dívida pública é explicada não só pelo aumento do PIB (denominador), graças à retoma económica do terceiro trimestre na sequência do desconfinamento, mas também pela redução do stock de endividamento. Com um PIB maior e uma dívida ligeiramente menor, o rácio de endividamento — que é um dos principais indicadores para aferir a sustentabilidade da dívida pública — voltou a cair.

A previsão do Governo passa por chegar ao final do ano com um rácio da dívida pública de 126,9% do PIB, de acordo com as projeções que constavam na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE 2022), que reprovou no Paralamento. Esta previsão tinha subjacente um crescimento anual da economia de 4,8% e um défice orçamental de 4,3% do PIB em 2021.

Sobre os dados mensais, os números do banco central revelam ainda que os ativos em depósitos das administrações públicas — a chamada “almofada financeira” — diminuíram 2,6 mil milhões de euros para 20 mil milhões de euros. Assim, a dívida pública líquida de depósitos aumentou 2,3 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando 251,2 mil milhões de euros.

A próxima atualização dos dados do endividamento público ocorre a 2 de janeiro.

(Notícia atualizada às 11h54 com mais informação)

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Decisão de reprivatização da Efacec será tomada até final do ano

Apesar da demora no processo de reprivatização da Efacec e das dificuldades que a empresa atravessa, com substancial degradação das contas, o ministro da Economia espera decidir a venda este ano.

O ministro da Economia está confiante que o processo de reprivatização da Efacec vai ser concluído até ao final deste ano. Na corrida ficou apenas a DST, num momento em que a empresa tenta contrair um novo empréstimo junto da banca para assegurar o financiamento da operação.

“A decisão de reprivatização ainda vai ser tomada até ao final do ano. O Estado não tem vocação para gerir empresas industriais”, sublinhou Siza Vieira, num encontro com jornalistas.

A proposta única da DST está presentemente a ser analisada pela Parpública a quem compete fazer depois uma recomendação ao Conselho de Ministros. “As indicações que demos é para se avaliar se aquela proposta é credível e tem condições de ser selecionada”, explicou Siza Vieira.

No entanto, a demora no processo — que deveria estar concluído no primeiro trimestre deste ano — está a obrigar a empresa a “encontrar algum financiamento adicional até ao fecho da transação”. Uma transação que até pode ser decidida até ao final do ano, mas que depois ainda se deverá arrastar cerca de três meses para completar as restantes fases processuais. Mas, “quanto mais cedo resolvermos isto melhor”, reconhece o ministro da Economia.

“Se esta proposta não se concretizar, a empresa tem de continuar nas mãos do Estado, sendo que esta não será a melhor maneira para funcionar, perante os desafios que tem pela frente”, acrescenta o responsável.

A empresa para além do processo de reprivatização tem sido confrontada com uma crescente onda de contestação interna. Os trabalhadores já organizaram duas greves para exigir a demissão da atual administração liderada por Ângelo Ramalho, mas também a compra de matérias-primas para que possam continuar a laborar.

O ministro da Economia reconhece que “a Efacec precisa de prestar novas garantias para assinar novos contratos” e não para assegurar tesouraria. As atuais necessidades identificadas rondam os 45 milhões de euros, que somam aos 70 milhões já contraído o ano passado junto de um sindicato bancário, para a mesma finalidade. “Desde que o Estado entrou na Efacec o volume de garantias tem vindo a diminuir, porque os contratos foram sendo cumpridos”, garante Siza Vieira, reiterando que tem total confiança na viabilidade da empresa.

Os trabalhadores novas greves agendadas para 9 e 16 de dezembro, mas Ângelo Ramalho já alertou que que “nenhuma empresa parada conquista novos clientes e tem receitas” de centenas de milhões. “A Efacec continua firme na sua missão, demonstrando viabilidade económica e estratégica. Prova disso são os nossos indicadores financeiros e de negócio de 2021, reveladores dos resultados que temos alcançado, apesar de todos os desafios que enfrentamos”, afirma a empresa em comunicado.

Mas são precisamente esses indicadores financeiros que levaram a Sodecia a desistir da empresa já que não tinha condições de apresentar uma best and final offer, porque no entender da empresa não havia condições para melhorar a proposta que já estava em cima da mesa.

Tal como o ECO revelou em primeira mão, as contas até setembro mostravam um resultado operacional negativo de 12 milhões de euros e dúvidas sobre a continuidade da empresa. Os resultados positivos vão transformar-se num EBITDA negativo da ordem dos 20 milhões de euros, a dívida bruta sobe para valores na ordem dos 190 milhões, a faturação cai cerca de 50 milhões face ao estimado inicialmente (290 milhões) e as dívidas vencidas a fornecedores rondam os 80 milhões de euros. Resultados que são explicados por uma degradação inesperada da atividade nos meses e julho e agosto.

(Notícia atualizada com mais informação)

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