Portugal repudia expulsão de funcionários da embaixada de Portugal em Moscovo

G7 compromete-se com mais ajudas para Ucrânia, devastada pela guerra. Brent recupera, assim como as cotações da prata e da soja.

Os ministros das Finanças dos sete países mais ricos do mundo reuniram-se esta quinta-feira na Alemanha para tentar encontrar uma solução para a situação financeira da Ucrânia. A ajuda mobilizada pelo G7 destinada à Ucrânia já atinge os 18,4 mil milhões de dólares, contemplando compromissos recentes.

O G7 discutiu um plano que ajude a impulsionar a economia ucraniana devastada pela guerra. A União Europeia já deu um passo nesse sentido ao anunciar ontem um empréstimo de curto prazo, em tranches, de nove mil milhões de euros. Por sua vez, os Estados Unidos anunciaram que vão enviar mais 215 milhões de dólares (205 milhões de euros) em ajuda alimentar para a Ucrânia.

No plano diplomático, a Rússia decidiu expulsar cinco funcionários da Embaixada de Portugal em Moscovo, que “terão de abandonar a Rússia no prazo de 14 dias”, como adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros. O Governo português já repudiou esta ação, tendo mesmo falado em “retaliação”.

Neste 85.º dia de guerra, que já provocou a morte a 3.778 civis de acordo com o último balança da ONU, o Presidente ucraniano manifestou a intenção de recuperar o controlo sobre as cidades do sul de Kherson, Melitopol, Berdyansk, Enerhod e Mariupol, agora ocupadas pelas forças russas.

Além das perdas de vidas humanas e os estragos provocados em infraestruturas a guerra na Ucrânia está também a provocar graves perturbações no abastecimento de alimentos. António Guterres alertou que a crise de escassez de alimentos agravada pela guerra na Ucrânia poderá arrastar-se durante anos.

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Brent recupera e avança quase 3% para os 112 dólares

O barril de ouro negro está a recuperar depois de ter caído mais de 2,5% na sessão anterior. Petróleo cota nos 112 dólares na Europa e nos 110 dólares nos Estados Unidos.

Os preços do petróleo recuperaram das perdas da última sessão e estão agora a valorizar quase 3% para os 112 dólares na Europa. Este desempenho acontece altura em que se espera que o alívio de restrições em Xangai possa provocar uma recuperação da procura com origem na China.

Às 20h de Lisboa, o Brent, que serve de referência às importações nacionais, avança 2,74% para 112,10 dólares, enquanto o WTI, negociado em Nova Iorque, soma 2,69% para 109,92 dólares. Na sessão anterior, a cotação do barril caiu cerca de 2,5% pelo que esta é uma sessão de recuperação.

Este desempenho do preço da matéria-prima acontece altura em que se espera que o alívio de restrições em Xangai possa provocar uma recuperação da procura com origem na China.

“Ainda assim, os mercados de petróleo estão a manter uma tendência de subida, dado que o iminente embargo às importações de petróleo russo por parte da União Europeia deve restringir ainda mais a oferta global”, sublinha Satoru Yoshida, analista de commodities da Rakuten Securities, citado pela Reuters.

Recorde-se que Bruxelas está a discutir os detalhes de um embargo ao petróleo russo, mas precisa da aprovação de todos os Estados-membros. Contudo, países como Eslováquia e Hungria estão a opor-se a esta medida.

Além disso, na quarta-feira, a Comissão Europeia apresentou uma proposta de 300 mil milhões de euros para reduzir a dependência europeia da energia importada da Rússia. Entre as medidas propostas está um “mecanismo de aquisição conjunta” de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e hidrogénio, à semelhança do que aconteceu com as vacinas da Covid-19, evitando a concorrência entre os países do bloco.

De notar ainda, que os divulgados na quarta-feira mostraram que as reservas de petróleo dos EUA caíram em 3,4 milhões de barris na semana passada, uma redução inesperada, já que as refinarias aumentaram a produção.

(Notícia atualizada às 20h09 com novas cotações)

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Mercedes-Benz.io diz adeus ao Hub Criativo do Beato e estuda Parque das Nações

A mudança do cowork Now Beato, onde estão atualmente instalados, deverá acontecer em breve, confirmou a Pessoas junto da empresa.

A Mercedes Benz.io vai instalar o seu centro tecnológico de Lisboa num novo espaço no Parque das Nações e não na Factory Lisbon, no Hub Criativo do Beato (HCB), como chegou a ser anunciado. A mudança do cowork Now Beato, onde estão atualmente instalados, deverá acontecer em breve, confirmou a Pessoas junto da empresa.

“A Mercedes-Benz.io confirma que já não irá abrir as suas futuras instalações no Hub Criativo do Beato. Estamos a analisar uma nova opção no Parque das Nações, mas ainda não nos é possível partilhar mais detalhes. Muito em breve contamos anunciar a nossa nova localização em Lisboa que será um espaço de colaboração para a nossa equipa em constante crescimento“, adianta fonte oficial da tecnológica à Pessoas.

Estamos em Portugal desde 2017 e contamos localmente com uma equipa com mais de 250 profissionais nas mais diversas áreas da tecnologia, tendo o objetivo de continuar a solidificar a nossa presença no país“, acrescenta.

A Mercedes-Benz.io não precisa datas, mas de acordo com fontes ouvidas pela Pessoas, a mudança poderá ocorrer já em agosto.

A empresa alemã foi um dos primeiros nomes a ser apontados para a Factory Lisbon e a sua entrada no espaço chegou a estar prevista para 2019. As obras no espaço de 12.000 metros quadrados arrancaram em 2019.

Atrasos na construção do HCB, agudizados por mais de dois anos de pandemia, com falência de construtoras pelo meio, levaram a uma derrapagem no projeto da Factory Lisbon, onde já foram investidos 18,5 milhões de euros, mais 6,5 milhões do que os 12 milhões inicialmente previstos para a reconversão da antiga fábrica de massas e da bolacha (no espaço da antiga manutenção militar). A conclusão das obras estará para breve.

Factory Lisbon deverá abrir “depois do verão”

“O espaço (Factory) está ainda em construção e a área onde se iam instalar tem capacidade para 200 pessoas e, neste momento, já terão ultrapassado esse número”, diz Simon Schaefer, fundador e CEO da Factory, à Pessoas, admitindo que isso poderá ter ponderado na decisão da companhia.

“Estamos a semanas de ter a construção concluída”, adianta o gestor apontando a abertura oficial da Factory Lisbon para “depois do verão”.

“Estamos a construir uma comunidade”, refere o gestor destacando o facto de “o conceito do projeto ser o mesmo do dia 1”. Dos 12.000 metros quadrados, 8.500 serão ocupados por escritórios, com cerca de 40% do espaço a ser aberto à comunidade, como é o caso do rooftop ou zonas para reuniões. “O conceito inicial mantém-se intacto.”

A Fábrica de Unicórnios da Câmara Municipal de Lisboa, proposta por Carlos Moedas, é uma das entidades que se irá instalar na Factory Lisbon.

Simon Schaefer não revela nomes, mas garante que não têm faltado ofertas de empresas para chamar sua casa ao espaço instalado no Hub Criativo do Beato. “Temos várias ofertas pelo espaço”, diz, referindo “mais de dez ofertas”, mais do “suficientes para encher o espaço”.

Com nova liderança desde outubro, o hub tech, onde a marca automóvel desenvolve soluções tecnológicas na área de marketing e vendas para todo o grupo, anunciou no final de dezembro a intenção de abrir um novo centro tecnológico em Braga em 2022.

Já na época com 245 colaboradores no país, a Mercedes-Benz.io — agora sob a liderança de Silvia Bechmann — anunciou a intenção de abrir mais 100 vagas que deverão ser preenchidas ao longo deste ano. Neste momento, já são mais de 250 colaboradores em Portugal.

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Banco de Fomento tem AG a 31 de maio para aprovar contas de 2020

CEO do Banco de Fomento tinha prometido no Parlamento apresentar as contas de 2020 até ao final de junho de 2021. Costa Silva disse que AG estava para breve. Vai ser a 31 de maio, apurou o ECO.

O Banco Português de Fomento vai realizar a sua assembleia geral a 31 de maio, apurou o ECO junto de várias fontes. Na reunião, um dos temas que estará sobre a mesa será a aprovação das contas de 2020, que a presidente executiva da instituição prometeu no Parlamento apresentar até ao final de junho de 2021.

Beatriz Freitas foi, em junho do ano passado, à Comissão de Economia a pedido do CDS para explicar a atividade que a instituição tinha desenvolvido até então. Na audição, a CEO do Banco de Fomento disse que as contas da instituição referentes a 2020 iam ser apresentadas até ao fim desse mês. Não só as contas do banco em si como as dos vários fundos que estão sob a sua alçada. No final de 2020, o BPF tinha dez fundos sob gestão, num montante global de 3.811 milhões de euros. “Pela primeira vez, as nossas equipas vão apresentar as contas de forma consolidada e individual”, disse na altura Beatriz Freitas, acrescentando que as contas dos fundos, que estão a sua alçada, estavam “a ser fechadas e os conselhos gerais já” tinham começado “a ser marcados para fazer a sua apresentação”.

Mas até agora ainda não foi marcada a assembleia geral, um passo prévio fundamental para poder aprovar as contas. Na reunião agora marcada para o final do mês a instituição até poderia aprovar já as contas de 2021 tendo em conta que outros bancos promocionais, como o KfW, já o fizeram. O banco de fomento alemão até já apresentou contas do primeiro trimestre de 2022. Mas, o francês BPI France e o espanhol ICO, por exemplo, ainda não publicaram as contas de 2021.

No Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o novo ministro da Economia garantiu que as contas de 2020 estão finalizadas. “Estamos à espera de uma assembleia geral, que vai ocorrer em breve, para serem aprovadas e depois divulgadas”, disse António Costa Silva na audição a 12 de maio.

A aprovação das contas de 2020, o primeiro ano de exercício do banco criado em novembro de 2020, resultante da fusão na SPGM da PME Investimentos e da IFD, torna-se mais premente tendo em conta que já está no Tribunal de Contas a transferência de 250 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para capitalizar o Banco de Fomento, como avançou o Expresso (acesso pago) no início de maio. E capitalizar um banco público que nunca prestou contas gera alguma estranheza no mercado, como avançou o Jornal Económico (acesso pago).

Em cima da mesa da AG também deverá estar também a escolha do chairman da instituição. Costa Silva, para quem a escolha do chairman é “uma questão vital”, anunciou no Parlamento, que o Governo está a discutir libertar as restrições impostas à contratação desta figura. “A questão do chairman para mim é vital. Temos de ter uma pessoa com perfil adequado e tenha visão estratégica. Espero anunciar em breve essa medida e quando isso acontecer penso que ultrapassaremos um obstáculo”, disse o ministro da Economia.

Recorde-se que a lei também foi alterada para permitir aumentar os salários da equipa de gestão do Banco de Fomento que tinha as suas remunerações limitadas ao valor auferido pelo primeiro-ministro (5.436,6 euros) e era a partir daí que se definiam as remunerações dos restantes membros da administração, de acordo com o que está definido no estatuto do gestor público. Com a mudança introduzida em março de 2021 o presidente do Banco de Fomento, que não terá funções executivas, tinha “direito a uma remuneração fixa global até ao limite de três quartos da remuneração fixa estabelecida para os administradores executivos”. Mas mesmo com esta alteração até agora não foi possível encontrar ninguém para o cargo e por isso Beatriz Freitas acumulou as duas funções: de CEO e chairman.

Em julho de 2021, o Governo anunciou a suspensão da nomeação de Vítor Fernandes para a presidência do Conselho de Administração do Banco do Fomento para evitar “controvérsia” na instituição, disse o então ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. O ex-administrador do Novobanco terá sido mencionado em documentos do Ministério Público referentes à operação Cartão Vermelho, na qual o presidente da Promovalor e ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira é arguido.

O ECO contactou oficialmente o Banco de Fomento para aferir quais os temas que vão à AG, mas até à publicação deste artigo não foi possível obter resposta.

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Cinco anos depois, Portugal volta a pagar juros por dívida de curto prazo

Desde novembro de 2016, IGCP realizou 28 leilões de Bilhetes do Tesouro a 12 meses em que registou juros negativos. Analistas admitem alguma surpresa com a rápida inversão das taxas.

Cinco anos depois, Portugal voltou a ter de pagar juros aos investidores por Bilhetes do Tesouro, quando até agora era o mercado que “pagava” para emprestar dinheiro ao país. A subida do custo de financiamento já era esperada, tendo em conta as circunstâncias de alta inflação e das perspetivas de aperto financeiro do Banco Central Europeu (BCE). Só que os analistas admitem alguma surpresa com a rápida inversão que está a ocorrer nas taxas de curto prazo.

Esta quarta-feira, a agência que gere a dívida pública pagou uma taxa de 0,236% para “vender” 875 milhões de euros em títulos que vencem daqui a um ano. O juro compara com a taxa de -0,467% registada no leilão de março. Em apenas dois meses, verificou-se um agravamento de 70 pontos base nos custos de financiamento de curto prazo.

É preciso recuar a novembro de 2016 para encontrarmos o último leilão em que o IGCP registou um juro positivo nos Bilhetes do Tesouro neste prazo.

Ou seja, durante cinco anos, os leilões com títulos a 12 meses observaram sempre juros negativos: foram ao todo 28 leilões e que permitiram a Portugal financiar-se em mais de 30 mil milhões por dívida em que quem pagou os juros foi quem emprestou o dinheiro, algo que inicialmente foi visto como um “contrassenso” do mercado a que toda gente se habituou e agora vê com surpresa as coisas regressarem à normalidade.

Fonte: IGCP

O que aconteceu durante este período? Com o BCE a implementar políticas ultra-acomodatícias para a animar a economia e dar cor à inflação que permanecia bem abaixo da meta de 2%, deixou de haver alternativas para os grandes investidores, como os bancos, aplicarem o dinheiro. Deixá-lo guardado no banco central deixou de ser uma opção quando passou a custar cada vez mais. Assim, a melhor das opções era mesmo investir em dívida de curto prazo, mesmo que isso significasse perder algum.

Mas essa era dos juros baixos e do dinheiro barato está mesmo a acabar para os Governos e também empresas e famílias, num contexto bem diferente do que tínhamos há cinco anos, marcado por uma elevada taxa de inflação – fixou-se em 7,4% em abril na Zona Euro — e quando há cada vez mais certezas de que, após o fim das compras de dívida, o BCE vai aumentar as taxas diretoras já no verão, sobretudo depois do que disse a presidente Christine Lagarde na semana passada.

É neste cenário que a taxa dos Bilhetes do Tesouro a 12 meses de Portugal viu desaparecer o sinal de “menos” no resultado do leilão desta quarta-feira.

Filipe Silva, do Banco Carregosa, explica que a subida dos juros são “fruto das condicionantes atuais que estão a colocar muita pressão sobre os bancos centrais” e que, nessa medida, era expectável uma subida das taxas. Contudo, acrescenta, “o ritmo a que tudo está a acontecer é que está a ser mais rápido do que se esperava”, com o mercado a ajustar fortemente para encontrar um “novo ponto de equilíbrio”.

“A subida não tem a ver com Portugal, mas com o mercado monetário. A taxa está em linha com a Euribor a 12 meses, por exemplo. O mercado é que mudou radicalmente de opinião nos últimos meses, descontando agora uma subida de 100 pontos base nas taxas de referência até ao final do ano”, contextualiza Filipe Garcia, economista e presidente do IMF – Informação de Mercados Financeiros.

O responsável do Banco Carregosa considera que o fim das taxas negativas não é “necessariamente negativo”, até porque representará a restituição de uma certa normalidade no mercado. Porém, o resultado serve para avisar o país de que “precisa de gerir de uma forma mais cautelosa o novo custo que começa a ter para a sua dívida, para que tal não se torne outra vez num problema a prazo”.

Há duas semanas, em declarações ao ECO, a presidente do IGCP disse que Portugal estava preparado para o novo ciclo de subida de juros. “Estamos preparados para a subida de taxas de juro, visto nos últimos anos se ter procedido ao aumento da maturidade média da emissão de obrigações de médio e longo prazo, de modo a beneficiar de taxas de juro baixas durante o período de tempo o mais longo possível”, explicou Cristina Casalinho.

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AML defende um concurso nacional conjunto para a energia de baixa tensão

AML defende concurso único nacional para distribuição de energia de baixa tensão nos municípios do país "por ser mais benéfico" para todos. Considera que é preciso chegar a consenso o quanto antes.

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) quer “encontrar uma solução definitiva para o problema” da distribuição de energia elétrica em baixa tensão nos municípios portugueses. Reúne-se, por isso, esta semana para debater em que moldes poderá ser feito o concurso público. Em cima da mesa vão estar várias hipóteses: “Se cada município se candidata isoladamente, se a AML faz um concurso para os municípios da área metropolitana e em que condições, ou se o país faz apenas um concurso nacional para todas as autarquias”, avança ao ECO o primeiro-secretário da AML, Carlos Humberto de Carvalho.

Atualmente, cada município tem o seu contrato de fornecimento de eletricidade de baixa tensão, ou seja, da iluminação de rua e dos edifícios públicos, por exemplo. E é neste ponto que reside o problema segundo Carlos Humberto de Carvalho, porque “é preciso fazer um concurso público para o fornecimento da energia e está-se a debater como é que pode ser feito”. Esta questão está a ser “discutida em articulação com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)”, nota o antigo autarca da Câmara Municipal do Barreiro.

Se virmos isto à escala do país, é preciso ponderar como é que se faz, porque pode ser benéfico para um município com menos população fazer parte de um consórcio num concurso alargado.

Carlos Humberto de Carvalho

Primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa

É preciso encontrar uma solução o quanto antes para este “problema” que as autarquias têm em mãos, tendo em conta que “há contratos que estão a chegar ao fim e outros já terminaram entretanto”, avisa o primeiro-secretário da AML. Carlos Humberto de Carvalho defende que, apesar de existir a possibilidade de “cada município se candidatar sozinho, é mais benéfico se for em conjunto, porque assim as autarquias pagam menos pela energia“.

A coesão territorial acaba por ser mais vantajosa para os municípios, nomeadamente aqueles que têm menos população que podem, desta forma, beneficiar de tarifas mais baixas. “É diferente ter uma região a concorrer com 700 mil habitantes e outra com 15 ou 30 mil”, realça. Até porque, frisa, “se virmos isto à escala do país, é preciso ponderar como é que se faz, porque pode ser benéfico para um município com menos população fazer parte de um consórcio num concurso alargado“. Na prática, explica, “os preços que vai pagar de energia são mais vantajosos, porque alarga o número de pessoas juntando outros municípios”.

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5 coisas que vão marcar o dia

G7 reúne ministros das Finanças e governadores dos Bancos Centrais. BdP divulga relatório do endividamento do setor não financeiro. CFP publica evolução orçamental das Administrações Públicas.

A agenda do dia vai ser marcada pela divulgação do balanço de pagamentos de março pelo Eurostat, mas também pela publicação e um conjunto de estatísticas pelo Banco de Portugal (BdP) com o relatório da dívida das administrações públicas, endividamento do setor não financeiro e o indicador coincidente mensal. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) vai também divulgar esta quinta-feira o relatório da Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2021, após o regresso ao défice em 2020.

BdP divulga conjunto de indicadores económicos

O Banco de Portugal publica esta quinta-feira um conjunto de dados estatísticos, nomeadamente o relatório do endividamento do setor não financeiro para o mês de março – e o seu homólogo referente ao primeiro trimestre de 2022 -, sendo que este setor abrange os setores institucionais das administrações públicas, sociedades não financeiras e particulares. Além destes indicadores, será ainda divulgado a dívida de março das administrações públicas, o indicador coincidente mensal para a atividade económica e consumo privado, além de outros indicadores.

Eurostat publica balanço de pagamentos

O gabinete estatístico da União Europeia (UE) publica esta quinta-feira o balanço de pagamentos referente a março, onde são discriminados encargos mensais e trimestrais, estatísticas sobre o investimento estrangeiro na Europa, e vice-versa, detalhes referentes a transações com entidades europeias, entre outros indicadores económicos. No último trimestre de 2021 este balanço apontou para um excedente orçamental europeu de 49,6 mil milhões de euros, ou 1,3% do PIB.

CFP publica relatório da Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2021

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) vai divulgar esta quinta-feira o relatório da Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2021. Depois de atingirem pela primeira vez um excedente orçamental anual de 0,1% do PIB em 2019, as administrações voltaram ao défice em 2020 com um valor de 5,7% do PIB. Na origem deste desempenho estiveram as medidas de resposta à crise pandémica, bem como os apoios financeiros à TAP Air Portugal e SATA Air Açores. Já as medidas one-off de 2020 empurraram o saldo orçamental para um valor 0,7 p.p. inferior do PIB.

Cerimónia de tomada de posse do Secretário-Geral da Assembleia da República

Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República, vai esta quinta-feira conferir posse ao Secretário-Geral da Assembleia da República, Albino de Azevedo Soares, numa cerimónia de tomada de posse pelas 12h. Na agenda do dia irão ainda ser apreciados e votados diversos pareceres relativos à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados.

G7 segue com reunião de ministros das Finanças e governadores dos Bancos Centrais

O G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo, prossegue esta quinta-feira com o segundo dia de reuniões entre ministros das Finanças e governadores dos Bancos Centrais. A reunião, que irá durar até 20 de maio, é assegurada pela presidência da Alemanha, que pretende abordar questões como a recuperação económica sustentável pós-pandemia, o fortalecimento da estabilidade financeira das economias nacionais face a crises futuras, e a transformação e digitalização na neutralidade carbónica.

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Preços inflacionaram importações russas, mas Portugal também comprou mais

Dois terços do aumento das importações com origem na Rússia deve-se à subida dos preços. Porém, Portugal de facto comprou uma maior quantidade de bens russos, mesmo com as sanções.

A dúvida surgiu quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou os dados do comércio internacional de bens de março, nos quais era visível que Portugal pagou mais 45% pelas importações russas face ao valor pré-Covid (março de 2019). Após uma análise técnica, o gabinete de estatísticas revelou ao ECO que o maior responsável dessa subida foi o aumento dos preços, mas mostra também que Portugal comprou uma maior quantidade de bens russos no primeiro mês da guerra, apesar das sanções.

A análise feita pelos especialistas do INE mostra que 67,4% do aumento do volume das importações com origem na Rússia em março é explicado pela subida dos preços. Nesse mês os preços da energia, especialmente do petróleo e do gás, dispararam por causa dos potenciais impactos da guerra na Ucrânia, reforçando a tendência ascendente que já se verificava há meses devido à reabertura da economia.

Porém, 17,9% do aumento é explicado pela variação do volume, ou seja, pela maior quantidade de bens russos que Portugal comprou nesse mês, face ao passado. O objetivo dos países da União Europeia com a introdução de sanções ao Kremlin era penalizar a economia para enfraquecer a sua capacidade militar, mas a dependência energética da Europa face à Rússia dificulta essa tarefa.

Estes dados não estão deflacionados, isto é, os números refletem não só o aumento da quantidade importada mas também a variação de preço, daí que fosse importante ter esta análise adicional sobre as causas do aumento das importações com origem na Rússia.

“Seguindo uma metodologia similar à atualmente utilizada para o cálculo dos índices de valor unitário, foi elaborado um apuramento específico para as importações provenientes da Rússia”, explica fonte oficial do INE, referindo que, “com base neste apuramento, foram calculados os índices de valor unitário para todas a NC8 comuns entre março de 2022 e o período homólogo (março de 2021), sendo a informação posteriormente agregada como um índice de preços de Paasche ao nível do total das importações provenientes da Rússia”.

Mas há uma ressalva a fazer: “É importante referir que, tratando-se de índices de valores unitários e não de índices de preços efetivos, a sua variação reflete, para além da variação de preços, também efeitos da alteração da composição e de qualidade dos bens considerados a cada nível fino de informação“.

Portugal pagou 152,9 milhões de euros pelas importações russas em março

A relação comercial entre Portugal com a Rússia foi afetada pela invasão russa na Ucrânia iniciada a 24 de fevereiro. Desde logo, as empresas portuguesas baixaram as suas vendas de bens nacionais a este mercado em março deste ano, o primeiro mês completo de guerra entre os dois países: passaram para os 3,3 milhões de euros, o que compara com 15 milhões de euros em março de 2019.

Os dados cedidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao ECO mostram que Portugal importou 152,9 milhões de euros de produtos russos em março de 2022, acima dos 105,7 milhões de euros importados em março de 2019, antes da pandemia — este valor representa uma subida de 45% face ao valor pré-Covid-19. Mas a série estatística mostra que esta tendência ascendente vem já desde setembro, com a subida do preço da energia, agora reforçada pelos efeitos da guerra.

É de notar que nem a Ucrânia nem a Rússia são dos principais parceiros comerciais de Portugal. A Rússia já chegou a ser um dos principais fornecedores da economia portuguesa, mas perdeu a posição no top 10 em 2020 por causa da redução do preço dos combustíveis minerais — atualmente verifica-se o contrário, mas continua fora do top. Portugal exporta principalmente produtos agrícolas, madeira e cortiça e produtos alimentares para a Rússia.

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“Economia apresenta uma robustez inexistente nas últimas crises”, diz CEO do BCP

Miguel Maya considera que a economia portuguesa é agora mais resistente, mas alerta que "uma elevada agressividade na correção da política monetária poderá" conduzir a uma "exacerbação do risco".

Miguel Maya, CEO do Millennium BCP, em entrevista ao ECO/TVI24 - 03MAR21

A guerra na Ucrânia teve, no plano económico, como efeito mais nocivo o exacerbar dos riscos inflacionistas. O que se poderá traduzir “numa redução da procura agregada e condicionar o crescimento económico em Portugal e na Europa”, aponta o presidente executivo do BCP, em resposta a questões colocadas pelo ECO. Miguel Maya considera, no entanto, que “a economia portuguesa apresenta atualmente uma robustez inexistente nas últimas crises para enfrentar a presente conjuntura”.

O gestor, que é um dos nomeados na categoria de melhor CEO na relação com os investidores da 34ª edição dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da consultora Deloitte, assinala que “a posição periférica de Portugal na geografia europeia confere uma vantagem comparativa no setor do turismo, o qual constitui um importante elemento de suporte ao crescimento da economia nacional”.

Miguel Maya entrou para o conselho de administração do banco em 2009, com 45 anos, quase duas décadas depois de ter entrado para o Banco Português do Atlântico, entretanto adquirido pelo BCP em 1996. Chegou à presidência executiva em 2018, sucedendo a Nuno Amado.

Licenciou-se em Gestão de Empresas no ISCTE, que complementou com pós-graduações na AESE e INSEAD. Foi este mês eleito para um novo mandato que vai até 2025, tendo a seu cargo os pelouros da comunicação, recursos humanos, crédito, estudos económicos, sustentabilidade e criptoativos.

“A capacidade de decidir rapidamente com base na informação possível e disponível a cada momento”, a “ainda maior importância que o planeamento ganha em tempos de incerteza” ou “a importância da diversidade de pensamento”, são algumas das lições de gestão que tem aprendido com as sucessivas crises.

Que desafios é que a aceleração da inflação está a criar para o negócio e de que forma é que o Millennium BCP está a responder a eles?

Na transição para 2022 já era evidente uma trajetória de recuperação económica em Portugal subsequente à crise pandémica, estando a sua evolução algo condicionada pela incerteza sobre os efeitos adversos que poderiam estar associados a um eventual descontrolo das expectativas inflacionistas decorrentes da crise energética e de disrupções nas cadeias logísticas globais que os confinamentos ainda provocavam em algumas regiões.

O eclodir no passado mês de fevereiro da guerra na Ucrânia, para além do drama humano e social, absolutamente inqualificável e inaceitável, teve, no plano económico, como efeito mais nocivo o exacerbar dos riscos inflacionistas, que se poderá traduzir numa redução da procura agregada e condicionar o crescimento económico em Portugal e na Europa.

As principais consequências do conflito para a economia portuguesa, e naturalmente para o sistema financeiro, decorrem sobretudo dos seus efeitos indiretos, na medida em que as relações comerciais de Portugal com os países beligerantes, nomeadamente ao nível da dependência energética e relacionamento comercial com os mesmos, têm um peso muito diminuto na balança comercial nacional.

Não obstante o contexto externo adverso e as suas fragilidades estruturais, importa salientar que a economia portuguesa apresenta atualmente uma robustez inexistente nas últimas crises para enfrentar a presente conjuntura e que, nas atuais circunstâncias, a posição periférica de Portugal na geografia europeia confere uma vantagem comparativa no setor do turismo, o qual constitui um importante elemento de suporte ao crescimento da economia nacional.

O processo de recuperação da crise pandémica revelou-se célere e permitiu que a taxa de desemprego se situe em mínimos históricos, e que grande parte das famílias e as empresas apresentem uma condição financeira mais sólida, o que será crucial para atenuar os efeitos adversos do atual quadro económico. Adicionalmente, Portugal, bem como as restantes economias europeias, beneficiam de um estímulo sem precedentes de fundos europeus no quadro do NextGenerationEU, o que permitirá manter uma dinâmica favorável de investimento e de procura externa no espaço europeu.

O Millennium bcp, diria mesmo que o sistema financeiro português de uma forma geral, tem hoje uma condição financeira mais robusta e está muito melhor preparado para lidar com estes choques macroeconómicos do que tinha nas anterior crises. Nos períodos mais críticos e de maior incerteza da crise pandémica, o Millennium bcp destacou-se pela forma como apoiou a economia e esteve próximo dos clientes. A resiliência e agilidade que demonstrámos na adaptação a cenários extremos e de elevada imprevisibilidade, constituem competências que desenvolvemos e serão essenciais para continuarmos a apoiar os clientes ajustando a oferta e adaptando serviços de acordo com os diferentes contextos e necessidades.

Uma elevada agressividade na correção da política monetária poderá configurar um contexto de exacerbação de riscos.

Miguel Maya

A inflação trouxe também um novo ciclo de aumento das taxas de juro. Qual será a resposta do Millennium BCP a este novo enquadramento?

A política monetária europeia refletiu-se num longo período de taxas de juro negativas na zona euro, a qual, tendo sido essencial para assegurar a estabilidade financeira teve também implicações desfavoráveis, desde logo na significativa compressão da margem financeira dos bancos comerciais, mas também na perceção por parte de alguns agentes económicos de um enquadramento de taxas de juro ficcional, em que seria possível aceder indefinidamente a liquidez num quadro de remuneração quase inexistente ou mesmo negativa, o que obviamente poderá ter conduzido a determinadas bolhas de valorização em tipologias de ativos e a investimentos inviáveis em quadro de normalidade da politica monetária.

A expectável inversão das taxas de juro para terreno positivo, se efetuada de forma gradual, corresponderá à reposição de um ambiente de normalidade ao nível da remuneração que é requerida pela aplicação do capital, contribuindo para uma mais eficaz utilização de recursos.

Contudo, uma elevada agressividade na correção da política monetária poderá configurar um contexto de exacerbação de riscos num enquadramento em que se verifica uma moderação da economia mundial caracterizada por elevada incerteza sobre a evolução da atividade económica e significativas pressões inflacionistas. Neste processo de correção é crítico que as decisões sejam suportadas por dados, informação fiável, não dando espaço a reações emocionais intempestivas como por vezes surgem por parte de alguns comentadores.

Este enquadramento volátil e imprevisível exige um acompanhamento próximo efetuado por equipas de profissionais qualificados e profundamente conhecedores da realidade e necessidades dos clientes, explorando o potencial da relação simbiótica entre a rede de distribuição do Millennium bcp que os clientes valorizam e o recurso a tecnologia que permite níveis superiores de eficiência e conveniência.

O percurso efetuado nos últimos anos pelo Millennium bcp de substancial melhoria da qualidade do balanço, aliado ao rigor aplicado na concessão de crédito e ao relevante investimento efetuado nas estruturas para o respetivo controlo e acompanhamento, permitem-nos estar confiantes na capacidade do banco para, como fizemos durante a crise pandémica, identificar oportunidades para os clientes e contribuir para atenuar eventuais situações críticas com que se deparem.

Esforcemo-nos por cumprir com os compromissos de redução de emissões de carbono assumidos nos Acordos de Paris e com os princípios de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e teremos tarefa suficiente para nos mobilizar no sentido correto.

Miguel Maya

“Shaping human lives through sustainability and technology” foi o tema escolhido para a edição deste ano dos IRGAwards, num convite à reflexão sobre a maneira como funcionamos enquanto sociedade e o legado que deixaremos às gerações futuras. O que é urgente mudar para deixarmos às próximas gerações um legado melhor?

As alterações climáticas têm conquistado uma relevância e atenção global, pois o impacto de fenómenos com intensidade e frequência crescente são hoje uma realidade inquestionável. Temos a responsabilidade de não comprometer as gerações futuras e só o conseguiremos se atuarmos agora, mudando comportamentos e rompendo com padrões que se revelaram extremamente nefastos para o planeta e para um desenvolvimento sustentável e equilibrado.

Esta não pode ser uma responsabilidade individual, nem é tema que se resolva com atuações isoladas ou coletivas de apenas alguns, por muito relevantes que sejam. A sustentabilidade das próximas gerações reclama cooperação e atuações concertadas ao nível global. Empenharmo-nos verdadeiramente em atingir os objetivos já traçados, pode não ser ambição suficiente nem garantia de sucesso, mas é certamente um caminho válido. Esforcemo-nos por cumprir com os compromissos de redução de emissões de carbono assumidos nos Acordos de Paris e com os princípios de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas e teremos tarefa suficiente para nos mobilizar no sentido correto.

Porque temos plena consciência do papel do sistema financeira neste propósito global, mas também da relevância do tema para a nossa própria sustentabilidade, incluímos a sustentabilidade como uma das prioridades estratégicas do Millennium bcp no ciclo 2021-2024.

Atuamos não apenas por via da redução das emissões que produzimos ou pela aplicação de políticas de diversidade e de desenvolvimento justo das pessoas ao nível da estrutura do Banco, mas também pela nossa atuação junto dos stakeholders externos e de apoio às comunidades em que nos inserimos.

Propomo-nos neste ciclo alcançar objetivos ambiciosos ao nível das finanças sustentáveis, com incorporação de fatores e critérios ESG nas soluções que disponibilizamos aos clientes, bem como nos processos de mensuração de risco e de decisão de crédito.

Da sua experiência como gestor, que lição considera mais valiosa para enfrentar o momento atual?

Nos últimos anos, temos vivido em Portugal uma sucessão de crises, financeira, divida soberana, pandemia, invasão da Ucrânia, que nos obrigaram a reforçar a capacidade de lidar com ambientes imprevisíveis e com enorme ambiguidade.

As lições foram múltiplas mas destacaria quatro que considero essenciais: (i) a capacidade de decidir rapidamente com base na informação possível e disponível a cada momento, tendo a agilidade para ir corrigindo rapidamente o que houver a corrigir; (ii) a ainda maior importância que o planeamento ganha em tempos de incerteza, pois não obstante sabermos que a realidade não coincide com nenhum dos cenários contemplados, a reflexão efetuada para os fazer revela-se da maior relevância para a qualidade das decisões que acabamos por tomar; (iii) a importância da diversidade de pensamento e a existência de fortes sistemas de governo e de controlo interno, que contribuem decisivamente para a qualidade das decisões e das atuações que empreendemos nos períodos de grande turbulência; (iv) o determinante que é o dispormos de equipas e profissionais altamente qualificados e com exímias capacidades de execução. Estar rodeado de equipas e profissionais de excelência, como felizmente estou (trabalhadores, equipa de gestão, conselho de administração) tem sido a pedra angular dos sucessos que temos alcançado.

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Petróleo cai 2,5% com refinarias a aumentar produção

Os preços do petróleo arrancaram a sessão em alta mas acabaram por recuar. Barril de "ouro negro" situa-se nos 109 dólares.

Depois de arrancar o dia em alta, o “ouro negro” acabou por desvalorizar 2,5% para os 109 dólares o barril. As preocupações com uma crise de oferta acabaram por ser amenizadas depois de dados do governo norte-americano mostrarem que as refinarias dos EUA aumentaram a produção.

O Brent, referência europeia, fechou com perdas de 2,5%, para 109,11 dólares o barril. Já o WTI, em Nova Iorque, caiu também 2,5%, para 109,59 dólares o barril. Ambos tinham começado a sessão desta quarta-feira em alta ligeira, com a China a reabrir.

Dados divulgados esta quarta-feira mostraram que as reservas de petróleo dos EUA caíram em 3,4 milhões de barris na semana passada, uma redução inesperada, já que as refinarias aumentaram a produção.

A “produção mais alta e importações mais fortes, atividade de refinaria mais forte e exportações de petróleo incentivaram a redução dos stocks“, explicou Matt Smith, analista de petróleo da Kpler, citado pela Reuters.

Por outro lado, há também pressão nos preços na sequência das notícias de que os Estados Unidos vão permitir à Chevron Corp que negoceie licenças de exploração de petróleo com a produtora nacional da Venezuela, levantando assim temporariamente a proibição que existia até então. A concretizar-se, esta notícia poderá levar a mais petróleo no mercado e, por isso, à queda da cotação.

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Rei Juan Carlos regressa a Espanha

  • ECO
  • 18 Maio 2022

Entre 19 e 23 de maio, o rei emérito regressa a Espanha. É a primeira visita em quase dois anos de exílio em Abu Dhabi, onde fixou residencia permanente.

O rei emérito Juan Carlos de Espanha regressa esta quinta-feira a Espanha e deve encontrar-se, em Madrid, com o filho Felipe VI e a rainha Sofia no início da próxima semana, de acordo com um comunicado da Casa Real espanhola. É a primeira visita ao país em quase dois anos de exílio em Abu Dhabi, onde reside de forma permanente e regressará no dia 23 de maio.

“Juan Carlos tem previsto permanecer durante essas datas na localidade galega de Sanxenxo, e na segunda 23 viajar a Madrid”, refere o comunicado, antes de indicar que o rei emérito, de 84 anos, irá “deslocar-se com frequência a Espanha para visitar a família e amigos e organizar a sua vida pessoal”.

Durante a estadia em Pontevedra, Juan Carlos vai assistir (ou até competir) ao campeonato de regatas de Espanha, onde participa o veleiro Bribón, com que ganhou o campeonato do mundo na Finlândia em 2019.

O governo espanhol tem colocado entraves a este regresso, em particular a pernoita de Juan Carlos no palácio real da Zarzuela, sede do Chefe de Estado, ainda que o monarca tenha sido ilibado de qualquer responsabilidade penal num caso de corrupção.

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Nasdaq aprofunda perdas e cai quase 5%

A sessão já começou negativa em Wall Street mas fechou agora com perdas ainda mais significativas. Preocupações com inflação penalizam desempenho.

A sessão começou com uma tendência negativa na bolsa de Nova Iorque, que se agravou à medida que a negociação avançou, causando perdas de cerca de 4%. Fatores como a aceleração da inflação, o conflito na Ucrânia, os problemas da cadeia de abastecimento, os confinamentos na China e o aperto da política monetária têm pesado nos mercados financeiros e esta quarta-feira estão a minar o desempenho dos índices.

O índice tecnológico Nasdaq caiu 4,74% para os 11,416.045 pontos, enquanto o industrial Dow Jones recua 3,67% para os 31.457,74 pontos. Já o financeiro S&P 500 perde 4,11% para os 3.920,93 pontos.

“Os contras superam os prós das ações de crescimento neste momento específico, e o mercado está a tentar decidir o quão mau vai ficar”, aponta Liz Young, chefe de estratégia de investimentos da SoFi, à Reuters. “O mercado está com medo dos próximos seis meses“, acrescenta.

Preocupações com a desaceleração económica e com a inflação penalizaram as ações, especialmente aquelas conhecidas como as de crescimento (com um grande potencial de crescimento), como é o caso das tecnológicas.

Entre estas cotadas, destacam-se as perdas nos “pesos pesados”, como é o caso da Apple, que recuou 5,64%, para 140,82 dólares, enquanto a Microsoft caiu 4,55%, para 254,08 dólares. A Amazon desvalorizou também, afundando 7,16%, para 2.142,25 dólares.

Mas as perdas não são exclusivas desta área, sendo que o índice Dow Jones, que concentra mais ações do setor industrial, registou a maior perda diária desde 2020.

A Target pesou no desempenho, já que não só apresentou lucros no primeiro trimestre muito abaixo do esperado em Wall Street como também alertou para a pressão exercida no negócio pelo aumento dos custos e dos preços. As ações da retalhista afundaram 24,93%, para 161,61 dólares.

“Está claro que os custos de transporte são importantes e estão a impactar [algumas das] maiores empresas”, salienta Kim Forrest, fundador da Bokeh Capital, à CNBC.

(Notícia atualizada com as cotações de fecho)

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