Espanhóis querem BPI com receitas a crescerem 9% ao ano até 2024

Caixabank quer banco português a convergir para as metas do grupo nos próximos três anos: duplicar a rentabilidade para 12% e melhorar a eficiência.

Cinco anos depois da aquisição do BPI, os espanhóis do Caixabank fazem um balanço positivo do desempenho do banco português, mas querem mais. Pretendem que as receitas cresçam 9% ao ano nos próximos três anos, período durante o qual os indicadores de rentabilidade e de eficiência deverão convergir para as metas de todo o grupo.

“Manter o círculo virtuoso de crescimento e rentabilidade” é o que os espanhóis pedem ao banco português liderado por João Pedro Oliveira e Costa no plano estratégico do Caixabank 2022-2024, divulgado esta terça-feira de manhã ao mercado e que será apresentado mais pelo conselheiro delegado do grupo, Gonzalo Gortázar, em Madrid.

Em nenhum momento do plano, o grupo espanhol fala em eventuais aquisições em Espanha (onde acabou de absorver o intervencionado Bankia) nem em Portugal (quando é apontado como um dos potenciais candidatos a comprar o Novobanco) para continuar a fazer crescer o negócio na Península Ibérica.

Antes, o objetivo tanto cá e lá passa por reforçar o serviço às famílias e empresas e aproveitar o próximo ciclo de juros mais altos do Banco Central Europeu (BCE) e da entrada dos fundos do PRR para aumentar as receitas e melhorar a rentabilidade do grupo que deverá chegar ao final do plano com um ROTE acima de 12%, face aos atuais 6%, e acima do custo de capital para poder remunerar adequadamente os acionistas, e um rácio de eficiência abaixo dos 48%.

Para o BPI também é esse o plano. O banco português fechou 2021 com um ROTE de 6,8% e com um rácio de eficiência de 57%, pontos de partida que dão conta do trabalho que a equipa de Oliveira e Costa terá pela frente nos próximos anos para convergir para o desempenho de todo o grupo.

Os espanhóis consideram que o BPI já dispõe de uma boa base de depósitos (29 mil milhões de euros) para dar conta da sua atividade até 2024 (pelo menos, o plano prevê crescimentos nulos nos recursos dentro de balanço). Porém, querem aumentar a poupança de longo prazo (recursos fora de balanço) ao ritmo de 9% ao ano através do crescimento das aplicações noutros produtos financeiros. Por outro lado, o banco português terá de ter a capacidade para emprestar mais dinheiro à economia: querem que o “crédito saudável” cresça 3% ao ano.

Será a partir destes volumes de negócio que o banco deverá ser capaz de aumentar as receitas, em média, 9% por ano, de acordo com o plano.

Revela o Caixabank em comunicado que, além do desenvolvimento da oferta de produtos e serviços, complementada por um reforço das vendas digitais, o BPI terá “de melhorar a gestão da rentabilidade por risco e segmento e reforçar o controlo de custos”. Oliveira e Costa tem afastado uma redução dos quadros no BPI, como outros bancos têm vindo a fazer nos últimos anos.

O BPI detém ainda uma participação financeira no angolano BFA e no moçambicano BCI, que contribuem para os seus resultados. Há muito que o banco estuda um desinvestimento na unidade angolana, podendo vir a concretizar-se com uma dispersão na bolsa de Luanda (o CEO disse que veria esse cenário com bons olhos). O plano estratégico do Caixabank não dá detalhes sobre as unidades africanas.

Quanto ao Caixabank, comprometeu-se a distribuir 50% dos lucros pelos acionistas, com o plano a apontar para a geração de nove mil milhões de euros de capital disponível para distribuir. Em termos de distribuição de lucros com o acionista espanhol, o BPI tem seguido pela mesma bitola de repartir metade do que ganha.

O BPI registou lucros de 49 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma descida de 18% em relação ao mesmo período de 2021. O banco explicou a diminuição dos resultados com a atividade em Portugal, que teve um lucro 28 milhões de euros no arranque de 2022 face aos 54 milhões há um ano, quando registou ganhos extraordinários de 23 milhões com a venda de créditos não produtivos.

O jornalista viajou a Madrid a convite do Caixabank.

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5 coisas que vão marcar o dia

Altice e Euronext revelam resultados trimestrais, enquanto Banco de Portugal apresenta relatório da administração. Eurostat divulga PIB e emprego na UE.

Neste dia serão conhecidos dados económicos, nomeadamente sobre o PIB e o emprego na União Europeia e sobre a administração do Banco de Portugal. No plano das empresas, a Altice e a Euronext vão revelar resultados, enquanto o CaixaBank vai apresentar o plano estratégico para o período 2022-2024.

Como evoluiu a economia e o emprego na UE?

O Eurostat divulga esta terça-feira a estimativa rápida das Contas Nacionais Trimestrais no primeiro trimestre. Os dados do gabinete de estatísticas europeu vão permitir perceber e comparar a evolução do PIB e do emprego nos Estados-membros da União Europeia, bem como a média dos países da Zona Euro.

BdP apresenta relatório da administração

O Banco de Portugal vai apresentar esta terça-feira o Relatório do Conselho de Administração relativo a 2021, numa cerimónia que marca também o encerramento das comemorações dos 20 anos do Euro. Com este documento será possível perceber dados como os dividendos e impostos pagos pelo Banco de Portugal, bem como o valor das reservas de ouro.

Altice revela resultados

A Altice Portugal vai apresentar os resultados do primeiro trimestre esta terça-feira. No ano passado, o negócio da Altice Portugal melhorou e as receitas superaram as obtidas em 2019, antes do impacto da pandemia. O grupo que detém a Meo nunca publica o resultado líquido, mas indicou que o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) cresceu 2,3% face a 2020, fixando-se em 853 milhões de euros.

CaixaBank explica plano estratégico 2022-2024

O presidente do CaixaBank, José Ignacio Goirigolzarri, e respetivo CEO, Gonzalo Gortázar, vão apresentar o plano estratégico da empresa para o período de 2022-2024. O CaixaBank é dono do BPI, tendo decidido reforçar o capital do banco em fevereiro. O reforço do rácio de capital total avançou através da emissão de 425 milhões de euros em dívida subordinada, que será integralmente subscrita pelo seu acionista, o espanhol CaixaBank.

Dona da bolsa de Lisboa presta contas

A Euronext, que gere várias bolsas incluindo a praça portuguesa, vai divulgar esta terça-feira os resultados do primeiro trimestre de 2022. No ano passado, o grupo apresentou o plano estratégico até 2024, onde deu conta que pretendia lançar novos produtos de investimento em criptomoeda. Sinalizou também que queria continuar a crescer por aquisição.

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Pandemia acelera no Norte. Região pode chegar aos 14 mil casos diários no final da semana

A pandemia está a acelerar em Portugal, mas a tendência de subida é "largamente superior" na região Norte. Projeções antecipam que esta região possa chegar aos 14 mil casos diários esta semana.

O número de casos de infeção por Covid-19 está a acelerar em Portugal, mas a tendência de subida é “largamente superior” na região Norte. Os especialistas estão a associar esta subida das infeções a nível nacional ao levantamento das restrições, bem como ao surgimento da variante B.A.5 da Ómicron e antecipam que a manter-se esta tendência a região Norte pode chegar aos 14 mil casos diários, em média, já no final desta semana.

O Rt na região Norte está largamente superior às outras regiões. Os dados começaram a subir no início de abril e a questão das máscaras veio apenas acelerar um processo que já estava a ser iniciado na região Norte”, começa por sinalizar em declarações ao ECO Carlos Antunes, engenheiro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que faz as projeções da pandemia com base nos dados fornecidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Se no início da abril, a região Norte tinha, em média, dois mil casos de Covid por dia, atualmente “já vai acima dos sete mil casos”, tendo chegado já a registar cerca de 10 mil casos na semana passada. “Os dados estão a aumentar a uma taxa acima de 8%, o que significa que o número de casos está a duplicar a cada oito dias. Se este ritmo se mantiver, no final desta semana poderemos ter 14 mil casos em termos médios por dia na região Norte“, estima o especialista.

E essa tendência já está a ser refletida no número de internamentos, bem como nos óbitos associados ao SARS-CoV-2, ainda que os valores não sejam comparáveis aos registados durante a terceira vaga da pandemia. “No Norte, estamos com 494 camas [ocupadas] em enfermaria e mais 31 em unidades de cuidados intensivos (UCI)”, sinaliza Carlos Antunes, acrescentando que “tendência é crescente” e dado que “houve agora uma aceleração” é “provável que nesta semana possamos atingir na ordem das 600 camas de internamento no Norte”.

Quanto às UCI, já começaram a subir ligeiramente, sendo que a maioria dos utentes “são essencialmente dos 60 aos 79 anos”. Dos 31 pacientes internados nestas unidades na região Norte, 19 tinham entre 60 a 79 anos, o que representa cerca de 61% do total, aponta o especialista, com base nos números fornecidos pela DGS e sinalizando que “nas outras regiões, os UCI ainda estão estáveis ou a descer”, apesar de sublinhar que também está a observar-se um aumento de infeções noutras regiões, ainda que menos significativo do que no Norte.

No que toca à mortalidade associada à Covid, a região Norte está atualmente com cerca de 34% dos óbitos registados a nível nacional. “A média a nível nacional a média é de 21,8 óbitos por dia, em termos médios, e está a subir e no Norte”, afirma o especialista, adiantando que esta região está atualmente com uma “média de 7,5 óbitos por dia”, quando por exemplo na região de de Lisboa e Vale do Tejo e no Centro a média é de três óbitos por dia. “Em abril, [a região Norte] estava com quatro óbitos por dia e agora já é quase o dobro”.

Carlos Antunes não consegue antecipar uma justificação “plausível ou concreta” para explicar a razão pela qual os casos na região Norte terem começado a subir mais cedo do que as outras regiões, bem como “a um ritmo muito mais acelerado”, mas admite que “a prevalência da variante B.A.5 da Ómicron possa não ser homogénea”, ou seja, que possa ter maior prevalência no Norte. Além disso, o especialista não descarta também a questão social dado que “as pessoas passaram a conviver mais, a contactar mais, a abandonar mais o teletrabalho e houve mais festividades”. “Outra possibilidade pode ser a questão da imunidade, dado que as pessoas desta região podem começado a levar a terceira dose mais cedo, mas é um bocado difícil de provar”, sublinha.

Certo é que o aumento de infeções está a verificar-se na generalidade do país, tendo levado os especialistas do Instituto Superior Técnico a alertarem que uma sexta vaga da pandemia poderá estar a “desenhar-se de forma muito intensa”. Para Bernardo Gomes, era “expectável” que assim que fossem levantadas as restrições, nomeadamente no que toca à obrigatoriedade do uso de máscara na generalidade dos espaços públicos, que os “casos se multiplicassem rapidamente”.

Ao ECO, o médico de Saúde Pública e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) diz que “foi cometido um erro na forma como foi feita a comunicação relativamente ao uso de máscaras, considerando que “se transformou a não obrigatoriedade de uso de máscara numa quase não recomendação“. “A não obrigatoriedade foi lida de forma excessiva. Aquilo que aconteceu foi transformar-se uma não obrigatoriedade num relaxamento total”, defende.

Não obstante, tanto Bernardo Gomes como Carlos Antunes descartam para já um regresso a medidas mais restritivas. “A aceitação social de regresso da obrigatoriedade de uso de máscara não é provavelmente a mais indicada para se estar a pensar nesta altura”, sinaliza Bernardo Gomes, acrescentando que é fundamental preparar “medidas de ventilação e dar recomendações baseadas em função da qualidade do ar interior”. “É irresponsável nesta altura não estar a falar em termos pandémicos na questão da qualidade do ar interior, na ventilação e no ajuste de comportamentos”, avisa.

Por outro lado, os dois especialistas defendem um regresso da comparticipação dos testes à Covid face o aumento de contágios e dado que o fim desta comparticipação “está a entupir outros serviços na procura destes testes”. “É uma medida que já devia ter sido feita e nem devia ter sido suspensa porque ao contrário dos outros países nós fomos dos países que começamos a fazer muito menos testes e isso foi o que fez disparar a positividade”, corrobora ainda Carlos Antunes.

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“Preocupa-nos o excesso de otimismo” do mercado imobiliário, diz CEO da Century 21 Portugal

Procura por casas "está muito resiliente", mas o CEO da Century 21 Portugal está preocupado com a guerra na Ucrânia, subida da inflação e disparo dos custos de construção.

O mercado imobiliário continua a ser um dos mais resilientes, mesmo com todos os efeitos colaterais que existem atualmente, mas o responsável pela Century 21 (C21) em Portugal considera que é preciso ser cauteloso. Apesar de os números serem animadores, Ricardo Sousa diz estar “preocupado” com o “excesso de otimismo e segurança”, tendo em conta o que está a acontecer no mundo e todos os indicadores macroeconómicos.

“Entrámos em 2022 com boas perspetivas e este primeiro quadrimestre confirmou esse bom momento”, diz o CEO da imobiliária ibérica, em entrevista ao ECO. “Notamos que o cliente final do imobiliário residencial confia no mercado”, acrescenta, notando que, hoje em dia, os portugueses fazem, efetivamente, mais reservas de casas, “algo que nos últimos anos não acontecia”. “Era mais a procura e o querer conhecer”.

Os números do setor imobiliário têm sido animadores, com vários negócios a serem fechados e os montantes do crédito à habitação a subirem, mas os impactos do que se está a passar no mundo preocupam. “Vivemos um momento muito complicado, é inquestionável. Preocupa-nos o excesso de otimismo, porque vemos o mercado muito otimista e com muita segurança“, diz Ricardo Sousa.

“Apesar de acreditarmos que há motivos para acreditar num mercado imobiliário e numa economia resiliente, há fatores que nos preocupam bastante, como a guerra na Ucrânia, os confinamentos na China e a tendência em alta da inflação“, explica. O CEO da C21 nota que as consequências são sentidas, contudo, nos promotores e construtores, o que acaba por ter um efeito nos preços finais das casas.

“Preocupa-nos pelo construtor e promotor, pelas dificuldades que existem para que se encontre um preço ajustado à procura dos portugueses. Não vamos ter casas novas em quantidade e a preços acessíveis, porque o custo de construção está a subir de tal forma que a equação que se põe é: ‘a que preço se pode vender tendo em conta que construir é insuportável’“, continua Ricardo Sousa.

O responsável nota que “o pequeno construtor adia a entrega dos produtos [casa] ou avança com a entrega, mas a um ritmo mais conservador”. E isso vai acabar por ter impacto no mercado de casas usadas, que “não terá a rotação necessária, o que vai criar ainda mais pressão na falta de oferta“.

Ricardo Sousa nota que “a procura está muito resiliente” e que “as pessoas querem, de facto, comprar”. Mas que, apesar disso, “o impacto no ritmo de crescimento na entrega de casas novas é a principal preocupação”. Relativamente à evolução dos preços das casas, pode esperar-se uma “estabilização nos mercados mais centrais” e uma “subida nos preços nos mercados mais periféricos”, nomeadamente à volta de Lisboa e na margem sul do Tejo. “Mas a expectativa é ainda de subida dos preços em muitos mercados”, remata o responsável.

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Portugal e Malta são os países da UE menos expostos aos efeitos da guerra

Uma análise da Comissão Europeia à vulnerabilidade dos Estados-membros aos efeitos da guerra mostra que Portugal e Malta são dos menos expostos. Letónia e Estónia são dos mais expostos.

No relatório das previsões de primavera, a Comissão Europeia decidiu elaborar uma matriz de vulnerabilidade dos Estados-membros aos efeitos da guerra na Ucrânia, fruto da invasão russa, e concluiu que Portugal e Malta são dos países menos expostos, ao passo que a Letónia e Estónia são os dois países mais expostos.

Desde logo, é evidente que a invasão russa na Ucrânia afeta mais a economia europeia do que outras grandes economias, como é o caso dos Estados Unidos e da China. Mas dentro da União Europeia há casos muito díspares, refletindo a proximidade geográfica e as ligações comerciais e empresariais entre os países.

Os canais de transmissão do impacto económico da guerra são o comércio, as matérias-primas (principalmente energia) e os mercados financeiros. Para chegar a um resultado, a Comissão Europeia analisou 13 dimensões de vulnerabilidade, como por exemplo a intensidade energética, a dependência das importações com origem na Rússia e os ativos detidos por russos.

Como seria de esperar, os países bálticos e os da Europa Central e de Leste são os mais vulneráveis, principalmente por causa da elevada intensidade energética das suas economias e a importância da Rússia no comércio, particularmente nas importações de gás. A estes junta-se o Chipre por causa das exportações de serviços (turismo) para a Rússia e o elevado valor de ativos detidos por russos.

Esta dependência face à Rússia é visível quando os peritos europeus calculam que a economia europeia entra em recessão (dois trimestres consecutivos de contração do PIB em cadeia) este ano se a União Europeia decidir cortar o gás russo como sanção pela invasão na Ucrânia. No cenário severo, que abarca essa hipótese, o crescimento do PIB no conjunto do ano seria inferior em 2,5 pontos percentuais face ao cenário base (2,7%) e a taxa de inflação seria três pontos percentuais acima (face aos atuais 6,1%).

Entre os maiores Estados-membros, a Polónia surge como o país mais vulnerável devido à elevada exposição do comércio com a Rússia, assim como a importância da energia russa no consumo energético dos cidadãos. Segue-se os Países Baixos (preços da energia elevado), a Alemanha e a Itália (ambos dependentes do gás russo) com uma exposição em linha com a média europeia. Ainda nas principais economias, França e Espanha são das menos expostas.

Já Portugal e Malta “fecham o ranking” como os Estados-membros da União Europeia menos expostos aos efeitos da guerra. Isso poderá explicar, em parte, o porquê da economia portuguesa ser a que mais vai crescer (5,8%) em 2022, de acordo com as previsões da Comissão Europeia divulgadas esta segunda-feira, e, ao mesmo tempo, o país com a taxa de inflação mais baixa (4,4%).

Na análise à economia portuguesa, os peritos europeus reconhecem que os riscos descendentes são mais expressivos como resultado da invasão russa na Ucrânia. Contudo, “à luz da baixa exposição direta de Portugal à região afetada, os riscos são maioritariamente indiretos, decorrendo dos preços das matérias-primas, da segurança do abastecimento e da incerteza sobre a procura mundial“, explica a Comissão Europeia.

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Governo faz roadshow pelo país para explicar descentralização na Saúde

"Eu e a ministra da Saúde vamos fazer um périplo por todas as Comunidades Intermunicipais do país, com os respetivos presidentes das ARS", para esclarecer dúvidas, disse Ana Abrunhosa ao ECO.

A ministra da Coesão e a ministra da Saúde vão realizar um périplo pelo país para esclarecer as dúvidas e harmonizar procedimentos ao nível da descentralização de competências na área da Saúde, revelou ao ECO Ana Abrunhosa.

“Eu e a ministra da Saúde vamos fazer um périplo por todas as Comunidades Intermunicipais (CIM) do país, com os respetivos presidentes das ARS”, disse, em entrevista ao ECO, a responsável que tem agora a pasta da descentralização. O objetivo é “esclarecer, tirar dúvidas, harmonizar procedimentos que é tão importante num processo que é complexo”, acrescentou.

A pior coisa que pode aparecer é para o mesmo problema haver regras diferentes“, sublinhou Ana Abrunhosa.

As autarquias tinham até 31 de março para aceitar as competências nas áreas da educação e da saúde, um prazo que já tinha sido dilatado dada a complexidade do processo. No caso da ação social, as câmaras têm até 1 de janeiro de 2023 para receber mais esta competência.

Mas se na Educação já havia alguma tradição, porque as autarquias já tinham o primeiro ciclo, as creches, nas outras o processo reveste-se de maior complexidade e avança “com diferentes velocidades”, reconhece Ana Abrunhosa. “A educação diria que é um caso de sucesso apesar de todos os ‘ses’. Não foi o facto de ter passado para as autarquias que a qualidade do serviço diminuiu. Isso é muito importante no fim do dia para a avaliação. Não é só números. É a qualidade do serviço”, acrescentou, reconhecendo que, “obviamente”, há “muitas coisas para afinar”. Mas até junho, a ministra da Coesão espera ter este processo concluído.

Na área da saúde, a transferência de competência é feita de outra forma, já que depende da assinatura de um auto de transferência bilateral. Só a partir desse momento o município passa a estar habilitado para o pleno exercício destas competências. E, de acordo com o documento explicativo que a ministra da Coesão submeteu ao Parlamento no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022, até 26 de abril foram assinados 23 Autos de Transferência e “está previsto a assinatura de mais 29 Autos no decorrer do mês de maio”.

Para as câmaras assumirem estas competências na área da saúde o Fundo de Financiamento da Descentralização tem 70,46 milhões de euros.

“Na saúde, já temos critérios e valores muito razoáveis” para a descentralização, frisa Ana Abrunhosa. “Mas a saúde foi um setor que esteve fustigado. Começou mais tarde por motivos óbvios. A nossa ministra estava de baixo de água, as ARS igual e agora que começam a respirar um bocadinho estamos a sentir uma dinâmica”, acrescenta.

O primeiro-ministro já tinha reconhecido que “há áreas específicas onde tem havido problemas”, na descentralização, acrescentado que “era antecipável”, dado que nestas a “transferência de competências tem uma dimensão muito maior”.

“Obviamente que temos problemas de diálogo, porque não tivemos tempo para nos sentarmos até agora”, diz Ana Abrunhosa. “Mas posso dizer-lhe que sinto uma ministra totalmente empenhada. Tão empenhada que vamos fazer um périplo por todas as CIM”, afirma a ministra da Coesão. Um autarca só quer saber qual é a regra, que a regra é igual para todos, que há transparência e saber porque lhe dizem que não“, justifica a ministra da Coesão.

O processo de descentralização de competências tem estado no centro da atualidade política, depois de o presidente da Câmara Municipal do Porto ter decidido bater com a porta da Associação Nacional de Municípios como forma de protesto relativamente à forma como as negociações têm sido conduzidas. Negociações que classifica como “fracasso”.

E depois da saúde será a vez da área social onde 52 câmaras já estão a exercer estas competências. “Prevê-se que até ao final do ano de 2022 mais 29 municípios exerçam e em 1 de janeiro de 2023 o processo fique concluído com os restantes 196 municípios”, avança o documento do Ministério da Coesão.

O Presidente da República já apelou para que se feche um acordo até ao final do ano sobre as áreas sociais. “Em princípio, era desejável que a descentralização acontecesse até ao final do ano de 2022″, defendeu, em Matosinhos, Marcelo Rebelo de Sousa. “Estamos em contrarrelógio, porque houve uma parte da descentralização que ficou para mais tarde e que respeitava a matérias sociais em que é importante haver acordo, envolvendo as autarquias locais, para que esse processo descentralizador, completo, tenha sucesso”, disse à margem das comemorações dos 173 anos da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Temos até ao início do próximo ano, mas vamos ter de começar a trabalhar já. Há aqui um trabalho de terreno muito denso que faço questão de fazer e estar próxima”, garantiu Ana Abrunhosa.

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Startups sediadas em Lisboa valem 2,1 mil milhões de euros em 2022

Um estudo preliminar da Dealroom.co mostra também que Lisboa atraiu investimento recorde este ano, com os fundos de investimento a injetarem 122 milhões de euros em startups situadas na capital.

2,1 mil milhões de euros é quanto valem as startups sediadas na capital portuguesa em 2022, um valor três vezes mais alto do que há cinco anos, de acordo com um estudo preliminar da Dealroom.co sobre o ecossistema de startups na cidade, divulgado na abertura da 11ª do empreendedorismo de Lisboa, que arrancou esta segunda-feira. Só Lisboa concentra 49% do valor do ecossistema de startups do país.

O estudo mostra também que a capital atraiu investimento recorde este ano, com os fundos de investimento a injetarem 122 milhões de euros em startups situadas em Lisboa, 3,6 vezes mais do quem em 2018 (34 milhões de euros), dos quais 102 milhões foram levantados por fundos sediados em Lisboa.

“Os investidores nacionais estão preparados para apoiar os seus ecossistemas e os investidores estrangeiros estão cada vez mais a olhar para a cidade e a envolver-se também”, revela Christiana Manzocco, director of government marketing na Dealroom.co, sobre estes valores preliminares do estudo, cujos resultados finais deverão ser conhecidos em novembro, durante a Web Summit.

Volumes de investimento aplicados, sobretudo, em rondas de investimentos Pre-seed and Seed (94%). Apenas 6% dos investimentos são focados em rondas de financiamento Série A.

Revelando um ecossistema que tem visto sair muitas startups que atingiram o patamar unicórnio para fora do país: as startups fundadas em Lisboa valem 21,4 mil milhões de euros, mas apenas 10% desse valor estão baseados em Portugal.

Quanto às indústrias que mais receberam investimento desde 2017, o pódio é composto pelos setores de Gaming (85 milhões de euros), Marketing (63 milhões) e Fintech (59 milhões).

Margarida Figueiredo, diretora municipal de economia e inovação da CML, traçou um retrato da cidade que, com 2,9 milhões de residentes, gera um PIB de 71.432 milhões de euros e que, no último ano, viu nascer 6.063 empresas (mais 256 do que em 2020) e a área metropolitana 15.165 (mais 651 do que no ano passado). “Mais de 40% das empresas na cidade tem menos de cinco anos”, destacou.

Com o aumento verificado no número de empresas na capital portuguesa, vieram também mais residentes estrangeiros para a cidade. Em 2020, 330,701 novos residentes oriundos um pouco por todo o mundo decidiram-se mudar para Lisboa, e 22.400 estudantes internacionais. “Temos um pool de talento muito interessante, muito reputada internacionalmente, mas temos de trabalhar mais”, referiu.

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Fábrica de Unicórnios de Lisboa terá parceria com Web Summit

O presidente da Câmara de Lisboa revelou esta segunda-feira que a Fábrica de Unicórnios, a ser instalada no Hub Criativo do Beato, contará com uma parceira com a Web Summit de Paddy Cosgrave.

A Fábrica de Unicórnios em Lisboa vai ter uma parceria com o Web Summit, revelou Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, no painel “Gazelas, Unicórnios e outros caminhos para o Futuro”, na abertura da 11ª Semana do Empreendedorismo de Lisboa. Lisboa continuará a ser a “casa” do evento tecnológico criado por Paddy Cosgrave, apesar da sua recente expansão para o Brasil, em 2023.

“Ontem (domingo) tive uma hora à conversa com o Paddy Cosgrave porque penso que a Web Summit tem de ter aqui um papel muito neste caminho. A Web Summit não pode ser apenas um evento anual, por isso pedi que a Web Summit seja um parceiro da Fábrica de Unicórnios”, referiu o presidente da autarquia.

Mesmo com a expansão para o Rio de Janeiro, no Brasil, no próximo ano, Carlos Moedas sublinha que a Web Summit realizado em território nacional não perderá a importância que tem tido na esfera tecnológica.

“Continuamos a ser a casa da Web Summit e seremos sempre. O contrato com a Web Summit é muito claro, é uma exclusividade para a Europa e a Europa tem de ser o centro para o mundo em relação à inovação e acho que nesse centro Lisboa tem um papel fundamental. Esse papel vai existir sempre”, disse, acrescentado ainda que “Lisboa é mais que o Web Summit e daí a criação da Fábrica de Unicórnios, que tem como objetivo politico que Lisboa seja a capital da inovação”.

O dirigente político admitiu que a ambição é que a Fábrica de Unicórnios, a instalar-se no Hub Criativo do Beato, esteja já a dar os primeiros passos em novembro, na próxima edição da Web Summit.

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“Falta a Portugal ambição e assertividade”, diz Carlos Moedas

O painel "Gazelas, Unicórnios e outros caminhos para o Futuro" marcou o arranque da Semana de Empreendedorismo de Lisboa.

“O que falta a Portugal é ambição, assertividade e ter a consciência” do sucesso, considera Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa, quando questionado sobre a estratégia para aumentar o número de unicórnios, no painel “Gazelas, Unicórnios e outros caminhos para o Futuro”, na 11ª Semana do Empreendedorismo de Lisboa, que contou ainda com Joana Rafael, cofundadora da Sensei, Marcelo Lebre, COO e fundador da Remote, Rodrigo Graça Moura, CFO e VP Finance da Feedzai, e Ana Pimentel, jornalista e autora do livro “unicórnios Portugueses”.

A Câmara Municipal de Lisboa deve funcionar como uma espécie de front office que possa receber os investidores e ajudá-los no que precisarem”, isto sem fazer overselling, defendeu ainda Carlos Moedas.”Não há nada pior que trazer as empresas e investidores e não lhe dizer os aspetos negativos que temos cá. Já o fizemos antes, em que dizemos que tudo é bonito e… não é”.

Rodrigo Graça Moura, CFO e VP Finance da Feedzai, lembrou que há “questões fiscais e legislativas profundas que podiam ser feitas”, que caso fossem executadas iriam ajudar “a receita fiscal em Portugal disparar”.

Para Ana Pimentel, jornalista e autora do livro “Unicórnios Portugueses”, a “flexibilização das nossas questões laborais, talento, fiscalidade são problemas que as startups enfrentam”, mas a educação e cultura são de igual forma questões que não podem ser esquecidas e “que precisam de ser trabalhadas”.

“É preciso preparar o ecossistema [português] e muscular os fundos de modo a que consigam acompanhar este tipo de empresas [tecnológicas], que podem trazer alto valor acrescentado para o país”. Além disso, ainda na sua opinião, “às vezes nas empresas nacionais deve existir mais vontade de fazer marketing, de modo a que os investidores sintam o conforto de investir em Portugal”, diz Joana Rafael, cofundadora da Sensei.

A cofundadora da tecnológica por trás da loja sem caixas do Continente vai mais longe e chega mesmo a falar da possibilidade de se criar uma “zona franca tecnológica em Lisboa”. Uma proposta que foi rejeitada por Carlos Moeda: “Infelizmente a nível europeu é muito difícil criar uma zona franca. As regras da União Europeia não permitem que uma determinada Zona ter vantagens que desequilibrem o level playing field da Europa. A legislação na EU é bastante inflexível”, explicou ao público presente no painel desta segunda-feira.

Atrair talento

Como atrair e reter o talento e a capacidade do país potenciar os novos modelos de trabalho trazidos pelo trabalho remoto foi outro dos temas abordados durante o painel

“Penso que a nossa geografia é muito positiva. Temos sol para dar e vender. Aliás, temos facilidade de viajar para qualquer lugar sem qualquer problema. A hospitalidade e o nosso nível de inglês é bastante bom”, defendeu Marcelo Lebre, da Remote, lembrando que a posição geográfica do país apresenta vantagens para quem se quer instalar.

“O Marcelo disse algo que nunca na minha geração se diria. O Marcelo disse que Portugal está no centro, enquanto a minha geração diria que não, que Portugal era um país pequeno e que está na ponta da Europa”, disse Carlos Moedas, “o importante agora é ensinar os mais novos esta nova mentalidade.”

E aparentemente a geografia não é a única vantagem do país. “O nosso enquadramento fiscal também já é muito atrativo para quem vem de fora e está a trazer muita gente, como o caso da taxa máxima de IRS a 20%”, referiu Joana Rafael.

“Portugal evoluiu imenso nos últimos anos. Os processos administrativos tornaram-se também menos burocráticos”, acrescentou Rodrigo Moura.

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Bulgária quer ficar fora do embargo europeu ao petróleo russo

  • Lusa
  • 16 Maio 2022

"Vamos pedir que a Bulgária seja parte das exceções, até que tenhamos a infraestrutura adequada, por exemplo um oleoduto com a Grécia”, disse o primeiro-ministro búlgaro.

O governo búlgaro confirmou esta segunda-feira que solicitou à Comissão Europeia a sua exclusão do planeado embargo à compra do petróleo russo, porque a sua única refinaria só pode processar este tipo de crude. Esta posição foi expressa pelo primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, durante uma conferência de imprensa conjunta, em Sofia, com o seu homólogo holandês, Mark Rutte.

O chefe do governo búlgaro afirmou que o seu país é um dos que mais resistiu mais pressões russas em relação ao pagamento do gás com rublos, o que contribuiu para reduzir o fluxo de dinheiro para Moscovo. “Esperemos que haja compreensão da Comissão Europeia, do que temos indícios, uma vez que não podemos passar de 95% de dependência do gás para zero e, ao mesmo tempo, colocar um embargo sobre a nossa única refinaria, que só funciona com crude de tipo Ural”, disse.

“Vamos pedir que a Bulgária seja parte das exceções, até que tenhamos a infraestrutura adequada, por exemplo um oleoduto com a Grécia”, disse Petkov, considerado um europeísta, acrescentando que o seu país apoia os seus parceiros europeus, mas que não está em condições de decretar um embargo ao petróleo russo.

A empresa estatal russa Gazprom cortou, em finais de abril, o fornecimento de gás à Polónia e Bulgária, país este que importava 95% do gás que consome da Federação Russa.

Rutte felicitou a Bulgária e a Polónia pela forma como reagiram à exigência da Gazprom de ser paga em rublos. A Comissão Europeia propôs incluir um embargo à compra de petróleo russo no sexto pacote de sanções à Federação Russa por ter invadido a Ucrânia. Países como Eslováquia e Hungria opõem-se a esta medida, argumentando com a sua dependência energética da Federação Russa.

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Brent sobe 2,27% para 114,11 dólares

  • Lusa
  • 16 Maio 2022

A perspetiva de a União Europeia avançar com um embargo ao petróleo russo manteve a pressão em alta no mercado londrino.

A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em julho terminou esta segunda-feira no mercado de futuros de Londres em alta de 2,27%, para os 114,11 dólares.

O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, concluiu a sessão no International Exchange Futures a cotar 2,53 dólares acima dos 111,58 com fechou as transações na sexta-feira.

A perspetiva de a União Europeia avançar com um embargo ao petróleo russo manteve a pressão em alta no mercado londrino.

O receio com uma redução da oferta contrariou a preocupação com a baixa da procura global, resultante dos confinamentos decididos pela China para combater a pandemia do novo coronavírus.

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Dia acaba misto em Wall Street. Tesla afunda quase 6%

Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq registaram perdas nesta sessão, o Dow Jones acabou por ficar acima da linha de água.

O dia foi de volatilidade em Wall Street, com os principais índices de referência a terminar a primeira sessão da semana com um desempenho misto. Por um lado, a Tesla e outras ações de crescimento recuaram após dados económicos chineses desanimadores, que se somaram às preocupações com uma desaceleração global e aumento das taxas de juros. Já as cotadas de energia contrariaram o sentimento e avançaram.

Tendo em conta este contexto, o S&P 500 perdeu 0,38%, para 4.008,65 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 1,19%, para 11.664,19 pontos. Já o industrial Dow Jones contrariou a tendência e subiu 0,12%, para 32.235,73 pontos.

As preocupações com a economia global, nomeadamente depois de dados mostrarem uma queda nas vendas e na produção industrial na China, penalizaram as chamadas ações de crescimento, como é o caso das tecnológicas.

A Apple perdeu 1,07% para os 145,54 dólares, a Amazon, cujo fundador se vê a braços com uma guerra de palavras com Joe Biden, recuou 1,99% para os 2.216,21 dólares e a Alphabet, dona da Google, cedeu 1,48% para 2.295,85 dólares.

Nota também para a Tesla, que afundou 5,88% para os 724,37 dólares. A fabricante de automóveis elétricos adiou em pelo menos uma semana o plano para retomar a produção na fábrica de Xangai para os níveis registados antes do confinamento devido à Covid, instaurado na cidade há mais de seis semanas, segundo noticiou a Reuters. Também o dono da Tesla, Elon Musk, avançou, de acordo com a Bloomberg, que os EUA estão “provavelmente numa recessão que só vai piorar” e que a inflação no país é resultado do governo ter “imprimido dinheiro”.

Tesla cai quase 6%

Por outro lado, nos ganhos destacam-se as cotadas do setor da energia. O índice de energia do S&P 500 subiu para um máximo intradiário de 2014, fechando a valorizar 2,6%, o desempenho mais forte entre 11 índices setoriais.

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