Hotéis do grupo Super Bock têm nova direção

Maria José David vai assumir a liderança do Pedras Salgadas Spa & Nature Park e do Vidago Palace Hotel.

As unidades hoteleiras do Super Bock Group têm uma nova direção. Maria José David é a nova diretora de turismo do grupo cervejeiro, assumindo a liderança do Pedras Salgadas Spa & Nature Park e do Vidago Palace Hotel. A profissional era até aqui coordenadora de operações do Pedras Salgadas Spa & Nature Park.

Pós-graduada em Direção Hoteleira, pela Escola Superior de Turismo de Lamego, e licenciada em Gestão, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Maria José David iniciou o seu percurso em 1998 na VMPS – Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas, como assistente de direção das duas unidades hoteleiras.

“Em 2011 assumiu a função de Coordenadora da Operação do Pedras Salgadas Spa & Nature Park, tendo tido um papel fulcral no Projeto de Requalificação deste Parque e no seu desenvolvimento”, informa o grupo dono da Super Bock.

Com 49 anos, casada e dois filhos, Maria José David é ainda a representante do Super Bock Group na Direção da ATP – Associação de Termas de Portugal.

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Trabalhadores da S21sec ganham uma folga extra por mês sem dedução salarial

O objetivo é reforçar a flexibilidade de trabalho oferecida aos colaboradores, que podem escolher trabalhar remotamente ou presencialmente nos escritórios.

A 21sec passa a oferecer, já a partir de maio, uma sexta-feira por mês aos colaboradores. Ou seja, uma vez por mês, os trabalhadores da empresa podem usufruir de um dia de descanso extra, sem qualquer dedução salarial. A medida, intitulada “Free Fridays“, pretende que os colaboradores da empresa possam reajustar a distribuição do seu horário de trabalho, podendo prolongar o descanso ao fim de semana. Esta medida aumenta o número de dias de descanso de 25 para 36 por ano.

“Estes tipos de iniciativas servem de trampolim para atrair talento num setor onde há muita rotatividade e a necessidade de recrutar colaboradores é imediata. A medida de flexibilidade a 100% tem sido um dos nossos núcleos para atrair jovens profissionais e acreditamos que as ‘Free Fridays’ serão muito bem recebidas agora e no futuro”, diz Carlos Ramos Calamonte, chief human resources officer da S21sec.

“Enquanto a produtividade for eficaz, os colaboradores merecem que a organização confie neles, dando-lhes flexibilidade suficiente para poderem conciliar o seu trabalho e a sua vida profissional. Queremos que sejam felizes, não sintam a necessidade de procurar outras oportunidades lá fora; são o motor da empresa”, acrescenta, em comunicado.

As “Free Fridays” juntam-se a outras medidas implementadas pela S21sec com o objetivo de melhorar a flexibilidade dos seus colaboradores. No ano passado, quando muitas empresas portuguesas optaram pelo modelo híbrido ou presencial, em setembro, a S21sec optou por dar aos seus colaboradores a flexibilidade absoluta para se deslocarem até ao escritório ou ficarem a trabalhar a partir de casa.

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Espanhola Azora compra Pestana Blue Alvor por 75 milhões

É a quarta aquisição feita pela Azora em Portugal, todas na região do Algarve. Pestana Blue Alvor tem 500 quartos, seis restaurantes e seis piscinas.

A espanhola Azora fechou a quarta aquisição em Portugal, novamente na região do Algarve. Desta vez a empresa anunciou a compra do Pestana Blue Alvor, um resort de cinco estrelas e 500 quartos, localizado na cidade com o mesmo nome. O valor da operação não foi revelado, mas o ECO apurou junto de fontes do mercado imobiliário que este ficou entre os 75 e os 80 milhões de euros.

O resort de 120 mil metros quadrados foi construído em 2019 pelo Grupo Pestana, que o passa agora de mãos. Contudo, a cadeia de Dionísio Pestana vai continuar a gerir o hotel, mantendo-se como inquilino da Azora. A unidade hoteleira all inclusive conta com 500 quartos, seis restaurantes, seis piscinas — interiores e exteriores –, um centro desportivo e spa.

“O Pestana Blue Alvor é uma referência chave entre as famílias e todos aqueles que procuram um resort all inclusive diferenciado, numa região reconhecida como destino de praia de excelência na Península Ibérica”, diz José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, citado em comunicado.

Esta é, assim, o quarto investimento da espanhola Azora em Portugal. A primeira compra foi o Tivoli Marina Vilamoura, com 384 quartos, seguindo-se o Tivoli Carvoeiro com 248 quartos e o Resort Vilalara Thalassa, com 118 quartos. Todos resorts de cinco estrelas e todos no Algarve.

Do lado da Azora, Concha Osácar, uma das sócias fundadoras, afirma que a empresa mantém a sua “forte convicção no setor hoteleiro e de lazer europeu”. “Esta transação representa uma oportunidade única, tanto para adquirir um resort excecional numa localização altamente atrativa, como para aumentar ainda mais a nossa presença no Algarve”.

Com a compra do Pestana Blue Alvor, a Azora completa, assim, mais de mil milhões de euros em investimentos hoteleiros na Europa, num total de oito operações, equivalentes a 29 ativos, refere a empresa, em comunicado. O fundo que tem fechado estas compras foi criado em julho de 2020 com uma carteira inicial de dez resorts de luxo e quatro hotéis citadinos.

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Rede diplomática em contacto com Pretória sobre morte de Rendeiro

  • Lusa
  • 13 Maio 2022

Governo procura "mais informações" sobre a morte do ex-banqueiro e garante "o apoio habitual”, como “em qualquer situação que envolve um cidadão nacional". Rendeiro seria hoje presente a tribunal.

A rede diplomática e consular de Portugal na África do Sul está em contacto com as autoridades sul-africanas para obter mais informações sobre a morte na prisão do antigo presidente do BPP João Rendeiro, anunciou hoje o Governo.

“Tomou-se conhecimento formal esta manhã da notícia do falecimento de João Rendeiro. A rede diplomática e consular na África do Sul está a acompanhar a situação e em contacto com as autoridades sul-africanas, a procurar mais informações sobre o que tenha ocorrido”, pode ler-se numa nota enviada à Lusa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Segundo o gabinete do ministro João Gomes Cravinho, “será prestado o apoio habitual”, como “em qualquer situação que envolve um cidadão nacional”.

João Rendeiro foi hoje encontrado enforcado na cadeia onde estava detido, na África do Sul, disse à Lusa a advogada do ex-banqueiro. June Marks acrescentou ainda que as autoridades estão a investigar as circunstâncias do que aconteceu.

João Rendeiro estava detido numa prisão de Durban, na África do Sul, onde aguardava uma decisão sobre o processo de extradição para Portugal. O ex-banqueiro tinha sido condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do Banco Privado Português (BPP), tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já tinha transitado em julgado.

Em setembro do ano passado, Rendeiro tinha sido condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva, num processo por burla qualificada, e esteve fugido à justiça até ser apanhado em dezembro na África do Sul.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

Rendeiro seria hoje presente a tribunal

João Rendeiro deveria ser hoje presente em tribunal, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários enviada à Lusa. A advogada já confirmou que o ex-banqueiro iria hoje a tribunal, adiantando que “já não é relevante adiantar os motivos”.

Na nota enviada à Lusa é dito que “o Departamento de Serviços Penitenciários (DCS) confirma o infeliz falecimento de João Manuel de Oliveira Rendeiro, que estava detido no Centro Correcional de Westville, em Durban”.

O porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo, explicou depois à Lusa que o ex-banqueiro foi encontrado morto na cela onde estava detido “perto da meia-noite desta quinta-feira pelos guardas prisionais”. “O DCS lançou urgentemente uma investigação para determinar a causa e as circunstâncias que levaram à sua morte”, conclui a nota.

Questionado sobre as circunstâncias em que foi encontrado morto na cela onde estava detido, Singabakho Nxumalo, escusou-se a dar mais informação, referindo apenas que as autoridades sul-africanas estão a investigar o incidente.

“Assim que tivermos os resultados da autópsia, serão anunciadas as causas da morte, a investigação continuará para determinar as causas da morte. Estamos também a investigar a hora em que se realizou a última ronda [às celas], a hora que foi visto na cela e quando é que foi constatada a morte”, explicou.

Segundo porta-voz, o corpo de João Rendeiro foi transportado hoje para uma morgue fora da cadeia, em Durban, onde será submetido a uma autópsia para se averiguar as causas da sua morte. “Os nossos funcionários descobriram o corpo, alertando posteriormente os funcionários superiores sobre o incidente”, explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.

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Fundo CVC investe 2 mil milhões de euros na LaLiga Impulso

  • Servimedia
  • 13 Maio 2022

O fundo económico CVC Capital Partners injetou cerca de 2 mil milhões de euros no futebol profissional espanhol, através do projeto LaLiga Impulso.

A CVC Capital Partners, uma empresa de investimento, havia prometido investir quase 2 mil milhões de euros (mais concretamente 1.994 mil milhões de euros) no futebol profissional espanhol e acabou por fazê-lo através do projeto LaLiga Impulso, noticia a Servimedia.

Para o fazer, a empresa de investimento forneceu 1,2 mil milhões de euros dos fundos que gere e os restantes 850 milhões conseguiu-o com um financiamento bancário, através de empréstimos com a Goldman Sachs, Deutsche Bank e Credit Suisse.

O interesse do mercado no potencial da competição espanhola e dos seus clubes e as boas classificações atribuídas pela Moody’s e Fitch, Baa3 e BB, respetivamente, foram decisivos para a injeção deste valor no projeto LaLiga Impulso.

A alteração na estrutura de financiamento concebida pela CVC, que visa melhorar o custo de financiamento dos três bancos na transação para a CVC, não afeta a LaLiga Impulso, a LaLiga ou os seus clubes, que estão assegurados e disponíveis nos termos acordados e assinados, cujas condições estão protegidas no contrato que levou à criação do LaLiga Group International.

Em janeiro de 2022 foram desembolsados os primeiros 400 milhões de euros e o calendário acordado pela assembleia de LaLiga é para que o dinheiro restante chegue em Junho de 2022, 2023 e 2024. A maioria das equipas já está a anunciar os seus planos de investimento e, em muitos casos, vão utilizar parte dos recursos para substituir a dívida existente ou aumentar o seu limite salarial.

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Nas notícias lá fora: Twitter, FED e Pink Floyd

As principais notícias dos jornais do estrangeiro para ler em pouco mais de 80 segundos.

Enquanto o Twitter congela novas contratações depois da compra por Elon Musk, a Reserva Federal dos Estados Unidos vai continuar nas mãos de Jerome Powell para o segundo mandato. O catálogo musical dos Pink Floyd está a ser disputado por duas das maiores editoras musicais, enquanto o fundo soberano norueguês recusa pagar prémios por “desempenhos medíocres”. Nota ainda para mais uma criptomoeda a valer praticamente zero.

Esta é a volta ao mundo em 80 segundos desta sexta-feira.

The Wall Street Journal

Twitter congela novas contratações após entrada de Musk

Chegou a hora de cortar custos no Twitter. Estão suspensas novas contratações depois de Elon Musk ter comprado a tecnológica por 44 mil milhões de dólares (42,1 mil milhões de euros). A culpa é da instabilidade no mercado publicitário digital e dos efeitos na economia da guerra na Ucrânia. A medida foi anunciada depois da saída de dois administradores executivos.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês)

NPR

Jerome Powell com segundo mandato na FED e foco na inflação

Jerome Powell foi confirmado na noite de quinta-feira para o segundo mandato à frente da Reserva Federal norte-americana (FED, na sigla original), depois de ter obtido 80 votos a favor (e 19 contra) no Senado. Manter a taxa de inflação sob controlo será o principal foco no início do novo mandato.

Leia a notícia completa na NPR (acesso livre, conteúdo em inglês)

Fundo soberano norueguês recusa pagar extras a “desempenhos medíocres”

Financial Times

Fundo soberano norueguês recusa pagar extras a “desempenhos medíocres”

O maior fundo soberano do mundo criticou a “ganância corporativa” e o pagamento excessivo por “desempenhos medíocres”, prometendo tomar medidas. Nicolai Tangen, presidente executivo, diz que vai agir contra grandes pacotes salariais injustificados pelo desempenho. “Estamos num ambiente inflacionista, onde vemos muitas empresas com um desempenho bastante medíocre e com pacotes salariais muito grande”, disse.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

Financial Times

Warner Music e BMG disputam o catálogo antigo dos Pink Floyd

Os Pink Floyd poderão em breve receber 500 milhões de dólares (479 milhões de euros, isto porque a Warner Music e a BMG estão a competir para comprar todos os discos da banda. A BMG, apoiada pelo fundo de investimento KKR, e a Warner estão entre as empresas que disputam o cobiçado livro de canções dos Pink Floyd, que também inclui temas como “Comfortably Numb”, “Welcome to the Machine” e “Another Brick in the Wall”.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

CNBC

Criptomoeda Luna vale praticamente zero

Depois dos problemas com a criptomoeda TerraUSD, que tinha valor indexado ao dólar, há mais problemas neste mercado. Nas últimas 24 horas, a criptomoeda Luna, que faz parte do mecanismo de indexação da TerraUSD, perdeu mais de 95% do seu valor, para 0,00595 dólares. No início de abril, a Luna chegou a negociar acima dos 116 dólares.

Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês)

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Conselho de Ministros aprova travão aos preços da eletricidade

O Governo aprovou a legislação que estabelece um teto no preço do gás usado no cálculo do preço da eletricidade. Mecanismo terá ainda de receber a validação final da Comissão Europeia

O Conselho de Ministros aprovou a legislação que estabelece um teto no valor do gás natural que é usado na definição dos preços da eletricidade, o que permitirá baixar o custo da energia para os consumidores expostos à variação dos valores no mercado, que o Governo diz serem atualmente menos de metade.

O mecanismo permite “uma redução muito significativa do preço da eletricidade, tendo em conta os preços praticados este ano, com poupanças para as famílias e as empresas, em particular as que não têm contratos de tarifa fixa e as que tendo esses contratos têm de os renovar”, afirmou o ministro do Ambiente e Ação Climática na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros extraordinário.

O Governo espanhol também aprovou esta sexta-feira o decreto real de aprovação to teto ao preço do gás. O processo volta agora para a Comissão Europeia (CE), que terá de dar a validação final. Algo que o ministro português era que aconteça “o mais rapidamente possível”, tendo em conta que o trabalho técnico e a discussão política, que são a parte mais complexa do processo, já foram feitas.

Uma vez aprovado pela Comissão, Duarte Cordeio diz que será “uma questão de dias até à implementação”, uma vez que a regulamentação pela ERSE já está a ser tratada.

O mercado de eletricidade é marginalista, o que significa que o valor de referência é fixado com base no preço da última oferta que permite satisfazer a procura por energia. E a maior parte do tempo, são as centrais de ciclo combinado, onde a eletricidade é produzida a partir do gás natural, que em última instância satisfazem a procura.

Com a guerra na Ucrânia e o risco de interrupção no fornecimento à Europa, os preços do gás natural rondaram os 96,31 euros por MWh no primeiro trimestre, segundo afirmou o ministro. O mecanismo agora passado para a legislação estabelece um preço médio máximo de 50 MWh hora para o gás natural que é usado para a definição do preço da eletricidade.

Os valores começam nos 40 euros por MWh e o teto vai vigorar por um período de 12 meses, o que significa que apanha o próximo outono e inverno, quanto a pressão sobre o mercado é ainda maior. O preço médio da eletricidade no mercado durante os primeiros três meses foi de 230 euros por MWh. Segundo Duarte Cordeiro, se o teto já estivesse em vigor, o custo seria 18% mais baixo.

O governante socorreu-se da analogia usada pela sua homóloga espanhola, dizendo que “a medida funciona como um corta-fogo, porque impede um alastramento a partir dos preços do gás a toda a economia. Com um preço máximo estancamos o efeito de alastramento de aumentos não controlados do preço do gás”.

Este mecanismo, que vigorará em Portugal e Espanha, foi apresentado ao Conselho Europeu no final de março. A proposta encontrou alguma resistência, mas os dois países conseguiram que fosse criada esta exceção, por a Península Ibérica ser uma ilha energética, dadas as ligações muito limitadas da rede com França. O que faz com que sejam mais penalizados por este contexto do mercado. Bruxelas fez chegar no dia 9 uma carta de conforto aos dois Governos, indicando a disponibilidade para aprovar o limite aos preços após uma reunião dos ministros de Portugal e Espanha com a comissária da Concorrência, Margrethe Vestager, a 26 de abril.

Alternativa a um imposto sobre os lucros inesperados

A medida será paga pelo “sistema elétrico nacional”, garantiu Duarte Cordeiro. “Quem tem ganhos não esperados suporta a redução do preço mais o custo do sistema. Não haverá outro tipo de custos, nomeadamente orçamental”, explicou.

“Aqueles que estão a vender eletricidade pela fixação do preço do gás a um valor muitíssimo superior ao que esperavam — e que são os seus custos de produção — têm ganhos extraordinários e inesperados. Com o mecanismo veem esses ganhos capturados e aplicados e socializados no mercado de eletricidade para baixar o preço da eletricidade”, explicou o governante na quarta-feira, no Parlamento, durante a sessão conjunta da Comissão de Ambiente e Energia e da Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito da apreciação do Orçamento de Estado para 2022 na especialidade.

Questionado na conferência de imprensa do Conselho de Ministros sobre as consequências para as empresas produtoras de eletricidade, afirmou que “o impacto é não ganharem o que não estavam à espera. Não vejo razão para grande sofrimento destas empresas”. Disse ainda que a medida “não é uma alternativa que se sobrepõem na totalidade a um imposto sobre esses lucros não esperados, mas é uma alternativa”. Sobre a possibilidade de existir litigância da parte dos comercializadores, respondeu com o envolvimento técnico dos reguladores dos dois países e da Comissão Europeia no desenho do mecanismo.

A medida será paga também pelos consumidores que beneficiam com o teto nos preços. “Os consumidores expostos ao mercado vão ter um efeito positivo que é a redução do preço e negativo que é suportar o custo do mecanismo, mas o impacto líquido é positivo”, explicou.

Duarte Cordeio afastou a hipótese de Portugal voltar a produzir energia a partir de carvão e admitiu a hipótese de o teto agora definido para Península Ibérica ser estendido por mais tempo, em função do que for a experiência durante os próximos 12 meses e as condições que vigorarem no mercado do gás natural na altura.

Horas depois da aprovação em Conselho de Ministros, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou este mecanismo. “O Presidente da República promulgou o diploma do Governo que estabelece um mecanismo excecional e temporário de ajuste dos custos de produção de energia elétrica no âmbito do Mercado Ibérico de Eletricidade”, lê-se na nota publicada no site da Presidência.

(notícia atualizada às 19h39 com promulgação da medida)

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Governo espanhol aprovou limite ao preço do gás para baixar fatura da eletricidade

  • Lusa
  • 13 Maio 2022

Espanha aprova mecanismo para limitar o preço do gás para a produção de eletricidade em Conselho de Ministros extraordinário. Nos próximos 12 meses, o gás custará, em média, 48,8 MWh.

O Governo espanhol aprovou esta sexta-feira num Conselho de Ministros extraordinário o mecanismo para limitar o preço do gás para a produção de eletricidade, que irá permitir reduzir a fatura da eletricidade aos consumidores domésticos e industriais.

Esta manhã também se aprova em Lisboa em Conselho de Ministros uma norma idêntica à nossa”, disse a terceira vice-presidente do governo espanhol e ministra da Transição Ecológica, Teresa Ribera, ao anunciar a aprovação.

Para a responsável governamental, “pela primeira vez, não pagam sempre os mesmos. Pela primeira vez as medidas adotadas […] têm o objetivo fundamental de reduzir os lucros extraordinários das companhias de eletricidade” e “existem benefícios líquidos para todos os consumidores”.

O mecanismo que foi negociado com Bruxelas estabelece que para os próximos 12 meses o gás custará uma média de 48,8 euros/megawatt hora (MWh), quase metade do preço que esta matéria-prima custa atualmente, e beneficiará tanto os consumidores domésticos como industriais afetados pela subida dos preços da eletricidade no mercado grossista.

A medida, aprovada simultaneamente pelos governos espanhol e português, foi decidida mais de um mês depois de o Conselho Europeu ter reconhecido a dificuldade dos dois países em fazer face aos elevados preços da energia devido ao seu baixo nível de interconexão elétrica com o resto da região.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já tinha confirmado na quinta-feira que o preço máximo de referência do gás será inicialmente fixado em 40 euros/MWh “em comparação com a média de quase 80 euros que foi fixada no último trimestre”.

Assim que Madrid e Lisboa aprovem o mecanismo, este será enviado “imediatamente” à Comissão Europeia, que “deve adotar uma decisão do Colégio de Comissários para tornar efetiva a sua aplicação”, segundo Teresa Ribera.

Em 26 de abril último, Espanha e Portugal anunciaram que tinham chegado a um “acordo político” com a Comissão Europeia para limitar o preço do gás no mercado grossista da eletricidade nos dois países, uma matéria-prima utilizada pelas centrais de ciclo combinado para produzir eletricidade.

Esta medida permitirá dissociar temporariamente os preços do gás e eletricidade na Península Ibérica, que beneficiará assim de uma exceção, sendo que, na atual configuração do mercado europeu, o gás determina o preço global da eletricidade, uma vez que todos os produtores recebem o mesmo preço pelo mesmo produto — a eletricidade — quando este entra na rede.

O ministro português do Ambiente, Duarte Cordeiro, estimou que a fixação de um teto ao preço de gás para produção de eletricidade permita poupar até 18% face ao preço médio dos primeiros quatro meses do ano.

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Elon Musk suspende compra do Twitter

Empresário norte-americano levanta dúvidas sobre a percentagem de contas falsas entre os utilizadores da plataforma. Ações do Twitter já estão a cair quase 18%.

Elon Musk usou o Twitter para anunciar que está suspensa a compra da própria empresa. Em causa estão os dados relativos ao peso das contas falsas no número de utilizadores da rede social, escreveu o empresário numa publicação na manhã desta sexta-feira.

“O acordo para [a compra do] Twitter está temporariamente suspenso a aguardar detalhes que suportem os cálculos que as contas falsas ou de spam representem mesmo menos de 5% dos utilizadores”, justificou Elon Musk.

Como consequência, as ações do Twitter, na bolsa dos Estados Unidos, estão a cair 17,92%, para 37 dólares, na negociação antes da abertura do mercado.

O acordo para a compra do Twitter refere que os números de contas falsas ou de spam são uma estimativa e que o número real “pode ser superior ao estimado”, lembra o portal The Verge.

No dia 25 de abril, foi anunciada a compra da rede social Twitter por 44 mil milhões de dólares (42,1 mil milhões de euros). O dono da Tesla propôs pagar 54,20 dólares por ação, valor superior em mais de 46% face à cotação desta sexta-feira. A transação estará concluída até ao final deste ano.

O acordo para a compra do Twitter prevê uma cláusula de rescisão de mil milhões de euros: o valor será pago Elon Musk caso seja ele a desistir do negócio ou pela administração, se esta desistir da transação por motivos regulatórios ou por um proposta mais elevada.

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Custo do trabalho na construção sobe 6,5% no arranque de 2022

Além da pressão dos salários por causa da falta de mão de obra, o setor da construção registou menos horas trabalhadas, o que poderá estar relacionado com a falta de materiais.

O mercado de trabalho em Portugal continua a melhorar, com a taxa de desemprego a descer novamente para os 5,9% no primeiro trimestre deste ano. Porém, os custos com os trabalhadores até desaceleraram no arranque de 2022, ainda que tal possa estar relacionado com um efeito estatística do lay-off simplificado. A construção continua a destacar-se com o maior aumento homólogo dos custos do trabalho, tendo acelerado face ao final de 2021.

“No 1.º trimestre de 2022, o Índice de Custo do Trabalho (ICT) registou um acréscimo homólogo de 1,1%“, anuncia o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, referindo que “no trimestre anterior, tinha aumentado 2,6%“.

O gabinete de estatísticas explica que o ICT, que mede os custos do trabalho por hora efetivamente trabalhada, integra no seu cálculo os encargos salariais “que foram parcialmente suportados pela Segurança Social no âmbito das medidas de proteção ao emprego, com a instituição, em particular, do regime de lay-off simplificado no contexto pandémico”. Na prática, “na perspetiva das empresas estes custos tendem a estar sobrestimados durante o período de vigência deste regime”.

Os dados mostram que a grande diferente está nos custos salariais por hora efetivamente trabalhada: aumentaram 0,4% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com 2,6% no quarto trimestre de 2021. Já os outros custos do trabalho, também por hora efetivamente trabalhada, aceleraram para 3,8%, acima dos 2,5% do trimestre anterior.

Por setores, o maior aumento verificou-se no setor da construção com uma subida de 6,5%. Esta variação homóloga representa uma aceleração face 4,8% registado no quarto trimestre de 2021. Contudo, o INE sublinha que “o forte acréscimo naqueles custos na construção foi explicado pelo decréscimo no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador“. Tal poderá estar relacionado com a falta de materiais, fruto da rápida subida dos preços e das dificuldades nas cadeias de valor internacionais, o que tem afetado as obras.

Já a maior queda registou-se na administração pública com uma descida de 2,2%. Esta descida é explicada pelo “aumento no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador nestas atividades”. “No trimestre anterior, com exceção dos serviços, os custos salariais tinham registado acréscimos em todas as atividades económicas”, recorda o INE.

“Os custos não salariais registaram variações superiores às dos custos salariais”, nota o gabinete de estatísticas, explicando que “o aumento mais acentuado dos outros custos resulta da retoma do pagamento das contribuições patronais das empresas, que no trimestre homólogo tinham aderido ao regime de lay-off simplificado ou ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva”. No lay-off, essas contribuições não tinham de ser pagas à Segurança Social.

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Maleo quer aumentar equipa em 20% até final do ano

O novo centro que a empresa abriu no final de abril já se encontra "totalmente ocupado", em larga medida devido à presença da multinacional farmacêutica Amgen.

Depois de, no ano passado, a Maleo ter triplicado o número de colaboradores, alcançando as 53 pessoas, a companhia prevê um crescimento de, pelo menos, 20% até ao final deste ano. Já estão publicas dez vagas, sendo que duas delas destinam-se a ucranianos. A empresa estuda a possibilidade de expandir para o Porto.

“Estimamos um crescimento de pelo menos 20%, até ao final deste ano. Neste momento temos já cerca de dez posições em aberto, duas delas no âmbito do programa Portugal for Ukraine, uma iniciativa do Governo português para apoiar os cidadãos da Ucrânia”, avança Eliana Vargas, head of people da Maleo, à Pessoas.

Essencialmente, a procura perfis com formação nas áreas financeiras, marketing, arquitetura, engenharias, turismo e gestão hoteleira. “Mas, tão importante como as hard skills, na Maleo valorizamos competências como foco na solução, orientação para o cliente, trabalho em equipa, iniciativa e agilidade”, salienta a nova gestora de pessoas da empresa, responsável pelas áreas de employer branding, cultura e clima organizacional, formação e gestão de talento.

Eliana Vargas, head of people da Maleo

Ao mesmo tempo que faz crescer a equipa, o plano da organização passa também pela expansão do número de centros. No final de abril, a Maleo abriu um novo centro em Lisboa, mais precisamente em Sete Rios. Este centro já se encontra “totalmente ocupado”, em larga medida devido à presença da multinacional farmacêutica Amgen”, garante a head of people.

“Perante este investimento recente, mais do que expandir os nossos serviços, cuja taxa de ocupação ronda os 90%, neste momento pretendemos consolidar este crescimento orgânico que temos vindo a fazer. Pretendemos replicar casos como o da Amgen, que, numa primeira fase, instalou o seu centro de competências no nosso espaço no Saldanha. Acontece que as sinergias foram tão fortes, que a multinacional farmacêutica decidiu assinar connosco um contrato a longo prazo para instalar toda a sua estrutura em Sete Rios. Acreditamos que isto aconteceu porque oferecemos um serviço completo, personalizado e flexível, ancorado no conceito de serviced offices“, conta.

Apesar de não ser uma prioridade neste momento, a responsável não descarta a hipótese de expandir para outras cidades do país, nomeadamente para o Porto. “Está nos nossos planos fazê-lo. Em especial, gostávamos de entrar no Porto, uma cidade que, pela sua dinâmica, inovação e empreendedorismo, se alinha perfeitamente com a marca e com a visão da Maleo”, admite. Mas sem pressas. “Antes, vamos consolidar a presença em Lisboa e depois partiremos para outros destinos.”

A Maleo dispõe de full-serviced office, isto é, uma oferta completa de serviços integrados e com total flexibilidade para as empresas, ajustando-se à realidade, particularidades e necessidades específicas de cada uma.

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João Rendeiro: Da fuga misteriosa até à morte na prisão da África do Sul

Nos últimos oito meses, a vida do ex-banqueiro ficou marcada pela fuga à Justiça portuguesa, pela captura na África do Sul e pela tentativa de extradição. Reveja o filme dos acontecimentos.

João Rendeiro foi encontrado morto esta sexta-feira na prisão de Westville, na cidade sul-africana de Durban. O ex-banqueiro, prestes a completar 70 anos, terá cometido suicídio, segundo a advogada que representava o fundador do Banco Privado Português (BPP).

O dia 13 de maio de 2022 marca o fim de um percurso acidentado que se prolongou por oito meses, desde o final de setembro do ano passado. Envolveu desde uma condenação a prisão efetiva num dos processos, até à fuga rumo à África do Sul e a posterior detenção por parte das autoridades locais. Recorde os últimos episódios da vida de João Rendeiro.

28 de setembro de 2021

O tribunal condenou João Rendeiro a três anos e seis meses de prisão efetiva pelo crime de burla qualificada, Outros dois ex-administradores do BPP foram condenados no mesmo proceso: Paulo Guichard a três anos de prisão efetiva e Salvador Fezas Vital a dois anos e seis meses. Rendeiro não esteve na audiência porque ainda se encontrava em Londres.

Neste dia, o ex-banqueiro anunciou que não voltaria a Portugal para cumprir a pena de prisão efetiva. “No decurso dos processos em que fui acusado efetuei várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos. De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar. É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão. Solicitei aos meus advogados que a comunicassem aos processos e quero por esta via tornar essa decisão pública”, segundo comunicado publicado no seu blogue “Arma Crítica”.

João Rendeiro estava em Londres e o Tribunal deu-lhe um prazo até 1 de outubro para regressar para que fosse revista a medida de coação a que está sujeito, o termo de identidade e residência, a mais leve de todas. Rendeiro teria fugido para um país sem acordo de extradição com Portugal.

9 de outubro de 2021

Carlos do Paulo, advogado do ex-banqueiro, iria enfrentar um processo disciplinar da Ordem dos Advogados por alegado conflito de interesses. Segundo avançou na altura o jornal NOVO, o Conselho de Deontologia da Ordem dos Advogados estaria a investigar as declarações que Carlos do Paulo à TVI, após a fuga de João Rendeiro. Em 2009, Carlos do Paulo tinha organizado manifestações com clientes lesados do BPP, que seria extinto em 2010.

28 de outubro de 2021

O semanário Expresso noticia que três das obras de arte de João Rendeiro que estavam arrestadas pela Justiça, ao cuidado de Maria de Jesus Rendeiro, foram vendidas pela leiloeira Christie’s entre março e outubro de 2021, uma delas no dia em que Rendeiro foi condenado a 10 anos de prisão, outra quando já estava em fuga, há cerca de um mês.

A situação levou Maria de Jesus Rendeiro, mulher de João Rendeiro, fosse presente à justiça, pois havia 15 obras de arte arrestadas que estavam em parte incerta. Maria de Jesus só tinha encontrado sete das obras e era suspeita do crime de descaminho, punido com pena de prisão até cinco anos.

3 de novembro de 2021

A mulher de João Rendeiro foi detida na sequência de um mandado que teve em conta o “forte perigo de fuga, para a aquisição e conservação da prova e para a descoberta da verdade”. Em causa estava um alegado esquema de branqueamento de capitais. O caso também envolvia o presidente da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros), Florêncio de Almeida. Como medida de coação, Maria de Jesus Rendeiro acabaria por ficar em prisão domiciliária.

Segundo informação da altura da RTP, que citou documentos da investigação em curso, João Rendeiro passou um apartamento para o nome do presidente da ANTRAL em 2015, apesar de não haver qualquer comprovativo de que esse ativo tenha sido efetivamente pago. Três anos depois, Florêncio de Almeida cedeu-a ao filho, acabando por ser vendida por um preço três vezes superior ao da suposta aquisição (1,4 milhões de euros). Dinheiro que terá servido para comprar uma propriedade no Alentejo e o apartamento na Quinta Patino — em dinheiro e junto à mansão do patrão –, cujo usufruto foi cedido à mulher de Rendeiro.

No decurso dos processos em que fui acusado efetuei várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respetivos. De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar. É uma opção difícil, tomada após profunda reflexão. Solicitei aos meus advogados que a comunicassem aos processos e quero por esta via tornar essa decisão pública.

João Rendeiro

Ex-presidente do BPP

22 de novembro de 2021

João Rendeiro deu a única entrevista após a fuga à CNN Portugal e garantiu que só voltaria a Portugal se fosse ilibado ou alvo de indulto do Presidente da República. A CNN Portugal não conhece o paradeiro de Rendeiro, que deu esta entrevista à distância e através de tecnologias que escolheu para proteger rastos de localização.

Rendeiro dizia-se injustiçado e comparou a sua situação com a de Ricardo Salgado, que dizia ser “protegido pelo sistema”. Já quanto a si próprio tinha outra opinião: “Como nunca paguei nada a ninguém e não tenho segredos de Estado, sou um poderoso fraco”. Salgado “segue com a sua vida tranquila em Lisboa”, disse.

24 de novembro de 2021

Carlos do Paulo negou ter sido sido quem elaborou o plano de fuga de João Rendeiro para parte incerta, depois de o ex-banqueiro ter afirmado isso na entrevista à CNN Portugal.

Carlos do Paulo disse que o ex-banqueiro “está desesperado contra tudo e contra todos”. O advogado negou também conhecer o paradeiro de Rendeiro e explicou que renunciou às funções quando o antigo dono do BPP desobedeceu à Justiça e fugiu de Portugal para escapar à prisão.

11 de dezembro de 2021

João Rendeiro foi detido pelas 7 horas em Durban, na África no Sul. O ex-banqueiro tinha fugido para um país com o qual não tinha acordo de extradição mas que tinha assinado um acordo de cooperação direto, facilitando a extradição entre países assinantes. Na altura, a Advocatus escreveu que o processo de extradição do ex-banqueiro poderia levar mais de um ano.

14 de dezembro de 2021

O fundador do BPP foi presente ao juíz do tribunal de Verulam, nos subúrbios de Durban. A audiência aconteceu um dia depois da data prevista, a pedido da advogada de Rendeiro, June Marks. A defesa pretendia que o ex-banqueiro fosse libertado sob fiança.

17 de dezembro de 2021

O juiz sul-africano rejeitou a libertação e proposta de caução apresentada pela defesa de João Rendeiro, por considerar que existe o perigo de fuga tendo em conta o historial do ex-banqueiro. Ficaria detido pelo menos até 10 de janeiro numa prisão na África do Sul. O antigo presidente do BPP permaneceu em detenção provisória ao abrigo da convenção europeia de extradição de que Portugal e África do Sul são signatários.

30 de dezembro de 2021

O prazo para Portugal submeter a documentação para a formalização do pedido de extradição do antigo presidente do BPP João Rendeiro foi prorrogado para o máximo de 40 dias, expirando agora a 20 de janeiro.

26 de janeiro de 2022

A defesa alega que o ex-presidente do BPP foi alvo de “tentativas de extorsão” e que os seus direitos humanos estão a ser violados na prisão de Westville, em Durban (África do Sul). Segundo uma carta enviada às Nações Unidas (ONU), a advogada June Marks queixou-se das condições “terríveis” do estabelecimento prisional no qual o antigo banqueiro se encontra detido desde 13 de dezembro, ao afirmar que “há mais de 50 pessoas na cela” e que não há “roupa de cama verdadeira” disponível, apelando a que a Comissão da ONU para os Direitos Humanos vá inspecionar “o mais depressa possível” Westville.

22 de março de 2022

Neste dia, a Polícia Judiciária (PJ) fez oito buscas em Lisboa, Aveiro e Porto relacionadas com desvio de fundos e descaminho de obras de arte do ex-banqueiro João Rendeiro que estavam à guarda da sua mulher. Segundo a PJ, os factos em investigação podem integrar a prática dos crimes de branqueamento e de descaminho, relacionados “com fundos que se suspeita terem sido retirados do Banco Privado Português, assim como com as obras de arte apreendidas a João Rendeiro no âmbito de processo no qual se encontra condenado”.

5 de abril de 2022

Em declarações ao Correio da Manhã, através da sua advogada, o ex-banqueiro garantiu estar “ansioso pelo início do julgamento”. A defesa acreditava que João Rendeiro não seria extraditado para Portugal.

5 de maio de 2022

Sete meses depois, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) — órgão que fiscaliza a atividade e decisões judiciais — tomou finalmente uma decisão relativamente ao apuramento de responsabilidades pela fuga do ex-líder do BPP, João Rendeiro concluindo que nenhum juiz foi responsável pela referida fuga.

13 de maio de 2022

João Rendeiro, ex-presidente do BPP, foi encontrado enforcado dentro da cela da prisão de alta segurança. A advogada sul-africana avançou à RTP que se tratou de um suicídio. Citado pela CNN Portugal, o advogado Pedro Marinho Falcão explicou que a responsabilidade patrimonial de João Rendeiro mantém-se, transmitindo-se a responsabilidade das dívidas para os herdeiros. O processo criminal “extingue-se” em relação a Rendeiro, mas a mulher e o motorista vão continuar na mira da Justiça.

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