Draghi alerta para crise alimentar de “dimensões gigantescas”

  • ECO e Lusa
  • 26 Maio 2022

O banco central russo desceu a taxa de juro de 14% para 11%, numa reunião extraordinária anunciada na véspera. Putin só abre corredores marítimos para cereais ucranianos se Ocidente levantar sanções.

Mario Draghi, primeiro-ministro italiano, telefonou esta quinta-feira ao presidente russo para tentar desbloquear as exportações de cereais ucranianos e evitar a “crise alimentar” que se aproxima, que terá “dimensões gigantescas e terríveis consequências humanitárias”. Em resposta, o Kremlin enviou um comunicado a abrir a porta a uma “contribuição significativa”, através de exportações de cereais e fertilizantes, se o Ocidente levantar as sanções à Rússia.

O banco central da Rússia desceu a taxa de juro de referência de 14% para 11% esta quinta-feira, numa reunião extraordinária que só foi anunciada ontem. A redução é bastante mais significativa do que previam os analistas sondados pela Bloomberg e visa travar a escalada do rublo, que ameaça a receita orçamental, refere a agência.

Acompanhe aqui as principais notícias do 92º dia da Guerra na Ucrânia:

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Energia acelera nas contratações. Setor vai recrutar pelo menos 578 pessoas até final do ano

Somando as previsões das empresas contactadas pela Pessoas, são esperadas, pelo menos, 578 vagas até ao final do ano no setor da energia. Mas o número pode ser ainda mais elevado.

A atravessar um período desafiante, e com um claro empenho nos temas relacionados com a digitalização e a sustentabilidade, a indústria da energia está empenhada em reforçar as equipas para responder eficazmente aos desafios que tem pela frente. Perfis técnicos e tecnológicos são, neste momento, alguns dos mais procurados. A estes juntam-se ainda os especialistas no tratamento, análise e interpretação de volumes de dados. Somando as previsões das empresas contactadas pela Pessoas — BP Portugal, EDP, Endesa, Prio e Repsol — são esperadas, pelo menos, 578 vagas até ao final do ano no setor da energia.

A Prio é a mais ambiciosa em termos de contratações. “Até 30 de abril temos aproximadamente 170 contratações, pelo que podemos apontar para 450-500 contratações em 2022″, revela fonte oficial da empresa. Operador de posto de abastecimento e assistente administrativo são as funções mais procuradas.

A previsão para 2022 aumenta relativamente às contratações registadas no ano passado, altura em que 338 pessoas ingressaram na companhia que conta, atualmente, com 915 colaboradores (Energy, Bio, Supply, Prio E, PGLisboa, Fulltank, Dilu Red e Disa Lusitânia).

Neste momento, a Prio conta com mais de 50 vagas publicadas. Os interessados devem consultar as oportunidades em questão, bem como enviar a sua candidatura, através deste link.

Já a Repsol admite que a fase de transição energética “requer investimentos”, tanto em infraestruturas, como em pessoas. Depois de mais de 50 pessoas contratadas este ano — seguindo os objetivos de renovação geracional e contratação de profissionais para futuras unidades industriais — a petrolífera espera preencher ainda cerca de 70 vagas em território nacional até ao final do segundo semestre de 2022.

“Para além da procura de novos perfis para acompanhar toda a evolução e o recrudescimento de novas áreas de negócio, queremos requalificar, se assim for o caso, alguns profissionais, para fazerem face às novas exigências, tecnológicas e energéticas”, explica António Martins Victor, diretor de comunicação e relações externas da Repsol, à Pessoas.

“Estamos comprometidos em manter todos os postos de trabalho já existentes e apostar na requalificação, para atrair e reter talento, gerando emprego de qualidade e com perspetiva de futuro”, acrescenta.

Ao nível das funções que estão na mira, António Martins Victor diz que varia “de negócio para negócio, de área para área”. “No negócio de química, por exemplo, temos procurado profissionais formados em engenharias, mas também, muito recentemente, abrimos um curso para técnico de operação de unidades industriais“, explica.

Em Portugal, o grupo Repsol tem cerca de 1.500 colaboradores, sendo que a nível mundial emprega mais de 24.000 pessoas, distribuídas por 32 países.

A BP Portugal, por sua vez, estima contratar entre cinco e oito pessoas até ao final de 2022, avança Ana Ciola, diretora de recursos humanos e administradora da BP Portugal. Os postos de abastecimento BP, em Portugal, são geridos por parceiros externos, pertencendo os seus colaboradores às empresas em questão, pelo que essas contratações não são aqui consideradas.

“As funções em destaque no recrutamento incidem essencialmente nas áreas de engenharia de sistemas/computação e eletrificação”, detalha a líder de RH.

A BP Portugal conta com 85 colaboradores em Portugal. As oportunidades de carreira encontram-se disponíveis aqui.

E nas elétricas?

No campo das elétricas, a Endesa espera contratar mais de 500 em 2022, um número que se distribui por Portugal e Espanha. “Até agora, já foram preenchidas mais de 200 vagas”, adianta fonte oficial da empresa. Questionada sobre o número de contratações destinadas Portugal, a empresa não respondeu a tempo da publicação deste artigo.

Sendo uma empresa de energia com um claro empenho na digitalização e sustentabilidade, os perfis técnicos e tecnológicos são os mais procurados, ou seja, os perfis STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). A estes, devemos acrescentar perfis que sejam especialistas no tratamento, análise e interpretação de imensos volumes de dados. E, claro, como em qualquer empresa, outros perfis, tais como os das áreas de recursos humanos ou administração”, detalha a mesma fonte.

No ano passado, 678 ingressaram na Endesa, o que representa “um indicador da capacidade da Endesa para gerar emprego”. “Estes números são importantes porque são um termómetro da renovação, crescimento e adaptação da empresa às novas necessidades e tendências. Das 678 novas contratações, quase 100 são estagiários contratados em 2021.”

A Endesa faz parte do Grupo Enel, que emprega mais de 66.000 pessoas em todo o mundo. Deste número, a 31 de dezembro de 2021, a Endesa somava 9.258 empregados, dos quais 74 em Portugal. A elétrica com sede em Madrid tem “planos ambiciosos” para Portugal, tanto na área comercial como, em particular, na geração renovável, uma área em que, até 2022, espera aumentar a força de trabalho atual em mais de 40%, e “até duplicá-la no próximo ano”. “Além disso, toda esta nova atividade será uma força motriz para a criação de um número significativo de empregos indiretos”, avança.

Mais informações sobre as ofertas de emprego, bolsas de estudo na Endesa aqui.

Presente em 28 mercados, contando com mais de 12 mil colaboradores a nível global e mais de cinco mil pessoas a operar em Portugal, a EDP tem planos ambiciosos ao nível do recrutamento. Embora também não consiga discriminar número de vagas por geografias, diz que prevê contratar mais de 1.700 pessoas a nível global, aumentando em cerca de uma centena as admissões realizadas em 2021, sabe a Pessoas.

Atualmente, há 22 oportunidades de trabalho publicadas para o mercado português. Consulte as vagas para o mercado nacional através deste link.

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Incerteza vai manter-se até se perceber solução para guerra na Ucrânia, diz AICEP

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

Luís Castro Henriques sublinha que o "clima de incerteza é algo que já vem de trás": a própria pandemia de Covid-19 "gerou alguma disrupção, sobretudo a nível das cadeias de abastecimento".

O presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) considera, em entrevista à Lusa, que o clima de incerteza vai manter-se até se perceber qual a solução no leste da Europa. “Acho que a incerteza, enquanto […] não se perceber bem qual é que é a solução que vamos ter no leste da Europa, ir-se-á manter e isso não é positivo. Até quando? Não sei“, afirma Luís Castro Henriques.

Por isso, “é importante monitorizar o que é que afeta diretamente só Portugal“, mas, “por enquanto, o que eu vejo são fatores que estão a afetar transversalmente toda a Europa”, aponta, referindo que com isto não quer dizer que esteja menos preocupado com o tema. “Numa perspetiva de exportações, que é sempre um jogo relativo, estou a acompanhar esse algo que seja diferenciador em relação a Portugal e, neste momento, felizmente, ainda não” existe, destaca.

Luís Castro Henriques sublinha que o “clima de incerteza é algo que já vem de trás“, aliás, a própria pandemia de Covid-19 “gerou alguma disrupção, sobretudo a nível das cadeias de abastecimento”. Ou seja, “ainda continuamos a ter dificuldades de contentores chegarem a determinados sítios”, mas “está mais regularizado”, embora em alguns pontos do mundo continuem a ter “algumas dificuldades”, admite.

A somar à disrupção, “há coisa de nove meses, seis meses, começou o problema com os preços de energia e agora, mais recentemente, aí sim, mais indexada à guerra, os temas das matérias-primas, sobretudo a agroalimentar”, elenca Luís Castro Henriques.

As empresas portuguesas “já destacam isso há vários meses”, nomeadamente quando os preços da energia “começaram a ter movimentações de dois dígitos”, o que levantou preocupações e “é absolutamente natural”, já que “em alguns setores a energia representa um fator muito, muito relevante do custo total de produção”, sublinha o gestor. Agora, estes setores têm de gerir a sua produção numa perspetiva de “muito mais curto prazo” do que faziam anteriormente.

Nesse sentido, esta “é uma preocupação que a nós nos preocupa”, mas “também é preciso pôr isto numa perspetiva para todos e essa é um bocadinho a mensagem que eu passo e que recebo também das empresas, que é: este é um problema transversal para todas as empresas na Europa, estamos todos no mesmo barco”, enfatiza Luís Castro Henriques.

Enquanto o problema for simétrico para todos, os ganhos de competitividade que as empresas portuguesas já tinham vão-se manter e isso tem-se visto nas exportações deste primeiro trimestre“, que registaram variações maiores, porque “estamos a ter variações maiores de preço do que estávamos a ter antes, portanto, não só variações de quantidade”, argumenta.

No entanto, “quer queiramos quer não, este clima de incerteza é um clima de maior preocupação do que era claramente há um ano“, admite.

Questionado sobre o interesse no mercado português, Luís Castro Henriques diz que ele se mantém, recordando que “2021 foi um ano absolutamente recorde, tanto em termos de contratualização, como em termos de novos clientes”. Ou seja, “batemos os dois recordes, o que é sempre bom”, salienta.

“E o que nós sentimos é que nos primeiros seis meses do ano, na área de serviços – aliás, para dar uma ideia em termos de procura – estamos 60% acima“, sublinha, alertando, porém, que é preciso ter “cuidado” porque a “procura nem sempre se converte em negócio”. Porém, considera ser “razoável” ter “uma expectativa positiva em relação ao ano na área dos serviços”.

No que respeita à indústria, “também estamos a ter muita procura, mas […] estamos em ano de transição de quadros e, portanto, todos estes na área da indústria normalmente convertem-se em contratos de investimento”, prossegue Luís Castro Henriques, salientando que o número depende do enquadramento dos avisos aos incentivos.

“Sentimos que de facto a procura mantém-se, o interesse mantém-se e à medida que vamos divulgando as oportunidades em Portugal e os casos de sucesso em Portugal, verdade seja dita, a procura cresce“, sublinha o presidente da AICEP, que defende que a escolha do país como destino de investimento é multifatorial.

Questionado sobre que lição tirou da pandemia de Covid-19, Luís Castro Henriques disse que foram “várias”, mas destacou três.

“Primeiro, eu acho que, quando nós olhamos para o mundo global, temos de perceber que as coisas podem mudar muito rapidamente, mas mesmo mudando muito rapidamente há macrotendências que no fundo só são aceleradas, não temos aqui grandes reversões se fomos a ver em termos de comércio global”, explica. Portanto, “a primeira lição é esta: as coisas podem mudar muito rapidamente”, aponta.

O segundo aspeto “é que nós passámos a ter uma preocupação – a AICEP é uma agência que tem 50 delegações pelo mundo fora – e, portanto, toda a gestão que tivemos com a nossa rede, com as pessoas cá, muda muito a ordem de prioridades e de preocupações dos gestores, e eu creio que durante a pandemia isso foi fundamental”. Durante a pandemia a AICEP “nunca parou um dia, nunca fechámos a porta um dia, continuámos a responder às empresas todos os dias”, assevera, apesar de ter mudado, “como toda a gente, para teletrabalho de uma semana para a outra”.

Uma terceira dimensão, “mais de longo prazo”, a qual a pandemia veio a expor um problema que já se antecipava há alguns anos “e que é muito engraçado perceber que os serviços anteciparam isso antes da indústria”, que diz respeito à “necessidade de as cadeias de valor, para além de serem competitivas, também assegurarem o abastecimento“.

Isto implica ter, sobretudo na indústria, “redundância”, ou seja, ter a capacidade, caso haja algo “tão disruptivo como uma pandemia”, de poder dar “resposta com outras áreas ou fábricas ou centros […] que estão fora da pandemia ou estão em ciclos diferentes da pandemia“, explica.

“E isso, a meu ver, vai implicar uma nova perceção em muitas decisões de investimento e vai também implicar uma nova perceção, por exemplo, em rentabilidades de alguns investimentos” e essa “é uma realidade que eu creio que vai plasmar claramente a próxima década”, remata.

Quanto ao seu maior desafio de momento, Luís Castro Henriques aponta angariar o máximo de investimento e fomentar as exportações.

Hannover Messe “é o maior investimento da última década da AICEP” em promoção

A feira Hannover Messe’22 “é o maior investimento da última década da AICEP numa ação de promoção”, afirma, em entrevista à Lusa, o presidente da agência, adiantando que, em termos globais, ronda os quatro milhões de euros. A Hannover Messe’22 decorre na Alemanha, entre 30 de maio e 2 de junho, e será inaugurada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro português, António Costa.

“Este é o maior investimento da última década da AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] numa ação de promoção“, afirma Luís Castro Henriques, apontando que há “cerca de três milhões de euros de promoção direta na feira”, “através de um pavilhão central”, onde Portugal terá uma zona de conferências “em permanência e uma exposição muito, muito grande, não só de bons produtos, inovadores e tecnológicos portugueses, mas também de boas parcerias entre empresas portuguesas e empresas alemãs”, como também de empresas alemãs com o setor universitário português.

Também “teremos um conjunto de pavilhões satélites espalhados pela feira e, portanto, uma presença, eu diria, por todo o lado”, descreve o presidente da AICEP.

Além disso, “temos também o apoio, aí indireto,” à presença de pequenas e médias empresas (PME) na feira, “em que serão utilizados cerca de mais 1,2 milhões de euros“, detalha o responsável.

Portanto, em números globais, “estamos falar de um investimento de quatro milhões de euros do Estado português”, sintetiza.

Trata-se de “um número muito significativo e em que nós esperamos que o retorno seja na magnitude das centenas de milhões de euros de aumento de exportações, seja depois por via direta, através de compra direta a empresas portuguesas, seja através também de investimento alemão, que é de natureza exportadora, como temos visto nos últimos anos e, portanto, que irá para reexportar a partir de Portugal”, salientou Luís Castro Henriques.

Quanto às expectativas, estas “são muito positivas”, remata, destacando que o facto de Portugal ser “país parceiro deriva de uma escolha do Estado alemão e, portanto, há aqui uma lógica clara do próprio Estado alemão indicar à sua indústria que Portugal é um destino bom para produção industrial, para parcerias e para investimento” e “só isso já é muito positivo”.

Depois, a AICEP “acredita já há vários anos e, aliás, quando se começou esta negociação, estamos plenamente conscientes que as nossas empresas desses setores – estamos a falar de engenharia de precisão, metalomecânica, maquinaria, energia, automação, soluções digitais para a indústria – Portugal tem, de facto, ofertas que são surpreendentes”.

A Hannover Messe’22 é, por isso, “a feira ideal para nós podermos mudar a perceção (…) da indústria intermédia alemã”, isto porque “hoje em dia temos 550 empresas alemãs a operar em Portugal, se formos a ver, todas as grandes empresas alemãs já operam ou produzem ou têm centros de desenvolvimento de software“, ou seja, “já estão cá”.

Portanto, “o que nós queremos é mudar a perceção exatamente das outras que ainda não conhecem” e daí a expressão “com que Portugal vai para a Hannover Messe’22 – ‘Portugal make sense’ [Portugal faz sentido]”, explica. “Estamos completamente conscientes e confiantes que a nossa indústria está preparada para estar na melhor feira do mundo, que tem soluções competitivas para surpreender” no evento “e que consegue ter uma abordagem competitiva para lidar com pares e parceiros alemães”, reforça Luís Castro Henriques.

Aliás, “não há oportunidade de notoriedade maior a nível industrial, seja para a metalomecânica, seja para a maquinaria de precisão, seja para soluções digitais para indústria, seja para software de gestão de indústria integrado na indústria 4.0, seja para novas soluções de energia do que a feira de Hannover“, insiste. A isso acresce que “Portugal ser país parceiro é claramente uma aposta gigante aqui da AICEP e eu estou muito contente com essa aposta”, sublinha o presidente da agência.

Numa altura em que o mundo se encontra a sair da pandemia, “a nossa expectativa é que a larguíssima maioria dos visitantes este ano continuem a ser alemães e europeus (…)”, pelo que o foco “é claramente a Alemanha e depois, obviamente, o resto dos países europeus”, prossegue.

A Hannover Messe divulga “tudo o que acontece na feira a nível global, da China aos Estados Unidos e, portanto, nós também esperamos capitalizar com isso, mas se nos perguntar qual é que o nosso objetivo primordial, é claramente trabalhar a indústria alemã”, sublinha.

Luís Castro Henriques adianta que há um ciclo de conferências “muito, muito grande” na feira. “O pavilhão, a seguir aos eventos institucionais de segunda-feira, vai estar permanentemente a ter seminários onde iremos destacar parcerias já feitas de sucesso”, bem como o acesso ao talento português, as soluções inovadoras desenvolvidas em Portugal, seja em parceria com as empresas alemãs, seja de raiz por empresas portuguesas, “tudo sempre em grande parceria com o sistema universitário”, conta

“Teremos uma série de entidades do sistema universitário, de pesquisa e investigação” que estarão representadas na feira, “creio que a própria escala da nossa presença, toda a atuação, vai de facto conseguir encher a feira de Hannover, o que é um grande desafio”, considera Luís Castro Henriques.

Além da parte de promoção e notoriedade, a feira de Hannover tem também uma componente política.

Luís Castro Henriques recorda que tudo partiu de “um convite do Estado alemão que, na prática, é um reconhecimento da qualidade da indústria portuguesa”.

Mas, salienta, “é também o reconhecimento do bom entendimento de Portugal como parceiro, obviamente país-membro da União Europeia, portanto estamos todos o mesmo mercado, mas não tenhamos a mínima dúvida: é uma sinalização clara para a indústria alemã de que Portugal é um bom destino para investimento, para parcerias, para desenvolvimento de novas soluções e, portanto, como é óbvio, também tem uma componente política grande”.

Aliás, “no primeiro dia da feira, a primeira visita do chanceler alemão será ao pavilhão de Portugal, onde terá um pequeno seminário e onde iremos apresentar exatamente o porquê Portugal e porque é que Portugal faz sentido”, exemplifica o presidente da AICEP.

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CEO das cotadas portuguesas ganham 32 vezes mais do que trabalhadores

  • ECO
  • 26 Maio 2022

Em 2021, os CEO das principais empresas portuguesas cotadas em bolsa receberam, em média, 32 vezes mais do que os seus trabalhadores. Presidente executivo da Jerónimo Martins lidera a lista.

No ano passado, os presidentes executivos das principais empresas portuguesas cotadas na bolsa nacional receberam, em média, 32 vezes mais do que os trabalhadores dessas empresas, de acordo com um ranking da Proteste Investe, a revista da Deco, sobre a disparidade salarial, noticia a rádio Renascença.

O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, lidera essa lista, tendo recebido mais de três milhões de euros em 2021, o que representa um aumento de 19,3% face a 2020 e um valor quase 263 vezes superior face à média de salários dos funcionários da dona do Pingo Doce. Segue-se Cláudia Azevedo, líder da Sonae, que recebeu 1,6 milhões de euros em 2021, isto é, um valor 77 superior face à média de salários dos seus trabalhadores.

Em terceiro lugar consta Gonçalo Moura Martins, CEO da Mota-Engil, cujo remuneração anual é 73,3 vezes superior face à média dos salários praticados pela construtora. Além de 14 das 15 cotadas presentes no PSI, este ranking analisa também a Cofina, Impresa e Novabase que estão no PSI Geral.

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Gás natural na Europa continua em mínimos desde o início da guerra

Preços recuam esta quinta-feira, depois de terem recuperado algum terreno ao longo da semana. Gás natural continua a cotar nos preços mais baixos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

O gás natural está de regresso às quedas na Europa, mantendo-se próximo dos preços alcançados no início da semana, quando este combustível recuou para valores anteriores ao início da guerra. O alívio prende-se com a perspetiva de menor procura.

Pelas 8h00 em Lisboa, os futuros de referência TTF para entrega em junho desciam 1,79%, para 86,5 euros por MWh (megawatt-hora), apesar de terem estado a subir mais de 4% cerca de meia hora antes, de acordo com a Barchart.

Evolução do gás natural TTF em Amesterdão:

Fonte: Barchart

Na segunda-feira, o gás natural atingiu o preço mais baixo em três meses, ao cair para 82,95 euros. Este valor compara com os 317 euros a que o TTF chegou a cotar em Amesterdão em 7 de março, pouco depois do começo da invasão russa da Ucrânia.

A forte oscilação deste combustível nos mercados internacionais levou mesmo Portugal e Espanha a negociarem com a Comissão Europeia uma “exceção ibérica” para impedir que a alta de preço do gás contagie os preços da eletricidade.

Apesar do recuo da procura, que é parcialmente explicado pela subida das temperaturas, o mercado de gás continua em tumulto face ao risco de corte de abastecimento ao continente pela Rússia. Moscovo já fechou a torneira a países como Polónia, Bulgária e Finlândia e, numa escala bastante inferior, à Alemanha.

Esta quinta-feira, a Reuters noticia também que a Gazprom, a estatal russa do setor do gás, terá reduzido os pagamentos à Ucrânia pelo trânsito do combustível por aquele território desde que Kiev suspendeu os fluxos através do ponto de Sokhranovka. A queixa foi feita pelo líder da ucraniana Naftogaz, Yury Vitrenko.

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Lisboa lidera ganhos na Europa com Galp Energia a subir quase 4%

Lisboa lidera os ganhos da Europa, com o PSI a somar mais de 1%. A puxar pelo desempenho do índice de referência nacional está a Galp Energia, cujos títulos avançam quase 4%.

A bolsa de Lisboa arranca a sessão desta quinta-feira em terreno positivo, caminhando para o sexto dia consecutivo de ganhos, naquele que é o ciclo mais prolongado de subidas desde o final de março. O sentimento positivo também é vivido entre as congéneres europeias, sendo que a Galp Energia dá um importante contributo para o avanço do PSI.

O europeu Stoxx 600 apresenta um ganho marginal à semelhança do francês CAC-40 e do britânico FTSE 100. O alemão DAX sobe 0,2% e o espanhol IBEX-35 soma 0,3%, enquanto Lisboa lidera os ganhos Europa, com o PSI a valorizar 1,31%, para 6.265,22 pontos.

O desempenho da Galp Energia destaca-se no índice de referência nacional, com a petrolífera a subir 3,96%, para 12,085 euros, beneficiando da subida das cotações de petróleo nos mercados internacionais. O barril de Brent, referência para as importações nacionais, avança 0,4%, para 114,5 dólares.

No grupo EDP, a subsidiária EDP Renováveis soma 1,44% para 23,30 euros, enquanto a “casa mãe” avança 1,09% para 4,828 euros. Ao mesmo tempo, a REN valoriza 0,50% para 3,02 euros por ação, enquanto a GreenVolt sobe 1,42% para 7,15 euros.

Nota positiva ainda para os títulos do BCP, bem como das cotadas ligadas ao setor da pasta e do papel. As ações do BCP avançam 1,19% para 0.1866 cêntimos, um dia depois de as minutas divulgadas sobre a última reunião da Fed terem revelado que a maioria dos membros do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) apoia a continuação da subida dos juros diretores — a taxa de referência está entre 0,75% e 1% — nas reuniões agendadas para os próximos dois meses.

No setor da pasta e do papel, os títulos da Altri somam 1,55% para 5,89 euros, enquanto as ações da Navigator avançam 0,94% para 4,102 euros. Ao mesmo tempo, a Semapa valoriza 1,32% para 15,10 euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 08h30)

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Governo português autoriza venda do Chelsea de Roman Abramovich

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

"A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários", explica o gabinete de João Gomes Cravinho.

O Governo português deu autorização à venda do Chelsea Football Club por Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, e as receitas serão usadas para fins humanitários.

Em comunicado, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros explica que as duas autoridades nacionais competentes – Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério das Finanças – deram luz verde ao pedido recebido da parte de Roman Abramovich “para uma derrogação humanitária, permitindo que o clube inglês seja transacionado”.

“A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários, não beneficiando direta ou indiretamente o proprietário do clube, que consta da lista de sanções da União Europeia”, acrescenta a nota.

A posição do Governo português conta com a concordância da Comissão Europeia, adianta o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Portugal tinha recebido na noite de terça-feira uma carta do russo Roman Abramovich, que tem passaporte português, pedindo autorização para a venda do clube de futebol inglês Chelsea.

A venda do Chelsea, ainda detido por Abramovich e alvo de sanções ligadas à invasão da Ucrânia pela Rússia, a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly, tinha sido comunicada no dia 7 de maio.

O clube britânico, terceiro classificado na última edição da Premier League, atua com algumas limitações precisamente por causa destas sanções.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas.

Os londrinos tinham anunciado a 7 de maio que o grupo liderado por Boehly iria adquirir o Chelsea por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros). A aquisição foi aprovada pela Liga inglesa de futebol na terça-feira.

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Hoje nas notícias: Salários, TAP e trabalho digno

  • ECO
  • 26 Maio 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os presidentes executivos das principais cotadas na bolsa nacional receberam, em média, 32 vezes mais do que os trabalhadores dessas empresas. As empresas já não vão ter de justificar por escrito o despedimento de um trabalhador durante o período experimental. O presidente do Turismo de Portugal incentivou o Norte a apostar na Iberia em vez de na TAP. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

CEO portugueses ganham 32 vezes mais do que os trabalhadores

No ano passado, os presidentes executivos das principais empresas portuguesas cotadas em bolsa receberam, em média, 32 vezes mais do que os trabalhadores dessas empresas, de acordo com um ranking feito pela Proteste Investe, da Deco, sobre a disparidade salarial. O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, lidera essa lista, tendo recebido mais de três milhões de euros em 2021, o que representa um aumento de 19,3% face a 2020.

Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre).

Empresas já não terão de justificar despedimento em período experimental

O Governo levou a agenda do trabalho digno à Concertação Social na quarta-feira, tendo prescindido do acordo com os parceiros sociais, que criticam o documento. Ainda assim, o Executivo cedeu em algumas coisas, incluindo numa das “linhas vermelhas” da Confederação Empresarial de Portugal (CIP). Caiu a alteração que obrigaria os empregadores a justificar por escrito a razão da denúncia de qualquer contrato durante o período experimental.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Turismo de Portugal aconselha Norte a optar pela Ibéria em vez da TAP

O presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, incentivou os parceiros da região Norte a apostarem na Iberia como parceiro estratégico e em Madrid enquanto aeroporto de ligação internacional em detrimento da TAP. As declarações foram proferidas durante uma reunião promovida pelo Turismo do Porto e Norte, em que participou a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

Portugal ainda tem margem para aumentar compras de dívida

Os programas de compra de dívida do Banco Central Europeu (BCE) deverão ser descontinuados no terceiro trimestre, mantendo-se os reinvestimentos. No entanto, o Banco de Portugal tem a capacidade de continuar a aumentar a aquisição de títulos de dívida nacional, visto que, apesar de o valor líquido das compras ter aumentado para um novo recorde em 2021, voltou a não comprar toda a dívida que poderia adquirir.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

“Com a solução de Luís Montenegro o PSD fica mais pequeno”, diz Jorge Moreira da Silva

O candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva considera que as diretas do próximo sábado podem ser a última oportunidade para que o partido se refunde. E diz não aceitar uma campanha de um “certo feudalismo”. “Não me conformo nem resigno com um PSD que aparece apenas em fases de socorro e de emergência”, afirma o ex-ministro, em entrevista ao Público. “Espero que os militantes percebam que, com a solução de Luís Montenegro, vamos ficar mais pequenos”, remata.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Le Wagon chega ao Porto para programar mais de 170 pessoas até 2023

Escola de programação chega em julho à segunda cidade em Portugal com cursos web e de ciência de dados. Localização junto às praias está a ser pensada.

A escola de programação Le Wagon vai chegar ao Porto a partir de julho. A empresa francesa quer ensinar mais de 170 alunos até ao final de 2023 nas áreas de web e de ciência de dados. A localização a Norte do segundo campus poderá ser junto à praia, admite Francisco Mendonça, responsável pela instalação do Porto.

Seis anos depois de abrir a escola de Lisboa, a Le Wagon aposta no Porto após ter “analisado, em detalhe, diversas alternativas no Norte do país”. Mas ao contrário do que acontece em Lisboa — as aulas são no centro da cidade –, o campus da Invicta poderá ter uma localização muito mais próxima do mar.

“O Porto é uma cidade com uma cultura inesgotável, elevada qualidade de vida e com características únicas, sendo uma delas a proximidade com o mar. Queremos que os nossos alunos aproveitem essa ligação enquanto estudam na Le Wagon pelo que estamos a pender para a possibilidade de termos o nosso campus localizado junto às praias da cidade e assim promover um estilo de vida mais relaxado e de maior proximidade com a natureza”, antecipa Francisco Mendonça, em declarações à Pessoas.

Relativamente a futuras expansões em Portugal, a escola francesa lembra que o país “tem o privilégio de ter diversos locais únicos, com comunidades tecnológicas em clara expansão, pelo que estaremos atentos à evolução da procura de talento, necessidades de formação e potenciais parceiros estratégicos em todo o país”.

Mais de 15 mil posições tech em aberto

Em julho arranca a operação a Norte, zona onde antecipam forte procura. “Estimamos que existam mais de 15 mil posições tech atualmente abertas na região, demonstrativas de uma crescente escassez de talento qualificado nas áreas de programação e análise/ciência de dados. O Porto, e por extensão a região do Norte, têm vindo a ser alvo de um grande investimento estrangeiro na área tecnológica, sendo crescentemente um local de eleição para nómadas digitais, bem como várias startups e scaleups portuguesas”, justifica o responsável.

A primeira turma da Le Wagon no Porto vai aprender sobre programação para internet (web development). Em outubro começam as aulas de data science. Nos primeiros seis meses na Invicta, a escola pretende formar entre 30 e 50 alunos.

Em 2023, haverá turmas novas a cada trimestre e os dois cursos vão decorrer em simultâneo. A escola pretende “mudar a vida a mais de 120 pessoas” ao longo do próximo ano. Segundo Le Wagon, em seis meses, 97% dos alunos encontram emprego depois dos cursos, e para garantir que esta taxa é cumprida, pretende apostar em parcerias na zona Norte, “com empresas relevantes na área”.

Estimamos que existam mais de 15 mil posições tech atualmente abertas na região, demonstrativas de uma crescente escassez de talento qualificado nas áreas de programação e análise/ciência de dados. O Porto, e por extensão a região do Norte, têm vindo a ser alvo de um grande investimento estrangeiro na área tecnológica

Francisco Mendonça

Responsável da escola da Le Wagon no Porto

As aulas serão totalmente presenciais nos cursos de nove semanas mas há flexibilidade para “uma eventual necessidade de rapidamente adotarmos um formato híbrido, por exemplo se um aluno adoecer”.

Nos cursos de 24 semanas, em regime de tempo parcial, as aulas são virtuais. “Esta é uma ótima opção para quem trabalha a tempo inteiro ou não possa estar presencialmente numa das duas cidades onde teremos campus físicos”, considera Francisco Mendonça.

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Energia vai obrigar a reprogramação do PRR

“O RePowerEU tem obrigações de reprogramação do PRR, nomeadamente para reforçar as verbas na área da energia”, disse Galamba. Mas ainda não estão definidas as medidas a tomar, diz Vieira da Silva.

O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está no terreno desde o verão do ano passado e já vai ter de ser reprogramado por exigência da própria Comissão Europeia. Em causa está o programa RePowerEU, que visa reduzir a dependência europeia da energia russa, e que obriga os Estados-membros a alocar mais verbas à energia no âmbito da bazuca europeia.

“O RePowerEU tem obrigações de reprogramação do PRR, nomeadamente para reforçar as verbas na área da energia”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Energia. “Sê-lo-ão certamente”, garantiu João Galamba, no âmbito da discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022. “A eficiência energética já era uma das prioridades no PRR original e será no reforço de verbas que teremos na sequência desta reprogramação”, acrescentou o responsável.

Mas ainda não estão definidas quais as medidas que serão tomadas no âmbito desta reprogramação. “Seguir-se-á agora o processo de diálogo e trabalho entre a Comissão e os Estados-membros, com vista à adaptação do PRR, não estando ainda definidas as medidas a tomar”, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Presidência, que tem a tutela dos fundos europeus. A mesma fonte recorda que a Comissão Europeia só apresentou na quarta-feira passada o REPowerEU.

Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, apresentou uma proposta de 300 mil milhões de euros para reduzir a dependência europeia da energia importada da Rússia. A criação de um “mecanismo de aquisição conjunta” de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e hidrogénio, à semelhança do que aconteceu com as vacinas da Covid-19, evitando a concorrência entre os países do bloco, foi uma das medidas avançadas.

A presidente da Comissão Europeia explicou que o plano passa por atuar a três níveis: poupança de energia; diversificar as fontes de abastecimento e acelerar a transição para a energia limpa através de investimentos maciços em energia renovável. “Felizmente já temos as bases lançadas para poder levar isto a cabo”, disse Von der Leyen, lembrando o famoso Greendeal europeu que pretende que o bloco venha a atingir a neutralidade carbónica em 2050.

“Este pacote já era ambicioso, mas agora estamos a elevar essa ambição para um outro nível”, disse a responsável, para que a UE se possa “tornar independente dos combustíveis fósseis russos, o mais depressa possível”. Esse aumento de ambição significa aumentar o objetivo de eficiência energética para 2030 de 9% para 13%, mas também que 45% das fontes de energia sejam de origem renováveis e já não 40%.

Para atingir alguns destes objetivos vai ser necessário investir mais já este ano, nomeadamente, acelerando os projetos de energia solar e eólica combinados com a utilização de hidrogénio verde e aprovar até ao verão os primeiros projetos de hidrogénio verde. Investimentos que podem encontrar financiamento nos PRR dos diversos Estados-membros.

O PRR é também solução para algumas metas de médio prazo como a criação de interconexões para a Península Ibérica, nomeadamente as interligações elétricas transfronteiriças, mas também para transporte de GNL e hidrogénio ‘verde’. “Precisamos de acelerar a introdução das interconexões e somos bastante defensores da criação de melhores ligações entre a Península Ibérica e o resto da Europa porque se formos bem-sucedidos na criação de um mercado global de energia, precisamos realmente de utilizar todo o potencial dos terminais de GNL [gás natural liquefeito] na Península Ibérica”, disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia.

“Para nós é muito importante [ter interligações de gás], mas também as interconexões elétricas transfronteiriças são importantes e melhorá-las na Península Ibérica, entre a Península Ibérica e a França, é muito urgente e de grande importância”, disse Frans Timmermans, na passada quarta-feira.

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Efacec tem prejuízos de 21,5 milhões no primeiro trimestre

Os resultados da Efacec, empresa em pleno processo de venda à DST, estão cada vez piores. Prejuízos de 21,5 milhões no primeiro trimestre e receitas muito abaixo do orçamentado.

Os resultados da Efacec em 2021, um prejuízo consolidado de 183,9 milhões de euros, um prejuízo operacional de gestão de quase 40 milhões e uma dívida líquida de 193 milhões de euros, foram uma espécie de limpeza dos esqueletos no armário. Mas os números do primeiro trimestre não antecipam uma correção da trajetória, pelo contrário. De acordo com os números a que o ECO teve acesso, os prejuízos atingiram os 21,5 milhões de euros, enquanto o resultado operacional foi de -18 milhões.

A gestão executiva liderada por Ângelo Ramalho comunicou ao conselho de administração, onde está Jaime Andrez, da Parpública, que as receitas no primeiro trimestre foram de 33,4 milhões, 47% abaixo do objetivo fixado no orçamento, ou seja, menos 29,4 milhões. E se comparado com o período homólogo, a queda é até superior: Uma redução de 38,3 milhões (-53%) face aos primeiros três meses do ano passado.

Já o cashflow operacional, nestes primeiros três meses, apresentou uma degradação de quase dez milhões face ao previsto, e fechou mesmo nos dez milhões negativos, suportado por um desvio de 9,1 milhões no EBITDA. E a dívida líquida superou os 205 milhões de euros.

Pior, a situação de tesouraria da Efacec continua sob pressão. De acordo com outra análise da gestão executiva da Efacec, “para manter um nível de atividade em linha com a média dos últimos meses (15 milhões de euros de faturação mensal), a Efacec necessita de uma entrada adicional de fundos de 50 milhões de euros” entre duas operações, uma de 30 milhões de euros e outra de 20 milhões, entre março e maio. Só que estes fundos não terão entrado no prazo previsto. Estes fundos serviriam, segundo a gestão, para “pagamentos a fornecedores (incluindo situações de Acordos e Contencioso) permitindo estabilizar a atividade e gerar os recebimentos necessários para atingir um cash-flow recorrente próximo de zero“.

A Efacec, recorde-se, está num processo de reprivatização, um negócio já fechado com a DST e que tem ainda de ser notificado à Direção Geral da Concorrência europeia (DGComp) e receber autorização formal para se efetivar. Nesse acordo, o Estado compromete-se a pôr 60 milhões de euros em capital, além do Banco de Fomento garantir uma linha de 100 milhões de euros a 20 anos com uma taxa de 1,5% e um período de carência. O argumento para a nacionalização, protagonizada pelo ex-ministro Siza Vieira, foi o de que a Efacec era uma empresa estratégica. O Estado tinha nacionalizado 71,73% da Efacec que estavam nas mãos de Isabel dos Santos para “viabilizar a continuidade da empresa, garantindo a estabilidade do seu valor financeiro e operacional”, dizia o ministro, mas a cada trimestre que passa, nem a estabilidade financeira nem operacional estão assegurados, pelo contrário. A Efacec, confrontada com estes números, optou por não fazer comentários.

Recentemente, o ministro da Economia revelou que as negociações com a DST, a empresa selecionada para a compra da posição do Estado na Efacec, continuavam a decorrer e que o “contrato inicial já foi corrigido”, sem esclarecer o que terá sido alterado.

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5 coisas que vão marcar o dia

Parlamento debate pelo quarto dia o OE2022. Termina o Fórum Económico Mundial de Davos com discurso especial de Olaf Scholz. Banco central russo discute taxa de juro básica em reunião extraordinária.

O Instituto Nacional de Estatística publica o Índice de preços das Propriedades Comerciais de 2021, depois do preço dos imóveis subir 1,7% em 2020. Processo BES/GES segue com fase instrutória, com a audição de testemunhas e assistentes. Fórum Económico Mundial de Davos termina esta quinta-feira com destaque para Kiev e refugiados.

Como evoluem os preços das propriedades comerciais?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quinta-feira o Índice de preços das Propriedades Comerciais referente ao ano de 2021. Em 2020, o preço dos imóveis comerciais aumentou 1,7%, menos 0,2 pontos percentuais face ao aumento de 2019. Em 2020 o aumento anual de preços foi o menos intenso desde 2014, sendo que tem havido aumentos anuais desde este período.

Termina o Fórum Económico Mundial de Davos

O Fórum Económico Mundial de Davos acaba esta quinta-feira. O encontro anual acolhe líderes políticos, peritos e responsáveis das empresas mais influentes no mundo, sendo que no último dia será dado destaque a temas como: Kiev após a invasão; liberdade de imprensa; a integração de refugiados no mercado de trabalho; haverá ainda espaço para uma mensagem especial de Olaf Scholz, chanceler da Alemanha.

Processo BES/GES prossegue com fase instrutória

Prossegue a fase instrutória do processo contra o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado. Esta quinta-feira serão ouvidas as testemunhas e os assistentes envolvidos no processo que conta com 30 arguidos. A queda do GES, em 2014, terá causado prejuízos acima dos 11,8 mil milhões de euros, e o processo já é considerado um dos maiores na história da justiça portuguesa. As empresas envolvidas no processo são acusadas de burla qualificada, corrupção passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

Continuação da discussão do OE2022 na especialidade

Chega ao fim a votação, na especialidade, da Proposta de Lei n.º 4/XV/1.ª (GOV). Com discussão das normas prevista para as 10h, já é o quarto dia consecutivo que os deputados da Assembleia da República debatem, na especialidade, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). Com a maioria absoluta do PS, o documento tem a votação assegurada sendo que deverá começar pelas 15h.

Banco Central da Rússia realiza reunião extraordinária

O Banco Central da Rússia vai discutir o tema das taxas de juro em reunião extraordinária do conselho de administração, nesta quinta-feira. Segundo noticia a agência TASS, é esperado o anúncio da decisão do banco às 10h30 de Moscovo, ou 8h30 em Lisboa. O Banco da Rússia já baixou a taxa de juro básica do país para 14%, em 29 de abril, justificando que o risco para a estabilidade financeira, e dos preços, já não estava a aumentar.

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