“Leão saiu reforçado desta reunião” do Ecofin, diz Medina sobre corrida ao MEE

Após a reunião com os homólogos europeus, o atual ministro das Finanças mostrou confiança de que o ex-ministro João Leão poderá ser eleito para dirigir o Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Fernando Medina está confiante de que o seu antecessor, João Leão, poderá ser eleito diretor-geral do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), uma espécie de fundo monetário europeu, à semelhança do FMI a nível internacional. Após o encontro com os seus homólogos europeus, o atual ministro das Finanças disse esta terça-feira que “Leão saiu reforçado desta reunião”, mostrando “expectativa” de que o português seja o escolhido.

Com o candidato holandês Menno Snel fora da corrida, João Leão está agora a concorrer contra o candidato de Itália, Marco Buti (antigo diretor-geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia), e o candidato do Luxemburgo, Pierre Gramegna (ex-ministro das Finanças). Um deles irá suceder a Klaus Regling, o alemão que esteve durante dois mandatos à frente do MEE.

Creio que confirmou aquilo que já sabíamos à partida, que é o prestígio de João Leão dentro do Eurogrupo, aliás partilhado com os outros candidatos de alta qualidade“, começou por dizer Medina, assinalando que houve um “reconhecimento especial” relativamente a Leão. O ministro das Finanças diz que o português é um dos dois candidatos que está na fase final, ficando implícito que o italiano Buti, o menos votado na segunda ronda, não tem hipóteses. Ou seja, será entre Leão e Gramegna.

Porém, Medina avisa que “nada está decidido”, remetendo para a votação no conselho de governadores do MEE. Até lá, “haverá várias consultas” informais entre os países. “Nós temos expectativas que possa ser João Leão, que saiu desta reunião e deste encontro reforçado no seu prestígio e também nas suas possibilidades de vir a ocupar essa função“, afirmou Medina.

Com sede no Luxemburgo, esta instituição europeia foi criada em 2012 por causa da crise das dívidas soberanas para ajudar os Estados-membros da Zona Euro com dificuldades de acesso a financiamento nos mercados financeiros.

O mandato de Regling vai acabar a 7 de outubro deste ano. A eleição do novo diretor-geral deverá acontecer a 16 de junho. Nesse dia, o conselho de governadores do MEE, que é constituído pelos 19 ministros das Finanças dos países, terá de eleger formalmente um dos candidatos com uma maioria de qualificação, isto é, 80% dos votos.

Os direitos de voto de cada país dependem do número de ações que cada membro tem no stock de capital do MEE: Portugal, por exemplo, tem cerca de 2,5%. Alemanha, França, Itália e Espanha são naturalmente os países com mais votos.

O diretor do MEE é responsável por gerir o dia-a-dia do Mecanismo e tem assento nas reuniões do Eurogrupo, sendo um dos responsáveis que está presente na conferência de imprensa, ao lado do presidente do Eurogrupo e do comissário europeu para a economia. O mandato é de cinco anos e pode ser renovado apenas uma vez.

De acordo com fontes conhecedoras do processo, o Governo português mostra-se confiante com a sua escolha por causa das metas orçamentais alcançadas por Leão ao longo dos anos em que esteve no Executivo. Além do excedente orçamental de 2019, o ex-secretário de Estado do Orçamento conseguiu baixar o défice para 2,8% em 2021, abaixo do limiar de 3% das regras europeias, ainda com a pandemia a pesar nas contas públicas.

Além disso, João Leão tem no currículo um doutoramento no MIT (Estados Unidos), fez parte do grupo de economistas do PS que delineou a estratégia económica em 2015 e manteve sempre um compromisso com a gestão orçamental rigorosa, tendo sido criticado pelas cativações e a execução orçamental abaixo do orçamentado. Contudo, a recente passagem direta para vice-reitor do ISCTE causou polémica por causa dos moldes em que aconteceu.

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Movimento alerta para perigo de caducidade de impostos devidos pela venda de barragens

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) aconselha oito municípios a exigirem à AT a liquidação e a cobrança do Imposto do Selo, IMI e do IMT.

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) alertou esta terça-feira as instituições do Estado para perigo de caducidade dos impostos devidos pela transação das seis barragens transmontanas situadas na Bacia Hidrográfica do Douro.

Mais de um terço do tempo de que a Autoridade Tributaria (AT) dispõe para concluir os procedimentos inspetivos e exigir o pagamento dos impostos devidos já passou, pelo que existem riscos cada vez mais sérios de caducar o direito à liquidação dos impostos”, indicou o MCTM, num comunicado enviado à agência Lusa.

O MCTM incita os municípios transmontanos abrangidos pelas albufeiras das seis barragens concessionadas a exigirem à AT a liquidação e a cobrança do Imposto do Selo, IMI e do IMT. “Passaram 17 meses sobre o negócio da venda das barragens sem que qualquer dos impostos devidos pela transação tenha sido pago”, alerta MCTM.

Na mesma nota, o MCTM solicita igualmente “uma ação rápida para que os direitos das populações e dos órgãos que as representam sejam devidamente salvaguardados”.

Segundo aquele movimento, “foi divulgado publicamente, sem qualquer desmentido, que os serviços competentes da AT não só não exigiram o pagamento de nenhum desses impostos, como suspenderam os procedimentos de inspeção que são necessários a essa exigência”.

Aquele Movimento solicita também que “o rigor com que o Estado trata a generalidade dos contribuintes seja aplicado às entidades intervenientes no negócio, independentemente da sua dimensão e do seu poder de influência”.

Este Movimento releva as iniciativas já adotadas pelos municípios de Miranda do Douro e de Mogadouro, no distrito de Bragança, bem como da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, de exigirem a liquidação dos impostos devidos.

Agora, o MCTM aconselha os oito municípios restantes como Alijó, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Murça, Torre de Moncorvo e Vila Flor a exigirem à AT a liquidação e a cobrança do Imposto do Selo, IMI e do IMT.

O movimento está seguro de que todos estes impostos são devidos e de que “deve haver uma articulação entre o credor tributário e sujeito ativo destes impostos, que são os municípios e a administração tributária, no sentido que se faça a justiça que é devida”.

“Apelamos também aos restantes municípios onde se localizam as barragens envolvidas no negócio para que se juntem a estas iniciativas”, pede.

Segundo o MCTM, são os credores e os sujeitos ativos destes impostos, pelo que devem exigir à AT que cumpra a sua missão de garantir a efetividade dos seus direitos tributários. “Os direitos destes municípios são direitos dos seus cidadãos e têm que ser respeitados”, vinca o MCTM.

O MTCM recomenda ainda às autarquias “que se constituam assistentes no processo que está em curso, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), por alegado crime de fraude fiscal, e assim colaborem com a Justiça na descoberta da verdade”.

Em 13 de novembro de 2020, foi anunciado que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tinha aprovado a venda de barragens da EDP (Miranda, Bemposta, Picote, Baixo Sabor e Foz-Tua) à Engie. A EDP concluiu, em 17 de dezembro de 2020, a venda por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens na bacia hidrográfica do Douro a um consórcio de investidores formados pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova.

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Tribunal de Contas dá conselhos a Temido e alerta que 2/3 das entidades do SNS estão “fortemente descapitalizadas”

O Tribunal de Contas pede melhorias na prestação de contas da Saúde e revela que mais de dois terços das empresas públicas do setor estão descapitalizadas.

O Tribunal de Contas (TdC) alerta para os riscos de distorção material nas contas consolidadas do Ministério da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), avançando com recomendações para a ministra da Saúde e o ministro das Finanças, bem como a outros órgãos. A instituição sinaliza que mais de dois terços das Entidades Públicas Empresariais (EPE) do SNS encontram-se “fortemente descapitalizadas” e aconselha Marta Temido a adotar medidas para que os conselhos de administração dos hospitais públicos cumpram as determinações da tutela.

A auditoria do TdC sobre as contas consolidadas de 2019 debruça-se nomeadamente sobre os contratos-programa, sendo que os celebrados entre as entidades, a Administração Regional de Saúde da respetiva área geográfica de atuação, e a ACSS, asseguram a maior parte do financiamento das EPE do SNS. ​”Permanecem atrasos significativos no encerramento” destes contratos, segundo alerta o TdC, existindo por exemplo contratos anteriores a 2015 por encerrar em 2019. Estes atrasos “comprometem a utilidade e eficácia do modelo de contratação e de gestão em vigor”, acrescentam.

Como esta situação tem impacto nas “conciliações entre os registos contabilísticos da ACSS e das EPE do SNS”, a entidade decidiu recomendar à ministra da Saúde que adote “medidas efetivas para que os conselhos de administração dos hospitais do setor empresarial do Estado cumpram as determinações da tutela tendentes a melhorar a fiabilidade e transparência da conta consolidada”.

Neste relatório, o TdC salienta ainda que “mais de dois terços das EPE do SNS estavam fortemente descapitalizadas no final de 2019”. Há mesmo entidades com valores do património líquido inferiores a 50 milhões de euros negativos, como o Hospital Garcia de Orta (-58,7 milhões); o Centro Hospitalar de Setúbal (-73,2 milhões); o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (-106,0 milhões) e o Centro Hospitalar de Lisboa Central (-190,1 milhões).

Esta situação não se verificava apenas nos hospitais, mas também nas duas maiores Administrações Regionais de Saúde, a de Lisboa e Vale do Tejo e a do Norte, que “se encontravam numa situação em que o património líquido era negativo, com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo a apresentar um património líquido negativo de 40,4 milhões de euros e a ARS do Norte a apresentar um património líquido negativo de 124,6 milhões de euros”. O TdC reitera que esta descapitalização resulta da “acumulação de resultados líquidos negativos, a qual assume uma natureza estrutural nestas entidades”.

Além disso, as demonstrações financeiras previsionais “já preveem a existência de resultados operacionais negativos, cujos efeitos ao nível do aumento da dívida a fornecedores são posteriormente minimizados através da atribuição de financiamento adicional para reduzir essas dívidas”, nota o TdC. O Governo tem feito injeções extraordinárias no SNS, mas o fiscalizador defende que mesmo ao colmatar a posteriori a situação, o subfinanciamento “constitui uma limitação da autonomia das EPE do SNS”.

A instituição faz uma antecipação das contas de 2020, apontando que os documentos já disponíveis “revelam que se manteve, nesse ano, a situação de descapitalização das EPE do SNS”. O Tribunal reconhece também que se verificou a melhoria dos indicadores de solvabilidade e liquidez em 2020, mas alerta que os valores “continuam a sinalizar riscos de que o Ministério da Saúde possa não ter disponibilidade financeira suficiente para liquidar atempadamente as suas dívidas, sem estar dependente de injeções de capital pelo acionista”.

A auditoria do TdC sinaliza ainda que “continua a não estar relevado contabilisticamente o passivo de 104 milhões de euros do Ministério da Saúde face à Caixa Geral de Aposentações, relativo a contribuições devidas dos anos de 2011 e 2012″.

Perante todas as conclusões, o Tribunal recomenda medidas para melhorar as contas da Saúde. Ao ministro das Finanças e à ministra da Saúde, aconselha “tomar medidas conducentes à recapitalização do Serviço Nacional de Saúde, sustentadas em planos de saneamento financeiro e de investimento de médio e longo prazo e de acordo com uma orçamentação por programas e plurianual”.

Já ao Conselho Diretivo da ACSS recomenda “não permitir que o encerramento dos contratos-programa para cada ano exceda mais de um ano após o final do exercício económico a que cada um diz respeito”.

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Grandes marcas pedem mais espaço nos shoppings da Sonae, diz Cláudia Azevedo em Davos

Em Davos, a líder da Sonae disse que continua a ser “uma grande crente no venda em loja”, apesar do crescimento do digital na era Covid, deixando pistas sobre o futuro da experiência de compra.

Cláudia Azevedo foi esta terça-feira ao Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça), declarar que continua a ser “uma grande crente na venda em loja”, mesmo depois de a pandemia de Covid ter abalado alguns dos alicerces tradicionais deste setor — que, entretanto, já “voltou aos níveis [de negócio] pré-Covid — e de ter saído reforçado em “20% ou 30%” o peso das compras digitais, face ao cenário de 2019.

Num painel em que esteve em debate a ascensão da chamada economia “stay-at-home”, a gestora portuguesa aconselhou as retalhistas a “envolverem-se mais com as necessidades dos consumidores” e atestou que “as grandes marcas estão a pedir mais metros quadrados nos centros comerciais” da Sonae, em localizações premium e onde possam expor o portefólio e também “construir marca”.

Cláudia Azevedo sublinhou que o grupo que detém o NorteShopping (Matosinhos) ou o Colombo (Lisboa) não está a desenvolver mais centros comerciais nos mercados europeus maduros, mas concentrado em tornar “melhores e melhores” esses ativos imobiliários de cariz premium. “Estamos a desenvolver centros multiusos, onde as pessoas têm os escritórios, as lojas, o entretenimento, os ginásios. Essa é uma tendência”, acrescentou.

A líder da Sonae fazia referência a um dos eixos de nova estratégia da Sierra, apresentada no último trimestre do ano passado, que diz respeito ao alargamento da atividade de promoção imobiliária da empresa, conhecida pelos shoppings, a “projetos urbanos sustentáveis e diferenciadores”. Fá-lo agora através da Reify, que substituiu a Sierra Development Services, integrando nestes espaços diferentes usos imobiliários (residencial, escritórios, lazer e comercial).

As empresas estão a dizer às pessoas: ‘por favor, venham para cá trabalhar porque agora é mais divertido do que costumava ser’. Os edifícios de escritórios também têm de mudar.

Cláudia Azevedo

CEO da Sonae

E numa fase em que as pessoas deixaram de fazer grandes deslocações e passam mais tempo em casa, a gestora valorizou a “necessidade do retalho ir para estes tipo de espaços multiusos”, que permitam o acesso a diferentes serviços numa distância que pode ser cumprida a pé ou de bicicleta. Além da transformação dos próprios edifícios de escritórios. “As empresas estão a dizer às pessoas: ‘por favor, venham para cá trabalhar porque agora é mais divertido do que costumava ser’. Precisam de dar motivos para elas voltarem e os edifícios também têm de mudar”, concluiu.

Pagamentos são “pain points nas lojas”

Num painel em que participaram também Jennifer Schenker, Francis Suarez, Mark Edward Rose e Ahmed Ismail, questionada sobre o que é que os consumidores querem nesta fase pós-Covid e como vão ser as lojas no futuro, a líder da Sonae admitiu que “os retalhistas ainda não [tiveram] tempo para respirar e [olhar para] as tendências de longo prazo porque há os riscos geopolíticos, há a inflação e há a crise energética”.

Frisou que “o e-commerce se tornou ainda maior” com o advento da pandemia, que a “jornada do consumidor” vai ter cada vez mais tecnologia e insistiu que a aposta da Sonae vai continuar a ser numa estratégia omnicanal. Tentando que a experiência física e digital que o cliente tem com as suas marcas, seja o Continente, a Worten ou a MO, seja “conectada e complementar”, embora defendendo que “não se pode ter a mesma experiência” nas lojas e no site.

Sobre a questão de os clientes passarem a ir a um centro comercial ou a uma loja e serem imediatamente reconhecidos por meios digitais, em termos de identidade ou de comportamentos anteriores de compra, como acontece na internet, Cláudia Azevedo prefere manter o caráter de complementaridade e “pensar quais são os pain points nas lojas [físicas] e tentar resolvê-los”. Entre eles, elencou, dar mais informação sobre cada um dos produtos expostos nas prateleiras e reduzir os tempos de pagamentos.

A Sonae lucrou 42 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, que justificou com o “forte desempenho operacional e a atividade de gestão do portefólio”. O conglomerado sediado na Maia registou vendas recorde de 1.700 milhões de euros até março, reduziu a dívida e valorizou o portefólio, afirmando ter conseguido “ultrapassar os desafios” provocados pela guerra na Ucrânia.

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Airbus investiu em Portugal 69 milhões de euros no ano passado

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

Airbus investe 69 milhões de euros em Portugal em 2021. Stelia Aerospace, unidade em Santo Tirso, arranca com cerca de 100 pessoas estando prevista a criação de mais 250 postos de trabalho.

O vice-presidente da Airbus para o sul da Europa e Israel disse esta terça-feira à Lusa que o investimento em 2021 foi de 69 milhões de euros e que a produção da Stelia Aerospace (Santo Tirso) já arrancou.

“O forte desenvolvimento” das atividades Stelia Aerospace Portugal e do centro Airbus Global Business Services (GBS) no mercado português “permitiu à Airbus aumentar o investimento global em Portugal” numa média de 16% ao ano “nos últimos quatro anos”, afirmou César Sanchez, em resposta por escrito a questões da Lusa.

Em 2021, o total investido pela Airbus no país foi de “69 milhões de euros”.

O responsável destacou que a fabricante aeronáutica tem investido “em capacidades fortes e avançadas no país, posicionando Portugal como um ‘key player'” do modelo industrial da Airbus.

“Portugal está a bordo de todos os programas comerciais da Airbus”, tal como está “ativo numa vasta gama de atividades”, além de que todas as divisões da fabricante são abastecidas em Portugal.

Questionado sobre a fabricante de aeroestruturas Stelia Aerospace, unidade de montagem em Santo Tirso, no distrito do Porto, César Sanchez disse que a produção já arrancou.

“Graças ao apoio das autoridades portuguesas, a Stelia Aerospace Portugal está bem encaminhada. A produção já começou com cerca de 100 pessoas contratadas e a trabalhar nas novas instalações“, adiantou o vice-presidente da Airbus para o sul da Europa e Israel.

“Este projeto prevê, a médio prazo, a criação de mais de 250 postos de trabalho“, sendo que o local terá uma área de 25.000 metros quadrados.

“A Stelia Aerospace Portugal faz parte de um sistema industrial coerente e integrado”, referiu.

O objetivo “é desenvolver uma forte competência no fabrico de aeroestruturas em Portugal, de forma a complementar a nossa estratégia e ‘footprint’ industrial global, e contribuir para a nossa competitividade”, sublinhou.

Questionado sobre se a Airbus admite outros investimentos no mercado português nos próximos três anos, César Sanchez salientou que, “ao longo dos anos”, a fabricante “tem contribuído para a economia local por via do desenvolvimento” da cadeia de abastecimento do grupo.

“Apesar do difícil contexto económico, a Airbus reiterou repetidamente o seu compromisso com Portugal, investindo na área industrial e empresarial regional de Portugal através da Stelia Aerospace Portugal e do centro Airbus Global Business Services”, sublinhou.

“Este compromisso continuará a trazer benefícios mútuos tanto para Portugal como para a Airbus nos próximos anos, nomeadamente através da criação de empregos domésticos adicionais em todo o setor”, rematou.

Sobre o tema de eventuais atrasos na entrega de aeronaves, o responsável escusou-se a fazer comentários, uma vez que o grupo não comenta “elementos contratuais” em relação aos seus clientes.

A Airbus é o patrocinador Platinum da nona edição dos AED Days 2022, o principal evento do ‘cluster’ de aeronáutica, espaço e defesa português, que se realiza em Oeiras entre esta terça-feira e 27 de maio.

Atualmente, a Airbus tem cerca de 30 fornecedores portugueses, representando um volume de compras diretas de cerca de 65 milhões de euros por ano.

O grupo é responsável por mais de 1.100 empregos em Portugal gerados diretamente pelo negócio da Airbus, além de mais de 4.000 empregos indiretos.

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Ricardo Silva Pereira reforça área de Resolução de Litígios da PLMJ

O novo consultor sénior da PLMJ vai integrar a equipa da área de Resolução de Litígios. Ricardo Silva Pereira transita da Linklaters.

Ricardo Silva Pereira reforçou a equipa da área de Resolução de Litígios da PLMJ como consultor sénior. O advogado transita da sociedade de advogados Linklaters.

“Estamos muito satisfeitos com a chegada do Ricardo à PLMJ e à nossa equipa de Resolução de Litígios em particular. O Ricardo é uma referência e vai ser uma ajuda preciosa num momento em que estamos a sentir um incremento muito sensível nas áreas em que ele tem maior experiência, sobretudo em restruturação e em arbitragem“, sublinhou Joaquim Sherman de Macedo, sócio e co-coordenador da área de Resolução de Litígios.

Com cerca de 15 anos de experiência, Ricardo Silva Pereira tem centrado a sua atividade na área de Resolução de Litígios, tendo vindo a especializar-se em Reestruturações e Insolvências e também em Arbitragem. A sua especialização nestas matérias consolidou-se ao concluir o Curso de Insolvência, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (2014), e o Curso de extensão universitária em Arbitragem, pela Faculdade de Direito da Universidade Nova (2015), entre outros. Tem ainda publicado artigos e participado como orador em conferências sobre Reestruturações e Insolvências.

O novo consultor sénior da PLMJ é membro da Associação Portuguesa de Arbitragem (APA) e da APDIR – Associação Portuguesa de Direito da Insolvência e Recuperação, onde exerce também funções como Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

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Seis acusados de roubar 26,4 milhões ao Fisco e Segurança Social

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

Seis pessoas foram acusadas de esquema fraudulento de transferência de funcionários para empresas fantasmas por eles geridas, furtando-se a pagar 26,4 milhões para a Segurança Social.

Seis pessoas foram acusadas de esquema fraudulento de transferência de funcionários para empresas fantasmas por eles geridas, furtando-se entre 2012 e 2019 a pagar 26,4 milhões de euros de impostos e contribuições para a Segurança Social.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) refere no Portal das Finanças que o esquema foi detetado numa investigação de um processo crime a cargo da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e Ações Especiais (DSIFAE), em equipa mista com o Instituto da Segurança Social, do qual resultou um despacho de acusação do Ministério Público, em 12 deste mês, contra 13 arguidos (seis pessoas singulares e sete pessoas coletivas) pela prática, em coautoria, dos crimes de associação criminosa, de fraudes fiscal e contra a Segurança Social e de branqueamento.

Resulta da acusação que os arguidos (pessoas singulares), entre abril de 2012 e dezembro de 2019, engendraram um esquema de transferência de funcionários para outras empresas por eles geridas com o objetivo de diminuir a matéria tributável de tais sociedades e o imposto a entregar ao Estado, alcançando assim a correspondente vantagem patrimonial, designadamente no valor de 2.291.220 euros a título de IRC.

Ao mesmo tempo, deduziram indevidamente os valores de IVA, obtendo uma vantagem patrimonial indevida no montante de 10,6 milhões de euros, e ainda retiveram na fonte o IRS dos salários dos seus funcionários, no montante de 551.896 euros.

Ainda segundo a acusação, entre 2012 e 2019, os arguidos não liquidaram os valores devidos à Segurança Social decorrente das quotizações que deduziram nos salários dos trabalhadores e que não entregaram àquela entidade, ascendendo a vantagem patrimonial ilegitimamente obtida a 12,9 milhões de euros.

Como resultado da conduta dos arguidos, o Estado (Fazenda Nacional e Segurança Social) ficou prejudicado no valor global de 26,4 milhões de euros.

Os arguidos constituíram também outras sociedades sem aparente atividade, as quais eram titulares de contas bancárias para as quais foram transferidas diversas quantias monetárias posteriormente transferidas para contas tituladas pelos próprios arguidos ou levantadas em numerário por eles.

O Ministério Público, em representação da Fazenda Nacional, deduziu pedido de indemnização cível da ordem dos 13,5 milhões de euros e a Segurança Social foi notificada para deduzir pedido de indemnização civil relativo aos montantes das quotizações em dívida.

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EDP Renováveis e francesa Lhyfe vão promover projetos de hidrogénio renovável

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

Ao abrigo deste acordo, a EDP Renováveis (EDPR) fornecerá eletricidade renovável aos projetos de geração de hidrogénio da Lhyfe. Empresa portuguesa aumenta portefólio em França.

A EDP Renováveis anunciou esta terça-feira uma parceria industrial com a francesa Lhyfe para a identificação, desenvolvimento, construção e gestão conjunta de projetos de produção de hidrogénio renovável.

“Após a conclusão com sucesso do aumento de capital realizado pela Lhyfe na oferta pública inicial (IPO) e admissão no mercado regulamentado da Euronext em Paris, a EDPR celebrou um acordo com a empresa francesa para identificar, desenvolver, construir e gerir conjuntamente projetos de produção de hidrogénio renovável”, avança a EDP Renováveis em comunicado.

Ao abrigo deste acordo, a EDPR fornecerá eletricidade renovável aos projetos de geração de hidrogénio da Lhyfe.

Paralelamente, “as duas empresas irão identificar oportunidades para o codesenvolvimento de projetos, com a participação da EDPR a atingir potencialmente até 50% do capital do projeto”, ao mesmo tempo que “trabalharão juntas em atividades de P&D [pesquisa e desenvolvimento], desenvolvimento de novos projetos e aquisição de equipamentos”.

“Este acordo visa criar valor aproveitando as sinergias das competências e capacidades complementares das duas empresas, impulsionando o crescimento do portefólio da EDPR, especialmente em França, e contribuindo para o desenvolvimento dos projetos da Lhyfe em todo o mundo”, lê-se no comunicado.

“Também contribui para alcançar maior expertise operacional e comercial em projetos de hidrogénio renovável”, acrescenta.

Citado no comunicado, o presidente executivo da EDP e da EDP Renováveis congratula-se com a concretização deste “importante negócio com a Lhyfe no âmbito do seu IPO”, salientando que o grupo EDP está “firmemente empenhado em promover a descarbonização de todos os setores, incluindo os mais difíceis de eletrificar”.

“Acreditamos que o hidrogénio renovável poderá complementar a eletrificação direta como o melhor meio para reduzir as emissões de CO2 [dióxido de carbono] e alcançar a descarbonização da economia”, afirma Miguel Stilwell d’Andrade.

Enfatizando que esta parceria com a Lhyfe “reafirma a aposta da EDP no setor do hidrogénio renovável”, a empresa aponta como “ambição […] alcançar 1,5 GW [Gigawatts] de capacidade de produção de hidrogénio verde até 2030”.

Neste âmbito, o grupo criou a H2BU (H2 Business Unit), uma unidade de negócio “especialmente dedicada ao desenvolvimento de projetos de hidrogénio renovável e focada no desenvolvimento de oportunidades em setores promissores, como a indústria siderúrgica, química, refinarias e fábricas de cimento, bem como transportes pesados de longo curso”.

Também citado no comunicado, o fundador e presidente executivo da Lhyfe afirma: “Estamos muito orgulhosos de concluir este acordo com um dos maiores produtores de energia renovável do mundo. A confiança depositada em nós pela EDPR permite-nos encarar com confiança o desenvolvimento do nosso hidrogénio renovável em todo o mundo e em larga escala”.

“Estamos ansiosos para desenvolver as nossas futuras instalações de produção ao seu lado, e para descarbonizar imediatamente a mobilidade local e os usos industriais, graças ao agrupamento dos nossos pontos fortes”, acrescenta Matthieu Guesné.

A EDP garante estar “na vanguarda desta solução de energia limpa, através do seu papel de liderança em vários projetos como o GreenH2Atlantic, um projeto de produção de hidrogénio renovável de 100 MW [Megawatts] em Sines (Portugal), que é um dos três projetos selecionados pelo Green Deal para demonstrar a viabilidade da produção de hidrogénio verde”.

Adicionalmente, lembra estar “a promover outros projetos em Espanha e no Brasil, no âmbito dos seus planos de transição justa para transformar centrais de carvão em centros tecnológicos limpos”, e “ativamente envolvida com os players importantes do hidrogénio, aproveitando a sua significativa carteira de ativos renováveis, nomeadamente nos EUA”.

O IPO da Lhyfe teve como objetivo “apoiar a estratégia de desenvolvimento e crescimento da empresa”, apontada como “uma das pioneiras a nível mundial na produção de hidrogénio verde renovável” e que possui uma carteira de mais de 4,8 GW de capacidade total instalada em 93 projetos a ser desenvolvidos na Europa, a que somam 200 MW que planeia instalar até 2026 e mais 3 GW até 2030.

Entre esses 93 projetos, 20 são descritos como estando “em fase avançada de desenvolvimento, com capacidade total de 380,5 MW prevista para entrar em operação entre 2023 e 2026”.

De acordo com a EDP, as previsões apontam que a procura global por hidrogénio “aumente seis vezes entre 2020 e 2050, a atingir 530 milhões de toneladas em 2050, impulsionada pelo crescimento económico e pela multiplicação de usos, tanto na indústria quanto na mobilidade”, sendo que “a participação de hidrogénio renovável deve representar 60% da procura total de hidrogénio até 2050”.

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Ayming cresce em Portugal. Quer chegar aos 100 colaboradores até 2023

Para já, a área de managed services conta com cerca de 20 pessoas, contratadas ao longo dos últimos doze meses, e trabalha essencialmente para clientes de referência em França.

O Grupo Ayming está a reforçar a sua presença em Portugal através da introdução da área de managed services. Para já, esta área conta com cerca de 20 pessoas, contratadas ao longo dos últimos 12 meses, e trabalha essencialmente para clientes de referência em França. O objetivo é chegar às 100 pessoas e alargar o espetro para outros mercados até 2023.

“A Ayming Portugal tem vindo a ser uma empresa referência dentro do grupo, mesmo concorrendo com as congéneres de países maiores. A qualidade dos nossos recursos e o posicionamento da subsidiária portuguesa dentro do grupo, a par das características do nosso país, foram essenciais para que a nossa equipa fosse selecionada para trabalhar clientes internacionais de referência, do mercado francês. O plano é aumentar a equipa e chegar a novos mercados”, afirma Nuno Tomás, diretor-geral da Ayming em Portugal, em comunicado.

A Ayming está presente em Portugal e mais 13 países na Europa, incluindo França, Espanha ou Itália, enquanto na América do Norte está presente nos Estados Unidos e Canadá. Com mais de trinta anos de experiência e 20 mil clientes por todo o mundo, a Ayming alcançou resultados de 145 milhões de euros em 2021.

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BCE avisa que mercado “cripto” ameaça estabilidade financeira

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Maio 2022

O Banco Central Europeu (BCE) tem intensificado os avisos sobre o risco que representam as criptomoedas e considera urgente regular estes mercados na União Europeia.

O aumento da dimensão e complexidade das criptomoedas coloca este mercado em vias de se tornar um risco para a estabilidade financeira, indica uma análise do Banco Central Europeu (BCE), que alerta ainda para a necessidade urgente de regulação.

“Com base nos desenvolvimentos observados até à data, os mercados de criptoativos mostram atualmente todos os sinais de um risco emergente para a estabilidade financeira. Uma vez que se trata de um mercado global e, portanto, de uma questão global, é necessária uma coordenação global das medidas regulamentares”, lê-se num documento citado pela Bloomberg.

Ainda que a recente volatilidade no setor não se tenha revelado contagiosa para o resto do sistema financeiro mundial, a instituição liderada por Christine Lagarde considera que a ameaça está a aumentar com o crescente envolvimento dos investidores institucionais.

Nos últimos dias, o BCE tem intensificado os avisos e os apelos a uma regulamentação mais rigorosa das criptomoedas, sobretudo desde que a moeda TerraUSD, considerada uma “criptomoeda estável” (stablecoin) colapsou no início deste mês. Na quinta-feira passada, a TerraUSD, desenhada para ter sempre o valor de um dólar, valia 0,08862 dólares.

Em declarações na semana passada, Lagarde disse que, na sua opinião, as criptomoedas não valem “nada” e, já esta segunda-feira, o membro do Conselho do BCE François Villeroy de Galhau afirmou que as promessas de ganhos no mercado “cripto” são “uma ilusão”.

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Atividade da Zona Euro abranda ligeiramente em maio

  • Lusa
  • 24 Maio 2022

Atividade da Zona Euro desceu nove décimas face a abril (55,8 pontos), atingindo 54,9 pontos em maio, mas este foi o 15.º mês consecutivo de crescimento económico.

A atividade da Zona Euro abrandou ligeiramente em maio, embora o crescimento tenha permanecido “robusto” apesar do impacto da guerra na Ucrânia, da escassez de certos fornecimentos e do aumento do custo de vida.

O índice PMI (Purchasing Managers’ Index) da atividade da Zona Euro da S&P Global, que agora integra o IHS Markit, divulgado esta terça-feira, atingiu 54,9 pontos em maio, menos nove décimas que em abril (55,8 pontos), mas manteve-se acima da marca dos 50 pontos que separa o crescimento da contração.

Maio foi o 15.º mês consecutivo de crescimento económico, impulsionado pelo dinamismo do setor dos serviços perante o alívio dos constrangimentos relacionados com a pandemia, que favoreceu a recuperação do turismo e do lazer.

A produção da indústria transformadora recuperou ligeiramente depois de ter quase parado em abril, embora “tenha permanecido muito modesta”, dado o constrangimento resultante da escassez de fornecimentos, que também afetou os prazos de entrega dos fornecedores.

Estes prazos foram ligeiramente mais curtos do que nos meses anteriores, o que ajudou a impulsionar o setor automóvel, embora outros setores industriais tenham comunicado um crescimento mais lento da produção.

As novas encomendas da indústria transformadora caíram em maio pela primeira vez desde junho de 2020.

A criação de empregos aumentou em ambos os setores, especialmente nos serviços, que registaram o maior aumento desde 2007.

Os preços registaram uma subida que foi a segunda maior da série histórica, em linha com os aumentos de custos, que foram os terceiros mais fortes de que há registo devido ao impacto da energia.

O otimismo para o futuro deteriorou-se ligeiramente devido à guerra na Ucrânia, atingindo o seu nível mais baixo no último ano e meio.

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Lucro do Crédito Agrícola cai 50% sem venda de dívida pública

Resultado do grupo liderado por Licínio Pina caiu para metade no primeiro trimestre. Ausência de ganhos com operações financeiras explica quebra dos lucros.

O Crédito Agrícola registou uma quebra de 50% dos lucros no primeiro trimestre, atingindo os 35,7 milhões de euros, com o resultado a ser penalizado sobretudo pela ausência de receitas extraordinárias com a venda de dívida pública.

Há um ano, o grupo liderado por Licínio Pina registou ganhos líquidos com operações financeiras (que inclui a venda de títulos de dívida) no valor de 51,3 milhões, o que ajudou a impulsionar os lucros para 72,5 milhões.

Agora, dá conta de uma perda de 5,8 milhões nessa mesma rubrica devido “à deterioração do valor de mercado de ativos financeiros e derivados de cobertura, bem como de unidades de participação em fundos de investimento imobiliário”, explicando assim o afundanço dos lucros nos três primeiros meses do ano.

Ainda assim, Licínio Pina sublinha que a instituição “mantém níveis de crescimento sustentáveis, ano após ano”, com o reforço dos fundos próprios e a expansão da base de clientes.

Há um outro fator não recorrente que penalizou as contas no arranque do ano, embora numa dimensão mais reduzida: há um ano registou um proveito de oito milhões de euros, relacionado com os juros retroativos referentes a 2020, recebidos no âmbito do programa de financiamento (TLTRO) do Banco Central Europeu (BCE). Agora não teve esse ganho, o que fez a margem financeira cair 12,3% para 75,3 milhões de euros.

As comissões líquidas aumentaram em 23,3% para 33,2 milhões de euros, “essencialmente impulsionadas pelo aumento de transacionalidade de cartões e pelo crescimento observado no crédito”, e margem técnica da atividade de seguros duplicou para 25,9 milhões.

Ainda assim, somadas todas as linhas de negócio, o produto bancário registou um decréscimo de 27% para 132 milhões.

O grupo salienta ainda o crescimento da carteira de crédito a clientes e dos depósitos. Os financiamentos aumentaram 3,5% para 11,7 mil milhões de euros, o que permitiu reforçar a quota de mercado em cinco pontos base para 5,84%. Já os recursos de clientes aumentaram 10,9% para 19,4 mil milhões, proporcionando um aumento de quota para 8,28%.

Em relação a qualidade da carteira, o rácio de malparado (Non Performing Loans) caiu 0,5 pontos percentuais para 6,7% em relação ao final do ano passado.

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