Navigator recebe crédito fiscal de 17 milhões para aumentar capacidade de produção na Figueira da Foz

A papeleira aumentou a produção da sua unidade da Figueira da Foz. Governo concede um crédito fiscal de 17 milhões à Navigator.

A Navigator aumentou a capacidade de produção da sua unidade da Figueira da Foz, uma operação financiada por capitais próprios, um empréstimo junto do Banco Europeu de Investimento (BEI) e de um crédito fiscal. O investimento vai receber um apoio do Executivo através de um crédito fiscal em sede de IRC de 17 milhões de euros.

Na reunião de Conselho de Ministros desta quinta-feira o Governo aprovou o “contrato fiscal de investimento a celebrar entre o Estado Português e a Navigator Pulp Figueira”. “A resolução estabelece a concessão de um benefício até 17.278.657 euros através de crédito fiscal em sede de IRC”, pode ler-se no comunicado do emitido no final da reunião.

Foi aprovado o contrato fiscal de investimento a celebrar entre o Estado Português e a Navigator Pulp Figueira. A resolução estabelece a concessão de um benefício até 17.278.657 € através de crédito fiscal em sede de IRC.

Comunicado do Conselho de Ministros

O ECO confirmou que este incentivo diz respeito ao novo investimento que a Navigator fez na sua unidade da Figueira da Foz, investimento esse que tinha como objetivo aumentar a capacidade da fábrica que produz anualmente cerca 570 mil toneladas de pasta branqueada de eucalipto (BEKP) e 800 mil toneladas de papéis finos de impressão e escrita não revestidos (UWF).

A unidade da Figueira da Foz, que esteve parada durante uma semana por causa dos estragos provados pelo furação Leslie, já tinha recebido no final de outubro, um empréstimo de 40 milhões de euros do BEI precisamente para aumentar em 12% a capacidade de produção, ou seja mais 70 mil toneladas por ano, mas também reduzir as emissões de poluentes e aumentar a eficiência na utilização da energia e dos recursos.

A modernização da fábrica na Figueira da Foz reduzirá em 17% o consumo de energia necessário para produzir uma tonelada de pasta de papel”, referia o comunicado que a empresa emitiu na altura, explicando que “o recurso a tecnologias de produção mais modernas também contribuirá para a redução da quantidade específica de água necessária, bem como dos produtos químicos utilizados”.

“Ao apoiar a competitividade deste setor industrial, o banco da União Europeia também contribuirá para a criação de postos de trabalho indiretos na fileira florestal e na cadeia de fornecimento de madeira nas economias rurais. Além disso, a fase de construção criará o equivalente a 300 postos de trabalho”, referia o comunicado do BEI no qual era anunciada a conceção do empréstimo de 40 milhões.

O investimento também contempla uma intervenção ao nível da redução do cheiro que as fábricas de pasta de papel têm sempre, já que é utilizado enxofre no processo de branqueamento. A Navigator já o conseguiu reduzir esse cheiro na fábrica de Cacia e conta fazê-lo agora na Figueira da Foz. Um investimento que não tem retorno financeiro, mas que tem sempre um grande impacto junto das populações em torno das unidades fabris.

O ECO sabe ainda que até ao momento a Navigator não apresentou nenhuma candidatura a fundos comunitários, apesar de no passado ter utilizado este tipo de incentivos.

Este é o terceiro crédito fiscal que a Navigator recebe este ano. O primeiro foi atribuído no início do ano na sequência de um investimento de 14,6 milhões de euros no âmbito do projeto “InPaCTus – Produtos e Tecnologias Inovadores a partir do Eucalipto”, que visava a “realização de investigação e desenvolvimento para a obtenção de pastas com características inovadoras, novos produtos de papel com especificidades e funções/aplicações diferenciadas, papéis ‘tissue’ com propriedades inovadoras, novos bioprodutos, biocombustíveis e outros materiais provenientes da desconstrução da biomassa florestal e subprodutos da indústria de pasta”. Mas do qual não há valores especificados em Diário da República para o montante do crédito fiscal.

O segundo foi concedido pela construção e o equipamento de uma nova unidade industrial autónoma em Cacia. Um investimento de 120,5 milhões de euros que obteve um crédito fiscal em sede de IRC, de 10%, até ao montante máximo de 11,5 milhões de euros. Em contrapartida a Navigator comprometia-se a criar 133 postos de trabalho até 31 de dezembro de 2021.

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Subida dos preços compensa paragem de fábricas. Navigator aumenta lucros para 172 milhões

A empresa sentiu o impacto de "duas grandes paragens" nas fábricas de Setúbal e da Figueira da Foz, mas os efeitos negativos destes eventos foram compensados pelo aumento dos preços do papel.

A Navigator registou lucros de 171,8 milhões de euros no conjunto dos primeiros nove meses deste ano, valor que representa um aumento de 17,8% face aos resultados alcançados em igual período do ano passado. A empresa sentiu o impacto de “duas grandes paragens” nas fábricas de Setúbal e da Figueira da Foz, mas os efeitos negativos destes eventos foram compensados pelo aumento dos preços do papel.

As contas foram divulgadas, esta terça-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa detalha que atingiu um volume de negócios de 1.252 milhões de euros no período de janeiro a setembro, o que representa um incremento de 3,5% em relação aos primeiros nove meses de 2017. O segmento de papel representou 74% do volume de negócios, a energia 10%, a pasta 9% e o negócio de tissue outros 5%.

“O período ficou marcado pela evolução favorável dos preços do papel”, indica a Navigator. Foi esta evolução que compensou as paragens nas fábricas de Setúbal e Figueira da Foz, ambas para manutenção.

“O elevado número de dias de paragem, assim como a necessidade de constituição de stocks nos meses anteriores, condicionaram fortemente a disponibilidade de pasta para venda no grupo nos primeiros nove meses de 2018. Deste modo, as vendas da Navigator situaram-se em 177 mil toneladas, 30% abaixo do volume registado nos primeiros nove meses de 2017, período que beneficiou de alguma destockagem que não se verificou em 2018 por insuficiência de stocks no início do ano”, aponta a Navigator.

A papeleira dá ainda conta de um “impacto contabilístico” da taxa anti-dumping imposta pelos Estados Unidos sobre as vendas feitas pela empresa para esse país. Recorde-se que, em agosto deste ano, a Navigator foi notificada pelas autoridades norte-americanas de que a taxa anti-dumping a aplicar sobre as vendas realizadas durante o período entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017 seria de 37,34%.

Contudo, já este mês, e depois de a Navigator ter “invocado a existência de erros administrativos na decisão” e de ter recorrido a “todas as medidas legalmente disponíveis para demonstrar” que a taxa era “totalmente injustificada”, o valor da taxa foi revisto em baixa, para 1,75%.

Os montantes já pagos por esta taxa afetaram negativamente o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em dez milhões de euros, o que “inclui o reconhecimento de 3,6 milhões relativos à aplicação retroativa da taxa de 1,75% nas vendas” feitas entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017.

Feitas as contas, a Navigator chegou ao final de setembro com um EBITDA de 340,6 milhões de euros, um aumento de 13,5% em relação ao período homólogo.

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Furacão Leslie para fábrica da Navigator na Figueira da Foz durante uma semana

A fábrica está com a laboração suspensa. Não há água, eletricidade ou telecomunicações.

A passagem do furacão Leslie por Portugal, que afetou sobretudo o centro do país, vai obrigar à paragem, por uma semana, da fábrica da Navigator na Figueira da Foz, informou a empresa num comunicado ao mercado.

“A passagem do furacão Leslie por Portugal, que atingiu de forma particular a região da Figueira da Foz no sábado e domingo, causou danos patrimoniais na sua unidade fabril instalada naquela zona, e que esta se encontra, devido a esses danos, com a laboração suspensa. Neste momento a fábrica encontra-se sem fornecimento de água, eletricidade e telecomunicações, havendo uma estimativa inicial de que a laboração possa ser retomada dentro de uma semana“, pode ler-se no comunicado.

“Estima-se que esta paragem constitua uma perda de produção de cerca de seis mil toneladas de pasta e dez mil toneladas de papel”, precisa a empresa.

A Navigator não é a única afetada, a EDP declarou o estado de emergência para o distrito de Coimbra, o mais grave previsto no seu plano de atuação, e admite recorrer a meios internacionais para reparar os danos causados pela tempestade tropical Leslie.

Em comunicado, citado pela Lusa, a EDP Distribuição diz que, “face aos danos da rede elétrica causados pela passagem do furacão Leslie, os quais foram confirmados durante o dia de hoje pela avaliação técnica da EDP Distribuição, declara, para o distrito de Coimbra, o Estado de Emergência, o mais grave previsto no seu plano operacional de atuação em crise, desde as 20h00 deste domingo”.

Esta declaração de Estado de Emergência “resulta de acontecimentos com grandes repercussões e concretiza-se na mobilização, com âmbito nacional, de todos os meios humanos, materiais e equipamentos disponíveis na empresa, seus prestadores de serviço e fornecedores“, adianta a EDP Distribuição. “Poderá também ser ponderado, em caso de necessidade, o eventual recurso a meios internacionais”, concluiu a elétrica.

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Navigator dispara 8% com redução da taxa Trump. Papeleira contraria maré negra em Lisboa

Papeleira nacional anunciou que os EUA vão aplicar uma taxa 1,75% sobre as vendas naquele mercado, em vez de uma taxa de 37% como chegaram a admitir. Terá um impacto de apenas dois milhões no lucro.

Dia negro na bolsa portuguesa mas não para todas as cotadas nacionais. Que o diga a Navigator, que vê os seus títulos dispararem quase 8% após ter anunciado que, afinal, a taxa anti-dumping que as autoridades americanas vão aplicar (37%) sobre as vendas de papel naquele mercado será apenas de 1,75%.

As ações da papeleira portuguesa somam 7,90% para 4,208 euros. Estão a contrair o sentimento de aversão ao risco que se verifica um pouco por todos os mercados internacionais e ao qual o PSI-20 também não escapa: o índice cede mais de 1% para 4.984,28 pontos com quase todas as cotadas abaixo da linha de água.

Mais de 1,3 milhões de ações da Navigator já tinham trocado de mãos em duas horas de negociação em Lisboa, com o nível de liquidez já acima da média diária dos últimos 12 meses (713 mil títulos por sessão), fornecendo uma ideia do apetite comprador dos investidores por estes títulos.

Este desempenho está também a impulsionar as ações da Semapa, que detém 70% da Navigator e ainda os cimentos Secil: os títulos da holding avançam 3,86% para 16,68 euros.

Papéis da Navigator voam na bolsa

A impulsionar a cotada liderada por Diogo da Silveira está a decisão do Departamento do Comércio americano de aplicar uma taxa de apenas 1,75% sobre as vendas de papel da Navigator no mercado dos EUA, bem abaixo da taxa e 37,35% que as autoridades chegaram a pensar impor. Com isto, melhoram-se as perspetivas para o lucro da empresa portuguesa: em vez de um impacto negativo de 45 milhões, a taxa deverá retirar apenas dois milhões aos resultados líquidos do ano em curso, estima a Navigator.

“São notícias positivas para Navigator”, refere o BPI CaixaBank numa nota de research desta quinta-feira. “Considerando que a tarifa foi revista consideravelmente, tendo um impacto de 0,5% na nossa estimativa para o EBITDA, vemos um potencial de subida de 7% na nossa avaliação para a Navigator. Reforçamos a nossa posição positiva sobre o título”, acrescenta o banco de investimento. O BPI atribui um preço-alvo de 5,20 euros, com recomendação “Compra”.

Em causa estava uma taxa anti-dumping de 37,34% que as autoridades norte-americanas queriam impor de forma retroativa sobre as vendas de papel da Navigator no período entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017, valor este que foi revisto para 1,75%, após a empresa ter “invocado a existência de erros administrativos na decisão” anterior.

Na sessão de quarta-feira, os títulos da Navigator haviam tombado mais de 7%, recuperando dessas perdas no dia de hoje.

(Notícia atualizada às 9h21)

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EUA baixam taxa a pagar pela Navigator. Cai de 37,34% para 1,75%

Os EUA queriam aplicar uma taxa de 37,34% às vendas da empresa de papel feitas no país. A taxa foi, agora, reduzida para apenas 1,75%. Impacto vai ser apenas de dois milhões de euros nos lucros.

Os EUA queriam aplicar uma taxa de 37,34% às vendas da empresa de papel feitas no país, mas reduziram-na para apenas 1,75%, aliviando de forma expressiva o impacto nas contas da Navigator. A empresa estima, agora, um efeito negativo de apenas três milhões de euros nos resultados antes de impostos e de dois milhões nos lucros.

A Navigator “foi notificada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos da América que a taxa anti-dumping final a aplicar retroativamente nas vendas de papel para os Estados Unidos, para o período compreendido entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017 foi revista em baixa para 1,75%“, diz em comunicado enviado à CMVM.

Em agosto, a empresa tinha sido notificada de que “a taxa final sobre vendas realizadas durante esse primeiro período de review seria de 37,34%, pese embora em março de 2018 a sociedade tenha sido notificada pela mesma autoridade que, de acordo com a sua avaliação preliminar, a taxa anti-dumping a aplicar seria de 0%”.

De 0% passou a 37,34%, taxa essa que “começou a aplicar-se às vendas para os EUA desde 13 de agosto de 2018, substituindo a anteriormente aplicável até essa data de 7,8%”, diz a empresa. Agora, vai passar a ser menor, de 1,75%, depois de a empresa ter “invocado a existência de erros administrativos na decisão” e recorrido “a todas as medidas legalmente disponíveis para demonstrar que a taxa acima mencionada para o período em causa era totalmente injustificada”.

"O impacto estimado [da taxa de 1,75% aplicada pelos EUA], se bem que ainda negativo, passa a ser de cerca de três milhões no EBITDA e de dois milhões de euros nos lucros líquidos do ano em curso.”

Navigator

Perante estas movimentações, a Navigator acabou por conseguir baixar a taxa pedida pelos EUA, poupando assim vários milhões de euros. “Em resultado desta decisão, e ao invés da aplicação da taxa ter um impacto negativo de 66 milhões no EBITDA e de 45 milhões nos lucros líquidos do ano em curso tal como anteriormente comunicado, o impacto estimado, se bem que ainda negativo, passa a ser de cerca de três milhões no EBITDA e de dois milhões de euros nos lucros líquidos do ano em curso”, diz a empresa.

“Adicionalmente, será iniciado um processo de pedido de reembolso no valor aproximado de 22 milhões de euros, correspondente à diferença entre os montantes depositados até fevereiro de 2017 e o montante agora apurado”, remata o comunicado enviado pela cotada ao regulador do mercado de capitais português.

(Notícia atualizada às 21h02 com mais informação)

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Semapa destaca “o estilo único de liderança” de PQP

  • Lusa e ECO
  • 19 Agosto 2018

O Conselho de Administração da Semapa expressou hoje o “mais profundo pesar” pela morte do empresário Pedro Queiroz Pereira.

O Conselho de Administração da Semapa expressou hoje o “mais profundo pesar” pela morte do empresário Pedro Queiroz Pereira, que classificou como uma “referência” no meio industrial, em informação remetida ao mercado.

“O Conselho de Administração da Semapa expressa, com muita tristeza, o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Pedro Mendonça De Queiroz Pereira, principal acionista do grupo e presidente do Conselho de Administração”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a Semapa, o empresário foi “uma referência” no meio industrial, com “raras qualidades humanas e profissionais e um notável espírito empresarial”.

A empresa destacou ainda “o estilo único de liderança” de Queiroz Pereira, que foi pautado por uma “gestão de rigor, que permitiu expandir e internacionalizar de forma sustentável” o grupo.

“Mais do que um património, Pedro Queiroz Pereira deixa […] força numa estrutura empresarial […], mas principalmente valores como coragem, independência, frontalidade e honestidade, com que sempre geriu as suas empresas e que deixa como legado a todos os mais de 6.000 colaboradores da Semapa e das suas participadas Navigator, Secil e ETSA”, concluiu.

O empresário Pedro Queiroz Pereira, um dos mais importantes de Portugal, dono da Navigator (antiga Portucel) e da cimenteira Secil morreu este sábado, aos 69 anos.

Segundo a revista Exame, era detentor de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o sétimo mais rico do país.

Acionista maioritário do grupo Semapa, proprietário da Navigator, mas também da cimenteira Secil e de negócios na área do ambiente e da energia.

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Navigator perdeu 650 milhões em menos de duas horas. Batalha comercial nos EUA custa 20% dos lucros

Batalha comercial nos EUA custa 20% dos lucros. Os analistas estão divididos sobre o impacto nas ações da Navigator.

Os investidores estão aos papéis com a Navigator NVG 1,84% . As ações da papeleira portuguesa estiveram a negociar sob um frenesim vendedor durante a manhã em Lisboa, depois de ter sido aplicada uma taxa sobre as vendas de papel no mercado norte-americano. A decisão vai ter um impacto bastante negativo nos resultados, já disse a empresa. Feitas as contas, a batalha comercial deverá custar mais de 20% dos lucros da cotada portuguesa em 2018. Mas os analistas estão divididos sobre o impacto nas ações.

Foi na sexta-feira à noite que a Navigator anunciou a má notícia. Desde fevereiro de 2015 que corre um processo com as autoridades norte-americanas sobre qual a taxa a pagar pelas vendas de papel nos EUA. Em abril deste ano, foi determinada uma taxa de 0% para as vendas realizadas entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017, mas Navigator foi agora notificada pelo Departamento do Comércio que a taxa final será de 37,34%.

“A Navigator está convencida que vai conseguir demonstrar (…) que a taxa (…) é totalmente injustificada e, consequentemente, fazer com que o Departamento do Comércio reverta esta medida administrativa, que tem um impacto estimado de 66 milhões no EBITDA e de 45 milhões nos lucros líquidos do ano em curso“, sublinhou a empresa no comunicado enviado ao mercado.

Tendo em conta as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, a Navigator deveria terminar 2018 com lucros a rondar os 246 milhões de euros. Ou seja, o conflito comercial nos EUA deverá custar mais de 18% do resultado líquido da empresa liderada por Diogo da Silveira.

Mas ainda há muitas dúvidas sobre o que pode realmente acontecer dado que o caso vai agora para tribunal, razão pela qual os analistas consultados pelo ECO estão divididos quanto ao impacto que este novo enquadramento comercial poderá ter naquilo que é o valor da empresa.

Numa primeira reação, as ações estiveram a afundar mais de 18%, limpando mais de 650 milhões de euros ao valor de mercado da Navigator em menos de duas horas. Mas as perdas foram aliviando ao final da manhã e os títulos já só perdiam 10% cerca das 11h30, conferindo uma avaliação de mercado de 3,1 mil milhões de euros à cotada. Também a Semapa, que controla 70% da Navigator, via as ações recuarem 6,59% para 18,44 euros.

Navigator vai ao fundo

“Enquanto não há maior visibilidade, optamos por não alterar o modelo”, diz a equipa de research do BiG ao ECO. “Ainda assim, o impacto para este ano, apesar de significativo, tem a ver com a retroatividade da taxa. As vendas da Navigator nos EUA rondam os 10% e há a possibilidade de subirem preços aos clientes de modo a aliviar em parte este impacto da taxa. Portanto, no longo prazo, não vemos um impacto significativo na avaliação da empresa que justifique as quedas de preço que assistimos hoje“, explicou o banco.

Por seu turno, Carla Maia Santos, da XTB Portugal, destaca que a incerteza poderá continuar a afugentar os investidores de uma das cotadas que mais brilhava na bolsa de Lisboa em 2018.

“Apesar da empresa portuguesa avançar com reclamação aos EUA, enquanto não houver um fecho do tema, podemos continuar a assistir à fuga dos investidores da empresa”, disse aquela especialista.

Certo é que, apesar da providência cautelar interposta pela Navigator nos tribunais americanos, a nova taxa vai começar já a ser aplicada sobre todas as vendas da empresa após a data de publicação da decisão do Departamento do Comércio, o que deverá acontecer até final desta semana

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Navigator tomba mais de 18% para mínimos de março. Negociação já foi retomada

PSI-20 intensifica perdas após uma hora de negociação e cai quase 2%. Navigator dá um trambolhão de 18% depois de os EUA terem aplicado uma taxa sobre vendas de papel que vai custar 45 milhões.

A Navigator NVG 1,84% está no olho do furacão depois de os EUA terem anunciado uma taxa sobre as vendas de papel que vai custar 45 milhões de euros à empresa portuguesa. As ações da papeleira chegaram a tombar mais de 18%, suspendendo automaticamente a sua negociação em bolsa — já foi retomada entretanto. E com isto a bolsa nacional intensifica perdas na primeira sessão da semana, acompanhando as outras praças europeias, que cedem perante a crise cambial na Turquia.

Com mais de uma hora de negociação em Lisboa, o PSI-20 agrava perdas para 1,8% até aos 5.527,08 pontos. A contribuir para esta queda do principal índice bolsista nacional estão os títulos da Navigator, que afundavam 18,2% para 4,08 euros, depois de o Departamento de Comércio dos EUA ter decidido aplicar uma taxa final sobre as vendas de 37,34%.

A papeleira já anunciou que vai contestar judicialmente essa decisão, anunciado que esta taxa retroativa penalizará os lucros deste ano. “Esta taxa tem um impacto estimado de (à taxa de câmbio atual) de, aproximadamente, 66 milhões de euros no EBITDA e de 45 milhões de euros nos lucros líquidos do ano em curso”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Navigator mantém-se confiante de que “vai conseguir demonstrar, perante os tribunais norte-americanos, que a taxa é totalmente injustificada“.

Ao fim de duas horas de sessão em Lisboa, as ações da Navigator cediam 13,19% para os 4,33 euros. Mais de um milhão de ações tinham trocado de mãos, um elevado nível de liquidez que reflete a dimensão da pressão vendedora que castiga a Navigator na bolsa. Isto compara com a média diária de 600 mil papéis trocados diariamente nos últimos 12 meses.

Navigator afunda na bolsa

Também a Semapa dá um trambolhão de quase 5% para os 18,76 euros, arrastada pela sua Navigator — controla quase 70% do capital da papeleira.

Todas as 18 cotadas nacionais estão no vermelho. Destaque para o BCP, que recua 0,95% para 0,2614 euros, e para a EDP que perde 0,43% para 3,45 euros.

Ainda no setor energético, a Galp Energia desvaloriza 0,31% para 17,68 euros, no dia em que o barril de Brent está a cotar nos 72,58 dólares.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h03)

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EUA impõem taxa de 37,34% às vendas de papel. Navigator contesta decisão

  • Lusa
  • 11 Agosto 2018

Navigator defende que não existem fundamentos para a aplicação de medidas desta natureza às vendas dos seus produtos nos Estados Unidos e vai recorrer dessa decisão.

A Navigator, que se dedica à área do papel, vai contestar judicialmente a taxa aplicada pelos Estados Unidos sobre as suas vendas naquele país, que tem um impacto de milhões de euros nas contas da empresa portuguesa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Navigator refere que, “depois de ter sido informada pelas autoridades norte-americanas, em abril deste ano, que a taxa ‘antidumping’ provisória a aplicar retroativamente nas vendas de papel para os Estados Unidos, para o período compreendido entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017, seria de 0%, foi notificada pelo United States Department of Commerce (Departamento de Comércio dos Estados Unidos da América) que a taxa final sobre vendas realizadas durante esse período seria de 37,34%”.

Contudo, “a Navigator continua a defender que não existem fundamentos para a aplicação de medidas desta natureza às vendas dos seus produtos nos Estados Unidos e vai recorrer dessa decisão”, vinca a companhia portuguesa, que está presente naquele país há 18 anos.

Na nota ao mercado, a empresa explica que o processo em causa teve início em 2015, quando foi determinada uma taxa de depósito provisória de 29,53%, tendo em conta uma avaliação preliminar. “Na avaliação final, de janeiro de 2016, a taxa foi reduzida para 7,8% pela correção de um erro administrativo, sendo que essa taxa esteve em vigor até à presente data”, assinala a empresa.

No recurso que será agora feito nos tribunais norte-americanos, a Navigator vai, também, “interpor uma providência cautelar para impedir a Alfândega dos Estados Unidos de aplicar a nova taxa sobre as importações efetuadas durante o primeiro período de revisão”.

Acresce que, enquanto decorre o processo judicial, “a nova taxa será aplicável a todas as importações da sociedade depois da data de publicação da decisão”, que deverá ocorrer “dentro de aproximadamente uma semana”, pelo que o pedido da impugnação da Navigator “irá também cobrir esta medida”, refere a nota.

De acordo com a empresa, verificou-se uma “modificação substancial da taxa anterior”. “E, tendo em consideração que as autoridades norte-americanas não solicitaram informações adicionais nem se verificaram quaisquer alterações de circunstâncias, acreditamos que esta decisão reflete uma mudança intencional dos pressupostos assumidos pelo Departamento de Comércio com o objetivo de aumentar a taxa final sobre vendas de papel Navigator para os Estados Unidos, apesar de a sociedade ter sempre colaborado com as autoridades americanas”, reforça a companhia.

A Navigator assegura ainda que “recorrerá a todos os meios processuais disponíveis” para evitar tais encargos, mostrando-se, assim, “convencida que vai conseguir demonstrar perante os tribunais norte-americanos que a taxa acima mencionada para o período em causa é totalmente injustificada e, consequentemente, fazer com que o Departamento de Comércio reverta esta medida administrativa”.

Segundo as contas da Navigator, a nova taxa ‘antidumping’ tem um impacto de cerca de 66 milhões de euros no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e de 45 milhões de euros nos lucros líquidos deste ano.

Em 2017, o resultado líquido da Navigator Company atingiu 207,8 milhões de euros, o que representou uma quebra de 4,5% relativamente ao ano anterior. Também no ano passado, a empresa teve um EBITDA de 403,8 milhões de euros, que equivaleu a uma subida de 1,6% face a 2016.

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Lucros da Navigator crescem 24%. Venda da unidade de pellets nos EUA ajuda as contas

  • ECO e Lusa
  • 25 Julho 2018

A evolução positiva dos preços permitiu compensar a perda de volume disponível para venda devido às paragens de manutenção prolongadas nas fábricas de Cacia e Figueira da Foz.

O resultado líquido da Navigator NVG 1,84% cresceu 24% no primeiro semestre do ano, atingindo os 119,4 milhões de euros, segundo os resultados comunicados à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM). A venda da unidade de pellets nos Estados Unidos ajudou a impulsionar os resultados da papeleira.

Segundo os dados da companhia, divulgados esta quarta-feira, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) cresceu 14% para 226 milhões de euros e o volume de negócios da Navigator totalizou 817 milhões de euros, 0,5% acima do semestre homólogo.

De acordo com a mesma informação, a evolução positiva dos preços permitiu compensar a perda de volume disponível para venda devido às paragens de manutenção prolongadas nas fábricas.

O endividamento líquido da empresa subiu para 740 milhões de euros após o pagamento de 200 milhões de dividendos no passado mês de junho e o valor de investimento cresceu para 77 milhões com o desenvolvimento dos novos projetos em curso em Cacia (Tissue) e na Figueira da Foz (Pasta).

A Navigator Company registou no primeiro semestre deste ano um volume de negócios de 817 milhões, o que representa um ligeiro aumento em relação ao primeiro semestre de 2017.

Com vendas de 604 milhões, o segmento de papel representou 74% do volume de negócios, a energia 10% (84 milhões), a pasta cerca de 9% (73 milhões) e o negócio de tissue 5% (40 milhões).

O primeiro semestre deste ano ficou marcado pela venda da unidade de pellets nos Estados Unidos que impulsionou o EBITDA da Navigator em 13 milhões de euros no primeiro semestre, mas também pela evolução favorável dos preços do papel UWF, pasta BEKP e Tissue e pelos menores volumes disponíveis para venda devido essencialmente às paragens de produção ocorridas ao longo do período, que não se verificaram no semestre homólogo.

No negócio de pasta, para além da paragem de manutenção ocorrida na fábrica de Setúbal no primeiro trimestre, ocorreu, já em abril, uma paragem na fábrica da Figueira da Foz para manutenção, que se prologou para permitir a conclusão do projeto de aumento de capacidade instalada em curso.

“O elevado número de dias de paragem, assim como a necessidade de constituição de stocks nos meses anteriores, condicionaram fortemente a disponibilidade de pasta para venda no Grupo durante este semestre”, recorda a empresa.

O elevado número de dias de paragem, assim como a necessidade de constituição de stocks nos meses anteriores, condicionaram fortemente a disponibilidade de pasta para venda no Grupo durante este semestre.

Comunicado da Navigator

Deste modo, as vendas da Navigator situaram-se em 114 mil toneladas, 37,5% abaixo do volume registado no primeiro semestre de 2018. A diminuição do volume foi parcialmente compensada pelo aumento do preço de venda, pelo que as vendas em valor refletem uma redução de 21%, para cerca de 73 milhões.

No negócio do papel, as vendas de UWF totalizaram 756 mil toneladas, situando-se 2% abaixo do semestre homólogo, “essencialmente devido a desvios na produção que resultaram de algumas paragens não programadas, assim como da necessidade de reconstituição de stocks de forma a assegurar um bom nível de serviço ao cliente”.

Segundo a Navigator, a evolução positiva do preço permitiu compensar a redução nos volumes vendidos, pelo que as vendas em valor cresceram 3,3% para 604 milhões.

No negócio de tissue, verificou-se um ajustamento em alta do preço médio de venda face ao período homólogo de 2017 (+7,6%) e o volume de vendas situou-se em 28,5 mil toneladas, crescendo 1,6% acima do volume do semestre homólogo.

“O aumento do preço médio do tissue não foi, no entanto, suficiente para absorver o agravamento nos custos de produção, em particular do preço da pasta (hardwood e softwood) e dos químicos”, explica a empresa, acrescentando: “Em meados de maio, ocorreu o arranque da primeira linha de transformação da nova fábrica de Cacia, devendo a linha de produção de bobines iniciar a sua produção durante o mês de agosto”.

No negócio de energia verificou-se uma recuperação no segundo trimestre no valor das vendas de energia elétrica, o que conduziu no total do semestre a um ligeiro aumento de 0,2%, face ao primeiro semestre do ano anterior (84,3 milhões).

A produção bruta total de energia elétrica no final do primeiro semestre de 2018 registou uma redução de 2,5% face ao período homólogo, que resultou sobretudo das paragens programadas das fábricas de pasta, tendo no entanto atingido o valor de 1,09 TWh.

Título da Navigator seguem em alta

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Bruxelas usa Navigator como exemplo no combate a barreiras às exportações

  • Lusa
  • 26 Junho 2018

A portuguesa Navigator denunciou obstáculos à exportação de papel para a Turquia e ajudou a Comissão Europeia a remover um número recorde de barreiras comerciais que prejudicavam empresas da UE.

A Comissão Europeia anunciou que removeu em 2017 um número recorde de barreiras comerciais que prejudicavam empresas da União Europeia que operam no exterior, tendo a comissária do Comércio dado como exemplo os obstáculos denunciados pela portuguesa Navigator.

O executivo comunitário publicou esta terça-feira o seu relatório anual sobre barreiras ao comércio e investimento, que revela que, no ano passado, Bruxelas garantiu a remoção, total ou parcial, de 45 obstáculos – o dobro de 2016 –, elevando para 88 o número de barreiras comerciais eliminadas desde a entrada em funções da “Comissão Juncker” (2014).

A Comissão aponta que, graças às barreiras eliminadas entre 2014 e 2016, no ano passado as empresas europeias puderam exportar um valor adicional de 4,8 mil milhões de euros, “o equivalente aos lucros de muitos dos acordos comerciais” da União Europeia.

Comentando os dados do relatório numa conferência de imprensa na sede do executivo comunitário, a comissária europeia do Comércio, Cecília Malmström, sublinhou que o documento se refere a 2017, pelo que ainda não inclui as recentes medidas protecionistas decididas pelos EUA.

Disse também que o protecionismo está a aumentar em todo o mundo, mas também a Comissão está a intensificar a aplicação estrita dos acordos comerciais, para assegurar que as empresas exportadoras europeias podem conduzir os seus negócios sem obstáculos injustos, dando então com exemplo o sucedido com a Navigator, que encontrou obstáculos às suas exportações para a Turquia.

“Um bom exemplo é uma empresa portuguesa chamada Navigator, que exporta produtos de papel para 123 países em todo o mundo, e a barreira que a empresa identificou e nos reportou não parecia muito dramática – era a Turquia a impor um regime de certificado de importação com base num preço mínimo –, mas a verdade é que afetou seriamente o comércio entre UE e a Turquia, com um impacto de cerca de 155 milhões de euros nas exportações, e ameaçou milhares de postos de trabalho, pelo que era grave”, apontou.

Segundo Malmström, devido aos esforços desenvolvidos pela Comissão Europeia, “a Turquia acabou por abolir esse regime, o que permitiu à Navigator, esta empresa de Portugal, como muitas outras empresas de papel, continuar a exportar para este mercado importante”, o que, sustentou, “mostra o quão importante é a aplicação da lei”.

Bruxelas sublinha ainda assim que foram identificadas em 2017 um total de 67 novas barreiras comerciais, elevando para 396 o total de barreiras em 57 diferentes parceiros comerciais de todo o mundo, “o que confirma a tendência protecionista preocupante identificada nos últimos anos”.

A China é o parceiro da UE onde existiam mais barreiras comerciais em 2017, seguida da Rússia, África do Sul, Índia e Turquia, observando Bruxelas que os nove países com um maior número de obstáculos comerciais “pertencem todos a economias do G20”.

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Altri dispara 10%. Papeleiras em recorde à boleia da consolidação

As ações da papeleira lideram os ganhos do PSI-20, num dia marcado por máximos históricos para as papeleiras nacionais. Movimentos de consolidação no setor e resultados puxam pelas ações.

A Altri é a estrela que mais brilha, num dia em que as papeleiras sobressaem pela positiva na praça lisboeta e com recordes históricos. As ações da papeleira comandada por Paulo Fernandes lideram os ganhos do PSI-20, depois de já terem estado a valorizar mais de 10% para assinalar um novo máximo de sempre. Sinais de consolidação no setor do papel são um dos principais motores dos ganhos da Altri, mas também das restantes papeleiras nacionais.

As ações da Altri seguem a valorizar 7,95%, para os 7,20 euros, liderando os ganhos do PSI-20, depois de já terem disparado 10%, para marcar um novo máximo histórico nos 7,35 euros. As restantes papeleiras — Semapa e Navigator — seguem-se-lhe com os segundos e terceiros melhores registos do índice bolsista de referência.

Altri em máximos de sempre

A Semapa que anuncia, após o fecho do mercado, o balanço das suas contas relativas ao primeiro trimestre vê as suas ações somarem 3,62%, para o 20,35 euros, enquanto os títulos da Navigator avançam 2,86%, para os 5,39 euros.

Qualquer destes três títulos está a ser impulsionado por notícias que dão conta de movimentos de consolidação no setor. A imprensa brasileira noticiou que a Asia Pacific Resources International (APRIL) fechou um acordo exclusivo com a Lwarcel, tendo feito uma proposta para comprar a sua fábrica de pasta em Lençóis Paulista nos próximos 60 dias.

Numa nota de análise, o BPI recorda que a Lwarcel tem estado à procura de um parceiro para a sua unidade industrial, que permitiria à empresa implementar um projeto de expansão que poderia aumentar a produção em Lençóis Paulista das atuais 250 mil toneladas por ano para 1,5 milhões. A Altri e a Navigator eram apontadas como interessadas na compra da brasileira Lwarcel, juntamente com a chilena Arauco. “A aquisição da Lwarcel por um player ibérico faria sentido de um ponto de vista estratégico mas a APRIL parece disposta a fazer uma oferta mais agressiva”, referem os analistas do BPI.

Este negócio, que deverá estar iminente, é conhecido dois meses depois de ter sido anunciado que as duas maiores empresas de pasta do Brasil, a Fibria e a Suzano, vão avançar para uma fusão e dar origem à maior produtora mundial desta matéria que serve de base à produção de papel.

Mas há mais fatores que poderão ajudar a explicar o registo destacado das ações da papeleira liderada por Paulo Fernandes nesta sessão. Especificamente, os resultados relativos ao primeiro trimestre do ano que agradaram ao mercado. A Altri anunciou na sexta-feira passada que os seus lucros quase duplicaram naquele período. A empresa registou lucros de 32,6 milhões de euros até ao final de março, o que representa um aumento de 90,6% face ao mesmo período do ano anterior. O reforço do perfil exportador da empresa ajudou a puxar pelos seus resultados.

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