Miguel Almeida acusa Anacom de “profunda incompetência”. Regras do leilão de 5G condenam setor “à idade das trevas”

O líder da Nos acusou a Anacom de "profunda incompetência" e criticou duramente o projeto de regulamento do leilão do 5G, que considera condenar o setor "à idade das trevas".

O presidente executivo da Nos NOS 0,53% , Miguel Almeida, acusou o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, de “profunda incompetência” e de pretender “reescrever o setor das comunicações em Portugal”. Acusações lançadas durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação na Assembleia da República.

“Em vez de construir pontes de diálogo, a Anacom privilegia o palco mediático e o discurso populista sem cuidar de criar condições regulatórias para o desenvolvimento de concorrência sustentável”, disse Miguel Almeida, que criticou fortemente as regras previstas no projeto de regulamento do leilão do 5G.

A Anacom está a ultimar o regulamento final do leilão do 5G, que deverá arrancar ainda este mês. O teor do regulamento final não é conhecido, sabendo-se apenas as condições previstas num projeto de regulamento que foi sujeito a consulta pública.

Para o líder da Nos, a Anacom tem promovido a repetição de uma ideia falsa de que “o mercado não é competitivo” em Portugal. “A Anacom socorre-se sempre dos mesmos estudos”, disse, enquanto foi apresentando vários gráficos e dados de diversas fontes que, na visão do gestor, mostram que a Anacom tem promovido a divulgação de “falsos factos em entrevistas aos média” e no próprio Parlamento.

Apesar de ainda não conhecer o regulamento final, uma vez que o mesmo ainda não foi aprovado, Miguel Almeida disse que a “Anacom definiu regras para o leilão que visam resolver problemas que não existem”, assentes na premissa de que o setor não é concorrencial, entre outras que o gestor considera serem falsas.

“Ao reservar espetro [para novos entrantes] está a privar os seus operadores de reforçarem a qualidade das suas redes”, exemplificou o presidente executivo da operadora. Em causa, a reserva de espetro para um quarto operador, uma decisão criticada pela Nos por não estar sujeita a obrigações de cobertura.

À semelhança do que indicou numa entrevista esta semana, Miguel Almeida voltou ainda a contabilizar em 800 milhões de euros o suposto “auxílio de Estado” que será dado aos novos entrantes, e que já motivou uma queixa na Comissão Europeia. Ainda assim, detalhou não ter “problema nenhum em existir um quarto operador” de redes de comunicações em Portugal, “desde que com as mesmas regras e condições de mercado”.

Sabendo eu o que sei, não dormiria bem se não viesse aqui tornar público o que está aqui em causa e os impactos que isso pode ter para o país.

Miguel Almeida

Presidente executivo da Nos

Outro ponto alvo de críticas do líder da Nos é a intenção da Anacom de implementar o “roaming nacional”, forçando as operadoras a partilharem infraestruturas. Para Miguel Almeida, a medida condena o setor “ao desinvestimento”. “Nenhuma empresa vai investir se, ao o fazer, em vez de melhorar a qualidade de serviço aos seus clientes, está a melhorar o serviço aos seus concorrentes”, argumentou, preferindo, em vez disso, um “roaming local” nas zonas não-concorrenciais.

"Nenhuma empresa vai investir se, ao o fazer, em vez de melhorar a qualidade de serviço aos seus clientes, está a melhorar o serviço aos seus concorrentes.”

Miguel Almeida

Presidente executivo da Nos

Contas feitas, para Miguel Almeida, as regras previstas no projeto de regulamento “condenam o setor à idade das trevas” e Portugal “ao deserto económico”. “Não existirá transição digital em Portugal sem 5G, não existirá 5G se estas regras virem a luz do dia”, afirmou o gestor. Mas foi ainda mais longe: “Sabendo eu o que sei, não dormiria bem se não viesse aqui tornar público o que está aqui em causa e os impactos que isso pode ter para o país”, dramatizou.

Sobre um eventual atraso no processo do 5G em Portugal, Miguel Almeida disse que “o que será fatal não é o atraso, mas fazer aquilo que está previsto no regulamento, que é matar o 5G”. “Precisamos de acelerar, mas precisamos também de não estar reféns de uma entidade”, disse, referindo-se à Anacom.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h20)

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Regras do leilão 5G preveem “expropriação a favor de fundos predadores”

  • ECO
  • 19 Outubro 2020

CEO da Nos critica regras do leilão do 5G, considerando que a necessidade de 95% de cobertura para partilha de redes é uma "expropriação a favor de fundos predadores".

Miguel Almeida, CEO da Nos, considera que as regras do leilão 5G, que determina 95% de cobertura em 2025 para fomentar a partilha de redes e investimento, representam uma “expropriação das redes atuais e dos investimentos privados que foram feitos” a favor dos novos entrantes, os “fundos de capital predadores”.

Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago), o presidente da operadora explica que, se o objetivo passa por dar maior cobertura a zonas mais remotas, a forma mais eficiente será fazer “roaming nessas zonas” e não roaming a nível nacional, diz.

“Qual é a lógica de fazer roaming no Porto ou em Lisboa? É a mesma coisa que o Governo dizer à Autoeuropa que a partir de agora à segunda, quarta e sexta essa fábrica vai ser usada pela Toyota e pela Mercedes à sexta para produzir carros”, questiona Miguel Almeida, dizendo que o regulador se equivocou ao misturar “a cobertura de zonas mais remotas com o tapete vermelho a novos entrantes”.

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Sonae desfaz parceria com Isabel dos Santos e passa a deter 33,45% da Nos

A Sonae e a empresária angolana chegaram a um acordo para desfazer a parceria na Nos, na sequência do caso Luanda Leaks. Em simultâneo, o grupo português reforçou a posição na telecom.

A Sonae, através da Sonaecom, e Isabel dos Santos chegaram a um acordo para desfazer a parceria na Nos, na sequência do caso Luanda Leaks. Minutos depois de anunciar a separação da empresária angolana, a Sonae comunicou ao mercado a aquisição da posição de 7,38% do BPI na operadora portuguesa, passando a deter uma “participação de controlo” de 33,45% que lhe permite assegurar a estabilidade acionista na Nos.

Em causa está o veículo através do qual a Sonaecom, a operadora angolana Unitel e a Kento Holding, esta última detida a 100% por Isabel dos Santos, controlam 52,15% da telecom portuguesa, a Zopt.

Em comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonaecom informou que a Zopt vai ser dissolvida “de modo a que os respetivos ativos, incluindo a participação na Nos, sejam repartidos proporcionalmente pelos acionistas da dita Zopt“.

“Uma vez concretizada a referida partilha, a Nos deixará de estar sob o controlo conjunto da Sonaecom e da Eng.ª Isabel dos Santos (enquanto acionista de controlo da Unitel International Holdings, BV e da Kento Holding Limited)”, acrescenta a empresa portuguesa em comunicado.

A Sonaecom detém 50% do capital da Zopt, controlando assim, de forma indireta, 26,075% do capital da Nos. Seria esta a participação com que ficaria após a dissolução da Zopt, mas a Sonae, num outro comunicado divulgados minutos depois, adiantou que adquiriu 7,38% detidos pelo BPI. A preço de mercado, terá investido cerca de 137 milhões de euros para comprar a posição ao banco.

Ou seja, com este reforço, “à data da concretização da dissolução da Zopt, como anunciado ao mercado pela Sonaecom, à Sonae continuará a ser imputada uma participação de controlo na Nos representativa de 33,45%“, segundo esclareceu a Sonae.

A Nos apresenta uma capitalização bolsista de 1,86 mil milhões de euros, tendo como CEO Miguel Almeida. A Sonaecom sublinhou ainda pretender “assegurar um quadro de estabilidade acionista favorável ao desenvolvimento do seu importante projeto empresarial no setor das telecomunicações”.

Quanto a Isabel dos Santos, a empresária angolana detém 100% do capital da Kento Holding (sediada em Malta) e 25% da Unitel, através da Vidatel. Devido à disputa que mantém com o Estado angolano, as suas empresas e contas bancárias em Angola e em Portugal foram arrestadas.

A Zopt foi criada em 2012, agregando os interesses da Sonaecom e de Isabel dos Santos no telecomunicações, no sentido de promover uma consolidação do setor, com a fusão da Zon e Optimus.

Esta separação surge depois da polémica criada em torno de Isabel dos Santos por causa do Luanda Leaks, que expôs os esquemas financeiros da empresária angolana em Portugal e que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano utilizando paraísos fiscais.

(Notícia atualizada às 20h30)

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Nos ganha 10% em bolsa com resultados “melhores que o temido”

As ações da Nos estão em forte alta na bolsa de Lisboa, somando uma valorização de 10% perante os resultados do semestre que "surpreenderam" os investidores.

As ações da operadora Nos estão em forte alta na bolsa de Lisboa. Os títulos da empresa negoceiam com um ganho de quase 10%, no rescaldo dos resultados do semestre que apresentou depois do fecho da sessão anterior.

Apesar de os lucros da empresa terem afundado 61% até junho, num dos períodos “mais desafiantes” na ótica da companhia, os analistas destacam que o resultado líquido de 35 milhões de euros foi uma surpresa. As ações negoceiam a subir 9,66%, para 3,974 euros, acumulando, ainda assim, um recuo de 17,21% desde o início do ano.

Ações da Nos em forte alta na bolsa de Lisboa

Numa nota de research sobre a empresa presidida por Miguel Almeida, os analistas do CaixaBank/BPI destacam as “poupanças materiais” nas despesas operacionais “que permitiram à empresa surpreender no lucro”. “Além disso, a empresa foi capaz de entregar novamente uma geração de cash flow sólida”, indicam, reforçando a recomendação de compra e o preço-alvo de 4,75 euros.

Já os analistas do Barclays falam em resultados “melhores do que o temido” e aponta ainda para uma reação positiva dos investidores aos “comentários encorajadores” do Governo acerca do 5G. Em causa, a audição do secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Alberto Souto de Miranda, que apelou à Anacom no Parlamento para que mude o regulamento do leilão de frequências.

No rescaldo dessas declarações, mais de três milhões de ações da Nos já trocaram de mãos esta quinta-feira, acima da liquidez média desta ação. O grupo soma agora uma capitalização bolsista na ordem dos 1,89 mil milhões de euros.

Os lucros de 35 milhões de euros no semestre comparam com os 90,2 milhões alcançados no mesmo período do ano anterior. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) recuou 6,3%, para 310,6 milhões de euros. “A queda nos resultados explica-se pelos efeitos da pandemia Covid-19, pelo aumento de custos não recorrentes, nomeadamente o aumento de provisões para fazer face ao aumento de dívidas incobráveis, efetuada no primeiro trimestre, entre outros”, justificou o grupo numa nota enviada à CMVM.

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Nos e Armilar arrancam fundo para investir em 5G. Startups já podem enviar propostas

O fundo da Nos com dez milhões de euros para investir em startups que apostem em 5G será gerido pela Armilar. Já são admitidas propostas de investimento da parte das empresas interessadas.

O fundo da Nos NOS 0,53% para investir em tecnologias ligadas ao 5G será gerido pela Armilar Venture Partners e já está aberto a propostas, anunciou a operadora. O projeto tinha sido anunciado em dezembro do ano passado e conta com dez milhões de euros para aplicar em startups num horizonte estimado de cinco anos.

“A Nos estabeleceu uma parceria estratégica com a Armilar Venture Partners, o maior operador privado de venture capital [capital de risco] em Portugal, para assegurar a gestão do primeiro fundo de investimento em startups de base nacional com investigação e desenvolvimento (I&D) em soluções enquadradas no ecossistema 5G”, informou a empresa num comunicado.

A 16 de dezembro de 2019, a Nos tinha anunciado a criação de um fundo de dez milhões de euros para “investir em empresas com soluções tecnológicas baseadas ou potenciadas pela próxima geração de rede móvel, cobrindo áreas tão variadas com a realidade virtual, smart cities, condução autónoma, internet of things e big data“. A intenção é apostar em empresas em early stage, isto é, em fases muito iniciais de desenvolvimento.

Agora, a a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida vem dar mais detalhes sobre o projeto, garantindo que o fundo “pretende privilegiar o investimento junto da comunidade de empreendedores em Portugal”. “Estamos certos de que este fundo será uma valiosa ferramenta agregadora para explorar o potencial que a quinta geração de comunicações móveis encerra e posterior disponibilização dos benefícios para a economia e sociedade portuguesas”, reforça Miguel Almeida, citado na mesma nota.

Segundo a Nos, o fundo de investimento em 5G “já iniciou a sua operação”, pelo que as startups já podem “apresentar-se e submeter uma proposta de investimento”. As indicações são dadas nesta página no site da Nos ou no site da Armilar.

Evolução das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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Meo perde processo judicial de 27 milhões de euros contra a Nos

  • ECO
  • 4 Junho 2020

A operadora da Altice Portugal reclamava à concorrente Nos o pagamento de quase 27 milhões de euros por alegadas irregularidades em portabilidades. E está em curso outro processo da Nos contra Meo.

A Meo perdeu um processo judicial contra a Nos NOS 0,53% , no qual reclamava à concorrente o pagamento de uma soma de 26,8 milhões de euros. A operadora detida pela Altice Portugal acusava o grupo liderado por Miguel Almeida de irregularidades nas portabilidades, num caso que se arrastou por quase nove anos.

A notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que destaca que o desfecho aconteceu em fevereiro. Continua agora em curso outro processo, este da Nos contra a Meo, referente ao mesmo ano de 2011, no qual a operadora reclama ao grupo presidido por Alexandre Fonseca uma indemnização de 22,4 milhões por alegadas violações do regulamento da portabilidade.

A portabilidade é um mecanismo que permite a um cliente mudar de fornecedor de serviço, mas mantendo o mesmo número de telefone ou telemóvel. No entanto, este sistema tem sido marcado por diferendos entre as empresas. Por isso, no ano passado, a Anacom implementou uma alteração através da qual as empresas devem fornecer aos clientes um código de portabilidade para facilitar a mudança de operadora.

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Vírus atira Nos para prejuízos de 10,4 milhões. Telecom reforça provisões para dívidas de clientes

A empresa justifica a queda com "os efeitos da pandemia Covid-19, pelo aumento de custos não recorrentes, nomeadamente o aumento de provisões para fazer face ao aumento de dívidas incobráveis".

A Nos registou prejuízos de 10,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, valor que compara com lucros de 42,5 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior. A empresa justifica a queda com “os efeitos da pandemia Covid-19, pelo aumento de custos não recorrentes, nomeadamente o aumento de provisões para fazer face ao aumento de dívidas incobráveis”.

Além disso, a Nos refere que o “contributo das empresas associadas deteriorou-se de forma significativa, registando perdas de 8,8 milhões de euros, com uma contribuição negativa da Sport TV e da ZAP, devido ao registo de imparidades e provisões”, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Já a atividade operacional da Nos registou um aumento, ainda que pouco expressivo, refletindo as restrições decorrentes da pandemia. Se, por um lado, o consumo das famílias foi estável, sentiu-se “pressão” do lado das empresas, devido à redução ou encerramento completo de atividade. Desta forma, o número de serviços prestados cresceu 2,1% para 9,708 milhões.

A atividade de cinemas e audiovisuais da empresa foi das mais afetadas pela pandemia, tendo sido determinado o seu encerramento em meados de março. A empresa salienta, apesar de tudo, que o investimento foi reforçado neste período, nomeadamente na área de telecomunicações, para 88,2 milhões de euros, excluindo contratos de leasing.

Tendo em conta o panorama, as receitas apresentaram uma quebra homóloga de 3% para 345,4 milhões de euros, “assistindo-se a uma quebra, de diferente intensidade, em todas as linhas de negócio”, nota a empresa. No primeiro trimestre, o EBITDA [lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] atingiu 152,7 milhões de euros.

A empresa sinaliza que está, nesta altura, a preparar a próxima “vaga de crescimento”. Para tal, vai contribuir a alienação da empresa que detinha as torres de telecomunicações à Cellnex Telecom. “Esta venda, cujo processo já estava a decorrer antes da chegada da pandemia, permite libertar capital empregue em ativos não diferenciadores, reinvestindo nos projetos de melhoria da experiência dos nossos clientes e de crescimento futuro”, sublinha Miguel Almeida, CEO da Nos, citado em comunicado.

(Notícia atualizada às 18h45)

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Clientes da Nos queixam-se de falhas no serviço em pleno teletrabalho

  • ECO
  • 20 Abril 2020

Centenas de clientes da Nos estão a queixar-se de estarem sem serviço de internet, comunicações e televisão numa altura em que muitos portugueses trabalham a partir de casa.

Vários clientes da operadora Nos NOS 0,53% estão a reportar falhas de serviço na manhã desta segunda-feira, mais concretamente no acesso à internet, mas também nas comunicações eletrónicas e no fornecimento de televisão.

A informação foi avançada pela TSF e confirmada por centenas de queixas de utilizadores publicadas no portal Down Detector, que monitoriza a disponibilidade de vários serviços digitais com base na informação partilhada pela comunidade.

Contactada pelo ECO, a Nos ainda não reagiu a estas informações. Mas a TSF cita fonte oficial da operadora, que confirma a existência de problemas no fornecimento de serviços: “Confirmamos a indisponibilidade temporária de acesso aos serviços fixo e móvel sentida pelos clientes das zonas do Barreiro, da Baixa da Banheira e Vila Chã, motivada por um corte de fibra ao qual a Nos é alheia. A Nos ativou imediatamente a intervenção no terreno, deslocando os seus técnicos ao local, estando a trabalhar no sentido de uma rápida resolução da situação.”

Este problema ganha especial relevância numa altura em que parte significativa do país está em regime de teletrabalho e em que muitas empresas estão a operar através da internet. Nos comentários, muitos dos utilizadores sinalizam que o problema está a gerar dificuldades no trabalho remoto.

Em outubro do ano passado, a rede móvel da Nos esteve inoperacional durante três horas, deixando os utilizadores sem acesso à internet e sem poderem fazer chamadas. Na altura, a empresa justificou o problema com a ocorrência de “uma anomalia simultânea de dois sistemas de processamento de tráfego”. A falha desta segunda-feira é, no entanto, menos abrangente.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h10)

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Nos vende torres à Cellnex. Negócio pode chegar aos 550 milhões

A Cellnex voltou a investir em Portugal. Dois meses depois de ter feito negócio com a Altice, a empresa espanhola assinou agora um acordo para a compra das torres da Nos.

A Nos vendeu a totalidade da sua empresa que detinhas as torres de telecomunicações à Cellnex Telecom, uma operadora espanhola. Esta operação representa um encaixe imediato de 375 milhões de euros para a Nos e ainda um investimento de expansão de cerca de 175 milhões de euros.

Em causa está a venda da Nos Towering, que se dedica à implantação, instalação e exploração de torres e outros sites para colocação de equipamento de telecomunicações, refere o comunicado enviado à CMVM. Trata-se de um portefólio de cerca de 2.000 torres de telecomunicações localizadas em áreas urbanas (40%), suburbanas e rurais (60%) em todo o país.

Este portefólio passa agora para as mãos da Cellnex, líder europeia de infraestruturas de telecomunicações e transmissão sem fio, numa transação que implica um pagamento inicial de cerca de 375 milhões de euros à Nos, para além de um investimento de expansão de cerca de 175 milhões de euros, “relacionado com o alargamento do seu perímetro, assim como com outras iniciativas acordadas ao longo dos próximos seis anos”.

Esta operação prevê a assinatura de um contrato inicial de 15 anos entre a Cellnex e a Nos, “renovável por períodos adicionais sucessivos de 15 anos”, em que a operadora nacional “continuará a usar os sites que a Cellnex operará, localizando o seu equipamento de transmissão de sinal de voz e de dados”, refere o comunicado.

Além disso, “tendo em conta as necessidades do mercado português em termos de investimento na rede móvel e as crescentes necessidades de densificação distribuídas por todo o país”, o acordo prevê também um aumento do perímetro até 400 novos sites nos próximos seis anos.

“Esta operação é um passo importante na consolidação da nossa estratégia, atual e futura, de investimento na expansão, otimização e melhoria da qualidade de serviço de dados e voz móvel, de forma mais eficiente”, diz Miguel Almeida.

“Reforçamos, desta forma, o nosso compromisso em assegurar que capacitamos a nossa operação das condições certas para continuar a ser o natural parceiro das empresas na resposta ao desafio da transformação digital, cada vez mais exigente, e das famílias portuguesas que continuaremos a servir com uma experiência de excelência”, nota o CEO da Nos.

Esta transação soma-se a outra feita pela empresa espanhola em janeiro em território nacional, em que a Cellnex adquiriu a OMTEL por 800 milhões de euros, neste que é um “período particularmente desafiante para a economia” e que “vem reforçar a aposta da Cellnex em Portugal”, diz o CEO, Tobias Martinez, em comunicado. Assim, o investimento da operadora espanhola em Portugal ascende a 1.175 milhões de euros, mas pode chegar as 1.350 milhões de euros.

Esta terça-feira, após ser anunciado este negócio, os títulos da Nos estão a valorizar 1,48% para 3,29 euros, enquanto a Cellnex está a somar 2,76% para 46,53 euros.

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Nos vende Nos ICS à Tofane. Contrata o mesmo serviço em outsourcing

  • Lusa
  • 1 Abril 2020

A Nos fez um acordo com a Tofane que pressupõe a venda da Nos ICS à empresa e a contratação, de volta, do mesmo serviço grossista de trânsito internacional de Voz e SMS.

A Nos NOS 0,53% celebrou um acordo com a Tofane Global e Ibasis para a transmissão da totalidade das ações da Nos ICS, tendo em vista a otimização da estrutura de custos relativa à terminação do tráfego em destinos internacionais.

Em comunicado, a operadora informa que foi “celebrado com a Tofane Global e com a Ibasis Portugal um acordo que tem como objeto, por um lado, a transmissão à iBasis (sociedade integralmente detida pela Tofane), das ações representativas da totalidade do capital social da Nos International Carrier Services (Nos ICS)”.

E, “por outro, correspetivamente, a prestação por parte da Tofane a empresas do grupo Nos, de serviços grossistas de trânsito internacional de Voz e SMS, serviços esses que eram anteriormente assegurados pela Nos ICS”, acrescenta a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida. “A concretização do referido acordo fica subordinada à não oposição por parte da Autoridade da Concorrência”, sublinha.

A Nos ICS registou no ano passado um volume de negócios de cerca de 141 milhões de euros, tendo gerado um contributo para o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) do grupo de aproximadamente 1,1 milhões de euros, refere a Nos.

“Com este acordo, o grupo Nos pretende otimizar a respetiva estrutura de custos relativa à terminação do seu tráfego de Voz e SMS em destinos internacionais, ao mesmo tempo que reforça a sua dedicação à sua atividade central”, conclui a operadora.

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Nos refinancia dívida. Obtém 280 milhões junto do Santander, BPI e BBVA

  • Lusa
  • 27 Março 2020

A operadora Nos celebrou três contratos de financiamento no valor global de 280 milhões de euros, o que garante o refinanciamento das linhas com maturidade em 2020.

A Nos anunciou esta sexta-feira que acordou os termos para a celebração de três contratos de financiamento no valor global de 280 milhões de euros com três instituições bancárias, o que garante o refinanciamento das linhas com maturidade em 2020.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida refere que um dos contratos, de “100 milhões de euros, com maturidade em 2025″, foi celebrado com o banco Santander, “com o objetivo de refinanciar linhas com maturidade este ano.

Foram ainda celebrados contratos de 90 milhões de euros cada com o BPI e com o BBVA, “ambos com prazo de 12 meses, para reforço de liquidez”, acrescenta.

“Com estas operações, a NOS garante o refinanciamento de todas as linhas com maturidade em 2020 e reforça de forma significativa a sua posição de liquidez, permitindo simultaneamente alargar a maturidade média da dívida contratada, mantendo o custo médio da dívida a níveis muito atrativos”, conclui a operadora de telecomunicações.

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Utilização das redes fixas dispara até 70% com o coronavírus. Mas não deverá ser preciso “desligar” Netflix

A utilização das redes fixas em Portugal disparou até 70%, por causa das medidas de combate à pandemia. Governo permite "desligar" Netflix, mas Meo está confiante de que não vai ser necessário.

Escolas fechadas e milhões de portugueses em casa. Este é o cenário do país desde a semana passada, altura em que a pandemia do coronavírus passou a exigir medidas mais drásticas de confinamento e a generalização do teletrabalho. Desde então, uma boa parte da economia passou a assentar nas redes de comunicações, resultando num disparo de até 70% na utilização, segundo dados agora divulgados pelas operadoras.

Numa ação conjunta, e as questões colocadas pelos jornalistas, Meo, Nos e Vodafone revelaram esta quarta-feira as evoluções verificadas na utilização das suas redes na semana de 16 a 22 de março, comparativamente com a semana anterior de 9 a 15. Os dados não deixam margem para dúvidas: as redes de comunicações tornaram-se ainda mais críticas, numa altura em que o Governo já deu mais “poderes” às telecoms para bloquearem serviços não essenciais, caso se revele necessário para a manutenção da qualidade dos acessos.

No caso da Meo, detida pela Altice Portugal, o tráfego na rede fixa (internet residencial) aumentou 35% na passada semana, enquanto o tráfego móvel (dados móveis) aumentou 10%. A operadora registou ainda um aumento de 30% na utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel), assim como de 80% na voz fixa VoIP (em linhas gerais, chamadas com telefones fixos ligados ao router).

A Meo também assistiu a um disparo de 15% no consumo de televisão e de 9% na utilização da TV não linear (ou seja, gravações, funcionalidade de avançar e recuar na emissão, etc.). No campo dos serviços OTT (over the top, entre os quais se inclui Netflix, WhatsApp, entre outros), o disparo foi de 45%, numa altura em que a Netflix e o Youtube, a pedido da Comissão Europeia, já reduziram a qualidade dos streamings para prevenirem um possível colapso das infraestruturas de comunicações europeias.

No caso da Nos, o tráfego de rede fixa (internet residencial) disparou 70%, a maior evolução observada entre as três grandes operadoras, enquanto o de rede móvel (dados móveis) aumentou 45% no mesmo período, comparativamente com a semana prévia. Já a utilização de voz fixa (chamadas por telefone fixo) disparou 133%, enquanto a utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel) aumentou 41%. A operadora revelou ainda que o consumo de TV não linear cresceu 13%.

Quanto à Vodafone, a operadora registou um disparo de 67% no tráfego de rede fixa (internet residencial), bem como de 8% nos dados móveis, enquanto a utilização de voz móvel (chamadas pelo telemóvel) aumentou 41%. Já o consumo de TV não linear avançou 11%, abaixo da subida de 25% na utilização de serviços OTT, como a Netflix.

Meo confiante: não deverá ser preciso “desligar” serviços como a Netflix

O Governo publicou em Diário da República, na segunda-feira, um documento com uma série de medidas que permitem que as operadoras portuguesas bloqueiem serviços não essenciais, em último recurso, para evitar constrangimentos nas redes de comunicações em plena pandemia do coronavírus. Entre eles, os videojogos e a Netflix.

No entanto, numa conferência telefónica com jornalistas esta quarta-feira, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, mostrou-se confiante de que não será necessário recorrer a esses poderes alargados nesta crise: “Não há qualquer indício à data de que estejamos na iminência de tomar as medidas que o decreto-lei prevê”. Ainda assim, o gestor reconheceu que a Meo está “a verificar crescimentos significativos nos consumos dos portugueses” e apontou para a “resiliência” das redes da empresa.

Uma evolução também destacada pela Vodafone: “Desde o início da segunda quinzena de março que se verificaram alterações significativas no comportamento da rede da Vodafone Portugal, com volumes de tráfego expressivos, quer na rede fixa, quer na rede móvel”, indicou fonte oficial da operadora. “A empresa reforçou a monitorização das suas redes e adotou medidas de otimização das mesmas, garantindo a capacidade de escoamento do tráfego todo, sem nunca comprometer a qualidade do serviço”, acrescentou.

Por fim, no conjunto de dados divulgados pelas operadoras encontram-se os horários de picos no serviço, isto é, os momentos em os portugueses mais recorreram às redes de comunicações. No caso da Meo, tem sido nos dias de semana às 22h e nos fins de semana às 17h. No caso da Nos, o uso da rede fixa regista picos às 19h. Já a Vodafone regista picos nos dados de internet fixa durante a semana às 22h e aos domingos às 18h.

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