Meo, Nos, Vodafone e Dense Air apresentam candidaturas para irem ao leilão do 5G

Meo, Nos e Vodafone vão participar no leilão do 5G, confirmou o ECO, e a Nowo já se tinha mostrado interessada em apresentar candidatura. A Dense Air também vai participar.

As principais operadoras de telecomunicações — Meo, Nos e Vodafone — habilitaram-se a participar no leilão de frequências do 5G, apesar dos processos que mantêm em tribunal contra as regras, que consideram ser “injustas”. Também a Dense Air submeteu uma candidatura, apurou o ECO. O prazo para as candidaturas de interessados termina esta sexta-feira.

Fonte oficial da Altice Portugal confirmou ao ECO que “entregou, hoje [sexta-feira], a sua candidatura para o leilão do 5G”, mas reitera que o regulamento “está ferido de múltiplas ilegalidades” e “representa um enorme retrocesso para a competitividade” do setor.

A Nos está confiante de que o leilão do 5G vai ser travado pelas várias providências cautelares que interpôs contra a Anacom, mas o ECO apurou junto de fontes do mercado que a empresa também se habilitou a participar no leilão, em linha com o que tinha admitido numa entrevista recente o presidente executivo da empresa, Miguel Almeida.

“Mantemos a esperança de que algumas das ações [judiciais] possam ainda ocorrer em tempo útil para promover as alterações necessárias de forma a tornar o 5G um fator de competitividade e progresso para o país”, disse ao ECO fonte oficial da Nos.

Também a Vodafone confirma que já submeteu a sua candidatura: “A Vodafone Portugal confirma que apresentou hoje a sua candidatura ao leilão do 5G”, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

Dense Air também vai ao leilão

Para além das grandes operadoras, também a Dense Air submeteu esta sexta-feira uma candidatura para participar no leilão do 5G, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa.

A Dense Air é a única em Portugal que já tem licenças de quinta geração, datadas de 2010 e herdadas de outra empresa. No entanto, estes direitos expiram em 2025, pelo que terá de participar no leilão caso pretenda a sua renovação.

No setor, havia ainda dúvidas sobre se a empresa iria mesmo participar no processo. Meo, Nos e Vodafone são altamente críticas da decisão da Anacom de não retirar à Dense Air as licenças que esta já detém. Mas o regulador optou por reconfigurar o espetro detido pela empresa. As dúvidas são agora desfeitas e a Dense Air pretende, assim, tentar renovar as licenças por mais 20 anos.

Esta empresa do grupo Soft Bank tenciona explorar o mercado como operadora grossista, fornecendo rede a outras empresas.

Para além da Meo, Nos, Vodafone e Dense Air, poderá haver ainda uma quinta empresa interessada. Fonte oficial da Nowo não respondeu a tempo de publicação deste artigo, mas a empresa já tinha confirmado num comunicado recente que vai participar no leilão do 5G. Agora controlada a 100% pela espanhola Másmóvil, a Nowo poderá ser o “quarto operador” móvel de que tanto se tem falado no mercado.

Já a Gigas, que ficou com a Oni, não se candidatou à compra de frequências e não vai participar no leilão, disse ao ECO fonte oficial da empresa.

Operadoras confiantes num travão da justiça

As maiores empresas de telecomunicações portuguesas tentarão, deste modo, comprar frequências para prestação de serviços de quinta geração no leilão, mas estão a esgrimir uma batalha judicial com a Anacom na tentativa de travarem o processo.

Tanto a Meo como a Nos e a Vodafone partiram para tribunal nas últimas semanas, por via de providências cautelares contra o regulamento do leilão (e, por consequência, todo o processo do 5G), queixas à Comissão Europeia (daquilo que consideram ser ajudas de Estado aos “novos entrantes”) e providências cautelares para forçarem a Anacom a retirar as licenças já detidas pela Dense Air.

“O regulamento para o leilão do 5G está ferido de múltiplas ilegalidades, representa um enorme retrocesso para a competitividade e põe em causa a sustentabilidade do setor, retraindo e destruindo o investimento e a criação de valor. A Altice Portugal recorda que a entrega de candidaturas não garante, nem obriga, que os candidatos avancem no leilão, indica fonte oficial da empresa.

Acreditamos que as entidades competentes do nosso país ajam de uma vez por todas para repor a legalidade, de forma a que este regulamento possa ainda vir a ser um documento sério, justo e responsável, à altura do interesse nacional que o processo merece, e esperamos que o tribunal se pronuncie rapidamente sobre a providência cautelar interposta”, conclui a empresa.

A Nos “espera que perante tantas reações públicas de preocupação, os órgãos decisórios do país intervenham e mudem as regras do leilão que não são consensuais, em especial a regra relativa ao roaming nacional, que como já está por demais demonstrado é uma criação única na Europa, sem qualquer precedente ou justificação, verdadeira expropriação de ativos privados”, indica fonte oficial.

“É lamentável que o Governo, último responsável, não tenha até ao momento tomado qualquer posição sobre a matéria e que assista de forma indiferente à destruição de um ecossistema essencial ao desenvolvimento do 5G, da indústria 4.0, do bem-estar da sociedade portuguesa. Estamos a um passo do abismo, mas queremos acreditar que ainda existirá uma decisão a favor de Portugal, evitando que o nosso país seja condenado à irrelevância na futura economia digital”, remata ainda a Nos.

Já fonte oficial da Vodafone sublinha que “o lançamento do 5G é um marco fundamental para o país, em particular num contexto económico que se caracteriza pela necessidade de investimento produtivo essencial para uma retoma sustentada”, mas destaca que há “aspetos do regulamento que, no entender da Vodafone, deveriam ser alvo de revisão”.

A empresa indica que “manifestou por diversas vezes” esta “opinião”, “inclusive junto da Anacom, estando os mesmos neste momento em apreciação pelos tribunais competentes”. “Mantemos a esperança de que algumas das ações possam ainda ocorrer em tempo útil para promover as alterações necessárias de forma a tornar o 5G um fator de competitividade e progresso para o país”, finaliza a Vodafone.

Esta sexta-feira, deu entrada no Parlamento um requerimento do CDS para chamar a Anacom e a Autoridade da Concorrência à comissão de economia. Os centristas querem questionar os reguladores sobre o regulamento aprovado pela Anacom no início deste mês.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h55 com confirmação de que Dense Air vai ao leilão)

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Nos quer leilão do 5G suspenso até decisão de Bruxelas e exige nova consulta pública

A operadora liderada por Miguel Almeida deu entrada com uma providência cautelar contra a Anacom, exigindo uma nova consulta pública sobre o regulamento e pedindo a suspensão do leilão.

A litigância em torno do leilão do 5G continua. Depois das queixas em Bruxelas sobre alegadas ajudas de Estado e de um primeiro processo em tribunal para retirar a licença da Dense Air, a Nos NOS 0,00% voltou à carga com uma nova providência cautelar contra a Anacom, que deu entrada na Justiça este sábado no Tribunal Administrativo de Lisboa, e com a qual pretende suspender a aplicação do regulamento aprovado pelo regulador das comunicações.

Na plataforma online da Justiça, o processo tem a Anacom como réu e surge alguns dias depois de o Expresso ter noticiado que a empresa se preparava para apresentar mais esta ação judicial. Questionada pelo ECO, fonte oficial da operadora liderada por Miguel Almeida confirmou que se trata de uma providência cautelar sobre a quinta geração de rede móvel de comunicações, envolvendo o regulamento que a empresa considera ser “ilegal” e que “coloca em causa o desenvolvimento da tecnologia 5G e o futuro do setor”.

“A providência cautelar apresentada na passada sexta-feira tem o objetivo de suspender a aplicação” de vários pontos do regulamento, tendo por base diferentes justificações. Desde logo, a operadora quer travar “as medidas discriminatórias a favor de novos entrantes, que são ilegais e injustificadas”, aponta a empresa.

Depois, a Nos tenciona também suspender o próprio regulamento, exigindo a realização de uma nova consulta pública. “A Anacom tinha a obrigação de realizar uma nova consulta pública, na medida em que invocou factos novos e novos estudos sobre os quais todos os interessados tinham de se ter pronunciado”, apontou a mesma fonte.

A empresa de telecomunicações quer ainda que o leilão seja suspenso “enquanto são apreciadas as queixas que a Nos apresentou na Comissão Europeia, as quais estão a ser investigadas”. Em causa estão queixas por alegadas ajudas de Estado ilegais envolvendo o leilão do 5G.

Os processos da Nos juntam-se a outra providência cautelar apresentada pela Vodafone no início deste mês, também para travar o leilão. Deu ainda entrada na sexta-feira uma providência cautelar da Altice Portugal contra a Anacom, empresa que apresentou também duas queixas junto da Comissão Europeia acerca do 5G.

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Meo atualiza preços de alguns pacotes a 1 de janeiro de 2021. Aumento mínimo é de 50 cêntimos

A Meo vai voltar a atualizar algumas mensalidades em janeiro de 2021 num mínimo de 50 cêntimos e já começou a informar os clientes. Fonte oficial da Nos diz que não vão mexer nos preços.

A Altice Portugal prepara-se para subir a mensalidade dos pacotes de alguns clientes a 1 de janeiro de 2021, atualizando os preços em linha com o que se verificou em janeiro deste ano. Com a inflação prevista para este ano a rondar valores negativos, o preço de algumas mensalidades deverá subir novamente 50 cêntimos.

No caso da Nos, o cenário deverá ser diferente. A empresa atualizou o preço de alguns serviços em janeiro deste ano, à taxa de 1% de inflação, mas não o deverá fazer este ano. “Não vamos mexer nos preços”, disse ao ECO fonte oficial da empresa de telecomunicações.

A informação sobre a atualização já foi comunicada a alguns clientes da Meo na fatura do mês de novembro: “A 1 de janeiro de 2021 a mensalidade do seu pacote será atualizada com base no índice de preços no consumidor, no valor mínimo de 50 cêntimos, IVA incluído, conforme previsto contratualmente”, lê-se numa nota informativa. A empresa indica ainda que serão publicadas mais informações sobre o aumento no início de dezembro.

Contas feitas, tendo em conta uma fatura de triple play (TV + Net + Voz) de 33,99 euros este ano, e com os cenários da inflação a apontarem para valores negativos, a mesma fatura deverá passar a custar 34,49 euros já a partir de janeiro do próximo ano, ou seja, uma subida de 50 cêntimos.

Esta atualização é equivalente à de janeiro deste ano, em que o mesmo pacote, que custava 33,49 euros por mês em 2019, aumentou a 1 de janeiro de 2020 para 33,99 euros por mês, dado que o aumento à luz da taxa de inflação (1%) não chegava ao limite mínimo de 50 cêntimos de subida definido pela operadora.

O ECO questionou a Altice Portugal sobre este aumento, mas não obteve resposta a tempo de publicação deste artigo. Fonte oficial da Vodafone também não respondeu a tempo de publicação. A operadora optou por manter os preços este ano.

Estas informações surgem numa altura em que os preços das telecomunicações voltam a estar no centro da agenda do setor. Na segunda-feira, a Anacom revelou que Meo, Nos e Vodafone aumentaram em um euro a mensalidade dos pacotes base de triple play aos “novos subscritores” e aos “anteriores subscritores no momento em que pretendem renovar” o contrato.

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Nos e Altice desmentem Anacom e negam ter subido preços. Vodafone fala em “ajuste”

A Nos e a Altice Portugal negam que tenham subido os preços das telecomunicações, no dia em que a Anacom revelou um aumento de 3,3% no pacote base de 3P.

A Nos NOS 0,00% e a Altice Portugal negam que tenham subido os preços das telecomunicações e reduzido a qualidade dos serviços, depois do regulador Anacom ter divulgado que as três principais operadoras portuguesas aumentaram as mensalidades nas ofertas triplas (3P) e diminuíram qualidade para “novos subscritores” e “anteriores subscritores no momento em que pretenderem renovar o seu contrato” por, por exemplo, estarem prestes a chegar ao fim da fidelização.

Já a Vodafone Portugal reconhece que foi feito “um ajuste” ao preço de “um pacote específico da oferta triple play” e que “representa pouco mais de 10% das subscrições”.

“Não é verdade que a Nos tenha subido os preços aos seus clientes, nem tão pouco reduzido a qualidade dos seus serviços”, garante a operadora de telecomunicações, criticando o comunicado da Anacom, “que indicia que tal aconteceu”, mas que “não passa de mais uma iniciativa para tentar enganar os portugueses”.

A Nos garante que “nenhum cliente” seu “viu ou verá os seus preços aumentados, em qualquer momento, como consequência do lançamento de novas ofertas” e aponta que “a afirmação do regulador é pura e simplesmente falsa” e acusa a Anacom de ter como “único objetivo” o de “denegrir o setor, recorrendo a uma narrativa conscientemente falsa”.

Em comunicado, o regulador tinha divulgado que, entre outubro e novembro, “os três principais prestadores de comunicações eletrónicas em Portugal (MEO, NOS e Vodafone) aumentaram as mensalidades das suas ofertas base triple play [3P] em 3,3% (mais um euro)”.

A Anacom apontou que, “na sequência deste aumento de preços, que surge ao mesmo tempo e na mesma proporção, e que é muito superior à taxa de inflação, a mensalidade mais baixa das suas ofertas triple play sobe para cerca de 31 euros”, salientando que desde 2018 que “não existem diferenças nas mensalidades deste tipo de ofertas, que incluem Internet fixa, telefone fixo e televisão por subscrição”.

E, “em simultâneo com o aumento de preços, registou-se também uma redução da qualidade deste tipo de ofertas nos três operadores, visto que a velocidade de ‘download’ anunciada baixou de 100 Mbps para 30 Mbps”, refere a Anacom.

“Lamentavelmente, o regulador não se congratulou nem tão pouco divulgou a redução de mais de 10% do preço na oferta de Internet fixa da Nos, oferta a que dá tanta relevância. Tal revela de forma inequívoca o seu enviesamento e processo de intenções”, salienta a empresa.

A operadora de telecomunicações do grupo Sonae considera que “o presidente da Anacom é incapaz de conviver com a verdade e demonstra um absoluto desprezo pelos factos” e que “tal comportamento é indigno do cargo que ocupa e manifesta um profundo desrespeito pela instituição e pelo Estado em geral”.

Referindo não serem “claros os interesses que patrocina”, a Nos prossegue apontando que “não serão certamente os das empresas ou dos consumidores portugueses”.

Para a empresa, “tudo o que o regulador pretende com este tipo de desinformação é criar uma nuvem de fumo para distrair os portugueses das consequências dramáticas que o regulamento do leilão 5G trará para o país”.

Em suma, “sejamos claros: não houve aumento de preços nem redução da qualidade, o que há é um regulamento 5G absolutamente inaceitável e um regulador que, sem argumentos, fabrica uma narrativa integralmente falsa para justificar o absolutamente injustificável”, salienta a Nos.

“Que tal abuso de poder, sem qualquer escrutínio e sem consequências, possa acontecer num estado de direito, deveria ser motivo de reflexão para todos”, remata a operadora.

Também a Altice Portugal nega que tenha havido um aumento de preços. “A afirmação da Anacom sobre o aumento de preços do pacote de telecomunicações nada mais é que uma pura e redonda falsidade”, aponta a empresa num comunicado, garantindo ainda que “de forma alguma se pode aferir que se tenha registado qualquer diminuição da qualidade do serviço na oferta que a empresa tem no mercado”.

A empresa explica também que “as condições referidas pela Anacom não se aplicam a clientes atuais”. A Anacom referia na nota que as condições eram apenas para “novos subscritores” e subscritores que estão a renovar agora os contratos.

“Lamentamos que, uma vez mais, baseado numa falta de evidências, venha o regulador do setor tentar manipular o país com declarações infundadas que apenas pretendem denegrir a imagem desta empresa que investe centenas de milhões de euros por ano no nosso país”, aponta a Altice Portugal, que critica a Anacom por não realizar “qualquer estudo de mercado ou de preços, antes recorrendo a dados completamente estranhos ao setor”.

Vodafone reconhece “ajuste”, mas lamenta atitude do regulador

Numa reação já esta terça-feira, fonte oficial da Vodafone Portugal reconheceu que “foi realizado um ajuste” num “pacote específico”, “em resposta ao movimento no mercado no início de outubro”. Quanto à alegação de que cortou na qualidade do serviço, a Vodafone explica que as velocidades de 100 Mbps oferecidas no pacote em causa “resultavam de uma promoção que terminou no final de outubro”.

“As alterações das ofertas são frequentes em mercados altamente concorrenciais, como é o mercado nacional das comunicações eletrónicas. Tal, contudo, não significa que estas alterações se traduzam automaticamente em aumentos de preço. Ainda no ano passado, um dos pacotes triple play mais relevantes da Vodafone (com box) sofreu uma redução de preço de 35,40 euros para 34,90 euros”, salienta a mesma fonte.

A Vodafone vai mais adiante, lamentando a atitude da Anacom: “É, assim, de lamentar que o regulador tenha optado, mais uma vez, por comparar o incomparável, concentrando-se num único pacote com condições promocionais. O seu único objetivo parece continuar a ser o de enviesar a perceção dos portugueses relativamente aos preços das comunicações em Portugal e alimentar a sua propaganda contra os operadores nacionais”, refere a empresa.

(Notícia atualizada a 17 de novembro, às 14h09, com reação da Vodafone)

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Depois da Vodafone, Nos também avança com providências cautelares para travar 5G

  • ECO
  • 12 Novembro 2020

A Nos vai interpor duas providências cautelares, uma para tentar tirar a licença de 5G da Dense Air e outra para forçar a mudança do regulamento do leilão.

A Nos vai avançar com uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa para forçar a Anacom a tirar a licença de 5G da Dense Air, à semelhança do anunciado pela Vodafone na terça-feira. A empresa vai ainda apresentar em breve uma segunda providência cautelar contra as regras do leilão do 5G definidas pelo regulador.

A notícia foi avançada pelo Expresso e confirmada ao ECO por fonte oficial da empresa liderada por Miguel Almeida. O jornal salienta que, caso alguma destas providências seja aceite pela justiça, o leilão de frequências para a quinta geração de rede de comunicações ficará suspenso até à reformulação do regulamento, ou o Estado poderá invocar “interesse público” para prosseguir com o processo.

Já depois da publicação desta notícia, fonte oficial da Nos detalhou que a providência cautelar tem o objetivo de “garantir que o tribunal delibera sobre o processo da Dense Air antes do início do leilão”: “A Anacom tinha a obrigação de recuperar o espetro, mantido de forma ilegal pela Dense Air, por via da declaração da caducidade ou da revogação da sua licença, algo que não fez. Esperamos agora que o Tribunal decida pela Anacom ou obrigue a Anacom a decidir no sentido de recuperação do espetro da Dense Air, essencial para os operadores explorarem o 5G.”

A mesma fonte acrescentou que, “a par desta ação, a Nos vai interpor junto dos tribunais portugueses uma providência cautelar e uma ação contra as regras do regulamento responsáveis pelo enviesamento das condições de atuação no mercado e ainda contra a desconcertante e inadmissível falta de fundamentação para as medidas discriminatórias previstas no regulamento”.

Também é público que a Vodafone avançou com uma providência cautelar esta semana para anular a licença de exploração da Dense Air na faixa dos 3,6 GHz, uma das mais relevantes para a quinta geração, depois de a Anacom ter decidido manter esta licença antiga na posse da empresa, apesar de a mesma não ter sido usada no prazo de dois anos, como estava previsto quando foi atribuída em 2010 para outro tipo de serviços.

Meo, Nos e Vodafone têm-se insurgido contra as regras previstas no regulamento do leilão do 5G, que foram conhecidas na passada quinta-feira. As operadoras são contra a reconfiguração do espetro da Dense Air e contra as condições especiais para “novos entrantes” no mercado. A Sonae juntou-se às críticas esta quinta-feira, com a presidente executiva, Cláudia Azevedo, a considerar que o regulamento é um “enorme retrocesso” para a competitividade do setor.

(Notícia atualizada a 13 de novembro, às 10h57, com declarações da Nos)

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Nos afunda 5,8%. Lisboa cai 1,5% após cinco sessões a ganhar

Ações da telecom liderada por Miguel Almeida tiveram o pior dia desde julho, levando a bolsa nacional a interromper um ciclo de cinco sessões de ganhos.

A bolsa portuguesa interrompeu um ciclo de cinco sessões de ganhos, num dia em que a Nos afundou mais de 5% depois de a Anacom ter avançado com o regulamento para o leilão de 5G em Portugal e com o qual a operadora discorda e vai contestar em tribunal.

As ações da Nos caíram 5,81% para 2,916 euros, naquele que foi o pior desempenho da telecom liderada por Miguel Almeida desde 1 de julho.

Quanto ao PSI-20, o principal índice português caiu esta sexta-feira 1,57% para 4.040,86, depois de cinco sessões em alta. Apenas quatro cotadas encerraram acima da linha de água, com a Corticeira Amorim a liderar os ganhos (subiu 2,56%), um dia depois de ter apresentado lucros de 49 milhões nos primeiros nove meses do ano.

Nos afunda

Entre os pesos pesados, a EDP Renováveis caiu 2,55% para 16,82 euros, enquanto a casa-mãe EDP perdeu 1,60%. BCP e Galp recuaram 1,81% e 1,70%, respetivamente.

Lisboa acompanhou as perdas que se registaram um pouco por toda a Europa e que também se observava do outro lado do Atlântico. O Stoxx 600 caiu 0,2%. O Ibex-35 de Madrid e o CAC-40 de Paris perderam 0,5% e 0,6%, enquanto o DAX-30 de Frankfurt desvalorizou 0,57%.

A penalizar os índices europeus esteve o aumento do número de casos de Covid-19 na Europa, o que tem motivado muitos países a avançarem com medidas de restrição e confinamento (com impacto na economia e nos resultados das empresas) para travar a segunda vaga. Isto enquanto os investidores aguardam por novidades em relação às eleições presidenciais nos EUA. Joe Biden está mais perto da Casa Branca.

(Notícia atualizada às 16h55)

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Nos avança para tribunal para “travar” regulamento “ilegal” do 5G

A operadora Nos considera que o regulamento anunciado pela Anacom é "ilegal" e acusa o Estado de "prestar um mau serviço ao país". Recorrerá à Justiça e a Bruxelas para tentar "travar" o leilão.

A operadora Nos não se conforma com o regulamento final do leilão do 5G. Mesmo com as alterações introduzidas pela Anacom face à proposta inicial, a empresa liderada por Miguel Almeida considera que o documento “promove a discriminação inédita e ilegal à luz do direito nacional e europeu”.

Assim, naquela que é a primeira reação oficial às regras anunciadas esta quinta-feira pelo regulador, a Nos garante agora que “recorrerá a todos os meios para travar a aplicação do regulamento” — e, consequentemente, do leilão de frequências —, nomeadamente por via judicial e recorrendo também à Comissão Europeia.

“Da parte do Governo português, em especial do Ministério das Infraestruturas, esta posição é incompreensível e deve ser objeto de escrutínio político”, avisa também a Nos, que sublinha que a Anacom “não é um Estado dentro do Estado e não devia atuar acima da lei”. “O Estado português acabou de prestar um mau serviço ao país”, destaca, em comunicado.

Alterações ao projeto de regulamento são “malabarismos para ludibriar” o setor

Detalhando, a operadora refere que “nunca se viu, em nenhuma atribuição de espetro em Portugal ou na Europa, novos entrantes com tamanhos benefícios”. “A discriminação engloba o direito à reserva de espetro, sem que haja a exigência de contrapartidas sérias, nomeadamente de investimento em rede ou cobertura da população. A par disso, um novo entrante pode aceder indiscriminadamente à rede dos atuais operadores, que há mais de 20 anos investem em Portugal”, justifica a operadora.

Como “consequência”, afirma a Nos, “além de prejudicar direta e gratuitamente os operadores atuais, o Estado assume publicamente que prescinde de investimento dessas novas empresas de telecomunicações, abdicando, sem qualquer justificação, do seu contributo para o desenvolvimento do país e para a coesão territorial”.

Face ao descontrolo, falta de fundamento e falta de respeito pelos interesses subjacentes a este regulamento, o Governo devia ter atuado e chamado a si o controlo do processo”, considera a Nos. Referindo-se à liderança da Anacom, que é presidida por João Cadete de Matos, a operadora considera que “esta administração demonstrou não estar ao nível das funções que desempenha e da sua responsabilidade para com o setor, com os consumidores e com os cidadãos portugueses”.

“A atuação da Anacom é inqualificável e não sabemos a que interesses obedece, mas certamente não são os interesses do setor ou do país”, acrescenta a empresa, para quem as alterações ao regulamento “não passam de malabarismos para ludibriar todos os que manifestaram preocupação com este regulamento”.

O ECO contactou o ministério tutelado por Pedro Nuno Santos para obter uma reação a estas declarações, e também a Anacom. Encontra-se a aguardar resposta. Já antes de conhecida a posição da Nos, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas disse ao ECO que “o Governo vai agora analisar o regulamento”.

A Anacom apresentou esta quinta-feira o regulamento final do leilão do 5G, tendo introduzido diversas alterações face à proposta de fevereiro, para ter em conta o impacto da pandemia e algumas das exigências do setor.

Entre as novidades está a imposição de obrigações de cobertura para novos entrantes, que poderão ter acesso à rede das demais operadoras por dez anos, mas não beneficiando do desconto de 25% que estava previsto, mantendo, contudo, a reserva de espetro. Os preços de reserva do leilão mantiveram-se inalterados.

As ações da Nos estão a valorizar na bolsa de Lisboa. Ganham 1,61%, para 3,15 euros, num dia de alta generalizada nos mercados de capitais em todo o mundo.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h56)

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Regras do 5G são conhecidas hoje. O que pode mudar no regulamento?

Anacom vai apresentar esta quinta-feira o regulamento final do 5G. Só se conhece a versão preliminar, de fevereiro. Setor estará atento: sem mudanças face ao proposto, operadoras partem para tribunal.

Esta quinta-feira, pelas 10h30, o setor das telecomunicações português conhecerá finalmente o documento mais aguardado dos últimos meses: o regulamento final com as regras para o leilão do 5G. A Anacom tem uma conferência de imprensa marcada em Lisboa para essa hora, esperando-se que ponha fim à incógnita sobre as regras que definirão a atribuição de frequências às empresas interessadas em explorar a tecnologia no país.

As expectativas são altas. Apesar de uma versão preliminar do regulamento ter sido sujeito a consulta pública este ano, que a Anacom diz ter sido bastante “participada”, o projeto de regulamento data de fevereiro, uma altura em que ninguém antecipava a crise sanitária e económica que se viria a instalar em março em todo o mundo, incluindo em Portugal, por causa da pandemia da Covid-19.

Subitamente, o tabuleiro de jogo mudou, suscitando grande ansiedade nas operadoras de telecomunicações. Já reticentes perante os investimentos avultados que teriam de fazer na quinta geração, as novas prioridades decretadas pela pandemia passaram a exigir mais cautela e contenção nas despesas. Por isso, nas últimas semanas, Meo, Nos e Vodafone subiram o tom das críticas ao regulador, apelando a alterações de fundo nas regras do leilão.

Coloca-se, por isso, a questão: quão diferente da versão preliminar será o regulamento final do leilão do 5G aprovado pela Anacom, e que será conhecido esta quinta-feira? Outra pergunta: terá o regulador cedido aos apelos do setor — que, no que à adaptação à pandemia diz respeito, mereceram também a concordância do próprio Governo?

As “ajudas” aos novos entrantes

O projeto de regulamento do leilão do 5G, apresentado em fevereiro, “contempla uma reserva de espetro para novos entrantes”.

E quem são estes novos entrantes? O conceito aplica-se a qualquer entidade que não detenha outros direitos de utilização de frequências para serviços de telecomunicações. Resumindo, qualquer outra empresa ou operadora estrangeira que possa aproveitar este procedimento para se lançar no mercado português.

Mas não foi apenas a reserva de espetro que a Anacom contemplou nas regras preliminares do leilão. No projeto apresentado há quase nove meses, o regulador pretende também incentivar o surgimento de um quarto operador no mercado, mediante a atribuição de “um desconto de 25% sobre o preço do espetro que adquirirem nas faixas” reservadas.

Ao verem estas condições mais benéficas para empresas externas ao setor, as três principais operadoras portuguesas irromperam em críticas à Anacom. Tanto a Meo como a Nos e a Vodafone têm-se mostrado fortemente contra o que consideram ser condições “injustas”, porque beneficiam empresas externas com reserva de espetro e um desconto, mas não impõem obrigações de cobertura apertadas, como aquelas a que estarão sujeitas qualquer operadora já estabelecida em Portugal que adquira frequências no leilão.

Uma operadora, além das críticas, partiu para a ação. O presidente executivo da Nos, Miguel Almeida, disse no Parlamento que, com estas condições mais benéficas para novos entrantes, a Anacom está efetivamente “a oferecer um auxílio de Estado de 800 milhões de euros” a um eventual quarto operador, que pode nem ser uma empresa do setor (a Nos admite que um hedge fund possa aproveitar a operação para gerar mais-valias de curto prazo, em prejuízo do setor como um todo). Por isso, apresentou uma queixa à Comissão Europeia, que está a ser analisada.

Os preços de reserva

À luz da informação atualmente disponível, não são de esperar alterações significativas nas faixas de frequências e números de lotes a concurso. O que pode haver é mudanças nos preços de reserva, nomeadamente uma redução, para ter em conta o impacto da pandemia na economia do país.

Pelo menos é isso que empresas, como a Altice Portugal, apelaram mal foram conhecidas as regras preliminares do leilão, um pedido que reforçaram nas últimas semanas.

Mediante os termos do projeto de regulamento, a operação renderá pelo menos 238 milhões de euros ao Estado. E, já nessa altura, a diferença de expectativas era elevada, na ordem dos 50 milhões de euros, como noticiou o ECO com base numa carta dos líderes da Meo, Nos e Vodafone enviada ao primeiro-ministro, António Costa.

Esse fosso será agora maior por causa do impacto da Covid-19 e os preços poderão ser determinantes na estratégia que cada operadora vai seguir. Para já, está definido que o leilão não será “cash cow” do Estado, como temia em 2018 o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca. Pelo menos, não diretamente. Toda a receita angariada será afeta a um novo Fundo para a Transição Digital, que investirá na digitalização da economia portuguesa.

O roaming nacional

É outro ponto sensível e que já provou discórdia até dentro do próprio Governo. O presidente da Anacom, João Cadete de Matos, é um fervoroso adepto do roaming nacional.

A avançar, como está previsto no projeto de regulamento, significará que um cliente não ficará “preso” à cobertura da operadora que contratou. Assim, à medida que se vai deslocando no território, um smartphone ou outro aparelho pode ir-se ligando à rede da operadora que tiver melhor cobertura na região em que se está.

Para a Anacom, esta é uma forma de assegurar a máxima cobertura de 5G no país, chegando a mais zonas. O regulador argumenta ainda que um cliente estrangeiro que se desloque a Portugal já pode ligar-se a qualquer rede, independentemente da operadora, beneficiando de melhor cobertura do que um cliente nacional.

Mas, para o setor, é uma forma de canibalizar investimento e até uma falácia: numa primeira fase, o 5G funcionará por cima da atual rede 4G — ou seja, uma zona sem cobertura, que não tenha 4G, não passará a ter cobertura só porque há roaming nacional. As operadoras temem que este seja um fator de desleixo no investimento dos concorrentes: “Nenhuma empresa vai investir se, ao o fazer, em vez de melhorar a qualidade de serviço aos seus clientes, está a melhorar o serviço aos seus concorrentes”, argumentou recentemente o presidente executivo da Nos.

Sabe-se que, para além da Anacom, também o ministro da tutela, Pedro Nuno Santos é a favor do roaming nacional. O mesmo foi transmitido há semanas pelo novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes. Já o anterior secretário de Estado, Alberto Souto de Miranda, era fortemente contra.

É improvável que o regulamento do leilão do 5G conhecido esta quinta-feira dê baixa da exigência de roaming nacional para as empresas do setor, que terão, assim, de partilhar rede 5G e infraestruturas. Eventualmente, também manterá as obrigações de acesso à rede para os chamados operadores móveis virtuais — empresas que, não tendo espetro, poderão fornecer serviços de 5G em cima das redes das operadoras que compraram direitos de utilização de frequência neste leilão.

De qualquer forma, Nos e Vodafone estão já a partilhar infraestruturas. Em outubro, as duas operadoras fecharam acordos nesse sentido, abrangendo todo o país e as tecnologias 2G, 3G e 4G. No 5G, afirmaram que dependerá do resultado do leilão.

As licenças da Dense Air

A Dense Air é uma empresa do grupo japonês Soft Bank que, apesar de ainda não ter começado o leilão, já é detentora de licenças de 5G.

Para entender como, é necessário recuar no tempo. Estas licenças na faixa dos 3,6 GHz remontam a 2010, altura em que foram atribuídas a uma empresa chamada Bravesensor por um prazo de 15 anos. Nessa altura, não se sabia que, mais tarde, valeriam “ouro” por poderem ser usadas para o fornecimento de serviços de 5G (a definição do padrão só foi estabelecida pela Comissão Europeia em 2018).

Ora, essa empresa mudou entretanto de nome para Zappwimax e, em dezembro de 2016, a Anacom autorizou que as referidas licenças fossem transferidas para uma outra empresa, chamada Broadband Portugal. Como recorda o Público, em março de 2018, a Broadband foi vendida à Airspan Spectrum Holdings, do grupo SoftBank, passando a chamar-se Dense Air.

As licenças que acabaram na posse da Dense Air previam que fossem prestados serviços no prazo de dois anos após a atribuição, o que não aconteceu. Ora, a Anacom decidiu, no entanto, reconfigurar o espetro da Dense Air, não expropriando as referidas licenças quando começou a alinhavar o 5G. A decisão cai bastante mal junto do setor.

O projeto de regulamento do leilão do 5G prevê que as frequências que se mantiveram na posse da Dense Air sejam incluídas no leilão, mas com restrições, sendo disponibilizadas apenas a partir de 5 de agosto de 2025, quando expirarem as licenças da Dense Air. Assim, se esta empresa quiser ir a jogo, terá de as renovar no leilão. A Dense Air tem mostrado intenção de vir a ser um operador grossista no mercado do 5G, prestando serviços às operadoras de retalho.

Mas Meo, Nos e Vodafone não se deixam convencer. Concretamente, a Nos tem em curso dois processos em tribunal, um para reverter a decisão da Anacom sobre a reconfiguração do espetro e outra, mais recente, em que exige à Anacom uma indemnização de 42 milhões de euros pelo mesmo motivo, noticiou o Público em outubro.

E se nada mudar?

O pior cenário, na ótica das operadoras, é um em que o regulamento final tenha poucas ou nenhumas alterações face à versão preliminar divulgada em fevereiro. Nesse caso, Meo, Nos e Vodafone já ameaçaram avançar para tribunal contra a Anacom, ou até mesmo de boicotarem o leilão por completo.

É pouco provável que o regulamento que será conhecido esta manhã seja tal e qual como o que foi divulgado no início do ano. Até porque o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, neste mês de outubro, avisou, num evento promovido pelo próprio regulador, que o regulamento final deve “ter em conta” o impacto da Covid-19 no país.

Porém, se a Anacom entender que as regras que foram a consulta pública são as corretas e promovem a concorrência no mercado, tal pode inaugurar uma nova página no processo, com a forte litigância a atrasar mais uma vez o lançamento do 5G em Portugal — pela avaliação inicial do Governo e da Comissão Europeia, feitas antes da pandemia, era suposto as primeiras ofertas comerciais arrancarem até ao fim deste ano, algo que já só acontecerá, provavelmente, no primeiro semestre de 2021.

Concretamente, a Vodafone Portugal ameaça que, se as regras não forem satisfatórias, desistirá de instalar no país um novo centro de investigação e desenvolvimento na área do 5G, com capacidade para criar 400 postos de trabalho qualificados.

Mário Vaz, presidente executivo da operadora, considerou mesmo que a intenção inicial da Anacom “hipoteca o futuro do país”, e citou um estudo da consultora Roland Berger, feito a pedido de um cliente não identificado, em que se conclui que regras “injustas” no leilão do 5G poderão arrasar com 2.000 empregos no setor das telecomunicações português.

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Lucros da Nos caem 42,7% até setembro, mas negócio recupera no trimestre

A operadora Nos viu os lucros caírem 42,7% nos nove meses até setembro, para 79,1 milhões de euros. Desempenho no terceiro trimestre "sinaliza recuperação".

A operadora Nos lucrou 79,1 milhões de euros entre janeiro e setembro. É uma queda de 42,7% face aos mesmos nove meses de 2019, informou a empresa numa nota enviada à CMVM. O grupo destaca a recuperação do negócio no terceiro trimestre, com um impacto “significativamente menor” da pandemia, em que os lucros caíram 7,9% face ao trimestre homólogo, para 44,1 milhões de euros, melhor do que as estimativas dos analistas.

“O terceiro trimestre deste ano marca o início da recuperação da Nos após um período intensamente marcado pela pandemia. Essa recuperação fez-se sentir num nível intenso de captação de mais clientes e serviços, bem como numa melhoria relativa das receitas, ainda em quebra de 1,4%, mas longe da quebra de 7,8% verificada no trimestre anterior”, justifica o presidente executivo da empresa, Miguel Almeida, num comunicado de imprensa.

Entre janeiro e setembro, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) consolidado da Nos fixou-se em 471,2 milhões de euros, um recuo homólogo de 6,5%. As receitas consolidadas totalizaram 1.013,6 milhões de euros, uma queda de 7,2%, com enfoque para a quebra de 3,8% nas receitas de telecomunicações da Nos.

Concretamente, as receitas de consumo caíram 3,8%, para 995,5 milhões de euros, enquanto as receitas empresariais recuaram 1,2%, para 728,7 milhões de euros. As receitas do mercado grossista caíram 1,3%, para 56,5 milhões.

“Crescemos em todos os serviços, com o regresso a um nível mais normalizado de atividade comercial após o confinamento”, destaca a operadora. Foram 125 mil adições líquidas de unidades geradoras de receita (RGUs) no terceiro trimestre, “o que compara com os 76 mil no terceiro trimestre de 2019 e com 53 mil no trimestre anterior”, aponta a empresa.

“As adições líquidas foram positivas em todos os segmentos, com as adições líquidas de TV por subscrição a cifrarem-se em 9,6 mil, adições líquidas totais de 102 mil serviços móveis e 11,7 mil adições líquidas de banda larga fixa”, lê-se no relatório.

A Nos tem agora 4,796 milhões de casas passadas, das quais 37,8% em tecnologia fibra. Conta com quase 9,9 milhões de RGUs, dos quais perto de 1,7 em TV por subscrição (+1,5%) e 4,97 milhões em subscrições móveis (+3,4%). Tem ainda 967,6 mil clientes convergentes e integrados (+5,8%).

Já o segmento de business to business (B2B) da Nos “está a registar um desempenho operacional saudável”, mas não é “imune” ao impacto da pandemia nos negócios dos clientes. “As fontes de pressão sobre as receitas no B2B têm sido o decréscimo material das receitas de roaming, para além da extensão de formas de pagamento mais flexíveis, seja sob a forma de prazos de pagamento mais alargados ou de descontos temporários”.

Covid-19 continua a pressionar cinema

Apesar da melhoria do negócio da Nos no terceiro trimestre, tal não e verificou no segmento de media e entretenimento.

“Embora os nossos cinemas tenham reaberto no dia 2 de julho, após o confinamento, sob estritas medidas sanitárias e de segurança, o número de espetadores não recuperou de forma significativa, devido ao adiamento sucessivo e indefinido do lançamento de êxitos de bilheteira por parte dos grandes estúdios internacionais”, confessa a empresa.

O número de bilhetes vendidos entre janeiro e setembro fixou-se em cerca de dois milhões, uma queda de 70,8% face ao mesmo período de 2019. No total, o mercado afundou 71,6% em bilhetes vendidos, segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual, citados pela Nos. As receitas por espetador continuam estáveis em 5,3 euros.

Despesas operacionais recuam

No plano das despesas, os custos operacionais da Nos, excluindo amortizações, recuaram 7,7%, para 542,4 milhões de euros.

O investimento, sob a forma de capex (capital expenditure), caiu 1,9% no período de nove meses, para 269,6 milhões de euros, tendo recuperado 6% na análise do último trimestre, período em que a Nos investiu 92,2 milhões de euros.

No final de setembro, a Nos registava uma dívida líquida de 1.347,9 milhões de euros, um aumento de 1,4% face ao período homólogo.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

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Anacom apresenta regulamento do leilão do 5G na quinta-feira

A Anacom convocou para quinta-feira uma conferência de imprensa onde apresentará o regulamento do leilão do 5G. Passo é decisivo para o lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal.

A Anacom convocou para quinta-feira, 5 de novembro, uma conferência de imprensa “para apresentação do regulamento do leilão do 5G”. O evento decorrerá às 10h30.

Este é o passo que falta para dar início ao processo de lançamento das redes móveis de quinta geração em Portugal, havendo grande expectativa entre as empresas do setor sobre as regras definitivas que foram aprovadas pelo regulador. Atualmente, são apenas conhecidas as regras de um projeto de regulamento apresentado no início do ano, antes da pandemia da Covid-19.

A convocatória para a conferência de imprensa surge três dias depois do fim do prazo previsto pela própria Anacom para o arranque do leilão. Os últimos dois meses constavam no calendário do próprio regulador, já revisto depois da suspensão decretada pela pandemia, nomeadamente com a aprovação do regulamento em setembro e lançamento do leilão em outubro. Tal não se verificou.

Meo, Nos e Vodafone prestarão a máxima atenção a este regulamento, que ditará os preços das frequências a concurso, as obrigações de cobertura e muitas outras variáveis com grande peso na hora de investir. As regras determinarão ainda as condições a que estarão sujeitos os chamados “novos entrantes”, isto é, uma nova operadora que aproveite o leilão para se lançar no mercado português.

Se avançarem os termos do projeto de regulamento que é conhecido, as licenças poderão custar pelo menos 238 milhões de euros às operadoras. Mas as três grandes empresas do setor em Portugal tem pressionado o regulador em busca de alterações de fundo às regras finais, de forma a refletirem o impacto e a incerteza da pandemia.

O Governo parece concordar. A 19 de outubro, o novo secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, Hugo Santos Mendes, disse num evento da Anacom que o leilão do 5G deve “ter em conta” o impacto da crise.

Fasquia está alta

Se tudo isto não é suficiente para mostrar que a fasquia está bem alta, vale a pena recordar que duas operadoras já ameaçara boicotar o leilão do 5G se as regras não forem diferentes, nomeadamente no que toca à reserva de espetro para “novos entrantes” com desconto e alegadamente sem obrigações de cobertura.

A Vodafone teceu a ameaça mais concreta, garantindo que um leilão injusto levará o grupo a desistir de instalar em Portugal um centro pan-europeu de investigação e desenvolvimento na área do 5G, que poderá criar até 400 empregos qualificados.

Um estudo da consultora Roland Berger, que tem sido citado pelo presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, e também pela Meo, feito a pedido de um cliente não identificado, concluiu meso que o projeto de regulamento do leilão do 5G, como foi desenhado, poderia levar à destruição de 2.000 empregos no setor.

Também a Nos insurgiu-se recentemente contra as regras preliminares e fez uma queixa à Comissão Europeia, considerando que estão a ser dadas ajudas de Estado milionárias a “novos entrantes”. O grupo tem ainda em curso processos em tribunal contra a decisão da Anacom de reconfigurar o espetro da Dense Air, uma empresa que acabou por ficar com licenças de 5G antigas que nunca foram usadas. A Anacom está a condenar o setor “à idade das trevas”, disse mesmo o líder da Nos, Miguel Almeida, numa recente audição no Parlamento.

Mas as críticas mais recentes têm partido da Altice Portugal (dona da Meo). Alexandre Fonseca não tem perdido uma ocasião para criticar o presidente do regulador, João Cadete de Matos, e voltou a fazê-lo esta segunda-feira: personificando o ataque, o gestor considerou que “o 5G é já um falhanço enorme, um flop” e um “logro”.

Contas feitas, se as regras não satisfazerem o setor, o mais provável é que se assista a uma onda de litigância com risco acrescido de novos atrasos, num processo que deveria ter sido concluído até ao fim deste ano.

No entanto, e apesar das críticas ao atraso da Anacom, o presidente executivo da Altice Portugal mudou o discurso em meados deste ano. Para Alexandre Fonseca, a pandemia mostrou que o 4G dá resposta às necessidades, e talvez o 5G não seja uma prioridade assim tão urgente.

Ainda assim, apesar de tudo isto, é também possível que um dos principais fatores de pressão tenha partido de uma empresa que não deverá estar minimamente interessada no leilão do 5G português: a gigante Apple lançou no mês passado os primeiros iPhones capazes de se ligarem a redes de quinta geração.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h14)

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Ubiwhere “é idónea” no leilão do 5G. Recusa suspeitas da Meo

A Ubiwhere recusa que esteja "em posição" de violar o contrato com a Anacom para desenvolver a plataforma do leilão do 5G. Acusa a Meo de "utilizar o nome da empresa para atacar o processo de leilão".

A Ubiwhere “rejeita que esteja em posição de violar o contrato celebrado com a Anacom” para desenvolver a plataforma eletrónica onde decorrerá o leilão do 5G. Numa reação à queixa enviada pela Altice Portugal ao Governo e ao regulador, em que a operadora suspeita da “isenção” da empresa sedeada em Aveiro, a tecnológica recorda que tem “parcerias” com várias empresas de telecomunicações, incluindo com a própria dona da Meo.

“No seguimento de notícias vindas a público que questionam a credibilidade da empresa portuguesa Ubiwhere no âmbito do concurso público para a implementação da plataforma do leilão do 5G, a empresa sediada em Aveiro esclarece que tem parcerias com diversas operadoras de telecomunicações portuguesas, nomeadamente com a Altice Labs (empresa de inovação do Grupo Altice), Vodafone e Nos, cujo enquadramento e objetivos são do conhecimento público”, indica a Ubiwhere numa nota enviada à imprensa.

Na passada semana, o ECO noticiou em primeira mão a queixa da Altice Portugal enviada ao Governo, concretamente aos ministros Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação) e Pedro Siza Vieira (Economia e Transição Digital), levantando várias suspeitas sobre a Ubiwhere por alegadas ligações desta tecnológica à Vodafone. Na carta a que o ECO teve acesso, a empresa mostra mesmo “sérias preocupações” sobre a “potencial falta de isenção e equidistância” da Ubiwhere “face a todos os operadores que se assumem como interessados na atribuição das frequências”.

Perante estas alegações da Altice Portugal, a Ubiwhere recorda que “está a trabalhar em conjunto com a Altice Labs” em vários projetos, em linha com o que fez com outros projetos no passado, uma informação também noticiada pelo ECO. A empresa confirma ainda que faz parte de um consórcio com a Vodafone e acrescenta ainda que, em conjunto com a Nos e com a Altice Labs, é promotora do projeto Mobilizador City Catalyst “que está neste momento a arrancar”.

A empresa de Aveiro indica ainda que é “detentora de um contrato de telecomunicações com as três operadoras por questões de redundância e/ou disponibilidade do serviço nos escritórios que atualmente dispõe” e assegura que “não tem atualmente qualquer relação comercial como fornecedor das várias operadoras em Portugal”.

Violação do contrato? “Problemática” levantada não tem “fundamento”

Antes da notícia da queixa da Altice Portugal, o Jornal Económico e o jornal i tinham noticiado que a Ubiwhere poderá estar em violação do contrato assinado com a Anacom. O contrato tem o valor de 119,8 mil euros e foi adjudicado à Ubiwhere por concurso público, em que participaram três outras empresas: a alemã Specure, o pólo português da OMIP e a Ano – Sistemas de Informática e Serviços.

O documento, publicado no portal Base dos contratos públicos, inclui uma cláusula de “prevenção de conflitos de interesses”. Com a assinatura do mesmo, a Ubiwhere assume “sob compromisso de honra” que “não mantém, não manterá, direta ou indiretamente, qualquer vínculo ou relação contratual, remunerada ou não, com empresas, grupos de empresas ou outras entidades destinatárias da atividade reguladora da Anacom que possam originar conflitos de interesses na prestação dos serviços abrangidos pelo presente contrato, durante a vigência do mesmo”.

A Ubiwhere assegura ainda, através da assinatura do contrato, que “não detém qualquer participação social ou interesses” nas empresas do setor durante a vigência do mesmo, entre outras garantias gerais comuns neste tipo de procedimentos.

Face a isto, num comunicado de imprensa, a Ubiwhere assegura que “trabalha todos os dias para manter um comportamento inatacável a todos os níveis e para honrar escrupulosamente os contratos e obrigações por si assumidas, sendo estes os requisitos que continuará a cumprir na íntegra, inexistindo qualquer fundamento para a problemática que está agora a ser levantada”.

A empresa, liderada por Rui Arnaldo Costa e Nuno Ribeiro, indica igualmente que “assume uma posição equidistante de todas as empresas de telecomunicações que operam no mercado português, pelo que não se compreende, nem é aceitável, que se coloque em causa a idoneidade da empresa”.

“A Ubiwhere rejeita que esteja em posição de violar o contrato celebrado com a Anacom para a disponibilização e operacionalização de uma plataforma eletrónica de leilão, de suporte ao procedimento de atribuição de direitos de utilização de frequências, insinuando uma conflitualidade de interesses que não existe e que nunca existiu, procurando utilizar o nome da empresa para atacar o processo de leilão atualmente em curso”.

Na sexta-feira, o Jornal Económico noticiou que a Anacom está a “avaliar a situação”, depois de a Altice Portugal ter suscitado dúvidas e exigido explicações ao regulador presidido por João Cadete de Matos.

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Nos e Vodafone vão partilhar rede móvel em todo o país

Operadoras fecharam acordos com vista à partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel, abrangendo as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. 5G dependerá do resultado do leilão.

As operadoras Nos NOS 0,00% e Vodafone fecharam acordos para a partilha de infraestruturas e equipamentos de rede móvel em todo o território português.

“Foram hoje celebrados um conjunto de acordos com vista à partilha de infraestruturas de rede móvel de suporte (infraestrutura passiva como torres e mastros) e rede móvel ativa (equipamentos ativos de rádio como antenas, amplificadores e demais equipamentos)”, anunciou a Nos em comunicado enviado ao mercado.

A operadora liderada por Miguel Almeida adianta que os acordos terão “abrangência nacional, existindo diferenças de aplicação consoante se trate de zonas de maior ou menor densidade populacional”. “Nas primeiras zonas, tipicamente maiores aglomerados urbanos, as partes irão explorar sinergias acrescidas na partilha de infraestrutura de suporte e nas segundas zonas, tipicamente zonas rurais e no interior do país, as partes farão, para além da utilização comum de infraestruturas de suporte a partilha da sua rede móvel ativa”, refere a Nos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Os acordos incidem sobre ativos atualmente detidos ou que venham a ser detidos no futuro pela Nos e Vodafone e sobre as tecnologias já existentes 2G, 3G e 4G. “A acomodação do 5G nos referidos acordos estará dependente da decisão autónoma de cada operador de implementar ou não esta tecnologia“, assinala a Nos.

A partilha da rede não terá impacto na concorrência entre as duas operadoras, assegura a Nos, com as duas partes a manterem “liberdade estratégica e comercial e capacidade de diferenciação na definição e prestação de serviços aos seus respetivos clientes”.

“Cada parte poderá decidir fazer evoluir a sua rede de comunicações móveis com total liberdade e autonomia”, destaca ainda a Nos no mesmo comunicado.

Numa nota enviada aos jornalistas, Miguel Almeida diz que se trata de uma parceira estratégica pioneira no país que permitirá à “Nos expandir e reforçar a sua rede móvel em todas as tecnologias”.

“Abre caminho para o desenvolvimento da sociedade digital (…) e permitirá reduzir a nossa pegada ecológica, ao mesmo tempo que incrementa a coesão territorial e a inclusão digital”, indica o CEO da Nos.

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