Meo, Nos e Vodafone preparadas para “horas de pico”, mas apelam à “utilização responsável” da internet

Num comunicado conjunto, as três principais telecoms portuguesas apela a uma "utilização responsável" da internet, mas dizem estar preparadas para "suportar as horas de pico".

As três principais operadoras de telecomunicações portuguesas — Meo, Nos e Vodafone — apresentaram ao Governo um plano para mitigar os impactos da pandemia do coronavírus. Num comunicado conjunto, apelam também à “utilização responsável da internet” para garantir o bom funcionamento das redes, ainda que garantam que estas “já estão dimensionadas para suportar as horas de pico” de tráfego.

“Os operadores têm vindo a reforçar a capacidade das suas redes, de modo a orientar essa capacidade para a geografia onde os utilizadores passam a estar, mais nas suas residências e menos nos centros de escritórios e empresariais”, salientam estas empresas. “As operadoras têm ainda tomado várias medidas no sentido de garantir que as suas equipas estão disponíveis, remotamente sempre que possível, e fisicamente quando estritamente essencial e viável, para assegurar a continuidade das operações”, referem.

Portugal está em estado de emergência e a generalidade da população é recomendada a permanecer em casa. Com milhões de portugueses a trabalharem remotamente, as empresas de telecomunicações “têm uma especial responsabilidade em garantir, na medida do possível, as condições de bom funcionamento dos serviços de comunicações, em particular a clientes e entidades críticas, bem como a proteção das operações em infraestruturas cruciais”, reconhecem as telecoms nacionais.

Além destas medidas e orientações, Meo, Nos e Vodafone comprometem-se a “assegurar que as funções críticas do Estado mantêm total conectividade”. Com efeito, garantem o reforço da rede “onde ele seja mais necessário”, mantendo para isso um “diálogo próximo com o Governo”.

Mas o plano apresentado pelas operadoras não se foca somente na integridade e na manutenção das redes de comunicações no país. As empresas instam o Governo à adoção de medidas que promovam a “contenção da expansão” do novo coronavírus. E avançam com um conjunto de seis propostas que vão da “suspensão de toda a atividade comercial presencial” à “promoção de uma maior racionalização da rede de lojas sujeitas à obrigatoriedade de abertura”, entre outras.

Na nota conjunta, estas empresas avançam ainda que “adotaram desde a primeira hora” práticas de “incentivo ao teletrabalho nas empresas”. Recordam que está em vigor uma oferta de 10 GB de tráfego de dados móveis a todos os clientes, particulares ou empresariais, que pode ser pedida até ao fim do mês e que se mantém em vigor por 30 dias contínuos.

No sexto e último eixo do plano remetido ao Executivo, Meo, Nos e Vodafone comprometem-se a “apoiar a comunidade”, assegurando “a manutenção de níveis de conectividade à comunidade”. “Os operadores têm também, através dos canais digitais de contacto, como o SMS e o email, informado e sensibilizando os clientes para que privilegiem a utilização dos canais digitais em detrimento dos canais presenciais”, apontam.

As telecoms concluem, indicando que, “dependendo da evolução” da pandemia do novo coronavírus, “estão ainda a articular medidas de reforço que possam contribuir para que o isolamento social permita, numa fase posterior, o mais rápido regresso à normalidade”.

Com Europa em teletrabalho, Netflix reduz qualidade

Milhões de cidadãos estão em modo teletrabalho na União Europeia, isolados nas respetivas casas, pelo que as redes de comunicações registam mais tráfego do que o habitual. A Comissão Europeia está atenta a esta questão, na pessoa de Thierry Breton, o comissário europeu para o mercado único.

Esta quinta-feira, Breton escreveu no Twitter que esteve à conversa por telefone com o líder da Netflix, Reed Hastings, sensibilizando-o para esta problemática. Considerando que as infraestruturas de telecomunicações “podem estar no limite”, o comissário recomendou todos os cidadãos a reduzirem a qualidade dos streamings de filmes e séries para o nível inferior, de forma a poupar largura de banda.

Ao final desta quinta-feira, a maior plataforma de streaming de conteúdos do mundo deu o braço a torcer, anunciando que vai baixar a qualidade do serviço na Europa por um período de 30 dias, de acordo com a BBC.

“Na sequência das conversações entre o comissário Thierry Breton e Reed Hastings, e tendo em conta os desafios extraordinários levantados pelo coronavírus, a Netflix decidiu começar a reduzir os bitrates em todos os streamings na Europa por 30 dias”, informou fonte oficial da empresa norte-americana.

Em linhas gerais, num streaming na internet, o bitrate influencia quão nítidos e fluidos são os vídeos. Ora, depois destas informações, também a Google adotou uma decisão semelhante para o serviço de vídeos YouTube.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h34)

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Meo lidera pacotes e Nos as receitas. Mas Vodafone foi a única que cresceu

  • Lusa
  • 17 Março 2020

Em 2019, a Meo foi líder em subscritores de pacotes de comunicações, enquanto a Nos venceu nas receitas. Contudo, a Vodafone foi a única das três que aumentou a base de subscritores face a 2018.

As receitas de serviços de comunicações eletrónicas em pacote subiram 4,9% no ano passado, face a 2018, para 1,66 mil milhões de euros, divulgou a Anacom. O número de subscritores das ofertas de serviços de telecomunicações em pacotes subiu 4,8% em 2019, para “cerca de 4,1 milhões, mais 186 mil utilizadores do que ano anterior”.

“Esta evolução deve-se, sobretudo, ao aumento do número de utilizadores com pacotes 4P [oferta de quatro serviços] e 5P [cinco serviços]”, adianta o regulador em comunicado, salientando que, “apesar deste aumento, o crescimento do número de subscritores de pacotes está em desaceleração desde 2015”.

Em 2019, “as receitas dos serviços em pacote atingiram 1,66 mil milhões de euros em 2019, mais 4,9% do que no ano anterior”, sendo que os pacotes 4P e 5P “representaram 62,9% do total das receitas”. No ano passado, a receita mensal por subscritor de pacote foi de 34,81 euros (excluindo IVA), “mais 0,9% do que no ano anterior”.

A Anacom refere que as ofertas “quadruple/quintuple play (4/5P) de pacotes de serviços de comunicações eletrónicas foram as mais utilizadas em 2019, atingindo 2,02 milhões de subscritores (49,7% do total de utilizadores), traduzindo um crescimento face ao ano anterior de 12,5%, correspondente a 225 mil novos subscritores”.

O pacote triple play (3P) — com três de serviços — foi a oferta que ficou em segundo lugar, “com 1,62 milhões de subscritores (39,8% do total), que cresceram muito ligeiramente e a taxas significativamente inferiores às de anos anteriores”. Segundo o regulador, a evolução do 3P esteve, “em parte, associada à migração para pacotes com maior número de serviços (4/5P)”. Por sua vez, a oferta dupla (2P) registou uma quebra de 8,6% no ano passado, mantendo a tendência de queda, ascendendo a 424 mil subscritores.

No final de 2019, a Meo, do grupo Altice Portugal, era “o prestador com maior quota de subscritores de serviços em pacote (40,4%), seguindo-se o grupo Nos (37,1%), a Vodafone (18,6%) e o grupo Nowo/Onitelecom (3,8%)”. Relativamente “ao ano anterior, a Vodafone foi o único destes operadores que aumentou a sua quota de subscritores, em 0,8 pontos percentuais”, acrescenta a Anacom.

No ano passado, a Nos foi a operadora “com maior quota de receitas de serviços em pacote (42,2%), seguindo-se a Meo (40,7%), a Vodafone (14,2%) e o Ggrupo Nowo/Onitelecom (2,8%)”.

A Anacom aponta que face a 2018, “a Vodafone e o grupo NOS aumentaram as suas quotas de receitas, em 1,3 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente, por contrapartida da redução verificada na Meo, de 1,1 pontos percentuais, e no grupo Nowo/Onitelecom, de 0,6 pontos percentuais”.

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Nos continua líder na TV paga, Altice aproxima-se e Vodafone é a que mais cresce

  • Lusa
  • 12 Março 2020

A Nos continua a liderar a TV paga em Portugal, mas está a perder terreno. A Vodafone foi a operadora que mais cresceu em termos líquidos, segundo dados da Anacom.

O número de assinantes do serviço de distribuição de sinais de TV por subscrição atingiu 4,1 milhões no final de 2019, mais 147 mil novos assinantes, representando um crescimento de 3,7% face a 2018, divulgou a Anacom. A Nos continua a ser a líder neste segmento, mas está a perder terreno para a Altice e a Vodafone foi a operadora que mais cresceu.

De acordo com uma nota de imprensa da Anacom, o crescimento do serviço de televisão paga “deveu-se exclusivamente às ofertas suportadas em fibra ótica, que registaram mais 285 mil assinantes em relação ao ano anterior, o que se traduz num aumento de 17,5%”.

As restantes tecnologias tiveram um comportamento negativo em 2019, baixando 20,2% no caso do ADSL, menos 93 mil assinantes, 6,9% no recurso a satélite — DTH, menos 34 mil assinantes, e 0,7% na distribuição de TV por cabo, menos 10 mil assinantes.

Sendo desde o primeiro trimestre de 2018 a principal forma de acesso ao serviço de televisão por subscrição, no final de 2019, a fibra ótica chegava a cerca de 1,9 milhões de assinantes (46,9% do total), seguindo-se a TV por cabo, com cerca de 1,3 milhões de assinantes (32,7%), a tecnologia DTH, com 464 mil assinantes (11,4%), e o ADSL, com 370 mil (9,1%).

No final de 2019, cerca de 88% das famílias dispunham de televisão por subscrição (TVS), mais 2,7 pontos percentuais do que no ano anterior. Em termos de mercado, o grupo Nos era o prestador com a quota de assinantes de TVS mais elevada, 40,1%, seguindo-se a Meo, com 39,6%, a Vodafone, com 16,3% e a Nowo, com 3,9%.

A Vodafone e a Meo foram os prestadores que, em termos líquidos, mais assinantes captaram, face a 2018, tendo as suas quotas aumentado 1,1 e 0,4 pontos percentuais, respetivamente. No mesmo período, as quotas do Grupo Nos diminuíram 1,1 pontos percentuais e da Nowo diminuíram 0,4 pontos percentuais.

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Anacom deverá fazer novo leilão para 5G “ultrarrápido” em 2023

Dentro de semanas começa o leilão do 5G. Mas faltam as frequências para a tecnologia "ultrarrápida", pelas quais a Anacom deverá chamar as operadoras a licitarem algures em 2023.

Aproxima-se o leilão de frequências do 5G que está marcado para abril. Mas é muito provável que a Anacom tenha de fazer um novo leilão de frequências dentro de poucos anos, eventualmente em 2023, apurou o ECO.

Em causa está o facto de o leilão que a Anacom vai realizar este ano não incluir as frequências necessárias para o desenvolvimento do 5G “ultrarrápido”, nomeadamente a gama dos 26 GHz que foi definida pela União Europeia para este tipo de rede de nova geração. A tecnologia, conhecida por 5G mmWave ou high-band, é a que possibilita as prometidas velocidades de 1 a 2 Gbps.

Contactado, o regulador não exclui o cenário de um novo leilão no futuro. Para já, admite que “prevê lançar uma nova consulta pública” no fim do processo de atribuição de frequências deste ano, de forma a auscultar o interesse das operadoras em fornecer serviços de quinta geração nas frequências próximas aos 26 GHz, mas também noutras.

Assim, é certo que, nesta primeira fase, Portugal terá um 5G muito limitado, assente na faixa dos 700 MHz — que servirá de transição do 4G para o 5G –, assim como nos 3,6 GHz, duas das várias faixas que vão a leilão. A primeira, porém, ainda está a ser desocupada pelo serviço de TDT e este 5G não será muito diferente da atual rede 4G.

Uma fonte do mercado explicou ao ECO que as operadoras vão dar os primeiros passos na nova geração de rede móvel numa lógica non-standalone. Ou seja, este primeiro 5G, apesar de reduzir a latência nas comunicações — isto é, o tempo que um pacote de informação leva a chegar ao servidor de destino –, será um 5G assente na atual rede 4G e ainda com núcleo (core) de quarta geração, e não um “5G puro”, com rádios 5G e um core 5G.

Isto acontece numa altura em que, noutros países, as frequências altas dos 26 GHz já foram atribuídas a empresas e o 5G mmWave já começou a ser desenvolvido. A Anacom não esconde isso, mas recorda que, na União Europeia, “apenas a Itália atribuiu espetro na faixa dos 26 GHz”. “A Finlândia tem planos para realizar um leilão ainda este ano e a Dinamarca já realizou consulta pública”, acrescenta fonte oficial da entidade.

Operadoras admitem 5G “ultrarrápido” em 2025. Novo leilão “será antes”

Na visão técnica das operadoras, ainda não se justifica ter 1 Gbps de velocidade num smartphone: a oferta destes terminais no mercado é reduzida, as velocidades não variam muito das atuais e a bateria dos aparelhos esgota-se com facilidade. Por isso, as empresas portuguesas admitem esperar cerca de cinco anos para iniciar o desenvolvimento do 5G “ultrarrápido” na referida faixa dos 26 GHz, apesar de a Meo e a Vodafone terem dito que queriam já esta faixa no leilão.

No relatório final sobre a consulta pública do 5G, a Anacom admite que as operadoras mostraram interesse nesta faixa. A entidade fala mesmo num “interesse substancial, embora cauteloso”, dadas as “incertezas quanto aos contornos da sua atribuição”. Porém, a avaliar pelas pronúncias das operadoras, a atribuição dessa faixa é mesmo determinante para um 5G de qualidade.

Na versão confidencial da posição enviada à Anacom pela Meo — que, apesar de truncada, o ECO conseguiu consultar –, a Altice Portugal mostra “interesse” nos 26 GHz, lembrando que esta faixa “é necessária para assegurar os objetivos de performance do 5G”. Nomeadamente, “para obter velocidades de multi gigabit por segundo em zonas de FWA [Fixed Wireless Access], indoor, hotspots de utilização de banda larga e nas soluções ditas ‘verticais'”, refere a empresa.

À pergunta sobre quando considera “adequada” a disponibilização dessa faixa do espetro, a Altice Portugal responde que “a partir de 2020, com maior interesse possivelmente após 2025”.

As respostas à consulta pública mostram que a Vodafone também era a favor da integração da faixa dos 26 GHz neste leilão: “Sendo possível, e uma vez ultrapassadas as questões que possam obstar a que esta faixa possa integrar um processo de atribuição conjunta da faixa core dos 700 MHz e de outras que estejam em condições de integrar esse processo, a Vodafone considera relevante a incorporação dos 26 GHz nesse processo”, lê-se no documento.

Mas a operadora sublinha que, “para o efeito, será essencial que estejam definidas condições técnicas claras e concretas para a exploração da faixa e que, desse modo, garantam uma efetiva harmonização”, acrescenta o mesmo.

Já no caso da Nos, a versão pública da resposta à Anacom mostra que a operadora considera ainda “uma incógnita” quando “estarão efetivamente definidas as condições de utilização da faixa dos 26 GHz para suporte do 5G, bem como não existem previsões consistentes sobre quando haverá protótipos de equipamentos para esta faixa”.

Em conversa com o ECO, Francisco Fontes, engenheiro da Altice Labs e especialista na quinta geração de rede de comunicações, confirmou o interesse da operadora nos 26 GHz e disse não ver outro cenário que não o de um novo leilão de frequências antes de 2025: “Será antes, de certeza. Em 2023”, afirmou.

“Sou um pouco pessimista. Antes de 2021, talvez 2023, não haverá standalone em exploração”, disse também o especialista, falando num processo gradual que possibilitará uma transição mais suave para as operadoras, assim como uma maior rentabilização dos investimentos feitos no 4G em simultâneo.

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Huawei fora do núcleo do 5G em Portugal. Telecoms seguem Bruxelas

Ao contrário do que se acreditava até aqui, a Huawei não deverá fazer parte do núcleo das redes 5G da Meo, Nos e Vodafone. Telecoms portuguesas estarão em linha com as recomendações de Bruxelas.

A Huawei está fora do core (núcleo) das redes 5G que estão a ser desenvolvidas pelas três principais operadoras portuguesas. Depois de a Nos ter confirmado que não conta com tecnologia da fabricante chinesa no core da sua rede, a Altice Portugal veio garantir o mesmo esta semana. O mesmo é válido para a Vodafone.

“Não temos a Huawei no core“, disse o presidente executivo da dona da Meo, Alexandre Fonseca, num encontro com jornalistas em Aveiro. O ECO sabe que a empresa está a realizar testes com core da Huawei em Lisboa e com tecnologia da Ericsson em Aveiro, mas pondera apostar num core da Cisco quando abrir a sua rede 5G ao mercado.

Quanto à Nos, a operadora também não usa tecnologia da marca chinesa no core da sua rede: “Não temos a Huawei no núcleo”, garantiu o administrador financeiro da empresa, José Pedro Pereira, numa conferência telefónica com analistas no mês passado. A empresa também tem um protocolo com a Huawei, mas também tem apostado em tecnologia da Nokia. No entanto, não foi possível apurar qual o fabricante escolhido pela empresa para o core do seu 5G.

Em relação à Vodafone, é público que a empresa vê na Ericsson o seu fornecedor de eleição. Por isso, também não usa equipamentos da empresa chinesa no seu core de rede móvel de quinta geração, garantiu ao ECO uma fonte conhecedora do mercado.

Contas feitas, das três principais operadoras portuguesas, nenhuma terá tecnologia da Huawei no núcleo das suas redes 5G, ao contrário do que se acreditava até aqui. Estas empresas deverão, assim, estar em conformidade com as recomendações da Comissão Europeia que vão no sentido da exclusão de “fornecedores de alto risco” das partes mais críticas da rede móvel de nova geração.

Apesar de a Huawei não ter sido diretamente mencionada por Bruxelas, o nome da fabricante tem levantado dúvidas pelas alegadas ligações ao regime comunista chinês. Os EUA têm pressionado a União Europeia a banir totalmente a empresa, por receio de que a sua tecnologia seja um veículo de espionagem ao serviço de Xi Jinping.

No entanto, a Huawei tem negado todas as acusações e garante que dá primazia à segurança. E o certo é que nunca foram apresentadas provas contrárias que apontem para vulnerabilidades flagrantes nos equipamentos que produz. A empresa contrapõe, por isso, com a ideia de que foi “apanhada” no fogo cruzado da guerra comercial sino-americana.

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Nos acusa Anacom de “falta de sustentação” na guerra dos preços

  • Lusa
  • 28 Fevereiro 2020

Um dia depois de a Anacom considerar que os preços das comunicações em Portugal têm subido nos últimos anos, a Nos mostrou-se surpreendida e fala em "falta de sustentação" do regulador.

A Nos manifestou “surpresa” com a “falta de sustentação” do regulador Anacom, que considerou que os preços das telecomunicações em Portugal são os que aumentam mais e, também, mais caros que na União Europeia.

Na quinta-feira, uma análise do preço das telecomunicações em Portugal da Anacom referia que estes são os que “aumentam mais e são mais caros” que na UE. “Entre 2009 e 2019, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,6%, enquanto na União Europeia diminuíram 9,9%”, adiantou a Anacom, num comunicado relativo à análise do tema no mercado português “sob a forma de resposta” a nove questões.

“É com surpresa que a Nos vê o regulador do setor fazer afirmações gratuitas e tirar conclusões que não correspondem à verdade e primam por falta de sustentação ou fundamento”, disse à Lusa fonte oficial da operadora de telecomunicações, quando questionada sobre o tema.

“É nosso entendimento que o comportamento do regulador é, do ponto de vista institucional, de tal forma inaceitável que não nos merece qualquer comentário”, rematou a mesma fonte.

Também na quinta-feira, a associação de operadores de telecomunicações (Apritel) disse ver com “perplexidade” as afirmações do regulador. “É com perplexidade que vemos o regulador do setor fazer afirmações e retirar conclusões que não estão corretas e que não levam em conta os critérios bem fundamentados” do estudo realizado pela Deloitte para a Apritel, “não contribuindo para o adequado esclarecimento dos consumidores”, afirmou, numa nota enviada à Lusa, o secretário-geral da associação, Pedro Mota Soares.

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Corte nos dividendos da Nos “não define uma nova política” de remuneração acionista

A administração da Nos vai propor um corte de 20% nos dividendos da empresa, mas garante que a redução não significa uma mudança na política remuneratória.

O corte nos dividendos da Nos NOS 0,40% não significa uma “nova política” de remuneração acionista, garantiu o administrador financeiro da operadora, numa conferência telefónica com analistas. A empresa anunciou esta sexta-feira uma redução nos dividendos a distribuir aos investidores, na ordem dos 20%, para 27,8 cêntimos por ação.

Nos últimos anos, a operadora portuguesa tem distribuído sempre dividendos acima dos lucros obtidos no exercício. Mas isso vai mudar este ano, com a administração da Nos a propor pagar não mais do que 100% do resultado líquido obtido em 2019. Contudo, não significa que assim permaneça, revela agora a empresa.

Questionado sobre se o payout de 100% — ao invés dos 120% no ano anterior — representa uma nova estratégia da administração num contexto de novos investimentos que terão de ser feitos no 5G, José Pedro Pereira da Costa negou. Segundo o gestor, o corte “não define uma nova política de dividendos para o futuro”. “É só a proposta de dividendos a pagar em 2020”, frisou.

Apesar da redução, a administração da Nos acredita que o dividendo, ainda assim, “continua atrativo” e representa um “bom nível de retorno” para os investidores. “A decisão foi tomada assumindo o contexto atual de que existem várias incertezas materiais” do ponto de vista regulatório, nomeadamente no processo do leilão de frequências para o 5G, disse o administrador financeiro da operadora.

E apesar de reconhecer que os dividendos têm sido “um componente chave” da estrutura acionista da Nos, José Pedro Pereira da Costa explicou que o contexto é incerto e que existem “questões chave que precisam de clarificação” no processo do leilão de frequências para o 5G, que está previsto arrancar em abril deste ano.

A Nos anunciou esta sexta-feira os resultados do ano de 2019, nomeadamente um acréscimo de 4,2% nos lucros, para 143,5 milhões de euros. Este é também o valor que a Nos propõe distribuir aos acionistas em dividendos, num contexto em que espera ter de realizar investimentos extraordinários na aquisição de frequências para o 5G.

A notícia, porém, fez precipitar as ações da operadora na bolsa de Lisboa, que chegaram a derrapar 8%. Os títulos estão agora a cotar em 4,2 euros, uma queda de 5,75% face à sessão anterior.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h24)

Evolução do preço das ações da Nos na bolsa de Lisboa:

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Paupério substitui Brito Pereira como chairman da Nos. Advogado saiu após polémica do Luanda Leaks

Ângelo Paupério, histórico gestor da Sonae, substitui Jorge Brito Pereira na presidência do conselho de administração da operadora de telecomunicações.

Ângelo Paupério, histórico gestor da Sonae, foi o nome escolhido pela Nos para substituir Jorge Brito Pereira como chairman da operadora. Brito Pereira, advogado de longa data de Isabel dos Santos, tinha renunciado ao cargo na semana passada, na sequência da polémica em torno do Luanda Leaks.

“Em reunião do conselho de administração ocorrida hoje, foi eleito presidente do conselho de administração Ângelo Paupério”, segundo informou a Nos NOS 0,40% em comunicado enviado esta segunda-feira ao mercado.

Jorge Brito Pereira anunciou a saída da telecom na passada quinta-feira, juntamente com dois outros administradores não executivos ligados a Isabel dos Santos: Mário Leite da Silva e Paula Oliveira. Os três tinham sido implicados na investigação jornalística Luanda Leaks, que expôs os esquemas financeiras da empresária angolana em Portugal. Isabel dos Santos terá desviado mais de 100 milhões de euros em fundos públicos da Sonangol para uma sociedade offshore no Dubai, a Matter Business Solution, constituída por Brito Pereira e dirigida por Paula Oliveira. Mário Leite da Silva é considerado o “braço-direito” de Isabel dos Santos nos negócios suspeitos investigados pela imprensa.

Quanto a Ângelo Paupério, é um homem de confiança da família Azevedo. Começou na Sonae em 1989 como diretor de projeto de televisão na Sonae Tencnolias de Informação. Passou por vários cargos e empresas do grupo, Sonaecom, Sonae Capital, Modelo Continente. Chegou a partilhar o cargo de CEO da Sonae com Paulo de Azevedo nos últimos anos, antes da chegada de Cláudia Azevedo.

A Nos tem como acionista maioritário a Zopt, que controla 52,15% do capital da telecom nacional. A Zopt é detida pela Sonae (através da Sonaecom) e Isabel dos Santos (através da Kento e da Unitel).

(Notícia atualizada às 17h18)

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Jorge Brito Pereira, Mário Silva e Paula Oliveira saem da Nos

  • ECO
  • 23 Janeiro 2020

A Nos anunciou em comunicado à CMVM que o chairman e outros dois administradores indicados por Isabel dos Santos estão de saída.

O chairman e dois outros administradores ligados à empresária angolana Isabel dos Santos estão de saída da Nos, segundo anunciou a empresa de telecomunicações, esta quinta-feira, em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“[A Nos] informa que os senhores Dr. Jorge de Brito Pereira, Dr. Mário Filipe Moreira Leite da Silva e Dra. Paula Cristina Neves Oliveira apresentaram hoje [quinta-feira], ao Conselho Fiscal, as respetivas renúncias aos cargos de membros não executivos do Conselho de Administração desta sociedade“, lê-se na nota em questão.

Os três administradores que agora apresentaram demissão aparecem implicados na investigação jornalística que deu conta que Isabel dos Santos terá desviado mais de 100 milhões de dólares da Sonangol para o Dubai. Estava agendada para a próxima segunda-feira uma reunião do conselho de ética da operadora de telecomunicações para ouvir as explicações dos três gestores por causa disto.

Jorge Brito Pereira foi responsável pela constituição da empresa offshore no Dubai e para a qual terão sido transferidos, em poucos meses, grandes quantias que pertenciam à Sonangol. Por sua vez, Mário Leite da Silva é considerado o “braço-direito” de Isabel dos Santos nos negócios suspeitos investigados pela imprensa. Em terceiro lugar, Paula Oliveira terá tido sob seu controlo a sociedade offshore designada de Matter Business Solutions no Dubai.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) angolana fez constituir arguida não só Isabel dos Santos, mas dois dos nomes que agora deixam a Nos: Mário Leite da Silva e Paula Oliveira. Isto por alegada má gestão e desvio de fundos durante a passagem da empresária em causa pela petrolífera estatal Sonangol.

O caso Luanda Leaks já tinha feito, de resto, Brito Pereira deixar o cargo de presidente da mesa da assembleia geral do EuroBic; E Leite da Silva renunciar ao cargo de presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento Angola (BFA).

(Notícia atualizada às 18h04 com mais informação)

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Jorge Brito Pereira, chairman da Nos, deixa o EuroBic

Jorge Brito Pereira, advogado da empresária angolana, apresentou demissão do cargo de presidente da mesa da assembleia geral do EuroBic, juntamente com os administradores Vanessa Loureiro e Rui Lopes.

Jorge Brito Pereira é advogado de longa data de Isabel dos Santos e chairman da Nos.Hugo Amaral / ECO

O terramoto Luanda Leaks continua a fazer baixas. Esta quarta-feira, o EuroBic anunciou que Isabel dos Santos vai sair do capital do banco e que dois administradores apontados pela empresária angolana renunciaram aos cargos: Vanessa Loureiro e Rui Lopes. Mas há uma terceira renúncia na instituição financeira, sabe o ECO. Jorge Brito Pereira, advogado de Isabel dos Santos e chairman da Nos, também apresentou a demissão do cargo de presidente da mesa da assembleia geral do EuroBic.

O banco liderado por Fernando Teixeira dos Santos procura conter os danos reputacionais causados pelo Luanda Leaks, cujas revelações questionam a origem do património de Isabel dos Santos, a principal acionista com 42,5% do capital. No início da semana, o EuroBic já tinha anunciado o fim da atividade comercial com a filha do ex-presidente de Angola. Agora é o fim da relação com a acionista angolana.

Ao final da tarde desta quarta-feira, o banco informou que a venda da participação de Isabel dos Santos ocorrerá “a muito breve prazo”, existindo já interessados, e que a própria já “renunciou desde já e em definitivo ao exercício dos seus direitos de votos”.

Mais. Os dois administradores que tinham sido apontados pela empresária angolana apresentaram no dia de ontem a renúncia aos respetivos cargos: Vanessa Loureiro, que iniciou funções como administradora não executiva em fevereiro de 2017 e integra ainda a administração da Efacec e da Santoro Finance; e ainda Rui Carvalho Lopes, no cargo desde julho de 2019 e que tem ainda assento nas administrações da Efacec e Unitel (operadora de telecomunicações angolana de Isabel dos Santos).

As renúncias não se ficaram pelo conselho de administração do EuroBic. Há um terceiro nome: Jorge Brito Pereira. O advogado de longa data de Isabel dos Santos também entregou o pedido de demissão do cargo presidente da mesa da assembleia geral do banco, juntamente com Vanessa Loureiro e Rui Carvalho Lopes. O nome de Jorge Brito Pereira foi exposto pelo Luanda Leaks como sendo um dos facilitadores de negócios. O Expresso avançou que era o sócio da Uría Menéndez, o escritório de Proença de Carvalho, quem controlava a offshore de Isabel dos Santos no Dubai para onde foram transferidos fundos públicos da Sonangol através de contas do EuroBic. O próprio já veio refutar esta notícia.

A renúncia de Jorge Brito Pereira ao cargo de presidente da mesa da assembleia geral do EuroBic surge numa altura em que o seu nome também está a ser questionado dentro da operadora Nos, onde exerce funções de presidente do conselho de administração (chairman).

Não se sabe ao certo qual é o seu futuro na telecom portuguesa. O conselho de ética da Nos tem reunião marcada para a próxima segunda-feira para ouvir as explicações do chairman e ainda dos administradores Paula Oliveira e Mário Leite da Silva sobre a transferência de dinheiro público para Dubai, de acordo com o Jornal de Negócios. Contactada, a Sonae recusa fazer comentários sobre Paula Oliveira e Mário Leite da Silva, que foram constituídos arguidos em Angola.

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Sonae “preocupada” com impacto do caso Luanda Leaks na Nos

Holding liderada por Cláudia Azevedo garante que os órgãos internos da Nos estão a avaliar impacto do caso Luanda Leaks "de forma rigorosa e com sentido de urgência".

A Sonae está preocupada com o impacto do caso Luanda Leaks na Nos NOS 0,40% , nomeadamente com as notícias que associam administradores não executivos da telecom portuguesa onde é acionista aos esquemas financeiras de Isabel dos Santos em Portugal. A holding adianta que já foi garantido que os órgãos internos da Nos “estão a avaliar a situação de forma rigorosa e com sentido de urgência”.

Dois nomes da administração da Nos saltaram para as notícias nos últimos dois dias, incluindo o nome do chairman Jorge Brito Pereira, de quem se diz que controlava a offshore de Isabel dos Santos no Dubai para onde foram transferidos mais de 100 milhões de euros em fundos públicos de contas da Sonangol. Jorge Brito Pereira, advogado de longa data da empresária angolana, já veio dizer que nunca controlou a sociedade em questão, a Matter Business Solutions.

Face a estes desenvolvimentos em torno do Luanda Leaks, a Sonae emitiu um comunicado ao início da noite desta segunda-feira para dizer que “está a acompanhar a situação com atenção e preocupação, sobretudo dadas as alusões feitas a vários membros não executivos do conselho de administração da sua participada Nos“.

Com a garantia de que o assunto está a ser tratado internamente na operadora, a Sonae lembra, ainda assim, que a “Nos sempre se pautou por regras de governo societário exigentes, que vêm sendo estritamente cumpridas e continuarão a sê-lo”.

Além do nome de Jorge Brito Pereira, as notícias também apontam a administradora não executiva Paula Oliveira, amiga próxima da empresária angolana, como a responsável pela Matter.

Em comunicado, a Sonae reitera a confiança na comissão executiva, que é liderada por Miguel Almeida. E adianta que “tudo fará para garantir que a empresa tem a estabilidade necessária para continuar a servir os seus diversos stakeholders e gerar valor para a economia portuguesa”.

A Nos tem como acionista maioritário a Zopt, que controla 52,15% do capital da telecom nacional. A Zopt é detida pela Sonae (através da Sonaecom) e Isabel dos Santos (através da Kento e da Unitel).

(Notícia atualizada às 21h29)

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Nos acaba com subscrição de conteúdos na net que descontam no saldo. Wap Billing era usado em “fraudes”

A Nos decidiu pôr fim às novas ativações de serviços Wap Billing, por reconhecer que este mecanismo que permitia pagar com o saldo foi usado por terceiros em "fraudes" que lesaram os clientes.

A Nos NOS 0,40% vai deixar de permitir novas adesões a serviços de Wap Billing, que são cobrados a partir do saldo ou da fatura dos clientes. A empresa justifica a decisão com a “proteção dos clientes”, tendo em conta que estes serviços continuam a motivar centenas de queixas às operadoras e ao regulador. Muitas vezes, os utilizadores ativam estes serviços sem o querer, sendo o valor descontado periodicamente do saldo.

“A partir de hoje [terça-feira], a Nos deixa de permitir a utilização do saldo ou da fatura para novas ativações de serviços do tipo Wap Billing, numa medida que visa o reforço da proteção dos seus clientes, assim como a transparência nos serviços prestados”, informou a operadora liderada por Miguel Almeida, num comunicado.

Como explica a Nos, “Wap Billing é o serviço que permite aos clientes” de telecomunicações que tenham um telemóvel “efetuar pagamentos de serviços e conteúdos digitais disponibilizados por terceiros, através de páginas na internet”. “Os clientes podem subscrever serviços ou conteúdos de vídeo, jogos, wallpapers, astrologia, conteúdos para adultos, entre outros, utilizando nessa transação o seu saldo ou fatura”, acrescenta a empresa.

O Wap Billing foi criado para dar mais comodidade aos utilizadores no momento de pagar um serviço digital. No entanto, como reconhece a Nos, acabou por se transformar numa técnica muito usada em fraudes online. “Este serviço esteve na base de episódios de fraude, realizada por entidades terceiras que lesaram clientes Nos, ainda que o operador tenha reagido sempre na desativação das subscrições fraudulentas e na devolução dos valores cobrados indevidamente aos seus clientes”, indica a operadora.

Ainda assim, com a prevalência do problema, a Nos decidiu acabar de todo com as novas adesões, mantendo apenas as que já tinham sido feitas anteriormente, partindo do pressuposto que esses clientes estão satisfeitos com o serviço. “À data, a Nos considera que existem conteúdos de igual ou melhor qualidade disponíveis através de outros canais, como as lojas de aplicações, que possibilitam ao cliente um maior controlo de custos e uma melhor experiência de subscrição e utilização”, indica um comunicado divulgado pela operadora.

Em agosto de 2019, foi notícia o facto de terem sido abertas 602 reclamações no Portal da Queixa até 31 de julho desse ano, por alegadas fraudes através deste mecanismo de cobrança, em que valores foram cobrados aos clientes sem autorização dos mesmos. No ano anterior, a Meo, Nos, Vodafone e Nowo tinham estabelecido um código de conduta para o Wap Billing, mas que não travou os problemas.

Mas esta polémica nas telecomunicações recua ainda mais no passado. Em novembro de 2017, a Anacom aprovou uma recomendação às operadoras “no sentido de que estas apenas procedam à cobrança de conteúdos digitais ou serviços que não são de comunicações eletrónicas — por exemplo toques, jogos, concursos ou wallpapers — que habitualmente são contratados mediante acesso a páginas da internet, quando os seus clientes as tenham expressamente autorizado”.

Evolução das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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