Nos “copia” banca com ficha simplificada dos contratos

  • ECO
  • 2 Janeiro 2020

Enquanto os bancos têm a Ficha de Informação Normalizada para os produtos bancários, a Nos vai ter a Ficha de Informação Simplificada para que os clientes saibam os termos do seu contrato.

Há muitos anos que os bancos têm uma Ficha de Informação Normalizada (FIN) para darem a conhecer, de forma padronizada, os produtos que vendem aos seus clientes. Agora, a Nos vai “copiar” essa FIN, mas chama-lhe FIS, sendo que o objetivo é o mesmo: permitir, de forma simples e concisa, explicar os termos dos contratos aos clientes.

“A partir de hoje, a Nos passa a disponibilizar aos seus clientes a FIS – Ficha de Informação Simplificada – com o objetivo de partilhar de forma simples e curta toda a informação contratual relevante“, diz a empresa liderada por Miguel Almeida.

Esta “FIS será disponibilizada no momento de celebração do contrato, permitindo uma escolha mais informada e consciente do serviço a contratado, como as principais características dos serviços, as ofertas e descontos associados à fidelização, a duração do contrato e os encargos decorrentes da denúncia antecipada do contrato”, nota.

“A FIS será também disponibilizada, a pedido, antes da celebração do contrato, permitindo uma escolha mais informada e consciente do serviço a contratar”, acrescenta.

A Nos, que recentemente anunciou uma redução de 50% no valor da indemnização a pagar pelos clientes que interrompam o contrato antes do tempo, acredita que esta nova iniciativa de “autorregulação será extremamente benéfica para os seus clientes e para o setor das comunicações”, introduzindo mais transparência e simplicidade nos contratos.

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Nos limita a 500 euros “multa” a pagar para cancelar contrato antes do prazo

A Nos vai impor um valor máximo que os seus clientes terão de pagar caso queiram mudar de operadora durante o período de fidelização, seguindo uma recomendação do regulador.

Os clientes da Nos vinculados por um período de fidelização, que queiram denunciar os contratos antecipadamente, vão passar a pagar menos à operadora. A empresa vai limitar a 500 euros a penalização pela denúncia do contrato a partir de 31 de janeiro, seguindo uma recomendação regulatória por parte da Anacom e da Autoridade da Concorrência (AdC).

“A partir de 31 de janeiro, a Nos vai reduzir o valor máximo que os seus clientes terão de pagar em caso de denúncia antecipada do período de fidelização, sendo que para o produto de TV, internet, telefone fixo e móvel, essa redução é superior a 50%“, anunciou a operadora num comunicado esta quinta-feira.

A Nos explica que “esta medida consiste em estabelecer um valor máximo de 500 euros a pagar em caso de denúncia” antecipada dos contratos. Ou seja, passa a haver um teto no valor que os clientes têm de pagar à Nos, caso queiram mudar para outra operadora ou cancelar o serviço.

A empresa garante ainda tratar-se de uma decisão de autorregulação, um incentivo a que os concorrentes adotem uma decisão semelhante. “O mercado de comunicações em Portugal é reconhecido pelo seu dinamismo concorrencial e capacidade única de autorregulação, como fica uma vez mais assinalado com esta decisão”, nota a empresa liderada por Miguel Almeida.

No comunicado, refere que, “com estas medidas de redução significativa dos encargos, a Nos reforça o seu compromisso de entrega de valor às famílias portuguesas, num movimento positivo face aos seus concorrentes”.

Decisão segue os conselhos do regulador

A decisão da Nos surge uma semana depois de a AdC ter publicado um relatório que analisa as fidelizações no setor das telecomunicações, concluindo que as atuais condições “desincentivam a mudança de operador por parte dos consumidores”.

“Este setor caracteriza-se pela predominância de serviços que incluem prazos contratuais mínimos e encargos para os consumidores decorrentes da resolução dos contratos por sua iniciativa durante o período de fidelização. Segundo os operadores, tal permite, em contrapartida, que os consumidores subscrevam serviços de qualidade a preços reduzidos e usufruam de descontos nos preços dos equipamentos terminais, na ativação, instalação e fornecimento dos serviços”, aponta a AdC.

Porém, “estas condições contratuais condicionam e desincentivam a mudança de operador por parte dos consumidores”. “Tal acontece pelo aumento dos custos de mudança durante o período de fidelização, que restringe a mobilidade, fragiliza a dinâmica de concorrência no setor e torna os consumidores mais vulneráveis ao exercício de poder de mercado”, continua o regulador da concorrência.

O mesmo relatório, que está em fase de consulta pública, recupera uma recomendação da Anacom, datada de fevereiro, para que sejam limitados os encargos aos clientes por quebra antecipada do vínculo a um valor “entre 10% e 20%” das mensalidades que teriam que pagar até ao fim do contrato. Não é imediatamente possível confirmar se o limite de 500 euros imposto pela Nos responde em termos exatos à preocupação dos reguladores, mas a medida segue no sentido de reduzir os encargos para os clientes, fomentando a mobilidade no setor.

AdC considera “positiva” a decisão, mas pede mais

Numa resposta ao ECO, a AdC admite-se “preocupada” com as fidelizações nas telecomunicações e até considera que a decisão da Nos é “positiva”, mas recorda que há mais medidas em cima da mesa e que deviam ser consideradas pelas operadoras.

“A AdC está preocupada com as políticas de fidelização no setor das telecomunicações e com o seu impacto na dinâmica concorrencial no mercado e no bem estar dos consumidores. Qualquer medida no sentido de mitigar os obstáculos à mobilidade são positivas. Contudo, a AdC colocou em consulta pública um pacote alargado e abrangente de recomendações destinadas a reduzir os obstáculos à mudança de operador, que vai muito além das alterações agora anunciadas por operadores de telecomunicações”, disse fonte oficial do regulador.

O ECO também instou a Anacom a pronunciar-se sobre a decisão da regulada. Encontra-se a aguardar resposta por parte da entidade.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h23 com reação da AdC)

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Nos lança fundo de dez milhões de euros. Quer investir em startups que apostem no 5G

A operadora liderada por Miguel Almeida criou um fundo de capital de risco para desenvolver tecnologias ligadas ao 5G. Tem dez milhões de euros para investir em startups "early stage".

A Nos NOS 0,00% vai estrear-se no capital de risco. A empresa acaba de anunciar a criação de um fundo de investimento de dez milhões de euros, para “estimular a investigação e desenvolvimento” de tecnologias ligadas ao 5G, a quinta geração de rede móvel.

“O Fundo Nos 5G tem como objetivo investir em empresas com soluções tecnológicas baseadas ou potenciadas pela próxima geração de rede móvel, cobrindo áreas tão variadas com a realidade virtual, smart cities, condução autónoma, internet of things e big data, indicou a empresa, em comunicado.

A operadora vai “privilegiar o investimento junto da comunidade de empreendedores em Portugal e em projetos tecnológicos nas primeiras fases de desenvolvimento”. Ou seja, pretende apostar, sobretudo, em startups portuguesas em early stage, através de investimentos diretos e de coinvestimentos.

Na mesma nota, Miguel Almeida, presidente executivo da Nos, refere que “as empresas em fase early stage, com operação no nosso país, serão desafiadas a criarem novas ideias e novos projetos que explorem todo o potencial que o 5G encerra”.

A empresa garante que o novo fundo vai começar a operar “ainda durante o ano de 2019”. Não é claro se isso significa que a empresa se prepara para anunciar um primeiro investimento já nas próximas semanas.

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BPI aposta na EDP, Jerónimo Martins e Navigator em 2020

Analistas do CaixaBank/BPI mantêm EDP, Jerónimo Martins e Navigator na lista das favoritas para o próximo ano, com potencial de valorização até 40%. Nos salta fora das preferidas nacionais.

O CaixaBank/BPI mantém as ações da EDP, Jerónimo Martins e Navigator na lista das favoritas para o próximo ano, apontando para potenciais de valorização que podem chegar aos 40%. Em sentido contrário, a Nos salta fora das preferidas na bolsa de Lisboa. Mas há mais oportunidades na praça nacional.

O banco publicou esta semana o Iberian Book, onde lança as suas “previsões” para os mercados português e espanhol em 2020. No PSI-20, onde se esperam valorizações atrativas em grande parte das cotadas, há um trio que continua a despertar a atenção dos analistas do CaixaBank/BPI.

A EDP é uma delas. “A estratégia sólida traz crescimento acelerado através da rotação de ativos no valor de quatro mil milhões e da venda de ativos no valor de dois mil milhões, permitindo um plano de investimento (capex) de 12 mil milhões até 2022 sobretudo focado nas energias renováveis”, explicam os analistas do banco. Atribuem ao título um preço alvo de 4,50 euros, antecipando um potencial de valorização de 21% para a elétrica portuguesa.

Recomendam “comprar” EDP com base nos “catalisadores potenciais de fusões e aquisições, crescimento atrativo, dividendo superior, múltiplos poucos exigentes e fundamentais em alta”, reforça o banco.

Em relação à Jerónimo Martins, o preço alvo de 18,65 euros traz consigo um potencial de subida de 25%, com os analistas a darem “like” às operações da retalhista na Polónia e na Colômbia. “A operação polaca continua a ter um melhor desempenho em relação a um mercado que deverá manter os padrões de crescimento em 2020. Colômbia é um importante driver em 2020-2021”, frisa o CaixBank/BPI. Recomendação: “comprar”.

Sobre a Navigator, a subida dos preços do papel faz augurar um bom ano para a papeleira que será liderada por António Redondo. “A companhia enfrenta perspetivas de resultados mais favoráveis, oferecendo uma sólida geração de cash flow e um dividendo sustentável”, com a taxa da dividend yield a rondar os 8%, assinala o banco. Dá aos papéis da Navigator um preço alvo de 5,10 euros, o que confere um potencial de ganhos de 40%.

Semapa a valorizar 80%, Sonae quase 60%

A Nos deixa de figurar na chamada “core list” do CaixaBank/BPI, devido à concorrência no mercado das telecoms em Portugal. Ainda assim, a operadora liderada por Miguel Almeida mantém a recomendação “compra”, apresentando um potencial de 26%.

No geral, os analistas deixam perspetivas positivas para aquilo que será o desempenho das cotadas portuguesas no ano que vem. As avaliações para as 14 cotadas da bolsa de Lisboa apresentam em média um potencial de crescimento de 32%, com 11 delas a terem uma recomendação de “comprar”.

Fora das preferidas do banco há avaliações com maior potencial. A Semapa (que detém a favorita Navigator e ainda o negócio da cimenteira Secil) tem um preço alvo de 25,10 euros e um potencial de subida de 78%. Poderá ser a estrela da bolsa portuguesa no próximo ano, à boleia da subida dos preços do papel e da retoma no cimento.

Logo atrás surge a Sonae. Os analistas dizem que a dona da cadeia de hiper e supermercados Continente está “barata”. Vêm a ação a cotar nos 1,45 euros, perspetivando-se uma subida de 56%.

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“Alguém à frente da Anacom está chateado com a vida”. Principais operadoras portuguesas criticam regulador

Os líderes das principais operadoras teceram duras críticas à Anacom no debate do Estado da Nação das Comunicações, o mais importante para o setor. Clima também aqueceu entre Nos e Altice.

Os líderes das três principais operadoras aproveitaram mais um debate do Estado da Nação das Comunicações para atirar farpas ao regulador do setor, mas endureceram as posições numa altura em que o país caminha a contrarrelógio para lançar o 5G, afirmando que o país está atrasado em termos comparativos com o resto da Europa.

“Alguém à frente do regulador está chateado com a vida. É completamente autista. Estamos perante um regulador que não tem visão estratégica”, disse Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, que tem encabeçado as críticas à entidade reguladora liderada por João Cadete de Matos.

“O problema é o responsável da Anacom hoje. É um líder da área de regulação que passa o tempo entretido a encontrar artefactos para puxar este setor para baixo”, considerou o gestor. A Altice Portugal já pediu ao Governo para dar início a um processo para destituir João Cadete de Matos, apesar de o cargo ser inamovível.

Alexandre Fonseca acusou também a Anacom de ter retirado Portugal da lista de membros do ETSI, o fórum internacional de standards de comunicação, “à revelia do Governo”. “Não queria, pura e simplesmente, pagar a quota”, rematou.

No mesmo painel, que é um raro momento em que os líderes das operadoras discutem o setor em público, o presidente executivo da Nos NOS 0,00% , Miguel Almeida, recuperou uma declaração passada: “Seria muito mau para o país ter um 5G coxo. Pode haver quatro ou cinco operadores com 5G, mas que nenhum deles é 5G. São quase 5G. E isso seria dramático para o país”, avisou.

A Nos foi uma das empresas que avançou para tribunal para tentar retirar à Dense Air uma licença de 5G comprada em 2010, que deveria ter sido usada em 2012, apesar de a Dense Air continuar sem atividade. “O país não pode ficar refém de uma entidade. Este é um tema de política para os próximos dez anos. Entre os nossos receios está a atribuição absurda e gratuita de espetro à chamada Dense Air, que ninguém conhece porque não tem clientes, não tem receitas, não tem colaboradores. E nunca teve”, apontou, fazendo eco das exigências deixadas à tarde pelas responsáveis de regulação no mesmo evento.

Mário Vaz, o presidente executivo da Vodafone, alertou que o 5G em Portugal está atrasado e garantiu que a posição da empresa que representa sempre foi, “desde o início”, a de que o país “não se deve atrasar relativamente à Europa”.

“É recuperável, naturalmente que sim. Mas o 5G é demasiado importante para que possa ser deixado na roda livre do regulador e associado apenas à temática das frequências. O 5G é mais do que uma evolução meramente tecnológica”, apontou Mário Vaz. Lembrou, ainda assim, que a intenção da Anacom é lançar o 5G em maio do próximo ano. O leilão das frequências deverá arrancar em abril e está em curso o processo de mudança de frequências da TDT, que ocupa a faixa dos 700 MHz, uma das mais importantes para a quinta geração de rede de comunicações.

29o Digital Business Congress - 21NOV19
O Estado da Nação das Comunicações é o debate mais importante do setor. Da esquerda para a direita: Alexandre Fonseca (Altice Portugal), Mário Vaz (Vodafone Portugal) e Miguel Almeida (Nos).Hugo Amaral/ECO

Clima aquece entre Nos e Altice

Além das críticas ao regulador, o debate ficou marcado por uma divergência entre os líderes da Nos e da Altice Portugal. Recentemente, num encontro com jornalistas, o líder da dona da Meo levantou questões em torno do número “anormal” de adições líquidas de clientes de TV da concorrente Nos no último trimestre, que passou de um segundo trimestre flat para uma subida inédita de 14.000 clientes, de acordo com dados da Altice Portugal.

Confrontado com estas informações, o ambiente ficou pesado no auditório do Centro Cultural de Belém (CCB). “Compreenderá que me abstenho de comentar declarações do meu concorrente”, disse Miguel Almeida, líder da Nos. Mas acusou o homólogo da Altice Portugal de fazer “comunicados diários” e “aparições dia sim, dia não”.

De seguida, endereçando as dúvidas da empresa concorrente, destacou: “É o maior testemunho da qualidade de trabalho dos colaboradores da Nos. É um trabalho fantástico, como os números demonstram”, rematou.

Alexandre Fonseca também não mostrou abertura para aprofundar a questão e reiterou apenas que, “nos últimos dois anos”, a Altice Portugal encurtou a distância para a Nos (líder de mercado na TV) para 0,9 pontos percentuais. “Crescemos mais do que qualquer concorrente em relação à televisão”, disse.

Mário Vaz, da Vodafone Portugal, também não ficou alheio da discussão, mas puxou da ironia: “Ninguém reparou no pico da Vodafone porque a Vodafone está sempre em pico”.

Custo do espetro em Portugal “não é positivo”

Mário Vaz, da Vodafone Portugal, aproveitou ainda o debate para criticar o modelo escolhido pelo Governo para atribuir as frequências para a rede 5G, através de um leilão. Os preços base ainda não são conhecidos, mas, à partida, o gestor aponta que o custo de participar “não é positivo”.

Quando questionado sobre o que poderiam dizer, bem ou mal, da atuação do Governo no setor, Mário Vaz começou pelos pontos negativos. O custo do espetro em Portugal “não é positivo”, reiterou. Ainda assim, apontou que é com “satisfação” que vê o Governo a assumir responsabilidade sobre a temática 5G.

Momentos antes, no congresso, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações não adiantou qual seria o preço base, deixando apenas a garantia de que seria inferior aos seis mil milhões que as licenças custaram na Alemanha. Mas admitiu que o valor será “superior àquilo que [as empresas] gostariam”.

(Notícia atualizada às 19h31 com mais informações)

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À boleia dos lucros, Nos dispara mais de 5% em bolsa

A operadora liderada por Miguel Almeida brilha na bolsa de Lisboa. Está a disparar depois de revelar um aumento de 10% nos lucros dos primeiros nove meses do ano.

A Nos está a brilhar em bolsa. A operadora liderada por Miguel Almeida ganha mais de 5%, depois de ter revelado um aumento de 10% nos lucros dos primeiros nove meses deste ano.

Os títulos da empresa arrancaram a sessão em alta, subindo mais de 1%, mas rapidamente acentuaram a tendência positiva numa sessão que está a ser de ganhos tanto em Lisboa como no resto da Europa.

Segue a ganhar 4,69% para 5,49 euros, mas esteve já a valorizar mais de 5%, renovando máximos de meados de agosto. Lidera as subidas entre as cotadas do PSI-20.

Nos brilha na bolsa

Os investidores estão a reagir positivamente aos resultados dos primeiros nove meses deste ano, período em que a empresa revelou um crescimento do negócio das telecomunicações e uma “forte recuperação” na área do cinema e audiovisuais cujas receitas cresceram 8,3% para 88,4 milhões.

A Nos lucrou 138,1 milhões de euros entre janeiro e setembro, um aumento de 10,4% face ao mesmo período de 2018, com as receitas a crescerem 1,5%, para 1,19 mil milhões de euros. Um crescimento que foi mais modesto no negócio das telecomunicações, ainda assim de 1,1%, para 1,12 mil milhões de euros, de acordo com a empresa.

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Nos aumenta lucros em mais de 10% com crescimento nas telecomunicações e recuperação no cinema

Os lucros da Nos aumentaram 10,4% até setembro, fruto do crescimento do negócio de telecomunicações e da recuperação do cinema e audiovisuais.

A Nos NOS 0,00% lucrou 138,1 milhões de euros entre janeiro e setembro, um aumento de 10,4% face ao mesmo período de 2018 que resulta do crescimento do negócio das telecomunicações e de uma “forte recuperação” na área do cinema e audiovisuais.

Excluindo as empresas associadas e “interesses não controlados”, a empresa teria lucrado, ainda assim, 135,6 milhões, mais 5,1% do que nos mesmos nove meses do ano passado. Estas informações foram comunicadas pela empresa à CMVM.

Neste período, os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) também melhoraram. O crescimento foi na ordem dos 2,8%, fixando-se em 505,3 milhões de euros. Concretamente no negócio das telecomunicações, o EBITDA aumentou os mesmos 2,8%, para 463,3 milhões.

Evolução das ações da Nos na bolsa de Lisboa

Nos nove meses concluídos em setembro, a empresa liderada por Miguel Almeida viu as receitas do grupo crescerem 1,5%, para 1,19 mil milhões de euros. Um crescimento que foi mais modesto no negócio das telecomunicações, ainda assim de 1,1%, para 1,12 mil milhões de euros, de acordo com a empresa.

A melhoria nas receitas de telecomunicações resulta da melhoria do negócio do ponto de vista operacional. A empresa aumentou o número de casas passadas em 7,8% neste período, para 4,6 milhões, e viu o número de RGUs (revenue generating units) — em linhas gerais, a quantidade de clientes — subir 1,1% no período, comparativamente com 2018, para os 9,65 milhões.

O principal crescimento foi registado nas ofertas convergentes, ou seja, serviços de telecomunicações oferecidos em pacote. O número de clientes convergentes subiu 3,9%, para quase 915 milhões, entre janeiro e setembro.

Mas não são só as telecomunicações que compõem o grupo Nos. O negócio de cinema e audiovisuais “registou uma forte recuperação” nos dois últimos trimestres, “contribuindo para um crescimento das receias no acumulado dos nove meses de 8,3%, para 88,4 milhões de euros”, refere a Nos na informação cedida aos investidores.

Concretamente o terceiro trimestre bateu recordes. O período entre julho e setembro “foi o melhor trimestre de sempre em termos de bilhetes vendidos, tendo aumentado 16,2% face ao trimestre homólogo de 2018″. No acumulado dos primeiros nove meses de 2019, a Nos vendeu 6,86 milhões de bilhetes, mais 8,1% face a 2018.

No plano dos custos operacionais, as despesas da Nos registaram um aumento marginal de 0,6% e cifraram-se em 679,8 milhões de euros. A dívida líquida da empresa era de 1,33 mil milhões de euros com uma maturidade média de 3,1 anos.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h28)

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Altice renova patrocínio ao Altice Arena por mais dez anos

O Altice Arena vai manter o nome por mais dez anos. A dona da Meo renovou o contrato com o consórcio Arena Atlântico, de Luís Montez, mas não revela o montante envolvido.

A Altice renovou com o Arena Atlântico o contrato de patrocínio do nome do pavilhão multiúsos do Parque das Nações, pelo que este vai continuar a chamar-se Altice Arena por mais dez anos. Num evento em Lisboa, a dona da Meo anunciou ainda também a instalação de uma célula 5G no local onde começa esta segunda-feira o Web Summit.

“Celebramos o continuar desta parceria. Vão ser mais dez anos que vamos continuar ao lado desta equipa. Mais dez anos de Altice Arena”, afirmou o presidente executivo da empresa, Alexandre Fonseca. Questionado pelo ECO, o líder da Altice Portugal não quis revelar o montante envolvido na renovação.

O Altice Arena, antigo Pavilhão Atlântico, é a maior sala de espetáculos do país e é controlada pela Arena Atlântico, do consórcio liderado por Luís Montez. O pavilhão serve esta semana de palco principal ao Web Summit, a maior feira de tecnologia, inovação e empreendedorismo da Europa.

A Altice Portugal anunciou também a “cobertura integral” da Altice Arena com 5G, rede móvel de quinta geração. “A partir deste momento, a Altice Arena está servida por uma célula macro 5G, já durante o Web Summit, mas que depois vai permitir a todos os que já têm telemóveis 5G poderem desfrutar desta tecnologia”, afirmou Alexandre Fonseca.

A empresa exemplificou o potencial da tecnologia com uma chamada em tempo real da sede da Altice, em Picoas, para a Altice Arena, no Parque das Nações. No entanto, esta tecnologia é apenas um teste e a empresa ainda não pode comercializar a rede ao público. Assim, neste momento, mesmo quem tenha um smartphone com suporte 5G ainda não pode usar esta rede criada pela Altice Portugal.

A rede 5G da Altice Portugal tem um débito teórico de 2 Gbps, mas depende das condições de propagação. Em Lisboa, a Altice testou o débito desta rede 5G e conseguiu ultrapassar os 400 Mbps, uma velocidade muito superior à das atuais redes 4G.

Esta ação da Altice Portugal coincide com o dia em que também a operadora concorrente Nos anunciou cobertura 5G no Web Summit. “Após a cobertura integral da cidade de Matosinhos com a quinta geração de comunicações móveis, a Nos disponibiliza também 5G em todo o espaço em que se realiza esta edição do Web Summit”, avançou a operadora liderada por Miguel Almeida, em comunicado.

Segundo a Nos, “a FIL e o Pavilhão Atlântico, assim como áreas adjacentes, estão cobertas por uma rede 5G integralmente operacional para pilotos”. Ou seja, ainda não está disponível ao público.

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Nos compensa clientes com bónus nos dados móveis após apagão

Os clientes da Nos e da submarca WTF vão ser compensados com 2GB adicionais de tráfego de dados móveis, depois do apagão que cortou as comunicações durante horas esta terça-feira.

A Nos NOS 0,00% vai compensar os clientes com 2 GB adicionais de tráfego de dados móveis no próximo mês de novembro, depois de um apagão na rede da operadora esta terça-feira ter deixado muitos portugueses sem comunicações durante horas.

A empresa está a enviar mensagens SMS aos clientes de tarifários móveis a dar conta desta benesse: “Lamentamos o sucedido e agradecemos a sua compreensão. Para agradecer a sua confiança, a Nos oferece 2 GB de dados em novembro”, refere uma das mensagens, vistas pelo ECO. Noutra, os clientes da submarca WTF são informados de que também vão receber o tráfego adicional. Também foi lançada uma página a promover a oferta.

Esta é uma das medidas desenhadas pela empresa para gerir a crise provocada pela falha simultânea de dois processadores de tráfego esta terça-feira, por volta da hora do almoço, e que deixou milhares de clientes incontactáveis durante três horas. Nas redes sociais há centenas de comentários a criticar a operadora. Muitos clientes exigem um desconto na fatura mensal, que é pouco provável que aconteça, na medida em que, por norma, este tipo de interrupções está previsto nos contratos. A empresa já pediu desculpa pelo sucedido.

Esta terça-feira não foi um dia positivo para o setor das telecomunicações. Horas depois da falha registada pela Nos, também o serviço de internet fixa e móvel da Vodafone ficou indisponível para a generalidade dos clientes em todo o país. Em causa, uma “avaria de software de rede”, explicou a operadora.

Segundo a empresa, o problema começou por volta das 21h15 e foi resolvido já depois da meia-noite, ou seja, cerca de quatro horas depois. A falha “causou constrangimentos no serviço de internet móvel e fixa da Vodafone na noite de 22 de outubro, que se fizeram sentir por todo o país”, admitiu a empresa esta quarta-feira.

(Notícia atualizada às 10h04 com mais informações)

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Rede da Nos já está operacional. Falha deveu-se a “anomalia simultânea” de dois sistemas

A rede da Nos esteve inoperacional durante cerca de três horas esta terça-feira. Empresa já repôs o serviço e atribui a falha a uma "anomalia simultânea" de dois sistemas.

Os clientes da Nos NOS 0,00% enfrentaram falhas de rede em todo o país durante cerca de três horas esta terça-feira. De norte a sul, centenas de queixas apontaram para problemas nas chamadas, mensagens e dados no serviço móvel da operadora. O problema teve início por volta do meio-dia e os serviços foram “integralmente repostos” por volta das 15h00.

Numa nota a dar conta da resolução do problema, a Nos reconhece que registou “uma falha na sua rede móvel, com impacto em clientes em algumas zonas do país, nos serviços de voz e dados”. “As equipas da Nos trabalharam ininterruptamente com os seus parceiros, para recuperar com a rapidez possível todas as funcionalidades de modo a minimizar o impacto nos seus clientes”, frisa ainda a empresa.

A operadora esclareceu entretanto que a falha registada na sua rede se deveu a “uma anomalia simultânea de dois sistemas de processamento de tráfego” e reiterou que os seus serviços estão “integralmente repostos”. “A Nos esclarece que a situação de instabilidade registada na sua rede móvel, durante o final da manhã de hoje, se deveu a uma anomalia simultânea de dois sistemas de processamento de tráfego”, refere a operadora liderada por Miguel Almeida.

Esta situação “tem uma probabilidade absolutamente ínfima, dados os múltiplos níveis de redundância: lógica, física e geográfica”, acrescentou a operadora, salientando que todos os seus serviços estão “integralmente repostos”.

“A Nos ativou de imediato os procedimentos de gestão de crise, juntamente com os parceiros tecnológicos, o que permitiu a rápida resolução da situação e a reposição gradual dos serviços”, concluiu.

O incidente tinha sido confirmado pela empresa cerca das 12h30, já depois da publicação desta notícia a dar conta das falhas na rede da empresa. Na altura, a Nos confirmou o problema e disse ter acionado “os planos de contingência” para “assegurar uma rápida reposição os serviços”.

Uma vez que as operadoras têm de comunicar estes incidentes ao regulador setorial, a Anacom também confirmou ter sido informada de um incidente com a rede da operadora: “A Nos notificou o centro de reporte de notificações da Anacom”, disse ao ECO fonte oficial da entidade presidida por João Cadete de Matos.

Disparam notificações por falha no serviço da Nos

Fonte: DownDetector

O portal Down Detector, que monitoriza a atividade de serviços digitais em todo o mundo, mostrou um aumento súbito no número de queixas relacionadas com a Nos durante as horas do incidente. O ECO confirmou que houve falhas no serviço em Lisboa, mas dezenas de mensagens no mesmo portal apontaram para um problema mais generalizado, com queixas a serem publicadas a partir do Porto, Aveiro, Águeda, Vale de Cambra, Évora e Albufeira.

“Sem rede no Porto, na baixa”, comentou um utilizador. “Évora também está com problemas”, comentou outro. No Twitter também já surgiram algumas queixas: “Isto hoje está bonito. Os servidores pararam e a Nos móvel não tem rede. Informática e telecomunicações paradas, caos instalado”, lê-se numa mensagem publicada na rede social.

O Down Detector recebeu mais de 2.000 reportes de problemas com a Nos, mas a operadora não é a única a ser alvo de reclamações. Relativamente à Meo e à Vodafone, o mesmo portal também exibiu um aumento súbito no número de notificações de falhas no serviço, mas em número muito residual e sem qualquer comentário por parte dos utilizadores. O ECO não pôde confirmar a existência de falhas generalizadas nos serviços destas operadoras.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h38 com mais informações)

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Paga TV mas só quer Netflix. Compensa cortar o cabo?

A maioria dos pacotes de comunicações obriga a ter um serviço de TV que muita gente não usa desde que chegou a moda do streaming. A alternativa é cortar e só ter internet. Mas será que compensa?

Está na altura de cortar o cabo da televisão… ou talvez não.Hugo Amaral/ECO

Os pacotes têm uma coisa boa e uma coisa má. Juntam vários serviços numa só mensalidade, mas obrigam os clientes a pagarem coisas que muitas vezes nem usam. É assim nas telecomunicações. Nem todos tiramos o máximo rendimento dos serviços que contratamos em pacote e não é difícil encontrar alguém que paga telefone mas não usa, paga televisão mas não vê.

Após uma análise atenta aos serviços que usam, muitos consumidores apercebem-se de que as chamadas que fazem é com o telemóvel, ou que só ligam a televisão para ver séries em streaming. E, por estas razões, não precisam mais do que de uma ligação à internet. Após fazerem as contas, percebem que a televisão por cabo é dos serviços mais caros do pacote e que está na altura de cortar no que não é preciso.

Mas será que vale a pena cortar o cabo da box, ficar só com a internet em casa e pagar, antes, uma subscrição da HBO ou da Netflix? Em certos casos, a resposta é um “sim”. Mas cada caso é um caso. Por isso, a resposta mais acertada é um “talvez”. O principal problema é que a maioria das operadoras não vende a internet em separado, ou é demasiado cara para compensar o custo de oportunidade de não ter TV por cabo em casa.

Só internet mais streaming desde 24,99 euros

Vamos testar cenários? Imagine que vive num sítio com fibra da Nos. As ofertas comerciais consultadas pelo ECO mostram que deve conseguir pôr só internet em casa por 26,99 euros por mês, a uma velocidade de 100 Mbps, mais do que suficiente para ver filmes e séries em muito alta definição. Se tiver uma TV moderna, somando o custo do catálogo da HBO de 4,99 euros por mês, pagará um valor mensal total de 31,98 euros.

Tendo em conta esse cenário, não ter TV em casa significa uma poupança de três euros por mês, tendo em conta os 29,99 euros que custam o pacote da Nos com TV, internet e telefone. Ao fim de um ano, são 36 euros de poupança, mais do que uma mensalidade do pacote de telecomunicações com três serviços.

Compensa? Depende do ponto de vista. É que no cenário analisado, pagando mais três euros por mês, teria acesso à 120 canais de televisão linear. É um pequeno preço que poderá compensar o custo de oportunidade. Ou seja, são apenas mais três euros para ter TV em casa que, um dia, até pode dar jeito para ver em casa aquele jogo de futebol da seleção. Se compensa ou não, só o leitor o pode dizer.

 

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Outro exemplo, desta vez com a Nowo. A antiga Cabovisão permite uma poupança mais significativa se quiser ter só internet em casa e subscrever a HBO ou a Netflix. O problema é que a cobertura da Nowo é muito, muito limitada à escala do país. Mesmo assim, analisemos um cenário em que tem acesso à fibra da Nowo, a 120 Mbps. Pagará 20 euros por mês para ter só internet em casa.

Somando o custo da HBO, pagaria no total 24,99 euros por mês para ter o catálogo na sua smart TV. São menos 6,99 euros do que a opção da Nos (dica: paga uma subscrição do Spotify) e fica com internet ainda mais rápida. Mas, uma vez mais, se tiver cobertura da Nowo, pagaria 22,50 euros por um pacote com a mesma internet e com 90 canais de televisão. Neste caso, o pacote mais o serviço da HBO ficaria a 27,49 euros.

Novamente, ter TV em casa apenas custaria um valor reduzido, na ordem dos 2,5 euros por mês. Um preço que poderá compensar o custo de oportunidade.

 

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O ECO sondou ainda as ofertas da Meo. No caso da operadora da Altice, um primeiro assistente referenciou uma oferta comercial só com internet, a 23,99 euros por mês, mas o ECO não conseguiu confirmar este valor. Isto porque um segundo assistente, contactado, garantiu que a empresa não comercializa acessos à internet a não ser em pacote. Por isso, segundo dados consultados pelo nosso jornal, o mais semelhante seria um pacote com internet e telefone, por 27,99 euros, um euro mais caro do que a oferta da Nos.

Também no caso da Vodafone, a operadora não comercializa apenas internet. A alternativa mais semelhante é, novamente, o pacote com internet e telefone, por 25,90 euros. É mais barato do que a alternativa da NOS, mas a velocidade é apenas de 30 Mbps e obriga a ter telefone em casa. Ainda assim, em ambos os casos, o leitor é que decide o que faz mais sentido em cada caso. Ou casa.

Opções são caras. “Não haverá grande ganho em ter só internet”, reconhece a Deco

A análise do ECO permitiu apurar que só a Nos e a Nowo publicitam ofertas comerciais só com internet fixa. “Custa-me compreender a resistência” das operadoras, comenta o advogado Tito Rodrigues, responsável jurídico da Deco, a associação de defesa do consumidor. Nesta altura do campeonato, seria expectável existirem soluções mais adequadas ao público mais jovem, que “muitas vezes não têm interesse nas soluções integradas”, sublinha.

Lembrando que a Nos e a Nowo têm opções comerciais só de internet, o especialista em telecomunicações da Deco aponta, no entanto, que estas “provavelmente” não respondem à “expectativa de velocidade e preço” dos consumidores. As empresas de telecomunicações “acabam por entregar o 3P [triple play, isto é, um pacote com três serviços, como TV, internet e telefone] que acaba por ser mais vantajoso em termos de preço. No fundo está a retirar valor”, remata.

“As opções só de internet são de facto caras. Tirando a da Nowo, as outras opções [só de internet ou com 2P] são todas com valores superiores. Ficamos muito próximos das opções acima de um 3P. Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet”, brinca o responsável da Deco.

Do ponto de vista de casmurrice de um consumidor que queira apenas internet, não haverá grande ganho em ter só internet.

Tito Rodrigues

Responsável jurídico da Deco

Ao nível do mercado, os preços têm-se mantido relativamente semelhantes nas diferentes operadoras e Tito Rodrigues não foge desse facto: “Há harmonização de preços. O mercado foi bastante dinâmico até à maturidade, há cerca de cinco anos”, aponta. A não disponibilização de ofertas só com internet, por exemplo, é também uma forma de estas empresas “defenderem as suas quotas de mercado” e protegerem as receitas numa altura em que se prevê que tenham de fazer investimentos avultados no lançamento do 5G.

Por fim, Tito Rodrigues recorda que a lei da defesa do consumidor “proíbe” as operadoras de fazerem depender a contratação de um determinado serviço à aquisição de outros serviços e produtos. Ou seja, na prática, se reclamar junto da operadora, esta é obrigada a vender a internet sem pacote. Reconhecendo que as operadoras “não publicitam” essa informação, o especialista aponta, contudo, que o valor cobrado pelas operadoras nestes casos “é de tal maneira disparatado” que deixa de fazer sentido “escolher aquele serviço” de um ponto de vista económico.

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Nos lança telemóvel 5G da Huawei em Portugal

A Nos vai lançar um telemóvel 5G da Huawei em Portugal, mais uma conquista para a marca chinesa. O aparelho custa mais de 1.000 euros, mas o país ainda nem tem cobertura de quinta geração.

Os telemóveis 5G estão a chegar a Portugal e o primeiro começa a ser vendido já a partir de sábado. Trata-se do Huawei Mate 20 X 5G, que vai ser vendido pela Nos na loja online da operadora, mas também nas lojas físicas da empresa em diversas superfícies comerciais. No entanto, não é para todas as carteiras: custa 1.099,99 euros, com a possibilidade de ser adquirido a prestações durante 24 ou 36 meses.

A operadora garante que vai ser “o primeiro smartphone preparado para o 5G em Portugal”. No entanto, o aparelho chega numa altura em que o país ainda não tem qualquer oferta comercial de quinta geração de comunicações móveis, uma vez que o Governo ainda não avançou com o leilão de licenças das frequências 5G e num contexto em que esta faixa do espetro ainda se encontra a ser utilizada pelo serviço de Televisão Digital Terrestre (TDT).

“Estando preparado para a futura rede 5G, este smartphone funciona, naturalmente, na atual rede 4G”, admite a Nos, num comunicado em que dá conta do lançamento do aparelho no mercado português. A escolha do terminal da Huawei não surpreende, na medida em que a operadora se encontra a desenvolver uma rede 5G com recurso a tecnologia da empresa chinesa.

O lançamento do Mate 20 X 5G em Portugal representa, sobretudo, uma conquista para a Huawei, cuja participação no lançamento do 5G tem sido posta em causa em vários países, devido a acusações de espionagem que a empresa nega. Em Espanha, por exemplo, a Vodafone lançou uma oferta 5G com recurso a tecnologia da Huawei na infraestrutura, mas sem os telemóveis da marca no catálogo.

“Preparado para as especificações necessárias para 5G, o Huawei Mate 20 X 5G está equipado com um ecrã OLED de 7,2 polegadas, um processador octacore [oito núcleos] Kirin 980 + Balong 5000, RAM de 8 GB, armazenamento de 256 GB, câmara traseira tripla 40 MP [megapixels] + 8 MP + 20 MP e câmara frontal de 24 MP”, conclui a Nos.

Em julho, numa entrevista ao ECO, Tiago Flores, líder do segmento de consumo da Huawei Portugal, afirmou que a empresa estava a fazer tudo para que o telemóvel fosse lançado no mercado português. “Não temos informação [sobre se chega a Portugal] porque é um telemóvel 5G. Mas tudo faremos para que seja lançado também em Portugal”, referia Tiago Flores na altura.

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