Vodafone lança rede “5G” para testes em Lisboa

A Vodafone já instalou a primeira antena da rede de testes para o 5G, que vai poder ser usada por empresas, universidades e startups que queiram testar a tecnologia. Há mais antenas a caminho.

A Vodafone Portugal criou esta quinta-feira uma rede de testes para o 5G, que estará ao dispor das empresas, universidades e startups que integram o centro de inovação Vodafone 5G Hub. Num comunicado, a operadora informa que pôs “no ar” a “primeira antena 5G do país”, em parceria com a Ericsson. Está montada no topo da sede da Vodafone, no Parque das Nações.

Apesar de ainda faltarem alguns passos relevantes para o lançamento da quinta geração de rede móvel em Portugal, a empresa criou uma rede de testes que funciona temporariamente numa frequência cedida pela Anacom, “para que sejam testadas em ambiente real todas as possibilidades que esta tecnologia vai trazer”.

“Acreditamos que os projetos que se desenvolvam no nosso laboratório de inovação a partir da rede 5G vão contribuir para ficarmos a conhecer ainda melhor a tecnologia e, assim, explorar de uma forma muito mais concreta a sua utilização futura”, considera Pedro Santos, responsável pelo Vodafone 5G Hub, citado em comunicado.

De acordo com a empresa liderada por Mário Vaz, a rede de testes 5G da Vodafone “tirará, igualmente, partido da atual rede 4G da Vodafone”. “Até ao final do ano, a Vodafone Portugal instalará mais antenas 5G entre Lisboa e Porto, como a já anteriormente anunciada na FEUP”, conclui a mesma nota.

O 5G é a próxima geração de rede móvel que vai trazer débitos mais rápidos no acesso à internet. Espera-se que a tecnologia sirva de base à evolução da nova era da indústria. Em Portugal, a Anacom ainda tem de proceder à retirada da TDT das frequências que vão ser utilizadas para o 5G e lançar um leilão para atribuição do espetro às várias operadoras.

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Vodafone España pode despedir até 1.000 trabalhadores

A Vodafone em Espanha está a estudar a apresentação de um pedido para levar a cabo um despedimento coletivo que pode afetar 20% da força de trabalho da empresa.

Pressionada pela “guerra” dos preços nas telecomunicações, a Vodafone España, liderada pelo português António Coimbra, tem planos para despedir até 1.000 trabalhadores, um número que representa cerca de 20% da força de trabalho. A notícia foi avançada pelo Expansión e pelo El País. A empresa tenciona abrir negociações com os sindicatos em breve, no sentido de levar a cabo este plano, mas a imprensa espanhola sublinha que os representantes sindicais ainda não foram formalmente informados da situação.

O El País sublinha que a empresa ainda não fechou o número exato de pessoas tem de despedir para voltar ao equilíbrio, mas está a estudar apresentar um Expediente de Regulación de Empleo, que é, em linhas gerais, uma autorização para levar a cabo um despedimento coletivo. A subsidiária espanhola tem, atualmente, mais de 5.000 trabalhadores.

Contactada pelos dois jornais, a Vodafone España não comenta estas informações. O ECO contactou a Vodafone Portugal, no sentido de apurar se a situação débil da congénere espanhola poderá provocar ondas de choque em Portugal, mas a empresa também não quis comentar. “A Vodafone Portugal não tem qualquer comentário a fazer”, disse fonte oficial da empresa, em resposta a um conjunto de questões remetidas pelo ECO.

A notícia não está a refletir-se no desempenho do grupo Vodafone na bolsa de Londres. As ações da empresa seguem a valorizar 1,62%, para 154,46 pence.

Vodafone España com menos ambição

No início deste mês, a Vodafone España revelou um plano de redução de custos operacionais no valor de 1,2 mil milhões de euros, a implementar até 2021, mas não detalhou em que áreas é que os cortes iriam ter maior influência. Também nessa altura, a empresa baixou o seu valor em 2,9 mil milhões de euros, face à redução das ambições para o futuro, depois de revelar ter perdido 98 mil clientes de TV por subscrição e uma queda nas receitas de 3,2%, para 2,42 mil milhões de euros, entre abril e setembro (o primeiro semestre fiscal da empresa).

Em contrapartida, em Portugal, o negócio tem seguido em sentido inverso. As receitas totais da Vodafone Portugal no mesmo período aumentaram 2,3%, para 490 milhões de euros, devido à “progressiva recuperação” do negócio no segmento móvel, como explicou Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone Portugal, em meados deste mês de novembro.

Tal como fez a concorrente Altice, a Vodafone também se prepara para vender torres de telecomunicações em vários mercados, revelou o novo homem-forte do grupo, Nick Read. O objetivo passará por abater dívida da empresa, que rondará os 31 mil milhões de euros. A Vodafone detém atualmente 110 mil torres de telecomunicações na Europa e, desse número, controla diretamente 55 mil torres, avaliadas em cerca de 12 mil milhões de euros.

A “guerra” dos preços é uma forma de ilustrar a concorrência pelo preço dos serviços em telecomunicações, um problema que está a afetar várias operadoras do setor em vários mercados internacionais. Por exemplo, o grupo Altice, que detém a Meo em Portugal e a SFR em França, viu as receitas do terceiro trimestre deste ano caírem 6,3%, para 3,44 mil milhões de euros, devido à concorrência dos preços e às campanhas promocionais agressivas que estão a pressionar o negócio no mercado francês.

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Serviço móvel ajuda contas da Vodafone. Receitas totais sobem 1,9% no primeiro semestre

  • Lusa
  • 13 Novembro 2018

A explicar o aumento está o serviço móvel. Impulsionado pela qualidade da rede e pela sazonalidade associada ao verão, o segmento móvel apresenta uma "progressiva recuperação".

As receitas totais da Vodafone Portugal, no primeiro semestre terminado em setembro, subiram 1,9%, face a igual período do ano passado, para 520 milhões de euros, anunciou esta terça-feira a operadora de telecomunicações.

As receitas de serviços aumentaram 2,3% no semestre compreendido entre abril e setembro, face a igual período de 2017, para 490 milhões de euros. Já no segundo trimestre fiscal, terminado em setembro, as receitas de serviços aumentaram 1,1%, para 251 milhões de euros, em termos homólogos, e as receitas totais avançaram 0,6%, para 266 milhões de euros.

“No segundo trimestre do ano fiscal 2018-2019, compreendido entre julho e setembro, a Vodafone Portugal prossegue a tendência de crescimento das receitas de serviços, principal indicador de negócio, suportada sobretudo pela evolução consistente do serviço fixo”, adianta a operadora, em comunicado.

Citado no comunicado, o presidente executivo da empresa, Mário Vaz, refere que a Vodafone Portugal “prossegue o crescimento operacional nos diferentes segmentos do mercado e consolida a tendência de melhoria dos indicadores financeiros, reflexo de um posicionamento estratégico diferenciador, que assenta na qualidade do serviço prestado aos seus clientes”.

“O serviço móvel apresenta uma progressiva recuperação, permitindo à Vodafone manter a sua posição de relevo nesse segmento, e no negócio fixo a Vodafone continua a reforçar a sua quota de mercado”, acrescenta o responsável.

De acordo com a Vodafone, “na base deste desempenho está uma maior resiliência do segmento móvel, impulsionada pela qualidade da sua rede e pela sazonalidade associada ao período de verão, bem como pelo crescimento forte e sustentado do segmento fixo”.

No segundo trimestre, o número total de clientes móveis subiu 0,3%, enquanto o de clientes 4G (quarta geração móvel) aumentou 28,3%, “atingindo quase dois milhões”. A penetração de smartphones no total da base de clientes da Vodafone é de 73,9% e a utilização de dados móveis aumentou 26,9%.

Quanto aos clientes fixos, estes registaram um aumento de 8,8% no segundo trimestre, para 685 mil.

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Nos já não é líder de mercado no triple play. Foi ultrapassada pela Meo

A Meo e a Vodafone ganharam clientes no primeiro semestre do ano. Mas, nesse período, a Nos deixou de ser líder de mercado dos pacotes "triple play".

A Nos NOS 2,09% já não é líder de mercado nas ofertas convergentes em triple play (“3P”, ou seja, televisão, internet e telefone, por exemplo). A quota de subscritores da operadora ao nível dos pacotes de telecomunicações encolheu no primeiro semestre do ano, num período em que a Meo ganhou mais vantagem sobre a concorrente Nos e a quota da Vodafone cresceu ao mesmo ritmo da quota da Meo, revela um relatório publicado esta segunda-feira pela Anacom. Já a quota da Nowo também encolheu na primeira metade do ano, sem contar ainda com o efeito da exclusividade da Liga dos Campeões.

“Durante o primeiro semestre de 2018, a Meo ultrapassou a Nos no 3P”, lê-se no relatório semestral do regulador, que analisa as quotas de subscritores das operadoras que oferecem serviços em pacote — as chamadas ofertas convergentes. Concretamente, no que toca ao triple play, a quota de subscritores da Meo fixou-se em 34,5%, enquanto a da Nos se cifrou em 34%.

Analisando as ofertas de forma detalhada, a Meo consegue assim o feito de liderar o mercado das ofertas convergentes em todas as modalidades. “No primeiro semestre de 2018, o nível de concentração aumentou. (…) De acordo com a informação disponível, e atendendo à quota de subscritores, a Meo liderava em todos os tipos de oferta”, sublinha a Anacom no mesmo relatório. Foi, neste período, “o prestador que captou mais subscritores em termos líquidos”, conseguindo 111 mil novos clientes.

Quotas de subscritores de serviços em pacote, por modalidade

Fonte: AnacomFonte: Anacom

Meo e Vodafone “roubam” mercado à Nos

No geral, tendo em conta todas as modalidades (do “2P” ao “5P”), a Meo e a Vodafone “roubaram” quota de mercado à Nos durante o primeiro semestre. As duas operadoras melhoraram as respetivas quotas de subscritores de serviços prestados em pacote, enquanto a quota da Nos encolheu no mesmo período, quando comparada com o período homólogo.

Neste período, a Meo distanciou-se da concorrente Nos e viu a quota de mercado melhorar 0,9 pontos percentuais em termos homólogos, tendo fechado o mês de junho com uma quota de subscritores de ofertas em pacote de 40,5%. Em contrapartida, a quota de mercado da Nos encolheu 1,4 pontos percentuais face ao mesmo semestre de 2017, para 37,7%.

A quota de mercado da Vodafone também cresceu ao mesmo ritmo da quota da Meo: os clientes de ofertas em pacote da operadora liderada por Miguel Almeida aumentaram 0,9 pontos percentuais em termos homólogos, com a empresa a registar uma quota de mercado de 17,3%.

Já o grupo Apax, que detém a operadora Nowo, também perdeu clientes na primeira metade de 2018: a quota recuou 0,5 pontos percentuais, para 4,5%. Apesar de a Nowo estar na ribalta por ter a exclusividade da ElevenSports — é a única plataforma de TV por subscrição a transmitir os jogos da Liga dos Campeões –, os resultados deste primeiro semestre ainda não incorporam os efeitos que esta exclusividade poderá ter tido na adição de clientes para o portefólio da empresa presidida por Miguel Venâncio.

Quotas de subscritores de serviços prestados em pacote

Fonte: Anacom

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Vodafone está livre de pagar um milhão de euros à Meo pelo acesso a postes. Altice admite recorrer à polícia

Para já, a Vodafone está livre de pagar um milhão de euros à Meo. Processo que põe as duas operadoras frente a frente teve um revés, depois de a Anacom ter suspendido os efeitos da sua decisão.

A Anacom decidiu suspender os efeitos de uma decisão recente que obrigava a Vodafone a pagar cerca de um milhão de euros à Meo, apurou o ECO. A operadora liderada por Mário Vaz tinha reclamado da deliberação, num processo em que a Meo se queixava de que a Vodafone deixou de pagar a utilização de postes que são da Altice Portugal, mas cujo acesso é regulado.

Como o ECO avançou na semana passada, a Meo acusava a Vodafone de ainda não ter pago o valor alegadamente em dívida mesmo depois da intervenção da Anacom. Mas a decisão da Anacom estará agora suspensa, a pedido da Vodafone. O montante envolvido não é público, mas o ECO já tinha apurado estarem em causa cerca de um milhão de euros, 780 mil euros diretamente associados às ocupações dos postes que tinham sido consideradas irregulares pela Anacom.

“No seguimento da reclamação apresentada pela Vodafone junto do regulador, sobre a decisão referente à ocupação dos postes da Altice/Meo, a Anacom decidiu suspender todos os efeitos desta decisão, incluindo a obrigação de pagamento”, disse ao ECO fonte oficial da Vodafone. Acrescenta ainda que “esta decisão vem dar razão aos argumentos da Vodafone, levando a que o regulador repondere o que havia decidido”.

No entanto, fonte oficial da Anacom disse que o regulador apenas suspendeu os efeitos da decisão até que a mesma seja reavaliada à luz da reclamação da Vodafone, a pedido desta última. Ou seja, não está aqui em causa uma decisão final que seja contra ou a favor de qualquer uma das operadoras.

Meo acusa Anacom de ser “sensível” a pressões. Ataca Vodafone por manter “comportamentos ilegais”

Em reação a este desenvolvimento, Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, mostrou-se surpreendido com a suspensão da decisão da Anacom. “Tenho de reagir com surpresa. Surpresa, porque uma vez mais o nosso regulador regula na comunicação social. A Altice Portugal foi notificada pela comunicação social em primeiro lugar. Em segundo lugar, obviamente não deixa de ser caricato”, disse.

O gestor lembrou que o regulador publicou uma decisão e “disse publicamente que o recurso da Vodafone não tinha efeito suspensivo”. O líder da Meo garantiu também que já passou “o prazo legal” da Vodafone para regularizar o pagamento e que a Anacom vem agora “dar o dito por não dito”, numa decisão que põe “em risco” a “componente financeira” que é devida à Altice Portugal “por lei e por regulação”.

“Só me apraz dizer que, provavelmente, sofrendo pressões, e sendo sensível a essas mesmas pressões que nós não conhecemos, e obviamente não concordamos, [a Anacom] vem agora dar o dito por não dito, baralhar-se mais uma vez, mostrando que não conhece o setor em profundidade”, afirmou Alexandre Fonseca, à margem de uma iniciativa da empresa que decorre esta segunda-feira no norte do país. “É com muita preocupação que, além do caricato que a situação tem, vemos com muita apreensão e preocupação uma postura que consideramos ser pouco responsável por parte do regulador”, concluiu.

Queixa da Meo teve resposta da Vodafone

Tudo começou quando, em agosto de 2017, a Vodafone terá deixado de apresentar à Meo os pedidos de intervenção nos postes da Altice Portugal para estabelecer ligações a clientes finais. A empresa também terá deixado de pagar os preços tabelados para este acesso, segundo a decisão final do regulador, agora suspensa. A Meo queixou-se ainda de que a Vodafone a impediu “de saber a real dimensão das ocupações indevidas”.

Numa deliberação datada de 21 de junho, a Anacom concluía que a Vodafone tinha mesmo de pagar este acesso aos postes da Meo e voltar a comunicar previamente as intervenções. Mas, dois meses depois, a operadora da Altice Portugal acusou a Vodafone de também não respeitar a decisão do regulador. Alegadamente, a operadora presidida por Mário Vaz não chegou a pagar a alegada dívida à Meo, mesmo após intervenção da Anacom. Na semana passada, numa resposta ao ECO, fonte oficial da Altice Portugal considerou “lamentável o não-cumprimento da decisão do regulador” por parte da concorrente.

Pelo meio, a Vodafone também apresentou uma queixa à Anacom contra a Meo, acusando-a de dar “respostas erradas” a pedidos da Vodafone no acesso aos postes. Ainda não há decisão final, mas o regulador liderado por João Cadete de Matos já emitiu um sentido provável de decisão, no qual está inclinado para obrigar a Meo ao “pagamento à Vodafone de uma penalidade de 200 euros correspondente a cada resposta errada a cada pedido de análise de viabilidade submetido”.

Apesar de a queixa da Vodafone não inibir a operadora de cumprir o deliberado na decisão da queixa feita pela Meo, a Anacom decidiu agora suspender a sua própria decisão, a pedido da Vodafone. E livra a operadora, pelo menos para já, de pagar cerca de um milhão de euros à Altice Portugal.

Segundo uma resposta da Vodafone ao ECO, que cita a notificação da Anacom, o regulador “obteve conhecimento e informação, mais extensos e detalhados, sobre os procedimentos seguidos, e/ou preços aplicados às demais beneficiárias” da oferta em causa, pelo que vai proceder à análise de “todo o novo acervo de dados de que agora dispõe, na medida em que os mesmos parecem ser geradores de incerteza quanto aos efeitos do que foi decidido”.

Meo admite recorrer à polícia para impedir o acesso da Vodafone aos postes

Na manhã desta segunda-feira, antes de conhecidos estes desenvolvimentos, a Altice admitiu pedir a intervenção policial para impedir o acesso não autorizado da Vodafone aos postes da Meo, caso entenda estar “em risco a vida das pessoas ou a integridade de bens”, disse o presidente executivo à Lusa. “Se existirem situações que ponham em risco a vida das pessoas ou a integridade de bens teremos também de utilizar outros mecanismos, nomeadamente as autoridades policiais competentes para esse efeito”, afirmou Alexandre Fonseca em declarações à agência Lusa.

Segundo explicou, a intervenção da Vodafone em postes da Meo sem autorização prévia desta — que é “a proprietária” dos equipamentos e quem faz a sua “gestão” — é “lamentável”, mas sobretudo “preocupante”, porque pode “colocar em risco pessoas e bens”. “Nada nos garante que a subida a um poste por um técnico que não sabemos se está credenciado, o carregar esse poste com mais uma quantidade de cabos, com o peso correspondente e as tensões que exercem sobre esse poste, não possa um dia levar um desses postes a cair e provocar uma fatalidade”, sustentou o presidente executivo da Altice.

Salientando que isto “é algo que preocupa sobremaneira” a Altice, Alexandre Fonseca disse que a empresa está “obviamente a tomar medidas junto das autoridades competentes para não só fazer valer aquilo que é de lei e que lhe é devido”, mas também “para garantir a segurança e a integridade das pessoas que circulam na via pública, junto dos postes espalhados por todo o país”.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Vodafone Portugal refutou estarem em causa questões de segurança, sustentando que “a própria Anacom considerou que ‘os drops de cliente, pelas suas características específicas, não constituem risco significativo na estabilidade física dos postes”. Segundo a Vodafone, a Anacom nota que “a Meo não identificou nem logrou provar existir uma situação real de ocorrência de queda de um poste em resultado da instalação de um ‘drop’ de cliente”.

(Notícia atualizada às 18h37 com mais informações)

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Meo, Nos e Vodafone namoram 5G com três eventos no mesmo dia… e à mesma hora

As três principais operadoras portuguesas agendaram eventos para esta quarta-feira de manhã, direta ou indiretamente relacionados com o 5G. E um dia depois de a Anacom dar um passo neste dossiê.

Meo, Nos e Vodafone querem que saiba que estão empenhadas em disponibilizar o 5G aos consumidores portugueses. Há três eventos no mesmo dia… à mesma hora.Pixabay

As três maiores operadoras portuguesas querem mostrar que estão a dar tudo no campo do 5G. E tanto a Meo como a Nos e a Vodafone promovem eventos nas suas sedes em Lisboa esta quarta-feira de manhã.

Enquanto a Meo e a Nos vão demonstrar o potencial e as aplicações da quinta geração de rede móvel, a Vodafone (que já tinha feito esta primeira abordagem num evento no mês passado), dá o passo em frente e apresenta uma nova gama de dispositivos conectados para o segmento de consumo. A somar a isto, as apresentações das três empresas acontecem um dia depois de a Anacom anunciar o roteiro para a libertação da faixa do espetro eletromagnético onde vai funcionar a próxima geração da rede. Coincidência?

Às 10h30, a Vodafone Portugal vai apresentar uma “nova gama de soluções IoT para o segmento de consumo”. IoT significa internet ofthings, ou “internet das coisas”, que é uma tendência tecnológica que só vai ser acelerada pelo 5G.

Basicamente, são todos aqueles aparelhos comuns, mas que vão passar a estar ligados à internet — como os sensores nas casas e outros dispositivos que permitem controlar coisas à distância. A empresa garante ser a primeira a “abrir o leque de soluções” deste género ao consumidor final. Tem como objetivo “transformar a vida dos portugueses”, tornando-lhes o dia-a-dia mais inteligente e mais simples.

Também às 10h30, a Meo, detida pela Altice Portugal, terá um evento relacionado com o 5G na sua sede em Picoas, Lisboa. Chama-lhe uma “demonstração do 5G” em “primeira mão”, “fora do laboratório”.

“Alinhada com a agenda estratégica da União Europeia definida para o 5G, a Altice Portugal reitera a sua posição de liderança do 5G roadmap em Portugal já iniciada há mais de um ano”, aponta a empresa no convite enviado aos jornalistas. Diz que se prepara agora para “uma demonstração em ambiente de rede comercial e com terminal pré-comercial 5G da Huawei, a funcionar na banda dos 3,6 GHz, que alcançará velocidades na ordem dos 1,5 Gbps”. Ou seja, muito superior ao que a tecnologia atual permite.

Para as 11h00 está agendado um evento na sede da Nos, onde a empresa promete anunciar algumas das aplicações e potencialidades do 5G. Pouco se sabe em concreto sobre o que a empresa liderada por Miguel Almeida tem na manga, mas o evento chama-se “5G TEK Day – Download the Future”, o que deixa uma ideia geral do que aí vem.

Neste evento da Nos, estará presente a secretária de Estado da Indústria, Ana Teresa Lehmann. O ECO sabe que a empresa irá apresentar aqui o seu próprio roadmap para o desenvolvimento do 5G.

Estes três encontros em Lisboa, com maior ou menor grau de ligação ao 5G, acontecem um dia depois de também a Anacom dar mais um passo neste processo. Uma vez que as frequências acordadas ao nível comunitário para o 5G — a faixa dos 700 MHz — se encontram ocupadas em Portugal pela Televisão Digital Terrestre (TDT), terá de ser feita a deslocação desse serviço para outra frequência.

Isso, anunciou o regulador, começará a acontecer a partir do último trimestre de 2019 e até ao final de junho de 2020. E a transição vai implicar que todos os utilizadores de TDT tenham de sintonizar novamente os seus equipamentos, como explicou o ECO em detalhe esta terça-feira.

Ainda em relação ao 5G, a esmagadora maioria das operadoras de telecomunicações em todo o mundo está a preparar-se para esta nova realidade, que a Comissão Europeia tenciona que arranque já no início da próxima década. A transição deverá ser gradual, na medida em que as próprias gamas de equipamentos eletrónicos terão de ser atualizadas para passar a suportar esta tecnologia. É o caso dos smartphones e dos computadores, mas também de outros aparelhos da “internet das coisas” e até dos carros autónomos e inteligentes.

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Queda do negócio da TVI “é o desfecho mais favorável”. Vodafone vai retirar ações em tribunal

A Vodafone diz que "serão retiradas" as ações em tribunal que tinham como objetivo travar a compra da Media Capital pela Altice. Queda do negócio é o desfecho "que mais favorece" o país.

A Vodafone já reagiu à notícia da queda do negócio da Media Capital. Para a operadora liderada por Mário Vaz, “é o desfecho que mais favorece os consumidores” e o país. Era também um cenário já “previsível”, aponta a companhia, alinhando com as reações já conhecidas da Nos e do grupo Impresa. A Vodafone vai, assim, retirar os dois processos que promoveu na Justiça para tentar travar a operação.

Em resposta ao ECO, fonte oficial da Vodafone Portugal indica que o facto de o negócio já não se realizar “é o desfecho que mais favorece os consumidores, a concorrência, o bom desenvolvimento dos setores de media e telecomunicações e o país”. E acrescenta que, “com o previsível desfecho deste procedimento na Autoridade da Concorrência (AdC), as ações da Vodafone deixarão de ter razão de ser, motivo pelo qual consideramos que serão retiradas”, avança a empresa.

A Altice e a Prisa comunicaram aos mercados que já não vão realizar a transação de propriedade da Media Capital, dona da TVI, na medida em que estiveram 11 meses à espera de que o processo tramitasse por completo nos reguladores portugueses. Concretamente, a Altice acusa a AdC de não emitir uma decisão em tempo útil, com “consequências” para os investidores nacionais e estrangeiros.

Foi em julho de 2017 que a Altice anunciou a intenção de comprar a Media Capital aos espanhóis da Prisa. A dona da Meo oferecia 440 milhões de euros pelo maior grupo de media em Portugal, mas existiam receios de que a operação distorcesse a concorrência nos setores de media e telecomunicações.

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Presidente da Vodafone garante que “o 5G já é possível”

A Vodafone poderá arrancar a atividade comercial no campo do 5G já em 2020, admitiu o presidente executivo da operadora. Mário Vaz disse que, do ponto de vista técnico, até "já é possível".

A Vodafone Portugal continua a preparar o caminho para a implementação do 5G, a quinta geração de rede móvel, no sentido de permitir cada vez mais dispositivos conectados à internet e de abarcar uma tendência que deverá acelerar cada vez mais nos próximos anos. A empresa está a trabalhar em parceria com a Ericsson Portugal no sentido de implementar a tecnologia quando “a necessidade do mercado assim o justificar”, algo que poderá acontecer já em 2020.

Numa conferência de imprensa em Lisboa, o presidente executivo da operadora, Mário Vaz, afirmou que “o 5G já é possível” do “ponto de vista técnico” e explicou que as empresas de telecomunicações devem estar preparadas para iniciar a atividade comercial quando as condições estiverem reunidas, nomeadamente quando as frequências estiverem livres e quando a infraestrutura atual já não permitir suportar todos os aparelhos que os portugueses querem ligar à rede.

E quando será isso? Para o líder da Vodafone, deverá acontecer a partir de 2020, tendo em conta que, “para o próximo ano, começaremos a ter já os primeiros equipamentos” preparados para esta tecnologia. “Em 2020 poderemos iniciar a atividade comercial”, admitiu o gestor da terceira maior operadora portuguesa em termos de quota de mercado. Isso deverá colocar Portugal mais uma vez na liderança europeia em termos de evolução tecnológica, indicou Mário Vaz.

A Vodafone Portugal apresentou esta quarta-feira o 5G Hub, um “laboratório de inovação para impulsionar a rede móvel do futuro”, refere a empresa em comunicado.

“Com este laboratório, a Vodafone compromete-se a criar as condições necessárias para se testarem e concretizarem casos práticos, disponibilizando para isso rádios 5G standard assim que estes estejam disponíveis, bem como o acesso a uma rede core e plataformas de serviços”, acrescenta a companhia. E sublinha que, “a par disso, serão instaladas antenas 5G nos polos universitários que integrem este Hub, para que os alunos possam ter acesso a esta tecnologia”.

A parceria entre a Vodafone e a Ericsson, que já se está a materializar noutros países, como o Reino Unido, chega assim a Portugal. A Ericsson tem sido uma das multinacionais a trabalhar no desenvolvimento desta nova tecnologia de comunicação, levando a cabo testes com diversas operadoras em vários mercados. Por exemplo, em fevereiro, a empresa assinou um memorando de entendimento com o polo tecnológico Altice Labs, do grupo que detém a Meo, para desenvolvimento e aceleração do 5G.

“Assinámos mais de 40 memorandos com clientes para testes”, avançou Luís Miguel Silva, presidente da Ericsson Portugal. “O 5G melhorará a experiência digital, diminuirá o custo por gigabit e aumentará as fontes de receita”, referiu o gestor. De recordar que a Comissão Europeia já mostrou intenções de iniciar a implementação comercial do 5G em 2020, no sentido de abrir novas possibilidades no projeto do Mercado Único Digital.

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Anacom quer pôr os clientes a avaliarem as operadoras

O líder da Anacom, João Cadete de Matos, disse que quer investir no desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial para que os clientes possam avaliar as operadoras de telecomunicações.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) disse esta quinta-feira que pretende investir em soluções de inteligência artificial para que os clientes possam avaliar as operadoras, medida que considera “potenciar a concorrência”.

“A Anacom já trabalha na área da medição de serviço, mas queremos investir nessa dimensão, para que os consumidores possam fazer uma avaliação da qualidade do serviço que é prestado pelos vários operadores”, disse o presidente da entidade, João Cadete de Matos, que falava na Federação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, num debate com empresas do setor sobre “a utilização da Inteligência Artificial para o bem comum”, no âmbito do Dia Mundial das Telecomunicações. O responsável da Anacom acrescentou que essa avaliação do serviço iria “potenciar a concorrência”.

De acordo com João Cadete de Matos, a Anacom também pretende “usar a inteligência artificial para conseguir prestar um serviço mais eficiente”, o que passa desde logo por “resolver o problema das reclamações”. “A inteligência artificial pode ajudar-nos a todos a sermos mais eficientes sobretudo nos tempos de resposta, que é uma das queixas que os utilizadores mais apresentam, quanto ao tempo que demoram em ver a sua queixa respondida, já não digo resolvida”, notou o presidente da Anacom.

Operadoras lembram que já usam inteligência artificial

Presentes na ocasião, responsáveis da Nowo, Nos, Altice e Vodafone explicaram que estas companhias já recorrem à inteligência artificial para determinadas áreas.

Segundo o presidente da Nowo, Miguel Venâncio, a operadora usa este tipo de tecnologia para “ter mecanismos de diagnóstico da internet” que possibilitam uma “manutenção antecipada”, bem como na “computorização” de determinadas tarefas, que estão agora a ser desempenhadas em “muito menos tempo e com muito maior produtividade” do que eram por colaboradores, entretanto transferidos para outras áreas. Além disso, a Nowo quer levar inteligência artificial aos serviços de apoio ao cliente. “Estamos a trabalhar numa área que é no call center, para que quando o nosso cliente nos liga consigamos perceber qual é o seu estado de espírito e, com base nisso, adaptar o modo de o colaborador fala”, apontou Miguel Venâncio.

Por seu lado, a administradora da Nos Ana Paula Marques assinalou que esta operadora tem apostado em “grandes áreas ao nível da inteligência artificial”, como na “melhoria da experiência ao cliente”, na forma como disponibiliza os produtos e na vertente operacional.

O administrador da Altice Labs Alcino Lavrador indicou que a dona da Meo aplicou inteligência artificial às boxes das televisões, à criação de “ferramentas para detetar falhas e avarias” da rede e às campanhas para os seus clientes, “promovendo a oferta mais adequada”.

Já o administrador da Vodafone João Nascimento falou na introdução desta tecnologia em “processos de supervisão de rede”, o que permite uma “capacidade de análise e de gestão muito maior”. Intervindo na sessão, João Nascimento apontou ainda na necessidade de se apostar no ensino desta tecnologia nas universidades, o que permitira “uma nova força de trabalho” e “pessoas mais capacitadas do ponto de vista digital”.

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Vodafone fatura mais de mil milhões de euros em Portugal

A Vodafone Portugal continua a crescer. As receitas aumentaram pelo décimo trimestre consecutivo, superando a fasquia dos mil milhões nos último ano fiscal.

A Vodafone Portugal está a aumentar as receitas. Registou um crescimento de 3,1% no quarto trimestre, alcançando o décimo trimestre consecutivo de aumento da faturação. No total do ano fiscal, terminado em março, a empresa liderada por Mário Vaz conseguiu superar o patamar dos mil milhões de euros de receitas.

As receitas de serviços totalizaram “cerca de 232 milhões de euros no final de março, o que representa um crescimento orgânico de 3,1% face ao período homólogo”, diz a operadora. “Este desempenho revela o ritmo de crescimento sustentado de um dos mais importantes indicadores de negócio, o que se verifica pelo décimo trimestre consecutivo“. No mesmo período, as receitas totais avançaram 3% para cerca de 246 milhões de euros.

“Na análise ao exercício fiscal de 2017-2018, as receitas de serviços ascendem a 950 milhões de euros, o que representa um crescimento de 4,6% face ao ano anterior. No mesmo período, as receitas totais sobem 3,3%, ultrapassando os mil milhões de euros”, acrescenta a empresa, notando que estes resultados foram “alcançados num ambiente setorial desafiante e em transformação”.

Os resultados espelham, entre outras variáveis, o crescimento das receitas do serviço fixo, sustentado pelo contínuo incremento da base de clientes que contabiliza já mais de 657 mil, o que representa um aumento de 11,3%”, refere a Vodafone Portugal. Em termos de clientes móveis, a operadora totaliza 4,606 milhões, o que representa uma ligeira redução face a março de 2017, mas com um peso acrescido de clientes 4G”.

“A Vodafone Portugal encerra o ano fiscal de 2017-2018 completando um crescimento de dez trimestres consecutivos do principal indicador de negócio. Este reforço da sua posição competitiva é fruto do sucesso da estratégia adotada e da capacidade de a empresa responder positiva e adequadamente aos crescentes desafios do mercado“, refere Mário Vaz, acrescentando que a inovação vai continuar a ser estratégica na atuação da empresa.

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Nos e Vodafone dizem que corte de 66% nos preços da Fibroglobal é “insuficiente”

A Nos e a Vodafone assumem que continuarão impossibilitadas de usar a rede de fibra ótica da Fibroglobal, mesmo que os preços desçam 66%, como foi proposto. A Nos acusa a Meo de "monopólio".

A Nos e a Vodafone consideram que, mesmo que os preços cobrados pelo acesso à rede da Fibroglobal baixem 66%, tal como propôs a Anacom, o investimento na rede daquela empresa continua a não ser viável. Foi o que disseram ao ECO fontes das duas empresas esta sexta-feira.

A Fibroglobal construiu uma rede de fibra ótica no interior do país, com o apoio milionário de fundos comunitários. No entanto, a Meo é a principal utilizadora. E têm sido sucessivas as queixas das operadoras concorrentes em relação a esse aspeto, apontando para indícios de que a Fibroglobal tenha ligações à Meo.

É o caso da Nos. Ao ECO, fonte oficial da empresa liderada por Miguel Almeida afirmou que o corte nos preços é “insuficiente”, uma vez que “não assegura a concorrência e o fim do monopólio da Meo”. Já Mário Vaz, presidente da Vodafone, reiterou esta mesma insuficiência e tem uma posição semelhante.

Indicando que a intervenção do regulador é “um sinal positivo para a resolução de um grave problema que há muito afeta o mercado”, a Nos afirmou que continuam a não ser asseguradas as condições necessárias ao lançamento de ofertas nestas áreas. “A estrutura de custos apresentada é incompatível com os preços de retalho praticados no mercado, e não permite replicar as ofertas praticadas pela Meo nessas zonas”, disse fonte oficial ao ECO.

“Assim, o monopólio [da Meo] dever-se-á manter”, indicou fonte oficial da Nos. Pelo menos “até que seja garantida a redução adicional dos preços do acesso local, existir a possibilidade de lançamento de ofertas até 1 Gbps e for garantida a adoção de protocolos de transmissão de vídeo eficientes”, garantiu. A expectativa da empresa é a de que o Governo “interfira neste processo e reveja, com urgência, a proposta da Anacom”.

Já para o presidente da Vodafone, “o preço único proposto pela Anacom pelo acesso à rede da Fibroglobal continua elevado, com condicionalismos técnicos relevantes, e é aproximadamente o mesmo que aplica atualmente ao seu único cliente e acionista, e que levou ao reconhecimento da existência de sobrefinanciamento.”

A Vodafone assumiu ainda que poderá existir “uma leitura mais aprofundada” da recomendação da Anacom, que poderá ser complementada com “pedidos de esclarecimento adicionais ao regulador”. De qualquer forma, “a esta data, a Vodafone não encontra, nesta decisão, suporte para iniciar a disponibilização da sua oferta aos clientes destas zonas, que continuarão a não ter acesso aos benefícios de um mercado concorrencial e da liberdade de escolha que lhes é devida”.

Desta feita, também a Vodafone espera que “o Governo não deixe de olhar para esta situação como crítica, reformulando a proposta da Anacom”. “Igualmente essencial é que a Autoridade da Concorrência (AdC) esclareça os exatos contornos da estrutura acionista da Fibroglobal”, sublinhou ao ECO o gestor da operadora, Mário Vaz.

O ECO tentou obter reações junto da Meo e da própria Fibroglobal, mas ainda não foi possível. Contactada, fonte oficial da Anacom não quis fazer comentários.

O que é que isto significa?

  • A Fibroglobal foi uma das empresas criadas com o apoio de fundos comunitários para dotar o interior do país de cobertura de fibra ótica.
  • No entanto, a Meo é a principal utilizadora dessa rede, o que significa que é quem presta o serviço em maior escala nessas zonas do país.
  • A Nos e a Vodafone, concorrentes da Meo, dizem que os preços que a Fibroglobal lhes cobra para usar a rede não viabilizam o investimento.
  • Especificamente, a Nos acusa a Fibroglobal de ter ligações à Altice, o grupo que é dono da Meo. A Meo tem afastado essa ideia.
  • É uma acusação relevante, tendo em conta que a Fibroglobal recebeu financiamento de dinheiros públicos. E o regulador da concorrência já está a investigar.
  • A Anacom, que regula o setor das comunicações, foi mandatada pelo Governo para analisar os preços praticados pela Fibroglobal face às outras empresas do género, como é o caso da DST.
  • Recentemente, a Anacom, na sequência desse processo, recomendou ao Governo que obrigue a Fibroglobal a baixar os preços em até 66%. E vai obrigar a empresa a devolver 3,1 milhões de euros de dinheiros comunitários.
  • O desenvolvimento desta sexta-feira é que a Nos e a Vodafone dizem que o corte nos preços proposto pela Anacom não é suficiente.
  • As operadoras concorrentes da Meo indicam que a descida terá de ser maior para que possam investir na rede.
  • Por isso, recomendam agora ao Governo que reveja a proposta da Anacom.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h05)

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Meo tem novo tarifário modular, uma tendência no setor. Tem vantagens?

A operadora da Altice lançou um tarifário modular, à semelhança do que a Nowo fez em 2016. Quanto custa? E que vantagens e detalhes têm estas ofertas?

Os tarifários modulares são mais personalizáveis e permitem aos clientes desenhar a oferta que mais se alinha com as suas necessidades.Pixabay

A Meo tem um novo tarifário modular, o MEO by, que permite aos clientes escolherem exatamente o tipo de serviços que pretendem incluir no pacote. O anúncio foi feito no Porto e a solução foi considerada pelo presidente executivo, Alexandre Fonseca, “mais um passo para transformar o setor de telecomunicações” em Portugal. Que novidades traz este tarifário introduzido pela operadora da Altice? E vale mesmo a pena face às alternativas que já existem?

Numa nota de apresentação enviada à imprensa, a Altice Portugal indica que o MEO by é “a primeira oferta de telecomunicações totalmente digital, modular e sem fidelização”. Em causa, “mais de 16.000 combinações” de serviços para que o pacote subscrito pelo cliente seja o mais personalizado possível. A grande novidade é o cliente poder alterar os serviços que subscreve a cada 30 dias, diretamente na área de cliente e sem penalizações.

A personalização de ofertas é uma tendência cada vez maior no setor em Portugal, como escreveu o ECO em meados de fevereiro. O tiro de partida foi dado quando a Cabovisão apresentou o rebranding e passou a chama-se Nowo. Na altura, em setembro de 2016, lançou o Meu Nowo, uma espécie de simulador que permite aos clientes desenharem o seu próprio pacote de telecomunicações, com algum detalhe.

Instalação “sem fidelização” custa 100 euros

No caso do Meo by, o funcionamento do simulador é semelhante. Mas será que é realmente “sem fidelização”? Depende da modalidade escolhida pelo cliente e de quanto está disposto a desembolsar pela instalação do serviço.

A subscrição do Meo by sem qualquer período vinculativo para o cliente custa 100 euros de instalação, mais a mensalidade que começa nos 24,99 euros. O custo da instalação cai para 75 euros com uma fidelização de seis meses e 50 euros com uma fidelização de um ano. Caso o cliente opte pela fidelização de dois anos, não só a instalação é totalmente gratuita como o preço da mensalidade base cai para 19,99 euros.

Ainda assim, é menos do que na concorrência. Olhando para a oferta modular da Nowo, a instalação de um serviço sem fidelização pode chegar aos 150 euros. Na Vodafone, a instalação de um serviço deste género, com televisão, internet e voz, é de 120 euros — pode chegar aos 240 euros no caso dos pacotes 5P — isto é, com todos os serviços, do telefone à internet, da televisão ao telemóvel, contando ainda com um ponto de acesso portátil. No caso da Nos, um período de fidelização de 24 meses pressupõe a oferta da instalação, “no valor total de 400 euros”.

Pacote mais básico por cerca de 40 euros

O ECO fez algumas simulações com o MEO by e concluiu que um pacote mais básico com internet, televisão, telemóvel e telefone, com vínculo de dois anos e oferta da instalação, poderá ficar a 38,49 euros. O pacote inclui internet até 3 Mbps, televisão sem box com 120 canais, telefone com chamadas para a rede fixa à noite e ao fim de semana e telefone com 200 minutos de chamadas e 200 SMS gratuitas, mas sem internet móvel. Somar 200 MB de tráfego custa três euros por mês, puxando o preço para os 42,48 euros.

Comparando o MEO by com a oferta da Nowo, que são pacotes modulares com características relativamente semelhantes, o mais básico com estes quatro serviços fica a 30,99 euros no Meu Nowo, sendo ainda oferecidas as duas primeiras mensalidades. A fidelização é de 24 meses.

Por este valor, a internet tem uma velocidade superior (100 Mbps é o mínimo garantido pela operadora), telemóvel com 500 minutos de chamadas ou SMS e 250 MB de dados móveis, televisão com 90 canais e telefone fixo com 9.000 minutos para a rede fixa, mais 1.000 minutos para 50 destinos internacionais, indica a empresa. Contudo, há que ter em conta que a cobertura da Nowo em Portugal é significativamente inferior.

A Nos, no pacote UMA com os quatro serviços, oferece duas mensalidades e a instalação por 56,99 euros por mês. No entanto, o pacote inclui uma série de benefícios, como a box Ultra HD 4k, 500 horas de gravação e 177 canais, aplicação para o telemóvel e 170 euros em canais premium e conteúdos. A internet também é superior em velocidade ao pacote base da Meo (são 100 Mbps), pelo que, apesar das contas, não é uma oferta diretamente comparável com as anteriores. Além disso, o serviço móvel conta com 500 MB de dados. Estes fatores podem explicar o preço superior.

A mesma premissa aplica-se aos pacotes da Vodafone com quatro serviços, que também não permitem aproximar a oferta mínima à oferta base dos tarifários modulares da Meo e da Nowo (por exemplo, o tráfego de dados móveis começa nos 500 MB). A mensalidade base é de 56,90 euros com fidelização de dois anos, com oferta de um vale de 25 euros para gastar no videoclube.

Tanto os preços da Nos como os da Vodafone estão relativamente em linha com os preços praticados pela Meo neste tipo de pacotes já definidos. O M4O, por exemplo, começa nos 56,99 euros por mês, variando igualmente nas características dos serviços e nas ofertas feiras aos clientes.

Conclusões?

As ofertas modulares trazem alguma novidade ao setor das telecomunicações, até por permitirem subscrever apenas os serviços que se quer, com as características que se quer. Concretamente, a da Meo tem o detalhe de permitir alterações a cada 30 dias, sem penalizações. Mas são diferentes dos pacotes tradicionais, quer no funcionamento, quer na substância. No MEO by e no Meu Nowo, é possível desenhar algumas ofertas que não são contempladas pelos tarifários base já definidos. A Vodafone tem ainda um tarifário móvel deste género, que é o Vodafone You.

Contudo, os pacotes “sem fidelização”, que surgiram depois das recentes alterações à lei das comunicações eletrónicas, continuam a ter custos de instalação que poderão afastar alguns clientes. O tema é relevante e regressou recentemente à agenda política, pois existem propostas na calha da comissão de economia para serem discutidas e que pretendem “obrigar” as operadoras a terem pacotes sem fidelização e sem custos mais avultados para os clientes.

Por seu lado, as empresas do setor argumentam que a fidelização permite diluir no tempo os custos que têm com o equipamento, o serviço de instalação ou a aquisição de conteúdos a preços internacionais, por exemplo.

Posto isto, é o cliente quem tem mesmo de pesquisar qual a operadora e o serviço que lhe é mais vantajoso ao nível dos custos, pois a oferta é cada vez maior e mais detalhada. Talvez, a melhor hipótese ainda será usar um comparador de preços, como é o caso da plataforma ComparaJá.

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