AdC contesta providência cautelar da Vodafone para travar compra da TVI

A Autoridade da Concorrência (AdC) já apresentou contestação formal à providência cautelar da Vodafone que tenta travar a compra da TVI pela Altice.

A Autoridade da Concorrência (AdC) já apresentou contestação formal à providência cautelar interposta pela Vodafone para suspender os efeitos da decisão que o regulador emitir acerca do negócio da compra da TVI pela Altice. A notícia foi avançada pelo Dinheiro Vivo e confirmada pelo ECO junto da AdC e da Vodafone.

A contestação formal foi recebida pela Vodafone esta terça-feira e surge numa altura em que o processo de aquisição da Media Capital, dona da TVI, encontra-se a ser avaliada pelo regulador, que tem o poder de validar ou chumbar o negócio. A Altice, dona da Meo, oferece aos espanhóis da Prisa 440 milhões de euros pelo maior grupo de media português.

O negócio, que pressupõe a integração vertical de um grupo de media por parte de uma empresa de telecomunicações, tem merecido forte contestação dos concorrentes dos dois setores. A Vodafone é uma dessas empresas que se opõe fortemente à compra que a concorrente Altice se propõe a fazer. E, por isso, no passado dia 28 de março, Mário Vaz, presidente executivo da operadora, anunciou no Parlamento que ia recorrer aos tribunais para tentar travar o negócio.

A providência cautelar pretende, nesse sentido, suspender a “eficácia da intervenção da AdC no processo”. Em causa, receios de que a compra desvirtue a concorrência, ou de que a Altice possa vedar o acesso dos concorrentes a conteúdos, algo que o grupo internacional já disse que não vai fazer.

O argumento da Vodafone diz respeito à avaliação que a ERC fez do negócio, antes de o dossiê passar para as mãos da AdC. É entendimento de Mário Vaz que o negócio deveria ter sido chumbado, porque dois em três membros do regulador votaram contra a operação. Já a AdC tem um entendimento diferente. A providência cautelar, que se encontra a ser avaliada na Justiça, não deverá criar entraves ao trabalho do regulador no imediato, mas pode atrapalhar o negócio no futuro. Além disso, também a Nos, de Miguel Almeida, está a ponderar avançar para tribunal no mesmo sentido.

 

De recordar que Margarida Matos Rosa, presidente da AdC, vai ser ouvida no Parlamento esta quarta-feira, ao abrigo de uma audição regimental que vai ser levada a cabo pelos deputados da Comissão do Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA).

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Altice aumenta pressão para comprar a TVI. Prazo na Concorrência está suspenso

A Altice podia desistir hoje da compra da Media Capital. Não vai fazê-lo, mas deverá subir a pressão para uma decisão do regulador. O prazo da AdC está suspenso, à espera de respostas da Altice.

A partir desta sexta-feira, a Altice Portugal pode cancelar a oferta de compra da Media Capital, ao abrigo de uma cláusula do acordo assinado em julho de 2017 com a Prisa. A realização do negócio depende da aprovação do regulador da concorrência e o ECO sabe que a dona da Meo não está satisfeita com o tardar da decisão. De qualquer forma, esta data não tem impacto nos prazos que o regulador tem de cumprir. Até porque, atualmente, esse prazo está suspenso, apurou o ECO.

A Autoridade da Concorrência (AdC) tem prazos legais a cumprir. E ganhou mais tempo quando decidiu passar o dossiê para “investigação aprofundada”, como anunciou a entidade em meados de fevereiro. Mas não é possível definir uma data limite, tendo em conta que o prazo final para que o regulador emita um parecer é suspenso sempre que são pedidas informações adicionais a qualquer um dos intervenientes ou interessados. É o que se verifica atualmente: o ECO sabe que a AdC pediu novos elementos à Altice Portugal no início desta semana, que ainda não chegaram ao regulador. E, por isso, o prazo está suspenso.

Questionada sobre o que significa o prazo estipulado no acordo entre a Altice e a Prisa para a realização do negócio, que termina esta sexta-feira, fonte oficial da AdC disse ao ECO: “Esse é um prazo firmado entre as empresas que não vincula a AdC. A AdC está apenas obrigada a cumprir os prazos previstos na Lei da Concorrência e esses têm sido cumpridos. A análise à operação de concentração ainda não está concluída, mas da parte da AdC tem sido um processo muito dinâmico.”

Acontece que também a Altice Portugal tem um calendário interno e não estava à espera que a avaliação da AdC viesse a estender-se para lá de 13 de abril — como, aliás, ficou claro na carta enviada ao regulador pela Uría Menéndez, a sociedade de advogados que está a assessorar a dona da Meo neste negócio: “É imperativa a emissão de uma decisão por parte da AdC, até 13 de abril de 2018, sob pena de a realização do negócio ser injustificadamente impedida”, lia-se na missiva, como noticiou o Expresso no início de março.

Por agora, fonte próxima da empresa garantiu ao ECO que o interesse na Media Capital mantém-se, pelo que não é provável que a Altice denuncie o acordo nos próximos dias. Ainda assim, a Altice não quer esperar muito mais tempo. E, ao que o ECO apurou, o novo prazo interno para que o negócio avance ou morra terminará daqui a um mês. Mas também não é o caso de que a data desta sexta-feira, 13 de abril, não mude nada neste dossiê: a Altice deverá emitir um comunicado em breve a explicar oficialmente a sua posição em relação ao negócio da compra do maior grupo de media em Portugal.

O ECO contactou a Altice Portugal, que não quis fazer comentários sobre este assunto.

Compromissos podem acelerar o processo

O dossiê da compra Media Capital deverá conhecer um desfecho (imprevisível) em breve e não é provável que se estenda por muito mais tempo. Mas o ECO também sabe que há uma coisa que poderia acelerar a emissão de um parecer por parte do regulador da concorrência: a aceitação de compromissos por parte da Altice Portugal.

Ao que o ECO apurou, o regulador tem margem para que a Altice Portugal assuma compromissos e preste garantias como forma de afastar alguns dos receios já identificados pela AdC. O entendimento do regulador é o de que a dona da Meo ainda não formalizou esses mesmos compromissos.

Quando anunciou a passagem da compra da dona da TVI para “investigação aprofundada”, a autoridade liderada por Margarida Matos Rosa reconheceu a existência de “fortes indícios de que a aquisição do grupo Media Capital pela Altice poderá resultar em entraves significativos à concorrência efetiva em diversos mercados”. A entidade escreveu ainda que a transação “poderá resultar em impactos, potencialmente negativos, no desenvolvimento de novos conteúdos e modelos de negócio que envolvam, designadamente, a transmissão e o acesso a conteúdos audiovisuais através da internet”. A formalização de compromissos que respondessem a estes receios, por parte da Altice, poderia acelerar o processo de decisão da AdC, sabe o ECO.

A aprovação do negócio com esses compromissos — os chamados “remédios” –, é um desfecho que não é bem visto pelas operadoras concorrentes. Esta semana, no Parlamento, Miguel Almeida, presidente executivo da Nos NOS 2,09% , disse que esse seria “um ato de hipocrisia, porque não é possível definir remédios que sejam eficazes e respondam aos riscos que a própria AdC identificou”. Mário Vaz, líder da Vodafone, também já tinha defendido que não existem compromissos capazes de viabilizar a operação sem riscos para os setores das telecomunicações e media.

Vodafone e Nos tentam travar o negócio

Posto isto, também importa não esquecer que está a ser avaliada na Justiça uma providência cautelar, interposta pela Vodafone, para suspender o efeito da decisão da AdC no âmbito do processo da compra da Media Capital pela dona da Meo. A providência cautelar deverá merecer contestação do regulador e ainda não é certo que vá surtir algum tipo de efeito. Mas pode atrapalhar a compra.

De igual forma, está em cima da mesa a Nos avançar também para os tribunais no sentido de tentar travar a aquisição da dona da TVI pela Altice. E, se mesmo assim o negócio avançar, não está afastada a hipótese de a Nos avançar para a compra de um grupo concorrente da Media Capital: a Impresa. Em linhas gerais, foi isso que afirmou o presidente executivo da Nos no Parlamento esta semana: lembrando sempre a sua convicção de que o negócio não se realize, afirmou que, se a operação fosse aprovada, a Nos teria de “fazer o mesmo com outro operador de televisão privado”.

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Depois da Vodafone, Nos também vai tentar travar compra da TVI em tribunal

Miguel Almeida vai recorrer à Justiça para tentar travar a compra da Media Capital pela concorrente Altice, tal como a Vodafone. Mas só no "momento certo". Se compra avançar, admite fazer o mesmo.

Miguel Almeida, presidente executivo da Nos NOS 2,09% , considera que a compra da Media Capital pela Altice Portugal foi travada pela ERC por ter existido “maioria de dois terços” na votação. Por isso, vai contestar “em tribunal”, mas só “no momento certo”. As declarações do líder da Nos surgem depois de a Vodafone ter interposto uma providência cautelar para travar a operação, na qual a Nos subscreve “a substância” mas acredita não surgir no “momento certo”. O gestor também não afastou a ideia de que venha a avançar para a compra de um operador de televisão privado caso a operação seja aprovada.

Miguel Almeida esteve esta terça-feira no Parlamento a responder às perguntas dos deputados da comissão de economia, a pedido do BE. Para o gestor, a compra da dona da TVI pela dona da Meo “não pode, sob qualquer circunstância, ser permitida”, pois “acarreta danos significativos para a concorrência”. Danos esses que são “irreversíveis e irreparáveis”, tanto para o setor das telecomunicações como para o setor dos media, defendeu.

A ERC foi chamada no ano passado a deliberar sobre a operação. Mas o facto de estar reduzida a três de cinco membros no conselho regulador ditou que não fosse capaz de reunir consenso para definir um sentido de voto, num parecer que seria vinculativo. Dois dos membros, Arons de Carvalho e Luísa Roseira, votaram para que o negócio não se concretizasse, enquanto Carlos Magno, à altura presidente do regulador dos media, deu um voto favorável à operação.

Esta terça-feira, Miguel Almeida disse que Carlos Magno exerceu um direito que “não existe”, pois “o facto de existir maioria de dois terços” deveria ditar o chumbo automático da compra da Media Capital pela Altice Portugal, garantiu.

O presidente executivo também não deixou de lembrar que era o Parlamento que tinha as “responsabilidades” de nomear um conselho regulador a tempo de quando a entidade foi chamada a deliberar — o mandato dos membros já tinha expirado há vários meses.

“Perante a maior operação da História na comunicação social, o regulador não regula. Não é normal que os serviços técnicos e jurídicos [da ERC] tenham um parecer, que dois dos membros tenham aprovado esse parecer [contra a compra], e que um único cidadão consiga aprovar esta operação”, disse, referindo-se a Carlos Magno, ex-presidente da ERC.

Desta forma, o deferimento tácito da operação, para o gestor, representou a “negação de princípios base da democracia”, pelo que a Nos tem uma interpretação diferente da lei e que ditaria o chumbo da operação nesses termos.

A compra da Media Capital pela Altice encontra-se sob investigação aprofundada da Autoridade da Concorrência (AdC) deste meados de fevereiro. É este regulador que deverá dar luz verde ou chumbar a operação. Também existe a hipótese de a compra avançar mas com “remédios”, isto é, garantias prestadas pelo comprador.

Sobre isso, Miguel Almeida voltou a defender que a aprovação da compra com “remédios” seria “um ato de hipocrisia, porque não é possível definir remédios que sejam eficazes e respondam aos riscos que a própria AdC identificou”.

E se a compra da TVI for aprovada? “Teríamos de fazer o mesmo com outro operador de televisão privado”, diz o líder da Nos

No ano passado, surgiram rumores de que a Nos poderia avançar para a compra do grupo Impresa, que detém a SIC, caso a Altice conseguisse comprar a TVI.

Ora, esta terça-feira, o presidente executivo da Nos não descartou fazer o mesmo que a Altice e avançar também para a compra de um grupo de media, caso a compra da Media Capital seja aprovada. Salientando a sua convicção de que a operação não vai avançar, Miguel Almeida não deixou de colocar em cima da mesa um cenário em que também avança para a compra de um canal privado de televisão.

“Se esta operação fosse aprovada, que não queremos acreditar [que seja], a forma que teríamos [de fazer concorrência] era fazer o mesmo com outro operador de televisão privado. E, obviamente, teria de ser aprovado porque foi aprovada a outra”, disse o gestor, que lidera a segunda maior operadora portuguesa em quota de mercado.

O gestor explicou que a Meo ofereceu-se para pagar quase o dobro do que vale a Media Capital no mercado — propõe pagar 440 milhões de euros, face a um valor da Media Capital que estimou estar entre 220 e 280 milhões de euros. Por isso, na perspetiva de Miguel Almeida, não está aqui em causa a compra de um grupo de grande valor, mas sim de um grupo que poderá valorizar o comprador, ou seja, a Altice. “Estamos a falar de um negócio em crescimento? Não, não estamos. É uma empresa bem gerida. Mas é difícil [perceber] como é que é possível pagar o dobro que a empresa vale”, disse.

Por isso, se a TVI passar a ser da Altice, Miguel Almeida vê um cenário em que o acesso ao canal privado é vedado aos concorrentes. “A partir do momento em que os clientes da Nos, Vodafone e Nowo deixam de ter acesso à TVI, ou mudam para a Meo, ou deixam de ter acesso a conteúdos relevantes”, indicou Miguel Almeida. Desta forma, “o operador que comprasse a [concorrente] SIC, teria acesso aos conteúdos da SIC. Há um risco muito grande de duopólio”, referiu o gestor, garantindo que este “não é um cenário difícil de imaginar se esta operação [da compra da Media Capital] for aprovada”.

Líder da Nos critica “chico-espertice” da Meo

O caso da Fibroglobal, que detém as redes rurais de fibra ótica, também foi puxado para cima da mesa na sessão. A Fibroglobal é uma empresa com alegadas ligações à Altice, da qual a Meo é a única cliente de relevo, mas que foi criada com investimento público. Tem sido acusada de ser um “monopólio” da Meo.

No Parlamento, Miguel Almeida disse não ter dúvidas de que “o problema da Fibroglobal se vai resolver”, mas que, neste momento, a Altice Portugal já soma cinco anos de exploração e uma posição competitiva que é difícil de combater. Nesse mesmo sentido, o gestor da Nos também disse existir um “problema” no que toca às condutas. Garantiu que, quando pede à Meo acesso a condutas, esse acesso é vedado sob o argumento de que “não têm mais espaço”. Para o gestor, é possível contestar junto do regulador — mas, “enquanto o tempo passa, a Altice, se tiver lá rede, vai bater esse mercado”, afirmou.

“São estas pequenas ‘chico-espertices’ que só servem para impedir o acesso dos operadores às infraestruturas”, atirou Miguel Almeida, garantindo que esses problemas poderiam ser mitigados se existirem “reguladores rápidos e assertivos”.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h50)

Evolução do preço das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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Depois dos incêndios, substituição das linhas tirou rede à Vodafone

A Vodafone ainda tem clientes sem comunicações desde os incêndios porque as redes de cobre terão sido substituídas, pela concorrente Altice Portugal, por uma rede de fibra ótica a que não tem acesso.

Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone Portugal.Paula Nunes/ECO

A Vodafone Portugal diz que ainda tem 17 clientes à espera da reposição das comunicações interrompidas por causa dos incêndios, devido à substituição de linhas de cobre nas regiões por uma nova rede de fibra ótica a que não tem acesso. Em causa estará a substituição de linhas de cobre por redes de fibra ótica por parte da concorrente Altice Portugal, em nome próprio ou como fornecedora de serviços da Fibroglobal, a polémica empresa que recebeu investimento de dinheiros públicos e da qual a Meo é a única cliente.

Segundo explicou esta quarta-feira o presidente executivo da Vodafone, Mário Vaz, o serviço destes 17 clientes “estava dependente da rede de cobre”. “Essa rede de cobre ardeu e foi substituída por outro tipo de tecnologia”, isto é, por uma rede diferente que não pode ser usada pela Vodafone para prestar o mesmo serviço. No Parlamento, durante uma audição na comissão de economia, o gestor mostrou-se mesmo “agradecido pela forma estoica como esses clientes tem aguardado a reposição do serviço”.

À margem da audição, questionado sobre se a rede em causa pertence à Altice Portugal ou à Fibroglobal, o líder da Vodafone disse: “Eu não faço ideia se a PT que está a repor é a PT PT, se é a PT que é, por sua vez, a entidade que fornece também a rede de comunicações da Fibroglobal”. No entanto, reconheceu que “há coincidência entre concelhos ardidos, cobre que desapareceu nesses concelhos e que são concelhos em que a fibra é das redes rurais da Fibroglobal”.

“No cobre, o cliente tinha alternativa”

Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, tem dito em várias intervenções que uma das decisões tomadas pela dona da Meo na sequência dos incêndios foi a de substituir linhas de cobre ardidas por redes de nova geração, com a fibra ótica.

Ora, sobre isso, Mário Vaz, em resposta ao ECO, afirmou: “Para se acabar com o cobre é preciso um pré-aviso e o pré-aviso não é tão pequeno quanto isso: são cinco anos, para terminar com cobre e pôr fibra”. Além disso, para o gestor, a questão é também de concorrência: “No cobre, o cliente tinha alternativa, tinha opção de escolha de operadores e na fibra não tem. Só tem aquele [a Meo]. Isso é que não pode ser ser. E o cliente que queria outro operador está desde outubro à espera.”

Também este sábado, numa entrevista publicada no Expresso, Miguel Almeida, presidente executivo da Nos, acusou a Meo de estar a propor aos clientes afetados pelos fogos um novo serviço assente em fibra ótica com “serviços adicionais”. Falando sobre estes clientes, Miguel Almeida disse: “São essencialmente clientes cujos serviços estavam assentes na rede de cobre do incumbente [Meo]. O que o incumbente faz é propor-lhes a migração para serviços de fibra, com serviços adicionais. Não é já só voz fixa, tentam também vender televisão. Podem dar-se ao luxo de o fazer porque não há concorrência”, explicou o gestor.

Ainda nessa entrevista, o líder da Nos disse que “grande parte destes locais” afetados pelos fogos “é servida pela rede da Fibroglobal, que foi paga com dinheiros públicos e está a ser usada de forma privada, o que constitui uma fraude”. De recordar que a Altice Portugal tem sido acusada de ter interesses na Fibroglobal, por esta ser detida alegadamente por uma empresa ligada ao mesmo grupo.

As declarações mereceram resposta da Altice Portugal no fim de semana. Especificamente “sobre a acusação de fraude na atuação de uma participada”, a Altice disse escusar-se “a comentar o tema”.

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Vodafone recorre à Justiça para tentar travar compra da TVI

A operadora liderada por Mário Vaz interpôs uma providência cautelar para tentar travar a compra da Media Capital pela Altice Portugal. Em causa, a falta de sentido de decisão por parte da ERC.

O presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, foi ouvido esta quarta-feira no Parlamento, a pedido do Bloco de Esquerda.Paula Nunes/ECO

A Vodafone Portugal interpôs uma providência cautelar para tentar travar a compra da dona da TVI pela concorrente da Altice Portugal, anunciou o presidente executivo da operadora, Mário Vaz, numa audição no Parlamento. A empresa argumenta com a falta de sentido de decisão no parecer da ERC: o regulador dos media, na altura encabeçado por Carlos Magno e já em fim de mandato, não se pôde pronunciar vinculativamente acerca do negócio por falta de dois dos cinco membros do conselho regulador e porque os três membros, na altura, não conseguiram chegar a um consenso.

Segundo Mário Vaz, a providência cautelar é um “pedido de suspensão da eficácia da intervenção da AdC no processo” — isto, numa altura em que é o regulador da concorrência que tem o dossiê em mãos e deverá, em breve, anunciar uma decisão final: aprovar ou chumbar a compra. O líder da Vodafone confessou ainda “estranheza por não haver um debate alargado sobre este tema”.

A compra da Media Capital pela Altice Portugal foi anunciada em meados do ano passado. A dona da Meo propôs-se a comprar a dona da TVI por 440 milhões de euros. O dossiê tem estado nas mãos da Autoridade da Concorrência (AdC), que o passou recentemente para investigação aprofundada.

Ora, quando a AdC o fez, em fevereiro deste ano, argumentou que “existem fortes indícios de que a aquisição do grupo Media Capital pela Altice poderá resultar em entraves significativos à concorrência efetiva em diversos mercados”. Esta quarta-feira, Mário Vaz lembrou que essas preocupações estão em linha com as da Vodafone Portugal e defendeu que não existem remédios (garantias que podem ser dadas pela Altice a pedido do regulador) capazes de mitigar esses problemas.

“A nossa expectativa é a de que a AdC venha a ter uma decisão equiparável à da ERC e à da Anacom”, disse o presidente executivo da Vodafone Portugal, reconhecendo, ainda assim, que a AdC não se pode pronunciar sobre um dos temas centrais na ótica de Mário Vaz: a questão do pluralismo dos media. É também nesse sentido que surge a providência cautelar interposta para travar os efeitos de qualquer que seja a decisão da AdC sem que haja parecer da ERC, hoje sob nova liderança.

Importa recordar que, quando a ERC foi chamada a pronunciar-se sobre o negócio, o conselho regulador estava reduzido a três de cinco unidades. Carlos Magno votou no sentido de viabilizar a compra, enquanto Arons de Carvalho e Luísa Roseira votaram no sentido de a chumbar. A falta de unanimidade (era exigido o voto de três membros para efetivar a decisão) levou à incapacidade de a ERC se pronunciar. Por isso, emitiu um parecer com alertas para os potenciais riscos do negócio, mas sem sentido de decisão.

O que a Vodafone vem agora argumentar, na prática, é que “a lei não é muito clara” e que não pode ser vista “só uma interpretação literal e só uma alínea”. Na visão da operadora, o que deveria ser feito, à luz da Constituição, seria ter em conta a opinião da “maioria”, levando ao chumbo efetivo do negócio.

“Nada tem que ver com o acionista”

O presidente executivo da Vodafone Portugal garantiu também que a oposição à compra da TVI “nada tem que ver com o acionista” que se propõe à compra, mas sim com a natureza do próprio negócio. “Os conteúdos da Media Capital são os conteúdos líderes em Portugal. Se algum operador compra estes conteúdos por este valor [440 milhões de euros], tem de os rentabilizar. Tem de evitar que os concorrentes acedam aos conteúdos, todos ou parcialmente”, explicou Mário Vaz. O preço corresponde a um “múltiplo de 11 vezes o valor de EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações]” da Media Capital.

Acabou por exemplificar com as novelas produzidas pela Plural, detida pela Media Capital. Na perspetiva de Mário Vaz, a Altice Portugal poderá fazer com que os “episódios passem primeiro” na sua plataforma e só depois nas plataformas concorrentes, o que cria uma “distorção” na concorrência. “Não pode ser um conteúdo a determinar a escolha de um operador de comunicações”, rematou.

Mário Vaz lembrou que, apesar de tudo, é “parte interessada” no negócio. “Naturalmente somos parte interessada e fomos convidados a dar o nosso ponto de vista. Temos contribuído com muita informação e enviado análises económicas que reforçam o nosso ponto de vista”, indicou.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h30 com mais informações)

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Anacom multa Vodafone e Meo em 120 mil euros

  • Lusa
  • 24 Março 2018

O regulador das comunicações multou a Vodafone e a Meo num montante total de 120 mil euros. Deu como provado que cobrarem várias vezes a prestação do serviço de desbloqueamento de equipamentos.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) multou as operadoras Vodafone e Meo em 70 mil e 50 mil euros, respetivamente, por terem cobrado várias vezes a prestação do serviço de desbloqueamento de equipamentos após fidelização.

Numa informação publicada no seu site, relativa à sua “função fiscalizadora e sancionadora”, a Anacom considerou provado que a Vodafone “cobrou, por dez vezes, valores pela prestação do serviço de desbloqueamento de equipamentos para acesso a serviços de comunicações eletrónicas findo o período de fidelização contratual, […] o que consubstancia a prática de dez contraordenações”. No caso da Meo, provou-se que esta operadora “cobrou por seis vezes” tais valores, o que corresponde à “prática de seis contraordenações”.

Enquanto a Vodafone “não procedeu ao desbloqueamento de um equipamento no prazo máximo de cinco dias a contar do dia em que o utente solicitou a sua realização”, a Meo “não assegurou as operações necessárias ao desbloqueamento de um equipamento”, explica a Anacom, indicando que, em ambos os casos, as obrigações legais foram violadas “com negligência”.

Também em ambos os casos, de acordo com o regulador das telecomunicações, as operadoras não disponibilizaram “informações adequadas sobre os termos e condições habituais em matéria de acesso e utilização dos serviços que prestam aos utilizadores finais e aos consumidores, explicitando, detalhadamente, os seus preços e demais encargos, nomeadamente sobre períodos contratuais mínimos”.

Estes comportamentos constituem “incumprimento com dolo” da lei, adianta a Anacom. Estas coimas (de 70 mil e de 50 mil euros) foram aplicadas às duas operadoras no início deste mês, estando a decorrer o prazo para interposição de recurso da decisão.

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Vodafone tem três mil oportunidades para jovens portugueses até 2022

Vodafone está empenhada na redução do desemprego jovem. Por isso, está a promover desenvolvimento de competências digitais e a aumentar número de vagas. Em Portugal, vai oferecer 3.000 oportunidades.

Empenhada na luta contra os “números alarmantes” de desemprego jovem, a Vodafone acaba de lançar o maior programa mundial para formar estes profissionais para os empregos digitais. Além do projeto de formação, o grupo de telecomunicações quer ainda aumentar o número de vagas destinadas a jovens, nas suas várias operações. Só em Portugal, a gigante pretende oferecer três mil oportunidades até 2022, entre postos de trabalhos e programas de estágios.

“Nenhuma sociedade prospera se grande parte dos seus jovens estiver desempregado”, salientou o líder executivo do Grupo Vodafone, em comunicado. Vittorio Colao explicou que a automatização fez desaparecer alguns empregos, mas criou tantos outros, sendo por isso importante apostar no desenvolvimento das competências que encaixem com esse segundo cenário. “Queremos ajudar as novas gerações a não ficarem excluídas do novo mundo laboral”, sublinhou o representante.

Nesse sentido, o “What will you be?” quer ajudar 10 milhões de jovens até 2022 a desenvolverem as competências exigidas por estes empregos digitais, facilitando-lhes a navegação no mercado de trabalho transformado. O programa inclui, por isso, o aconselhamento de carreira em 18 dos países em que o grupo Vodafone está presente e a preparação de jovens dos 14 aos 25 anos para a economia digital.

A par deste programa, a Vodafone acaba também de lançar a ferramenta “Future Jobs Finder”, que permite aos seus utilizadores realizarem uma série de testes psicométricos desenhados para identificar as suas aptidões e interesses. Os jovens analisados serão depois direcionados para oportunidades de emprego adequadas.

Vodadone quer oferecer três mil vagas de trabalho aos jovens, até 2022.Vodafone Medien/ECO

Vodafone duplica oportunidades

Nos próximos quatro anos, o grupo Vodafone vai duplicar, a nível mundial, o número de oportunidades que oferece aos profissionais. Por cá, a gigante quer dar a três mil jovens a oportunidade de contactarem com o mercado, até 2022, através de, por exemplo, programas de estágios e alguns postos de trabalho.

“A economia digital tem um enorme potencial para criar oportunidades de emprego para os jovens e agir como um catalisador do crescimento e desenvolvimento sustentável”, explicou o diretor-geral de ILO da Vodafone. Guy Ruder faz questão, no entanto, de notar que tal potencial só pode ser aproveitado se os profissionais tiverem as competências necessárias.

No início do mês, o Eurostat revelou que Portugal está entre os quatro países da União Europeu com a taxa de desemprego jovem mais elevada. Em janeiro, 22,2% dos profissionais com menos de 25 anos estavam sem trabalho, no mercado nacional.

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Estes são os tarifários que a Anacom diz que estão ilegais

Conheça cinco ofertas de telecomunicações da Meo, Nos e Vodafone que poderão estar a violar as regras europeias e da neutralidade da internet, na visão da Anacom.

Alguns tarifários em Portugal podem estar ilegais, denunciou a Anacom.rawpixel/Pixabay

Existem tarifários no mercado que podem estar ilegais, denunciou a Anacom esta quarta-feira. O regulador considera que algumas ofertas da Meo, Nos e Vodafone podem violar as regras que determinaram o fim do roaming e a neutralidade da internet, preparando-se para dar um período de 40 dias úteis para que as operadoras ponham os serviços em conformidade com a legislação europeia.

O fim do roaming foi uma medida que entrou em vigor em meados do ano passado. Através do regulamento, apelidado Roam Like At Home, os consumidores europeus passaram a pagar no estrangeiro o mesmo que pagariam pelas comunicações caso estivessem no país de residência. Já a neutralidade da internet é um conceito que determina que as empresas prestadoras de serviços de internet não podem discriminar tráfego — tem de ser todo tratado de forma igual.

Num documento de 50 páginas, onde a Anacom justifica a decisão, surgem alguns exemplos de tarifários das três grandes operadoras portuguesas que, segundo o regulador, estão em inconformidade com as regras do fim do roaming e poderão violar também a neutralidade da internet em alguns casos. Estes são alguns dos tarifários dados pela Anacom como exemplo:

Oferta “Smart Net” da Meo

Segundo a Anacom, os pacotes “Smart Net” são disponibilizados pela Meo “desde meados de 2017”. Em causa está um catálogo de plafonds de tráfego específicos para determinados conjuntos de aplicações móveis, como aplicações de comunicação, redes sociais, apps de vídeo, de música ou de correio eletrónico e armazenamento na cloud. Nos pacotes entram aplicações como o Facebook, o YouTube, o Netflix e por aí em diante, consoante a categoria em que se inserem.

Estes pacotes específicos podem ser subscritos por clientes que, por exemplo, passam mais tempo nas redes sociais. Assim, o tráfego de aplicativos como o Facebook, Twitter ou Instagram deixam de contar para o plafond geral e passam a estar abrangidos por um novo plafond específico, com um limite de tráfego significativamente maior. Ora, um dos problemas para a Anacom, em termos de roaming, poderá ser uma alínea do contrato onde se lê que o tráfego incluído nestes pacotes “é válido para utilização em território nacional”, condição que poderá violar a regulamentação do fim do roaming.

Mas existe outro problema identificado pela Anacom. É que, por exemplo, caso um cliente ultrapasse o tráfego do plafond geral de dados e o acesso à internet seja barrado, poderá continuar a utilizar as aplicações que constam no pacote “Smart Net” que subscreveu. Esta prática poderá incorrer em violação das regras da neutralidade da internet, na visão do regulador.

A oferta “Smart Net” da Meo já tinha causado polémica… mas não em Portugal. Foi apontada num contexto político nos Estados Unidos como um exemplo do que poderia acontecer num “país sem neutralidade da internet como Portugal”. Isto aconteceu depois de ter sido anunciada a reversão dos princípios da neutralidade da rede no mercado norte-americano, sob a batuta do Presidente Donald Trump. A notícia foi dada pelo ECO na sua versão em inglês.

Oferta “Moche Legend” da Meo

Outro tarifário da Meo na mira da Anacom é o “Moche Legend”. A Moche é uma marca da operadora detida pela Altice que é voltada para os jovens, o que comprova uma das ideias do regulador, que indicou que as práticas ilegais são mais prevalecentes “nos tarifários designados ‘tribais’, especificamente desenhados para jovens com menos de 25 anos”.

O “Moche Legend” é uma oferta que se desdobra em três tarifários, que variam no preço e na quantidade de minutos e de dados disponíveis (500 MB, 1 GB e 5 GB por mês). Para cada um destes tarifários, são disponibilizadas “apps sem gastar net”, aponta a Anacom — que, por si só, não é totalmente verdade, uma vez que estes plafonds específicos têm uma “política de utilização responsável”.

Neste caso, quando o cliente esgota o plafond geral de dados, continua a poder aceder à internet, quer ao nível geral, quer ao nível das aplicações específicas, sendo cobrado um valor adicional consoante o uso. O problema, para a Anacom, estará, uma vez mais, na alínea pela qual a Meo só considere estas ofertas caso o cliente esteja “em território nacional”.

Anúncio da oferta “Moche Legend” que promete “apps sem gastar net”.Meo

Oferta “Yorn X” da Vodafone

Este é mais um serviço destinado “a um público jovem”, desta vez por parte da Vodafone. A oferta “Yorn X”, escreve o regulador, “disponibiliza desde há algum tempo diversas aplicações específicas com plafonds distintos dos plafonds gerais”.

São três tarifários que variam também na quantidade de tráfego que o utilizador pode fazer. No caso das ofertas de 1 GB e 5 GB, a Vodafone oferece um plafond especial de 5 GB de tráfego no YouTube e no serviço de vídeos em direto Twitch, por exemplo. Segundo a Anacom, “todos os tarifários da oferta” incluem ainda “apps sem gastar dados”.

Neste caso, a Vodafone é omissa “quanto à possibilidade de utilização ou não das aplicações referidas” fora do país, mas o regulador garante que é uma oferta só para o mercado nacional.

Aqui, o problema será também o da neutralidade da internet. Caso o limite de tráfego geral seja atingido, o acesso à internet é cortado, mas o consumidor continua a ser capaz de usar aplicações específicas até chegar ao limite do plafond especial. A prática poderá violar as regras, crê a Anacom. De recordar que, este mês, a Vodafone lançou um novo tarifário, o Vodafone You, que também poderá estar nestas condições.

Anúncio da oferta “Yorn X” que promete “apps sem gastar dados”.Vodafone

Oferta “WTF” da Nos

A Nos NOS 2,09% é outra das operadoras visadas pela Anacom no “sentido provável de decisão” anunciado esta quarta-feira, mais especificamente com a marca WTF, uma vez mais destinada ao público jovem. À semelhança dos exemplos anteriores, a operadora oferece três tarifários WTF com “apps com tráfego ilimitado”, uma prática conhecida por zero rating, mas que é permitida. Contudo, no caso do YouTube e Spotify, este plafond especial é de apenas 5 GB.

Ora, “este tráfego gratuito” é para utilização apenas em território nacional, o que poderá colocar em causa as regras do Roam Like At Home. Mas também as regras da neutralidade da internet estarão em causa, na visão do regulador. E porquê? Porque, caso o limite de tráfego geral seja atingido pelo cliente, as aplicações de tráfego ilimitado poderão continuar a ser utilizadas.

Anúncio da oferta WTF que promete “5 GB de [tráfego no] YouTube e Spotify”.Nos

Oferta “Indie” da Nos

Nesta oferta da Nos, que inclui serviço fixo e móvel, dá-se a “disponibilização de um plafond de dados gerais, para além de um conjunto de aplicações/conteúdos sujeitos a um plafond de dados específico”, escreve a Anacom. Concretamente, indica a entidade liderada por João Cadete de Matos, a Nos oferece um plafond geral de 3 GB mensais e um plafond para certas aplicações de 20 GB.

É tráfego válido apenas em território nacional, o que por si só poderá constituir uma violação, na visão da Anacom. No entanto, esta oferta de telecomunicações não deverá violar as regras da neutralidade da internet, porque todo o acesso à internet é bloqueado quando o utilizador ultrapassa os 3 GB mensais — mesmo o tráfego do plafond específico de 20 GB para aplicações como o Facebook, Instagram, Messenger, WhatsApp, Skype, Snapchat, entre outras.

Anúncio da oferta “Indie” da Nos, com plafond específico para certas aplicações.Nos

Os argumentos (e os contra-argumentos)

Chegados aqui, importa perceber os argumentos de ambas as partes relativos aos tarifários em questão. Mas o dossiê ganha especial relevância na medida em que ambas as partes, Anacom e operadoras, garantem estar a defender os interesses dos consumidores. Especificamente, o regulador afirma que as leis que as ofertas estarão a violar levantam “riscos para a inovação no ecossistema da internet”. O argumento da entidade é que, ao privilegiarem certas aplicações, as operadoras estarão a desnivelar o jogo para outros serviços digitais menos conhecidos, uma vez que os consumidores irão preferir, face aos demais, os serviços em que existem estas vantagens.

Assim, a Anacom indica que “o objetivo desta medida é evitar a descriminação entre conteúdos e/ou aplicações que integram plafonds de dados gerais, e que estão sujeitos a bloqueios ou atrasos quando esses plafonds se esgotam, e os conteúdos e/ou aplicações que integram plafonds de dados específicos ou sem limites de tráfego, e que não estão sujeitos a qualquer bloqueio ou atraso quando se esgota o plafond geral de dados”. Por isso, o que a Anacom sugere às operadoras é que permitam que os plafonds específicos de dados possam ser usados num âmbito geral caso o limite de dados geral seja atingido. Ou seja, se o cliente esgotar os dados, pode continuar a ter acesso à rede através do plafond específico, independentemente dos serviços online que queria usar.

Mas, da mesma forma, as operadoras indicam que apenas têm estas ofertas porque há procura no mercado. Num comunicado conjunto, Meo, Nos e Vodafone apontam que as operadoras “entendem que esta decisão da Anacom prejudica gravemente os interesses dos consumidores, na medida em que vem banir um conjunto de ofertas que os clientes querem e procuram”. Além disso, as empresas garantem que estas ofertas de telecomunicações “foram, e são, decisivas para a massificação da Sociedade da Informação e para o desenvolvimento da economia digital em Portugal”. É por isso que sublinham: “Estas ofertas correspondem a uma resposta dos operadores às necessidades que os consumidores lhes têm apresentado.”

O projeto da Anacom vai agora ser submetido a consulta pública e as operadoras vão ser ouvidas pelo regulador. A avançar, as empresas terão 40 dias úteis para ajustar as ofertas e pô-las em compliance com as regras europeias. Como indicou o ECO esta quarta-feira, o presidente da Anacom, João Cadete de Matos, acredita que, “se tudo correr como planeado”, o dossiê dos tarifários ilegais possa estar fechado “em quatro ou cinco meses”, sem necessidade de aplicação de multas às operadoras.

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“Portugal pode ser a Silicon Valley da Europa” na Internet das Coisas, diz Mário Vaz

Mário Vaz garante que recursos humanos e infraestruturas de que Portugal dispõe podem fazer do país a "Silicon Valley da Europa", no que diz respeito ao campo da Internet das Coisas.

No palco encarnado do Vodafone IoT Conference, o futurista Gerd Leonhard apresentou a analogia: “Os dados são o novo petróleo [e] Portugal pode ser agora um gigante do petróleo”. Em declarações aos jornalistas, o líder executivo da Vodafone confirmou esse desígnio e avançou: “Portugal pode ser a Silicon Valley da Europa” no campo da Internet das Coisas.

No evento desta quarta-feira, Mário Vaz sublinhou, assim, que a qualidade dos recursos humanos nacionais e das infraestruturas de que o país dispõe poderão colocá-lo na vanguarda desta 5ª transformação tecnológica. Segundo o CEO da Vodafone, os maiores obstáculos que Portugal enfrentou nas revoluções anteriores — a sua pequena dimensão geográfica e dos seus recursos naturais — não estão implicados nesta nova onda. Desta vez, são os dados o principal ativo e a inteligência humana o principal património, o que coloca o mercado nacional em potencial vantagem.

Por outro lado, o gestor garante que, no campo da IoT, não estão envolvidas necessariamente grandes empresas. A IoT “pode ser disseminada em muitas organizações, que podem ser de nicho e podem ser escaladas”, reforçou. Além disso, a inovação terá de passar pela cooperação além fronteiras, podendo Portugal consagrar-se como “um dos motores do desenvolvimento económico digital na Europa”.

Apesar das perspetivas otimistas, Mário Vaz deixa um apelo: “Temos dado passos importantes. Portugal deve ser um país de debate, mas temos de passar à ação”. Nesse sentido, o líder executivo enfatiza também que “não podemos deixar que tudo se passe em Silicon Valley”.

No que diz respeito ao papel da Vodafone nessa revolução, o CEO explica que a empresa pode ser um “facilitador para a exportação do know-how português para outros mercados”. “Se o país quer ter um papel diferente no futuro do que tem hoje, temos todos de abraçar o desafio”, assinala Vaz, mencionando que a responsabilidade é transversal, das múltiplas indústrias ao Estado.

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Depois dos pacotes, a moda nas telecomunicações é o “à la carte”

Escolher um serviço de telecomunicações é cada vez mas como ir ao restaurante e pedir o menu. As operadoras estão a lançar ofertas mais personalizáveis para clientes cada vez mais exigentes.

Ofertas “à la carte” são uma tendência em crescimento nas telecomunicações.Fotomontagem: Ana Raquel Moreira/ECO

Escolher um tarifário para o telemóvel é cada vez mais como pedir a ementa num restaurante. Os utilizadores estão mais exigentes e querem cada vez mais personalização de serviços a preços cada vez mais baixos, um novo tipo de procura que já começou a ser encarado pelas operadoras portuguesas.

A Vodafone Portugal anunciou recentemente um novo tarifário pré-pago que diz ser “totalmente personalizável”. Chama-se Vodafone You e dá aos clientes a hipótese de “criarem o seu próprio tarifário, totalmente adaptado às suas necessidades”, explica a operadora num comunicado. No entanto, a empresa liderada por Mário Vaz não é a primeira a apostar nesta vertente.

Na verdade, foi em setembro de 2016 que surgiu uma das primeiras ofertas de serviços de telecomunicações em que é o cliente a escolher o que quer subscrever, ao invés de optar entre um leque variado de pacotes fixos, definidos pela própria empresa. Mais propriamente, aconteceu quando a Cabovisão mudou de nome e de marca, passando a chamar-se Nowo.

A personalização dos tarifários foi uma das principais bandeiras do rebranding levado a cabo pela companhia, ainda sob a batuta de Miguel Veiga Martins, que saiu da Nowo no início deste ano. Agora, com o lançamento do Vodafone You, estaremos perante uma nova tendência dos tarifários “à la carte”?

Um tarifário “desenhado pelo cliente”

Foi neste mês de fevereiro que a Vodafone anunciou um novo tarifário “desenhado pelo cliente”. “O Vodafone You é, como o próprio nome indica, único e feito à medida de cada um, dando aos clientes a possibilidade de criarem o seu próprio tarifário, totalmente adaptado às suas necessidades”, lê-se em comunicado.

E o que oferece a operadora? Em linhas gerais, a empresa dá aos consumidores a hipótese de escolherem a combinação de dados móveis e os minutos ou mensagens de texto “que mais lhes convém”. Ou seja, um cliente passa a ter a hipótese de, no momento de subscrever um novo tarifário pré-pago, escolher se quer 200 MB ou 5 GB de tráfego de dados móveis, se precisa de 500 ou 5.000 minutos para chamadas, e por aí em diante.

Outra novidade é a hipótese de os clientes poderem adicionar ao tarifário “conjuntos de aplicações de diferentes categorias” para “uma utilização sem preocupações”. Neste aspeto, a descriminação é feita por aplicações de chat, de música, redes sociais ou de vídeo onde, em cada categoria, existe um conjunto e aplicações móveis cujo tráfego não é contabilizado. A prática é conhecida por zero rating e tem merecido atenção da Anacom, por chocar contra os princípios da chamada “neutralidade da internet”.

Simular antes de aderir

Há uma característica digna de nota neste novo tipo de tarifário. As operadoras apostam em simuladores que permitem aos clientes escolher facilmente os serviços que querem incluir no novo tarifário, podendo ver as respetivas escolhas serem automaticamente refletidas no preço — ou seja, são, em teoria, mais transparentes e representam uma forma mais intuitiva de subscrever os serviços. É como se fossem um menu num restaurante.

No caso específico da Vodafone, a empresa indica que “os clientes podem testar várias combinações e acompanhar, em tempo real, a variação do valor das centenas de combinações possíveis”. No final da nota enviada às redações, a empresa aponta para estes novos tipos de tarifários como sendo “tendências do mercado”.

Também é uma ferramenta deste género que dá corpo aos tarifários modulares da Nowo, uma funcionalidade que a operadora chama de “Meu Nowo”. O simulador da empresa liderada por Miguel Venâncio começa por testar a cobertura do serviço na morada do cliente. Nos passos seguintes, o utilizador tem a oportunidade de definir com algum grau de detalhe os serviços que quer incluir dentro das categorias de TV, internet, voz e móvel.

Entre as opções no menu, o consumidor pode optar por mais ou menos canais na televisão, mais ou menos minutos de chamadas, mais ou menos tráfego e por aí em diante.

Simplicidade é “um princípio importante”

É importante perceber que as novas ofertas modulares não são totalmente flexíveis. Não é o utilizador quem define exatamente o que quer. Antes, escolhe entre um leque bastante variado de hipóteses que, contas feitas, acaba por dar a sensação de que está, de facto, a escolher o que quer. Face a esta nova tendência, o ECO contactou a Nos e a Meo para perceber qual a visão das duas operadoras acerca deste novo tipo de ofertas.

“A Nos NOS 2,09% acredita que deve dar aos seus clientes a possibilidade de escolher o produto ou serviço que melhor se adapta às suas necessidades. Evidência disso são as ofertas com diferentes níveis de dados móveis ou ofertas com diferentes velocidades de navegação de net fixa que disponibiliza”, começa por escrever a operadora liderada por Miguel Almeida, em resposta ao ECO. No entanto, deixa um alerta: “Simplicidade é também um princípio importante no desenho dos vários produtos alternativos que apresenta, sob pena de tornar a escolha difícil para o cliente.”

E continua: “Compete ao operador conciliar estes dois fatores de forma a servir da melhor forma o cliente. O operador deve, inclusivamente, ter um papel prescritor ajudando os seus clientes a fazer a melhor opção”, refere a Nos. Termina, garantindo ser “o único operador” que permite aos clientes “alterarem a configuração da componente TV dos seus pacotes através da escolha ou troca de packs de conteúdos e canais, utilizando créditos já incluídos nos pacotes que subscrevem”. Ou seja, a personalização não é total, mas já é alguma, dentro de um determinado conjunto de condições.

No caso da Meo, a operadora da Altice ATC 0,00% aponta para a oferta smart net, em que, como passou a fazer a Vodafone, discrimina tráfego consoante o tipo de aplicações.

“A Altice Portugal integra, através do seu diversificado portefólio do Meo, um conjunto de possibilidades que permitem ajustar os tarifários a necessidades concretas, por mais exigentes e específicas que sejam”, garante a empresa liderada por Alexandre Fonseca.

Assim, “a Altice Portugal lançou de forma completamente inovadora em 2017 ofertas smartnet e pacotes gigatbit, refere a dona da Meo. São as tais ofertas em que a empresa não contabiliza o tráfego gerado por certas aplicações, normalmente redes sociais, vídeos, entre outras categorias e que gerou discussão lá fora, como noticiou o ECO News, a versão do ECO em inglês, em meados de novembro do ano passado.

De qualquer forma, e independentemente do nome que as operadoras lhe deem, a tendência é no sentido de uma maior personalização das ofertas aos clientes. Por outras palavras, a experiência da escolha do tarifário é cada vez mais como ir ao restaurante. E escolher sopa, prato e sobremesa a partir do menu.

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Vodafone Portugal regista melhor trimestre desde 2009

  • Lusa
  • 1 Fevereiro 2018

Empresa de Mário Vaz apresentou receitas de 236 milhões de euros no último trimestre de 2017, um aumento de 3,9%. Empresa garante "liderança no crescimento" do negócio de televisão por subscrição.

As receitas totais da Vodafone Portugal subiram 1,9% no terceiro trimestre terminado em dezembro, para 255 milhões de euros em termos homólogos, e as receitas de serviço cresceram 3,9%, anunciou esta quinta-feira a operadora.

Entre outubro e dezembro, as receitas de serviço atingiram 236 milhões de euros, “o que representa o valor absoluto mais elevado desde o terceiro trimestre do ano fiscal 2013/2014 e um acréscimo de 3,9% face ao período homólogo” do ano anterior, refere a operadora de telecomunicações liderada por Mário Vaz.

“Os resultados da Vodafone Portugal no terceiro trimestre do exercício fiscal 2017-2018, os melhores desde 2009, são impulsionados pela liderança no crescimento da televisão por subscrição há 16 trimestres consecutivos e pela obtenção dos maiores índices de satisfação dos clientes no setor das telecomunicações em estudos independentes, fruto da execução consistente de uma estratégia de enfoque no cliente, de investimento e de diversificação do negócio ao longo dos últimos anos”, justifica a Vodafone Portugal, no comunicado.

A operadora adianta que “o crescimento sustentado do negócio fixo”, nomeadamente no serviço de televisão paga, “de dois dígitos impulsiona o desempenho de um dos mais importantes indicadores de negócio”, salientando que é a empresa do setor “que está a captar mais assinantes, em termos líquidos, na televisão por subscrição desde o terceiro trimestre de 2013, completando assim quatro anos de liderança nesta oferta, de acordo com os dados divulgados pela Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações], relativos a setembro”.

No terceiro trimestre fiscal, a base de clientes no negócio fixo subiu 12,9% em termos homólogos, ultrapassando os 644,4 mil.

No negócio móvel, a Vodafone Portugal sublinha o “acrescido peso dos clientes 4G [quarta geração móvel] que, no final do trimestre em análise, cresce 34,7% em termos anuais para 1,686 milhões”. O número total de clientes móveis da Vodafone Portugal ascende a 4,631 milhões, menos 3,1% do que um ano antes. “A utilização de dados móveis acelera 50%” em termos homólogos “no segmento móvel e a penetração de ‘smartphones’ representa 72,6% da base ativa de clientes” deste segmento, refere.

“O melhor resultado desde 2009 no crescimento das receitas de serviço indicam que continuamos a caminhar na direção correta. Estamos focados no nosso principal ativo, o cliente, que incentiva a nossa permanente reinvenção para ultrapassarmos sempre as suas expectativas, necessidades e interesses”, afirma o presidente executivo, Mário Vaz, citado no comunicado.

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Uso de dados móveis no verão ajudam a potenciar receitas da Vodafone

  • Lusa
  • 14 Novembro 2017

A Vodafone Portugal revelou, em comunicado, que as receitas totais subiram 4,2% no primeiro semestre fiscal terminado em setembro para os 513 milhões de euros.

As receitas totais da Vodafone Portugal subiram 4,2% no primeiro semestre fiscal terminado em setembro, face a igual período do ano passado, para 513 milhões de euros, anunciou esta terça-feira a operadora de telecomunicações.

Em igual período, as receitas de serviços progrediram 5,7% até final de setembro, para 482 milhões de euros.

“Durante o primeiro semestre (de abril a setembro), a Vodafone Portugal prossegue a aceleração do ritmo de crescimento das receitas de serviços, o principal indicador de negócio que completa dois anos com sinal positivo”, refere a Vodafone Portugal, em comunicado.

No segundo trimestre terminado em setembro, as receitas totais subiram 3,9%, para 266,9 milhões de euros, em termos homólogos, e as de serviços cresceram 6,1%, para 250 milhões de euros. “O desempenho do último trimestre (de julho a setembro) reflete a estabilidade do segmento móvel, impulsionado pela sazonalidade associada ao período de verão e pelo incremento na utilização de dados móveis, bem como pelo forte dinamismo do segmento fixo”, prossegue a operadora liderada por Mário Vaz.

A Vodafone Portugal salienta que o negócio fixo “regista uma vez mais um forte crescimento, com a base de clientes a aumentar 15,2%” em termos anuais, ultrapassando os 629 mil.

“Esta evolução mostra o sucesso, num ambiente de plena convergência, da estratégia de investimento e de diversificação do negócio”, acrescenta, salientando que na televisão por subscrição a operadora “é o operador que mais cresce há 15 trimestres consecutivos, de acordo com os últimos dados disponibilizados pela Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] relativos a junho deste ano”.

No segmento móvel, “o destaque recai no acrescido peso dos clientes 4G [quarta geração móvel] que, no final do trimestre em análise, cresceu 43,6%” em termos anuais, “para 1,55 milhões”. O número total de clientes móveis fixou-se nos 4,7 milhões de euros, sendo que o desempenho desta área “beneficia dos meses de verão, em que as subscrições móveis são sazonalmente mais elevadas”.

A Vodafone Portugal refere que a utilização dos dados móveis acelerou 70,9% em termos anuais, impulsionado pela “forte penetração” dos ‘smartphones’ [telemóveis inteligentes], que atinge 68,5% de equipamentos.

Os resultados do primeiro semestre “mostram o sucesso da estratégia da Vodafone de enfoque no cliente e na qualidade de serviço”, refere o presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, citado no comunicado. “Nos últimos quatro anos aumentámos a nossa rede de fibra de última geração em cerca de sete vezes, atingindo hoje 2,7 milhões de casas e empresas, ao longo de mais de 40 mil quilómetros, o suficiente para uma volta completa da circunferência da Terra”, salientou.

Nos últimos quatro anos aumentámos a nossa rede de fibra de última geração em cerca de sete vezes, atingindo hoje 2,7 milhões de casas e empresas, ao longo de mais de 40 mil quilómetros, o suficiente para uma volta completa da circunferência da Terra.

Mário Vaz

CEO da Vodafone Portugal

“Mas não queremos ficar por aqui e o acordo recente [com a NOS] garante que a Vodafone irá chegar a quatro milhões de casas e empresas, multiplicando assim por dez vezes a capilaridade da sua rede de fibra de última geração”, concluiu Mário Vaz.

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