Ações europeias invertem para ganhos, Lisboa continua em queda

Bolsa italiana liderava inversão de tendência na Europa para terreno positivo. Mas Lisboa mantinha-se sob pressão, com queda do setor energético e das telecoms.

Eram sobretudo as quedas da Galp, EDP e EDP Renováveis e da Nos e Pharol que estavam a impedir há momentos que a bolsa portugueses desse a volta às perdas, numa inversão de tendência para terreno positivo que as congéneres europeias já efetuaram. E, apesar dos receios com o referendo italiano, era a praça de Milão quem liderava os ganhos no Velho Continente.

O principal índice português, o PSI-20, perdia 0,17% para 4.418,96 pontos, numa altura em que metade das cotadas seguiam com sinal menos. Do lado das perdas, destacavam-se as desvalorizações do importante setor energético: as ações da Galp cediam 0,96% para 12,33 euros, ao mesmo tempo que a EDP e EDP Renováveis cediam 0,26% e 0,78%, respetivamente.

O setor das telecomunicações nacional também seguia sob pressão vendedora. A operadora Nos recuava 1,67% para 5,3 euros. A liderar as quedas no PSI-20 estava a Pharol (-2,8%), cujo principal ativo é a participação na empresa de telecomunicações brasileira Oi e ainda os títulos de dívida da Rio Forte, do Grupo Espírito Santo, no valor de 897 milhões de euros. A empresa liderada por Palha da Silva revelou esta segunda-feira que espera recuperar 10% da dívida da Rio Forte.

A evitar maiores perdas estava a Jerónimo Martins (+0,67%), os CTT (+1,14%). Também a Corticeira Amorim mantinha uma alta de 0,3% depois de ter decidido esta segunda-feira que vai proceder ao pagamento de um dividendo extraordinário no valor de oito cêntimos em meados do próximo mês.

Entretanto, com a Europa já em sentimento positivo depois de um arranque em falso, era o FTSE Mib de Milão que liderava os ganhos. Avançava 1% depois de o gabinete de Matteo Renzi ter vindo desmentir notícias que davam conta da demissão do primeiro-ministro na sequência do referendo à Constituição que está agendado para o próximo domingo.

Milão seguia acompanhado pelos principais índices europeus: Madrid e Paris registavam uma subida de cerca de 0,5%. Já Frankfurt negociava com uma alta ligeira de 0,05%.

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Norte foi “principal motor de crescimento da produtividade” do país

  • Lusa
  • 29 Novembro 2016

A região Norte foi o “principal motor de crescimento da produtividade” no país durante o período de recuperação económica, conclui uma análise aos resultados de 10 anos do relatório Norte Conjuntura.

“Dada a dimensão económica da região do Norte, esta região foi o principal motor de crescimento da produtividade em Portugal”, indica em comunicado a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), responsável pelo relatório trimestral que completa 10 anos, assinalados com um ciclo de conferências que termina quarta-feira.

Numa análise aos dados estatísticos, reunidos durante os 10 anos do relatório, “conclui-se que a produtividade aparente do trabalho era na Região do Norte a quarta maior em Portugal em 2015 e cresceu 6,5% entre 2008-2015, acima da média nacional”.

O setor das indústrias transformadoras destaca-se claramente com um contributo relativo de 7,3%. Sem este contributo, a produtividade total das empresas da região do Norte teria tido um decréscimo em vez dos +6,5% verificados”, indica o relatório. Já no chamado período de recuperação económica, entre 2012 e 2015, a produtividade na região “cresceu 8,0%, bem acima da média nacional (5,2%) e da NUTS II de Lisboa (1,8%)”, acrescenta a CCDR-N.

Comparando indicadores estatísticos, nos 10 anos em causa o Norte perdeu pouco mais de 1.300 empresas (uma diminuição de 0,3% entre 2008 e 2015), o que compara com as mais de 100 mil (8,3%) que se extinguiram a nível nacional no mesmo período.

Já em termos de pessoal ao serviço, entre 2008 e 2015 o Norte registou uma redução de 80 mil trabalhadores, uma taxa de variação de -6,3%, a menor quando comparada com outras regiões e mesmo a nível nacional.

No período de recuperação económica, a variação acumulada de pessoal ao serviço nas PME foi de 72.524 em Portugal e de 55.891 no Norte, de onde se conclui que “a Região do Norte contribuiu com 77,1% para esse acréscimo nacional”, indica o relatório que junta 10 anos de indicadores económicos.

Em termos setoriais, os setores de atividade que mais contribuíram para a redução do pessoal ao serviço no Norte entre 2008 e 2015 foram o da Construção (-5,4%), o das Indústrias Transformadoras (-3,0%) e do comércio.

Quanto a gastos com pessoal por pessoa empregada (que inclui remunerações, contribuições para a segurança social, fundo de pensões, entre outros) os verificados na região do Norte só foram superados pela região de Lisboa em 2015. Já numa análise a 10 anos, entre 2008-2015, estes gastos cresceram 8,4% no Norte, contra 6,2% em Portugal.

Em matéria de exportações, conclui a CCDR-N que “as empresas nortenhas demonstraram que foram capazes de reagir rapidamente à diminuição de atividade sentida em 2009, como consequência da crise internacional”.

“Logo em 2010, as empresas do Norte voltaram a exportar mercadorias num valor relativamente próximo do de 2008 e em 2011 voltaram a ter um crescimento muito acentuado”, destaca.

Estes e outros indicadores relativos à “resiliência e à capacidade exportadora” que as empresas do Norte de Portugal demonstraram nos últimos 10 anos de Norte Conjuntura serão apresentados pela CCDR-N na quarta-feira, pelas 15:00, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.

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OE2017: Os casamentos improváveis que tramam Costa

Os partidos passaram três dias a votar na especialidade as propostas de alteração ao OE2017. O resultado passou por casamentos improváveis, alterações de sentido de voto e (re)votações em plenário.

casamentosimprovaveis

Três longas tardes de votação depois, habemus proposta para o Orçamento do Estado (POE) para 2017. Esta terça-feira a proposta vai a votos na generalidade, mas a votação é previsível: o BE e o PCP já anunciaram que votam ao lado do PS para viabilizar a proposta do Governo. Mas, desde que foi apresentada, a POE já criou muita especulação e até alianças improváveis dada a composição de forças inédita do Parlamento.

O Governo não queria, mas…

O caso mais mediático das longas e despercebidas votações na especialidade foi a lei aprovada pelo Bloco de Esquerda, PSD e CDS. Foi na quinta-feira, dia 24, que as várias propostas sobre os salários da CGD, a entrega da declaração de rendimentos e o Estatuto do Gestor Público chegaram a votação.

A polémica chegou também: o deputado António Leitão Amaro, do PSD, pediu para votar em separado duas alíneas de uma proposta do BE, mas Mariana Mortágua recusou invocando a “coerência interna” dos dois artigos por só fazerem sentido em conjunto.

O confronto não passou ao de leve. Paulo Sá, do PCP, acusou Leitão Amaro de fazer uma consideração com “conteúdo político” numa reunião de votações da COFMA, argumentando que o deputado do PSD devia tê-lo dito de manhã na discussão em plenário.

A presidente da comissão, Teresa Leal Coelho, considerou que não foi esse o caso e a votação prosseguiu. A proposta do BE foi reprovada pelo PS e a abstenção do PSD e CDS, mas ainda não tinha acabado as investidas sobre a CGD.

Minutos a seguir, a proposta do PSD apenas relativa aos deveres de transparência e responsabilidade foi viabilizada pelo Bloco de Esquerda com o apoio do CDS, mas o voto contra do PCP e do PS.

Anteriormente tinham sido reprovadas pela maioria de esquerda propostas da direita para limitar os salários dos gestores das instituições de crédito. Também a proposta do BE nesta matéria foi reprovada ao não colher o apoio do PSD e CDS que abstiveram-se.

Esta proposta obriga os gestores da Caixa Geral de Depósitos a apresentarem declarações de rendimentos e património e, alegadamente, segundo Marques Mendes, foi esta a razão da demissão de António Domingues conhecida este domingo. O presidente demissionário da CGD sentiu-se ofendido, afirmou o comentador.

Na sexta-feira a votação de quinta-feira de tarde foi repetida em plenário a pedido do Partido Socialista, mas com o mesmo resultado. O Bloco de Esquerda não mudou o seu sentido de voto na proposta do PSD para a sujeição a deveres de transparência e responsabilidade.

O BE pediu para votar novamente a norma revogatória no âmbito do Estatuto do Gestor Público e o PSD pediu nova votação do regresso dos limites salariais anteriores para a CGD, mas ambas as propostas ficaram novamente na gaveta sem aprovação.

Santo António, que casamentos são estes?

A Caixa Geral de Depósitos não foi o único centro de ebulição. Foi o caso com mais impacto mediático e, sabe-se agora, com maior impacto na realidade política e bancária em Portugal, mas há curiosidades das longas horas de votações que a nova disposição parlamentar e, por isso, correlação de forças políticas trouxe.

É o caso dos museus gratuitos até às 14h de todos os domingos. Vai ser uma realidade em 2017, mas apenas porque a proposta do Partido Comunista Português recebeu o apoio do BE, PSD e CDS. O Partido Socialista votou contra a proposta dos comunistas.

O Governo não queria, mas no próximo ano voltará a ser gratuita a entrada nos museus e monumentos nacionais nos domingos e feriados até às 14h00 para todos os cidadãos residentes em território nacional. Apesar de o Governo de António Costa ter feito regressar o Ministério da Cultura, as contas públicas falaram mais alto quando se tratou de aumentar a despesa pública.

Os exemplos continuam: mais uma vez, os bloquistas juntaram-se à direita, desta vez para aprovar uma proposta do CDS. Mas este é um caso mais bicudo: o primeiro ponto da proposta foi aprovado também pelo PS, mas o segundo só passou porque o BE se alinhou com o PSD e CDS. O terceiro ponto foi mesmo reprovado. Resultado final? O Estado vai ser obrigado a centralizar informação sobre as taxas existentes no Portal do Cidadão.

Em causa está a informação de todas as taxas e demais contribuições financeiras a favor de entidades públicas ou concessionárias de serviços públicos em vigor. Essa informação terá de fazer parte de uma secção própria do Portal do Cidadão. Este é o primeiro ponto da proposta do CDS que também colheu o apoio do PS. Já o segundo ponto — que elenca as informações a apresentar — foi aprovado apenas pelo CDS, PSD e BE.

O terceiro ponto da proposta dos centrista foi reprovado. Em causa estava, caso o Estado não cumprisse esta meta, que as taxas podiam ser revogadas. Ou seja, não serem pagas pelos particulares. Neste ponto a gerigonça voltou a funcionar para reprovar.

Um (quase) insólito

A proposta era simples: os comunistas queriam que o Estado entregasse o mesmo prémio monetário dos atletas olímpicos aos atletas paralímpicos, consoante a devida conquista. Por exemplo: atualmente, um atleta olímpico que chegue ao primeiro lugar na sua categoria recebe 40 mil euros de prémio, enquanto um atleta paraolímpico recebe metade desse valor.

O PCP propunha uma equivalência dos valores para os mais altos, ou seja, os dos atletas olímpicos, uniformizando os prémios monetários. Na proposta, o Partido Comunista Português ressalva que essa equiparação tem de garantir que não há redução dos montantes atribuídos. Tudo seguia normalmente até a votação acontecer e o partido que sustenta o Governo que tem uma secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade votou contra.

No entanto, a proposta avançou com um casamento improvável: o BE, PSD e CDS aliaram-se aos comunistas para fazer passar a proposta com o voto contra do Partido Socialista. A história podia acabar e já tinha o selo de insólita ou, pelo menos, surpreendentemente. Contudo, no final da sessão de votações de quinta-feira, o grupo parlamentar do PS pediu a Teresa Leal Coelho para mudar o sentido de voto de “contra” para “a favor”.

Metodologia

A votação na especialidade foi feita na Comissão de Orçamento e Finanças (COFMA) presidida por Teresa Leal Coelho, deputada do PSD. Ao seu lado estiveram vários elementos do Governo, mas há uma peça do xadrez que é essencial: Pedro Nuno Santos. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares é responsável por fazer funcionar o acordo de incidência parlamentar e a comunicação com o PS, BE e PCP foi essencial.

Em cada grupo parlamentar há protagonistas. À esquerda, Mariana Mortágua lidera a ala do Bloco de Esquerda e Paulo Sá a do Partido Comunista Português. No Partido Socialista, João Galamba, Eurico Brilhante Dias, Paulo Trigo Pereira e João Paulo Correia são as caras principais.

No Partido Social-Democrata, Duarte Pacheco, António Leitão Amaro e Cristóvão Crespo lideram a linha da frente. Por fim, o CDS é encabeçado por Cecília Meireles e João Almeida. De fora do esquema de votações, apesar de as suas propostas também serem votadas na especialidade, estão Os Verdes e o PAN que não têm representação na COFMA.

Editado por Mónica Silvares

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Cuba: 50 anos depois há voos entre EUA e Havana

Apesar de o ambiente ter sido de alegria na descolagem, em Havana os ânimos continuam em baixa com o país parado após a morte de Fidel Castro no passado sábado.

Meio século depois, as companhias aéreas comerciais norte-americanas vão começar outra vez a voar diretamente para Havana, a capital de Cuba. A primeira viagem aconteceu esta segunda-feira, com um avião da American Airlines a chegar a Havana a partir de Miami, depois de cerca de uma hora de viagem.

Segundo o Miami Herald, o voo levou 145 passageiros. Apesar de o ambiente ter sido de alegria na descolagem, em Havana os ânimos continuam em baixa com o país parado após a morte de Fidel Castro no passado sábado.

Este não foi o único voo comercial esta segunda-feira. Seguiu-se um outro avião de Nova Iorque, do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, para Havana da JetBlue. Segundo a Time, nas próximas semanas outras companhias aéreas comerciais vão seguir o exemplo tal como a United, Delta, Sprit, Frontier, Alaska e Southwest. O preço das viagens de avião dependem da altura do ano e da zona de embarque, mas estão entre os 200 e os 1000 dólares.

Este não é, no entanto, o primeiro voo comercial em mais de 50 anos para Cuba. Na realidade, após o anúncio de Barack Obama a terminar com o bloqueio a Cuba, as companhias aéreas testaram alguns voos em cidades mais pequenas. Agora chegaram a Havana.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Mais de 40% dos futebolistas tiveram salários em atraso

  • Lusa
  • 29 Novembro 2016

Mais de 40% dos jogadores já tiveram salários em atraso, indica um inquérito, publicado hoje, promovido pela Federação Internacional dos Futebolistas Profissionais.

Mais de 40% dos jogadores já tiveram salários em atraso, indica um inquérito, publicado esta terça-feira, promovido pela Federação Internacional dos Futebolistas Profissionais (FIFPro).

O estudo, a cargo da Universidade de Manchester, Inglaterra, refere que 41% dos 13.876 futebolistas que responderam ao questionário tiveram salários em atraso nas duas últimas épocas.

Segundo a FIFPro, o inquérito não abrange jogadores de Portugal, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Holanda, Argentina ou México, por não terem sido recolhidas informações suficientes naqueles países.

“Isto serve para despertar os clubes e os dirigentes. Não podemos aceitar esta situação”, comentou o secretário-geral da FIFPro, Theo van Seggelen.

O mesmo estudo também mostra que quase 10% dos jogadores já foram alvo de violência, 16% receberam ameaças e sete por cento foram abordados para falsear resultados.

Na temática da violência, mais de metade dos que admitem terem sido alvo de violência (51 por cento) dizem já terem sido agredidos por adeptos, 25% por colegas de equipa e 12% por dirigentes ou treinadores.

A média de salários oscila entre os 1.000 e os 2.000 dólares (entre os 940 e os 1.900 euros), embora 60% tenha respondido que recebe mais de 2.000 dólares por mês.

A FIFPro recorreu ao exemplo do internacional nigeriano Michael Uchebo, que se queixa de não receber salários do Boavista desde abril, situação que já motivou a mediação do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).

Para o sindicato internacional, Uchebo ilustra o drama dos salários em atraso.

Uchebo e Boavista ainda não chegaram a acordo para a rescisão do contrato e o jogador queixa-se de salários em atraso desde abril e já avançou com um processo judicial para os tribunais e apresentado uma queixa formal na FIFA, estando impedido de treinar.

Segundo as normas da FIFA, um clube não pode estar em situação de incumprimento salarial até 90 dias. Neste inquérito, 76% dos jogadores referem que as verbas em atraso foram pagas dentro desse prazo.

Sobre esta matéria, a FIFPro pretende reduzir o prazo de incumprimento para 30 dias.

“Nem todos os jogadores têm três carros de cores diferentes. São seres humanos normais que merecem ser pagos a tempo e horas, porque também têm filhos e contas para pagar”, frisou Van Seggelen.

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Primeiro-ministro do Iraque concorda em reduzir a produção de petróleo

  • Lusa
  • 29 Novembro 2016

O chefe do executivo iraquiano frisa que os preços atuais do petróleo são insustentáveis para os países produtores da matéria-prima.

O chefe do governo de Bagdade disse que o Iraque aceita aplicar o plano da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que prevê a redução da produção de petróleo no país, numa tentativa de baixar o preço do crude.

Em entrevista à Associated Press, difundida esta terça-feira, o chefe do executivo do Iraque, Haidar al-Abadi, frisou que os preços atuais são insustentáveis para os países produtores de petróleo.

Para al-Abadi, é compreensível que os países membros da OPEP tenham concordado na redução do número de barris por dia (entre os 900 mil e 1,2 milhões barris diários). O governante previu que a medida pode ser suficiente para fazer face ao problema.

Na mesma entrevista, o primeiro-ministro do Iraque, questionado sobre a campanha militar contra as forças do Estado Islâmico em Mossul, disse estar convencido de que a “falta de coragem” dos extremistas islâmicos vai acabar por neutralizar a capacidade de resistência do grupo na região.

Mesmo assim, segundo a Associated Press, centenas de carros armadilhados pelas forças do Estado Islâmico têm atingido soldados iraquianos na segunda cidade do país, durante a campanha militar que pode prolongar-se até ao início do próximo ano.

O chefe do executivo iraquiano disse ainda que a cidade de Mossul está neste momento “completamente” cercada mas não forneceu o número total de baixas registadas nas últimas seis semanas entre as forças governamentais.

“Isto é como uma cobra (Estado Islâmico) e não vale a pena se for atingida no meio ou na cauda. É preciso atingir a cabeça”, sustentou o primeiro-ministro do Iraque, sublinhando que a “cabeça” da organização terrorista está em Mossul.

Al-Abadi disse acreditar que a próxima administração norte-americana vai incrementar o apoio logístico necessário ao combate ao terrorismo, desvalorizando as declarações de Donald Trump, que durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos disse que é “preciso retirar o petróleo do Iraque”.

Não vou avaliar um homem pelas declarações durante uma campanha eleitoral. Vou julgá-lo pelo que vai fazer depois”, afirmou o primeiro-ministro do Iraque, para quem que Trump “é um homem pragmático”.

Al-Abadi, no poder desde 2014, reforçou os apelos para a população civil se manter na cidade de Mossul para que seja “evitada” uma situação de catástrofe humanitária.

“Esta é a primeira vez que libertamos uma cidade onde os civis se mantêm em casa”, disse o primeiro-ministro.

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Paulo Macedo já terá sido contactado para liderar CGD

  • ECO
  • 29 Novembro 2016

O nome do antigo ministro da Saúde é sugestão do Banco de Portugal, mas a decisão ainda não está tomada.

O Governo já contactou Paulo Macedo para este substituir António Domingues como presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), avançava a RTP na noite de segunda-feira. Já o Jornal Económico acrescenta que o nome do antigo ministro da Saúde é sugestão do governador do Banco de Portugal.

Contudo, a decisão ainda não está tomada, até porque o facto de três administradores da CGD (Tiago Ravara Marques, João Tudela Martins e Pedro Leitão) não terem apresentado demissão e pretenderem ficar pode pesar na escolha do novo presidente. Isto porque o novo presidente deverá querer escolher a própria equipa, mas os administradores que não se demitiram só podem sair se forem despedidos, o que implica indemnizações significativas.

O Jornal Económico refere ainda que a saída de António Domingues permitirá também voltar a ter um presidente não executivo e um presidente executivo (chairman e CEO, cargos que Domingues acumulava), uma exigência do Banco Central Europeu.

Rui Vilar é, para já, o nome mais falado para este cargo de chairman.

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Perceção da economia atinge máximo de 16 anos

As perspetivas da evolução do desemprego, da situação económica do países e da situação financeira do agregado familiar são os fatores que contribuem de forma positiva.

As opiniões dos portugueses em relação à situação económica do país não estavam tão altas desde o início do século. Só em março de 2000 é que a perceção da economia portuguesa estava tão positiva. O valor registado em novembro deveu-se a um aumento, “mais expressivamente no último mês”, explica o INE.

Há mais confiança, essencialmente por causa da evolução do emprego em Portugal. É essa a conclusão do resultado do inquérito do INE divulgado esta terça-feira: o indicador de confiança dos consumidores recuperou em novembro, depois de uma evolução negativa nos meses anteriores.

O indicador está também em máximos, mas em relação a outubro de 2000. As perspetivas da evolução do desemprego, da situação económica do países e da situação financeira do agregado familiar são os fatores que contribuem de forma positiva.

“A recuperação do indicador de confiança dos consumidores em novembro deveu-se ao contributo positivo das perspetivas relativas à evolução do desemprego, das expectativas relativas à situação económica do país e, menos intensamente, das apreciações da evolução da situação financeira do agregado familiar“, escreve o INE no relatório dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores divulgado esta terça-feira.

 

A recuperação do indicador dos consumidores não foi acompanhado pelo indicador dos empresários. Após uma evolução positiva nos últimos meses, o indicador de clima económico diminuiu em novembro, principalmente no setor da construção e obras públicas, mas também no comércio e serviços. Em contraciclo, o clima económico na indústria transformadora animou.

O indicador de confiança da Indústria Transformadora aumentou em outubro e novembro, após ter estabilizado no mês anterior, verificando-se um contributo positivo de todas as componentes, perspetivas de produção, apreciações sobre a evolução dos stocks de produtos acabados e opiniões sobre a procura global, mais significativo no primeiro caso”, explica o Instituto Nacional de Estatística.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Reino Unido já tem estratégia doce para sair da UE: “Ficar com o bolo e comê-lo”

  • ECO
  • 29 Novembro 2016

Descansem os britânicos em relação à saída do Reino Unido da União Europeia. O Partido Conservador foi a Downing Street e tirou nota da doce estratégia do Brexit. "Ficar com o bolo e comê-lo".

Pelo menos era o que podia ler-se num dos documentos escritos por um responsável do Partido Conservador, à saída de uma reunião com a primeira-ministra britânica, Theresa May, na sua residência oficial em Downing Street, realizada esta segunda-feira. Para discutir a saída do Reino Unido da União Europeia, há uma doce estratégia: “What’s the model? Have a cake and eat it”, em português “Ficar com o bolo e comê-lo” [o contrário da expressão ideomática ‘you can’t have your cake and eat it too’, que significa que ‘não se pode ter tudo’]. Para os mais desatentos, a frase surge na primeira linha do quadrado evidenciado ao fundo do lado direito.

Entre outros comentários que o assessor dos conservadores apontou é que alguns responsáveis políticos estão “contra” um acordo de transição que forneceria uma ponte entre Bruxelas e Londres através do estabelecimento de um novo relacionamento com o bloco económico.

Deixou ainda outro apontamento que pode provocar algum embaraço político com o vizinho francês: a equipa da União Europeia deverá ser “bastante francesa” e a França deverá ser provavelmente “muito complicada”.

Numa folha repleta de notas escritas à mão, e cuja reprodução fotográfica está a causar algum furor nas redes sociais, era ainda percetível alguma da expectativa britânica em relação ao desenvolvimento das negociações com os responsáveis europeus: um acordo em relação à indústria manufatureira seria “relativamente simples”; já um acordo no setor dos serviços seria “mais difícil” pois a União Europeia deverá pretender “um bom acordo sobre a segurança”.

Quem transportava o documento era o assistente do vice-presidente do Partido Conservador, Mark Field, segundo a imprensa britânica. O gabinete da primeira-ministra já disse que não se tratava de um documento do governo nem sequer refletia a sua opinião.

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Amesterdão quer desligar aquecimento a gás natural

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Novembro 2016

Até 2050 as casas vão deixar de ser aquecidas por gás natural. O lixo industrial é uma das alternativas.

Enquanto meio mundo ainda questiona se o aquecimento global é real ou um mito, a cidade de Amesterdão já pensa em longo prazo e lançou uma medida de grandes dimensões para cumprir as metas do Acordo de Paris. A capital holandesa planeia abandonar o aquecimento a gás natural até 2050 e converter a cidade numa zona livre de emissão de CO2.

Neste momento, 90% das casas utilizam o gás natural como combustível principal para aquecimento e preparação de comida, contudo estima-se que, até 2017, 10.000 vivendas antigas sejam desconectadas da rede de abastecimento e, até 2020, 102.000 casas já sejam alimentadas pela nova fonte de energia.

E quais vão ser as alternativas? Um serviço centralizado de produção de energia, uma rede de distribuição espalhada por toda a cidade e a utilização de combustíveis mais sustentáveis. O simples facto de ter apenas um ponto a gerar energia já é um fator de poupança, ao juntar um novo combustível, nomeadamente o lixo industrial — já utilizado em 70.000 habitações –, a taxa de sucesso é ainda maior.

Ainda assim, o investimento inicial vai ser muito pesado. A mudança vai requerer a montagem de tubos com alta capacidade de isolamento, quer pela cidade fora, quer nas próprias casas. Além disso, o isolamento das casas também vai ter de ser reforçado para que não haja qualquer perda de energia. Para construções futuras, a opção de gás natural nem sequer vai estar disponível.

Nem todas as casas vão ser incluídas nesta centralização: a instalação de painéis solares para produção própria de energia também é vai ser posta em prática, dando possibilidade aos moradores de vender o excesso de energia produzido à rede de distribuição.

Para evitar gastos adicionais para os inquilinos, a cidade pedirá ajuda ao estado, que tem em curso o Plano Energético Nacional. O projeto, além de se estabelecer como um grande compromisso com a sustentabilidade, permitirá reduzir a dependência em relação à Rússia — 50% do gás natural consumido tem origem aí.

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BCE exige ao Santander rácio de capital mínimo de 7,75%

O Santander informou que o supervisor europeu lhe exigiu um rácio de capital mínimos de 7,75%, nível que compara com o rácio de 12,44% que o banco apresenta. Dividendo não será afetado.

O Banco Central Europeu (BCE) exige que o Santander mantenha um rácio de capital Commom Equity Tier 1 de pelo menos 7,75%, segundo informou o banco espanhol em comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Ainda assim, com um rácio de 12,44% no final de setembro, bastante acima do mínimo exigido pelo regulador europeu, o Santander diz que terá margem de manobra para proceder ao pagamento dos dividendos aos acionistas.

“A robusteza do modelo de negócio do grupo e a sua diversificação geográfica, juntamente com as almofadas de capital existentes no grupo e o atual rácio fully-loaded CET1, são um grande conforto para continuar a implementar a nossa estratégia para o futuro”, refere o presidente do banco, José Antonio Alvarez.

"A robusteza do modelo de negócio do grupo e a sua diversificação geográfica, juntamente com as almofadas de capital existentes no grupo e o atual rácio fully-loaded CET1, são um grande conforto para continuar a implementar a nossa estratégia para o futuro.”

José Antonio Alvarez

CEO do Santander

O banco, que em Portugal detém o Santander Totta, salienta que, em face do conforto da sua posição financeira, a nova exigência do BCE não vai limitar a sua política de remuneração aos acionistas nem o pagamento de remunerações variáveis e de cupões de títulos de dívida.

As ações do Santander subiam 1,31% para 4,265 euros. Mas desde o início do ano acumulam uma perda de 6,45%.

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Com Trump na NATO, UE acelera gastos em defesa

A eleição de Donald Trump veio trazer incerteza quanto à nova ordem mundial no que toca à segurança dos países. A União Europeia vai avançar com mais gastos em defesa como prevenção.

A União Europeia está a postos para acelerar os gastos em defesa: cibersegurança, navios de guerra e drones são os principais alvos dos investimentos de milhares de milhões de euros do Fundo de Defesa Europeu, avança o Financial Times esta terça-feira.

De acordo com o jornal britânico, as propostas da Comissão Europeia vão ser conhecidas esta quarta-feira e são vistas como uma resposta à eleição de Donald Trump, o próximo presidente dos EUA, que já disse querer diminuir os gastos norte-americanos na NATO contando, por isso, com mais contributos dos outros países.

A decisão de aprofundar a coordenação em termos de defesa, a nível europeu, ficará a cargo dos estados membros da União Europeia. Este plano servirá não só para fortalecer a posição dos países europeus na Nato, mas também para proteger internamente os europeus do terrorismo e reforçar as fronteiras externas do Espaço Schengen, numa altura em que a crise dos refugiados ainda não está resolvida e a situação da Crimeia representa um risco de conflito com a Rússia.

O plano será executado por um dos vice-presidentes da Comissão Europeia, o finlandês Jyrki Katainen, e não se focará apenas nas capacidades terrestres, aéreas ou espaciais: a cibersegurança será um dos principais focos do investimento europeu.

Atualmente, 80% da defesa europeia é gerida internamente pelos próprios países, segundo uma estimativa da Comissão Europeia citada pelo Financial Times.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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