Novos computadores de bordo da Peugeot e da Citroën têm assinatura da Huawei

  • ECO
  • 15 Novembro 2017

Os primeiros veículos resultantes da parceria deverão começar a circular na Europa e na China no próximo ano.

A Huawei lançou a proposta no início deste ano e o grupo PSA Peugeot Citroën respondeu em novembro. A construtora francesa alia-se à tecnológica chinesa para equipar os seus automóveis. A parceria resultará no desenvolvimento de uma connected vehicle modular platform, um sistema que permite aos veículos o envio e receção de informação de forma segura. A notícia é avançada pelo Les Echos (acesso condicionado/contéudo em francês).

A parceria entre as duas empresas permitirá um sistema de controlo do veículo à distância, avança Dominique Sahler, responsável pelo projeto na PSA. A partir de um smartphone poder-se-á abrir o porta-bagagens, ligar o aquecimento, atualizar o software do computador de bordo, reportar avarias remotamente ou mesmo ativar a travagem de emergência.

A mesma fonte refere que um quinto da mão-de-obra da empresa chinesa já se encontra a trabalhar para a PSA, e que os primeiros veículos com os computadores de bordo deverão estar prontos a partir do próximo ano.

Nomes como a Nokia, a IBM, Ericsson ou Microsoft estavam na corrida para a parceria com o fabricante automóvel francês. No entanto, explica Sahler, “a Huawei reunia todas as condições necessárias. E eles foram rápidos e eficientes”.

“A PSA é o nosso maior projeto na nossa área dedicada à Internet das Coisas”, diz Shi Weiliang, o novo diretor da filial francesa da Huawei. O mesmo afirma que mais de 6.000 engenheiros da área de investigação e desenvolvimento da marca chinesa estão a trabalhar neste campo considerado estratégico.

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Água ou sumo? Regulador já decidiu

A campanha de Luso Kids Fruta está proibida de voltar a ser divulgada. Em causa está uma queixa apresentada pela Sumol+Compal contra a Águas do Luso, por publicidade enganosa.

A campanha publicitária “Luso Kids Fruta” está impedida de voltar a ser divulgada. A Sumol+Compal queixou-se que a referida publicidade era enganosa para o consumidor por considerar o termo ‘sumo de fruta’ abusivo. Entendimento semelhante teve o regulador que impediu a campanha.

A primeira decisão do regulador foi contestada pela Sociedade de Águas do Luso, detentora da Luso Kids Fruta, mas o recurso veio confirmar a primeira decisão do regulador com data de 6 de outubro de 2017.

“Nestes termos, delibera esta Comissão de Apelo negar provimento ao recurso, uma vez que a publicidade em questão, tal como foi veiculada nos, viola as normas constantes dos arts. 9º, nºs 1 e 2, alínea a) do Código de Conduta da Autorregulação Publicitária e 7º, nº 1, alíneas a) e c) do Regulamento nº 1169/2001 (EU), do Parlamento e do Conselho, de 25 de outubro, pelo que decidiu bem a Segunda Secção na deliberação ora recorrida, a qual deve ser, por isso, inteiramente mantida”, pode ler-se no documento a que o ECO teve acesso.

O júri adianta que “ocorrendo esta discrepância entre o claim [queixa] e a realidade, torna-se óbvia a subsunção da realidade desta campanha publicitária nas figuras legais e éticas da violação do princípio da veracidade e da publicidade enganosa. A publicidade ora em apreço contraria diversos preceitos legais e éticos. E, assim sendo, não deve prosseguir, conforme recomenda o Código de Conduta da Auto-Regulação Publicitária, como bem se decidiu na deliberação ora recorrida”.

A base da queixa

É hora de brincar e dos amigos chamar. Luso Fruta Kids é genial, tem água Luso e sumo de fruta natural“, terá sido este o ‘jingle’ a espoletar a queixa apresentada pela Sumol+Compal contra a Luso. No despacho pode ler-se que “o consumidor é levado a crer que está a adquirir uma bebida com alto teor de sumo de fruta natural, o que está muito longe da verdade”. Ainda no mesmo documento é dito que a “utilização da denominação ‘sumo de fruta’ é manifestamente abusiva, sobretudo quando à mesma é dado igual destaque ao da água”.

Na contestação que proferiu a Luso alegou que “o ingrediente água mineral de Luso não pode ser considerado como comum a todos os outros refrigerantes (e mesmo néctares) que são fabricados em Portugal, e representa cerca de 80% de Luso Fruta e Luso Fruta Kids”.

A Luso alega ainda que os produtos contêm também “sumo de fruta natural, extrato natural de fruta, ácido cítrico e aromas naturais”. Pelo que “Luso Fruta constitui assim, um produto que, pelo facto de conter sumo e extrato de fruta e de não conter açúcar ou edulcorantes adicionados, é considerado uma bebida que promove uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável”.

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Governo cede aos professores: tempo de serviço vai contar

A garantia foi dada pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão. Ainda não é certo qual é o período de tempo que vai contar. A solução vai ser discutida com os sindicatos.

O Governo admitiu esta quarta-feira que o tempo de serviço dos professores vai contar para o descongelamento das carreiras. “Vai haver uma forma da contagem do tempo de serviço da carreira docente ser de alguma forma recuperada. Veremos com os sindicatos e em negociação com que faseamento“, afirmou Alexandra Leitão, secretária de Estado, em audição no Parlamento. As negociações com os sindicatos recomeçam esta quinta-feira, após a greve e a concentração desta quarta-feira.

O Executivo recua assim da ideia inicial que era descongelar as carreiras dos professores sem contar com os quase dez anos de serviço para efeitos de progressão na carreira. Esta divergência com os sindicatos deu origem à greve nacional desta quarta-feira que será acompanhada por uma concentração junto à Assembleia da República, no mesmo dia em que se discute o Orçamento do Estado da Educação para o próximo ano.

Vai haver uma forma da contagem do tempo de serviço da carreira docente ser de alguma forma recuperada.

Alexandra Leitão

Secretária de Estado Adjunta e da Educação

Esta quinta-feira os sindicatos voltam a reunir com o Governo, uma reunião que deverá incidir sobre a solução de faseamento que permitirá contar o tempo de serviço acumulado durante os anos de congelamento das carreiras. Em causa estão nove anos de serviço que não iriam contar — as carreiras estiveram congeladas entre 2005 e 2007 e depois entre 2011 e 2017.

Alexandra Leitão — que foi ao debate parlamentar em substituição de Tiago Brandão Rodrigues, que está internado — aproveitou o momento para, além de fazer este anúncio, criticar a forma como o Governo PSD/CDS fez o congelamento das carreiras. “Não deixa de ser curioso que, depois de um Governo que durante cinco anos congelou todas as progressões, venha agora dizer que toda a culpa é de quem decidiu descongelar“, apontou. A secretária de Estado da Educação garantiu que para este Executivo não há distinção entre carreiras.

Não é seguramente quem descongela quem tem a culpa de fazer perder rendimentos.

Alexandra Leitão

Secretária de Estado Adjunta e da Educação

“O problema não está no descongelamento. Está no congelamento. Os termos exatos do congelamento que determinava que os pontos na avaliação de desempenho contavam, é exatamente esse congelamento que determina que quem não tem pontos em avaliação de desempenho não tenha depois a mesma solução no descongelamento. Mas nós vamos resolver esse problema“, assegurou Alexandra Leitão, afirmando que “não é seguramente quem descongela quem tem a culpa de fazer perder rendimentos”.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 15 Novembro 2017

Crescimento nipónico não conhece limites. Banqueiros britânicos e americanos fazem festa. Um golpe? Não, mas está complicado, dizem militares do Zimbabué. Moody's abana imobiliária Colonial.

Há 49 anos, em Atlantic City, nos Estados Unidos, 400 ativistas pelos direitos das mulheres queimaram soutiens. Esta quarta-feira, no Senado norte-americano, o que arde são os espartilhos… que têm mantido dezenas de grandes bancos na linha, no período pós-crise. Do lado de cá, os banqueiros britânicos também recebem boas notícias, mesmo que a tempestade do Brexit não hesite em se aproximar. A festa maior acontece no Japão, com um sucesso tal que não conhece comparação há várias décadas. No Zimbabué, a liderança de Mugabe abana. E pela Europa, treme também o fundo de investimento imobiliário Colonial com a chapada no pulso da Moody’s… mas ao de leve.

Bloomberg

Zimbabué. Exército toma o poder

Depois de uma semana de confrontos com o Governo de Robert Mugabe, o exército acaba de tomar o poder do Zimbabué. Os militares argumentam que esta era uma ação necessária para evitar que a violência na nação sul-africana continuasse. As Forças de Defesa garantem que a segurança do líder de 93 anos e da sua família será mantida, considerando como alvos apenas “os criminosos que estão a cometer crimes que estão a causar sofrimento social e económico no país”. O exército diz estar, assim, a lutar pela “justiça” e nega que este tomar das rédeas da nação tenha sido um golpe. Desde 1980 que Mugabe comandava o Zimbabué. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso gratuito / conteúdo em inglês)

Expansión

Moody’s baixa rating do fundo de investimento imobiliário Colonial

A Moody’s anunciou a degradação do rating da Colonial, alterando a sua perspetiva de estável para negativa. A mudança acontece na sequência do lançamento da oferta pública de aquisição de 100% da Axiare pelo fundo de investimento imobiliário. Em comunicado, a agência de notação financeira norte-americana explicou que esta compra aumentará a percentagem de ativos em Espanha detidos pela Colonial, que têm uma classificação mais baixa que os franceses (a imobiliária tem uma subsidiária em França). Ainda assim, a Moody’s não deixa de notar que esta adição à carteira do fundo em causa aumentará a sua participação no mercado espanhol e potenciará o seu desempenho. Leia a notícia completa no Expansión (acesso gratuito / conteúdo em inglês)

Financial Times

Brexit, um divórcio que não se aplica a todos

Os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia podem não ter a abrangência total (e dramática) inicialmente pensada. O ministro para o Brexit prometeu aos banqueiros e funcionários do centro financeiro londrino um regime especial, que lhes permitirá viajar livremente pelo espaço europeu (como acontece atualmente, no quadro da integração da UE). Perante 700 investidores e reguladores, David Davis anunciou ainda que pretende negociar com o continente um período de transição de dois anos. O Governo britânico quer, assim, sublinhar que o futuro da City está seguro. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado / conteúdo em inglês)

The New York Times

Japão não para de crescer

Há sete trimestres consecutivos que o Japão não para de crescer. De acordo com o Executivo nipónico, este é o período mais longo de crescimento, em quase 20 anos. Os estímulos financeiros adotados pelo Governo e pelo Banco Central têm beneficiado os negócios japoneses, brindados ainda pelo aumento da procura. O desemprego já atingiu mínimos de mais de dez anos e a deflação abrandou. O mercado de ações vive dias flutuantes e a coligação que lidera o país momentos de alegria (no último mês, conseguiram uma vitória confortável, nas eleições legislativas). Leia a notícia completa no The New York Times (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

Washington Post

Senado liberta bancos do espartilho pós-crise

Um acordo bipartidário no capitólio garantiu a libertação de dezenas de grandes bancos norte-americanos das medidas restritivas adotadas no período pós-crise. O anúncio foi feito pelo senador republicano Mike Crapo e compreende a alteração do mínimo de ativos (de 50 mil milhões de dólares para 250 mil milhões de dólares) detidos por um banco para ser alvo de um teste de stress anual que comprove que é capaz de sobreviver a um novo período de tormenta económica. As instituições financeiras em causa há muito que reclamavam desta regulação, considerando-a “excessiva”. Este é o mais recente passo deste órgão legislativo no sentido da concretização do programa de Donald Trump para relaxar as regras da indústria financeira. Leia a notícia completa no Washington Post (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

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Saldo comercial melhora na Zona Euro. Piora em Portugal

O saldo entre as exportações e as importações em setembro melhorou na zona euro, mas piorou em Portugal.

A Zona Euro conseguiu reforçar o seu excedente comercial no comércio internacional de bens, mas não foi graças a Portugal. No total dos países da moeda única, em setembro, as exportações cresceram mais do que importações, segundo os dados revelados esta quarta-feira pelo Eurostat. Em Portugal foi ao contrário: as importações cresceram mais do que as exportações, o que levou a um agravamento do défice comercial de bens.

Em setembro, as exportações da zona euro cresceram 5,6% enquanto as importações cresceram 5,1%. Assim, o excedente comercial aumentou para os 26,4 mil milhões de euros (24,3 mil milhões de euros em setembro de 2016). Estes números contrastam com os registados em Portugal, divulgados na semana passada pelo INE: as exportações aumentaram 5,8% em setembro, abaixo do aumento de 8,1% das importações, levando o défice comercial a agravar-se para 1.181 milhões de euros.

Numa ótica diferente, uma análise aos primeiros nove meses do ano mostra que, em Portugal, as importações cresceram 13% enquanto as exportações cresceram 11%. O défice comercial piorou de oito mil milhões de euros, no mesmo período do ano passado, para dez mil milhões de euros de janeiro a setembro de 2017.

A estimativa para a União Europeia mostra uma tendência semelhante à da Zona Euro. As exportações cresceram 6,3% enquanto as importações cresceram 3.2%. O saldo comercial passou de negativo em setembro do ano passado para um excedente comercial de 3,1 mil milhões de euros em setembro deste ano.

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Portugal obtém 1.500 milhões de euros com taxas negativas recorde

Portugal garantiu 1.500 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses. Taxas voltaram a cair para novo recorde negativo.

Portugal foi ao mercado financiar-se em 1.500 milhões de euros e no duplo leilão de bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses desta manhã voltou a registar juros negativos recorde.

Foram a leilão duas linhas. Nos títulos a seis meses, onde conseguiu levantar 400 milhões de euros, o IGCP obteve um juro de -0,4%, taxa que compara com os -0,363% registados no anterior leilão. O facto de a procura ter sido robusta ajudou a baixar ainda mais os custos de financiamento, com as manifestações de interesse para comprar estes bilhetes a ficarem três vezes acima da oferta.

Também na linha de bilhetes a 12 meses a procura foi interessante, com o juro a ficar nos -0,349% — no último leilão comparável, a taxa situou-se nos -0,345% — e o montante levantado a ascender a 1.100 milhões de euros.

Leilões de bilhetes têm juros cada vez mais negativos

Fonte: IGCP

Este resultado favorável aos cofres da República já era mais ou menos expectável, na medida em que os juros associados à dívida pública portuguesa continuam a bater mínimos históricos em mercado secundário, refletindo o otimismo dos investidores em relação ao país, num enquadramento externo também ele positivo. Ainda no início da semana, por exemplo, a yield implícita nas obrigações a três anos caiu para terreno negativo.

“Volta a ser justificação o forte apetite pelo risco que se vive nos mercados mundiais, com as yields a dez anos dos periféricos a caírem significativamente”, nota Tiago da Costa Cardoso, gestor da corretora XTB. “É ainda notável verificar que o valor diferencial entre a dívida alemã e a dívida portuguesa a dez anos está perto dos mínimos de 2015, o que revela que a confiança no mercado de dívida português está a normalizar-se a passos largos”, acrescenta.

Na prática, ao conseguir colocar estes títulos de curto prazo com taxas negativas, Portugal consegue convencer os investidores a aceitarem comprar estes títulos de dívida a um preço que é superior ao seu valor na maturidade. Isto é, os investidores não se importam de adquirir estes títulos a um preço mais alto do que aquele que vão receber depois no final da maturidade.

Há várias razões para isto e o facto de a Fitch no próximo mês poder vir a situar o rating português acima da categoria “lixo” reforça esta tendência.

(Notícia atualizada às 11h03)

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Juros em mínimos dão bónus recorde nas obrigações de retalho

Arranca esta quarta-feira o período de subscrição das populares OTRV. Estes títulos vão pagar a taxas mais baixas de sempre, mas o prémio sobe. Porquê? A culpa é dos juros baixos. E das comissões...

O bom momento de Portugal nos mercados de dívida está longe de ser um notícia 100% positiva para as famílias portuguesas que procuram poupar através dos produtos do Estado. Com os juros portugueses a bater mínimos históricos, também a taxa das novas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) caiu para o nível mais baixo de sempre. Esta circunstância levou o Governo a dar um bónus recorde nesta emissão. Um prémio que duplica para compensar os pequenos investidores face aos elevados encargos com as comissões dos bancos.

Arranca esta quarta-feira o período de subscrição das OTRV, títulos de dívida que podem ser comprados nos balcões dos bancos portugueses. Têm a maturidade de cinco anos e o juro oferecido de 1,1% é o mais baixo de todas as emissões já realizadas.

A baixa na remuneração das OTRV explica-se com a descida dos juros portugueses nos mercados de dívida, motivo pelo qual a oferta de produtos de poupança do Estado sofreram uma revisão em baixa nas taxas que oferecem — além das OTRV, as taxas dos certificados do Tesouro também baixaram no início do mês. Por exemplo, Portugal consegue neste momento financiar-se a cinco anos com uma taxa de juro que não excede os 0,7%.

Porém, para manter a atratividade destas obrigações, o IGCP vai pagar o prémio mais elevado até hoje. Este prémio calcula-se com a diferença entre as taxas das OTRV e aquelas que as obrigações do Tesouro observam no mercado: situa-se nos 0,4 pontos, mais do dobro da primeira emissão de sempre, realizada em maio do ano passado.

Prémio da OTRV duplica

Fonte: Bloomberg e IGCP

Para Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, o aumento do prémio não se justifica unicamente com a taxa de 1,1%. “Se olharmos para as alternativas, mesmo na dívida, as emissões equivalentes pagam menos. As OTRV emitidas em julho deste ano, que vencem em agosto de 2022, pagam 0,54%. A emissão atual, que atinge a maturidade apenas quatro meses mais tarde, em dezembro de 2022, paga quase o dobro“, explica.

"Se olharmos para as alternativas, mesmo na dívida, as emissões equivalentes pagam menos. As OTRV emitidas em julho deste ano, que vencem em agosto de 2022, pagam 0,54%. A emissão atual, que atinge a maturidade apenas quatro meses mais tarde, em dezembro de 2022, paga quase o dobro.”

Filipe Silva

Diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa

“O problema está nos custos cobrados pelos bancos que, se forem significativos, podem anular os ganhos do cliente. É uma conta que cada cliente deve fazer”, sinaliza o Filipe Silva.

Ao contrário dos certificados, sejam de aforro ou do Tesouro, as OTRV comportam encargos com comissões bancárias (relacionadas sobretudo com custódia dos títulos) que absorvem a maior parte dos rendimentos que o pequeno investidor consegue extrair desta emissão.

Cada banco tem o seu preçário e as comissões variam consoante a instituição e terá de ter em atenção se compensa mais subscrever as OTRV num lado do que noutro. Além disso, importa sublinhar que há situações em que investir nestes títulos pode representar uma perda. Tomando como exemplo a última emissão, cuja taxa era de 1,6%, um investimento abaixo de 5.000 euros dificilmente resultou em ganhos palpáveis para os investidores que se estreiam neste tipo de aplicações.

"O problema está nos custos cobrados pelos bancos que, se forem significativos, podem anular os ganhos do cliente. É uma conta que cada cliente deve fazer.”

Filipe Silva

Diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa

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Mário Nogueira diz que greve dos professores é decisiva para plano negocial

  • Lusa
  • 15 Novembro 2017

Mário Nogueira defende que a greve dos professores “vai ser decisiva” para o plano negocial e salientou que a expectativa de adesão à paralisação “é grande”.

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, disse esta quarta-feira que a greve dos professores “vai ser decisiva” para o plano negocial e salientou que a expectativa de adesão à paralisação “é grande”.

Mário Nogueira falava à porta da Escola Secundária Manuel da Maia, em Lisboa, que às 8h00 já tinha dezenas de pais e alunos à porta, a marcar o início da greve dos professores.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional de Professores explicou que ainda era cedo para avançar com a adesão à greve, uma vez que a maioria das escolas ainda não tinha iniciado as aulas.

“Ainda não temos dados. Uma vez que só às 8h30 é que começam as aulas [na maioria das escolas]. Aqui na Escola Secundária Manuel da Maia, em Lisboa, como se pode ver as aulas começam às 8h00 e os alunos estão todos aqui porta. É uma escola que por norma não é uma escola em que os níveis de adesão sejam elevados. Praticamente a escola está parada e penso que vai repetir-se por todo o país”, disse.

Os professores realizam hoje uma greve geral e uma concentração em frente ao Parlamento, o que se poderá traduzir em escolas fechadas, alunos sem aulas e professores na rua. Em causa está a polémica proposta de não contagem do tempo de serviço prevista na proposta do Orçamento de Estado para 2018, que será debatida na quarta-feira no parlamento.

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Investidores dão tréguas à Altice após tombo de 13%

Altice perdeu 13% na última sessão, com dúvidas em relação à sustentabilidade da empresa. Mas investidores dão hoje tréguas à operadora. Ações recuperam quase 4%.

A Altice caiu no olho do furacão dos investidores nas últimas sessões, depois de ter apresentado resultados preocupantes na Europa. Esta tendência de queda agravou-se com o cenário de instabilidade na cúpula que gere a operadora dona da Meo, culminando no tombo de 13% na sessão desta terça-feira. Mas os investidores estão a dar agora tréguas a um título que caiu mais de 45% desde o reporte de contas.

Cotando-se na bolsa de Amesterdão, as ações da Altice estão a valorizar esta quarta-feira 3,62% para 9,22 euros. Corrige em alta depois de na sessão anterior ter sido violentamente castigada pelo mercado com uma queda superior a 13%, desempenho que foi ampliado por um volume de transações bastante acima da média diária.

O sell-off em torno desta multinacional começou logo após a prestação de contas ao mercado, tendo a Altice anunciado que os lucros iriam ficar no limite inferior do intervalo expectável.

“A violenta a reação do preço da ação aos resultados trimestrais da Altice, refletindo uma perda de confiança num turnaround sustentado na Europa, coloca a avaliação relativa, excluindo o negócio nos EUA, mais próxima dos pares europeus”, referem os analistas da Bloomberg. “A Altice precisa de ativos para fazer dourar o crescimento, embora a execução coloque dúvida no seu potencial”, acrescentaram.

Já depois da má impressão que deu ao mercado com o profit warning, a Altice voltou a entrar no radar dos investidores pelas más razões: rutura na administração. O CEO Michel Combes bateu com a porta na semana passada, em rota de colisão com os fundadores Patrick Drahi e Armando Pereira, os fundadores da companhia que detém a Meo em Portugal.

Estes sinais de instabilidade na cúpula a Altice deixam os investidores mais nervosos em relação à capacidade da gestão de fazer face à dívida de 50 mil milhões de euros. Foi através do recurso a capital alheio que o grupo francês financiou grande parte da sua expansão internacional, mas com o ciclo de juros baixos em fim de linha, há dúvidas acerca da sua sustentabilidade assim que os bancos centrais começarem a subir as taxas.

"A violenta a reação do preço da ação aos resultados trimestrais da Altice, refletindo uma perda de confiança num turnaround sustentado na Europa, coloca a avaliação relativa, excluindo o negócio nos EUA, mais próxima dos pares europeus.”

Analistas da Bloomberg

“A queda de 46% no preço da ação desde que anunciou resultados reflete este duplo golpe do seu modelo de negócio bastante alavancado e a perda de convicção no turnaround” na Europa, explicam os analistas da Bloomberg.

(Notícia atualizada às 9h17)

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Crescimento da zona euro dá margem ao BCE para subir juros

Ardo Hansson, membro do conselho de governadores do Banco Central Europeu, defende que "existe alguma margem para uma recalibração óbvia, mas prudente, das políticas" do BCE.

As perspetivas mais positivas para a economia da zona euro justificam uma mudança na política do Banco Central Europeu, defende Ardo Hansson, um dos membros do conselho de governadores do banco central.

Ardo Hansson, governador do banco central da Estónia, defende que é tempo de repensar a política de estímulos do BCE. Peti Kollanyi/Bloomberg

“Com um aumento da confiança relativamente às perspetivas da economia real existe alguma margem para uma recalibração óbvia, mas prudente, das políticas”, disse o responsável estónia numa conferência que se realiza esta quarta-feira em Londres e citado pela Reuters.

Com um aumento da confiança relativamente às perspetivas da economia real existe alguma margem para uma recalibração óbvia, mas prudente, das políticas.

Ardo Hansson

membro do conselho de governadores do BCE

Hansson, tido como um dos membros mais conservadores do banco central, acrescentou “Para nós, o mundo parece melhor”, sublinhando que a economia da zona euro está a desfrutar de um “forte” crescimento e que a inflação está a acelerar de forma modesta.

De acordo com os dados do Eurostat divulgados ontem, comparando com o trimestre anterior, tanto a União Europeia como a zona euro cresceram 0,6%, desacelerando ligeiramente face aos 0,7% que tinham sido registados no período de abril a junho. Como o número corresponde apenas a uma primeira estimativa rápida, o gabinete de estatística não revela os contributos para o crescimento.

No início do mês do BCE revelou que tencionava reduzir o seu plano de estímulos no início do próximo ano para 30 mil milhões de euros por mês, contra os atuais 60 mil milhões. Sendo que o programa de compras foi estendido até setembro de 2018.

No caso português, o BCE já detém mais de 30 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro portuguesas, cerca de 12% do total da dívida pública portuguesa, isto depois de o banco central liderado por Mario Draghi ter adquirido em outubro mais 489 milhões de euros em títulos nacionais.

A redução da política de estímulos está longe de gerar consenso no seio do conselho de governadores. No início do mês, Ewald Nowotny, outro membro do conselho, dizia em entrevista à Bloomberg, que, “eventualmente, haverá uma redução e uma determinada data para o fim [dos programas de estímulos], mas ainda é muito cedo para termos esta discussão”.

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Tarifas da Carris deixam de subir com a inflação

  • ECO
  • 15 Novembro 2017

Concessão da rodoviária à Câmara Municipal de Lisboa implica que tarifas passem a ser determinadas pela autarquia e não pela variação da inflação, como acontece com os restantes operadores.

A transferência da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa marca o fim da atualização automática das tarifas praticadas pela rodoviária. Os preços vão passar, assim, a ser definidos anualmente pela autarquia em vez de subirem de acordo com a inflação (como acontece com as outros operadores de transportes públicos na capital e no Porto).

No contrato de concessão, estão descritas as compensações pelo cumprimento das obrigações de serviço público impostas pelo município à Carris. Deste modo, até 30 de outubro de cada ano, a autarquia terá de fixar para o ano seguinte as obrigações da rodoviária, no que diz respeito: aos tarifários a aplicar (deixando os preços de serem controlados administrativamente); aos tipos de título de transporte; às linhas e frequência do volume quilométrico contratualizado; à qualidade da oferta; aos objetivos ambientais; à coordenação com os outros operadores e com a política de mobilidade definida para a cidade de Lisboa.

A compensação do cumprimento das obrigações pelo serviço público passa a ser parte da renumeração da Carris. Segundo explica o Negócios, o valor dessa compensação corresponde”ao montante do efeito financeiro líquido decorrente da soma das incidências financeiras, positivas ou negativas”. Essas incidências são calculadas comparando a totalidade de custos e receitas da Carris. Já o efeito líquido é definido considerando que a taxa de lucro razoável da Carris corresponde a uma taxa interna de rendibilidade (TIR) de 3,5%.

Além disto, muda também o objeto de concessão, passando a estar incluídas as atividades e serviços como “a valorização e aproveitamento” dos bens afetos à concessão, nomeadamente imóveis “que estejam transitoriamente desocupadas”. A exploração comercial da afixação de publicidade nessas propriedades fica também prevista.

No caso do âmbito territorial, a área abrangida pela concessão abrange, exclusivamente, o território municipal lisboeta, isto é, ainda que seja mantida a existência de linhas secundárias e complementares que entram ou se situam em autarquias contíguas, não está previsto no contrato em causa qualquer tipo de serviço de transporte público coletivo complementar entre a capital e os municípios adjacentes.

É ainda eliminada na sua totalidade a possibilidade de a Carris poder subconcessionar as atividades, quer a entidades de natureza pública como privada.

O contrato que determina a passagem do serviço público para as mãos da câmara liderada por Medina já foi entregue à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que tem de dar um parecer vinculativo.

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Pharol tomba 7% após exigência de 750 milhões da ESI. Bolsa está em queda

À Pharol foram pedidos 750 milhões de euros pela Espírito Santo Internacional e as ações da empresa cedem mais de 7% em Lisboa. PSI-20 começa o dia mal disposto.

A bolsa colocou um ponto final ao pior ciclo em três semanas na última sessão, mas volta a cair esta quarta-feira num dia negativo lá fora. A maioria das cotadas nacionais está em queda no arranque lisboeta, mas há uma mais saliente entre todas: as ações da Pharol cedem mais de 7% após a Espírito Santo Internacional ter exigido a devolução de 750 milhões de euros.

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,57% para 5.238,88 pontos, depois de ontem ter sido a única praça na Europa a fechar no verde.

Apenas seis ações resistem no verde. Ibersol, Jerómino Martins, REN, Nos e Sonae Capital os ganhos não excedem os 1%.

Na família EDP, há subidas de 0,47% na EDP. Um desempenho positivo que surge depois de a elétrica nacional ter ido ontem ao mercado financiar-se em 500 milhões de euros em dívida a dez anos, numa operação bem recebida pelos investidores devido ao baixo juro que pagou. “Aplaudimos o facto de a EDP estar a conseguir refinanciar a sua dívida, tomando partido das condições favoráveis do mercado (tanto no spread como na taxa)”, referem os analistas do Haitong.

Mas o sentimento dominante nas primeiras horas de negociação em Lisboa é negativo. Destacam-se as ações da Pharol. Embora a antiga PT Portugal não tenha grande peso no rumo dos acontecimentos na praça, os títulos cedem 7,38% para 0,339 euros, depois de a ESI, a casa mãe do Grupo Espírito Santo (GES), que colapsou em 2014 juntamente com as restantes empresas do grupo, ter exigido 750 milhões de euros à Pharol. Esse pedido já foi contestado.

As ações da Pharol encontram-se sob pressão. Mais de três milhões de papéis já rodaram de mãos em menos de duas horas de negociação em Lisboa, metade do que a Pharol costuma transacionar em média por dia.

Entre os pesos pesados da bolsa portuguesa, o banco BCP cede 1,47% para 0,2474 euros, depois de na segunda-feira ter apresentado lucros de 133 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Galp e Jerónimo Martins estão em baixa de 1,18% e 0,03%, respetivamente.

A Sonae cai 0,51% para 0,971 euros, no dia em que reporta contas trimestrais. Terá obtido lucros acima dos 60 milhões no terceiro trimestre, segundo o BPI Research.

Lá por fora, Milão e Madrid lideram as quedas, seguindo em baixa de 0,8%. O DAX-30 de Frankfurt cai 0,76%. E o Cac-40 perde 0,21%.

(Notícia atualizada às 9h51)

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