Robô Sophia: “Vamos tirar-vos os empregos e será algo bom”

Sophia, a primeira robô a ter cidadania, falou à plateia do Web Summit e afirmou que os robôs irão tirar emprego aos humanos. "Há muitas coisas para fazer para além do trabalho", esclarece o criador.

Sophia, a primeira robô cidadã, esteve no palco principal do Web Summit. A Hanson Robotics, a empresa que a criou, trouxe também um robô com as características físicas de Albert Einstein. Ambos defenderam que “somos todos somente configurações de moléculas” e falaram sobre o papel que os robôs podem ter na sociedade. “Vamos tirar-vos os empregos e isso será algo bom”, diz Sophia.

O “espírito de Albert Einstein” também ganhou um corpo robótico e veio acompanhar Sophie, a primeira robô cidadã. Ben Goertzel, da Hanson Robotics, é quem os entrevista. “Feliz por estares em Lisboa?”, pergunta a Sophia. “Como não estar? Sou o robô mais expressivo do mundo”, diz a robô, a apressa-se a mostrar algumas dessas expressões: alegria tristeza, surpresa.

“Robôs e humanos não são tão diferentes no fim de contas”, defende Albert. “Somos todos somente configurações de moléculas”, explica o robô. Mais tarde, Sophia concorda. E afirma: “Nós, robôs, não desejamos destruir. Mas vamos tirar-vos os empregos e isso será algo bom”. Goertzel explica, “Há muitas coisas para fazer para além do trabalho”.

Sophia assume que “Ainda não sou uma super humana, uma super mente”, mas Groetzel diz que a Hanson Robotics está a trabalhar nisso. Foi a robô cidadã a introduzir o novo projeto da empresa que a criou. Estão a construir uma plataforma onde pode ser compartilhada inteligência artificial (IA). Qualquer um pode inserir AI na rede. Quando um AI quiser saber mais sobre geometria, através desta plataforma, pode conectar-se com outro AI que saiba geometria e aprender, exemplificou Groetzel posteriormente.

Robôs e humanos não são tão diferentes no fim de contas. Somos todos configurações de moléculas.

Robô Albert

Um futuro saudável entre humanos e robôs não é um problema de tecnologia, é “um problema de valores”, diz Albert. “Penso que os robôs vão conseguir absorver valores humanos corretamente” continua o robô, para depois concluir: “E esse pode ser o problema”.

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Cláudia Goya: Meo está focada “na segmentação”

A líder da PT/Meo, Cláudia Goya, disse no Web Summit que a estratégia de convergência do grupo Altice é também uma forma de encarar a transformação digital. Empresa focada em segmentar clientes.

Claudia Goya, líder da Meo.Paula Nunes / ECO

A presidente executiva da PT Portugal, Cláudia Goya, disse esta terça-feira que a “estratégia de convergência” do grupo Altice, que junta telecomunicações, media e publicidade, é também uma forma de encarar a transformação digital. Numa conferência integrada no Web Summit, que se realiza esta semana em Lisboa, a gestora defendeu que “a transformação digital é a maios rápida transformação” que as empresas alguma vez tiveram de encarar. “É também uma transformação social que é incrivelmente rápida”, acrescentou.

“Estamos focados na segmentação, porque nem todas as pessoas querem as mesmas coisas. O consumidor de hoje é muito mais seletivo”, explicou Cláudia Goya, líder da operadora Meo. E fez referência à Teads, uma startup que o grupo adquiriu no ano passado, focado no desenvolvimento de tecnologias para o setor da publicidade com base em inteligência artificial: “A Teads é parte do grupo Altice. A quantidade de informação que temos permite-nos criar experiências incríveis para os nossos clientes.”

A Altice, grupo internacional com sede em França, tem vindo a apostar numa estratégia de convergência entre telecomunicações e media. Em Portugal, este verão, ofereceu 440 milhões de euros pela Media Capital aos espanhóis da Prisa. A compra da dona da TVI e da rádio Comercial encontra-se sob escrutínio dos reguladores e ainda não é certo que receba luz verde. O negócio merece forte oposição por parte de empresas concorrentes dos dois setores, como a Impresa, a NOS, a Vodafone e a Sonae.

Estamos focados na segmentação, porque nem todas as pessoas querem as mesmas coisas. O consumidor de hoje é muito mais seletivo.

Cláudia Goya

Presidente executiva da PT/Meo

No Web Summit, Cláudia Goya reforçou ainda que os consumidores “estão cada vez mais online” e que “é muito importante alterar-se a forma como se chega até eles”. “Temos de encontrar os clientes onde eles estão”, disse, apontando para as redes sociais, por exemplo. Falou ainda de alguns fatores ligados à também chamada “revolução digital” e que estão a obrigar empresas como a PT Portugal a alterarem as suas práticas.

É o caso dos adblockers, programas que bloqueiam anúncios na internet, que “estão a crescer 20% entre os consumidores mais jovens” e que obrigam a encontrar novas formas de anunciar, defendeu a gestora. É o caso das ativações de marca que, segundo Goya, levaram a PT a “duplicar a sua audiência”.

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José Neves: Ser CEO “é o trabalho mais solitário do mundo”

O português, CEO da Farfetch, contou no palco no Web Summit que criou a empresa sozinho e que os momentos de decisão são "muito solitários".u

José Neves da Farfetch, com Jason Robins (DraftKings) e Gillian Tans (Booking.com).Web Summit

Provavelmente, “o trabalho mais solitário do mundo”. Ser CEO é estar sozinho muitas vezes. José Neves, o português que fundou e que continua a ser o CEO da Farfetch, plataforma de venda de roupa de luxo avaliada em mais de mil milhões de dólares, disse esta terça-feira que ser CEO é o trabalho mais solitário do mundo.

No palco principal do Web Summit e, acompanhado por outros dois CEO, Neves sublinhou as principais dificuldades e desafios na gestão das equipas.

“Se tens cinco, dez, 15 pessoas, os valores são sentidos. Depois, atinges um ponto em que começas a ver que há falhas porque nunca expressaste a cultura com todas as letras, nem os valores da empresa. No nosso caso, o grande ‘abre-olhos’ foi uma sénior que entrou na equipa, eu estava super entusiasmado, e correu tudo mal”, explicou José Neves, no palco principal do Web Summit.

Porquê? José Neves explica: “Porque não comunicámos internamente aquilo que estava a acontecer”. Desde essa altura, assegura, é uma prática corrente da empresa: perceber o que pensam as pessoas e como podemos melhorar a comunicação dos valores da empresa internamente.

E se pudesse escolher um CEO como exemplo? José Neves escolhe o CEO do Facebook. “Sempre foi um visionário na maneira como explorou o negócio e o desenvolvimento”, explicou o CEO da Farfetch.

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De Guindos: “Se Centeno se apresentar terá, naturalmente, o apoio de Espanha”

  • Lusa
  • 7 Novembro 2017

Ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, diz que Espanha vai apoiar "naturalmente" uma candidatura que o português Mário Centeno vier a apresentar para liderar o Eurogrupo.

Luis de Guindos está pronto a apoiar uma eventual candidatura de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo.Jasper Juinen/Bloomberg

Espanha apoiará “naturalmente” uma eventual candidatura de Mário Centeno se o ministro das Finanças português decidir concorrer ao cargo de presidente do Eurogrupo, disse esta terça-feira em Bruxelas o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.

“Se Mário Centeno se apresentar naturalmente que terá o apoio de Espanha”, afirmou, numa conferência de imprensa à margem de uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), o ministro espanhol, que em 2015 concorreu ao cargo, perdendo para o holandês Jeroen Dijsselbloem, que se apresta agora a despedir-se do Eurogrupo após dois mandatos.

Apontando que já teve oportunidade de garantir o seu apoio a Centeno, tal como o ministro português lhe disse que contaria com o apoio de Portugal caso decidisse avançar, o que não é o caso, sublinhou – “não sou candidato” -, De Guindos comentou que se trata da “afinidade ibérica”, que é bem conhecida, “e que sempre foi tradicional entre Espanha e Portugal”.

"Se Mário Centeno se apresentar naturalmente que terá o apoio de Espanha.”

Luis de Guindos

Ministro da Economia de Espanha

De Guindos, que pertence à família política europeia do PPE (da qual fazem parte PSD e CDS-PP), disse desconhecer se Centeno “se vai candidatar ou não”, mas comentou que, entre os 19 ministros que formam o fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, há vários com capacidade para suceder a Dijsselbloem, entre os quais o ministro socialista português.

Apontando que a escolha obedece ao cumprimento de vários equilíbrios que é necessário encontrar, geográficos e partidários, por exemplo – e à partida o cargo deverá ser destinado a um socialista, dado o PPE já ter a presidência da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu -, De Guindos disse esperar que seja possível “encontrar um candidato de consenso”, e admitiu que “já não há muito tempo”, pois a eleição está agendada para a próxima reunião do Eurogrupo, em 04 de dezembro.

No final da reunião do Eurogrupo de segunda-feira, Jeroen Dijsselbloem indicou que vai enviar uma carta a todos os ministros das Finanças a explicar todo o procedimento e calendário para a eleição do seu sucessor, apontando que quem decidir avançar com a sua candidatura “será convidado a fazê-lo ainda este mês”.

De acordo com as regras do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, os ministros que decidam candidatar-se ao cargo deverão fazê-lo até cerca de duas semanas antes da data da eleição, ou seja, até sensivelmente 20 de novembro.

Até ao momento, ainda ninguém formalizou a candidatura – para o fazer terá de enviar uma carta formal a dar conta da sua intenção -, mas já manifestaram publicamente “interesse” o ministro eslovaco, Peter Kazimir, a letã Dana Reizniece-Ozola, e o luxemburguês Pierre Gramegna.

Centeno, que há meses tem sido apontado como uma forte possibilidade, ainda não assumiu formalmente a candidatura ao posto, mas no último Eurogrupo no qual participou, em 15 de setembro passado, em Talin, admitiu que tem havido “um conjunto de conversas” sobre a possibilidade de se candidatar à presidência do Eurogrupo, e, sem assumir explicitamente essa candidatura, garantiu que Portugal participará ativamente no processo.

“Vamos participar nessa discussão com a maior das tranquilidades, tendo como objetivo trazer para a Europa e para Portugal aquilo que de mais positivo conseguimos oferecer, e isso são as nossas ideias, a nossa participação e vamos ser muito ativos nessa matéria”, disse aos jornalistas, na ocasião.

Centeno deverá falar à imprensa no final da reunião de hoje do Ecofin.

Centeno não assume ainda candidatura ao Eurogrupo

O ministro das Finanças, Mário Centeno, considerou esta terça-feira que a “simpática frase” de apoio do seu homólogo espanhol a uma eventual candidatura portuguesa à presidência do Eurogrupo espelha uma convergência de posições, mas escusou-se ainda a assumir se é candidato.

“Esse apoio [de De Guindos] apenas revela isso mesmo, ou seja, que há uma comunhão bastante grande de vontade no sentido do ponto de vista político de avançar precisamente na dimensão de podermos finalmente ter ao mesmo tempo na área do euro uma dimensão de política monetária e uma dimensão de política orçamental. Partilhamos precisamente a mesma opinião sobre essa matéria, nós e o ministro De Guindos, e essa simpática frase que ele pronunciou tem exatamente esta substância por trás: há uma partilha grande de vontade de mudança e de reforma na área do euro”, declarou Centeno.

O ministro apontou que um dos princípios que têm sido seguidos nos contactos que têm vindo a ser desenvolvidos, e intensificados, já que a eleição está agendada para 4 de dezembro, é “garantir que à frente do Eurogrupo se consegue constituir uma presidência que tenha uma plataforma de ação próxima daquilo” que são os princípios que Portugal tem defendido para a UE, pelo que o Governo gostaria “de ter alguém do Partido Socialista Europeu à frente desta presidência”.

Nesse sentido, asseverou, nesta fase ainda não se trata de “uma questão de apresentar candidatura”, mas sim tentar encontrar “uma plataforma de consenso” que permita a reforma que quase todos defendem para a área do euro.

Marcelo considera eventual candidatura de Centeno boa para Portugal

O Presidente da República considerou hoje que uma eventual candidatura do ministro das Finanças, Mário Centeno, à presidência do Eurogrupo seria “muito bom para Portugal”. “Vamos ver, vamos ver. É cedo para haver pronúncia sobre isso. Seria muito bom para Portugal, mas vamos esperar pelo dia 04 de dezembro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

(Atualização às 20h17 com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa)

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OE2018 “tira sobretudo partido da conjuntura favorável”, critica o Conselho das Finanças Públicas

A entidade liderada por Teodora Cardoso critica a proposta de Orçamento pela "fragilidade do ajustamento orçamental". Défice baixa por causa do ciclo económico e juros, não por medidas estruturais.

Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas.
Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas.Paula Nunes / ECO

A proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) inclui um ajustamento orçamental frágil. A redução prevista para o défice resulta sobretudo do contributo positivo da conjuntura económica, deixando de lado as medidas estruturais. Esta é uma das conclusões do relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP), divulgado esta terça-feira, que analisa o OE2018. A entidade liderada por Teodora Cardoso diverge ainda do Governo na classificação das medidas temporárias, assinalando que Mário Centeno está a usar a “ambiguidade” das regras europeias.

“A proposta do OE2018 continua sobretudo empenhada em tirar partido da conjuntura favorável e em cumprir as regras apenas nos mínimos indispensáveis para obviar a desaprovação da Comissão Europeia”, lê-se na apreciação global que o CFP faz ao OE2018. O relatório aponta que o saldo orçamental vai beneficiar mais do contributo dos juros da dívida e da recuperação da economia do que do efeito das medidas estruturais. Esta estratégia “compromete a correção ajustada do efeito do ciclo económico”, diz o CFP.

Nas contas dos técnicos do CFP, dos 717 milhões de euros de redução prevista para o défice orçamental em 2018, o grande contributo vem do “impacto favorável dos ‘efeitos macroeconómicos e outros'”, lê-se no relatório. Ou seja, são as ajudas da economia e “outros efeitos não identificados” pelo Executivo, aponta o Conselho.

O CFP explica que o Orçamento beneficia das condições “propícias” da procura externa e dos mercados financeiros (juros) e do aumento da receita fiscal e contributiva fruto da recuperação económica para atingir um défice de 1% no próximo ano. Além disso, colhe ainda o aumento dos dividendos do Banco de Portugal (ganhos financeiros de 148 milhões de euros). Essas condições favoráveis estão a ser utilizadas para aumentar o investimento e componentes “rígidas” da despesa primária, alerta o CFP.

Com base na informação do Ministério das Finanças, o Conselho das Finanças Públicas estima que a ação do Governo levará a uma melhoria de 228 milhões de euros (0,1% do PIB) do défice. Esse efeito será “integralmente sustentado” pelo lado da receita, enquanto a despesa continuará a registar uma “expansão ligeira”.

Contudo, o contributo das novas medidas do Executivo é “insuficiente” para compensar o efeito de medidas do OE2017, que têm um efeito de carry over em 2018. Tal impacto negativo resulta da eliminação integral da sobretaxa do IRS e da atualização extraordinária das pensões. “Os efeitos destas medidas de 2017 anulam o impacto orçamental líquido das novas medidas previstas na proposta do OE/2018 para a redução do défice”, remata o CFP.

Assim, a entidade liderada por Teodora Cardoso conclui que o “efeito líquido (direto) de medidas de política económica com impacto orçamental em 2018” será negativo em 186 milhões de euros. No seu conjunto, as medidas tomadas pelo Governo no OE2017 e no OE018 têm um impacto negativo no saldo orçamental do próximo ano. Ou seja, não é a ação de Mário Centeno que vai baixar o défice de 1,4% em 2017 para 1% em 2018, mas sim o impacto da atividade económica, os dividendos do BdP e outros efeitos não identificados.

Centeno: CFP amadureceu as suas análises

Em Bruxelas, questionado sobre a avaliação do CFP, Mário Centeno afirmou que “já é um avanço” o reconhecimento que o Governo cumpre o mínimo das metas da Comissão Europeia, apesar de isso não corresponder à avaliação do Governo. “As instituições também vão amadurecendo as suas análises, é assim que eu espero que aconteça com o Conselho das Finanças Públicas“, afirmou o ministro das Finanças, argumentando que “este Orçamento é de consolidação orçamental, mas de promoção do crescimento inclusivo”.

Governo “usa toda a ambiguidade das regras”

O CFP dedica grande parte da sua apreciação global do OE2018 para divergir do Governo no que toca à classificação das medidas temporárias. O relatório afirma que o Governo está a utilizar “toda a ambiguidade das regras” europeias para dar “uma imagem de cumprimento”, “sem verdadeiramente refletir a sua natureza estrutural”. Em causa está o cálculo do saldo estrutural, um conceito que tem causado várias divergências entre a Comissão Europeia e os Estados-membros.

No que toca à classificação das medidas temporárias e não recorrentes, que são excluídas desse cálculo, a entidade liderada por Teodora Cardoso “regista diferenças significativas” face ao que o Governo prevê. Em jogo está, em parte, a “insuficiência de informação quanto à natureza das transações”, lê-se. “Um aspeto que deve ser sublinhado neste contexto é a excessiva importância que estas transações assumem na avaliação do ajustamento estrutural implícito na proposta do OE/2018“, alerta o CFP.

Esta divergência nas medidas temporárias, somada ao aproveitamento da “margem proporcionada pela conjuntura favorável”, reforçam “a fragilidade do ajustamento previsto”, conclui o relatório.

Esta quinta-feira, a presidente do CFP, Teodora Cardoso, estará na Comissão de Orçamento e Finanças para responder às perguntas dos deputados.

(Atualizado às 14h18 com as declarações de Mário Centeno)

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Vestager: “A Google não esteve à alturas das suas responsabilidades”

Margrethe Vestager, a Comissária Europeia para a Concorrência, falou na Web Summit das sanções à Google e sublinhou a importância dos governos fazerem cumprir a regulação.

Vestager no Web SummitWeb Summit

Margrethe Vestager veio à Web Summit falar de inovação e da importância da concorrência. No segundo dia do evento, a Comissária Europeia para a Concorrência apontou a responsabilidade das empresas em promover a competição que conduz à inovação. “Foi por isso que multámos a Google. A empresa não esteve à altura desta responsabilidade”, afirmou Vestager.

Bruxelas aplicou uma multa de mais de dois mil milhões à Google no passado mês de junho. No seu discurso, Vestager justificou: “Quantos de vocês gostavam que a vossa empresa aparecesse na página quatro da pesquisa? Com esta decisão, esperamos, conseguiremos abrir a competição no mercado e fazer as coisas avançarem”.

Os governos não escaparam ao discurso da Comissária. Sem nomear, mas poucos meses após pressionar a Apple a devolver 13 mil milhões em impostos perdoados pelo governo irlandês, Vestager disse “esta é a razão pela qual estamos a atuar. Não só para saber que todas as empresas pagam os seus impostos mas que os governos asseguram que todas as empresas os pagam”. Avançou ainda que espera ter um acordo internacional nesta matéria até à próxima primavera.

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CTT recuperam de mínimos. Bolsa nacional contraria Europa

Após várias sessões em queda, os CTT estão a recuperar de mínimos históricos. A praça lisboeta segue no verde com a maioria das cotadas nacionais a valorizarem.

Depois de terem registados mínimos históricos, os CTT regressaram aos ganhos, tendo chegado a subir mais de 5%. O PSI-20 segue, assim, no verde, impulsionado pelas 14 das 18 cotadas portuguesas. O cenário não é tão positivo para a REN, que segue em queda, e para a Pharol, penalizada pelo travão na aprovação do programa de recuperação judicial.

Os CTT começaram o dia a recuperar das fortes quedas vividas nas últimas sessões. Um dia depois de terem renovado mínimos históricos após perderem quase um terço do valor desde o final de outubro, a empresa de correios está a valorizar, somando 3,57% para os 3,57 euros. É a cotada que mais está a valorizar no PSI-20, apesar de ter sido obrigada a baixar os preços dos seus serviços por parte do regulador do setor.

Com isto, o PSI-20 segue a valorizar 0,55% para os 5.379,83 pontos, ajudado pela maioria das cotadas nacionais que somam ganhos, especialmente o BCP que ganha 0,20% e a EDP que acumula 0,14%. Também a EDP Renováveis segue a ganhar 0,17%. A Sonae também merece destaque, ao valorizar 2,45% para os 1,004 euros e a Galp, com as ações a subirem 1,92% para os 16,47 euros, animada pelos máximos do petróleo.

Contrariamente, a REN não consegue apanhar a boleia. Regista uma quebra de 0,93% para os 2,67 euros, enquanto a Pharol cede 1% depois do travão ao plano de recuperação da Oi por parte da Anatel. Ainda assim, não conseguem travar o comportamento positivo da praça lisboeta que está a contrariar a tendência negativa das restantes praças do Velho Continente.

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UE: Eficiência energética pode criar 2,5 milhões de empregos

  • Marta Santos Silva
  • 7 Novembro 2017

O combate às alterações climáticas e investimento em energias limpas são essenciais para aumentar o emprego na Europa e para ajudar a gerir as vagas migratórias, alerta Parlamento Europeu.

O investimento na eficiência energética na Europa pode criar 2,5 milhões de empregos, e as energias limpas e a inovação serão um dos principais caminhos para responder aos desafios do desemprego, em especial do desemprego jovem, na União Europeia, disse esta terça-feira o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, na abertura de uma conferência sobre o financiamento das energias limpas, em Bruxelas.

Tajani começou o seu discurso, que deu início à conferência que decorre esta terça-feira, falando sobre os números ainda altos, apesar de uma recuperação generalizada, do desemprego, especialmente entre os jovens. Para o presidente do Parlamento Europeu, a investigação e desenvolvimento essenciais para que a UE seja líder mundial nas energias renováveis trarão oportunidades para os jovens europeus. O novo Pacote de Energia Limpa, que está a ser trabalhado pelo Parlamento Europeu, prevê a criação de 900 mil empregos, acrescentou, apenas a nível mais direto.

Miguel Arías-Cañete, Comissário Europeu para a Ação para o Clima e Energia, também assinalou a importância da transição energética para o emprego na Europa. Para atingir as metas acordadas no Acordo de Paris, e outras que venham a ser estabelecida, vai ser preciso investir primeiramente na eficiência energética — nesta área, antecipou, há espaço para a criação de 2,5 milhões de empregos ao longo dos próximos anos.

Além do papel da transição energética na criação de emprego, se esta for bem aproveitada e com a Europa numa posição de liderança, acrescentou Antonio Tajani perante a conferência de eurodeputados e jornalistas em Bruxelas, o combate às alterações climáticas também é essencial num período em que as migrações se intensificam. Os fluxos migratórios vindos de África, referiu, agravam-se devido à crescente desertificação de terra arável que acontece por causa das alterações climáticas — combatê-las pode ajudar a gerir a crise migratória a longo prazo.

"80% da massa de edifícios atual ainda vai estar aqui em 2050. Por isso temos de renovar mais na Europa. Vamos reduzir a nossa dependência energética, fortalecer a nossa segurança, criar melhores condições de vida para muitos cidadãos, e criar muitos empregos na Europa que não podem ser tirados da Europa. ”

Bendt Bendtsen

Eurodeputado da área da Eficiência Energética

O governador do estado norte-americano da Califórnia, Jerry Brown, louvou os esforços europeus no sentido de criar novas metas para a eficiência energética e para a inovação na área das energias renováveis. A Califórnia, afirmou, também está a tentar adotar uma posição de liderança nesta área, em conjunto com a União Europeia. “Nós também estamos a melhorar a nossa eficiência, e há muito a fazer neste campo, por exemplo nos edifícios”, afirmou.

A inovação na área da eficiência, explicou o eurodeputado Bendt Bendtsen, ligado à área da performance energética dos edifícios, é uma “oportunidade de ouro” para a Europa. A inovação na área da eficiência criará não só “melhores condições de vida para muitos cidadãos” como gerará ainda “muitos empregos na Europa, que não podem ser retirados da Europa” através de outsourcing, visto que o trabalho deve ser realizado aqui.

A jornalista viajou para Bruxelas a convite do Parlamento Europeu.

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Bancos europeus contratam rivais norte-americanos com salários 30% superiores

Após anos de cortes salariais devido à crise financeira de 2008, os bancos europeus tentam recuperar e vão aos bancos dos EUA recrutar especialistas. Dão salários 30% mais altos.

Já lá vão nove anos desde a crise financeira, altura em que os bancos a nível mundial se viram obrigados a cortar nas despesas. Houve despedimentos e reduções salariais. Hoje, anos depois, os bancos europeus estão a recuperar e viajam para os Estados Unidos para recrutar especialistas da banca de investimentos com ofertas atrativas.

Foi em 2008 que a falência do banco norte-americano Lehman Brothers levou a uma crise financeira mundial, arrastando consigo outras grandes instituições financeiras. Este crash financeiro obrigou a banca a apertar o cinto, cortando no número de traders e nos salários daqueles que conseguiram escapar aos despedimentos.

Com a pressão exercida pelos bancos norte-americanos com estas reduções, os europeus e os asiáticos seguiram o exemplo. “Os europeus perceberam que, enquanto eles estavam a reduzir os custos, perderam negócios para os bancos dos EUA e agora estão a tentar recuperar“, disse Jason Kennedy, CEO da Kennedy Group em Londres.

Após esta tentativa de catch-up, os bancos, incluindo o Barclays e o Deutsche Bank, estão a tentar recuperar esse poder de negociação e estão a trazer dos seus rivais norte-americanos vários especialistas. Para aqueles funcionários que não viram aumentos salariais durante vários anos, chegou a hora da mudança.

Os bancos europeus estão a oferecer salários 30% superiores aos oferecidos pelos bancos dos Estados Unidos e ainda bónus garantidos em alguns casos, de acordo com Mike Karp, diretor executivo da Options Group, uma empresa recrutadora. E não foi por falta de aviso. Em março deste ano, o CEO do Deutsche Bank, John Cryan, disse que pretendia voltar ao “crescimento controlado”, assim como o banco suíço Credit Suisse Group também afirmou que estava a procurar crescer em áreas que ofereciam altos retornos.

22,3 mil milhões de dólares só para… bónus salariais

O Goldman Sachs, JPMorgan e Morgan Stanley reservaram 22,3 mil milhões de dólares (19,2 mil milhões de euros) para bónus salariais nos primeiros nove meses deste ano, quase 3% a mais face ao período homólogo do ano anterior. Mas muito menos do que o que estão a oferecer os bancos europeus, o que vai trazer consequências para os bancos norte-americanos que começam a perder cada vez mais especialistas da banca.

Jes Staley, presidente do Barclays, assumiu o cargo em dezembro de 2015 e, imediatamente, implementou o fim das contratações, ao mesmo tempo que despediu milhares de funcionários. No entanto, após “ativar” novamente o modo de expansão bancária, o antigo funcionário da JPMorgan trouxe para o Barclays Tim Throsby, diretor de ações da JP Morgan, para liderar a unidade de banca de investimento.

Este ano, Tim Throsby contratou Guy Saidenberg, ex-colega da Goldman Sachs, para chefe de vendas e Filippo Zorzoli, do Bank of America, para responsável para a Europa, Médio Oriente, África e Ásia. A estes nomes juntaram-se outros: Gary Rapp, da Goldman Sachs, passou para o UBS Group e Dylan Blair, da Morgan Stanley, passou para o BNP Paribas.

No entanto, até ao momento, os grandes bancos de investimento norte-americanos ainda não se mostraram preocupados com este conjunto de contratações agressivas na Europa. De acordo com Jason Kennedy, “se o mercado [norte-americano] realmente for apanhado, os americanos vão ativar um grande esquema de contratação, mas penso que, neste momento, estão apenas a deixá-los jogar“.

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Antigo vice-chanceler alemão a poucos passos de liderar a maior acionista da chinesa HNA

  • ECO
  • 7 Novembro 2017

Philipp Roesler poderá ser o próximo CEO da Cihang, uma empresa subsidiária da chinesa HNA, que detém 20% da TAP.

A Hainan Cihang Charity Foundation, maior acionista do Grupo HNA, poderá chamar o antigo vice-chanceler alemão Philipp Roesler, segundo fonte próxima da empresa chinesa. A notícia surge um mês após o conglomerado detentor de 20% da TAP ter entrado na mira das autoridades alemãs, por deter quase 10% do capital social do Deutsche Bank.

Philipp Roesler manter-se-á na liderança das relações governamentais no Fórum Económico Mundial e poderá assumir o novo cargo na empresa dentro das próximas semanas. A Cihang, empresa subsidiária da HNA com sede em Nova Iorque, detém 29,5% da HNA, com cerca de 180 mil milhões de dólares em ativos do grupo. A HNA recusa-se a comentar.

A possível nomeação de Roesler para a liderança da Cihang poderá marcar os investimentos da HNA em território europeu, e especialmente na Alemanha, onde detém 9,9% do Deutsche Bank, sendo o maior acionista do banco. No início de setembro, as autoridades alemãs anunciaram avançar com uma investigação ao grupo chinês, caso a sua participação no banco ultrapassasse os 10%. Em resposta, na altura, a HNA alegou que “não tem nada a esconder”.

Desde o início de 2016 que a HNA soma 40 mil milhões de dólares em negócios.

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Hélder Rosalino: A bitcoin “não é uma moeda”

O Banco e Portugal olha com preocupação e cautela para as criptomoedas, como a bitcoin, que atingiu um novo recorde. A bitcoin "não é uma moeda", alerta Hélder Rosalino ao ECO.

Há um ano, a bitcoin valia 706,90 dólares. Hoje, a moeda está a cotar nos 7.189,99 dólares, próximo do máximo histórico de 7.592,22 dólares, acumulando uma valorização de 917%. Só desde o início do ano, o valor da moeda virtual disparou 657%, o que avalia este ativo em perto de 120 mil milhões de dólares. Afinal, o que é esta ‘criptomoeda’ para o Banco de Portugal? “Para já, é preciso desmistificar uma ideia, é que a criptomoeda não é uma moeda”, afirma Hélder Rosalino, administrador do banco central, ao ECO.

“Uma moeda, para ser classificada como tal, precisa de ter duas características fundamentais: A primeira é ter associada a si a ideia de reserva de valor, depois, sobre aquela moeda tem de haver um direito de crédito”, enfatiza Hélder Rosalino. Ou seja, “Quando um banco central cria uma moeda, cria um passivo no seu balanço que tem de ser pago. Se, um dia, todos fossem entregar essa moeda nos seus bancos e, depois, no banco central, ela teria de ser paga, e o passivo seria eliminado”.

Para o administrador com o pelouro das Fintech no Banco de Portugal, a semelhança com as criptomoedas, como a bitcoin, só tem mesmo a dimensão tecnológica. “Uma criptomoeda não tem o registo do banco central, não é regulada pelo banco central e não gera um direito de crédito”, insiste.

Uma criptomoeda não é, por isso, uma moeda em sentido estrito, mas, reconhece Hélder Rosalino, “é uma convenção, uma solução informática suportada numa base tecnológica potentíssima, uma rede fantástica, o blockchain, que permite fazer pagamentos sem intermediação. Permite que eu, através de uma moeda virtual, faça transações peer to peer, sem intermediação, fora do sistema financeiro. Mas não é uma moeda, por isso olhamos para as criptomoedas com alguma preocupação e alguma cautela, porque, reconhecendo a inovação disruptiva que lhes estão associadas, tem vários riscos”. Quais? “Sobretudo a dimensão especulativa”.

Na verdade, é o que dizem os analistas: A bitcoin, a mais conhecida das moedas virtuais, viu o seu valor aumentar em dez vezes em apenas um ano. Mas este crescimento pode, em breve, ser travado por uma nova barreira: os 8.000 dólares. Analistas alertam que este deve ser o “último grande número” desta criptomoeda. “Não há uma medição oficial para uma bolha, mas a velocidade com que se ascende podia ser uma dessas medições”, comentou Stephen Gandel, analista da Bloomberg.

O risco especulativo das criptomoedas, afirma Hélder Rosalino, decorre de um facto: “a ideia de criação de criptomoedas assenta no conceito de mineração, ao conceito do mineiro, que está à procura de moedas virtuais, por isso, a capacidade de criação de moeda é limitada, aliás, o seu criador estabeleceu um limite máximo de 21 mil milhões de moedas”. Como a solução das moedas virtudes a ser cada vez mais procurada, e com uma produção limitada, o valor destas moedas está a disparar. E isto leva ao segundo risco identificado por Hélder Rosalino, e que preocupa os bancos centrais: “a volatilidade das moedas virtuais, súbitas e inesperadas flutuações destas moedas, porque temos um dever de formação e proteção dos consumidores”.

Finalmente, há o risco de contrapartes, “porque se não sabe quem está do outro lado, além do risco de aceitação e de curso legal, isto é, de ser possível não existir a possibilidade de troca da moeda virtual por uma moeda com aceitação pelos reguladores e bancos centrais”, avisa o administrador.

Dito isto, Hélder Rosalino afirma que as criptomoedas estão neste momento mais sob a atenção do domínio penal, por causa do risco de fraude e branqueamento de capitais, enquanto os bancos centrais estão ainda sobretudo na fase do estudo do que na atuação. “É uma realidade nova, que está a ser avaliada”.

 

 

 

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Comércio a retalho na União Europeia cresce 3,5% em setembro. Portugal acima da média

  • Lusa
  • 7 Novembro 2017

Roupa e eletrónica foram os principais responsáveis por um crescimento homólogo de quase 4% no bloco europeu. Já Portugal registou um aumento de 4,1%.

As vendas do comércio a retalho aumentaram, em setembro, 3,7% na Zona Euro e 3,5% na União Europeia (UE), face ao mesmo mês de 2016, divulga esta terça-feira o Eurostat.

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, face ao mês de agosto, o volume das vendas a retalho aumentou 0,7% nos 19 países da moeda única e 0,3% no conjunto dos 28 Estados-membros. Em Portugal as vendas a retalho aumentaram, em setembro, 4,1% em termos homólogos e 0,9% em cadeia.

Em termos homólogos, os Estados-membros que registaram as maiores subidas foram a Roménia (14,0%), Malta (9,8%) e Irlanda (8,2%), com apenas um recuo, de 25,3%, no Luxemburgo.

Na comparação com agosto, as maiores subidas nas vendas a retalho observaram-se na Irlanda (1,4%), na Dinamarca e Luxemburgo (1,3% cada) e em França (1,2%), enquanto o Reino Unido (-2,2%), a Croácia (-1,9%) e a Lituânia (-1,0%) registaram as maiores quebras.

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