BCE corta compras de dívida para metade a partir de janeiro

O Banco Central Europeu vai cortar as compras de dívida para metade a partir de janeiro. Programa de estímulos foi estendido até setembro do próximo ano.

Sem surpresa, o Banco Central Europeu (BCE) vai reduzir para metade os estímulos monetários a partir do próximo ano. Em vez dos 60 mil milhões de euros mensais, a autoridade monetária vai passar a comprar obrigações dos governos da Zona Euro numa base mensal de 30 mil milhões até setembro, que é quando o Programa termina.

O banco central decidiu deixar inalterada a taxa de juro diretora, enquanto a taxa de depósitos para os bancos vai continuar nos -0,4%. E manter as compras mensais de 60 mil milhões até final do ano. Só a partir de janeiro é que reduz esse montante para metade, com o programa a vigorar até setembro de 2018.

Apesar de definir o timing de saída dos estímulos, o BCE deixa a porta aberta a mais aquisições de dívida pública depois de setembro. “A partir de janeiro de 2018 as compras líquidas de ativos deverão continuar a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até final de setembro de 2018 ou além disso, caso necessário, e em qualquer circunstância que o Conselho de Governadores considere necessário para a colocar a inflação no caminho da meta” de perto de 2%.

"A partir de janeiro de 2018 as compras líquidas de ativos deverão continuar a um ritmo mensal de 30 mil milhões de euros até final de setembro de 2018 ou além disso, caso necessário, e em qualquer circunstância que o Conselho de Governadores considere necessário para a colocar a inflação no caminho da meta.”

Banco Central Europeu

Comunicado

“Se o outlook se tornar menos favorável, ou as condições financeiras se tornarem inconsistentes com progressos adicionais rumo a um ajustamento sustentável da inflação, o Conselho de Governadores está preparado para aumentar o montante ou duração do programa de compra de ativos no setor público“, esclarece a instituição.

Se a extensão do programa por mais nove meses já era amplamente esperada pelos investidores, menos certa era a decisão de reinvestir o dinheiro das obrigações que vencerem entretanto. É o que vai acontecer.

Adianta o BCE que vai continuar a reinvestir “por um período prolongado de tempo depois do fim das aquisições de ativos [em setembro do próximo ano], e sempre que for necessário”, o que deverá contribuir tanto para condições favoráveis de liquidez nos mercados e para uma abordagem apropriada de política monetária”.

"Se o outlook se tornar menos favorável, ou as condições financeiras se tornarem inconsistentes com progressos adicionais rumo a um ajustamento sustentável da inflação, o Conselho de Governadores está preparado para aumentar o montante ou duração do programa de compra de ativos no setor público.”

Banco Central Europeu

Comunicado

(Notícia atualizada às 13h07 com mais informação)

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Espanha faz reembolso antecipado ao Mecanismo Europeu de Estabilidade

As autoridades espanholas pagaram antecipadamente mais dois mil milhões de euros do empréstimo cedido pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). A transação foi aprovada esta quinta-feira.

Entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013, o Mecanismo Europeu de Estabilidade canalizou 41,3 mil milhões de euros para que o Governo espanhol implementasse uma recapitalização no setor bancário do país. Desde então, Espanha já fez cinco pagamentos antecipados. Esta quinta-feira, o MEE anunciou que autorizou o sexto reembolso antecipado no montante de dois mil milhões de euros.

O histórico dos pagamentos antecipados de Espanha ao MEE mostram as boas condições de acesso aos mercados e a sua confortável posição de liquidez“, lê-se no comunicado divulgado pela entidade liderada por Klaus Regling. O diretor do MEE considera que o caso espanhol é uma “história de sucesso” na superação da crise financeira.

Regling argumenta que foi este plano de recapitalização dos bancos espanhóis que permite à economia do país acelerar mais do que os seus pares europeus. Nos últimos trimestres, o PIB espanhol tem registado crescimentos homólogos iguais ou superiores a 3%.

Este ano Espanha deverá pagar ainda mais mil milhões de euros ao MEE. Ao todo, as autoridades espanholas têm de pagar mais 31,7 mil milhões de euros até ao final de 2027.

Portugal também tem um empréstimo deste organismo num total de 26 mil milhões de euros a uma taxa de juro de 1,9%. A maturidade média destes empréstimos é superior a 15 anos. As autoridades portuguesas têm optado por fazer reembolsos antecipados ao FMI cujo empréstimo tem uma taxa de juro superior (4,3%) e uma maturidade mais curta (quase quatro anos). Estes reembolsos têm também de ser aprovados pelo MEE.

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Cepsa investe 20 milhões no mercado de gás engarrafado em Portugal

  • Lusa
  • 26 Outubro 2017

A Cepsa vai investir 20 milhões de euros para se tornar o maior fornecedor de gás em garrafa em Portugal. O investimento pode chegar aos 20 milhões de dólares e o objetivo é dominar o mercado a 24%.

A Cepsa vai investir 20 milhões de euros para ser um dos principais fornecedores de gás de garrafa em Portugal, com a meta de conquistar quase um quarto do mercado, adiantou o diretor geral da Cepsa Comercial Petróleos.

Em declarações aos jornalistas, o diretor geral de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), Filipe Henriques, adiantou que a empresa entrou no mercado de gás engarrafado em Lisboa, Santarém e Porto, em setembro, estando agora a preparar a distribuição em Setúbal e, no início do próximo ano, alargará a presença ao norte do país.

“Estamos a falar de um investimento que pode chegar aos 20 milhões de euros e o objetivo é ter a mesma quota de mercado que temos no mercado espanhol, o que não se faz de imediato. São anos de trabalho, mas pensamos que no futuro podemos obter uma quota de mercado entre 23 a 24% que é o que temos em Espanha”, declarou o responsável.

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Ordem dos Enfermeiros pede à PGR que investigue listas de espera

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros pediu esta quinta-feira ao Ministério Público que investigue o caso das listas de espera no SNS, no seguimento da auditoria do Tribunal de Contas.

“O tempo da vida não pode ser o tempo da política”. A frase é de Ana Rita Cavaco, bastonário da Ordem dos Enfermeiros, que pediu esta quinta-feira à Procuradoria-Geral da República que investigue o caso denunciado pelo Tribunal de Contas. Em causa está uma auditoria divulgada na semana passada: uma das conclusões é que houve uma “limpeza das listas de espera” e que morreram 2.605 pessoas que estavam nessa lista.

Julgo ser importante que o Ministério Público apure se existe ou não responsabilidade criminal da tutela, para salvaguarda do SNS e da vida dos portugueses“, afirma Ana Rita Cavaco, num comunicado divulgado no site da Ordem dos Enfermeiros. O ECO já contactou a PGR que fez saber que recebeu a carta e está a analisar o conteúdo da mesma.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros enviou uma carta a Joana Marques Vidal, a Procuradora-Geral da República, onde pede uma investigação à atuação da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS). “Não sei se a acusação do Tribunal de Contas configura um crime, mas entendo que deveria haver uma investigação para o cabal esclarecimento da verdade“, considera Ana Rita Cavaco, citando a auditoria do Tribunal de Contas.

Não sei se a acusação do Tribunal de Contas configura um crime, mas entendo que deveria haver uma investigação para o cabal esclarecimento da verdade.

Ana Rita Cavaco

Bastonária da Ordem dos Enfermeiros

Os enfermeiros são contra a medida adotada pelo Governo de formar um grupo de trabalho no Ministério da Saúde para analisar os dados revelados. “Quem avaliar esta questão tem de estar completamente fora das profissões da saúde e ter provas dadas de isenção e independência na área da auditoria financeira e de saúde”, argumenta Ana Rita Cavaco, recusando-se assim a integrar um grupo que “está feriado à partida pela sua composição”.

Na auditoria revelada na semana passada, o Tribunal de Contas denunciava a falsificação de informação para empolar indicadores de desempenho, a limpeza das listas de espera e o aumento considerável dos tempos de espera pelos utentes. O Tribunal recomendou à ACSS que “não adote procedimentos administrativos que resultem na diminuição artificial das listas e dos tempos de espera”.

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Portugueses fazem quase 9 milhões de viagens no primeiro semestre

As visitas a familiares ou amigos continuam a ser o principal motivo para estas viagens e as viagens para o estrangeiro estão a disparar.

Os portugueses estão a viajar cada vez mais. No primeiro semestre deste ano, os residentes em Portugal fizeram quase nove milhões de viagens, o que representa um aumento superior a 9% face ao ano passado. As visitas a familiares ou amigos continuam a ser o principal motivo para estas viagens e as viagens para o estrangeiro estão a disparar.

Ao todo, mostram os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os residentes fizeram 8,7 milhões de viagens entre janeiro e junho deste ano, mais 9,15% do que em igual período do ano passado. Considerando apenas o segundo trimestre, foram feitas 4,7 milhões de viagens, o que corresponde a um aumento homólogo de 8,3%.

“A aceleração no segundo trimestre das viagens turísticas de residentes reflete o efeito da alteração de calendário da Páscoa que ocorreu no segundo trimestre de 2017, enquanto em 2016 foi celebrada no primeiro trimestre”, ressalva o INE.

Quanto ao motivo destas viagens, foi a visita a familiares ou amigos que justificou a maior parte das deslocações, respondendo por 45,2% das viagens feitas por residentes no segundo trimestre, o equivalente a 2,1 milhões. Segue-se “lazer, recreio ou férias”, que representou 41,9% do total de viagens. O segmento de “viagens profissionais ou de negócios” foi o único a desacelerar, representando 8,7% das viagens turísticas, um recuo de 3,5 pontos percentuais.

As viagens domésticas continuam a predominar largamente, mas foi o aumento das deslocações ao estrangeiro que mais contribuiu para a aceleração das viagens de residentes no segundo trimestre. Nesse período, os residentes fizeram mais de 526 mil viagens para fora de Portugal, mais 14,8% do que no ano passado, e aumentaram o peso das viagens ao estrangeiro para 11,3%. Já as viagens domésticas, aumentaram apenas 7,6%, para um total de 4,1 milhões, representando 88,7% do total de viagens.

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Primark abre loja em Loulé. Já emprega mais de mil pessoas no país

  • Lusa
  • 26 Outubro 2017

A irlandesa Primark inaugura esta quinta-feira uma loja em Loulé, a décima no país. Vai ser a maior do país e conta com áreas de descanso e acesso gratuito ao wi-fi. Já emprega mais de mil pessoas.

A cadeia de retalho de vestuário Primark abre esta quinta-feira a sua décima loja em Portugal, em Loulé, e já emprega mais de 1.000 pessoas em permanência no país, disse à Lusa o diretor Geral da Primark Iberia.

A cadeia de origem irlandesa, que abriu a sua primeira loja em Portugal há oito anos, na capital, possui agora dez lojas no país, com a inauguração da loja de Loulé, a primeira no território com um conceito mais moderno e que abre portas no centro comercial Mar Shopping, aberto ao público a partir de hoje. Sem querer anunciar os seus projetos de expansão e a abertura de novas lojas no país ou revelar aquela que mais vende, o diretor Geral da Primark Iberia, Stephen Mullen, adiantou apenas que a marca é “a número um em volume”, ou seja, é aquela que mais unidades vende em Portugal.

Posso dizer-lhe que há mais oportunidades para nós na Europa“, disse aquele responsável, lembrando que a rede de lojas já se expandiu para os Estados Unidos, em 2015, possuindo atualmente oito lojas naquele país. Um dos maiores desafios para a companhia, quando quer abrir uma nova loja, é encontrar a localização para implantar uma unidade de grande dimensão, o que “é difícil”, observou.

Quanto ao perfil do consumidor da Primark, Stephen Mullen referiu que se trata de um “mercado muito diversificado”, uma vez que a cadeia oferece roupa para mulher, homem e criança, assim como acessórios, calçado, produtos de beleza e para o lar. A nova loja de Loulé, que é agora a maior do país, com uma área de 4.460 metros quadrados assenta num conceito mais moderno, oferecendo acesso gratuito a ‘wi-fi’ e três áreas de descanso.

Stephen Mullen reconheceu que não foi fácil recrutar funcionários para a loja, sendo que muitos dos novos colaboradores foram encontrados em coordenação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). As outras nove lojas Primark portuguesas localizam-se em Lisboa (3), Almada, Porto (2), Coimbra, Portimão e Braga. A Primark tem 347 lojas em onze países e mais de 70 mil funcionários, sendo no Reino Unido, onde a primeira loja abriu em 1974, o local onde se concentram mais lojas (182), seguido de Espanha (44) e Irlanda (37), país onde nasceu a rede, em 1969.

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Santana Lopes: Governo pode não chegar ao fim da legislatura

  • ECO
  • 26 Outubro 2017

"Esta frente de esquerda de socialistas, comunistas e extrema-esquerda é inédita na Europa e é má para Portugal", afirmou Santana Lopes, repetindo críticas que fizera ao apresentar a sua candidatura.

Pedro Santana Lopes admite que o Governo possa não chegar ao final da legislatura, e considerou, tal como na apresentação da sua candidatura à liderança do PSD este domingo, que a maioria de esquerda não é boa para o país, numa entrevista à TVI esta quarta-feira.

Santana Lopes acrescentou que tenciona criar uma uma alternativa, se for eleito líder do PSD, que ocupe o espaço de centro direita e possa enfrentar com confiança António Costa e o PS nas próximas legislativas que, assumiu, podem chegar antes dos dois anos que faltam para o final da legislatura. A moção de censura desta terça-feira, afirmou, foi chumbada “um bocado à força”.

“Eu quero formar uma alternativa contemporânea, sólida, mas principalmente coerente, que leve o PPD/PSD a liderar o espaço de centro-direita”, disse Pedro Santana Lopes, acrescentando que, numas próximas eleições, os eleitores já votarão sabendo da possibilidade de coligação entre o PS e “a extrema-esquerda”.

“Esta frente de esquerda de socialistas, comunistas e extrema-esquerda é inédita na Europa e é má para Portugal”, acrescentando Santana Lopes.

Contra o seu adversário nas primárias do PSD, Rui Rio, Santana Lopes disse não partilhar da “obsessão” do défice zero, mas sim ter intenções de mais crescimento. “Acho que tenho os melhores projetos, as melhores ideias, e as melhores obras”, acrescentou.

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Puigdemont quer convocar eleições

Após reuniões com grupos parlamentares a solução será convocar eleições e renunciar à declaração de independência. Puigdemont aponta várias objeções à aplicação do Artigo 155.º na missiva a Madrid.

Carles Puigdemont, o presidente da Catalunha, vai convocar eleições e renunciar à declaração de independência da região. Terá sido esta a posição defendida esta manhã pelo líder catalão numa reunião com o grupo parlamentar Junts pel Sí, no Palácio da Generalitat, avança o El País.

Esta quinta-feira o parlamento catalão reuniu-se para preparar a resposta ao Governo de Madrid, que avançou com a hipótese de aplicar o artigo 155.º da Constituição — através do qual pretende dissolver o parlamento regional da Catalunha e retirar a autonomia à região.

A reunião, que teve início às 10 horas em Espanha, pretendia chegar a acordo sobre a posição a enviar a Madrid: declarar a independência ou convocar eleições. Segundo o jornal espanhol El País, num encontro posterior com os dirigentes do grupo parlamentar Junts pel Sí, Puigdemont manifestou a intenção de optar pela renúncia da independência.

O documento, que chegou com três minutos de atraso às mãos do Governo central, conclui que “para resolver o que o Governo classificou como uma grave situação extraordinária, vai ser criada uma ainda mais grave situação extraordinária, ao arrebatar a autonomia política à Catalunha”.

Além das “medidas necessárias”

Na mensagem dirigida à Câmara Alta, o governo regional sublinha que as atuações propostas pelo Executivo vão “além” das medidas necessárias ao permitirem a desarticulação da estrutura da administração e substituir através de autoridades estatais os “representantes legais do povo da Catalunha”.

O presidente do governo autónomo da Catalunha considera, em carta dirigida ao Senado, que a aplicação do artigo 155 vai “afastar o povo catalão das instituições”, provocando uma crise ainda mais grave na região.

AGeneralitat acusa o governo central de ter “ultrapassado de forma ampla” e “sem justificação” os limites que são permitidos pelo artigo 155.º da Constituição porque é desproporcional em relação às atuações do governo autónomo relacionadas com o processo independentista.

A Generalitat avisa também que as medidas previstas podem provocar a “paralisação” dos serviços públicos e que no limite “retiram à Catalunha a sua autonomia política”.

Segundo o governo catalão, as decisões, no contexto do acordo conseguido pelo Executivo, para a aplicação do artigo 155.º e que vai ser debatido esta quinta-feira no Senado “despojam as instituições da Generalitat dos principais atributos”.

Entre outros, a missiva da Generalitat refere como exemplos o facto de o presidente do governo central poder vir a assumir a possibilidade de dissolver o parlamento catalão e convocar eleições na Catalunha ou afastar o presidente da Generalitat e limitar os poderes do parlamento local.

Sendo assim, a Generalitat considera que, se o Senado autorizar as medidas, “vai estar a efetuar uma imposição sem ponderar as causas que a justificam e incorrendo em evidentes excessos”.

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Municípios catalães organizam proclamações simbólicas da independência e da República

  • ECO
  • 26 Outubro 2017

As praças de dez municípios na Catalunha foram palco de uma ação simbólica com vista à detenção da "suspensão da autonomia" da região.

Enquanto a aplicação do artigo 155 não avança e as conversações entre Puigdemont e Madrid não se desenrolam, os catalães pró-independência procuram outras formas de desatar relações com Espanha. Na noite de quarta-feira, cerca de dez municípios catalães proclamaram simbolicamente a independência da comunidade e proclamaram a República. As ações simbólicas contaram com o apoio dos comités de defesa do referendo e pela auto-organizada Asamblea Pagesa. A notícia é avançada pelo El Confidencial esta quinta-feira.

Numa moção distribuída na passada segunda-feira entre as várias câmaras municipais, a Associação de Municípios pela Independência (AMI) e a Associação Catalã de Municípios (ACM) reivindicam uma “repressão e um corte de direitos” por parte do Executivo de Rajoy. Entre os vários direitos atacados, o documento condena “a censura de internet e meios de comunicação, a violação de correspondência, as detenções de cargos públicos, disputas e processos judiciais contra o Governo, a Mesa do Parlamento e mais de 700 autarcas”. A moção contesta ainda a “brutal violência policial” contra a população no passado dia 1 de outubro.

Neste sentido, as entidades pretendem mostrar apoio ao Governo e ao parlamento catalães, fazer cumprir com a Lei do Referendo e a Lei da Transitoriedade Jurídica e Fundacional da República, e evitar “a suspensão da autonomia da Catalunha”.

Ao contrário dos referendos simbólicos levados a cabo por alguns municípios da região em 2010, as declarações que foram lidas nas praças das várias localidades proclamam uma independência.

"A 1 de outubro renascemos como povo e dizemos que sim à independência política e económica desta terra. Por isso, vizinhos e vizinhas deste povo reunidos, hoje e aqui, proclamamos livremente, de coração e aos gritos, a república independente da Catalunha.”

Declaração simbólica da independência da Catalunha.

As declarações foram lidas nos municípios de Bellpuig, Artesa de Segre, La Sentiu de Sió, Vilanova de Meià, Belianes, Sant Climent de Taull e Maldà. Se o Parlamento catalão não avançar com uma proclamação simbólica na sessão desta quinta-feira, fontes contactadas pelo mesmo jornal pretendem avançar com mais proclamações locais do mesmo género. “Levaremos nós, povo a povo, para que se cumpra o mandato popular de 1 de outubro”, avisam.

No Twitter o movimento recebeu a hashtag #RepúblicaPobleaPoble, através da qual têm sido publicados vídeos e fotografias das ações que tomaram praças por alguns concelhos da comunidade catalã.

 

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OE2018 não traz progressos para a Função Pública, diz Ana Avoila

A Frente Comum considera que não houve progressos para os funcionários púbicos no Orçamento do Estado porque as propostas ficaram muito aquém das expectativas dos trabalhadores.

Os funcionário públicos avançam esta sexta-feira com uma greve geral porque “é necessário que o Governo perceba o que se passa”, “o nível de descontentamento dos funcionários públicos”, alertou esta manhã Ana Avoila, numa conferência de imprensa à porta do Ministério das Finanças.

A coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública considera que não houve progressos para os funcionários púbicos na proposta de Orçamento do Estado para 2018 porque as medidas anunciadas ficam aquém das expectativas dos trabalhadores. “Não lhes chamaria progressos”, disse, em declarações transmitidas pela RTP3. “Os funcionários públicos vão receber os aumentos em prestações de 11 ou 13 euros“, os aumentos decorrentes do descongelamento das progressões na carreira, “o que fica aquém das expectativas dos trabalhadores”, frisou.

“Não se pode falar em progresso sem saber quanto vão receber em janeiro”, frisou ainda Ana Avoila lembrando que pode mesmo haver uma redução dos salários dos funcionários públicos já que o pagamento de duodécimos chega ao fim e o subsídio de Natal passa a ser pago por inteiro, à semelhança do que acontece com os pensionistas.

Segundo Ana Avoila “a maioria dos funcionários vai receber aumentos entre 11, 13 e 20 euros” decorrente dos descongelamento das carreiras, “o que fica muito aquém das expectativas das pessoas”.

“É importante dar este passo”, a greve, “para que o Governo perceba o que se passa”. “Se não fizermos esta luta, o Governo não vai perceber que temos um grande desalento”, concluiu.

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GNR e PSP vão supervisionar operação do SIRESP

As forças de segurança vão ajudar a assegurar a supervisão e operação do Centro de Operações e Gestão da rede SIRESP.

A estrutura do Centro de Operações e Gestão da rede SIRESP, a operadora da rede de emergência e segurança nacional, vai mudar. Por despacho de Constança Urbano de Sousa, quando ainda era ministra da Administração Interna, vai ser criada uma nova divisão para apoio permanente ao SIRESP, integrada na Secretaria-Geral da Administração Interna (SGAI) e coordenada por responsáveis da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Polícia de Segurança Pública (PSP).

“Em cumprimento do ponto 6 do Despacho da ministra da Administração Interna, de 9 de agosto de 2017, determinando o enquadramento do SIRESP na estrutura orgânica da SGAI (…), determina-se a afetação na estrutura orgânica flexível da SGAI de uma Divisão, com funções de suporte e apoio permanente aos utilizadores da rede SIRESP, no âmbito do contrato celebrado entre a Administração Interna e o consórcio da SIRESP, S. A., integrando o Centro de Operações e Gestão e, em consequência, todas as suas atribuições, garantindo disponibilidade de serviço de 24 horas, sete dias por semana, 365 dias/ano”, pode ler-se no despacho publicado, esta quinta-feira, em Diário da República.

O funcionamento dessa divisão, acrescenta o despacho, será assegurado por elementos das forças de segurança designados para essa função, em “regime de comissão de serviço, sendo os respetivos encargos suportados pelos serviços de origem”.

A GNR vai afetar dois sargentos-ajudantes ou sargentos-chefes para a área da supervisão, quatro guardas para a área da operação e dois guardas para a área da supervisão de segurança e apoio a novos utilizadores.

Já a PSP vai afetar ao Centro de Operações e Gestão dois chefes ou chefes-principais para a área da supervisão, quatro agentes para a área da operação e dois agentes para a área da supervisão de segurança e apoio a novos utilizadores.

“A GNR e a PSP garantem que a substituição de militares e agentes em exercício de funções no COG será sempre assegurada por elementos, com o mesmo tipo de valências e credenciações que os anteriores, com uma antecedência mínima de 3 meses, contados da data prevista para a mencionada substituição, por forma a possibilitar a passagem de conhecimento e formação dos novos elementos”, determina ainda o despacho, assinado pelo antigo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que também abandonou o cargo na sequência dos incêndios de 15 de outubro.

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FMI poderá desbloquear acesso do Banco de Angola aos dólares

  • Lusa
  • 26 Outubro 2017

O acesso à divisa norte-americana poderá aliviar a crise monetária que o Banco Nacional de Angola tem vindo a atravessar desde 2016.

O Fundo Monetário Internacional vai prestar assistência técnica ao Banco Nacional de Angola (BNA) no processo de adequação da instituição “às normas e boas práticas internacionais”, anunciou o banco central esta quinta-feira.

Segundo o BNA, o acordo para o apoio do Fundo surge após negociações no âmbito da implementação do Plano de Adequação do Sistema Financeiro Angolano às normas internacionais, cujo incumprimento levou ao fim das relações com bancos correspondentes, em 2016, agravando a crise cambial que o país vive, cortando o acesso da banca à compra de dólares (divisas).

Na prática, o BNA necessita de ser reconhecido como autoridade monetária de supervisão pelas congéneres, europeia e norte-americana (Banco Central Europeu e Reserva Federal), para poder retomar estas relações e o acesso à compra de divisas.

A assistência técnica solicitada pelo banco central angolano ao Fundo Monetário Internacional (FMI) vai prolongar-se por dois anos e visa o “fortalecimento” da supervisão bancária, a prevenção do branqueamento de capitais e o combate ao financiamento do terrorismo, “cujo objetivo primordial é a retoma das relações com os bancos correspondentes”.

De acordo com o BNA, o FMI informou que vai avançar com a prestação da assistência técnica, “tendo como base o fortalecimento do quadro jurídico angolano” na Estratégia Nacional de Prevenção de Branqueamento de Capitais e Combate ao Financiamento do Terrorismo.

Também envolve a “revisão e melhoria da regulamentação e normas” sobre esta área, bem como o “reforço da adoção das boas práticas de supervisão baseada no risco, tendo como finalidade a recuperação da credibilidade e o restabelecimento das relações com os bancos correspondentes e autoridades financeiras internacionais”.

“A referida assistência poderá ser extensiva à Unidade de Informação Financeira (UIF), no concernente a sua estrutura e criação de ferramentas para o seu desenvolvimento”, explica o BNA.

A assistência que será prestada pelo FMI surge na sequência de ações de formação e capacitação de trabalhadores do BNA, principalmente, das áreas de supervisão e política monetária, nas academias e institutos de formação dos bancos centrais da Inglaterra, Portugal, França, Suíça, Itália, Alemanha e África do Sul, além da Reserva Federal dos Estados Unidos da América.

“É resultante do trabalho realizado pelo conselho de administração do BNA, no intuito de aumentar a confiança nas instituições financeiras e no sistema financeiro angolano, condição imprescindível para a melhoria da credibilidade e do ambiente de negócio, redução do risco reputacional, risco de crédito e investimento, de forma a adequar as instituições às normas e práticas internacionais”, refere o banco central.

A instituição é dirigida desde 2016 pelo jurista Valter Filipe, mas o trabalho do banco central foi criticado já este mês pelo novo Presidente angolano, João Lourenço, que avisou que o BNA deve cumprir “de forma competente” o seu papel enquanto entidade reguladora do sistema bancário.

“Não descansaremos enquanto o país não tiver um banco central que cumpra estritamente e de forma competente com o papel que lhe compete, sendo governado por profissionais da área”, afirmou o chefe de Estado, num discurso que foi entendido como uma crítica à atual administração do BNA.

Segundo o conselho de administração do BNA, a assistência técnica do FMI deverá contar com o apoio da Associação Angolana de Bancos (ABANC) e das instituições financeiras.

“Só desta forma poderemos ter um Banco Central reconhecido como autoridade monetária de supervisão e uma banca comercial como motor da economia, através do crédito e outros produtos e serviços bancários, para o aumento da produção nacional e da exportação, da estabilidade financeira, do crescimento económico, da prosperidade das famílias e das empresas angolanas”, conclui o comunicado.

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