Oficina do Burel: Cerzir um projeto ponto a ponto

Elsa Gonçalves recebeu dos fundos comunitários o empurrão de que necessitava para se lançar no mundo dos negócios. Arte e tradição andam de mãos dadas no projeto Oficina do Burel.

É das mãos de Elsa Gonçalves e do marido que nascem as peças que alimentam a Oficina do Burel. Um projeto que alia empreendedorismo e design à tradição e cultura. A partir de Montalegre, o casal comercializava pequenas peças de burel. Uma forma de ocupar o tempo e ganhar algum dinheiro extra. Sem grande ambição ou risco.

Mas os fundos comunitários e a formação a eles associada deram o empurrão de que Elsa Gonçalves necessitava. Animadora de formação, aprendeu as noções básicas de gestão, relações interpessoais, liderança, comunicação e tecnologia de informação. Depois seguiu-se uma nova fase de consultoria individualizada para ajudar a desenvolver o plano de negócio da empresa, a Oficina do Burel.

“O projeto deu o empurrão para sair de casa. Começámos numa loja pequena, para perceber se tínhamos pernas para andar”, conta Elsa Gonçalves ao ECO. “Um ano e dois meses depois, abrimos uma loja central no centro da vila, ao lado da Câmara”, acrescenta.

O projeto deu o empurrão para sair de casa. Começámos numa loja pequena, para perceber se tínhamos pernas para andar.

Elsa Gonçalves

Oficina do Burel

O empurrão foi, e continua a ser, dado pela Associação para a Promoção das Terras de Barroso, que desenvolveu vários projetos na área do empreendedorismo feminino, no âmbito das políticas de igualdade de género, que contam com o apoio do Fundo Social Europeu. Os participantes, onde se inclui Elsa Gonçalves, recebiam no final um prémio de arranque para o desenvolvimento da sua empresa (12 X Indexante dos Apoios Sociais). “Os cinco mil euros foram uma ajuda”, garante a empresária, que hoje retira da empresa o sustento para a família.

O investimento feito ronda os 30 mil euros, segundo Elsa Gonçalves, “mas o retorno foi superior”, garante. O marido, Carlos Medeiros, está a tempo inteiro na loja. Elsa divide-se entre o fabrico das peças — já não só pequenos acessórios, mas capas e casacos, coletes, saias e calções, vestidos, carteiras ou abajures –, as feiras e a página na internet. O espaço físico assegura a 60% das vendas — o ano passado ascenderam a 35 mil euros –, mas apesar de a página online ser uma montra muito importante, “há muito clientes que preferem ir a Montalegre para terem peças mais personalizadas e um atendimento diferente”, explica.

Elsa Gonçalves, que participou no seminário “Os impactos do Fundo Social Europeu em Portugal“, que se realizou na quarta-feira dia 13 de dezembro, em Lisboa, admitiu que “não percebe nada dos fundos europeus”. Com uma candura surpreendente disse que conta com a ajuda da Associação para a Promoção das Terras de Barroso para perceber os apoios disponíveis e que se concentra em gerir o seu negócio: “Cada macaco no seu galho”, frisou, arrancando uma gargalhada geral da plateia.

Ao ECO, a empresária explicou que não tem “tempo para perceber os apoios disponíveis” que lhe parecem “muito grandes” para o seu projeto. “Há ajuda à contratação, mas para nós ainda não compensa”, sublinha. “É complicado perceber como funcionam os fundos e mesmo quando há workshops acaba por ser a associação que nos ajuda”, acrescenta.

É complicado perceber como funcionam os fundos e mesmo quando há workshops acaba por ser a associação que nos ajuda.

Elsa Gonçalves

Oficina do Burel

Ao longo do seminário sobre “Os impactos do Fundo Social Europeu em Portugal” foram muitos os alertas no sentido da simplificação dos fundos.

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Entrada de Santa Casa no Montepio é operação “potencialmente ruinosa”, diz Bagão Félix

  • ECO
  • 20 Dezembro 2017

Ex-ministro mostra-se preocupado com o silêncio em torno da possível entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Montepio.

O ex-ministro Bagão Félix mostra-se preocupado com o silêncio em torno da ligação entre Santa Casa e Montepio, depois de ter sido apontado um investimento que pode chegar aos 200 milhões de euros. À TSF, o economista avisa que a operação pode ser “ruinosa”.

“A operação, aliás, revela-se aparentemente e potencialmente ruinosa, porque estamos em primeiro lugar a falar de 200 milhões de euros, não é uma minudência na vida da Misericórdia de Lisboa”. Um valor que corresponderá a cerca de um terço do que podem ser considerados capitais próprios da instituição: “É uma concentração de risco muito elevada, brutal e desaconselhável”, diz o economista no comentário semanal no programa da TSF “A Opinião”.

Bagão Félix começa desde logo por mostrar preocupação com o silêncio em torno da operação, incluindo do Presidente da República. Mas também dos “partidos à esquerda, que em situações de tentativa de resolução ou de soluções bancárias sempre se pronunciaram” e que “agora nada dizem”, bem como dos partidos à direita, que “aparentemente estão numa situação de indiferença de todo inexplicável”. Também o Governo assume “um pouco a posição de Pôncio Pilatos, ou seja, de ausência tática deixando o tempo passar, o assunto está dormente, poucas pessoas falam sobre isto e ele torna-se portanto irreversível”.

Para o economista, a Santa Casa “de Santa já não tinha muito, mas agora de Misericórdia passou a banqueira, ou passará, se a operação se concretizar”. Se a operação fosse atrativa, já “haveria vários candidatos”, diz. Além de uma operação “potencialmente ruinosa”, a Santa Casa “ficará com 10% do capital”, ou seja”, “em tese, o valor total do banco corresponderia a dois mil milhões de euros, coisa que evidentemente não é verdade”.

É uma fatia “caríssima” para criar um banco social. Aliás, “eu não sei o que é um banco social”, frisa Bagão, que entende que o negócio viola vários princípios, desde logo o estatutário da Misericórdia de Lisboa, “cuja essência é a realização do bem-estar social das pessoas, prioritariamente dos mais desprotegidos”. Mas também “da própria probidade institucional”, “do equilíbrio estrutural financeiro da Misericórdia” e “da sua própria matriz cristã que está nos estatutos”. Dar à banca “em desfavor dos necessitados” “não é nenhum tradição cristã”, sublinha.

Será que já “não há pobreza” em Lisboa?, questiona o ex-ministro, revelando que se sente “bastante desconfortável como cidadão” e “como contribuinte, porque a fatura mais tarde ou mais cedo vai acontecer”. Além disso, a Santa Casa tem o monopólio de jogos sociais e “estes 200 milhões no fim resultam de uma aplicação de um monopólio por força legal, não é propriamente 200 milhões que resultam” da sua atividade, adianta ainda.

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Banca tem de emitir dívida de alto risco. BCE vê um problema no sul da Europa

  • Rita Atalaia
  • 20 Dezembro 2017

O banco liderado por Mario Draghi defende, num estudo, que os países do sul da Europa terão dificuldades em encontrar compradores para a dívida que terão de emitir para absorver perdas potenciais.

Os bancos em alguns países da União Europeia (UE) podem ter dificuldades em vender no mercado interno dívida de alto risco, que servirá para absorver perdas potenciais — como a que foi emitida pela CGD. Terão, por isso, que procurar novos investidores noutros países, de acordo com um estudo do Banco Central Europeu (BCE). Isso será um problema, sobretudo nos países do sul, onde mais de 60% da dívida detida pelos bancos é emitida “em casa”.

Portugal, Grécia, Itália e Espanha são os países que deverão ter mais dificuldades em encontrar interessados para esta dívida, tendo em conta a elevada dependência de investidores domésticos. Esta realidade “pode sinalizar que há limites na capacidade de absorção” a dívida que é emitida para satisfazer os requisitos europeus, conhecidos como MREL, que exigem que as instituições tenham instrumentos financeiros que possam sofrer perdas antes ser necessário recorrer ao Fundo Único de Resolução.

"Há limites na capacidade dos mercados para absorver [a dívida que é emitida para satisfazer os requisitos europeus, conhecidos como MREL]”

Banco Central Europeu

Este problema é mais preocupante nos países onde a dívida é detida, maioritariamente, por outros bancos, “à exceção de Itália, onde mais de um terço da dívida emitida pelas instituições é detida pelas famílias”, revela o estudo do banco central liderado por Mario Draghi. Considerando as limitações impostas aos bancos em relação à dívida elegível para o MREL que podem deter de outros bancos, os fundos de pensão, seguradoras e fundos de investimento são os “principais investidores” a quem as instituições poderem recorrer, acrescenta o documento.

“Caso estes investidores decidam ajustar o seu portefólio e investir em obrigações elegíveis para o MREL, há a possibilidade de começarem também a investir além-fronteiras“, diz o BCE. Isto numa altura em que, segundo a Bloomberg, os investidores institucionais estão a comprar obrigações mais arriscadas, apostando que o crescimento económico vai puxar pelos resultados dos bancos europeus, o que diminui o risco de falência.

Os investidores estão a comprar, mas fazem diferenciação entre os bancos mais fortes e mais fracos. A título de exemplo, a Bloomberg relembra que o UniCredit, o maior banco de Itália, emitiu mil milhões de euros de dívida AT1, com um cupão de 5,375%, enquanto a CGD concordou pagar um cupão de 10,75% numa emissão de 500 milhões de dívida AT1.

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Há excedente comercial, mas encolheu quase mil milhões

As importações de bens estão a acelerar de tal forma que o boom do turismo não chega para compensar.

Dez meses depois, a balança de bens e serviços continua a degradar-se. O excedente comercial que Portugal conquistou nos últimos anos contraiu 967 milhões de euros nos primeiros três trimestres de 2017. As exportações de bens e serviços crescem a dois dígitos, mas o peso das importações de bens — cuja base tem um volume superior — está a prejudicar a balança comercial.

Fonte: Banco de Portugal

“Até outubro de 2017, a balança de bens e serviços registou um excedente de 3.310 milhões de euros, menos 967 milhões de euros do que no período homólogo”, indica o Banco de Portugal. As importações de bens e de serviços aumentaram 14% enquanto as exportações cresceram 11,5%. Consequentemente, a balança comercial sofreu uma queda de quase mil milhões de euros.

Porquê? “O aumento do excedente da balança de serviços, em 1.662 milhões de euros, foi insuficiente para compensar o incremento do défice da balança de bens de 2.629 milhões de euros“, sintetiza o Banco de Portugal. Em Portugal, o turismo continua a puxar pela economia, um setor cujas exportações cresceram 19,4% até outubro (13.127 milhões de euros). O excedente comercial do item “viagens e turismo” aumentou 1.742 milhões de euros.

Contudo, o contributo negativo do aumento das importações de bens em 7.137 milhões de euros ditou a deterioração do excedente comercial. Este crescimento superou bastante a subida das exportações de bens em 4.474 milhões de euros.

Entre as importações estão bens de consumo, bens intermédios, bens de equipamento, mas também combustíveis — o barril do petróleo valorizou consideravelmente em 2017, depois de ter desvalorizado em 2016 — cujo preço de importação aumentou, o que prejudica a balança.

Balança financeira melhora à boleia dos pagamentos ao FMI

O Banco de Portugal divulgou também que o saldo da balança financeira deu um salto até outubro. “Nos primeiros dez meses de 2017, o saldo da balança financeira registou um acréscimo dos ativos líquidos de Portugal sobre o exterior no valor de 2.990 milhões de euros“, indica o Banco de Portugal.

Existem duas razões para esse aumento: investimento em títulos de dívida por parte do setor financeiro e na redução do passivo das administrações públicas — ou seja, da dívida pública.

“Destaca-se, em outubro, a amortização de títulos de dívida pública e o reembolso antecipado de 1001 milhões de euros ao FMI, relativo ao empréstimo no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira”, assinalou ainda o Banco de Portugal.

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Presidente angolano exonera administrações de mais nove empresas públicas

  • Lusa
  • 20 Dezembro 2017

João Lourenço exonerou as administrações de nove empresas públicas, dos aeroportos e portos, de distribuição de eletricidade e água, e dos caminhos-de-ferro. Nomeou 64 responsáveis, entretanto.

O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou as administrações de nove empresas públicas, dos aeroportos e portos, de distribuição de eletricidade e água, e dos caminhos-de-ferro, nomeando 64 administradores, informou a Presidência da República.

De acordo com a informação disponibilizada pela Casa Civil da Presidência, foram exoneradas as administrações dos caminhos-de-ferro de Luanda (CFL), Benguela (CFB) e Moçâmedes (CFM), que passam a ser lideradas, respetivamente, por Júlio Bango Joaquim, Luís Teixeira e Daniel João Quipaxe (reconduzido), em conselhos de administração com cinco elementos cada.

Da Empresa Pública de Água de Luanda (EPAL) foi exonerada a administração liderada por Lionídio Gustavo Ferreira de Ceita, passando o conselho de administração, de sete elementos, a ser presidido por Diógenes Flores Diogo.

Na Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE) foi afastada a administração de Francisco Dias Talino, que passa a ser liderada por Ruth do Nascimento Safeca.

O Presidente angolano exonerou ainda o conselho de administração da Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA), neste caso reconduzindo Manuel Ferreira de Ceita na liderança.

Esta nova vaga de exonerações e mexidas chega ainda às empresas públicas que gerem os portos do Namibe, Lobito e Luanda, que passam a ser lideradas, respetivamente, por António Samuel, Agostinho Estevão Felizardo e Alberto António Bengue (reconduzido).

O novo Presidente angolano precisou de menos de três meses para afastar a estrutura de governação que recebeu de José Eduardo dos Santos, tendo feito acima de 300 nomeações e exonerando mais de 30 oficiais generais e cerca de 20 administrações de empresas públicas, na área petrolífera, dos diamantes, e de comunicação social, além do próprio Banco Nacional de Angola e de bancos comerciais detidos pelo Estado.

“Ninguém é suficientemente rico que não possa ser punido, ninguém é pobre demais que não possa ser protegido”, foi um dos mais sonantes avisos que o novo chefe de Estado, um general de 62 anos, deixou ao tomar posse, a 26 de setembro.

Apesar de deixar a presidência angolana, José Eduardo dos Santos mantém-se líder do MPLA, partido no poder desde 1975, com mandato até 2021, e ainda não se referiu publicamente às mudanças que João Lourenço tem vindo a implementar, nomeadamente ao afastamento dos filhos de lugares chave em poucas semanas.

É o caso de milionária empresária Isabel dos Santos, exonerada de presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol, ou da empresa Semba Comunicação, que tem como sócios os irmãos Welwitshea ‘Tchizé’ e José Paulino dos Santos ‘Coreon Du’, filhos do ex-chefe de Estado angolano, que perdeu a gestão do canal 2 da televisão pública angolana.

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Dona da Fidelidade quer comprar… lingerie de luxo

  • ECO
  • 20 Dezembro 2017

Com este negócio, a Fosun pretende “continuar a investir na marca para desenvolver todo o seu potencial como uma casa de moda de luxo global".

A Fosun, detentor da seguradora Fidelidade, está em conversações para comprar uma participação maioritária da La Perla, uma empresa italiana de lingerie de luxo, avança a Reuters.

A empresa italiana foi comprada já com dificuldades por Silvio Scaglia, fundador do grupo de telecomunicações Fastweb, em 2013. O negócio foi fruto de uma licitação de 69 milhões de euros num leilão em tribunal. Desde então que o empresário investiu mais de 300 milhões de euros no grupo de lingerie, de forma a impulsioná-la para o mercado asiático.

A La Perla tem mais de 30 lojas por todo o mundo, e este ano registou vendas de 140 milhões de euros este ano. Para o final do próximo ano, Scaglia prevê um retorno do investimento feito em 2013, mas antes de chegar ao breakeven, está em cima da mesa a possibilidade de vender o negócio aos chineses da Fosun.

Em Portugal, a Fosun detém a Fidelidade, mas é também a maior acionista do BCP, com mais de 25% do capital. No resto mundo, os interesses deste grupo chinês vão da banca aos seguros, passando pelo turismo e, potencialmente, entrarão no mundo da moda.

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Preços das casas disparam 10% no terceiro trimestre

Os preços das casas não param de acelerar, uma tendência que se intensificou no terceiro trimestre deste ano.

Os preços das casas não param de acelerar, uma tendência que se intensificou no terceiro trimestre deste ano. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre o início de julho e o final de setembro, os preços das casas dispararam mais de 10%.

De acordo com o Índice de Preços da Habitação, os preços das casas subiram, em média, 10,4% no terceiro trimestre deste ano, face a igual período do ano passado. Trata-se da maior taxa de crescimento de preços do histórico do gabinete de estatísticas público, que remonta ao início de 2009.

Evolução dos preços das casas

Fonte: INE

O acentuar do crescimento dos preços dos imóveis é explicado em grande medida do aumento dos preços dos imóveis usados. “Para este resultado contribuiu decisivamente o comportamento do preço dos alojamentos existentes que observaram, pela primeira vez, uma taxa de variação positiva de dois dígitos (11,5%)“, especifica precisamente o INE. Já no caso das casas novas, verificou-se um crescimento de 6,9% dos preços no terceiro trimestre face ao período homólogo.

Vendas também crescem

A subida dos preços foi acompanhada por um aumento do número de imóveis vendidos, que também ascendeu a um novo máximo do histórico disponível. No terceiro trimestre deste ano foram vendidos em Portugal um total de 38.783 casas, o que corresponde ao número mais elevado desde pelo menos o início de 2009.

Esta evolução foi alimentada, sobretudo pelo crescimento das vendas de casas usadas que ascenderam a um total de 32.864. Este número equivale a 84,7% do total de transações e corresponde à proporção mais elevada do histórico. No caso das casas novas, as transações totalizaram 5.919 no terceiro trimestre do ano.

Em termos de distribuição geográfica das transações realizadas, Lisboa continua a liderar o ranking. Entre o início de julho e o final de setembro de 2017, foram transacionados 13.140 imóveis localizados na Área Metropolitana de Lisboa. Ou seja, um terço do total.

O aumento do número das transações de casas e do preço médio a que são efetuadas acontece num período marcado pela melhoria das perspetivas económicas do país que levam mais pessoas a avançar com a decisão de comprar casa. Um cenário que é alimentado pela maior abertura dos bancos para financiar este tipo de aquisições. Disponibilidade que é ilustrada pela descida dos spreads exigidos e pelo aumento da concessão de crédito.

(Notícia atualizada às 11h40 com mais informação)

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Brexit: período de transição acaba em 2020, diz Comissão Europeia

"Até ao final do período de transição, o Reino Unido deverá continuar a respeitar a política comercial da União Europeia", avisa a Comissão Europeia.

O Reino Unido tem data marcada para o fim do período de transição: dezembro de 2020. Até lá, as regras não mudam, e o ex-membro deverá comportar-se como os restantes Estados da União Europeia, avisa a Comissão.

As mudanças decorrentes da transição devem ser aplicadas desde a data de entrada em vigor do acordo de divórcio “e não deverão durar para lá do dia 31 de dezembro de 2020”, escreve a Comissão Europeia na proposta para negociar as diretivas que guiarão a transição, publicadas esta quarta-feira.

Até ao final do período de transição o Reino Unido deverá continuar a respeitar a política comercial da União Europeia“, acrescenta ainda a Comissão. No mesmo documento, destaca que “as autoridades alfandegárias deverão continuar a atuar de acordo com a missão da UE.

Tendo em conta a situação relativamente à Irlanda, durante a segunda fase de negociações, os compromissos a assumir devem seguir um “fio condutor”, que estará presente tanto no acordo entre a UE e o Reino Unido, como na relação futura entre ambas as partes.

 

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Professores: Centeno quer soluções “sustentáveis e que não voltem a fazer parar o cronómetro”

  • Margarida Peixoto
  • 20 Dezembro 2017

O ministro das Finanças, Mário Centeno, reforçou o aviso aos professores: as carreiras têm de ser "sustentáveis financeiramente."

Com as negociações entre os sindicatos dos professores e o Governo em aberto, Mário Centeno voltou a marcar a posição do Executivo: o ministro das Finanças frisou que estas negociações são um processo novo, que não estava previsto no Programa do Governo, e sublinhou que as soluções encontradas têm de ser “sustentáveis financeiramente”.

Mário Centeno está a ser ouvido esta quarta-feira pelos deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República, ao abrigo do regimento. O ministro reservou o arranque da sua intervenção inicial para reforçar o entendimento do Governo sobre as exigências dos professores, quanto ao descongelamento das carreiras.

“Este é um debate novo: não estava previsto no Programa do Governo e requer retroatividade nas regras aprovadas nos Orçamentos do Estado” anteriores, para além de ter uma elevada “incidência orçamental”, defendeu Mário Centeno. Por isso, o Governo está de olhos postos no impacto das medidas. “Procuraremos soluções sustentáveis e que não voltem a fazer parar o cronómetro. Temos que tornar as carreiras da Administração Pública sustentáveis financeiramente,” argumentou Mário Centeno.

O ministro aproveitou para repetir alguns dos dados da apresentação em PowerPoint que distribuiu aos sindicatos e que foi esta terça-feira enviado às redações: o modelo de descongelamento que está previsto arrancar em 2018 tem custos globais para toda a Administração Pública de 651 milhões e mais de 50% dos trabalhadores do setor público progridem no próximo ano.

Centeno detalhou que o custo do descongelamento das carreiras no próximo ano será de 180 milhões de euros, subindo para 217 milhões e 253 milhões em 2019 e 2020.

Na resposta ao PSD, o ministro voltou a defender: “Não há nenhum corte, nem há nenhuma censura. Todos vão progredir de acordo com os direitos acumulados ao longo do período de sete anos, de acordo com a forma como as carreiras foram congeladas. Todos os trabalhadores da Administração Pública conhecem perfeitamente as regras de progressão que se lhes aplicam.”

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Envolver Estado na gestão do malparado “tem custos imensos”

O ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, defende que a plataforma de gestão do malparado é "um instrumento viável", mas reconhece que não resolve todo o problema.

A plataforma de gestão do crédito malparado, criada pela Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Novo Banco, não é suficiente para resolver todo o problema, mas é um “exemplo de que os bancos estão atentos a este problema”, considera Pedro Siza Vieira. Mais importante, diz o ministro Adjunto, é uma solução que exclui a injeção de capitais públicos. “Não seria desejável recorrer ao Estado” para resolver o malparado, defende.

O ministro Adjunto falava no Eco Talks que decorre esta quarta-feira, em Lisboa. Questionado sobre a eficácia da plataforma de gestão do malparado, Pedro Siza Vieira começa por lembrar que este “é um mecanismo de colaboração entre bancos para gerir, em conjunto, as exposições que têm às mesmas empresas que sejam viáveis”. Nesse sentido, “é um instrumento viável”.

Ainda assim, admite, esta “plataforma é apenas um exemplo, não é solução para todo o problema do malparado”. Seja como for, é positivo que a questão esteja a ser atacada, numa primeira fase, pelos próprios bancos. “O nível de malparado está a reduzir-se, os bancos estão a perceber que têm de gerir este problema mais eficazmente“, refere, lembrando que “soluções diferentes, que de alguma maneira envolvessem o Estado, teriam custos imensos” para as contas públicas. “Não seria desejável recorrer” a uma solução dessa natureza, reforça.

“Gostaria eu e o Governo que o processo de resolução do malparado fosse mais rápido?”, questiona. “Com certeza”. Mas “qual é o custo que a economia teria de pagar para assegurar esse processo?”, acrescenta.

O ministro reconhece, ainda assim, que o elevado nível de malparado “consome capital” que poderia servir de financiamento às empresas. “Os bancos, de uma maneira geral, estão a focar-se no negócio comercial, com exigências ao nível de risco, e há um conjunto de necessidades de financiamento da economia a que o sistema bancária não vai poder dar resposta de imediato. Vamos ver o financiamento bancário a focar-se no investimento de médio prazo”, aponta.

Assim, a solução para algumas “necessidades particulares da sociedade e da economia em termos de investimento das pequenas e médias empresas e de financiamento do setor social”, tem de vir do Estado, através de fontes alternativas de financiamento. “O pacote legislativo já está todo aprovado”, salienta Pedro Siza Vieira, referindo-se ao Programa Capitalizar. “Falta que as empresas o usem“.

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Portugueses são dos que menos utilizam Uber e Airbnb

Entre os Estados-membros da União Europeia, os portugueses são dos que menos reservam alojamento ou transporte via online. Empresas como o Airbnb ou a Uber são os serviços mais conhecidos.

Em média, 17% dos cidadãos da União Europeia já reservaram alojamento através da internet. Em Portugal, a percentagem cai para os 6%. O mesmo acontece na reserva online de serviços de transporte: a média dos Estados-membros é 8%, já em Portugal é de 2%. Os dados foram revelados esta quarta-feira pelo Eurostat, fruto de um inquérito realizado este ano sobre o uso da tecnologia pelos agregados familiares europeus.

Utilização em Portugal em perspetiva

Fonte: Eurostat

Os sites e as aplicações são os mediadores utilizados pelos cidadãos europeus para contratar estes serviços peer-to-peer que fazem parte da economia partilhada. É o caso do Airbnb e da Uber cujas plataformas são mediadoras de uma relação comercial entre um cliente e um prestador de serviços. Na União Europeia, há mais clientes a utilizar este tipo de plataformas para alojamento do que para transporte.

Na comparação entre os Estados-membros, os britânicos são os que mais usam ambos os serviços. No caso do alojamento, um em cada três cidadãos do Reino Unido reservou alojamento online nos últimos 12 meses — no topo seguem-se países como o Luxemburgo, a Irlanda, Malta e a Holanda. Em contraste está Portugal, na cauda da tabela, apenas à frente da República Checa, Chipre e Roménia.

Utilização por faixa etária

Fonte: Eurostat

No caso do transporte, os britânicos continuam a estar bem acima da média da União Europeia, acompanhados pela Estónia, a Irlanda, França e Malta. Portugal também está nos lugares mais baixos, apenas à frente do Chipre e da Roménia.

Em quase todos os Estados-membros, a percentagem de clientes que usaram websites ou apps para alojamento foi superior à percentagem que usou para transporte. Essa tendência só não se verificou na Estónia e na República Checa.

Os serviços de alojamento são mais usados pela camada etária entre os 25 e 54 anos. Já os serviços de transporte são mais utilizados pelos jovens entre os 16 e os 24 anos.

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Revista de Imprensa Internacional

  • ECO
  • 20 Dezembro 2017

O criador da Litecoin vende toda a sua moeda digital. A detentora da seguradora Fidelidade está em vias de comprar uma empresa de lingerie de luxo. Conheça os destaques na imprensa internacional.

As criptomoedas fazem a ordem da atualidade internacional desta quinta-feira. O responsável pela circulação da Youbit na Coreia do Sul declara falência, e o criador da Litecoin vende toda a sua moeda digital. A poucas horas das novas eleições na Catalunha, Rajoy apela aos seus militantes para que convençam os indecisos a votar no PP. No fecho de 2017, Angela Merkel e Martin Schulz reúnem-se pela segunda vez desde as eleições legislativas alemãs para a primeira ronda de conversações para constituição de um novo governo na Alemanha. Conheça os destaques que fazem a atualidade na imprensa internacional.

Financial Times

Segundo ciberataque leva operador de criptomoeda sul coreano à falência

A Yapian, responsável pelas transações da criptomoeda Youbit na Coreia do Sul, foi alvo de um segundo ataque de hackers no espaço de oito meses, forçando a suspensão de atividade. Em comunicado citado pelo jornal, a empresa perdeu 17% dos seus ativos e deu luz verde aos seus investidores para retirarem cerca de 75% das suas moedas digitais, sendo que o valor restante será pago assim que “o acordo final” do processo de falência “esteja completo”. Leia a notícia completa aqui (Acesso Condicionado/ Conteúdo em Inglês).

Bloomberg

Criador da Litecoin vende toda a sua criptomoeda

Charlie Lee, criador da Litecoin, afirma ter vendido toda a sua moeda numa publicação do Reddit. Embora não tenha especificado a quantidade e o valor com que vendeu a sua moeda digital, Lee sublinha o papel positivo que a Litecoin teve na sua vida financeira. “Estou suficientemente bem e portanto não preciso mais de amarrar o seu sucesso financeiro ao sucesso da Litecoin”, acrescenta na publicação.

Reuters

Fosun em vias de comprar empresa italiana de lingerie

O grupo de investimento Fosun, detentora da seguradora Fidelidade, encontra-se em conversações exclusivas com a La Perla, no sentido de comprar uma participação maioritária na empresa de lingerie virada para o mercado de luxo. De acordo com um comunicado conjunto, a decisão final do negócio dependerá da aprovação da Fosun. A empresa de Shangai acrescenta ainda que pretende “continuar a investir na marca para desenvolver todo o seu potencial como uma casa de moda de luxo global”. Leia a notícia completa aqui (Acesso Livre/ Conteúdo em Inglês).

El Mundo

Rajoy pede a conversão dos indecisos ao voto do Partido Popular

A pouco tempo das novas eleições para o parlamento catalão, Mariano Rajoy reforça a sua presença na Catalunha e na candidatura de Xavier García Albiol ao pedir aos militantes do PP que convençam os indecisos a votar no seu partido, “perante o empate a zero” que sugerem as sondagens. “Nesta quinta-feira ganhará a democracia e haverá vontade de diálogo, mas não admitiremos imposições daqueles que queriam impor uma independência que muito poucos querem e que não tem futuro”, disse o Primeiro-Ministro espanhol. Leia a notícia completa aqui (Acesso Livre/ Conteúdo em Espanhol).

Expansión

Merkel reúne com Schulz. As primeiras conversações para formar um governo arrancam em janeiro

Angela Merkel reunirá pela segunda vez com Martin Schulz, líder do partido social-democrata alemão para organizar a primeira ronda de conversações para a formação de um novo governo, a decorrer no próximo mês de janeiro. O novo encontro entre os dois líderes surge após o fracasso na formação de um governo tripartido entre liberais, conservadores e verdes. A reunião desta quarta-feira contará também com a presença de Horst Seehoer, líder da união social-cristã, e os restantes líderes dos grupos parlamentares do Bundestag. Leia a notícia completa aqui (Acesso Livre/ Conteúdo em Espanhol).

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