Pharol: “Não temos mais nenhuma informação” sobre quem comprou a posição do BCP
Luís Palha da Silva desconhece quem está por detrás da High Bridge Unipessoal, a empresa que adquiriu a posição do BCP na Pharol esta semana. No mercado, os rumores apontam para Nelson Tanure.
Luís Palha da Silva, presidente executivo da Pharol PHR 0,00% , garante não ter informação sobre quem está por detrás da High Bridge Unipessoal, a empresa que adquiriu a posição de mais de 6,17% que o BCP detinha na antiga PT SGPS esta semana. No mercado, existem rumores não confirmados de que se trata de Nelson Tanure, o empresário brasileiro que quer controlar a Oi. Mas, questionado sobre essa hipótese, o líder da Pharol preferiu não comentar.
“Não tenho nada a comentar. Tudo o que pudéssemos comentar já saiu nos comunicados públicos. Há uma informação sobre quem é o comprador, que transmitimos aos nossos acionistas e ao mercado em geral. É essa a informação que podemos dar neste momento. Não temos mais nenhuma informação sobre o acionista [Nelson Tanure], que conhecemos bem por ser nosso parceiro, acionista também, na companhia Oi”, disse ao ECO Luís Palha da Silva, no intervalo das duas assembleias-gerais de acionistas, que decorrem na manhã desta sexta-feira, em Lisboa.
"Há uma informação sobre quem é o comprador, que transmitimos aos nossos acionistas e ao mercado em geral. É essa a informação que podemos dar neste momento. Não temos mais nenhuma informação sobre o acionista [Nelson Tanure] (…).”
O presidente da Pharol reiterou ainda a intenção de que a Oi realize a assembleia-geral de credores no terceiro trimestre deste ano. “Sobre as expectativa de calendário, continua a ser a mesma. É um prazo que obriga a uma intervenção muito apertada de toda a gente, mas continua-nos a parecer possível”, sublinhou ao ECO.
“Esta assembleia-geral de credores tem de contar com os processos que já estão em curso, nomeadamente de definição de uma lista mesmo final de credores. Há também o período que está a contar neste momento de reclamações por parte daqueles que eventualmente se sintam prejudicados pela lista final de credores”, acrescentou.
E indicou ainda: “Tanto quanto nos diz a administração executiva da Oi, a data continua a ser possível, mesmo sendo certo que há uma série de outros passos também para serem seguidos. Nomeadamente, que as negociações entre os diferentes stakeholders da companhia progridam de forma favorável. Mas, para já, não há nenhuma razão para pensar que essa data não é possível e estou convencido que todos os stakeholders da companhia estão muito apostados de que isso possa acontecer.”
Recorde-se que o BCP vendeu esta semana a posição de 6,17% que detinha na Pharol desde 2015, após uma penhora sobre a Ongoing. Nelson Tanure, atual acionista da Oi e da Pharol, já teria demonstrado intenções de adquirir as posições de referência na Pharol detidas por empresas portuguesas, nomeadamente esta do BCP e também a do Novo Banco e a da Visabeira, de 9,56% e 2,64%, respetivamente. O Novo Banco, por exemplo, tem vindo a desfazer-se dos ativos não estratégicos como foi o caso da ex-Qimonda esta semana.
À CMVM, foi comunicado que o comprador foi uma empresa que se dá pelo nome High Bridge Unipessoal. Mas pouca informação há sobre quem está por detrás dela — apenas que tem sede num escritório de advogados em Lisboa. Várias fontes no mercado apontam para Nelson Tanure, o polémico empresário brasileiro que tem vindo a adquirir posições estratégicas por intermédio de veículos e que prenderá controlar a Oi, a maior operadora de telecomunicações do Brasil.
Falência da Rioforte “está a avançar de forma muito lenta”
Luís Palha da Silva tem ainda criticado a demora no processo de falência da Rioforte, a sociedade do Grupo Espírito Santo da qual a Pharol tem 897 milhões de euros para reaver. Em novembro, a empresa reviu em baixa o valor que espera recuperar desse polémico investimento para 9,56%, ou seja, 85,8 milhões de euros.
Sobre esse assunto, Palha da Silva disse: “Tenho para mim que este processo de falência está a avançar de forma muito lenta.” Mas concluiu: “Não vejo em muitas das razões que nos são apresentadas para adiamentos sucessivos que se deva atender a esse tipo de argumentos mas, obviamente, muito respeitosamente seguimos aquilo que for determinado pelas autoridades de Luxemburgo.”
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