Bolsa de Lisboa inverte para perdas. EDP Renováveis mostra resistência à OPA

Oferta pública de aquisição da EDP arranca esta quinta-feira mas regista uma aparente resistência dos investidores. As ações da EDP Renováveis cedem mas estão a negociar 20 cêntimos acima da OPA.

A bolsa portuguesa abriu em terreno positivo mas logo nos primeiros minutos de negociação inverteu para zona de perdas. Entre os pesos pesados que determinam o rumo dos acontecimentos em Lisboa, apenas a Galp e a EDP estão a valorizar. Já a EDP Renováveis, que é o alvo da oferta pública de aquisição (OPA) da elétrica liderada por António Mexia, mantém-se acima dos sete euros, mostrando aparente resistência à operação de compra que arranca esta quinta-feira.

O PSI-20, o principal índice português, perde 0,19% para 5.191,62 pontos. O arranque desta sessão é sobretudo dominado pelas duas cotadas do grupo EDP: se a EDP soma 0,28% para 2,87 euros, a EDP Renováveis perde 0,64% para 6,99 euros, depois de o regulador do mercado ter aprovado a OPA da primeira sobre o capital que ainda não detém na segunda. A elétrica paga uma contrapartida de 6,75 euros por cada título da empresa de energias limpas, cerca de menos 25 cêntimos do que a EDP Renováveis está a cotar-se na bolsa.

“O mercado nacional deverá abrir sem grandes oscilações. As ações da EDP e da EDP Renováveis estarão hoje no centro das atenções, depois de ontem após o fecho do mercado ter sido anunciado na CMVM o prospeto relativo à OPA”, referem os analistas do BPI no Diário de Bolsa.

No total, apenas seis cotadas abriram o dia acima da linha de água. À EDP e Galp juntam-se a Corticeira Amorim, os CTT, a Novabase e a Sonae. No caso dos Correios, as ações ganham 1,4% naquele que é o melhor desempenho no benchmark nacional, e acontece após o fundo Wilmington Capital ter reforçado a sua posição para 5% do capital da cotada.

Do lado das perdas, nota para a Jerónimo Martins e BCP. Os títulos da dona do Pingo Doce desvalorizam 0,75% para 17,09 euros. E os do banco liderado por Nuno Amado caem 0,25% para 0,24%.

Ainda assim, a pior performance pertencia à Ibersol. Na sessão anterior, as ações da empresa de restauração dispararam com a nota de research positiva do Haitong, que lhe atribuiu um potencial de valorização de 25%. Mas esta quinta-feira corrigem em baixa de 1,07% para 14,38 euros. O banco de investimento vê a Ibersol nos 19 euros.

Lá por fora, o dia também começou com alguma aversão ao risco. As perdas em praças como Madrid, Paris, Frankfurt e Londres eram contidas. Os investidores aguardam pela divulgação das atas do Banco Central Europeu, que serão divulgadas ao início ao tarde desta quinta-feira.

Para os analistas do BPI, “embora estas atas não mereçam a atenção que as atas das reuniões conseguem captar, desta vez irão ser atentamente interpretadas”. “O principal ponto que os investidores irão monitorizar é se a questão da normalização da política monetária começou a ser discutida”, salientaram.

(Notícia atualizada às 8h34)

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