Lisboa abre no verde. PSI-20 diz adeus ao Montepio

  • Rita Atalaia
  • 12 Setembro 2017

A bolsa nacional arrancou no verde pela terceira sessão consecutiva. Recuperação do BCP, que recuou perto de 5% na segunda-feira, está a ser determinante para este desempenho.

A bolsa nacional abriu no verde pela terceira sessão consecutiva. A subida da praça lisboeta acompanha os ganhos do BCP, com os títulos do banco liderado por Nuno Amado a recuperarem de perdas expressivas. Isto no mesmo dia em que as unidades de participação do Montepio deixam de negociar no PSI-20 depois de a Associação Mutualista ter concluído com sucesso a Oferta Pública de Aquisição (OPA).

O índice de referência nacional acelera 0,59% para 5.137,43 pontos, em linha com o otimismo no resto da Europa. Por cá, o destaque vai para a subida do BCP — avança 1,63% para 20,52 cêntimos — depois de a Chiado, filial do grupo Fosun, ter anunciado que passou a deter uma participação de 25,16% no capital social do banco. O presidente da instituição financeira, Nuno Amado, afirmou que este “reforço da Fosun demonstra confiança no caminho do BCP”. Na segunda-feira, os títulos afundaram perto de 5%.

BCP recupera de perdas de cerca de 5%

“O PSI-20 deverá continuar a orbitar em redor dos movimentos do BCP, um título que se mantém bastante volátil. Esta volatilidade atrai diversos investidores particulares (pois cria oportunidades de trading de curtíssimo prazo), que por sua vez exacerbam a magnitude dos movimentos dos títulos”, afirmam os analistas do BPI, no Diário de Bolsa. “Gradualmente, a bolsa nacional está a regressar à normalidade, quer em termos de volumes quer no que respeita a notícias”, acrescentam.

Ainda do lado dos ganhos, a EDP acelera 0,15% para 3,30 euros, contrariando a tendência de queda da subsidiária EDP Renováveis. Mota-Engil (+2,73%), Pharol (+2,20%) e Semapa (+2,07%) também aceleram. A cair estão os CTT, com as ações a recuar 0,16% para 5,05 euros.

O dia é também marcado pela saída das unidades de participação do Montepio do índice de referência. A Associação Mutualista concluiu com sucesso a OPA sobre o Montepio Geral. A entidade liderada por Tomás Coreia conseguiu comprar 98,28% do fundo do banco, o suficiente para retirar o Montepio de bolsa e abrir a porta aos acionistas da economia social. Nesta oferta, a Associação Mutualista pagou um euro por cada título não detido.

O passo seguinte será a retirada de bolsa do Montepio Geral. Tal acontecerá na próxima sexta-feira, 15 de setembro. Ou seja, o dia seguinte ao registo comercial da transformação em sociedade anónima. Esse registo irá permitir abrir a porta do banco aos acionistas a economia social.

(Notícia atualizada às 08h20 com mais informação)

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Autárquicas: CNE já recebeu 405 queixas

  • ECO
  • 12 Setembro 2017

Cidadãos e PSD são os que apresentam mais queixas à Comissão Nacional de Eleições (CNE). Neutralidade e imparcialidade das entidades públicas é o principal motivo apresentado.

As autárquicas já geraram 405 queixas à Comissão Nacional de Eleições (CNE). Cidadãos e PSD são os mais queixosos, avançam os dados até dia 6 de setembro, publicados esta terça-feira pelo Diário de Notícias.

Neutralidade e imparcialidade das entidades públicas é o principal motivo apresentado, em 160 dos casos. Segue-se publicidade institucional, com 80 queixas, propaganda, com 54, publicidade comercial, com 52, e tratamento jornalístico das candidaturas. Só numa semana, a CNE registou mais 58 queixas.

São sobretudo os cidadãos que avançam com estes processos junto da CNE (166). Mas também deram entrada 66 queixas do PSD, 31 do PS, 23 de órgãos das autarquias locais, 22 de coligações de partidos e 21 da CDU. Há ainda 76 queixas de outras entidades e partidos.

A CNE já deixou 67 recomendações e advertências, pediu 54 pareceres e esclarecimentos, abriu 31 processos de contraordenação, remeteu 23 queixas para entidades competentes e promoveu a injunção em 59 casos. Oito queixas foram enviadas para o Ministério Público e 22 foram arquivadas.

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Ministro da Saúde reúne-se com enfermeiros em greve

  • Lusa e ECO
  • 12 Setembro 2017

O primeiro-ministro esteve reunido com o ministro da Saúde. António Costa ajudou Adalberto Campos Fernandes a preparar-se para uma reunião com os enfermeiros, que estão em greve até sexta-feira.

O primeiro-ministro esteve em São Bento reunido com o ministro da Saúde a preparar uma reunião que Adalberto Campos Fernandes terá esta terça-feira com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Os enfermeiros estão em greve até sexta-feira, contra a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de atualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira.

Fonte oficial do Executivo disse à Lusa que António Costa e o titular da pasta da Saúde estiveram reunidos no final do Conselho de Ministros Extraordinário, que também teve lugar em São Bento e que foi dedicado exclusivamente ao tema das opções estratégicas de Portugal para os quadros comunitários de apoio na próxima década.

Esta reunião entre o líder do Executivo e o ministro da Saúde, depois de um dia de greve nacional dos enfermeiros, levou António Costa a cancelar a sua presença, na qualidade de secretário-geral do PS, numa ação de campanha de apoio à reeleição do atual presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, André Rijo.

Foi na segunda-feira que os enfermeiros iniciaram uma greve de cinco dias, marcada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE), que decorrerá até sexta-feira, contra a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de atualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira.

Estes profissionais reclamam ainda a aplicação do regime das 35 horas semanais de trabalho a todos os enfermeiros. José Correia Azevedo, presidente do Sindicato dos Enfermeiros, avisa, numa entrevista ao jornal i, que “se não tirarem as faltas, há outra greve” e acusa o ministro da Saúde de estar “a fazer as coisas de forma muito desonesta”. Segundo o presidente, os serviços mais afetados pelo primeiro dia de greve foram os blocos cirúrgicos e as consultas, com a adesão a rondar os 85% a nível nacional.

Segundo o DN, foram mais de 14 mil os enfermeiros que optaram por sair do país desde 2010. Em Portugal, estes profissionais têm rendimentos brutos anuais de perto de 16.800 euros, enquanto, no Reino Unido, recebem pelo menos 28.965 euros, um valor que vai aumentando conforme os anos de experiência.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Os holofotes dos mercados recaem sobre a banca. A Fosun reforçou a participação no BCP e o Montepio Geral sai esta terça-feira do PSI-20.

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o Montepio Geral dita a retirada do banco da bolsa nacional na próxima sexta-feira e do PSI-20 já esta terça. Paralelamente, o reforço da posição da Fosun no BCP poderá influenciar a confiança dos acionistas no banco de Nuno Amado. O Banco de Portugal lança estatísticas que abrangem todas as instituições financeiras monetárias do país. A OPEP faz o balanço dos preços do petróleo no último mês, depois dos furacões invadirem os EUA. Numa nota mais positiva, a maior economia do mundo recebe o novo produto da gigante tecnológica Apple: o novo iPhone.

Há reviravoltas na bolsa. Montepio e BCP ao leme

A Associação Mutualista comprou 98,28% do fundo do Montepio Geral. A Euronext irá desvincular o fundo das unidades de participação do Montepio Geral já nesta terça-feira e o Montepio sairá de bolsa na próxima sexta, abrindo a porta aos acionistas da economia social. O BCP tem somado perdas na bolsa nacional. Esta segunda-feira fechou o dia com uma queda de 4,63%, depois de acumular perdas de 6,53% na semana passada. Contudo, já depois do fecho, o banco de Nuno Amado anunciou um reforço da participação da chinesa Fosun. O presidente executivo acredita que este reforço “demonstra confiança no caminho do BCP”. Resta saber se o sentimento de confiança contagiará os investidores.

O Banco de Portugal faz as contas às instituições

O banco central nacional divulga as estatísticas das instituições financeiras monetárias relativas ao segundo trimestre. Os números mostram a evolução dos empréstimos e dos depósitos em Portugal. Estes dados são conhecidos dias após o anúncio do lançamento de uma plataforma de gestão comum de créditos malparados, que estará em funcionamento a partir do próximo ano. As três maiores instituições financeiras nacionais juntam-se para maximizar a eficiência e serão acompanhadas pelo Governo e pelo próprio Banco de Portugal.

Depois da tempestade, vem o relatório do crude

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) revela esta terça-feira o relatório mensal do mercado do petróleo. O furacão fez levantar os preços desta matéria-prima (entre outras) mas, chegado aos EUA, a devastação foi menor do que se esperava. Contudo, o Harvey já tinha feito estragos: atingiu as principais refinarias norte-americanas e catapultou os preços da gasolina para um pico de dois anos no país. Em Portugal, foram as energéticas a travar as perdas da bolsa esta segunda-feira, com a Galp Energia, que avançou 1,43%, seguindo-se a EDP (1,35%), a REN (0,90%) e a EDP Renováveis (0,63%).

“Está lá?” — Não, está aqui. Chega o novo iPhone

A Apple vai apresentar esta terça-feira os novos modelos do produto bandeira da tecnológica, o iPhone. Deverão chamar-se “iPhone 8”, “iPhone 8 Plus” e “iPhone X”, e a Bloomberg fala em “mudança” na forma como se utiliza o telemóvel. Este lançamento marca uma década do aparelho. A empresa mais valiosa do mundo tenta assim continuar a surpreender os consumidores — e os investidores — pela positiva.

O que pesa na carteira dos portugueses?

O Instituto Nacional de Estatística vai revelar o índice de preços do consumidor no mês de agosto, referente a Portugal. Na Europa, o índice de preços do consumidor subiu dos 1,3% em julho para 1,5% em agosto, indica a estimativa rápida do Eurostat. Isto, tendo em conta os preços da energia, que escalaram 4% no mês passado. Contudo, estes preços não são habitualmente incluídos na equação dada a sua volatilidade, o que deixa a inflação subjacente nos 1,3% — o número que pesa em termos da política monetária a ser seguida pelo banco central europeu.

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BCP acusa Banco de Portugal de distorcer concorrência e de “flagrante” violação da lei e das regras

O ECO teve acesso ao processo em que o BCP acusa o Banco de Portugal de violar várias leis. Em causa, a forma escolhida de vender o Novo Banco e a garantia do Fundo de Resolução.

Nuno Amado, presidente do BCP.Paula Nunes / ECO

Deu entrada na semana passada, no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, uma ação em que o Banco Comercial Português (BCP) acusa o Banco de Portugal, enquanto autoridade de resolução, de proceder à venda do Novo Banco de forma “ilegal e injusta”, recorrendo a um mecanismo de capitalização contingente que é “flagrantemente violador das regras de concorrência”.

O ECO teve acesso à ação administrativa, que vai com o carimbo da sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, e que chega ao Tribunal carregada de adjetivos: “inaceitável”, “ilegal”, “injusta”, “pesadíssima” e com acusações de violações de dezenas de leis nacionais e europeias e de quase dez princípios que são protegidos pela Constituição.

Tudo começa com um comunicado do Banco de Portugal, com a data de 31 de março, em que o regulador anunciou ter chegado a acordo com o Lone Star para a venda de 75% do capital do Novo Banco. No documento é também anunciado um mecanismo de capitalização contingente, a ser financiado pelo Fundo de Resolução, para cobrir perdas de até 3,9 mil milhões de euros que os norte-americanos possam a vir a ter com a venda de ativos abaixo do valor a que estão registados no balanço.

O BCP sublinha várias vezes que não está contra a venda do Novo Banco, mas sim contra o mecanismo de capitalização contingente que é financiado com contribuições do setor bancário, incluindo naturalmente do próprio BCP. Como tal, a instituição liderada por Nuno Amado revela que tomou a decisão — “não de ânimo leve” — de pedir “a nulidade ou a anulação do ato administrativo” relatado no comunicado de 31 de março do Banco de Portugal a anunciar a venda do Novo Banco. Resumindo, não é contra a venda, mas está contra a forma como a venda é suportada num ato que classifica de ilegal e que está a impugnar, pretendendo que todo o processo seja declarado nulo.

A ação administrativa, com mais de 130 páginas e vários anexos, é uma espécie de tiro ao alvo à instituição liderada por Carlos Costa. Começa por queixar-se de falta de informação (os fundamentos e as deliberações que levaram à escolha do Lone Star) que foi pedida ao Banco Central em abril e até ao final da semana passada não tinha chegado.

O BCP deita mãos a um sem número de argumentos jurídicos para tentar travar o compromisso da capitalização contingente, mas o principal é este: “à luz da lei europeia, como da ordem jurídica nacional, o Fundo de Resolução apenas pode utilizar os recursos financeiros ao seu dispor aquando e para efeitos da aplicação de um instrumento de resolução”. Como esta venda não envolve um processo de resolução, o BCP considera que o Fundo de Resolução não tem nenhuma obrigação de estar a financiar uma instituição que, ademais, é um ‘player’ concorrente.

Quase duas mãos cheias de alegadas violações à Lei Fundamental

O BCP invoca vários alegados vícios formais e de violação da lei e defende que a decisão de colocar o Fundo de Resolução a financiar o ‘side bank’ do Novo Banco/Lone Star viola vários princípios da Constituição:

  • Princípio da proporcionalidade;
  • Princípio da proporcionalidade na vertente da adequação;
  • Princípio da proporcionalidade na vertente da necessidade;
  • Princípio da proporcionalidade na vertente da proibição do excesso;
  • Princípio da segurança jurídica na vertente de tutela da confiança;
  • Princípio da segurança jurídica na vertente de tutela da propriedade privada;
  • Princípio da igualdade;
  • Princípio da proporcionalidade da justiça.

Além disso, considera que a “responsabilidade assumida pelo Fundo de Resolução e pelos bancos distorce ainda a concorrência, violando as regras europeias e nacionais”. E conclui com a tese principal da acusação: “o procedimento que conduziu à seleção da Lone Star para comprador do Novo Banco foi ilegal”.

BCP relembra o princípio do ‘no creditor worse off

Além de acusar o Banco de Portugal de “violação do direito à informação”, o banco presidido por Nuno Amado alega que os bancos, que legalmente são os financiadores do Fundo de Resolução, “foram deixados completamente de fora de todo o processo de tomada das decisões ora impugnadas”.

Além de invocarem a forma — o “desrespeito da garantia constitucional de participação dos interessados nas decisões que lhes dizem respeito”, — os advogados do BCP argumentam que a decisão anunciada a 31 de março está ferida de ilegalidade em termos de conteúdo.

Afirmam que “a lei não admite uma exigência de apoio financeiro por parte do Fundo de Resolução” já depois de vendido o Novo Banco. Recorde-se que a garantia de 3,9 mil milhões de euros terá uma duração de oito anos após a venda do Novo Banco. “Em teoria, isso só seria porventura concebível se se aplicasse formalmente uma medida de resolução, desta feita ao Novo Banco”.

O Novo Banco nasceu, ele próprio, de uma resolução do Banco Espírito Santo (BES) e o que o BCP vem colocar em cima da mesa é uma nova resolução, desta feita do Novo Banco.

A decisão do Banco de Portugal e do seu governador, garante o BCP, também viola o princípio das regras bancárias do ‘no creditor worse off’, ou seja, “nenhum acionista ou credor da instituição de crédito objeto de resolução pode suportar um prejuízo superior ao que suportaria caso essa instituição tivesse entrado em liquidação”. Ora, lembram os advogados, “a opção de liquidação não comportaria custos adicionais para o Fundo de Resolução”.

Máquina de calcular: Prejuízo = 1,9 mil milhões + 831 milhões

A ação administrativa também dedica várias dezenas de páginas ao que chama de “distorção das regras de concorrência”, reclamando que as “decisões impugnadas visariam impor ao Fundo de Resolução, e indiretamente aos bancos, que financiassem uma instituição de crédito sua concorrente, cuja viabilidade não está demonstrada na ausência desse mecanismo”.

Depois, o BCP, que garante que o mecanismo de capitalização contingente é “flagrantemente violador das regras de concorrência”, deita mão à máquina de calcular para determinar o impacto que tal “ajuda” teria nas suas contas.

Conclui que a média (entre 2013 e 2016) das contribuições que suporta para o Fundo de Resolução ronda os 21,4% e relembra os 4,9 mil milhões que já foram injetados em 2014 no BES e os 3,9 mil milhões do mecanismo contingente do Novo Banco, para garantir que “é fácil perceber a dimensão dos estragos” para o BCP: 1,9 mil milhões no passado e mais 831 milhões por causa da capitalização contingente.

O banco coloca estes últimos 831 milhões de euros em perspetiva para esclarecer que representam 28% do valor de mercado do banco, ou 63% se se considerar igualmente a injeção de agosto de 2014.

No capítulo dedicado à capitalização contingente, o BCP até faz uma proposta que passaria por dar aos restantes bancos do sistema o direito de preferência quando o Lone Star decidisse alienar os ativos do chamado ‘side bank’, o que para os advogados permitiria compensar financeiramente os outros ‘players’ de uma eventual venda desses bens ao desbarato. Aliás, neste contexto, o banco recorre à teoria económica do “moral hazard” (risco moral).

“Um banco que se não mostra comercialmente viável”. Porque não uma nova resolução?

O BCP não é meigo na escolha das palavras para com o seu concorrente, e argumenta que este mecanismo corresponde a injetar dinheiro durante 8 anos para garantir “a sobrevivência de um banco que se não mostra comercialmente viável, no sentido de que não logrou, sem essa proteção, gerar ou atrair capital privado para assegurar suficientemente por essa via o cumprimento dos mínimos regulamentares a que está obrigado”.

Mais à frente na ação, sugere uma outra alternativa que seria a “promoção de uma outra decisão de resolução do Novo Banco”, que já poderia vir a contar com a ajuda do Fundo Único de Resolução europeu, fazendo naturalmente o ‘bail-in’ do banco.

A ação administrativa termina com mais duas críticas ao Banco de Portugal, que por um lado terá contribuído para a violação do princípio da tutela da confiança porque “criou a confiança na inexistência de solicitações adicionais de apoio financeiros ao Fundo de Resolução”, criticando ainda a forma como foram escolhidos os potenciais compradores do Novo Banco, por convite, “mostrando-se contrária às exigências legais de transparência e tratamento equitativo de todos os interessados”.

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Irma mais calma, Pyongyang também: Wall Street alegra-se

  • Marta Santos Silva
  • 11 Setembro 2017

A bolsa de Nova Iorque fechou perto de recordes, com os principais indicadores a mostrar uma subida acentuada, e até o dólar ganhou em relação ao euro, com a confiança recuperada dos investidores.

As bolsas norte-americanas recuperaram substancialmente esta segunda-feira com uma subida forte nos três principais indicadores, agora que o furacão Irma se mostrou, embora destruidor, menos impactante do que as expectativas mostravam, e as tensões começam a acalmar entre Washington D.C. e Pyongyang.

O principal índice norte-americano S&P 500 subiu 1,08% para chegar aos 2.488,11 pontos, aproximando-se de um recorde, e os índices industrial e tecnológico Dow Jones e Nasdaq não lhe ficaram atrás. O primeiro subiu 1,19% para os 22.057,37 pontos e o segundo 1,13% para chegar aos 6.432,27 pontos.

A redução do risco graças a uma redução das invetivas norte-coreanas com novos testes de mísseis deu uma nova segurança aos investidores, que voltaram a apostar na bolsa após um longo período de grande tensão.

“O melhor ambiente de risco também viu os títulos do Tesouro norte-americanos subirem de valor enquanto o yen recuou”, explicou à Bloomberg o analista Chris Scicluna, da Daiwa Capital Markets em Londres. Também o Irma, por sua vez, “não foi tão catastrófico como se temia na semana passada”.

Até o dólar ganhou em relação ao euro. À hora do fecho da bolsa norte-americana, o euro perdia 0,7% para o dólar, para valer 1,19 dólares.

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Plataforma de gestão comum do malparado arranca em 2018

  • Lusa
  • 11 Setembro 2017

A intervenção do Estado passará pela Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), que fará a canalização de fundos vindos não da banca mas de investidores institucionais, com recurso a privados.

O Governo espera que a plataforma de gestão comum de créditos malparados, que será constituída pelas três maiores instituições financeiras, esteja em funcionamento “no início do próximo ano”. O secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, disse esta segunda-feria num encontro com jornalistas no Ministério das Finanças, em Lisboa, que “são os bancos que estão a tratar” de operacionalizar esta solução e que “o Governo acompanha de perto, tal como o Banco de Portugal”.

Nesta plataforma não há ‘bad banks’, os créditos continuam no balanço dos bancos, não existe nenhuma limpeza dos balanços, o que há é uma gestão mais eficiente.

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado das Finanças

O governante admitiu que “entre o final deste ano e o início do próximo” a plataforma esteja a operar, uma vez que, antes disso, ainda é preciso chegar a um acordo de princípio, definir quem gere este novo instrumento e quem são os representantes de cada banco. Sobre o caminho feito, Mourinho Félix disse que o grupo de trabalho constituído analisou uma série de soluções e que “a que prevaleceu foi a da plataforma” que passa por formar “um agrupamento complementar de empresas (ACE) constituído pelos bancos, que terá uma gestão comum e que fará a gestão de um conjunto de créditos”.

“Uma vez que a plataforma tenha uma quantidade de créditos suficientemente grande, qualquer banco que deseje aderir à plataforma ou entregar os créditos mesmo sem participar na sua gestão é livre de o fazer nas mesmas condições dos outros”, acrescentou o governante, adiantando que esta plataforma “fará uma gestão mais eficiente” dos créditos.

Na prática, “em vez de existirem três bancos a negociar com um determinado credor, cada um com o seu nível de imparização, (…) o que se pretende é que a gestão seja feita em conjunto”. Desta forma, “cada um dos bancos nuns créditos perde mas nos outros ganha”, pelo que a análise deixa de se fazer “crédito a crédito e passa a ser [em relação a] um agregado de créditos em que os bancos se sintam todos relativamente confortáveis”.

As perdas por imparidades ainda não assumidas são suportadas pelos bancos, não há participação do dinheiro público.

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado das Finanças

O secretário de Estado disse que esta solução “demorou tanto tempo” a ser definida porque, “para fazer uma plataforma deste tipo, é preciso que os bancos tenham capital para assumir as imparidades” e, “se uma boa parte dos créditos estiverem registados num valor acima do valor de mercado, é impossível fazer qualquer negociação”.

Esta plataforma irá “olhar para as empresas e perceber quais as que são economicamente viáveis e quais as que, não tendo viabilidade económica, pouco mais há fazer do que liquidá-las e recuperar o máximo de colaterais”, referiu Mourinho Félix, considerando que “é muito importante que a plataforma faça essa avaliação para se concentrar nas viáveis”.

Isto porque, quando se reestrutura uma empresa, ela passa a ter um menor nível de endividamento, mas continua a precisar de financiamento para operar. Só que “todas as empresas que têm créditos malparados estão marcadas nos bancos como empresas a quem todo o crédito que for dado é considerado por pelo menos dois anos como crédito em risco”, o que lhes dificulta o acesso a financiamento.

A ideia é que “em vez de esses fundos serem aportados pelo sistema bancário (…), haja fundos que venham de fora“, ou seja, “conseguir juntar fundos vindos de instituições multilaterais, como o Banco Europeu de Investimento (BEI) ou o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD)”, com recurso a investidores privados, tendo a IFD “um papel na canalização desses fundos”.

O governante garantiu que esta solução não contempla a criação do chamado ‘bad bank’ (banco mau): “Nesta plataforma não há ‘bad banks’, os créditos continuam no balanço dos bancos, não existe nenhuma limpeza dos balanços, o que há é uma gestão mais eficiente. E as perdas por imparidades ainda não assumidas são suportadas pelos bancos, não há participação do dinheiro público”. Ricardo Mourinho Félix afirmou que o problema do crédito malparado “não vai ser [resolvido] num ano nem em dois” e que “demorará algum tempo”, defendendo que, neste caso, “a velocidade mais rápida não é a melhor velocidade”.

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Entrar na universidade e ganhar uma conta sem comissões

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Setembro 2017

Com a responsabilidade de gerir o orçamento mensal a passar para as mãos dos jovens universitários, quais são as contas que oferecem condições especiais?

Se os hábitos de poupança devem começar nos primeiros anos de vida, a entrada na faculdade não é motivo para interromper essa boa prática.D.R.

A hora de entrar para a faculdade é também, para muitos, o primeiro momento de independência financeira. Com a maioria dos jovens a saírem de casa dos pais para viverem sozinhos, a responsabilidade de gerir o dinheiro mensalmente passa para as suas mãos inexperientes.

Ainda que muitos comecem esta fase com uma conta especial para jovens, alguns bancos a operar em Portugal oferecem contas só para universitários, com condições à medida. Entre Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco, destaca-se a isenção de anuidade dos cartões de débito associados às contas à ordem, bem como de comissões de manutenção de conta, os elementos que definem a relação básica entre banco e cliente. No caso das contas a prazo, as taxas de remuneração divergem entre 0,05% e 0,10%.

Santander Totta – Conta 4U

O Santander Totta é o parceiro oficial de algumas instituições de ensino superior em Portugal, pelo que, assim que formalizam a matrícula, os estudantes ficam vinculados ao banco através do cartão de estudante. A partir daí, é possível abrir conta a prazo, beneficiando assim das condições 4U, entre as quais, o cartão 4U, a conta 4U e a Poupança Universitário.

O Santander Totta oferece várias soluções para universitários.Santander Totta

A conta 4U é uma conta à ordem exclusiva para estudantes universitários com idade entre os 17 e os 25 anos, que pode ser aberta com um depósito inicial de apenas cinco euros. As transferências nacionais e SEPA — entre países da União Europeia — são gratuitas e a conta está isenta de comissões de manutenção.

Associada a esta conta estará o cartão 4U, um cartão de débito das redes Mastercard e Multibanco sem anuidade que inclui um seguro de proteção contra assaltos, que cobre até 200 euros por ocorrência.

E se a poupança deve começar logo nos primeiros anos de vida, não é na academia que o hábito deve ficar para trás. O Santander Totta também disponibiliza uma conta poupança especial para universitários, com uma taxa de remuneração em linha com a praticada em Portugal: 0,10% de taxa anual nominal bruta, que em termos líquidos corresponde a uma taxa de 0,072%.

Esta conta, que oficialmente se chama “Poupança Universitário”, tem um prazo de 12 meses e destina-se a montantes entre um mínimo de 500 euros e um máximo de dez mil euros. O primeiro depósito não tem de ser superior a 25 euros e, para além de ser possível mobilizar o total ou uma parte do saldo a qualquer momento, os reforços mínimos são de cinco euros.

Caixa Geral de Depósitos – Cartão IU

Tal como acontece no Santander Totta, a Caixa Geral de Depósitos tem um protocolo de colaboração com algumas universidades e politécnicos, sendo esta a instituição que providencia os cartões de estudante. No entanto, tal como acontece no banco espanhol, qualquer estudante do ensino superior poderá aceder às condições especiais.

Assim, para além do cartão de identificação, os estudantes universitários que optem pela CGD podem utilizar o cartão IU como cartão de débito habitual, sendo este isento de anuidade e permitindo uma cobertura de proteção contra gastos abusivos. Associado a este cartão poderá estar qualquer uma das contas da CGD

O Cartão IU oferece várias vantagens aos estudantes universitáriosCGD

Aliás, ter a conta associada a um cartão IU é uma das únicas maneiras de contornar as alterações ao preçário que entraram em vigor no início deste mês de setembro. O banco estatal reduziu os casos em que as contas estariam isentas de comissões de manutenção, mantendo-se, no entanto, a isenção das contas associadas a cartões de estudante universitário.

Se a CGD não tem uma solução à ordem especial para estudantes universitários, a instituição bancária liderada por Paulo Macedo oferece condições especiais nos depósitos a prazo. Através da “Conta Poupança Superior”, os estudantes do ensino superior podem aplicar a suas poupanças a uma taxa de remuneração de 0,05%, em termos brutos, ou 0,036% em termos líquidos.

Esta conta poupança tem o prazo de 181 dias, ou seja, seis meses, sendo possível efetuar reforços ou mobilizar antecipadamente uma parte ou o total do capital depositado. Para começar a poupar com esta solução da CGD o montante mínimo a aplicar é de dez euros.

Novo Banco – Conta NBup

Ainda que ofereça uma conta especial para os estudantes do ensino superior, o banco liderado por António Ramalho não é parceiro de nenhuma instituição. Assim, os estudantes do ensino superior entre os 18 e os 30 anos, residentes ou não residentes no nosso país, podem beneficiar da conta NBup, sem despesas de manutenção e com um montante mínimo de abertura de 25 euros, o mais alto entre os três bancos.

Associados a esta conta podem estar dois tipos de cartão: débito e crédito, ambos com anuidades gratuitas. O primeiro será o cartão de débito NB, enquanto o segundo é o NB Verde, um cartão de crédito com TAEG de 10,3% à TAN de 8,500%.

Dos três bancos com soluções para universitários, o Novo Banco é o único que não disponibiliza uma conta poupança. Em vez disso, os jovens são aconselhados a escolher uma das opções de poupança comuns a todos os clientes, como é o caso da “Micro Poupança”, da “Conta Poupança Programada” ou da “DP NBnet”. No primeiro caso, os pagamentos realizados através da conta à ordem são arredondados pelo valor decidido pelo cliente, com esse montante a reverter para uma conta poupança à escolha.

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Nuno Amado: “Reforço da Fosun demonstra confiança no caminho do BCP”

  • Lusa
  • 11 Setembro 2017

Presidente do BCP destaca reforço da participação do grupo chinês e considera que este é reflexo da confiança no caminho percorrido pelo banco.

O presidente executivo do BCP, Nuno Amado, destacou o reforço da participação que o grupo chinês Fosun detém no banco, hoje anunciado, considerando que reflete a confiança no caminho que está a ser percorrido pela instituição.

“Este reforço está alinhado com o interesse estratégico que a Fosun oportunamente comunicou ao mercado e demonstra a confiança no caminho que está a ser prosseguido pelo Millennium bcp”, considerou o gestor numa nota escrita enviada à Lusa.

Segundo Nuno Amado, o aumento da participação da Fosun, que passou a deter mais de 25% do capital social do banco, reforçando o estatuto de maior acionista, “reflete o desempenho económico-financeiro do banco, incluindo a robustez do modelo de negócio e a redução dos NPEs [ativos problemáticos]”.

E acrescentou: “Redução essa que está a decorrer a um ritmo mais intenso do que o apresentado ao mercado e aos supervisores. Isto confirma a continuada confiança de todos, investidores e reguladores na estratégia apresentada e na execução da mesma”.

A Chiado, filial do grupo Fosun, anunciou hoje que passou a deter uma participação de 25,16% no capital social do BCP, na sequência de transações de títulos efetuadas a 8 de setembro. A filial do grupo Fosun detinha 23,92% do capital social do BCP, registando-se um aumento de 1,24 pontos percentuais.

Paralelamente, foi também hoje anunciado que o Norges Bank passou a deter uma participação de 2,544% do capital social do BCP, na sequência de transações efetuadas igualmente no dia 08 de setembro.

O Banco Central da Noruega detinha 2,541% do capital social do BCP, registando-se um aumento de 0,003 pontos percentuais.

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Tomás Correia: “País precisa de grupo financeiro social forte”

O presidente da associação mutualista diz que a retirada de bolsa dos títulos do Montepio é um passo importante para permitir criar um grupo financeiro da economia social muito forte.

A Oferta Público de Aquisição (OPA) da Associação Mutualista sobre o Montepio terminou e com sucesso. A entidade liderada por Tomás Correia conseguiu adquirir o número suficiente de títulos para conseguir retirar o Montepio de bolsa. O presidente da Associação Mutualista diz-se satisfeito com o resultado desta operação que considera ser “um passo importante” para que o processo para a criação de um grupo financeiro da economia social “muito forte” seja criado.

“Esta aquisição das unidades de participação, naturalmente, vai permitir que o Montepio Associação Mutualista tome um conjunto de medidas, que negoceie com os diversos parceiros da economia social que queiram participar neste projeto de uma forma emocionalmente forte e bem determinada”, afirmou Tomás Correia aquando da apresentação dos resultados da OPA ao Montepio Geral, que decorreu em sessão especial de bolsa na Euronext Lisboa. Nesta operação, a Associação Mutualista ficou com 99,7% do banco Montepio.

Veja o vídeo com alguns dos principais pontos de interesse da declaração de Tomás Correia.

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Governo protege depositantes e pressiona obrigacionistas do Novo Banco

O Governo aumentou a proteção dos depositantes bancários num momento em que os fundos têm uma oferta para venderem as obrigações do Novo Banco. Pressão aumenta.

O Governo quer proteger todos os depositantes no caso de uma resolução ou liquidação de um banco. A informação foi avançada pelo secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, num encontro com jornalistas, realizado esta segunda-feira. Mas o timing da medida não é indiferente: está ligado ao dossiê Novo Banco, sabe o ECO.

Segundo explicou Mourinho Félix, o objetivo da nova legislação será dar um grau de proteção maior aos grandes depositantes do que aquele de que beneficiam neste momento, contam o Expresso e o Jornal de Negócios.

Quando há uma liquidação de um banco, ou uma resolução, só os depósitos dos particulares e das pequenas e médias empresas até 100 mil euros estão totalmente garantidos. Deste montante em diante, os particulares e as PME beneficiam de maior proteção do que os restantes depositantes, acionistas e obrigacionistas — o que quer dizer que são os primeiros a ser ressarcidos, ou os últimos a sofrerem perdas.

O que o Executivo quer agora fazer é alargar esta proteção também aos grandes depositantes, tornando, comparativamente, os ativos dos obrigacionistas e acionistas mais arriscados e os primeiros a serem chamados em caso de resolução. A iniciativa partiu de uma proposta do Banco de Portugal, tal como já tinha revelado o Expresso.

Esta diferenciação positiva dos grandes depositantes já acontece em países como a Itália e a Alemanha, e o governante justificou o timing da operação com a “relativa acalmia” que vive o sistema financeiro, conforme cita o Expresso. Mas o ECO sabe que a medida está a ser tomada — e que o Executivo gostaria que chegasse rapidamente ao terreno — por causa do dossiê Novo Banco.

Para concretizar a venda do banco, é preciso que os obrigacionistas seniores aceitem trocar os seus ativos por depósitos, assumindo perdas. Caso esta operação não seja concluída, e a venda acabe por cair, o banco pode seguir para resolução, num processo liderado pela autoridade europeia de resolução, ou para liquidação. Ora, o Executivo está a jogar por antecipação, procurando uma forma de as empresas e outros grandes depositantes correrem menos riscos caso o cenário de fracasso da venda acabe por se concretizar, explicou uma fonte ao ECO.

Em simultâneo, esta medida funciona como pressão sobre os obrigacionistas seniores que estão confrontados com oferta de troca: se recusarem, sabem que enquanto obrigacionistas terão um grau de proteção inferior ao dos grandes depositantes — ao contrário do que acontece ainda atualmente; pelo contrário, se aceitarem a troca, passam a ser detentores de depósitos e sabem que passam a estar mais protegidos.

Como o ECO revelou esta segunda-feira, o Novo Banco tinha uma “cenoura” na oferta de recompra de dívida sénior: depósitos e juros elevados. Mas não foram as taxas de 3%, 5% ou 6% que conseguiram convencer à primeira os investidores a trocarem as obrigações do banco liderado por António Ramalho que têm no seu portefólio. Das 36 linhas, mais de dez oferecem depósitos a prazo com juros superiores a 1%. Mas, destas séries, apenas algumas conseguiram a aprovação na primeira convocatória. Agora, os investidores terão outra oportunidade de aceitar a oferta numa segunda ronda, no final do mês, ou até dia 2 de outubro, altura em que esgota o prazo de aceitação da oferta. E aí se saberá se a troca de obrigações – uma condição essencial para a venda do Novo Banco ao fundo Lone Star – vai ser concluída com sucesso.

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Ministros debateram “o Portugal que queremos ser” até 2030

  • Marta Santos Silva
  • 11 Setembro 2017

O ministro Pedro Marques explicou que os ministros começaram a delinear o caminho da sustentabilidade que se pretende para a próxima década, e que o debate vai ser aberto à sociedade em setembro.

Para o ministro do Planeamento Pedro Marques, o futuro de Portugal até 2030 começou a discutir-se esta segunda-feira num Conselho de Ministros que durou todo o dia, desde as 9h30 da manhã até ao final da tarde, mas este é apenas o princípio. “Avançamos agora ao longo do mês de setembro, adequado para fazer estas reflexões”, para começar a criar um debate na sociedade, junto das empresas e, já amanhã, junto do Conselho Económico e Social (CES).

Sobre uma aproximação ao PSD que para já parece difícil, de maneira a construir consensos para o próximo quadro comunitário de apoio após o final do Portugal 2020, Pedro Marques disse ser ainda cedo.

“Estamos no princípio de um debate”, disse aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro. “A consensualização não se faz no mês das autárquicas. Mas o caminho para os consensos é possível e desejável”, acrescentou.

Foi a primeira reunião do Governo para discutir o próximo quadro comunitário de apoio após o final do programa Portugal 2020. Fonte do Executivo garantira à Lusa que seria apenas “uma reunião de reflexão e não de deliberação”, algo que o ministro Pedro Marques corroborou na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro. O documento resultante da reunião, explicou, “é de abertura de debate. (…) É um documento base, com que o Governo abre e não fecha a reflexão”, afirmou.

Quem será consultado para criar um consenso nacional? Os partidos, mais tarde, após as autárquicas, mas também outras organizações e setores sociais. Começa amanhã, no Conselho Económico e Social, e os debates continuarão, seja junto das universidades sobre o conhecimento e inovação, seja junto das empresas sobre o crescimento, seja até sobre a “sustentabilidade demográfica”, acrescentou o ministro. Tudo isto para, em 2018, Portugal levar uma posição mais consolidada aos debates europeus sobre a próxima década de apoios.

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