Risco da dívida do Novo Banco volta a disparar. Taxa supera 16%
Obrigações seniores do Novo Banco têm pior semana em cerca de um ano, com o risco destes títulos a disparar para máximos de dois meses perante ameaça de incumprimento parcial com venda ao Lone Star.
Desconfiança, incerteza e indefinição. É cada vez maior o prémio de risco que os investidores estão a exigir para deter obrigações seniores do Novo Banco, isto depois de o Banco de Portugal ter anunciado na semana passada que os obrigacionistas seniores vão ser chamados a participar, de forma voluntária, numa troca de dívida por outros títulos que comportam mais risco porque vão servir para reforçar o capital da instituição vendida ao Lone Star. Para a Moody’s, há riscos de perdas para os credores com esta operação.
As obrigações seniores vão a caminho da pior semana em cerca de um ano. Desvalorizam mais de 11% (mais de 10 euros) desde a última sexta-feira, dia em que se ficou a saber que os obrigacionistas seniores do Novo Banco deverão participar na troca de dívida para que a venda do banco de transição ao fundo norte-americano seja concluída.
Colocando as coisas de outra perspetiva: a taxa de juro associada a estes títulos de dívida está a disparar esta semana e já supera os 16% — a título comparativo, a taxa de juro da República com a mesma maturidade está nos 2,229%. É o nível mais elevado desde fevereiro, refletindo a crescente incerteza em torno da capacidade de reembolso total destas obrigações.
Risco das obrigações seniores dispara
Em causa está uma oferta “voluntária” de troca de obrigações seniores por outro tipo de títulos com maior nível de subordinação que permita reforçar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros, sendo uma das condições determinantes para evitar outros cenários como a liquidação da instituição.
A Moody’s, que esta quarta-feira baixou o rating destas obrigações para “Caa2”, com elevado risco de crédito, alertou para os riscos de perdas para os investidores que apostem nestes títulos.
"O downgrade do rating da dívida sénior está sob revisão de mais agravamentos e reflete a expectativa de perdas que os obrigacionistas seniores do Novo Banco deverão enfrentar [com a troca de obrigações]”
“A agência de rating considera esta oferta como uma troca problemática que será realizada como forma de evitar a liquidação do Novo Banco e conclusão do processo de venda”, acrescentou ainda.
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