Risco da dívida do Novo Banco volta a disparar. Taxa supera 16%

Obrigações seniores do Novo Banco têm pior semana em cerca de um ano, com o risco destes títulos a disparar para máximos de dois meses perante ameaça de incumprimento parcial com venda ao Lone Star.

Desconfiança, incerteza e indefinição. É cada vez maior o prémio de risco que os investidores estão a exigir para deter obrigações seniores do Novo Banco, isto depois de o Banco de Portugal ter anunciado na semana passada que os obrigacionistas seniores vão ser chamados a participar, de forma voluntária, numa troca de dívida por outros títulos que comportam mais risco porque vão servir para reforçar o capital da instituição vendida ao Lone Star. Para a Moody’s, há riscos de perdas para os credores com esta operação.

As obrigações seniores vão a caminho da pior semana em cerca de um ano. Desvalorizam mais de 11% (mais de 10 euros) desde a última sexta-feira, dia em que se ficou a saber que os obrigacionistas seniores do Novo Banco deverão participar na troca de dívida para que a venda do banco de transição ao fundo norte-americano seja concluída.

Colocando as coisas de outra perspetiva: a taxa de juro associada a estes títulos de dívida está a disparar esta semana e já supera os 16% — a título comparativo, a taxa de juro da República com a mesma maturidade está nos 2,229%. É o nível mais elevado desde fevereiro, refletindo a crescente incerteza em torno da capacidade de reembolso total destas obrigações.

Risco das obrigações seniores dispara

Em causa está uma oferta “voluntária” de troca de obrigações seniores por outro tipo de títulos com maior nível de subordinação que permita reforçar o capital do Novo Banco em 500 milhões de euros, sendo uma das condições determinantes para evitar outros cenários como a liquidação da instituição.

A Moody’s, que esta quarta-feira baixou o rating destas obrigações para “Caa2”, com elevado risco de crédito, alertou para os riscos de perdas para os investidores que apostem nestes títulos.

"O downgrade do rating da dívida sénior está sob revisão de mais agravamentos e reflete a expectativa de perdas que os obrigacionistas seniores do Novo Banco deverão enfrentar [com a troca de obrigações]”

Moody's

Comunicado

“A agência de rating considera esta oferta como uma troca problemática que será realizada como forma de evitar a liquidação do Novo Banco e conclusão do processo de venda”, acrescentou ainda.

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Mão-de-obra em Portugal sobe acima da média mas é 6.º mais baixo da Zona Euro

  • Lusa
  • 6 Abril 2017

Custo da mão de obra em Portugal é, ainda assim, o 6º mais baixo da Zona Euro.

O custo horário da mão-de-obra em Portugal subiu 2,5% em 2016 face ao ano anterior, acima da média da União Europeia (1,6%), mas é o sexto mais baixo da Zona Euro, segundo dados divulgados pelo Eurostat.

De acordo com o gabinete oficial de estatísticas da UE, em 2016 os custos horários da mão-de-obra no conjunto das atividades económicas (excluindo agricultura e administração pública) fixaram-se em média nos 25,4 euros no conjunto dos 28 Estados-membros, mas com fortes variações, entre os 4,4 euros, na Bulgária, e os 42 euros na Dinamarca.

Portugal, com um custo de mão-de-obra de 13,70 euros – contra 13,40 em 2015, o que representa um crescimento de 2,5%, acima quer da média da UE, quer da zona euro (1,4%) -, situa-se no 19.º lugar entre os 28 Estados-membros, com o sexto valor mais baixo entre os países do espaço monetário único (apenas à frente de Malta, Estónia, Eslováquia, Letónia e Lituânia).

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Depois de ‘copos e mulheres’, Eurogrupo reúne-se amanhã

  • Lusa
  • 6 Abril 2017

Ministros das Finanças reúnem-se na sexta-feira em Malta com o problema do crédito malparado e a situação da Grécia na agenda. É a primeira reunião após declarações de Dijsselbloem.

Jeroen Dijsselbloem continua sob críticas na sequência da entrevista ao jornal Frankfurter Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do Sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o que motivou vários pedidos de demissão.

O presidente do Eurogrupo foi criticado também por não se ter disponibilizado a participar esta semana num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre o programa de assistência à Grécia.

A situação na Grécia será, precisamente, um dos temas quentes em cima da mesa no Eurogrupo: em discussão vai estar o pacote global de políticas que o país terá de aplicar para concluir a segunda revisão do programa de ajustamento, e que inclui reformas no mercado de trabalho e do setor da energia, bem como o objetivo de reequilíbrio das finanças públicas do país a médio prazo (em 2018 e nos anos seguintes).

Os ministros das Finanças da Zona Euro vão também ser informados das conclusões preliminares da segunda missão de supervisão pós-programa de ajustamento a Chipre, que decorreu no final de março.

Esta será também a primeira reunião dos governantes das Finanças da moeda única depois de ter sido tornado público que o ministro das Finanças português, Mário Centeno, foi sondado para presidir ao Eurogrupo.

No Eurogrupo participará, como é habitual, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e a presidente do Conselho de Supervisão da instituição monetária europeia, Danièle Nouy, que vai apresentar aos ministros as linhas orientadoras do banco central para resolver o problema do crédito malparado.

O crédito não performativo ou de rentabilidade duvidosa (NPL, na sigla em inglês) já representa mais de um bilião de euros na banca europeia, sendo que a Grécia, Chipre, Portugal e Itália são os países com maiores rácios de crédito vencido. No caso português, segundo dados do Banco de Portugal referentes a fevereiro, o rácio do crédito vencido nas empresas situou-se em 16,2% e nas famílias representou 5%.

A discussão do problema do malparado será depois alargada aos ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), que decorre na sexta-feira (depois do Eurogrupo) e no sábado em Valletta, capital de Malta, que tem a presidência rotativa da União Europeia (UE) e que lançou o repto para abordar a questão.

O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela estabilidade financeira, Valdis Dombrovskis, já se mostrou disponível para participar numa estratégia concertada para resolver o problema dos NPL.

A ligação entre a resolução dos NPL e os regimes de insolvência também será abordada, sendo que a discussão sobre o malparado será enquadrada pelo líder da divisão de assuntos financeiros na Direção-Geral do Tesouro, Corso Bavagnoli, que também está a liderar um grupo de trabalho sobre o malparado.

Mario Draghi e Vítor Constâncio, vice-presidente do BCE, marcarão presença no Ecofin de sexta-feira à tarde, dedicado ao problema dos NPL.

No sábado, os ministros das Finanças vão debater formas de incentivar o investimento no Norte de África discutir a estabilidade fiscal na UE.

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BPI ajuda CaixaBank a consolidar liderança ibérica

Jordi Gual, presidente do CaixaBank destaca a liderança ibérica do banco catalão após compra do BPI. Para Gual, a integração "criará valor de forma sustentável" para os acionistas e para o BPI.

A aquisição do BPI por parte do CaixaBank “completa a liderança ibérica” da instituição catalã e vai permitir manter níveis elevados de repartição de dividendos, acima dos 50% dos resultados. A afirmação é de Jordi Gual, presidente do CaixaBank e foi proferida hoje naquela que é a primeira assembleia geral de acionistas do banco liderada por Gual, segundo escreve o jornal espanhol Expansión.

A exemplo do que tem vindo a dizer sobre a aquisição do BPI, o presidente do CaixaBank explicou que o grupo financeiro é o primeiro banco ibérico em ativos e em volume de negócios, pelo que a integração do banco português “criará valor de forma sustentável” para os acionistas e para o BPI.

Gual afirmou ainda que o BPI, um banco que conhecem bem, desde há muitos anos “ajudará a criar valor e contribuirá para melhorar a rentabilidade de CaixaBank”.

O BPI é um banco bem gerido, conhecemo-lo muito bem, desde há muitos anos. Combinando o melhor de ambos, os clientes portugueses apreciarão a nossa proposta de valor, pelo que continuaremos a ganhar quota de mercado em Portugal

Jordi Gual

Presidente do CaixaBank

O BPI é um banco bem gerido, conhecemo-lo muito bem, desde há muitos anos. Combinando o melhor de ambos, os clientes portugueses apreciarão a nossa proposta de valor, pelo que continuaremos a ganhar quota de mercado em Portugal“, referiu.

Após a conclusão da OPA lançada sobre o BPI, o CaixaBank passou a deter 84,5% do capital do banco.

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Tem escudos? Europeus têm 15 mil milhões em moeda antiga

  • Marta Santos Silva
  • 6 Abril 2017

Os piores acumuladores são os alemães, que têm mais de seis mil milhões de euros em marcos guardados em casa, mas os portugueses também acumulam ainda 154,7 milhões de euros só em notas de escudo.

Luis Cardoso, proprietário de uma loja de artigos de decoração na rua Miguel Bombarda, no centro de Lisboa, mostra algumas notas do antigo escudo que ainda aceitava como moeda de troca dez anos após a entrada do Euro, em Lisboa, 29 de dezembro de 2011. ANDRE KOSTERS / LUSAANDRE KOSTERS / LUSA

Ainda tem algumas notas ou moedas de escudo guardadas em casa? Não está sozinho — antes pelo contrário. Nos países do euro há ainda mais de 15 mil milhões de euros em moedas antigas que ainda não foram convertidas, escreve esta quinta-feira a Bloomberg, e cerca de um terço deste dinheiro já não vale nada, visto que alguns bancos nacionais deixaram de fazer conversões.

Os maiores acumuladores da moeda antiga são os alemães. Ainda há mais de seis mil milhões de euros em marcos por converter, cerca de metade em moedas. Isto apesar de a Alemanha ter entrado para o euro mais de uma década antes dos lituanos ou letões, assinala a Bloomberg.

Em Portugal, quinze anos depois da entrada do euro, ainda há mais de 250 milhões de euros em escudos que não foram trocados, mas quase metade já não poderão sê-lo: o Banco de Portugal deixou de trocar moedas no final do ano da adoção da moeda única, pelo que apenas as notas são redimíveis.

As moedas constituem 48% dos escudos existentes, mas as notas, apesar de tudo, não representam uma quantia desprezível: o relatório da Emissão Monetária 2016, divulgado esta terça-feira, mostra que restam ainda 19,6 milhões de notas de escudo em Portugal por recolher, o que corresponde a cerca de 154 milhões de euros. Em 2016, foram trocadas mais de 73 mil notas de escudo, no valor de 1,1 milhões de euros, assinalava ainda o relatório.

Tal como assinala a Bloomberg, mais de um terço das moedas antigas que ainda não foram trocadas já não valem nada. Isto porque em países como França, Itália, Finlândia ou Grécia, já não é possível trocar notas nem moedas por euros. Mas na Alemanha o Bundesbank já descansou os cidadãos: será possível trocar “indefinidamente” quantias “ilimitadas” de marcos.

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O “mercado de capitais” para PME existe e já tem mais de 10 mil investidores

  • ECO + RAIZE
  • 6 Abril 2017

Maior bolsa nacional de empréstimos para PME conta com mais de 10 mil investidores e 5,5 milhões de euros financiados. Em 2017, a Raize prevê injetar 20 milhões de euros na economia portuguesa.

Em janeiro de 2015 nasceu a primeira bolsa de empréstimos para micro e pequenas empresas em Portugal. Com pouco mais de 100 investidores na abertura, a plataforma de empréstimos Raize criou, nessa altura e pela primeira vez em Portugal, uma alternativa de financiamento aos bancos.

Hoje, passados dois anos e com mais de 10 mil investidores, a plataforma nacional de empréstimos já realizou mais de 300 operações num valor total superior a 5,5 milhões de euros. Ao longo do próximo ano, a Raize quer apoiar o investimento de 20 milhões de euros nas micro e pequenas empresas portuguesas.

 

A plataforma funciona como uma bolsa na medida em que permite uma interação direta entre investidores e PME portuguesas.

José Maria Rego, Co-fundador da Raize

Até à data, os investidores já financiaram mais de 5,5 milhões de euros a micro e pequenas empresas portuguesas, com um retorno médio bruto de 6% nos empréstimos realizados. Na Raize, todas as operações de pagamentos e transferências entre as empresas e os investidores são asseguradas por uma instituição de pagamentos, regulada e supervisionada pelo Banco de Portugal.

Afonso Fuzeta Eça, José Maria Rego e António Marques fundadores da primeira bolsa de empréstimos para micro e pequenas empresas.

Sobre o futuro do financiamento às PME em Portugal, os responsáveis acreditam que chegou a hora de reduzir a importância dos bancos e de abrir espaço a um maior envolvimento de investidores privados. “Parece-nos óbvio que o financiamento das PME vai ser feito no futuro por um conjunto mais alargado de investidores. No Reino Unido, por exemplo, o financiamento a PME por bolsas de empréstimo já representava 14% dos novos empréstimos em 2015”. O modelo britânico conta também com o apoio direto do Governo (através de incentivos fiscais) e do Banco de Fomento (através de investimento direto).

Fonte: BBVA, Nesta Foundation

Segundo Afonso Fuzeta Eça, co-fundador da Raize, existem alguns fatores que estão a contribuir positivamente para a dinamização da comunidade de investidores, a começar pela oportunidade de investir diretamente nas PME portuguesas, sem barreiras e com uma boa perspetiva de retorno (atualmente a rondar os 6%). Na Raize, os investidores sabem sempre quem está a receber o seu investimento e isso é muito valorizado.

De acordo com os seus clientes, a Raize consegue ser mais rápida, menos burocrática e muito competitiva face aos bancos a aprovar e disponibilizar o financiamento. Na Raize, todo o processo de financiamento é feito de forma online e remota, e sem necessidade das empresas recorrerem fisicamente a um local.

Para as empresas, trata-se provavelmente da primeira grande experiência com o mercado de capitais e o feedback que estamos a receber é extremamente positivo, sublinha José Maria Rego.

Conheça a plataforma:

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Grécia: BCE mantém limite de provisão de liquidez de urgência

  • Lusa
  • 6 Abril 2017

O Banco Central Europeu manteve inalterado, a pedido do Banco da Grécia, em 46.600 milhões de euros o limite máximo que os bancos gregos podem pedir através do mecanismo de provisão de liquidez.

Em 23 de março último, o BCE aumentou, pela primeira vez em quase um ano, o limite máximo do mecanismo de provisão de liquidez de urgência (ELA, Emergency Liquidity Assistance) para 46.400 milhões de euros, um acréscimo de 400 milhões de euros, devido a uma redução importante dos depósitos registados pela banca grega.

Desde outubro de 2015, poucos meses depois de o Governo de Alexis Tsipras ter assinado o terceiro resgate, a dependência deste tipo de créditos tinha diminuído paulatinamente e só em abril do ano passado registou um aumento pontual.

Nos primeiros dois meses deste ano os depósitos privados nos bancos gregos caíram em 4.000 milhões de euros para 119.000 milhões de euros, um nível mínimo dos últimos 15 anos.

Agora, os especialistas estão preocupados com o risco de saída do sistema bancário de outros 4.000 milhões de euros, que entraram no sistema bancário no segundo semestre de 2016.

Tratando-se de depósitos “repatriados” estes fundos não estão sujeitos às limitações do controlo de capitais, em vigor desde julho de 2015.

Como consequência desta ‘hemorragia’ de depósitos os analistas duvidam sobre a possibilidade da banca grega conseguir atingir o objetivo de aumentar em 2017 o volume de depósitos do setor privado para 10.000 milhões de euros banca grega recebeu os créditos de emergência depois de, em meados de fevereiro de 2015, o BCE ter deixado de aceitar a dívida grega como garantia nas operações de refinanciamento.

Desde que o BCE voltou a aceitar, em finais de junho do ano passado, a dívida grega, o limite máximo do ELA desceu, porque os bancos puderam voltar a recorrer a este instrumento para adquirir liquidez.

O ELA foi neste período praticamente o único canal pelo qual os bancos podiam aceder a financiamentos de forma excecional e a curto prazo através do Banco da Grécia, ainda que a uma taxa de juro de 1,55%, muito acima da praticada pelo BCE nas operações ordinárias de refinanciamento, atualmente em 0,0%.

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Porta 65: Apoio à renda exclui metade dos jovens candidatos

  • Lusa e ECO
  • 6 Abril 2017

Dos mais de 15 mil candidatos ao programa de apoio à renda, só sete mil foram aprovados. As verbas do programa em 2016 representaram um corte de um milhão de euros em relação ao Governo ao anterior.

A maior parte dos jovens que se candidataram ao apoio para a renda Porta 65 viram a sua candidatura rejeitada em 2016. De acordo com o Jornal de Notícias desta quinta-feira, o motivo por detrás da reprovação de 53% das candidaturas é a falta de verbas.

O financiamento do programa Porta 65 foi reduzido em cerca de um milhão de euros anual relativamente ao do Governo PSD/CDS, escreve o Jornal de Notícias, o que o deixa com verbas para apoiar sete mil jovens. Assim, dos mais de 15 mil que se candidataram ao programa na última ronda, oito mil ficaram de fora.

De uma taxa de aprovação de 83% das candidaturas em 2013, a falta de verbas para o programa já levou a que apenas 47% tenham sido aprovadas no ano passado. As verbas do programa são as mesmas em 2017 que foram em 2016.

O parlamento discute hoje a alteração do regime do programa de arrendamento jovem Porta 65, através de projetos de lei do PSD, CDS-PP, BE e PCP que visam aumentar de 30 para 35 anos a idade máxima dos beneficiários.

O parlamento discute hoje a alteração do regime do programa de arrendamento jovem através de projetos de lei do PSD, CDS-PP, BE e PCP que visam aumentar de 30 para 35 anos a idade máxima dos beneficiários. O tema vai hoje a plenário da Assembleia da República por agendamento do PSD, a que se juntam projetos de lei do CDS-PP, BE e PCP, com todas as iniciativas a defenderem o alargamento do programa Porta 65 até aos 35 anos, podendo estender-se até aos 37 anos quando se trate de um casal e um dos elementos tenha a idade regulamentar – igual ou superior a 18 anos e inferior a 35 anos.

Os quatro projetos de lei apresentados preveem que, “caso o jovem complete 35 anos durante o prazo em que beneficia do apoio, pode ainda candidatar-se até ao limite de duas candidaturas subsequentes, consecutivas e ininterruptas”, estipulando que o mesmo procedimento é aplicável aos casos em que um dos elementos do casal completa 37 anos durante o prazo em que beneficia do apoio.

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Bagão Félix: Entrada das misericórdias no Montepio é “um disparate”

  • Lusa
  • 6 Abril 2017

"O espírito fundacional da Santa Casa é favorecer as pessoas que têm mais dificuldades", defende o antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social.

A entrada das misericórdias no capital do Montepio é “um disparate”, já que a função daquelas instituições é ajudar pessoas e não fazer parte do capital de um banco. A ideia é defendida por António Bagão Félix, numa entrevista ao Público e à Rádio Renascença publicada esta quinta-feira.

Bagão Félix, que concorreu ao conselho fiscal nas últimas eleições para a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), mas perdeu, considerou que o “espírito fundacional e os estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (…) é favorecer as pessoas que têm mais dificuldades, construir estruturas sociais para apoiar os grupos mais vulneráveis, do ponto de vista etário, relacional e económico e não fazer parte do capital de um banco”.

O ministro do Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, que tem a tutela da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, disse na quarta-feira que o Governo vê “com bons olhos” a “cooperação entre instituições da área social”, referindo-se a uma eventual entrada da Santa Casa como acionista da Caixa Económica Montepio Geral. O mesmo não pensa Bagão Félix. “Espero que não venha a acontecer. Além do mais, seria uma nacionalização parcial da Caixa Económica, por via da Santa Casa, que tem o exclusivo dos jogos sociais”, sublinhou.

Na entrevista, o ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social, Finanças e ex-administrador do Banco de Portugal disse estar “preocupado, enquanto português, cidadão e contribuinte com a situação”.

"Devemos estar preocupados. No princípio não preocupa ninguém, mas o que temos verificado é que aquilo que começa apenas por ser o verbo e no fim é uma grande verba.”

Bagão Félix

Economista, antigo ministro

“Devemos estar preocupados. No princípio não preocupa ninguém, mas o que temos verificado é que aquilo que começa apenas por ser o verbo e no fim é uma grande verba. E as notícias recentes da Caixa Económica Montepio Geral [CEMG] — que é detida na totalidade pela AMMG –, sobre a possibilidade de outras entidades, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, poderem vir a fazer parte do capital da Caixa Económica Montepio Geral, são um absoluto contrassenso, um disparate”, disse.

Bagão Félix considerou também que “não há capacidade” no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, nos termos das suas competências, para conseguir supervisionar os produtos vendidos aos balcões da CEMG. “Evidentemente que não há ninguém… Não é uma crítica, é uma questão factual, sempre foi assim, não há ninguém nos serviços do Ministério que esteja preparado para se articular em termos de supervisão. Nesse sentido é mais adequado que a supervisão seja realizada pela autoridade de supervisão dos seguros e fundos de pensões”, sublinhou.

Questionado sobre se a situação no Montepio é parecida com a do Banco Espírito Santo, que vendia aos balcões produtos do Grupo Espírito Santo, Bagão Félix disse “não querer comparar, nem com a magnitude, nem com a natureza do incesto financeiro que havia entre os banco e os acionistas a montante”.

Quanto à possibilidade de mudança de nome, o ex-governante disse que “seria bom que uma mudança de nome resolvesse os problemas do banco”, mas “não resolve”.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 6 Abril 2017

Trump condena ataque na Síria e sugere ação unilateral, Gary Cohn mostra-se a favor de uma separação entre bancos comerciais e de investimento, e outras quatro notícias que marcam a atualidade.

Enquanto no Brasil uma reforma do apoio federal a estados com problemas financeiros está a causar controvérsia, o escândalo em França continua o mesmo: François Fillon, candidato da direita, insiste que as acusações contra si são uma conspiração e que o pode provar. A dirigente birmanesa Aung San Suu Kyi rejeita que haja uma limpeza étnica em curso em Myanmar, apesar de acusações da ONU, e Trump reage aos ataques com armas químicas na Síria com repulsa e sugestão de ação unilateral. Leia aqui as seis notícias que marcam a atualidade mundial.

Washington Post

Trump sugere ação unilateral na Síria após ataque químico

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou esta quinta-feira o ataque com armas químicas sobre uma cidade detida pelos rebeldes contra o regime de Bashar al-Assad na Síria que matou dezenas de civis, incluindo crianças. Trump reconheceu que o ataque ultrapassara “um limite, muitos limites”, mas não disse explicitamente que tipo de ação se prepararia para tomar. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Nikki Haley, disse sobre o tema que “há momentos na vida dos Estados em que somos compelidos a tomar uma ação própria”, sugerindo que os EUA pudessem agir sozinhos. Leia a notícia completa no Washington Post. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

Bloomberg

Cohn a favor de separação entre bancos comerciais e de investimento

O antigo executivo da Goldman Sachs e atual conselheiro de Donald Trump, Gary Cohn, afirmou numa reunião com deputados que apoiaria uma iniciativa para separar, em Wall Street, os bancos de investimento dos que fazem empréstimos comerciais ao público em geral. É uma tomada de posição que surpreendeu alguns dos presentes na reunião, por parecer inesperado que um antigo executivo de Wall Street apoiasse uma reforma tão profunda do sistema bancário, mas Trump e outros republicanos já defenderam esta mudança, através do regresso do Glass-Steagall Act. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Le Monde

Fillon insiste que acusações contra si são parte de conspiração

“Esta operação foi montada, e vou prová-lo”, afirmou o candidato da direita às presidenciais francesas, François Fillon, entrevistado esta quinta-feira de manhã. O candidato acusado de criar empregos fictícios no Estado para a sua mulher e filhos acredita que está a ser vítima de uma conspiração. Os documentos que chegaram ao jornal Le Canard Enchaîné, que fez revelações contra si, “vieram de um serviço do Estado”, diz Fillon, que defende que “a seu tempo” vai dar início a um processo judicial para o provar. Leia a notícia completa no Le Monde. (Conteído em francês / Acesso gratuito)

The Guardian

Fumar provoca uma em cada 10 mortes no mundo

Um novo estudo publicado na revista científica The Lancet mostra que uma em cada 10 mortes no planeta é provocada pelo fumo do tabaco. Em 2015, quase mil milhões de pessoas no mundo eram fumadoras, e espera-se que o número continue a subir. Um em cada quatro homens fuma, assim como uma em cada 20 mulheres. Em 2015, 6,4 milhões de mortes foram atribuídas ao tabaco, metade delas em quatro países: China, Rússia, EUA e Índia. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

BBC

Aung San Suu Kyi defende que não está a haver uma limpeza étnica em Myanmar

“Limpeza étnica” é um termo “demasiado forte”, afirma a líder birmanesa Aung San Suu Kyi, para falar da violência e discriminação contra a minoria muçulmana Rohingya em Myanmar. Para a laureada com o Prémio Nobel da Paz, existem problemas, “muita hostilidade”, mas assinalou que esses problemas também incluem “muçulmanos que matam muçulmanos se acharem que assim cooperam com as autoridades”. Dezenas de milhares de pessoas de etnia Rohingya vivem em campos de refugiados improvisados desde que a violência contra eles rebentou em 2012, e Myanmar nega-lhes a cidadania, mas Aung San Suu Kyi recusa-se a usar o termo “limpeza étnica”. Leia a notícia completa na BBC. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

A Folha de São Paulo

Estados com dificuldades financeiras querem ajuda federal com menos contrapartidas

Os governadores de vários Estados brasileiros estão a tentar mobilizar apoio no parlamento para mudar a proposta do Governo Temer para apoiar financeiramente os Estados em dificuldade, com a qual não estão satisfeitos. Os maiores interessados — Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul — são os que estão a liderar o esforço para tentar que as contrapartidas da ajuda do Estado Federal brasileiro, que neste momento envolvem um ajuste orçamental rigoroso, privatização de empresas públicas e congelamento de salários, sejam aliviadas. Leia a notícia completa na Folha de São Paulo. (Conteúdo em português / Acesso gratuito)

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Draghi não está impressionado com a inflação. Estímulos são para manter

A inflação tem estado a evoluir no sentido da meta de 2% do BCE, mas Mario Draghi acredita que "um apoio continuado à procura continua a ser essencial".

A inflação na Zona Euro já chegou a tocar na meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE), em fevereiro, mas o presidente do banco central não está impressionado. Para Mario Draghi, ainda não há razões que justifiquem o alívio do programa de estímulos monetários que tem sido implementado até agora.

Na abertura de uma conferência a decorrer, esta quinta-feira, em Frankfurt, Mario Draghi referiu que “é claro que um apoio continuado à procura continua a ser essencial“, ainda que a ameaça de deflação já esteja fora da mesa.

Contudo, a evolução ainda não é suficiente. Em fevereiro, a inflação na Zona Euro fixou-se nos 2%, sobretudo graças à evolução dos preços dos combustíveis, mas voltou a desacelerar para 1,5% em março. Apesar desta desaceleração, a evolução da inflação tem sido suficiente para que se levantem vozes a pedir uma redução gradual do programa de compra de dívida levado a cabo pelo BCE.

As declarações de Mario Draghi, que surgem no mesmo dia em que o BCE vai divulgar as atas da última reunião de política monetária, deixam antever qual será a resposta do BCE a estes pedidos.

Até agora, o BCE tem comprado títulos de dívida dos países da Zona Euro a um ritmo de 80 mil milhões de euros por mês. A partir deste mês, e até ao final do programa (que está previsto terminar no final do ano) o ritmo de aquisição baixa para 60 mil milhões de euros por mês. Em Portugal, o BCE detinha, no final de março, mais de 26 mil milhões de euros em títulos de dívida nacional.

Estas compras vão continuar até que se verifique “um ajustamento sustentado com o ritmo da inflação consistente com o objetivo“, assegurou Draghi. Ao mesmo tempo, “as taxas de juro continuarão no nível atual ou mais baixas durante um período de tempo extenso“.

Antes de ser feita qualquer alteração — quer às taxas de juro, quer às compras de dívida — é preciso “criar confiança suficiente de que a inflação convergirá” para o objetivo a médio prazo do BCE e “aí se manterá, inclusivamente com menos apoios das condições de política monetária”, concluiu o presidente do BCE.

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Bolsa volta às quedas pressionada por BCP e energia

No dia em que se realiza a assembleia geral da EDP Renováveis, onde os acionistas poderão discutir a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela casa mãe, o grupo EDP segue em baixa.

A bolsa de Lisboa voltou às perdas, depois de uma ligeira recuperação na sessão de quarta-feira. O PSI-20 abriu em queda ligeira, com quase todas as cotadas no vermelho.

O principal índice acionista português está a desvalorizar 0,67%, para os 4.946,31 pontos, numa altura em que só o Montepio negoceia no verde, a valorizar 0,24%, para os 41,9 cêntimos por ação. A bolsa está a ser penalizada pelo BCP, que recua 1,65% para os 18 cêntimos, e pelo setor energético.

No dia em que se realiza a assembleia geral da EDP Renováveis, onde os acionistas poderão ter uma oportunidade para discutir a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela casa mãe, o grupo EDP segue em baixa. A Renováveis mantém-se, ainda assim, acima do preço oferecido pela EDP, ao negociar nos 6,95 euros por ação.

Também a Galp segue em queda, numa altura em que os preços do petróleo voltam a cair nos mercados internacionais e negoceiam na casa dos 54 dólares por barril.

A maior queda é a da Mota Engil, que corrige dos ganhos expressivos de quarta-feira e segue agora a perder 1,7%, para os 2,029 euros por ação. A construtora disparou ontem mais 5%, depois de a gestora de ativos Mutima ter comprado uma participação qualificada superior a 2%.

No resto da Europa, a tendência também é de quedas, numa altura em que os investidores aguardam pelas atas da última reunião de política monetária dos governadores do Banco Central Europeu.

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