Oi cancela assembleia-geral extraordinária pedida pela Pharol

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2018

Operadora brasileira anunciou, esta sexta-feira, que não realizará a assembleia-geral extraordinária pedida pela portuguesa Pharol, na próxima quarta-feira, porque tal contrariaria a decisão judicial.

A operadora brasileira Oi anunciou, esta sexta-feira, o cancelamento da assembleia-geral extraordinária da próxima quarta-feira pedida pela empresa portuguesa Pharol, maior acionista, argumentando que a ordem de trabalhos “contraria a decisão judicial”.

Em comunicado publicado na sua página na internet e enviado à Comissão de Valores Mobiliários do Brasil, a Oi informa que “não realizará assembleia-geral extraordinária no dia 7 de fevereiro de 2018 [quarta-feira]”.

Isto porque, argumenta, “a ordem do dia contida na convocação realizada por iniciativa de um de seus acionistas contraria a decisão judicial, proferida em 08 de janeiro de 2018, pelo Juízo da 7.ª vara empresarial da comarca da capital do Estado do Rio de Janeiro”, que homologou o plano de recuperação judicial da empresa.

No início de janeiro, a portuguesa Pharol convocou uma assembleia-geral extraordinária para discutir o estatuto social da Oi, que o plano de recuperação judicial – aprovado em dezembro pela maioria dos credores – “viola”. Na altura, este acionista já equacionava futuras ações judiciais.

Ora, segundo a Oi, a nova versão do plano permite que estas alterações do estatuto social da empresa possam “ser levadas a cabo pelos órgãos de direção da companhia”, razão pela qual decidiu desmarcar o encontro. Este motivo já foi apresentado à Pharol.

A operadora brasileira argumenta que “a convocação de assembleia [extraordinária] de acionistas, nesta hipótese, reinstalaria a instabilidade fortemente rejeitada pelo Judiciário durante todo esse processo de recuperação judicial”.

“A Oi reitera que segue focada na sua estratégia de transformação e na implementação de todas as etapas do Plano de Recuperação Judicial aprovado pelos credores e de zelar pelo cumprimento de decisões judiciais”, lê-se na nota ao mercado.

Na quarta-feira, o Ministério Público apresentou um recurso à decisão de homologação do Plano de Recuperação Judicial da Oi, documento que foi aprovado em assembleia-geral de credores no final de 2017.

Este processo, que é paralelo à decisão conhecida esta sexta-feira decorre na justiça brasileira.

O Plano de Recuperação Judicial, que resulta de um pedido judicial feito pela operadora de telecomunicações brasileira em junho de 2016, visa diminuir o passivo da empresa, que ronda os 65,4 mil milhões de reais (cerca de 16 mil milhões de euros), através da conversão de 75% da dívida suportada pelos credores, aos quais serão concedidos direitos sobre a companhia.

A Oi, na qual a portuguesa Pharol é acionista de referência com 27% das ações, esteve num processo de fusão com a Portugal Telecom, que nunca se concretizou.

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Bitcoin é um bicho de sete cabeças? Há um manual que a explica às crianças

Para quem não entende muito de moedas virtuais, este manual interativo pretende explicar tudo sobre a bitcoin de forma bastante simples... até as crianças vão perceber.

Até há algum tempo, pouco se ouvia falar em moedas virtuais. No entanto, o rápido impulso destas criptomoedas fizeram-nas correr pelas bocas do mundo, e enchem agora as páginas dos jornais. Mas, ainda assim, há quem não saiba o que são, o que implicam, os riscos e as vantagens associadas a estas moedas que permitem pagar de forma virtual. Fica aqui uma explicação, para miúdos, mas que os graúdos também podem espreitar.

A bitcoin é a moeda virtual mais conhecida do momento mas, nesse setor, há muitas mais. Ethereum, Ripple, Cardano, Litecoin, etc… há mais de 1.500 criptomoedas. Só falta é entendê-las. A aplicação Cash, da Square Asset Management, que funciona à base de pagamentos e trocas em bitcoin, é uma espécie de pequeno manual para iniciantes. Nele constam ilustrações, como se de um livro infantil se tratasse, e pequenas explicações sobre este mundo das moedas virtuais. E tudo numa linguagem simples de entender. No final do livro constam ainda indicações sobre o risco deste tipo de investimentos e o Business Insider (conteúdo em inglês) mostrou-o.

Bitcoin? O que é isso?

Aplicação Cash, da Square Asset Management

Recuemos até 2008, quando Satoshi Nakamoto se lembrou de criar uma nova moeda. Ou lembraram… sim, porque esse nome não é verdadeiro, até hoje não se sabe quem foi o criador, ou criadores, da bitcoin. Essa moeda — ou criptomoeda, como lhe chamam –, seria totalmente independente e diferente das normais, na medida em que nenhuma pessoa, entidade ou Governo a pudesse controlar. Foi então que surgiu a tão famosa moeda, deram-lhe o nome de bitcoin.

A bitcoin trouxe uma “maneira radicalmente nova de negociar por todo o mundo” e é especial porque, contrariamente às moedas normais, apenas há uma quantidade limitada espalhada por aí, “como uma espécie de pepita de ouro ou de bronze”, lê-se no manual. Mas como se “produz” bitcoin? Através de computadores extremamente complexos e usando bastantes fórmulas matemáticas, mais complicadas ainda. A este processo dá-se o nome de mineração — quando os computadores tentam decifrar determinadas fórmulas e equações.

Na base da bitcoin há uma tecnologia inovadora — batizada Blockchain — que permite controlar cada bitcoin transacionada e existente, confirmando, ao mesmo tempo, a quem pertence.

Agora, a parte interessante, como adquirir ou comprar bitcoins? Simples. Através de “transações especiais” que acontecem virtualmente. Desde a sua existência, e conforme vai adquirindo mais visibilidade, o preço da bitcoin tem vindo a subir bastante, no entanto, para quem pretende investir, há sempre a hipótese de investir pequenas quantias.

Relativamente ao custo, os autores do manual comparam com o preço dos combustíveis. Funciona à base de oscilações, num dia pode estar em alta, no dia seguinte pode estar mais barato. Depois da compra das bitcoins, estas “podem ser armazenadas no próprio computador, ou através de uma nuvem — online”. O importante é que, independentemente do sítio escolhido para guardar a moeda virtual, o seu valor vai ser sempre o mesmo, “bastante valioso”. Daí ser importante conservá-la e mantê-la segura.

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Estado apoia investimento de 20,5 milhões da ex-Qimonda

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2018

Despacho que determina a atribuição de incentivos financeiros ao investimento de 20,5 milhões da ex-Qimonda em Vila do Conde elogia projeto pelo seu “elevado grau de inovação”.

O Estado português vai atribuir incentivos financeiros a um investimento de 20,5 milhões de euros da ATEP-AMKOR Technology, antiga Nanium (ex-Qimonda), que prevê criar 102 empregos em Vila do Conde e gerar exportações de 23 milhões de euros.

“O projeto induz a criação de 102 postos de trabalho diretos e permanentes, 30 dos quais correspondem a postos de trabalho altamente qualificados”, prevendo-se “o alcance, no ano de 2026, de um volume de negócios de cerca de 580 milhões de euros e de um Valor Acrescentado Bruto de cerca de 335,1 milhões de euros, ambos em valores acumulados desde 01 de outubro de 2015”, lê-se no despacho, publicado, esta sexta-feira, em Diário da República.

O despacho aprova a minuta do contrato de investimento a celebrar pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a AMKOR Technology, INC., AMKOR Technology Holding B.V. e ATEP-AMKOR Technology Portugal.

Nos termos do despacho n.º 1196/2018, o projeto “tem um efeito de arrastamento em atividades a montante e a jusante, induzindo o aumento do volume de negócios dos fornecedores nacionais de matérias-primas e serviços da ATEP-AMKOR Technology Portugal e contribuindo para uma significativa criação líquida de emprego”.

Orçado em 20,5 milhões de euros, “visa o aumento da capacidade de produção da empresa para fornecer ‘Advanced Wafer Level Packaging’ ao mercado da ‘Internet of Things’”, prevendo-se que permita “um crescimento das exportações entre 2014 (ano pré-projeto) e 2018 (ano pós-projeto) de 23 milhões de euros, correspondente a um aumento do valor das exportações de 28 para 51 milhões de euros”.

No texto do despacho, assinado pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, é destacado o “elevado grau de inovação” que o projeto representa para o portfólio da ATEP-AMKOR Technology Portugal e para o setor e mercado onde atua, “dotando a empresa de soluções de ‘Wafer Level Packaging’ que apresentam características inovadoras a nível internacional”.

Entre estas novas soluções estão “‘Packages’ com linhas de metalização abaixo dos 10 (mi)m, valor inferior ao que é atualmente produzido; ‘Packages’ com elevada integração tanto em 2D como em 3D, podendo incluir mais de 50 componentes com diferentes origens e características; e ‘Wafers’ reconstruídas com espessura inferior a 200 (mi)m, na vanguarda do que é o estado da arte da indústria de semicondutores”.

“Com o aumento da capacidade produtiva e respetivo incremento no volume de negócios, a ATEP-AMKOR Technology Portugal prevê um crescimento do volume de compras e FSE [Fornecimentos e Serviços Externos] na ordem do 65%, o que irá criar oportunidades para as empresas nacionais, nomeadamente, para as PME que atuam na Região Norte”, lê-se no despacho.

Segundo sustenta, “estando a ATEP-AMKOR Technology Portugal direcionada para os mercados internacionais”, a capacidade competitiva adquirida com este investimento “permitir-lhe-á progredir na cadeia de valor do setor em que atua, reforçar a sua posição a nível internacional e aumentar o seu volume de negócios e valor acrescentado”.

Anteriormente denominada Nanium, e antes disso Qimonda, a ATEP-AMKOR Technology Portugal tem sede no concelho de Vila do Conde e dedica-se ao fornecimento de serviços de desenvolvimento, manufatura, teste e engenharia para a indústria de semicondutores, operando, nomeadamente, nas áreas de ‘Wafer Level Packaging’ e de montagem de ‘packages’ com substrato laminado e/ou ‘leadframe’ metálico.

O “impacto macroeconómico” do projeto e o “interesse estratégico para a economia nacional e para a região onde se localiza” tinha já justificado a obtenção, em 23 de junho de 2016, da pré-vinculação da Comissão Diretiva da Autoridade de Gestão do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) quanto ao incentivo máximo a conceder ao projeto, sendo agora aprovada a minuta do respetivo contrato de investimento.

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A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 2 Fevereiro 2018

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Em entrevista ao ECO24, o presidente da Frezite, José Manuel Fernandes, diz faltar sustentabilidade à economia nacional e que, apesar das virtudes do turismo, este não é estruturante. Uma das medidas que o Banco de Portugal quer impor à banca, para reduzir o risco aos clientes, é a redução das maturidades dos empréstimos.

“A figura com que vejo a economia e a sua evolução é a do cometa. Há setores que vão na frente, na cabeça do cometa e arrastam tudo”. É desta forma que José Manuel Fernandes, CEO da Frezite, caracteriza os motores de crescimento sustentável da economia.

O Banco de Portugal decidiu impor um novo conjunto de recomendações aos bancos para travar os riscos para clientes, sistema financeiro e economia, resultantes da escalada da concessão de crédito. Uma das medidas prevê a limitação da maturidade dos empréstimos, o que poderá ter um impacto substancial face à atual política dos bancos.

As grandes mutualistas, como a Associação Mutualista Montepio Geral, vão passar a responder perante a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundo de Pensões (ASF), apurou o ECO.

O presidente do CaixaBank, Jordi Gual, considera a decisão do BPI de reduzir a participação no Banco de Fomento de Angola (BFA), que impactou pesadamente os resultados do BPI, uma “política adequada”.

A Fundação Calouste Gulbenkian revelou estar em negociações com os chineses da CEFC China Energy, que compraram os seguros ao Montepio, para a venda da sua posição na petrolífera Partex. Longe de estar concluído, o negócio pode valer à fundação 500 milhões de euros.

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Governo não quer combater contratos a prazo mas sim a utilização abusiva

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Fevereiro 2018

Risco sobre o emprego só pode existir "se as medidas forem desajustadas", diz Vieira da Silva. Governo garante que não quer acabar com a contratação a prazo mas sim "combater o abuso da utilização".

O ministro do Trabalho garantiu esta sexta-feira que as alterações no âmbito da contratação a prazo não pretendem acabar com esta figura mas sim combater a utilização abusiva. Para Vieira da Silva, o risco sobre o emprego só existe “se as medidas forem desajustadas”.

“Não se trata de penalizar ou combater os contratos a prazo, trata-se de penalizar ou combater o abuso da utilização dos contratos a prazo”, disse Vieira da Silva no Fórum TSF.

Ontem, o primeiro-ministro afirmou no Parlamento que “entre este mês e o próximo”, serão apresentadas iniciativas legislativas ligadas ao mercado de trabalho, “designadamente aquele que diferencia a contribuição para a Segurança Social em função da natureza do contrato ser a prazo ou sem ser a prazo e a introdução da figura do Contrato-Geração”.

Esta sexta-feira, Vieira da Silva lembrou que a lei laboral estabelece as condições em que pode ser celebrado um contrato a termo certo — nomeadamente a “substituição de trabalhadores” que estão em licença parental ou em situação de “doença prolongada” –, bem como “acréscimos repentinos de atividade por parte de uma empresa com situações de sazonalidade muito intensa”, exemplificou o governante. Mas mesmo assim, “perto de um terço” dos trabalhadores do setor privado têm este tipo de vínculo. “As razões que justificam a existência de contrato a prazo não poderiam dar origem a um número tão significativo de contratos a prazo”, disse o ministro, sublinhando, porém, que o número não tem crescido nos últimos anos.

É esta “utilização excessiva e desajustada e, por vezes, sem razão nenhuma objetiva, para a utilização de contratação a prazo que o Governo tem intenção de fazer diminuir”, frisou. E como se sabe que as empresas estão a abusar? Vieira da Silva admite que “a dimensão do fenómeno é tão alargada que os instrumentos de fiscalização não são suficientes”, entendendo que é preciso mudar comportamentos. E defende até que, com as alterações recentes à legislação, “já não é verdade para a maior parte dos casos” a ideia de que o contrato sem termo é “muito penalizador” para as empresas.

As razões que justificam a existência de contrato a prazo não poderiam dar origem a um número tão significativo de contratos a prazo.

Vieira da Silva

Ministro do Trabalho

O governante ressalva que “ninguém está interessado” em diminuir ritmo de criação de emprego e admite que esse risco pode existir “se as medidas forem desajustadas” ou “excessivas,” bem como se “tiverem menos consenso social. Mas não são tanto os incentivos ou penalizações que levam as empresas a contratar, mas sim a existência de um ambiente propício ao desenvolvimento da atividade económica, adianta.

O debate segue com os parceiros sociais, com o objetivo de que se encontrem soluções “para que, salvaguardando as situações em que a contratação a prazo é necessário e é até desejável”, seja possível “começar a corrigir isso”, disse o governante. Vieira da Silva entende que a instabilidade laboral tem outras consequências, levando os jovens a adiar a idade em que têm o primeiro filho e, ao mesmo tempo, desincentivando as empresas a investir na formação dos seus trabalhadores.

O ministro não apontou para soluções concretas mas referiu que a redução do peso da contratação a prazo pode ser feita através de “estímulos a que as empresas contratem sem termo”, nomeadamente através de políticas ativas de emprego, “e também ao contrário, penalizando aqueles que recorrem de forma desajustada à contratação a termo por razões de facilidade, por razões às vezes de uma menor vontade de investir com mais sentido estratégico nos seus recursos humanos”.

O governante também notou que estes trabalhadores estão mais expostos ao desemprego, já que mais de 60% dos novos subsídios de desemprego são atribuídos na sequência do fim de um contrato a prazo. Mas “quem paga subsídio de desemprego somos todos nós”, ainda que quem, “pelo menos teoricamente”, beneficie dessa prestação sejam “as empresas que abusam ou que têm um comportamento excessivo”, salientou. Além disto, o governante voltou a indicar que considera o período máximo de contrato a prazo — três anos — excessivo face às condições previstas na lei.

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PS quer ouvir Ministra da Justiça sobre Pacto da Justiça

O Grupo Parlamentar do PS apresentou um requerimento para a audição, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, de várias entidades.

O Grupo Parlamentar do PS apresentou um requerimento para a audição, na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, de várias entidades, entre as quais a Ministra da Justiça, para o aprofundamento da reflexão pública sobre o documento divulgado como “Acordos para o Sistema de Justiça”.

Estas 89 medidas para o chamado Pacto para a Justiça, pedido ao setor pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foram preparadas pela Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, Sindicato dos Oficiais de Justiça, Ordem dos Advogados e Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução.

Além da Ministra da justiça, o PS pretende a audição no Parlamento do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais e do Conselho Superior do Ministério Público, bem como das entidades subscritoras do documento.

No requerimento, os deputados Filipe Neto Brandão e Jorge Lacão consideram que este documento “elenca um conjunto consensualizado de propostas de medidas, em diferentes áreas do sistema de justiça, que interpelam o poder político a uma ponderação e à tomada de posição sobre as mesmas”.

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Pbbr Associados em parceria com Techlawyers

  • ADVOCATUS
  • 2 Fevereiro 2018

A sociedade de advogados Pbbr criou uma parceria com a Techlawyers para os setores da Tecnologia, IT e indústrias da inovação e criatividade.

A Sociedade de advogados Pbbr (Pedro Pinto, Bessa Monteiro, Reis, Branco, Alexandre Jardim & Associados) criou uma parceria com a Techlawyers para os setores da Tecnologia, IT e indústrias da inovação e criatividade.

A parceria, que ficou denominada Techlawyers by pbbr, pretende desta forma garantir a comunicação entre o Direito e a Tecnologia, e foi feita a pensar numa filosofia de assessoria jurídica que privilegia o conhecimento do negócio e das necessidades operacionais do cliente para a construção de soluções jurídicas adequadas à sua dimensão, complexidade ou objetivos.

A Techlawyers by pbbr atua transversalmente no setor da Tecnologia, IT e indústrias da criatividade e inovação e oferece uma prática full-service desde o direito da tecnologia e do IT (em concreto) ao direito comercial (público e privado), societário, financeiro e ao capital de risco, passando pelo direito da propriedade intelectual e o contencioso.

Os clientes são muito diversificados e vão desde o setor tradicional, às universidades e laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, passando por fundos e veículos de investimento, até empresas de base tecnológica de variável dimensão e diferentes estágios de maturidade (post-seed).

"O mundo da tecnologia e as suas empresas é um mercado com cada vez maior valor e com um enorme potencial de crescimento. São parte integrante da profunda evolução tecnológica da sociedade em que vivemos e, por isso, é necessário que também a advocacia se adapte a estas novas circunstâncias.”

Carina Branco

Fundadora e Senior Tech & IT Counsel da Techlawyers

A Fundadora e Senior Tech & IT Counsel da Techlawyers, Carina Branco, defende que “o mundo da tecnologia e as suas empresas é um mercado com cada vez maior valor e com um enorme potencial de crescimento”, pois estas são “parte integrante da profunda evolução tecnológica da sociedade em que vivemos”. Nesse sentido, sente que é necessário que também “a advocacia se adapte a estas novas circunstâncias”, conclui a advogada, que teve desde cedo contacto com as primeiras tecnológicas multinacionais que chegaram a Portugal no final dos anos 90.

"Queremos que as empresas nos vejam como um parceiro que, além da linguagem jurídica, perceba a linguagem tecnológica e o ecossistema em que se movem. Além disso, a Techlawyers by pbbr vai antecipar na pbbr os impactos que a tecnologia vai ter na nossa profissão. É um passo em frente, ousado, mas com o verdadeiro know-how dentro de casa.”

Pedro Pinto

Sócio fundador da pbbr Associados

Já Pedro Pinto, sócio fundador da pbbr, considera esta parceria como “um meio para abordar o mercado das IT de uma forma inovadora, em benefício dos clientes numa lógica de criação de valor, dando resposta às novas e constantes necessidades da contemporaneidade, onde a tecnologia está presente em tudo e cada vez mais é interdisciplinar, desde a área financeira à saúde”.

Assim, com este passo, a pbbr pretende prestar um serviço que vá além da assessoria jurídica tradicional: “queremos que as empresas nos vejam como um parceiro que além da linguagem jurídica perceba a linguagem tecnológica e o ecossistema em que se movem. A Techlawyers by pbbr vai também antecipar na pbbr os impactos que a tecnologia vai ter na nossa profissão. É um passo em frente, ousado, mas com o verdadeiro know-how dentro de casa”, remata o advogado.

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PCP envia carta de protesto ao Conselho Económico e Social

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2018

Comunistas enviaram carta de protesto a Correia de Campos pela exclusão dos seus eurodeputados de um evento sobre o orçamento da União Europeia.

Os dirigentes do PCP anunciaram, esta sexta-feira, o envio de uma carta de protesto ao presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia de Campos, pela exclusão dos seus eurodeputados de um evento sobre orçamento da União Europeia (UE).

“O PCP considera tão mais inexplicável e inaceitável esta exclusão quanto tem três deputados no Parlamento Europeu, que integram o Grupo Confederal Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, assumindo um deles – o deputado Miguel Viegas – a coordenação deste grupo parlamentar na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu”, lê-se em comunicado.

Os comunistas expressam “veemente protesto por tal exclusão, esperando que tal situação seja corrigida, permitindo a participação e o contributo dos deputados do PCP num debate sobre uma matéria que consideram ter importantes implicações para Portugal”.

Segundo o PCP, o debate “Orçamento da União para o pós-2020: que impactos para Portugal?” está inserido na conferência “O futuro da UE: Orçamento da União e Portugal”, a ser organizada pelo CES em 9 de fevereiro, no Centro Cultural de Belém, Lisboa.

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PS, PSD e CDS remetem reposição do pagamento pelas horas extra à concertação

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2018

Socialistas acreditam que os necessários ajustes à legislação laboral podem ser feitos de "forma desgarrada", sem uma negociação transparente em sede de concertação social.

PCP, BE, PEV e PAN viram, esta sexta-feira, as bancadas de PS, PSD e CDS-PP remeter a reposição do valor de pagamento pelas horas extraordinárias de trabalho e do descanso compensatório para negociação em concertação social.

Num debate parlamentar sobre iniciativas de comunistas, bloquistas e do deputado único do PAN, a socialista Carla Tavares indiciou o voto contra os projetos de lei, tal como sociais-democratas e democratas-cristãos, defendendo que o assunto deve ser alvo de diálogo entre Governo, confederações patronais e sindicatos.

“O PS e a maioria definiram como prioridade a recuperação de direitos e de rendimentos. Foram repostos quatro feriados obrigatórios, o salário mínimo nacional foi aumentado para 580 euros, foi alargada a possibilidade de vinculação à administração pública, foram repostas as 35 horas na função pública”, enumerou.

Para a deputada do PS, “há que definir prioridades” e a do atual Governo é “o combate a precariedade”, sendo que os “ajustes à legislação laboral necessários não podem ser feitos de forma desgarrada, sem uma negociação transparente em sede de concertação social, pois é fundamental assegurar estabilidade da legislação laboral para futuro”.

A social-democrata Carla Barros e o democrata-cristão António Carlos Monteiro defenderam também o primado da negociação em concertação social, classificando as iniciativas legislativas de reversão da “reforma laboral” do anterior executivo como “mais um episódio” de “desconsideração” pelo “esforço dos portugueses e pelo reconhecimento das instituições europeias”.

Para PSD e CDS-PP, os projetos de lei em causa vêm de “forças de bloqueio à negociação”, que nem “referem os impactos sociais das medidas”, evidenciando mesmo “puro preconceito ideológico das esquerdas”. António Carlos Monteiro desafiou até PCP e BE a retirarem consequências políticas caso se confirme o voto contra do PS.

A comunista Rita Rato, o bloquista José Soeiro, o parlamentar do PAN, André Silva, e o ecologista José Luís Ferreira reiteraram as críticas aos anos de austeridade protagonizada pelo anterior Governo PSD/CDS-PP e sucessivas alterações à legislação laboral sempre no sentido da desvalorização do trabalho e dos direitos dos trabalhadores.

“Assaltaram os trabalhadores e, depois, agradeceram às vítimas do assalto. Os portugueses dispensam o agradecimento e querem que lhes devolvam o que foi roubado”, resumiu José Soeiro.

Rita Rato considerou que as posições de PSD e CDS não apresentam “nada de novo” porque para aqueles partidos “reversão significa reposição de direitos e por isso não acompanham”.

“O PS, ao remeter para concertação social, sabe que o patronato nunca acompanhará estas matérias, já que as confederações patronais estão em maioria. A concertação social não é eleita pelo povo português”, disse a deputada comunista, por comparação com o facto de o parlamento ser eleito e lamentando que o PS tenha assim assumido que “não esta disponível para esta oportunidade de repor direitos”.

Os projetos de lei em causa recordam que a revisão de 2012 do Código do Trabalho, promovida pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP, reduziu para metade o pagamento do trabalho extraordinário e em dia de descanso semanal ou feriado e defendem a reposição dos montantes e regras anteriormente em vigor.

Em causa está, por exemplo, a reposição do pagamento do trabalho extraordinário com um acréscimo de 50% na primeira hora e de 75% nas seguintes e o direito a descanso compensatório correspondente a igual período das horas trabalhadas ou a um acréscimo de 100% no salário pelo trabalho em dia de feriado.

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Depois da subida, combustíveis descem outra vez na próxima semana. Gasóleo baixa mais

Os preços dos combustíveis vão voltar a baixar no arranque da próxima semana, refletindo a descida das cotações do petróleo nos mercados internacionais. O gasóleo vai ficar um cêntimo mais barato.

Se na última semana os preços subiram, na próxima há margem para que os valores de venda dos combustíveis nos postos de abastecimento baixem. É o reflexo da correção do petróleo nos mercados internacionais que se fez sentir de forma mais expressiva nas cotações do gasóleo, levando a que o combustível mais utilizado no mercado nacional registe a descida mais acentuada.

De acordo com a informação obtida pelo ECO, o preço do gasóleo deverá baixar em um cêntimo no arranque da próxima semana, isto depois de ter subido cerca de meio cêntimo. Assim, o preço médio de venda do gasóleo simples deverá recuar para 1,31 euros, dos 1,32 euros atualmente, de acordo com os dados da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Ao mesmo tempo que o diesel cai, a gasolina também, mas menos. Após a subida de um cêntimo, deverá baixar ligeiramente, em torno de meio cêntimo por litro. Perante esta evolução, o valor médio de venda deverá recuar de 1,517 para mais perto dos 1,51 euros.

Estas descidas traduzem a evolução negativa do petróleo nos mercados internacionais. Depois de tocar em valores acima dos 70 dólares por barril na penúltima semana de janeiro, os preços voltaram a baixar, com o Brent a cotar nos 69,50 dólares.

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A primeira operação de titularização de 2018 feita pela VdA

A Vieira de Almeida atuou com uma equipa coordenada por Pedro Simões Coelho, Paula Gomes Freire, Hugo Moredo Santos e Benedita Aires.

O mês de janeiro iniciou com a conclusão da mais recente operação de titularização de créditos originados pelo Banco Santander Totta (designada “Hipototta 13”). Esta operação, com um valor global superior a 2 mil milhões de euros, foi a primeira titularização concluída em 2018 e a primeira nos últimos sete anos incluindo créditos hipotecários originados pelo Banco Santander Totta.

As obrigações titularizadas emitidas dividiram-se por quatro tranches (€1,716,000,000 Class A Mortgage Backed Floating Rate Notes due 2072, €484,000,000 Class B Mortgage Backed Floating Rate Notes due 2072,€66,000,000 Class C Notes due 2072 e €1 Variable Funding Note due 2072), tendo sido atribuída à tranche mais senior, com menor risco e representativa de cerca mais de 75% da emissão, rating de A(sf) pelas sociedades de notação de risco Fitch Ratings e DBRS de A(sf).

Num momento em que se mantém o debate em torno do financiamento dos bancos e da continuidade da política de concessão de estímulos à economia do Banco Central Europeu, e logo após a recente publicação no final de dezembro do regulamento comunitário que estabelece regras comuns para a titularização, o Banco Santander Totta gerou com a conclusão desta operação mais uma carteira relevante de ativos elegíveis como colateral no âmbito de operações de financiamento junto do Eurosistema.

A Vieira de Almeida, através de uma equipa de projeto multidisciplinar coordenada por Pedro Simões Coelho, Paula Gomes Freire, Hugo Moredo Santos e Benedita Aires, atuou como transaction counsel e assessor jurídico do originador, Banco Santander Totta, do emitente, Gamma – Sociedade de Titularização de Créditos, S.A., e do banco agente, Citibank Europe PLC, Sucursal.

Tal como tem acontecido em operações anteriores, a Vieira de Almeida assegurou a redação de toda a documentação e a coordenação do processo de aprovação da operação junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Intervieram ainda como assessores jurídicos nesta operação a Morais Leitão, Galvão Telles, Soares da Silva e a DLA Piper.

“Não é muito usual iniciar o ano a fechar uma operação. Mas é um excelente sinal de vitalidade do mercado de capitais nacional. Esta operação (série 13 da família Hipototta) vem ainda confirmar que o segmento da titularização de créditos continua a ser atrativo e a permitir aos bancos gerar ativos suscetíveis de ser elegíveis como colateral em operações junto do Banco Central Europeu, tema sempre da maior relevância na captação de financiamento pelos próprios bancos”, afirma Hugo Moredo Santos, sócio da área de Bancário & Financeiro.

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Défice seria o dobro sem corte no investimento e efeitos temporários, diz Fórum para a Competitividade

  • Margarida Peixoto
  • 2 Fevereiro 2018

O Fórum para a Competitividade diz que o défice de 2017 teria sido de 2,4% se o investimento tivesse sido todo executado e se não tivesse contado com efeitos que identifica como temporários.

O Fórum para a Competitividade defende que o défice orçamental de 2017 só terá sido de 1,2% do PIB porque o Governo não executou o investimento que tinha orçamentado e teve a ajuda de efeitos que os economistas consideram temporários. O aviso consta da nota de conjuntura publicada esta sexta-feira, que contraria a argumentação do Executivo.

“O défice orçamental de 2017 deve-se ter fixado em 1,2% do PIB, mas sem os efeitos temporários e o investimento público muito abaixo do orçamentado, o défice teria sido 2,4% do PIB“, lê-se no documento.

O economista Joaquim Miranda Sarmento, o responsável do Fórum pela avaliação da execução orçamental, defende que os números da Direção-geral do Orçamento “demonstram mais uma vez como a consolidação orçamental se tem baseado em fatores cíclicos“. O professor do ISEG dá como exemplo o crescimento económico, medidas pontuais como o Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), a venda dos F-16 à Roménia, o aumento dos dividendos do Banco de Portugal, a redução dos juros da dívida pública, o corte no investimento e o aumento das cativações.

Muito do sucesso de um défice abaixo dos 2,5% passou por este controlo do investimento público.

Fórum para a Competitividade

Nota de conjuntura n.º21, janeiro 2018

Sobre o investimento, nota que este ficou 850 milhões de euros abaixo do orçamentado, tal como o ECO já tinha adiantado. “Embora algum do investimento que não foi concretizado possa ter uma contrapartida de fundos comunitários do lado da receita, a verdade é que mais 850 milhões de euros aumentariam o défice em 0,4 pontos percentuais, colocando-o acima dos 2,5% previstos inicialmente no OE2017”, lê-se na nota de conjuntura. “Muito do sucesso de um défice abaixo dos 2,5% passou por este controlo do investimento público”, conclui.

Esta conclusão contraria a informação dada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na sua última audição ao abrigo do regimento, na Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República. Tal como o ministro já assumiu, em 2016 o corte no investimento deu de facto uma ajuda para reduzir o défice, na ordem dos 200 milhões de euros (menos de uma décima do PIB). Mas em 2017 o investimento não contribuiu para essa redução: antes pelo contrário, penalizou o défice em cerca de 50 milhões de euros.

Em 2017 o saldo de capital tem um contributo negativo para a evolução do défice, porquê? Porque a despesa de capital aumentou mais do que a receita de capital.

Mário Centeno

Ministro das Finanças

O ministro explicou que isto aconteceu porque as receitas de capital que deram entrada em 2017 para financiar investimento foram inferiores às despesas de capital efetivamente executadas — ou seja, o saldo de capital foi negativo. O raciocínio do Governo pressupõe que, para que o investimento tivesse sido superior, as receitas de capital também deveriam ter sido mais gordas. “Em 2017 o saldo de capital tem um contributo negativo para a evolução do défice, porquê? Porque a despesa de capital aumentou mais do que a receita de capital”, garantiu Mário Centeno.

Já sobre os efeitos temporários, o Fórum para a Competitividade adianta que o impacto foi na ordem dos 1.100 milhões de euros. Neste bolo os economistas do Fórum incluem os dividendos do Banco de Portugal, os juros dos CoCo’s e as “contribuições especiais de alguns setores”, entre outros efeitos. Contudo, esta classificação não corresponde à do Governo nem, por exemplo, à do Conselho das Finanças Públicas, que identificou para 2017 um impacto na ordem dos 400 milhões de euros de medidas temporárias, numa análise de novembro de 2017.

Somando os dois efeitos (corte no investimento face ao orçamentado e efeitos temporários identificados por si), o Fórum para a Competitividade conclui que a ajuda ao défice foi de 1,2% do PIB. Sem esta ajuda, o défice saltaria assim para o dobro da estimativa mais recente apresentada pelo Governo: seria de 2,4%, em vez de 1,2%.

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