Netflix ultrapassa, pela primeira vez, os 100 mil milhões de dólares de capitalização bolsista

  • ECO
  • 23 Janeiro 2018

Netflix fechou quarto trimestre de 2017 com 8,34 milhões de novos subscritores, superando a expectativa de Wall Street em dois milhões de clientes. Resultado: capitalização do serviço atingiu recorde.

Depois de ter fechado 2017 com chave de ouro, a Netflix acaba de dar mais um passo na direção do domínio da indústria televisão, em todo o mundo. No último trimestre do ano passado, o serviço de streaming superou as expectativas dos investidores, arrecadando mais dois milhões de subscritores do que o previsto e triplicando os seus lucros. Na sessão da bolsa de Wall Street, desta segunda-feira, esses resultados fizeram os títulos da gigante do entretenimento valorizar 9% para 248 dólares. A Netflix atingiu, assim, pela primeira, uma capitalização de mercado de 100 mil milhões de dólares (pouco menos de 81,7 mil milhões de euros).

De outubro a dezembro de 2017, o serviço ganhou 6,36 milhões de subscritores nos 190 mercados internacionais em que opera, ultrapassando largamente a previsão de 5,1 milhões de novos subscritores avançada por Wall Street. Com a conquista de 1,98 mil milhões de subscritores nos Estados Unidos, a Netflix fechou o ano com um total de 117,58 milhões de subscritores. O lançamento das novas temporadas das séries consagradas “Stranger Things” e “The Crown”, bem como do filme de ação “Bright” terão justificado essa expansão, avança a Reuters.

“A Netflix está a investir mais e mais dinheiro na produção de conteúdo e isso traduz-se diretamente no aumento do número de subscritores”, explica Richard Greenfield, analista da BTIG. “[O serviço] viu uma grande oportunidade e está a mover-se o mais rápido que consegue no ataque”, sublinha.

Netflix planeia investir na criação de conteúdos próprios para se distanciar dos seus concorrentes.Matthew Keys/Flickr

Manter os concorrentes à distância

Este ano, a Netflix pretende gastar quase oito mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros) na criação de programas de televisão e filmes próprios, para se distanciar dos seus concorrentes: a Hulu, a Amazon e, em breve, a Disney. De facto, a gigante do entretenimento infantil planeia retirar os seus conteúdos da Netflix, no próximo ano, e investir numa plataforma de streaming própria.

“Acreditamos que os nossos grandes investimentos em conteúdos estão a dar resultados”, anunciou a Netflix, numa carta enviada aos acionistas. Em 2017, este serviço arrecadou pela primeira vez lucros durante todo o ano, nos mercados internacionais.

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Carrefour investe 2,8 mil milhões e corta 2400 empregos

Retalhista francesa vai investir 2,8 mil milhões de euros até 2022, corta 2400 empregos em França e faz parcerias com chinesas Tencent e Yonghui. Tudo para concorrer com a Amazon.

A retalhista francesa, segundo maior retalhista no mundo, anunciou esta terça-feira o seu novo plano estratégico. Denominado de “Carrefour 2022”, a nova estratégia da empresa passa por investir 2,8 mil milhões de euros nos próximos cinco anos, sobretudo ao nível tecnológico e ainda uma parceria com as empresas chinesas Tencent e Yonghui. O objetivo é competir com a Amazon.

A par disto, o grupo liderado, desde julho passado, por Alexandre Bompard anunciou o corte de 2.400 postos de trabalho em França. O corte que é mais baixo do que o estimado pelos sindicatos será acompanhado pelo fecho de 273 lojas que comprou à cadeia espanhola Dia, em 2014. O grupo sublinha que algumas destas lojas apresentam grandes dificuldades porque não se adaptaram à mudança de marca.

No total, o grupo deverá ser capaz de cortar dois mil milhões de euros até 2020. Para trás fica também a intenção de construir uma nova sede. O plano de despedimentos, segundo Bompard, terá início no verão e não haverá saídas forçadas. De fora fica a hipótese de fechar hipermercados em França.

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BCP é top pick na bolsa de Lisboa. Já ganha 17% este ano

As ações do BCP ganham perto de 3% nesta sessão prolongando o registo positivo observado neste arranque de ano. Revisão em alta de target pelo JP Morgan e reforço do Norges Bank dão força ao título.

O BCP soma e segue em bolsa. As ações do banco liderado por Nuno Amado valorizam perto de 3%, para novos máximos de julho de 2016. Na base da forte valorização que tornam o BCP a estrela dos ganhos da bolsa nacional neste arranque de ano acontece depois de o JP Morgan ter eleito o BCP como “top pick” no setor ibérico, mas também do reforço de posição por parte do Norges Bank.

As ações do BCP valorizam 2,56%, para os 32,81 euros, a fasquia mais elevada desde 7 de julho de 2016. Essa valorização acumula com o ganho de mais de 5% registado na sessão anterior, permitindo elevar para mais de 17% a subida do título desde o início do ano. Ou seja, a maior do PSI-20 desde o arranque de 2018.

BCP continua a acelerar

A aceleração das ações do banco liderado por Nuno Amado acontece depois de segunda-feira, o JP Morgan ter revisto em alta o preço-alvo que lhes atribui. O banco de investimento subiu o preço-alvo das ações para os 35 cêntimos e, ao mesmo tempo, enalteceu os méritos do BCP e lhe atribuiu o estatuto de “top pick” na Península Ibérica.

A par do Santander e BBVA, o BCP está entre os preferidos do JPMorgan nessa zona geográfica. “O BCP é a nossa maior convicção no quarto trimestre de 2017, já que vemos potencial ascendente para melhorias de capital e redução de malparado”, disse o banco de investimento citado pela Reuters.

Os novos máximos do título acontecem também depois de, nesta manhã, o BCP ter informado que o Norges Bank aumentou a sua posição no banco. O fundo norueguês passou a ter uma participação de 2,09% no banco liderado por Nuno Amado, acima dos 1,96% que detinha a 19 de janeiro. Ou seja, passou a ter uma posição qualificada.

“O Norges Bank aumentou a participação no BCP, e o banco continua a evoluir nesse sentido e está a impulsionar o PSI-20 para máximos”, afirmava a este propósito esta manhã José Novo, trader da Orey iTrade, citado pela Reuters.

O banco apresenta contas a 14 de fevereiro. Os analistas estimam que o BCP tenha obtido lucros de 160 milhões de euros no exercício de 2017, um aumento substancial face ao resultado líquido positivo de 24 milhões de euros, registado em 2016.

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Nelson Tanure reduz posição na Oi

O fundo Société Mondiale reduziu a participação na Oi para 4,54%, apenas alguns dias depois de a Justiça brasileira ter aprovado o plano de recuperação judicial da empresa.

O fundo Société Mondiale, ligado ao empresário brasileiro Nelson Tanure, reduziu a posição na Oi de 6,53% para 4,54%, com a empresa a deter agora 30,3 milhões de ações ordinárias da operadora brasileira, informou a empresa num comunicado enviado aos mercados. Assim, a redução no capital social da companhia passa de 5,28% para 3,67%, acrescenta a nota.

“O fundo declara que referida redução não tem o objetivo de alterar a composição do controle ou estrutura administrativa da companhia”, refere ainda a Oi, no comunicado submetido à CMVM pela acionista portuguesa Pharol PHR 1,30% .

Como refere o jornal brasileiro G1, esta redução da participação de Nelson Tanure na Oi surge poucos dias depois de o plano de recuperação judicial da operadora ter sido aprovado pela Justiça brasileira. O plano prevê que os credores fiquem a deter até 75% da empresa, uma medida que diluirá as participações dos atuais acionistas e à qual a Pharol já mostrou firme oposição.

Nelson Tanure deixou de ter um papel decisivo na recuperação judicial da maior operadora do Brasil no final do ano passado. Da parte da empresa, é Eurico Teles, presidente executivo da Oi, o responsável pelo dossiê no seio da administração da empresa.

Cotação das ações da Pharol na bolsa de Lisboa

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Inquérito: O ECO perguntou se Manuel Vicente deve ser julgado em Portugal. E a resposta foi…

  • Rita Frade
  • 23 Janeiro 2018

O julgamento da Operação Fizz iniciou-se esta segunda-feira. A propósito do tema, o ECO decidiu lançar a pergunta aos seus leitores: Manuel Vicente deve ser julgado em Portugal? Saiba a resposta.

O julgamento da Operação Fizz, que tem como arguidos o ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, o ex-procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) Orlando Figueira, o advogado Paulo Blanco e o empresário Armindo Pires arrancou esta segunda-feira, no tribunal da comarca de Lisboa.

Em causa está um alegado suborno de 760 mil euros a Orlando Figueira, que envolve Manuel Vicente, Paulo Blanco e Armindo Pires, que são, assim, “acusados de, em conjugação de esforços, terem pago ao magistrado, que, na altura, trabalhava no DCIAP, cerca de 760.000 euros e outras vantagens, designadamente, colocação profissional numa instituição bancária“.

Em troca, o ex-procurador do DCIAP “proferiu, em dois inquéritos, despachos que favoreceram” Manuel Vicente. “Estes dois processos vieram a ser arquivados pelo referido magistrado”, de acordo com o Ministério Público.

Manuel Vicente, que não compareceu esta segunda-feira no julgamento (devido à imunidade concedida por Angola), está a ser acusado por corrupção ativa, em coautoria com os arguidos Paulo Blanco e Armindo Pires, branqueamento de capitais, em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira, e falsificação de documento com os mesmos arguidos.

A propósito deste tema, o ECO decidiu lançar uma pergunta nas redes sociais (Facebook e Twitter) para saber, na opinião dos seus leitores, se Manuel Vicente deve ou não ser julgado em Portugal, ou se o processo deveria autonomizado e enviado para Angola?

Terminado o inquérito, é possível concluir que a maioria é a favor de que o ex-vice-Presidente de Angola seja julgado em Portugal. No Facebook, o “Sim” ganhou com 72% dos votos e no Twitter com 71%. Já o “Não” obteve 28% dos votos no Facebook e 29% no Twitter.

(notícia atualizada às 11h07 com mais informação)

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O “milagre económico português” visto pelos galegos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Janeiro 2018

O jornal espanhol La Voz de Galicia tem reportado os casos dos galegos que escolheram passar a fronteira. Chamam-lhe o "milagre económico português".

São empresários, jornalistas, médicos, professores universitários, e tantos outros cidadãos galegos, que ilustram “o milagre económico português”. Escolheram passar a fronteira e estabelecer-se em território nacional e são os protagonistas de uma série de reportagens publicadas pelo jornal espanhol La Voz de Galicia.

Da ótica dos cidadãos, Portugal conquistou-os através da sua hospitalidade, da tranquilidade social e política e das mudanças que o resgate trouxe à maneira de pensar e de governar. “Portugal tem agora uma forma mais progressista de fazer política. Tudo isso ajuda muito”, aponta Manuel Bello, jornalista estabelecido em Lisboa. “As pessoas estão mais confiantes, há mais tranquilidade social e mais turismo. O emprego cresce, há segurança e muitas empresas que querem vir para cá”, afirma Malena Fernandéz, que trocou Barcelona por Lisboa.

Por outro lado, as empresas enumeram como vantagens em relação à Galiza os baixos custo de abrir uma PME, tanto a nível de registo como a nível fiscal, passando também pelo facto de cada autarquia ter o poder necessário para decidir o que se passa no seu território, o que leva a que cada autarca tenha as competências para acrescentar incentivos.

O empresários destacam ainda os efeitos positivos do resgate financeiro, que tornou o país mais ágil em termos de prazos e burocracia: “O resgate fê-los mudar de filosofia”, afirma ao jornal, Víctor del Canto, presidente da construtora Civis Global, responsável pela edificação em solo nacional de muitas empresas galegas.

Ainda assim, há que manter a precaução. “Não é tão real como querem mostrar, porque o fosso social está a aumentar”, aponta Adolfo Remesar, que se estabeleceu na Póvoa de Varzim. “Nas zonas com turismo a coisa vai mais ou menos bem, mas não é disso que vive todo o país. O preço das casas está a aumentar, os salários nos setores dos serviços são baixos, a saúde está a privatizar-se”, enumera.

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Sismo no Alasca levou a evacuações e alerta de tsunami

Terramoto de magnitude 7,9 na escala de Richter, a 280 quilómetros a sul da ilha de Kodiak, poderá resultar num maremoto. As autoridades estão a evacuar algumas zonas costeiras.

As autoridades norte-americanas emitiram ordens de evacuação em algumas zonas da costa oeste dos Estados Unidos e Alasca, depois da ocorrência de um terramoto de magnitude 7,9 na escala de Richter, com epicentro a 280 quilómetros a sul da ilha de Kodiak, a dez quilómetros de profundidade, indica a BBC. Em causa, a possibilidade de um tsunami. Inicialmente, estimava-se que o sismo teria sido mais forte, na ordem dos 8,2 graus de magnitude.

Segundo o The Wall Street Journal [acesso pago], ordens de evacuação foram enviadas para os telemóveis dos residentes da ilha de Kodiak: “Alerta de emergência. Perigo de tsunami na costa. Vá para um local alto ou para o interior da ilha.” As autoridades tentavam retirar toda a gente de regiões de baixa altitude, sobretudo as que se encontrassem abaixo do nível médio das águas do mar.

O alerta de tsunami referente à ilha de Kodiak foi reduzido, mais de duas horas depois da sua emissão inicial, para uma “recomendação”, com as autoridades a pedirem aos habitantes que permanecessem em zonas altas. Os alertas de tsunami estendiam-se, inicialmente, por toda a zona costeira ocidental dos Estados Unidos até à Califórnia. Entretanto, foram levantados.

Até ao momento, de acordo com a NBC News, nenhum maremoto atingiu a costa, mas a recomendação das autoridades mantém-se. Um vídeo publicado no Twitter mostra uma longa fila de automóveis a afastarem-se da zona costeira em Kodiak.

(Notícia em atualização)

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Bolsas e dólar em máximos depois de fim do ‘shutdown’ nos EUA

As bolsas europeias negoceiam nos valores mais elevados desde o verão de 2015. Os juros das dívidas soberanas dos países periféricos também estão a beneficiar do otimismo dos investidores.

As bolsas europeias estão a negociar em máximos esta terça-feira, numa altura em que os investidores festejam o fim do shutdown nos Estados Unidos. A moeda norte-americana também está a valorizar depois da promulgação do financiamento temporário do Governo federal norte-americano.

As principais praças europeias estão todas a negociar em alta, Lisboa incluída, que valoriza para máximos de agosto de 2015. A tendência é generalizada: a bolsa alemã está a subir perto de 0,9% e as praças londrina e espanhola avançam ambas mais de 0,3%. O Stoxx 600, por seu lado, está a subir mais de 0,3% e também negoceia no valor mais alto desde o verão de 2015.

À Reuters, um analista da AxiTrader refere que “com o atual sentimento nos mercados bolsistas”, o prolongamento dos ganhos “é um cenário realista para as próximas semanas”. A manter este ritmo, “teremos um dia muito positivo para os mercados europeus”, acrescenta José Novo, da Orey iTrade.

No mercado da dívida, os juros das dívidas soberanas dos países periféricos também estão a beneficiar desta tendência positiva. Os juros da dívida portuguesa a dez anos estão a recuar 5,7 pontos base, para os 1,645%. Os juros da dívida italiana a dez anos também cedem, em mais de dois pontos base, para 1,896%, assim como os juros da dívida espanhola, que negoceiam nos 1,370%.

O euro, por seu lado, está a ceder contra o dólar. A moeda norte-americana está a ser impulsionada pelo fim do ‘shutdown’ e o euro está assim a depreciar 0,12%, para 1,2247 dólares.

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Davos arranca hoje. O que é que estes oito portugueses vão fazer à aldeia onde se reúnem os poderosos?

A desigualdade salarial entre ricos e pobres e entre géneros marcará a 48ª edição de Davos. Entre a primeira visita de Trump e a aliança de Merkel e Macron, Costa vai à "caça" de investimento.

Montagem ECO.

Em Davos, o dia de Portugal não é a 10 de junho, mas a 24 de janeiro. Esta quarta-feira será o dia de destaque para o país num almoço que deixa duas perguntas: “Porquê Portugal? E porquê agora?” A resposta será dada pelo Governo português e o objetivo é atrair potenciais investidores. Mário Centeno e Manuel Caldeira Cabral estarão ao lado de António Costa para tentar captar investimento, mas também para promover o país junto da imprensa internacional — jornais como o The Guardian, Politico ou Der Spiegel são alguns exemplos da lista de convidados. Costa vai até ter a ajuda de Paddy Cosgrave, o fundador do Web Summit, que dará o testemunho de alguém que decidiu levar um evento mundial de Dublin para Lisboa.

O primeiro-ministro vai subir ao grande palco de Davos na quinta-feira para falar sobre o reforço do projeto europeu ao lado do primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, e da comissária europeia do comércio, Cecilia Malmström. Fonte de São Bento explica ao ECO que, além desse momento principal, António Costa participará brevemente num painel sobre o emprego jovem na Europa, num evento sobre o Web Summit e será orador numa sessão sobre a sustentabilidade da economia dos oceanos.

António Costa vai ainda aproveitar a sua presença em Davos para reunir com João Lourenço, após sucessivos adiamentos na sua ida a Angola. Mas o pedido do encontro partiu de Angola. O primeiro-ministro falará com o presidente angolano numa altura em que o impasse entre a justiça angolana e a justiça portuguesa continua dado que a Operação Fizz, que envolve o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente, está em stand-by.

Na lista dos portugueses que dão cartas lá fora, o destaque vai para Guterres, Moedas e Centeno, os três com cargos políticos internacionais. O secretário-geral da ONU está no cargo há um ano e espera-se que aproveite Davos para falar sobre dois assuntos que marcam a agenda mundial: imigração e alterações climáticas. Já o comissário europeu para a Inovação vai intervir em três painéis sobre a internet of things, o investimento europeu na inovação e no empreendedorismo tecnológico e sobre a investigação científica. O presidente do Eurogrupo não tem, para já, nenhum evento marcado.

Regressando ao Governo, Manuel Caldeira Cabral terá a oportunidade de dividir o palco com o rapper norte-americano will.i.am num painel sobre o talento relacionado com ciência, tecnologia, engenharia e matemática que irá ditar a criação de emprego no futuro. O ministro da Economia português será orador em vários painéis, mas o ponto alto da sua visita será o conjunto de reuniões bilaterais com grandes empresas e na segunda-feira o encontro de elite do Financial Times. Em Davos estará também Ana Teresa Lehman, secretária de Estado da Indústria.

Algumas empresas portuguesas também disseram “presente” à chamada de Davos. Há uma delegação da AICEP que se deslocará à Suiça, mas também estarão presentes os representantes da Sonae e da Jerónimo Martins: Cláudia Azevedo, José Soares dos Santos e Henrique Soares dos Santos estão na lista oficial de participantes do encontro mundial. As grandes empresas costumam aproveitar este evento para fazer networking e procurar potenciais parceiros para novos mercados.

Apesar da idade média dos participantes em Davos ser superior a 50 anos, também há participantes mais novos graças à iniciativa internacional Global Shapers. O professor da NOVA SBE, Afonso Mendonça Reis, é um desses exemplos, confirmou o próprio ao ECO. Também Cristina Fonseca, cofundadora da Talkdesk, vai marcar presença em Davos.

Mas não é só a economia “pura e dura” que estará presente. O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, esteve este domingo em Davos para uma reunião informal de ministros da Cultura. “Ideias para a cultura, projetos para a Europa”, anunciou o Ministério da Cultura na sua conta de Twitter, sem adiantar mais pormenores sobre o conteúdo do encontro.

Trump, uma economia a crescer e a desigualdade salarial e de género

De terça-feira a sexta-feira, os mais poderosos do mundo reúnem-se em Davos, uma pequena cidade na Suíça. Rodeados por um cenário de neve, os participantes vão discutir vários assuntos centrados num tema: criar um futuro de partilha num mundo fraturado. A presença de Donald Trump é a mais esperada no encontro económico dado que há vários anos que nenhum presidente dos Estados Unidos ia a Davos. É esperado um “confronto” com as ideias de Angela Merkel e Emmanuel Macron, os dois líderes europeus que vão à Suíça mais unidos do que nunca.

O destaque será também para os países emergentes como a Índia e o Brasil. Já o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está a apostar na promoção da Índia como a quinta maior economia do mundo. O Brasil, pela mão de Michel Temer, tentará recompor a sua reputação internacional após os escândalos internos, numa edição que fica também marcada pela presença da Petrobras, a empresa envolvida na Operação Lava Jato.

Mas não vão ser só figuras políticas a brilhar na Suíça. Pela passadeira de gelo passarão também nomes do setor artístico como Cate Blanchett e Elton John, depois de Shakira ter estado presente no ano passado. Mas o foco estará nos empresários mundiais: Ginni Rometty, presidente-executiva da IBM; Paulo Cesar de Souza e Silva, CEO da Embraer; Sundar Pichai, CEO da Google; Sheila Patel, CEO da Goldman Sachs International; e muitos outros empresários de peso mundial.

Este encontro acontece numa altura em que a economia global está a acelerar após uma dura crise. Depois de um crescimento de 3,7% em 2017, o Fundo Monetário Internacional — que atualizou as suas previsões esta segunda-feira — espera que a economia acelere para 2,9% este ano. Políticos e empresários terão a oportunidade de discutir na Suíça a recuperação económica, a forma de evitar uma nova crise, mas também a crescente desigualdade de riqueza entre ricos e pobres. E homens e mulheres.

Segundo os dados da organização, apenas 21% dos participantes são mulheres. Este é um tema que vai marcar esta edição uma vez que é presidida por sete mulheres pela primeira vez. No grupo destacam-se Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, e Erna Solberg, primeira-ministra da Noruega.

A desigualdade de géneros será um dos focos também à boleia do movimento #MeToo que continua a marcar a agenda mediática de Hollywood. O programa de Davos reflete isso mesmo: no novo espaço “We Need To Talk About” vai-se falar sobre o privilégio de classe, a imigração, o assédio sexual, a religião, a saúde mental, a raça, a identidade LGBTQ e o estigma com a deficiência.

O “1%” vai falar sobre desigualdade

A Oxfam lançou em relatório em antecipação do encontro. E os resultados não são positivos: 82% da riqueza estava concentrada nos 1% dos mais ricos em 2017 e as mulheres continuam a ganhar menos do que os homens. A desigualdade é tal que apenas 42 pessoas detêm a mesma riqueza dos 50% mais pobres do mundo.

A organização internacional — cuja missão é lutar contra a pobreza — revela que os multimilionários têm multiplicado nos últimos anos enquanto as 3,7 mil milhões de pessoas mais pobres continuam com o mesmo nível de riqueza. A Oxfam dá exemplos da desigualdade: nos Estados Unidos, um presidente executivo de uma empresa ganha num dia aquilo que um trabalhador normal ganha num ano inteiro.

É, por isso, incontornável que o tema da desigualdade passe por Davos. Até porque, para além da desigualdade entre ricos e pobres, a desigualdade entre género vai ser um dos principais focos deste encontro que é liderado, pela primeira vez, por sete mulheres. O estudo da Oxfam mostra que nove em cada dez multimilionários são homens. E que seria necessários 216 anos, ao ritmo atual, para acabar com o fosso entre os salários dos homens e das mulheres.

O relatório da organização internacional contou com o contributo de 70 mil pessoas de 10 países. Quase dois terços dos inquiridos afirmou que é urgente resolver o problema da desigualdade entre os ricos e os pobres.

Os números de Davos

  • Mais de 3.000 participantes, sendo que apenas 21% são mulheres;
  • 340 figuras públicas, incluindo mais de 70 líderes de Governo e 45 líderes de organizações internacionais;
  • Mais de 1.900 empresários de todas as indústrias;
  • 50 representantes da Global Shapers;
  • 32 pioneiros na área da tecnologia;
  • 40 líderes culturais;
  • A idade média dos participantes é superior a 50;
  • Este é o 48.º encontro do Fórum Económico Mundial, mais conhecido por Davos;

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Apanhado em “excesso de lentidão”? CP “multa” automobilistas com vouchers de viagens grátis

A CP está a medir a lentidão dos automobilistas e a multá-los com vouchers que dão direito a um mês de viagens grátis para novos aderentes. Esta terça-feira, os lisboetas já foram "apanhados".

A manhã ainda se espreguiça, quando os números verdes fluorescentes do “radar de lentidão” começam a brilhar. À meia-luz, um grupo de jovens equipados com camisolas brancas, nas quais se lê “foi apanhado por excesso de lentidão”, reúne-se em torno do poste que indica a velocidade dos automobilistas e prepara a mais recente campanha da Comboios de Portugal (CP). Esta manhã, vão passar “multas”, que, em vez de exigirem pagamento aos condutores, dão direito (aos novos aderentes) a uma assinatura mensal grátis para a rede de serviços da CP, mediante a compra da primeira mensalidade.

O radar da CP quer “apanhar” os automobilistas com “excesso de lentidão”.DR

“O objetivo desta campanha é levar à experimentação”, explica ao ECO a diretora de marketing da empresa de transportes ferroviários. Filipa Ribeiro sublinha que, com esta campanha, a CP pretende motivar os automobilistas a experimentarem o comboio, nos seus percursos diários, já que, em alguns casos, este é o meio mais rápido para ligar a casa ao destino.

Preparada para o frio que se faz sentir com um grosso casaco caramelo, a representante acrescenta: “O comboio é mais rápido especialmente nos acessos a Lisboa e ao Porto”. Daí que a ação, que leva, esta terça-feira, o grupo de jovens às janelas dos automóveis sempre que o semáforo da Cruz Quebrada fica vermelho, decorra não só na capital como também na Invicta. Os condutores do Porto podem esperar ser “multados” esta quinta-feira, no cruzamento entre a Rua das Fontaínhas e a Rua do Infante.

Jovens com camisolas, nas quais se lê “foi apanhado com excesso de lentidão” distribuem “multas”.DR

No passeio, os jovens espreitam com atenção a mudança dos semáforos. Esta manhã, vermelho significa que devem avançar. Serpenteiam entre os automóveis, entregando os “bons dias” e as notificações que dão acesso a um mês gratuito na rede de serviços Intercidades, Regional e comboios urbanos da CP em Lisboa, Porto e Coimbra.

Trocar a matrícula por uma assinatura mensal

Os interessados em trocar o volante pelas carruagens terão, posteriormente, de visitar o site da campanha, no qual deverão colocar a sua matrícula para validar a oferta. “Se entrou neste site é porque já foi apanhado em excesso de lentidão, quando ficou preso no trânsito ao ir para o trabalho, para escola, universidade ou simplesmente ao ir passear“, lê-se no formulário digital da troca. Depois de o preencherem, os automobilistas terão de ir a uma bilheteira, onde o voucher será efetivamente trocado por um cartão que lhes permitirá viajar durante um mês sem custos.

Trocar a matrícula por uma assinatura mensal. É esse o processo desta campanha.DR

Quais as vantagens de substituir as filas de automóveis pelos carris? “É mais económico utilizar o comboio, quando a pessoa vai sozinha no carro, e pode ainda utilizar o tempo para ler, trabalhar ou acabar de dormir“, avança, sorrindo, Filipa Ribeiro. “Aumenta a qualidade de vida“, comenta. Refere também que escolher o comboio para as deslocações diárias é menos stressante e mais previsível.

A poucos minutos das oito da manhã, o trânsito flui confortavelmente. Os números fluorescentes revelam que os automóveis se estão a deslocar a um quilómetro e meio por hora. Na rua abaixo, ouve-se o mar e os apitos incessantes que anunciam a chegada de mais um comboio.

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Grupo de Esquerda defende fim das taxas moderadoras e mais verbas

  • ECO
  • 23 Janeiro 2018

Grupo que junta Manuel Alegre, Helena Roseta, Ricardo Sá Fernandes e médicos e enfermeiros no ativo propõe revisão da Lei de Bases da Saúde.

Um grupo de figuras de esquerda que junta médicos, enfermeiros, políticos e sociólogos propõe linhas orientadoras para a revisão da Lei de Bases da Saúde. Entre os subscritores, 52 no total, estão nomes como os de Manuel Alegre, Marisa Matias, Helena Roseta, Ricardo Sá Fernandes e também vários médicos e enfermeiros no ativo, escreve o jornal Público na edição desta terça-feira.

O grupo defende o fim das taxas moderadoras, mais recursos humanos, financiar hospitais e centros de saúde. Os princípios e orientações para a revisão da Lei de Bases da Saúde passam ainda pela extinção das atuais administrações regionais de saúde. No seu lugar, os proponentes da revisão da lei de bases defendem a criação de organizações intermunicipais que juntem serviços de saúde com escolas, segurança social e autarquias.

“Este documento propõe a divisão da Lei de Bases da Saúde em dois capítulos: política de saúde e a organização do sistema de saúde. Propomos que se dê um enfoque particular na promoção da saúde e na prevenção da doença, na cobertura e no acesso”, refere o médico especialista em saúde pública, Cipriano Justo, um dos promotores do documento com as linhas orientadoras.

Outra das soluções preconizadas por este movimento, que se iniciou com um manifesto em defesa do Serviço Nacional de Saúde e uma petição para a revisão da Lei de Bases da Saúde — que reuniu mais de 4 mil assinaturas — e que está na comissão parlamentar de saúde, é acabar com as listas de espera. Para isso, assegura ao Público, este especialista em saúde pública é preciso que o “financiamento está de acordo com as necessidades identificadas pelos serviços prestadores de cuidados de saúde”.

Quanto ao fim das taxas moderadoras, o especialista refere: “Nós propomos a gratuitidade das prestações. O exercício que devemos fazer é retirar todos os obstáculos ao acesso aos cuidados de saúde. E um deles é a cobertura, outro o acesso em termos de recursos disponíveis para o contacto direto e o outro são as taxas moradoras. Só retirando estas barreiras é que provavelmente conseguiremos, no plano do acesso, ver resolvidos problemas com que agora nos confrontamos.”

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Progressão de professores arranca em fevereiro

Continua a não ser conhecido o número de vagas que serão abertas para o acesso à progressão. Esse número será definido, a cada ano, pelo Governo.

Já foram publicadas as regras de acesso ao 5º e 7º escalões da carreira de docentes. Os educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário que reúnam as condições já poderão, assim, candidatar-se a uma progressão da carreira, ainda que no diploma agora publicado continue por esclarecer quantas vagas de acesso a estes escalões serão abertas. O procedimento de acesso às vagas de progressão vai decorrer em janeiro de cada ano; o procedimento relativo a este ano vai arrancar em fevereiro, de acordo com as regras publicadas, esta terça-feira, em Diário da República.

As negociações entre o Governo e os sindicatos que representam os professores terminaram, no início deste mês, sem um acordo relativo à progressão nas carreiras e ao regime de concursos. Nos encontros com os professores, ficou definido que será o Ministério da Educação a definir, em cada ano, o número de docentes, daqueles que cumprem os critérios necessários, que vão poder subir ao 5º e 7º escalões da carreira. Esta solução não agradou aos sindicatos, que temem que haja “discricionariedades” por parte do Governo.

Será, contudo, exatamente assim que irá funcionar o acesso às progressões. “O número de vagas para a progressão ao 5º e 7º escalões é estabelecido por total nacional por cada um dos escalões, e fixado anualmente por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da educação”, pode ler-se na portaria publicada em Diário da República.

Segundo os últimos dados do Governo, há 14 mil professores no 4.º escalão à espera de transitar e outros oito mil no 6º escalão. Também de acordo com o Ministério da Educação, só cerca de mil docentes têm o tempo de serviço necessário para progredir na carreira. Contudo, acusam os sindicatos, esta contabilização apenas tem em consideração o tempo de serviço dos docentes, deixando de fora a avaliação qualitativa obtida pelos professores, que também conta para a progressão.

A portaria agora publicada define também como serão escolhidos os professores que progridem. “Os docentes posicionados no 4.º e 6.º escalões a quem tenha sido atribuída a menção qualitativa de Bom na respetiva avaliação do desempenho e que já tenham cumprido os restantes requisitos previstos nos n.os 2 e 3 do artigo 37.º do [Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário], integram uma lista anual de graduação, de caráter nacional, ordenada por cada um daqueles escalões e por ordem decrescente, sendo a respetiva posição na lista definida de acordo com o tempo de serviço contabilizado em dias prestado pelo docente no escalão”.

Em situações de empate, o primeiro fator de desempate será “a avaliação de desempenho imediatamente anterior à progressão, apurada quantitativamente até às milésimas”. O segundo fator de desempate, “caso a igualdade subsista, será a idade do docente, preferindo o mais velho”.

Quanto aos docentes que não conseguirem obter vaga, “beneficiam, para efeitos de progressão, da adição do fator de compensação 365 ao tempo de serviço em dias prestado no escalão por cada ano suplementar de permanência nesse mesmo escalão”.

O procedimento relativo ao preenchimento das vagas irá iniciar-se em janeiro de cada ano, “com a inclusão na lista de graduação desse ano dos docentes que, no ano civil anterior, tenham completado o requisito de tempo de serviço nos escalões para efeitos de progressão, e reunido os demais requisitos previstos nos números 2 e 3 do artigo 37.º do ECD, bem como dos docentes que tenham estado integrados em listas de anos anteriores e não tenham obtido vaga”.

Esta é uma das normas criticadas pelos professores. No final das negociações com o Governo, este mês, o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) referiu, em comunicado, que “os professores são ainda mais penalizados uma vez que as progressões apenas têm efeito a partir do mês de janeiro do ano civil seguinte ao terem cumprido os requisitos, o que implica que um docente que atinja em fevereiro o tempo de serviço necessário para progredir na carreira, terá de esperar até janeiro do ano seguinte para que a progressão se verifique efetivamente, perdendo 11 meses de tempo de serviço”.

Relativamente a este ano, o procedimento para o preenchimento das vagas de acesso ao 5º e 7º escalão vai iniciar-se em fevereiro, conclui a portaria.

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