Novo Banco atira défice para 1,6% até junho. Meta do Governo é possível, mas UTAO vê riscos no BPP

As contas públicas continuam a ser afetadas por operações que envolvem bancos. O Estado teve de pôr dinheiro no Novo Banco no segundo trimestre deste ano. A receita da garantia do BPP é uma incerteza.

As operações de ajuda do Estado aos bancos continuam a afetar as contas públicas. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) calcula que o défice na perspetiva que interessa a Bruxelas atingiu 1,6% do PIB no primeiro semestre, por causa da injeção no Novo Banco. Os técnicos do Parlamento consideram que o objetivo para 2018 não está em risco, mas lembram que ainda existem ameaças. Uma delas é a receita do Banco Privado Português (BPP).

“A estimativa realizada aponta para que o valor central do défice tenha ascendido a 1,6% do PIB no final do primeiro semestre”, escrevem os peritos da Assembleia da República, que dão apoio aos deputados da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, na análise ao boletim da Direção-Geral do Orçamento (DGO) sobre a execução orçamental até julho. O valor final é divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a 21 de setembro.

Este cálculo foi feito na ótica da contabilidade nacional, ou seja, numa perspetiva que mede os compromissos. Trata-se de uma medida que é usada por Bruxelas para avaliar o grau de cumprimento de Portugal em matéria de saldo orçamental e difere dos valores que são revelados mensalmente pela DGO (em contabilidade pública, ou seja, numa lógica de tesouraria).

Os técnicos do Parlamento salientam que face ao período homólogo houve uma redução do défice de 4,6 pontos percentuais. No entanto, lembram que este valor é superior à meta do Executivo.

Um dos contributos para o défice do primeiro semestre foi a operação de capitalização contingente do Novo Banco pelo Fundo de Resolução, no valor de 792 milhões de euros, realizada no segundo trimestre. Um impacto que os peritos da UTAO esperam que se dilua no resto do ano.

“O resultado orçamental do primeiro semestre não coloca em risco o cumprimento da meta anual, atendendo a que o desvio desfavorável reflete, em grande medida, o efeito da operação de recapitalização do Novo Banco”, afirmam os responsáveis pelo acompanhamento das contas públicas no Parlamento.

Descontadas as medidas temporárias e/ou medidas não recorrentes, “a estimativa para o défice compara favoravelmente com o objetivo anual definido no OE 2018, ainda que se deva situar ligeiramente acima da estimativa apresentada no Programa de Estabilidade”.

No OE 2018, o Governo esperava um défice de 1,1% do PIB, que reviu para 0,7% do PIB em abril no Programa de Estabilidade. No entanto, este objetivo já inclui a operação com o Novo Banco. E, portanto, sem medidas extra, a meta do Governo é de 0,4%.

Para já, as contas da UTAO apontam para 1,6% no primeiro semestre ou 0,7% no mesmo período mas sem medidas não recorrentes.

BPP, professores e investimento são riscos para segunda metade do ano

Os técnicos do Parlamento acrescentam que apesar das perspetivas de correção na segunda metade do ano, pelo efeito de diluição da operação do Novo Banco, “são de assinalar alguns riscos em torno da execução orçamental”.

Do lado da receita, “não é de excluir alguma incerteza em torno da recuperação e garantias do BPP, cuja receita chegou a estar prevista para 2017 e teve de ser em grande parte adiada para 2018”. Para este ano está prevista uma receita de 350 milhões de euros, que está dependente da autorização final do juiz que lidera o processo de insolvência do banco.

Existem ainda riscos ascendentes que decorrem, nomeadamente, de “pressões para o descongelamento de carreiras, não apenas na área da educação, como também nas áreas de defesa, segurança, saúde e justiça associadas à contagem do tempo de serviço”, diz a UTAO, referindo ainda que acresce a “pressão para aumentar o investimento público”.

 

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Acusação do Ministério Público revela que Benfica teve acesso à investigação a Bruno de Carvalho

Paulo Gonçalves, assessor do Benfica, terá tido acesso a dez investigações que envolviam a SAD do clube e ainda informação relativa a clubes rivais, como o Sporting.

Paulo Gonçalves terá pedido informação relativa quer a investigações em curso no DIAP de Lisboa que envolviam a SAD do Benfica. Mas, de acordo com a acusação do chamado processo e-Toupeira, a que o ECO teve acesso, o assessor jurídico dos encarnados acedeu também a outros processos, entre eles a investigação a Bruno de Carvalho, na altura presidente do Sporting.

O Ministério Público refere precisamente que a 2 de janeiro deste ano, às 14h44, o funcionário judicial José Augusto Silva terá acedido ao sistema informático dos tribunais (Citius) para consultar a investigação que nasce de uma denúncia anónima contra o, na altura, presidente leonino, Bruno de Carvalho. Processo esse que dias depois entraria em segredo de Justiça.

Em março já deste ano, o arguido José Silva teria na sua posse mais dois inquéritos. Um deles tem como intervenientes, entre outros, o Benfica e como denunciado o Ministro das Finanças, Mário Centeno. Em causa o pedido de dois convites ao Benfica, um para si e outro para o filho, para ver o Benfica-FC Porto, de 1 de abril de 2017, na bancada presidencial.

Este funcionário judicial — que está atualmente em prisão preventiva — recebia em troca das informações produtos de merchandising do clube da Luz, como camisolas e casacos de futebol, convites e bilhetes para assistir gratuitamente a jogos de futebol na Luz, no “Anel VIP”, e recebia ainda promessas de contratos de trabalho no Museu Cosme Damião, pertencente ao Benfica, para um sobrinho.

No âmbito do caso e-Toupeira, o MP acusou formalmente a SAD do Benfica, o seu assessor jurídico, Paulo Gonçalves, e dois funcionários judiciais de oito crimes, entre eles os de corrupção ativa e oferta indevida de vantagem. Em cima da mesa estão penas que poderão afastar o clube da Luz de competições desportivas, além de o poder privar de subsídios do Estado.

A acusação do Ministério Público apelida estas suspeitas como o “Acordo Conjunto” cujos protagonistas foram José Silva, o oficial de justiça e ex-observador de árbitros Júlio Loureiro e Paulo Gonçalves para beneficiar o Benfica através do conhecimento antecipado de processos judiciais e com o intuito de obter decisões favoráveis.

Os funcionários judiciais arguidos acediam à informação através do Citius, usando credenciais de colegas já aposentados e ainda da juíza Ana Paula Vitorino. Através de tribunais de Lisboa, de Fafe e Guimarães.

Da imputação jurídica, José Silva está acusado da prática de um crime de corrupção ativa, um crime de peculato, um crime de favorecimento pessoal e em co-autoria com Paulo Gonçalves de quatro crimes de violação do segredo de justiça. Pelo DIAP está acusado de dez crimes de falsidade informática, também em co-autoria com Paulo Gonçalves, com acesso ilegítimo e burla informática.

Além destes em que foi co-autor, Paulo Gonçalves, por sua vez, é acusado de um crime de corrupção ativa.

A acusação revela que em data não apurada, mas pelo menos desde junho de 2017, Paulo Gonçalves solicitou aos funcionários judiciais José Silva e Júlio Loureiro que acedessem a processos pendentes e lhe transmitissem informações relativas a processos.

Em troca destes acessos, Paulo Gonçalves e a Benfica SAD terão oferecido pelo menos nas épocas desportivas 2016/2017 e 2017/2018 e até 3 de Março de 2018 convites e produtos de merchandising.

Quais os processos consultados pelos arguidos?

O primeiro diz respeito à denúncia da FPF em outubro de 2015 no seguimento da entrevista de Bruno de Carvalho ao programa Prolongamento dia 5 desse mês. O na altura presidente do Sporting denunciava que o clube da Luz teria subornado alguns árbitros. José Silva acedeu a este inquérito inúmeras vezes, que estava em segredo de justiça desde maio de 2016.

O segundo inquérito trata-se de uma denúncia da SAD do Benfica contra incertos por acesso ao sistema informático do clube. Estava em segredo de justiça desde junho de 2017.

Outro dos inquéritos a que José Silva teve acesso dizia respeito a outra denúncia da SAD das águias, desta vez contra Francisco José de Carvalho Marques e Avenida dos Aliados – Sociedade de Comunicação, por divulgação de correspondência eletrónica de elementos do clube da Luz. O acesso foi feito, pelo menos, no dia 1 de setembro de 2017 pelas 14.28 horas.

O quarto inquérito trata-se de uma denúncia anónima contra Bruno de Carvalho, na altura presidente do Sporting, que estava em segredo de justiça desde janeiro deste ano. Foi acedido por José Silva em duas datas distintas: a primeira no dia dois de janeiro, pelas 14.44, e depois a dia sete do mesmo mês pelas 11.23.

Por sua vez, o quinto inquérito dizia respeito a uma denúncia anónima em que a SAD do Benfica era a visada, por eventual “esquema de corrupção na arbitragem para beneficiar o Benfica”. Está em segredo de justiça desde junho de 2017. Foi consultado inúmeras vezes, tendo José Silva extraído do Citius o histórico deste inquérito, no qual estavam elementos como o número do processo, data de autuação, magistrada titular e oficial de justiça encarregue do cumprimento, identificação dos denunciados (Pedro Guerra, Adão Mendes e Sport Lisboa e Benfica, SAD), conclusão e remessa dos autos à Unidade Central de Lisboa- Juízo de Instrução Criminal e conclusão ao juiz.

José Silva entregou a impressão do histórico deste processo a Paulo Gonçalves, que o manteve no seu gabinete. Após consulta do inquérito, José Silva e Paulo Gonçalves trocaram mensagens via Whatsapp no dia 26 de agosto de 2017 para transmissão da informação obtida.

De forma a poder esconder melhor os pedidos e recompensas, os contactos de José Silva com Paulo Gonçalves eram por vezes realizados através de Óscar Cruz ou Júlio Loureiro, conhecidos de todos, sendo o último também arguido no caso e-Toupeira.

Além dos bilhetes oferecidos, que custariam entre 30 a 60 euros, José Silva, no ano de 2017 apresenta na sua conta 58 operações a crédito — nomeadamente onze depósitos e quarenta e sete transferências num montante de cerca de 10.200 euros, excluindo os valores referentes a remunerações.

Em março, o arguido José Silva teria na sua posse mais dois inquéritos. Um deles tem como intervenientes, entre outros, o Benfica e como denunciado o Ministro das Finanças, Mário Centeno. O outro inquérito tem como intervenientes, entre outros, o Sporting e o Benfica. Ambos os inquéritos correm termos no DIAP de Lisboa.

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Tensão nos mercados emergentes arrasa Europa. Lisboa cai mais de 1%

As bolsas europeias fecharam com perdas significativas e Lisboa registou a sétima sessão consecutiva de desvalorização. Queda das divisas nos mercados emergentes e preço do petróleo pressionaram.

Foi um dia de quedas significativas nas bolsas europeias. A praça lisboeta fechou a sessão com perdas superiores a 1%, naquela que foi a sétima sessão consecutiva de perdas para o principal índice nacional. O PSI-20 está já em mínimos do final do ano passado.

A pressionar as bolsas esteve a perda de valor das divisas nos mercados emergentes, bem como a queda expressiva do preço do petróleo nos mercados internacionais. Um clima de tensão que contagiou a negociação nos mercados desenvolvidos, ditando perdas da Ásia à América, passando pela Europa.

As bolsas alemã, francesa e britânica registaram perdas entre 1% e 1,42%, enquanto o índice de referência Stoxx 600 recuou 1,15%. Já o português PSI-20 encerrou aquela que foi a sétima sessão de perdas com uma desvalorização de 1,39%, para 5.294,33 pontos, num dia em que nove das 18 maiores cotadas portuguesas fecharam com perdas entre 1% e mais de 5%.

PSI-20 está em mínimos de novembro de 2017

Num dia em que o preço do barril de Brent afunda 1,13% em Londres, para 77,29 dólares, a Galp Energia fechou a sessão a derrapar 3,66%, para 16,835 dólares por ação. A construtora Mota-Engil também contribuiu significativamente para as perdas desta quarta-feira, ao corrigir 4,32% para 2,325 euros.

A família EDP também desvalorizou. A elétrica presidida por António Mexia recuou 0,75% para 3,305 euros por ação, enquanto a subsidiária EDP Renováveis derrapou 1,12% para 8,35 euros, numa altura em que, como o ECO avançou esta semana, a OPA da China Three Gorges pode estar para cair.

O BCP acabou por escapar à maré vermelha, mas registou apenas ganhos tímidos que pouco serviram para travar as perdas no principal índice nacional. O banco liderado por Miguel Maya fechou a avançar 0,04%, estando agora a cotar nos 25,03 cêntimos.

No PSI Geral, o cenário não foi muito diferente. A principal nota vai para as ações da SAD do Benfica, no dia em o clube encarnado foi formalmente acusado de vários crimes pelo Ministério Público. A acusação pede uma pena de três anos fora de competições para o clube presidido por Luís Filipe Vieira. As ações da SAD fecharam a sessão a cair 15,09% para 1,885 euros cada título.

Crise nos emergentes assusta. Trump também

Lisboa foi uma das praças mais penalizadas na Europa, num dia negativo para os mercados acionistas um pouco por todo o mundo com o adensar da crise nos mercados emergentes. Numa altura em que a Venezuela está em crise, a Argentina tenta negociar com o FMI um novo plano de resgate.

A urgência surge numa altura em que o valor do peso argentino continua a afundar face ao dólar, segundo a Reuters. A divisa abriu a sessão a recuar 0,89%, fazendo com que seja, agora, preciso ter 39,4 pesos para comprar um dólar, mas várias outras moedas emergentes seguiram a tendência.

Além disso, termina esta quinta-feira o prazo da proposta do Presidente Donald Trump para implementar um pacote de tarifas de 200 mil milhões de dólares sobre a China, o que poderá fazer escalar as tensões comerciais entre os dois países. Juntam-se a isso os dados pouco animadores da balança comercial norte-americana, com as importações a registarem um valor recorde.

Ao mesmo tempo, nos Estados Unidos, as bolsas também estão sob forte pressão, sobretudo o setor tecnológico. Num dia em que responsáveis do Facebook, do Twitter e da Alphabet vão ser interrogados no Congresso por causa da alegada interferência russa nas eleições, o tecnológico Nasdaq derrapa mais de 1,3%. Já foram registadas quedas de 6% nas ações do Twitter e do Netflix.

(Notícia atualizada às 17h06 com mais informações)

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Telemóvel flexível da Samsung “está praticamente feito”

O presidente executivo da Samsung, DJ Koh, deixou pistas de que a marca poderá apresentar um telemóvel que se dobra ao meio já em novembro. O "Galaxy X" está "praticamente feito", garantiu o gestor.

A Samsung poderá apresentar um telemóvel que se dobra ao meio no final deste ano. A ideia da marca já era conhecida, mas não se sabia quanto tempo a empresa levaria até ter esta tecnologia pronta. Contudo, a avaliar pelas declarações do presidente executivo, DJ Koh, o lançamento estará muito próximo e poderá apanhar a concorrente Apple de surpresa.

DJ Koh deu uma entrevista à CNBC e deixou pistas sobre esta tecnologia inovadora. A ideia da empresa foi a de construir um telemóvel capaz de se dobrar ao meio, sem partir o ecrã. Desde logo, isso implica que o visor do aparelho seja suficientemente flexível para permitir que o smartphone se dobre sobre si próprio, sem qualquer risco de se quebrar.

Entre os sinais dados por DJ Koh ao mercado está a possibilidade de este novo telemóvel ver a luz do dia já em novembro, eventualmente numa apresentação integrada na conferência anual de programadores da Samsung.

“Está praticamente feito — agora estamos focados na experiência do utilizador”, afirmou o gestor, quando questionado sobre este novo telemóvel. Não se sabe se a Samsung tenciona apenas apresentar o telemóvel ou lançá-lo mesmo no mercado, pelo que também há a possibilidade de a apresentação vir a ser marcada para depois, em 2019.

Se a Samsung conseguir apresentar o telemóvel flexível em novembro, poderá apanhar a Apple de surpresa. A fabricante liderada por Tim Cook deverá atualizar a gama do iPhone já no próximo dia 12 de setembro e acredita-se que vá pôr no mercado três novos iPhones baseados no modelo premium iPhone X, com o maior a contar com um ecrã de 6,5 polegadas. Um telemóvel flexível, lançado na mesma altura, poderia trazer inovação e novidade a um mercado que tem vindo a estagnar ao nível tecnológico.

O telemóvel flexível da Samsung tem o nome de código “Galaxy X” e pouco se sabe acerca dele. Segundo DJ Koh, os utilizadores deverão preferir usá-lo dobrado ao meio no dia-a-dia. Quando aberto, o ecrã, que fica maior, permitirá ter uma experiência melhorada ao nível do tamanho do ecrã.

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Lagarde: “Muitos bancos, especialmente na Europa, continuam fracos”

  • ECO
  • 5 Setembro 2018

A diretora do FMI considera que o problema da falta de ética permanece e apela a que seja feita uma reforma dentro das instituições, para além do reforço da regulação que já foi feito.

As posições de liquidez dos bancos melhoram, a regulação está mais apertada o endividamento é menor e os créditos do subprime que deram origem à crise, na sua maior parte, já não existem. Foram feitos progressos desde a crise financeira de 2008, que teve o ponto de partida no colapso do Lehman Brothers, mas não chega. Ainda há muitos bancos que permanecem frágeis, a capitalização das instituições financeiras ainda não é suficiente e os bancos “too big to fail” continuam a ser um problema. Estas ideias foram defendidas por Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), num artigo publicado esta terça-feira no blogue da instituição.

Tudo [o que foi feito] é bom, mas não bom o suficiente“, resume Lagarde no artigo publicado por ocasião do aniversário de dez anos da queda do Lehman Brothers, que declarou falência a 15 de setembro de 2008.

E continua: “Muitos bancos, especialmente na Europa, continuam fracos. A capitalização da banca deveria ir mais longe. A ideia de ‘too big to fail‘ permanece um problema, numa altura em que os bancos crescem em dimensão e em complexidade. Ainda não houve progresso suficiente no que toca à resolução de bancos falidos”, escreve.

A diretora do FMI alerta ainda para a evolução das atividades no setor do chamado “shadow banking“, termo que designa o sistema bancário paralelo e que está assente num sistema financeiro informal, não regulamentado, que serve como fonte de crédito para quem não tem acesso a financiamento regular. A agravar este cenário está ainda o facto de a inovação financeira trazer mais desafios para a estabilidade do setor tradicional.

E, talvez o mais preocupante, os “decisores políticos enfrentam pressão significativa da indústria para aliviar as regulações pós-crise“.

Os decisores políticos enfrentam pressão significativa da indústria para aliviar as regulações pós-crise.

Christine Lagarde

Diretora do FMI

Para além de todos estes fatores, há um outro que Lagarde considera não ter mudado nos últimos dez anos: a ética. “O setor financeiro continua a colocar o lucro imediato à frente de prudência de longo alcance, o curto prazo à frente da sustentabilidade. Basta pensar na quantidade de escândalos financeiros que tiveram lugar após o Lehman”, aponta, sublinhando que “as falhas éticas têm consequências económicas claras”.

Lagarde apela, assim, a que seja feita uma reforma dentro das instituições, para complementar o reforço da regulação e supervisão.

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Federação Portuguesa de Futebol abre inquérito ao Benfica

O processo segue agora para a Comissão de Instrutores da Liga. Em causa estão as acusações de oito crimes, entre eles corrupção ativa, imputadas à SAD do Benfica e outros três arguidos.

É oficial. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) decidiu avançar com um processo de inquérito ao Benfica, no seguimento das acusações que lhe foram imputadas pelo Ministério Público (MP), no âmbito da investigação do caso e-Toupeira. A SAD do clube e outros três arguidos, entre eles Paulo Gonçalves — o assessor jurídico da SAD –, estão acusados de oito crimes, entre os quais se conta corrupção ativa e recebimento indevido de vantagem.

Em comunicado, o conselho de administração da FPF diz que o processo foi já enviado hoje à Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, “mantendo-se em segredo até ao fim do inquérito”.

“Instaurado processo de inquérito, por decisão do Presidente do Conselho de Disciplina, de 5 de setembro de 2018, com base em comunicado de autoridade judiciária e notícias na comunicação social”, pode ler-se ainda na nota.

Nesta terça-feira, o MP acusou formalmente dois funcionários judiciais, a SAD do Benfica e Paulo Gonçalves no caso e-Toupeira. Em causa estão oito crimes, incluindo corrupção, favorecimento pessoal, peculato e falsidade informática. A FPF reage agora à nota publicada no portal da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (Pgdl) que dá ainda conta das penas acessórias a que ficam sujeitos os arguidos.

Entre as penas acessórias, a SAD do Benfica arrisca-se a ficar suspensa em competições desportivas durante um período que pode ir dos seis meses aos três anos. Pelos crimes de corrupção e oferta indevida de dinheiro, a SAD pode ainda ficar privada do direito a subsídios, subvenções ou incentivos do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais e demais pessoas coletivas durante um período de um a cinco anos.

A esta pena acresce uma alínea relativa ao agente desportivo que proíbe o exercício de profissão, função ou atividade, pública ou privada, por um período de um a cinco anos. Como a SAD do Benfica é uma pessoa coletiva, é considerada agente desportivo e também poderá, assim, receber esta pena acessória.

Em comunicado, o clube da Luz já reagiu às acusações. Sob o título de “Absurda e injustificada acusação”, a nota dá conta de que o Benfica “reiterou a inexistência de factos que justifiquem a acusação do MP neste caso e prometeu reagir para “desmontar” as “absurdas e injustificadas imputações”. Realça ainda a “total convicção de que no fim a lei prevalecerá”.

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Tecnológico Nasdaq recua 1,5%. Twitter afunda quase 6%

O índice tecnológico norte-americano está sob forte pressão, no dia em que oficiais do Facebook e do Twitter vão ser interrogados no Congresso. Rede social do pássaro azul já afunda 5,68%.

O índice tecnológico Nasdaq acentuou as perdas registadas na abertura e está a cair mais de 1,5%, pressionado por quedas expressivas nas ações das grandes empresas de tecnologia. Os holofotes estão a incidir nas companhias que gerem redes sociais, como o Facebook e o Twitter, num dia em que altos responsáveis das duas companhias vão ser interrogados no Congresso.

As ações do Twitter derrapam mais de 6% para 32,74 dólares, enquanto os títulos do Facebook recuam 1,42% para 168,79 dólares. A Alphabet, dona da Google, derrapa 2,24% para 1.184,33 dólares por ação. Na sessão no Congresso estarão presentes Sheryl Sandberg (administradora operacional do Facebook) e Jack Dorsey (presidente executivo do Twitter).

Os dois altos responsáveis são nomes bem conhecidos em Silicon Valley. Vão ser questionados numa altura em que existem indícios que apontam para que agentes russos estejam a usar as suas plataformas para manipular o eleitorado norte-americano. Estes líderes do setor tecnológico deverão ainda ser criticados por, alegadamente, não terem tomado as devidas medidas para impedir este uso indevido das redes sociais e outras plataformas digitais.

A pressão está a alastrar-se também a outras empresas do mesmo setor. A par do Twitter, o serviço de streaming Netflix é outro dos piores desempenhos da sessão desta quarta-feira. A empresa afunda 5,35% para 344,36 dólares. Já a Snap Inc., dona da rede social Snapchat, recua 3,87%, para 10,18 dólares por ação.

A Amazon está a perder 1,44% e a cotar nos 2.009,70 dólares, um dia depois de ter atingido um máximo histórico que a fez valer, por breves instantes, mais de um bilião de dólares em bolsa. A gigante liderada por Jeff Bezos tornou-se, assim, a segunda cotada em Wall Street a conseguir este feito. Cerca de um mês antes, a Apple tinha sido pioneira neste feito. Corrige agora 0,79%, para 226,58 dólares.

(Notícia atualizada às 18h57)

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Ministro do Ambiente diz que municípios têm de “participar na despesa extra” com redução do preço dos passes

  • Lusa
  • 5 Setembro 2018

A sugestão partiu do presidente da Câmara de Lisboa mas, a ser aprovada, será alargada a todo o país. Os municípios terão responsabilidades na garantia de serviço público nos transportes.

O ministro do Ambiente afirmou esta quarta-feira que o Governo está a estudar o alargamento da redução dos custos dos passes sociais a todo o país, sublinhando que os municípios terão de “participar na despesa extra” e devem criar redes intermunicipais.

“Esta é uma proposta que vai no sentido certo, no sentido de uma maior utilização de transporte coletivo, no sentido de descarbonizar de facto a sociedade e por isso estamos a apreciá-la, a avaliá-la e a perceber com detalhe também como é que ela pode ser estendida ao país todo”, assumiu João Matos Fernandes, que tutela os transportes urbanos.

O ministro, que falava à margem de uma cerimónia em Nelas, no distrito de Viseu, explicou que isso poderá ser feito “através da afirmação do transporte flexível, que é por definição o transporte intermunicipal e foi uma criação deste Governo”.

Porém, e apesar de este ser “um modelo de transporte bem-adaptado aos territórios de baixa densidade”, no entender do governante “ainda não tem o grau de desenvolvimento” desejado.

“Uma segunda dimensão é evidentemente a existência já hoje de transportes coletivos num conjunto de cidades médias do país às quais olharemos sempre com a perspetiva da intermunicipalidade e há territórios onde ela pode e deve desenvolver-se”, desafiou Matos Fernandes, adiantando que o caso do Algarve “é muito evidente”.

Também o quadrilátero de Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Barcelos se enquadra na proposta que o Governo está a avaliar e “faz todo o sentido ter um tratamento absolutamente igual ao das áreas metropolitanas”, porque “nem outra coisa poderá ser pensada”, garantiu o ministro do Ambiente.

Na semana passada, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, defendeu, no jornal Expresso, uma redução no preço dos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa, medida também já reivindicada pela Área Metropolitana do Porto.

“A proposta está em estudo, sabemos que existem trabalhos igualmente desenvolvidos do ponto de vista de maturidade para Lisboa e para o Porto e estamos nós a fazer o trabalho para o resto do país. A vir a ser [concretizada], tem um impacto financeiro significativo, tem de ser avaliado em contexto de Orçamento de Estado, a partir dos dados que nos foram colocados”, explicou.

O governante sublinhou que “os municípios têm de ser convocados também a participar na despesa extra que resulta da eventual perda de receitas por os passes serem mais baratos”.

“Aquilo que está na lei, lei aprovada pelo anterior Governo, é que nos transportes intermunicipais devem ser as autarquias a subvencionar as obrigações de serviço público que resultam da existência de transportes coletivos, que foi o que este Governo fez para a Carris – eram todos os portugueses que pagavam o défice e agora é uma empresa municipal e é a Câmara Municipal de Lisboa que suporta”, exemplificou.

O ministro explicou que estão a ser avaliados todos os casos no sentido de perceber, dentro dos municípios, “onde existe claramente uma separação do que é a cidade propriamente dita e um território mais rural à volta deles”.

“Insisto na ideia: a lei é clara quando atribui aos municípios a necessidade de serem eles a suprir as obrigações de serviço público nos transportes, que são um setor socioambiental com maior relevância, isso é o que a lei diz”, acrescentou.

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Redes sociais, mas também as tensões comerciais, pressionam Wall Street

As bolsas norte-americanas abriram no vermelho. Oficiais do Facebook e Twitter vão ser interrogados no Congresso, na véspera do dia em que Donald Trump poderá avançar com mais tarifas contra a China.

Wall Street abriu em baixa, num dia em que oficiais do Facebook e do Twitter vão ser interrogados no Congresso sobre os alegados esforços da Rússia na manipulação das eleições. As bolsas também estão a ser pressionadas por receios em torno da guerra comercial e por dados pouco animadores da balança comercial norte-americana.

Neste contexto, o S&P 500 desvaloriza 0,23%, para 2.890,15 pontos. O industrial Dow Jones recua 0,20%, para 25.899,5 pontos. O tecnológico Nasdaq perde 0,21%, para 8.074,65 pontos. As bolsas norte-americanas seguem, assim, a tendência da generalidade das praças europeias.

As ações do Facebook e do Twitter estão sob pressão, num dia em que se vão fazer representar no Congresso para uma sessão de perguntas sobre a alegada influência da Rússia nas eleições. As autoridades dos Estados Unidos têm indícios de que agentes ligados ao Kremlin têm usado as plataformas destas empresas para manipular o eleitorado.

Assim, os títulos do Facebook caem 0,48% para cerca de 170,36 dólares, enquanto as ações do Twitter derrapam 2,21% para 34,07 dólares. Estas quedas estão a contaminar as cotações de outras empresas do mesmo setor, como é o caso da Snap Inc. A dona do Snapchat desvaloriza 1,82%, para 19,40 dólares cada título.

A sessão vai ficar marcada pelos receios em torno da guerra comercial com a China. Uma proposta de tarifas aduaneiras sobre as importações chinesas, no valor de 200 mil milhões de dólares, vai expirar esta quinta-feira. O Presidente Donald Trump estará determinado em fazer avançar a medida, assim que acabe este prazo.

Simultaneamente, os investidores estão a reagir aos dados desanimadores sobre a balança comercial dos Estados Unidos. O défice do país atingiu um máximo de cinco meses em julho, numa altura em que as exportações de soja e de aviões recuaram e as importações atingiram um máximo histórico. As empresas mais sensíveis às questões comerciais estão a perder valor em bolsa, como é o caso da fabricante Boeing. Está a desvalorizar 0,41%, para 344,83 dólares por ação.

Já a Nike, que assistiu esta terça-feira a uma campanha de boicote por causa de uma campanha publicitária polémica, está a recuperar das perdas registadas na última sessão. Esta quarta-feira, os investidores parecem estar mais calmos: os títulos da marca recuperam 0,24% para 79,79 dólares.

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E-Toupeira acentua queda do Benfica. Ações afundam 15%

O e-Toupeira está a provocar estragos na bolsa. As ações do Benfica registam uma queda acentuada perante a acusação do Ministério Público que pode afastar o clube das competições até três anos.

O Benfica está a acentuar perdas em bolsa. Depois de ter arrancado a sessão com uma queda de quase 10%, já cede mais de 15%. Os investidores demonstram, assim, os receios em torno das consequências da acusação feito pelo Ministério Público no âmbito do processo e-Toupeira, nomeadamente a possibilidade de o clube ficar afastado das competições.

Os títulos SAD encarnada seguem a perder 15,32% para os 1,88 euros, negociando no valor mais baixo desde meados de agosto. Assiste-se, assim, a um acentuar da tendência negativa do Benfica em bolsa num dia em que o volume está a ser elevado. Já trocaram de mãos mais de 23.500 ações.

Esta queda em bolsa surge depois de o Ministério Público ter acusado dois funcionários judiciais, a SAD do Benfica e um seu colaborador de vários crimes, incluindo corrupção, favorecimento pessoal, peculato e falsidade informática, no caso e-Toupeira.

Benfica acentua queda em bolsa

A SAD encarnada emitiu um comunicado a afirmar que vai reagir, “logo que tenhamos conhecimento dos termos concretos da acusação, com total rigor e firmeza no sentido de desmontar as absurdas e injustificadas imputações do Ministério Público, o que será feito, estamos certos, ao longo deste processo”.

Apesar da contestação da SAD, os investidores afastam-se das ações dos encarnados receando o impacto que este processo pode vir a ter. É que uma das penas acessórias previstas na lei, e que foi pedida pelo Ministério Público na acusação, é o clube ficar suspenso de participar em competições desportivas durante seis meses a três anos.

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Toyota chama mais de um milhão de veículos híbridos às oficinas. Em Portugal são 2.690

  • Lusa
  • 5 Setembro 2018

Em causa está uma parte da cablagem da unidade de controlo do sistema híbrido, que pode apresentar risco de incêndio. A maior parte dos veículos afetados em Portugal são do modelo C-HR.

O construtor automóvel japonês Toyota vai chamar às oficinas mais de um milhão de veículos do modelo Prius com motorização híbrida a gasolina e eletricidade, dos quais 2.690 em Portugal, por potencial risco de incêndio.

Segundo noticia esta quarta-feira a agência France Press (AFP), citando fonte oficial da Toyota, em causa está um total de 1,026 milhões de automóveis (Prius, Prius PHV e C-HR Híbrido) fabricados entre junho de 2015 e maio de 2018, dos quais 554.000 no Japão, 217.000 na América do Norte e 219.000 na Europa.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Toyota Caetano Portugal adiantou que no país estão abrangidos pela chamada um total de 2.690 veículos, dos quais 148 do modelo Prius, 151 do modelo Prius PHV e 2.391 do modelo C-HR Híbrido.

“Dentro dos próximos dias, a Toyota Caetano Portugal vai contactar diretamente os clientes de viaturas envolvidas para que, mediante a sua disponibilidade, se desloquem com as viaturas à rede oficial de concessionários Toyota”, adiantou a fonte, precisando que “a verificação e intervenção nas viaturas não terá qualquer custo para o cliente”.

Conforme explicou a Toyota Portugal, nos veículos em causa “uma parte da cablagem da unidade de controlo do sistema híbrido pode entrar em contacto com uma proteção e desgastar-se com o tempo, podendo causar um curto-circuito elétrico, que pode gerar calor”, sendo que, “em caso de aquecimento elevado, existe um aumento do potencial risco de incêndio”.

Citado pela AFP, um porta-voz da Toyota diz ser “difícil saber se e quantas vezes se terá produzido um incidente deste tipo” no mundo, adiantando apenas não ter conhecimento de nenhuma situação envolvendo feridos no Japão.

O procedimento a efetuar nas oficinas terá uma duração entre 30 minutos e cinco horas e consiste em verificar, reparar ou substituir a cablagem afetada.

A Toyota lançou em 1997 o conceito de veículo híbrido, que combina um motor clássico a gasolina com um outro motor, elétrico, alimentado por uma bateria que se recarrega enquanto o veículo circula e que permite reduzir o consumo de combustível.

Nos últimos anos, o gigante japonês já fez diversas chamadas às oficinas de modelos Prius, com 1,9 milhões de viaturas verificadas em fevereiro de 2014 e 1,3 milhões em junho de 2016.

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Autoeuropa apresenta na quinta-feira contraproposta às reivindicações dos trabalhadores

  • Lusa
  • 5 Setembro 2018

Os trabalhadores da fábrica de Palmela exigem aumentos salariais de 4%, o pagamento dos domingos como trabalho extraordinário e um prémio de compensação pela laboração contínua.

A administração da Autoeuropa deverá apresentar na quinta-feira uma contraproposta às revindicações dos trabalhadores, que reclamam aumentos salariais de 4% e o pagamento dos domingos como trabalho extraordinário, disse à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores.

“Nesta primeira ronda negocial, realizada esta quarta-feira, a administração comprometeu-se a apresentar uma contraproposta às reivindicações dos trabalhadores”, revelou à Lusa Fausto Dionísio. “Os trabalhadores reivindicam aumentos salariais de 4%, o pagamento dos domingos como trabalho extraordinário e um prémio de compensação pela laboração contínua – que inclui o trabalho ao domingo – de agosto a dezembro deste ano”, acrescentou.

O representante dos trabalhadores lembrou que o pagamento de um prémio em 2019 foi a solução proposta pela Comissão de Trabalhadores, uma vez que a empresa não tinha disponibilidade orçamental para proceder ao pagamento desse prémio pela laboração contínua durante este ano.

No Caderno Reivindicativo para 2019 que apresentou à administração da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, a Comissão de Trabalhadores não só defende um aumento salarial de 4%, com um mínimo de 36 euros para cada trabalhador, como também reclama o pagamento do trabalho ao domingo a 100%, tal como o trabalho ao sábado, a par de outras reivindicações pecuniárias que passam pela melhoria de alguns prémios atribuídos pela empresa, e mais dois ou três dias de descanso, além dos 22 dias de férias.

Além destas reivindicações, a CT defende ainda a integração no quadro de pessoal, até setembro de 2019, de mais 400 trabalhadores com contrato a termo, a garantia da empresa de que não fará nenhum despedimento coletivo durante a vigência do acordo, bem como a entrega extraordinária da quantia de 100 mil euros para o Fundo de Pensões, a dividir de forma igual por todos os trabalhadores aderentes.

A administração da Autoeuropa, que se comprometeu a apresentar uma contraproposta na próxima ronda negocial, marcada para as 13:00 de quinta-feira, só deverá pronunciar-se depois de concluído o processo negocial.

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