Mais famílias sobre-endividadas estão a pedir ajuda à Deco

  • ECO
  • 13 Julho 2018

Dificuldades em pagar o crédito da casa, o cartão de crédito ou o crédito ao consumo levaram mais famílias a pedirem ajuda à Deco no primeiro semestre.

Mais famílias estão a pedir ajuda à Deco por não conseguirem pagar os seus créditos, numa altura de retoma económica em que o desemprego baixa e os rendimentos aumentam. A notícia foi avançada pelo Diário de Notícias (acesso condicionado), que aponta os dois principais culpados pelo sobre-endividamento das famílias portuguesas: cartões de crédito e créditos pessoais ou da casa.

Segundo o jornal, o Gabinete de Apoio ao Sobre-Endividado da Deco recebeu, no primeiro semestre deste ano, mais pedidos de ajuda do que no mesmo período de 2017. Por isso, o número de processos abertos por este ramo da associação de defesa do consumidor aumentou de 1.237 para 1.272, sendo que nem todos os pedidos de ajuda reúnem condições para serem acompanhados pela Deco.

Deste valor, 32% dizem respeito a famílias com o crédito à habitação em incumprimento e 43% estão relacionados com problemas em ter as prestações do crédito em dia. Outros 13% do total de pedidos de ajuda referem-se a inquilinos com rendas mensais entre 100 e 1.000 euros.

Neste primeiro semestre, o montante médio dos créditos em renegociação era de 79 mil euros para crédito à habitação, 16 mil euros para crédito pessoal e 7.500 euros no caso dos cartões de crédito. Ainda de acordo com números do Diário de Notícias, a taxa de esforço das famílias passou de 70,8% para 73%. As principais causas do sobre-endividamento, segundo os dados do jornal, são o desemprego, a deterioração das condições de trabalho ou execuções.

A visão da Deco sobre o aumento dos pedidos de ajuda é a de que, como os rendimentos estão a aumentar, a tendência seria para que as dificuldades fossem menores. Contudo, o aumento da confiança dos consumidores levou a um aumento do uso do cartão de crédito e dos créditos pessoais, explicou ao jornal a coordenadora do gabinete da Deco, Natália Nunes.

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Governo reforça apoio ao ensino profissional com 350 milhões de euros

Apoio aos programas de doutoramento, bolsas de pós doutoramento e cursos técnicos superiores profissionais passa mesmo a ser da responsabilidade dos PO regionais. Metas no terreno revistas.

O Executivo decidiu reforçar o apoio ao ensino profissional com 350 milhões de euros, depois de esgotadas as verbas inicialmente destinadas no âmbito do Programa Operacional Capital Humano (POCH). Esta vertente do programa já estava a conceder os incentivos comunitários em regime de overbooking, uma situação que se agravou nos últimos meses.

No âmbito do exercício de reprogramação do POCH, que foi aprovada a 6 de julho, pelo Comité de Acompanhamento sem votos contra, ficou definido o reforço da formação para jovens, com especial enfoque para a verba destinada ao ensino profissional, em 350 milhões de euros, o que aumenta a dotação deste eixo para 1.704 milhões de euros. Assim, a taxa de compromisso passa de 105% (dado referente a 31 de maio) para 89% com o reforço agora aprovado.

Por outro lado, também foram reforçadas as verbas destinadas ao apoio à formação de adultos, em 316 milhões de euros, para intervenções no âmbito do Programa Qualifica. Deste montante “216 milhões correspondem a verbas adicionais decorrentes dos ajustamentos realizados internamente nas dotações dos diferentes eixos prioritários do PO CH e 100 milhões de euros da realocação da verba já prevista neste eixo prioritário para o ensino recorrente e que irá ser mobilizada para o apoio adicional à rede de Centros Qualifica e aos cursos de educação e formação de adultos”, explica a nota do programa operacional. Esta mudança permite reduzir para 46% a taxa de compromisso desta parte do programa (era de 66%), que conta já com 28% das verbas iniciais executadas.

Os montantes reprogramados são um pouco superiores ao que o Governo tinha previsto inicialmente. O ministro do Planeamento, que tem a tutela dos fundos, anunciou em fevereiro que o ensino profissional e a educação de adultos iam ter, cada um, um reforço de 300 milhões de euros. Esta reprogramação está a ser feita sem qualquer aumento da dotação do POCH, ou seja, as verbas são realocadas entre gavetas do programa.

Mas há uma alteração substancial e que esteve na origem da revolta dos autarcas do norte e centro contra a reprogramação. As responsabilidades pelo apoio aos programas de doutoramento, bolsas de pós doutoramento, bolsas de ensino superior para alunos carenciados e cursos técnicos superiores profissionais, a partir da entrada em vigor da reprogramação, passam para os Programas Operacionais Regionais, mas também pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego. Isto faz com que a taxa de execução — dinheiro pago aos promotores e certificada por Bruxelas — deste eixo passe automaticamente de 39% para 70%. Já a taxa de compromisso passa de 59% para 105%, isto porque com esta reprogramação deixam de entrar mais projetos para esta gaveta (eixo 2).

Tendo em conta a implementação dos apoios no terreno, a reprogramação passa também pela revisão em alta das metas. Ou seja, até 31 de maio foram apoiados 145.894 jovens nos cursos de dupla certificação ultrapassando em muito a meta de 106 mil definida para 2018. Assim, este valor é revisto em alta para 160 mil este ano e mais 159.300 em 2023. Já nos adultos apoiados em cursos de formação há uma revisão em alta para 50 mil e dos professores apoiados nas ações de formação continua em 115 mil. Mas também há casos de revisão em baixa, nomeadamente no eixo 2, cujas competências são transferidas para os PO Regionais: por exemplo, haverá menos 100 mil estudantes apoiados pela ação social no ensino superior.

Revisão em alta dos adultos a apoiar em cursos de formação

Esta proposta é agora submetida à Comissão Europeia, em conjunto com as propostas de todos os outros programas operacionais, que tem depois um período para se pronunciar formalmente sobre o documento entregue pelas autoridades portuguesas. Eventuais observações formais dos serviços da Comissão têm de ser levados em conta.

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Quer um bilhete para ir ao espaço? Começam nos 200 mil dólares

Jeff Bezos, fundador da Amazon, vai começar a vender bilhetes de ida e volta para o espaço a partir de 2019. Irão custar entre 200 mil e 300 mil dólares.

A empresa espacial criada pelo fundador da Amazon vai cobrar entre 200 mil e 300 mil dólares por cada bilhete para o espaço. Jeff Bezos tem planos para começar a vendê-los já a partir do próximo ano, através da Blue Origin, um projeto ao qual tem vindo a dedicar-se há alguns anos.

A notícia foi avançada pela Reuters. A agência sublinha que, até aqui, o preço de uma viagem ao espaço através do foguetão New Shepard era uma incógnita e que o mercado ansiava saber o valor. Além disso, sempre existiram questões sobre se a procura vai ser suficiente para que a empresa de Jeff Bezos consiga gerar lucro.

Com base em duas fontes ligadas à empresa de Jeff Bezos, a Reuters garante agora que um bilhete para o espaço deverá custar entre 200 mil e 300 mil dólares. O foguetão New Shepard tem capacidade para transportar seis passageiros até uma região suborbital do planeta Terra, a 100 quilómetros de altitude. As viagens permitirão vislumbrar a curvatura da Terra e o foguetão deverá ser capaz de trazer de volta os passageiros para a superfície, em segurança.

A Blue Origin tem vindo a realizar testes com o foguetão New Shepard, à semelhança da rival SpaceX, fundada pelo multimilionário Elon Musk, criador da Tesla. Acredita-se que a exploração espacial privada vai ser um dos grandes mercados dos próximos tempos, a partir do momento em que os veículos espaciais se tornem reutilizáveis e possam realizar mais do que uma viagem. Tanto a Blue Origin como a SpaceX já deram provas de que isso é possível.

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Energia e BCP suportam ganhos em Lisboa

A bolsa nacional arrancou na linha de água, mas rapidamente inverteu para acompanhar o rumo positivo da Europa. O PSI-20 está a ser suportado pelo avanço dos títulos da energia, mas também do BCP.

A bolsa nacional entrou com o pé esquerdo na última sessão da semana, mas rapidamente inverteu de sentido. Apesar de se serem ganhos ligeiros, são os suficientes para que o PSI-20 acompanhe o rumo positivo das pares europeias.

O PSI-20 iniciou a sessão com uma perda ligeira de 0,02%, para os 5.632,55 pontos. Mas, entretanto, inverteu de rumo avançando 0,12%, para os 5.640,34 pontos, com a maioria dos títulos que compõem o PSI-20 em terreno positivo.

O índice bolsista nacional está a ser suportado pelo avanço dos títulos do setor energéticos. EDP, EDP Renováveis e Galp Energia estão todas em altas. As ações da empresa liderada por António Mexia valorizam 0,23%, para os 3,509 euros, enquanto as da cotada comandada por Manso Neto somam 0,22%, para os 9,02 euros. Já os títulos da petrolífera Galp avançam 0,18%, para os 16,885 euros, em contraciclo com as cotações do petróleo nos mercados internacionais.

Um pouco mais extensos são os ganhos do BCP, com o banco a ver as suas ações progredirem 0,35%, para os 25,91 cêntimos ajudando a cimentar os ganhos na praça lisboeta.

Também a Jerónimo Martins ajuda. Os seus títulos a valorizarem 0,28%, para os 16,615 euros. As ações da retalhista co-liderada por Paulo Azevedo seguem a desvalorizar 0,2%, para os 1,016 euros, sendo assim a par da Nos, um dos principais travões dos ganhos em Lisboa. As ações da telecom recuam 0,16%, para os 4,992 euros.

(Notícia atualizada às 8h30 com mais informação)

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Câmara de Lisboa reduz passivo para 970 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 13 Julho 2018

O vereador das Finanças, João Paulo Saraiva disse que a dívida a fornecedores era de 3,9 milhões de euros no final do ano passado, tendo passado para 3,2 milhões de euros ao fim destes seis meses.

A Câmara Municipal de Lisboa terminou o primeiro semestre deste ano com um passivo de 970 milhões de euros, uma redução de cerca de 96 milhões relativamente ao registado no final do ano passado, anunciou a autarquia.

O vereador das Finanças, João Paulo Saraiva (PS), afirmou na sessão plenária de quinta-feira da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) que no final de dezembro do ano passado a câmara contava com um passivo de 1.066 milhões de euros e ao fim de seis meses conta com um passivo de 970 milhões.

João Paulo Saraiva, vereador da Câmara Municipal de Lisboa.Paula Nunes / ECO

“O passivo total do município tem vindo a descer de forma sustentada”, vincou, durante a apresentação relatório de gestão e demonstrações financeiras consolidados do município.

O autarca salientou que a dívida a fornecedores era de 3,9 milhões de euros no final do ano passado, tendo passado para 3,2 milhões de euros ao fim destes seis meses. Quanto à dívida legal, foi reduzida de 472 milhões de euros (no fim de 2017) para 435 milhões no final do primeiro semestre deste ano.

Num dia em que se soube que a Câmara de Lisboa foi condenada pelo Supremo Tribunal de Justiça ao pagamento de 96 milhões de euros à família Arez Romão, no âmbito de um processo relativo à cedência de um terreno, o município assegurou que “esta situação foi devidamente provisionada nas contas da câmara“, e que a autarquia se compromete a “respeitar os limites legais de endividamento e os prazos médios de pagamento a fornecedores”.

Falando deste processo na AML, João Paulo Saraiva garantiu que a câmara vai “continuar a manter” todos os seus “princípios sobre pagamentos a fornecedores”, bem como a sua “capacidade de endividamento crescente e a capacidade de manutenção da cidade”.

O relatório de gestão e demonstrações financeiras consolidados do município foi hoje aprovado na reunião da AML com os votos a favor dos independentes, PS e BE, as abstenções do MPT e PAN e os votos contra do PEV, PCP, PSD e CDS.

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Hoje nas notícias: Brisa, TAP e sobreendividamento

  • ECO
  • 13 Julho 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O debate do Estado da Nação marca o dia e é um tema incontornável nos jornais desta sexta-feira. Mas há mais notícias a marcar as manchetes. Hoje é conhecido que a Inspeção-Geral das Finanças detetou várias irregularidades na concessão de subvenções a empresas privadas e entidades do setor social em 2016, mas é dada conta ainda da intenção de o Governo revisitar os contratos de concessão da Brisa. Referência ainda para os pedidos de ajuda à Deco de famílias sobreendividadas que continuam a subir, mas também das reclamações de passageiros desde a entrada dos privados no capital da TAP. O presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, não poupa também críticas à decisão do Executivo de António Costa de passar as instalações do Infarmed para o Porto.

Organismos públicos dão milhões à margem da lei

A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) detetou várias irregularidades na concessão de subvenções a empresas privadas e entidades do setor social em 2016. Treze organismos públicos não terão reportado àquela entidade subvenções que concederam no valor global de 44,4 milhões de euros, três entidades atribuíram apoios no valor de 600 mil euros sem fundamento legal e 499 entidades públicas que deram benefícios no montante de 3.203 milhões de euros não cumpriram a correspondente obrigação fiscal declarativa, avança o Jornal de Negócios (acesso pago) nesta sexta-feira.

Governo vai “revisitar” contratos da Brisa

O Executivo liderado por António Costa pretende revisitar o contrato de concessão com a Brisa. A intensão foi revelada por Guilherme d’Oliveira Martins, secretário de Estado das Infraestruturas, em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago) onde dá conta da necessidade de renegociar troços que não foram construídos e rever as obrigações assumidas pela empresa. O responsável político dá ainda conta das prioridades para a rodovia, ferrovia, aeroportos e telecomunicações.

Consumo a crédito faz subir pedidos de ajuda

Mais emprego e mais rendimentos não impedem o aumento do número de pedidos de ajuda à Deco por parte de famílias envolvidas com o problema do sobre-endividamento. De acordo com a edição online do Diário de Notícias (acesso pago), nos primeiros seis meses deste ano 17.400 famílias pediram ajuda à Deco, acima dos 17.370 do mesmo período do ano passado. A associação de consumidores alerta que há casos de empréstimos à habitação feitos em 2017 que já estão em incumprimento.

Queixas disparam com entrada de privados na TAP

Desde a entrada de capital privado na transportadora aérea nacional, em 2015, que as queixas relativas aos serviços prestados não param de aumentar, avança o Jornal de Notícias. Segundo o diário houve um aumento de 63,6% no número de queixas, ou seja, as 3.836 reclamações feitas em 2015 passaram para 6.274, o ano passado. Estas queixas acompanham a tendência verificada também no aeroporto de Lisboa, onde o número queixas aumentou 14% em 2017, como revelou o Público esta segunda-feira. Leia a notícias completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

“Deslocalização do Infarmed vai afetar todos os portugueses”

O presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, não poupa críticas à decisão do Executivo de António Costa de passar as instalações do Infarmed para o Porto. Em entrevista ao Jornal i o responsável questiona o sentido de “gastar 17 milhões de euros num edifício quando a saúde está subfinanciada”. Recorde-se que a viabilidade da transferência está a ser analisada por um grupo de trabalho, depois das fortes críticas que o anúncio inicial teve, que foi encarregue de elaborar um estudo sobre a relação custo benefício da medida, assim como identificar riscos e vantagens e analisar o impacto nos funcionários desta entidade. Leia a notícias completa no Jornal i (acesso pago).

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Altice Bank há um ano na gaveta. Dona da Meo diz que projeto está “em curso”

Soube-se há um ano que a dona da Meo está a criar um banco digital, uma informação que ainda não tinha sido comentada pela empresa. Agora, ao ECO, a Altice assume ter interesse no setor financeiro.

Foi a 13 de julho de 2017 que se soube que a Altice quer criar um banco. A notícia partiu de um jornal francês, que indicava que o grupo de Patrick Drahi pretende lançar este serviço no início de 2019 nos mercados europeus onde tem operações — ou seja, Portugal incluído. Mas a dona da Meo nunca confirmou nem desmentiu este projeto. Um ano depois, o que é feito do Altice Bank?

É certo que, agora, a empresa tem mais margem para falar. Em resposta às questões do ECO, a Altice Portugal — que tem uma estratégia focada em telecomunicações, publicidade e conteúdos — assume agora este interesse: quer entrar no negócio financeiro e tem “projetos em curso nesse sentido”. Para tal, a chave deverá passar por uma parceria.

“A entrada da Altice em Portugal no negócio financeiro continua a merecer a nossa atenção e temos projetos em curso nesse sentido. No momento certo e com os parceiros adequados, anunciaremos os nossos desenvolvimentos nessa frente, não existindo nenhum calendário pré-definido para tais anúncios”, diz ao ECO fonte oficial da dona da Meo.

A entrada da Altice em Portugal no negócio financeiro continua a merecer a nossa atenção e temos projetos em curso nesse sentido.

Altice Portugal

Há um ano, o francês Le Parisien garantia que o projeto do Altice Bank era um segredo “bem guardado” na empresa, mas cujo desenvolvimento já estaria bastante avançado. Segundo o jornal, a empresa chegou mesmo a submeter ao Banco Central Europeu (BCE) os documentos necessários para o licenciamento do projeto e estava previsto que se pronunciasse antes do final das férias do verão passado. A marca Altice Bank já está registada a nível europeu desde meados de outubro de 2016, válida por dez anos.

Contudo, ao que o ECO apurou, o Altice Bank ainda não tem licença para funcionar, nem mesmo a nível europeu. Questionado sobre se o grupo Altice já pediu licença bancária, fonte oficial do Banco de Portugal (BdP) garante que não, nem o regulador português foi informado disso pelo BCE. “No que respeita à prestação de serviços bancários em Portugal pelo grupo Altice, não foi ainda recebida pelo Banco de Portugal qualquer notificação para o exercício da atividade bancária, quer nos termos do passaporte comunitário, quer através de outras formas de representação”, disse o BdP ao ECO.

A Altice ATC 0,00% deverá, assim, associar-se a um ou mais parceiros para fornecer uma solução bancária online e provavelmente focada no segmento mobile, seguindo uma tendência do setor tecnológico já visível no mercado internacional. Entre os serviços que a empresa poderá disponibilizar estão as transferências de dinheiro entre utilizadores, bem como os pagamentos digitais. E se optar pela mesma estratégia da concorrente Orange, que lançou o Orange Bank há pouco mais de um ano, poderá mesmo vir a realizar empréstimos. No entanto, ainda não há qualquer informação oficial.

Certo é que o grupo liderado por Patrick Drahi já tem algum know-how em serviços financeiros. Em Portugal, controla o serviço Meo Wallet, uma aplicação para o smartphone que permite fazer pagamentos em alguns comerciantes aderentes, carregar o saldo do telemóvel ou enviar e receber dinheiro. Nas Antilhas, a operadora SFR, da Altice, tem uma oferta bancária com a marca OPS, segundo o Le Parisien. Em França, o principal mercado, existe o SFR Pay, um serviço de micropagamentos.

A incursão de tecnológicas pelo mundo financeiro não é uma novidade. Há cada vez mais empresas a quererem guardar o seu dinheiro.Pixabay

Várias tecnológicas têm vindo a entrar no mundo financeiro como forma de aproveitar mais uma parte da cadeia de valor do cliente. Uma dessas empresas é a Amazon, que estará em conversações com grandes bancos internacionais para criar um produto semelhante a uma conta bancária digital. Desta forma, a empresa deverá ser capaz de reduzir as despesas com comissões pagas a entidades financeiras no processamento de pagamentos na sua plataforma.

Outra gigante tecnológica com planos para o setor da banca é a Apple. A fabricante do iPhone ter-se-á associado ao banco Goldman Sachs e deverá lançar um cartão de crédito com a marca Apple Pay.

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Como está a Nação? Estes cinco gráficos fazem a radiografia a Portugal

Esta sexta-feira é dia de debate do Estado da Nação, no Parlamento. O último ano será, por isso, passado a pente fino. Como está o país? O ECO preparou cinco gráficos que o demonstram.

Na semana do debate do Estado da Nação fazem-se contas, reveem-se resultados e discutem-se metas. As lupas estão preparadas para analisar ao milímetro os últimos meses. E o que encontrarão? A economia a começar o ano com o pé no travão, as exportações a desacelerar, a dívida pública a atingir recordes e o défice a agravar-se 132 milhões de euros, só nos primeiros cinco meses de 2018. Uma nota mais sorridente vai para a taxa de desemprego, que voltou a descer, registando-se o quarto maior recuo homólogo da Zona Euro.

O ECO preparou cinco gráficos que medem o pulso à nação.

  • Dívida pública atinge novo recorde

Em maio, pelo segundo mês consecutivo, a dívida pública nacional aumentou, tendo, desta vez, atingido mesmo um novo máximo. De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, o endividamento público na ótica de Maastricht (a que conta para Bruxelas, no que diz respeito ao Procedimento dos Défice Excessivos) ficou nos 250.313 milhões de euros, o que refletiu um aumento de 300 milhões de euros em relação ao final de abril.

O máximo anterior tinha sido registado em agosto do ano passado, quando a dívida pública atingiu os 250.296 milhões de euros. No período que se seguiu a esse recorde, o endividamento conheceu, contudo, uma tendência mais positiva, tendo emagrecido por quatro meses consecutivos.

Do mesmo modo, apesar da subida registada em abril e em maio, prevê-se que junho quebre a tendência. O reembolso de 6,6 milhões de euros aos investidores realizado no dia 15 do mês passado deve levar a um alívio da dívida.

  • Défice cai para 0,9%

O ano começou com boas notícias, no que diz respeito ao saldo das administrações públicas. No primeiro trimestre de 2018, o défice fixou-se em 0,9% do PIB, ficando muito abaixo dos 10,6% registados no mesmo período de 2017. Se não considerarmos o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos nestas contas, o défice dos primeiros três meses do último ano situou-se nos 2% do PIB. Ainda assim, o saldo contabilizado no primeiro trimestre de 2018 é mais positivo do que o homólogo.

Até maio, o défice (ajustado) das administrações públicas aumentou, no entanto, 132 milhões de euros, ao passar dos 1.923 milhões de euros registados nos primeiros cinco meses de 2017 para 2.055 milhões de euros. Apesar da subida, esta evolução está dentro do previsto. No total, o défice em contabilidade pública deve agravar-se em 647 milhões de euros, este ano.

Daí que, apesar do aumento referido, o Ministério das Finanças tenha decidido manter a meta para o conjunto do ano, por considerar que tal evolução se fica a dever a “fatores temporários”. O objetivo é fixar o défice deste ano nos 0,7% do PIB. Recorde-se que, apesar dos apelos do Bloco de Esquerda, o Governo reviu em baixa o défice no Programa de Estabilidade 2018-2022.

  • Economia com o pé no travão

A economia portuguesa começou o ano com o pé no travão. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,4%, no primeiro trimestre do ano, face aos três meses anteriores e 2,1% em relação ao período homólogo. É preciso recuar ao terceiro trimestre de 2016 para encontrar uma variação homóloga mais baixa (2%) do que a registada até março de 2018.

Em 2017, a economia portuguesa cresceu 2,7% ao ritmo mais alto desde 2000. O Governo, o Banco de Portugal e a Comissão Europeia reconhecem, contudo, que em 2018 a façanha não se repetirá: prevê-se um crescimento de 2,3%.

Ainda assim, os especialistas da Universidade Católica mantêm-se otimistas. O Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa estima que, no segundo trimestre, a economia nacional tenha crescido 0,6% em cadeia e 2,4% em termos homólogos. O investimento — que terá recuperado o “bom ritmo” — e as exportações deverão ter puxado pelo PIB lusitano, apontam os especialistas.

  • Desemprego em mínimos de 2004

A taxa de desemprego recuou para 7,2% em abril, um valor que iguala o registo de janeiro de 2004, mas é preciso recuar a novembro de 2002 para encontrar um número mais baixo (7,1%).

No total, o Instituto Nacional de Estatísticas estima que 369,4 mil pessoas estavam desempregadas em abril, tendo esse número diminuído 4,3% em relação ao mês anterior, ou seja, 16,6 mil portugueses saíram desse grupo.

De acordo com as estimativas do Gabinete de Estatísticas da União Europeia, em maio, Portugal registou mesmo o quarto maior recuo homólogo a nível da taxa do desemprego da Zona Euro, ficando-se nos 7,3% que compara com os 9,2% de maio de 2017. Ainda assim, tanto o Eurostat como o INE apontam uma ligeira subida face a abril de 2018.

Já a OCDE acredita que a taxa de desemprego nacional deverá cair para 6,2%, no último trimestre do próximo ano… mesmo a tempo das eleições legislativas. Recorde-se que, quando António Costa chegou ao Governo, o desemprego rondava os 12,2%.

  • Exportações? Empresários estão otimistas

Depois de um mês particularmente bom para as exportações, em maio essas vendas desaceleraram, o que se fica a dever, sobretudo, à redução do comércio com os países fora da União Europeia. As importações, por sua vez, estagnaram, também à boleia da diminuição das trocas com os países fora do espaço comunitário.

As boas notícias são que as empresas exportadoras estão otimistas e perspetivam um crescimento nominal de 6,4% das suas exportações em 2018, revendo 0,7 pontos percentuais em alta a primeira previsão indicada em novembro de 2017. O que motiva estas expectativas dos empresários? Os bons sinais vindos dos demais membros do bloco europeu.

De acordo com o Boletim Económico de junho, divulgado pelo Banco de Portugal, as empresas nacionais não só exportaram mais, como também ganharam mais quota de mercado nas vendas de bens e serviços do que os restantes países da Zona Euro, no último ano.

Com a promoção desse crescimento na mira, recorde-se que o Governo revelou, no âmbito do Simplex+2018, que está a trabalhar numa espécie de “Tinder empresarial”, isto é, uma plataforma na qual as empresas exportadoras podem encontrar os destinos mais adequados para os seus produtos. Este serviço de business match making só deverá, no entanto, ficar disponível no terceiro trimestre do próximo ano.

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Carlos Costa admite lista de devedores incumpridores em processos de execução

O governador do Banco de Portugal rejeita a ideia de que está a proteger os devedores bancários incumpridores. Admite mudanças ao sigilo bancário no quadro de uma mudança da lei das insolvências.

A discussão sobre a divulgação de uma lista de devedores bancários em situação de incumprimento veio para ficar, após a aprovação de vários diplomas no Parlamento, ainda na generalidade, que estão agora à espera de discussão na especialidade. O Banco de Portugal, como entidade de supervisão, já enviou para a Comissão de Economia e Finanças uma posição de princípio contra a divulgação de devedores bancários tendo em conta o atual enquadramento legal, mas o ECO sabe que Carlos Costa admite a divulgação dos nomes de devedores incumpridores “no quadro da execução das respetivas dívidas e dos correspondentes processos de insolvência”.

Oficialmente, o Banco de Portugal não faz comentários para além do parecer que enviou ao Parlamento sobre os diplomas do CDS, do BE e do PCP, todos relativos à “transparência nos apoios públicos a entidades financeiras” e “às regras na divulgação de informação relativa à concessão de crédito de valores elevados”. Foram estes os diplomas aprovados na generalidade e que passaram, depois, à discussão na especialidade. E nesse parecer, o Banco de Portugal foi claro a invocar as leis europeias e nacionais para rejeitar a divulgação de nomes e dados de devedores incumpridores, o que mereceu críticas duras, por exemplo, de Luís Marques Mendes no seu comentário habitual na SIC.

O Banco de Portugal sinalizou, por exemplo, a diferença entre o segredo das entidades de supervisão, que depende do BCE e das próprias regras da União Bancária, do segredo bancário a que estão obrigadas as próprias instituições financeiras. Além disso, salientou nesse parecer que os princípios da igualdade e proporcionalidade podem impedir a divulgação da informação sobre os empréstimos, nomeadamente de reputação dos que estivessem nessa lista. E uma das razões invocadas foi a de que o incumprimento do devedor não significa que o crédito não tenha sido concedido de forma correta ou que não tenha sido devidamente avaliado, mesmo ao nível das garantias. Carlos Costa rejeita, também, a comparação entre a divulgação da lista de devedores à banca com a lista de devedores ao fisco. “Porque não estão em causa os mesmos bens jurídicos e porque existe uma entidade pública que atesta a existência da dívida”, lê-se no parecer enviado aos deputados.

Ainda assim, o governador não tem uma posição fechada sobre o assunto. O ECO sabe que, para Carlos Costa, além das preocupações sinalizadas no parecer enviado ao Parlamento, o regime do sigilo bancário deve ser enquadrado no regime de insolvência. Para o governador, caberá ao legislador determinar qual a extensão do património pessoal a abranger na execução de dívidas e como tratar estratégias de ocultação de património por parte dos devedores incumpridores e insolventes de forma fraudulenta. Apesar disso, diz ao ECO uma fonte que conhece a posição do governador, a ‘simples’ publicitação dos grandes devedores sem alteração das leis de execução e de insolvência não evita o “benefício do infrator” que resulta do atual enquadramento legal.

De resto, esta quinta-feira, numa cerimónia dos dez anos do Portugal Venture Capital Initiative (PVCi), Carlos Costa afirmou que “fazer negócios é correr riscos”. “O que é preciso é distinguir as empresas que estão a falhar devido mercados e das que falham por má gestão. Com as segundas não devemos ser complacentes, com as primeiras temos o dever dar um segunda oportunidade, porque falhar não é um pecado eterno”. Nunca se referiu aos diplomas sobre a divulgação da lista de incumpridores, mas (também) estava a pensar neles. E a responder aos que o criticam por uma defesa do status quo.

Neste contexto, referiu uma fonte conhecedora deste processo ao ECO, o Banco de Portugal considera que cabe ao legislador decidir quais as modificações que pretende introduzir, tendo em conta a União Bancária, nomeadamente determinar qual o procedimento a seguir uma vez iniciado o processo de execução de dívidas, em particular a publicidade a dar, e qual a responsabilidade do património do que se consideram “acionistas de controlo” pelas dívidas das empresas devedoras que são executadas.

O Banco de Portugal tem na agenda, pelo menos desde a intervenção da troika a revisão do regime de insolvência, sobretudo por causa dos processos judiciais associados aos chamados Non Performing Loans (NPL), ou seja, crédito malparado. O objetivo do regulador é a criação de um mercado secundário de NPL, uma plataforma organizada em que potenciais investidores possam avaliar as oportunidades de investimento. Ou, por outras palavras, não há um mercado secundário de crédito malparado e, por isso, também não há um preço para os NPL. E é neste quadro que Carlos Costa vê a possibilidade de divulgação dos nomes das empresas devedoras que entraram em situação de incumprimento.

A discussão sobre a divulgação dos nomes de devedores à banca que entraram em incumprimento, nomeadamente à banca que recebe dinheiro público, já mereceu também comentários negativos da Associação Portuguesa de Bancos, através do seu presidente, Faria de Oliveira. Mas há (pelo menos) um banqueiro português que tem uma opinião claramente favorável: António Horta Osório afirmou recentemente que divulgação desta lista “é de elementar justiça”.

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5 coisas que vão marcar o dia

O debate do Estado da Nação marca a agenda dos investidores no dia em que Centeno está no Ecofin, são conhecidos os resultados da OPV da Raize e do turismo. JP Morgan e Citigroup divulgam contas.

As atenções prometem estar centradas esta sexta-feira no debate do Estado da Nação, onde António Costa deverá ser confrontado pelos diferentes partidos com questões sobre temas quentes como a discussão pré-Orçamento do Estado, as 35 horas na saúde, a carreira dos professores e as leis laborais. Mário Centeno não estará presente no Parlamento português já que participa na reunião o Ecofin, em Bruxelas. Serão ainda conhecidos os dados sobre a evolução do turismo em abril, bem como o resultado da OPV da Raize que se estreia em bolsa a 18 de julho. Os investidores também devem dedicar uma atenção especial aos resultados da JP Morgan e do Citigroup.

O Estado da Nação em debate no Parlamento

O desempenho do Governo vai a teste esta sexta-feira. Às 9h30 arranca o debate sobre o Estado da Nação que encerra a terceira sessão legislativa do Executivo comandado por António Costa. A discussão tem início com uma intervenção do primeiro-ministro, que é depois sujeito às perguntas dos grupos parlamentares. Segue-se um debate generalizado que é, de seguida, encerrado pelo Executivo. Antecipa-se que o debate deste ano seja marcado pela discussão pré-Orçamento do Estado, as 35 horas na saúde, a carreira dos professores e as leis laborais.

Mário Centeno no Ecofin: IVA em discussão

Enquanto António Costa é confrontado no Parlamento com as questões dos deputados, Mário Centeno está em Bruxelas para participar no Conselho de Assuntos Económicos e Financeiros (Ecofin). O ministro das Finanças e também presidente do Eurogrupo representará Portugal na reunião dos ministros responsáveis pela Economia e Finanças dos Estados-membros da UE. Em cima da mesa estará a discussão em torno da aplicação do IVA nos diferentes Estados-membros, depois de no final de junho os ministros das Finanças da UE terem acordado novos instrumentos de combate à fraude com este imposto.

Como evolui o Turismo e Portugal?

Esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revela os números da atividade turística em Portugal relativos ao mês de maio. A revelação destes números é importante para perceber se a quebra na atividade hoteleira registada em abril teve continuidade em maio. Os últimos dados do INE indicam que a atividade hoteleira registou um ligeiro abrandamento no mês de abril, com 1,8 milhões de hóspedes e 4,7 milhões de dormidas. Ou seja, diminuições de 5,4% e 8,4%, respetivamente. A realização da Páscoa em março justifica a quebra registada em abril.

Resultados da OPV da Raize são conhecidos

A plataforma portuguesa de crowdfunding e a maior bolsa nacional de empréstimos a PME encerra o último capítulo antes da sua estreia na bolsa portuguesa. Esta sexta-feira, a Euronext Lisbon vai divulgar os resultados da oferta Pública de Venda (OPV) da Raize, operação em que disponibilizou 750 mil ações representativas de 15% do seu capital ao preço de dois euros. Para já sabe-se que houve rateio no final da operação, uma vez que a Raize já revelou, na semana passada, que a procura duplicou a oferta. A estreia da Raize na bolsa de Lisboa acontece na próxima quarta-feira, sob o ticker “MLRZE”.

Dois dos “big five” da banca apresentam contas

Esta sexta-feira é marcada pela divulgação de contas de dois dos maiores gigantes da banca mundial. A JP Morgan e o Citigroup revelam o balanço da sua atividade relativo ao segundo trimestre do ano. Após o esperado corte de impostos, a boa saúde da economia dos EUA e a subida das taxas de juro, as atenções dos investidores prometem estar centradas nos resultados destes dois dos “big five” da banca. Wall Street antecipa que a JP Morgan tenha registado um aumento de 23% nos lucros por ação e de 8% nas receitas. Para o Ciitigroup é antecipado também um aumento de 23% dos lucros por ação e de 3% nas receitas.

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Ronda pelos ministérios, jantares e almoços. Como se prepara o debate do Estado da Nação?

Quase quatro horas de debate. O ano político termina esta sexta-feira e só regressa em setembro. Governo e partidos fazem balanços e começam a lançar escadas para 2019. Como se preparam?

Quando a campainha tocar esta sexta-feira pelas 9 horas e 30 minutos, o Governo e os deputados vão caminhar para a sala do plenário para debater o Estado da Nação. O momento é usado normalmente para um balanço do ano político, mas desta vez o Governo vai traçar já prioridades para os próximos tempos. O debate que dura até à hora do almoço exige alguma preparação. É preciso ter um ponto de situação de vários temas na ponta da língua. E, por isso, o trabalho de preparação começa antes.

Foi no final da semana passada que chegou aos gabinetes dos ministérios o pedido para que fizessem um ponto de situação sobre as áreas que tutelam, sabe o ECO. O procedimento não é muito diferente daquele que é usado para os debates quinzenais, onde é preciso estar a par do que marca a agenda. A ideia é munir o primeiro-ministro de dados, informações e argumentos para a sua intervenção inicial e para as respostas aos deputados.

O trabalho é centralizado pela equipa de António Costa, com a secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva, a coordenar o trabalho.

O chefe do Executivo não tem de usar toda a informação que recebe dos ministérios, mas ela ajuda a tornar mais densa a abordagem que Costa quiser fazer no debate.

Em quase quatro horas fará um balanço que será uma espécie de fecho de ano político — a Assembleia entra em férias e os trabalhos retomam em agosto -, mas segundo disse o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, à TSF, Costa também “irá enunciar prioridades para os próximos tempos”.

Com a Cimeira da Nato, a decorrer entre quarta e quinta-feira à hora do almoço em Bruxelas, Costa só regressa a Lisboa depois de terminado este encontro. Antes disso, o Governo teve a habitual reunião semanal, que terá acontecido na terça-feira de manhã, explica outra fonte.

A ronda pelos ministérios é uma prática comum a todos os primeiros-ministros. Era assim com José Sócrates, era assim também com Passos Coelho, relatam membros dos governos anteriores. O antigo primeiro-ministro que governou entre 2011 e 2015 seguia um guião. Na segunda-feira antes do debate do Estado da Nação — este era o dia habitual para reunir o núcleo duro do Governo onde estavam os ministros com mais peso político — o encontro era mais alargado, com mais pessoas a participar. Entre as questões abordadas nestas reuniões estavam os temas que marcavam a atualidade e as informações que chegassem dos ministérios.

Ao ECO, uma fonte conta que estes encontros começavam à tarde e houve vezes em que se prolongaram para depois do jantar. Por vezes interrompiam para jantar e depois regressava à reunião um grupo mais pequeno.

Apesar de não terem um ritual para a véspera do debate, era quase “de praxe” o núcleo duro almoçar junto depois do debate. Por vezes, no Comilão, em Campo de Ourique, e noutras alturas no Moamba, que ficava em Alcântara — Passos é apreciador de comida típica portuguesa e africana.

Para a oposição, o debate do Estado da Nação também exige uma preparação especial — mas em tudo na linha do que é feito nos debates quinzenais. A articulação entre o grupo parlamentar e a direção do PSD — Rui Rio não está no Parlamento — é feita como nos debates quinzenais, ou seja, na reunião da comissão permanente que aconteceu quarta-feira. Este é o órgão do partido onde está o núcleo duro, que inclui o líder da bancada parlamentar, Fernando Negrão.

Ao mesmo tempo, conta fonte do partido, o debate do Estado da Nação é discutido na reunião da direção do grupo parlamentar, que aconteceu esta quinta-feira. Já com diretrizes da São Caetano à Lapa, os responsáveis máximos pela bancada laranja afinam o discurso. Negrão vai também ouvindo pessoas no Parlamento.

Os temas não vão fugir daquilo que o PSD considera ser incontornável: o estado da saúde – nos últimos meses têm sido várias as notícias de má qualidade na prestação do serviço público neste setor -, mas também os incêndios, que já marcaram o debate do Estado da Nação de 2017, mas que os sociais-democratas querem recuperar para salientar “o que está por fazer”.

O debate acontece numa altura em que a geringonça vive um período de alguma tensão depois de o PS ter vencido as autárquicas de 2017, o PSD ter um novo líder que assinou dois acordos com o Governo e o grosso do trabalho dos parceiros políticos do Executivo estar feito. Com eleições europeias e legislativas em 2019, o Estado da Nação promete ser mais quente.

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Deputados adiam votação das propostas ao alojamento local para a próxima terça-feira

  • Lusa
  • 12 Julho 2018

O grupo de trabalho do Alojamento Local aprovou o adiamento da votação dos diplomas para alterar o regime desta atividade, decidindo que as iniciativas legislativas serão votadas terça-feira.

O grupo de trabalho da Temática do Alojamento Local aprovou esta quinta-feira o adiamento da votação dos diplomas para alterar o regime desta atividade económica, decidindo que as iniciativas legislativas serão votadas diretamente em comissão parlamentar na terça-feira.

A proposta de adiamento da votação das iniciativas legislativas para alterar o regime jurídico do alojamento local foi motivada pelo prolongar do plenário de hoje, que terminou cerca das 19:00, já que o grupo de trabalho da Temática do Alojamento Local tinha agendada a votação indiciária para as 17:30.

O adiamento, que inclui a eliminação da votação indiciária em grupo de trabalho para que as propostas sejam votadas diretamente na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, foi aprovada por maioria, com a abstenção do PCP.

Assim, a votação dos diplomas sobre o alojamento local vai realizar-se na próxima terça-feira, a partir das 08:00, em seda da comissão parlamentar, juntamente com as propostas legislativas para o processo da descentralização de competências para as autarquias, cuja votação também foi hoje de manhã adiada no grupo de trabalho da Descentralização.

Neste sentido, a votação final do alojamento prevê-se que seja feita no dia 18 de julho, antes das férias parlamentares.

No âmbito do processo legislativo sobre o regime jurídico do alojamento local, em que o prazo para apresentação de propostas terminou na passada quarta-feira, o PS, o PSD e o CDS-PP avançaram com alterações aos projetos de lei em apreciação no grupo de trabalho, nomeadamente às iniciativas legislativas do PS, do CDS-PP, do PCP, do BE e do PAN.

A proposta de alteração apresentada pelo PS sugere que “o mesmo proprietário apenas pode explorar um máximo de sete estabelecimentos de alojamento local”, que as Câmaras Municipais podem estabelecer “áreas de contenção” à abertura de novos estabelecimentos e que os condóminos podem opor-se à existência desta atividade económica, em caso de queixas reiteradas dos vizinhos, mas são os municípios quem decidem quanto ao cancelamento do registo da atividade.

Já a proposta do PSD pretende que as Câmaras Municipais possam proceder à regulamentação da atividade do alojamento local apenas em áreas em que existam “20% ou mais de estabelecimentos”, enquanto o CDS-PP visa que sejam definidos “critérios claros e objetivos” para se poder limitar o alojamento local.

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