Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 27 Maio 2019

No Reino Unido, Philip Hammond diz que os deputados estão preparados para evitar um Brexit sem acordo. Já em Espanha, o desemprego está a diminuir e a criação de postos de trabalho a aumentar.

O cenário de um Brexit sem acordo está em cima da mesa e Philip Hammond, juntamente com outros conservadores, dizem estar preparados para evitar esse cenário. Em Espanha, o desemprego está a diminuir e a criação de postos de trabalho a aumentar. Já o Presidente Donald Trump, que iniciou no sábado uma visita ao Japão, anunciou que as autoridades nipónicas vão comprar aos Estados Unidos 105 caças F-35.

The Guardian

Brexit: Philip Hammond diz que deputados estão preparados para tomar medidas drásticas

A possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia (UE) sem acordo está em cima da mesa há algum tempo, mas agravou-se, sobretudo, com a demissão da primeira-ministra Theresa May. Para já, cinco tories anunciaram candidaturas: Boris Johnson, Dominic Raab, Esther McVey, Andrea Leadsom e Michael Gove. Alguns conservadores, liderados por Philip Hammond, ministro das Finanças do Reino Unido, já alertaram Boris Johnson e Dominic Raab que estão dispostos a tomar medidas drásticas para impedir um hard Brexit. “Qualquer primeiro-ministro acharia muito difícil governar se ele ou ela procurassem um Brexit sem acordo, sem a permissão do Parlamento”, afirmou Philip Hammond. Leia a notícia em The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Expansión

Cerca de 25% dos empregos criados na Zona Euro são em Espanha, diz o Tesouro

Espanha é responsável pela criação de cerca de 25% do total de postos de trabalho criados na zona euro desde 2014. A conclusão é do Tesouro Público espanhol, que destaca o crescimento “robusto” da economia do país, com uma previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 2,2%. No mercado laboral, o organismo público refere que o desemprego tem vindo a cair, animado pela procura interna. Leia a notícia completa em Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol).

CNN

Presidente norte-americano anuncia venda de 105 caças F-35 ao Japão

O Presidente norte-americano anunciou, após uma reunião formal em Tóquio com o primeiro-ministro nipónico, que o Japão vai comprar aos Estados Unidos 105 caças F-35. “Os Estados Unidos apoiam os esforços do Japão para melhorar as suas capacidades de defesa e, nos últimos meses, enviámos uma grande quantidade de equipamentos militares”, disse Donald Trump, durante uma conferência de imprensa em Tóquio. “O Japão tenciona comprar 105 novos F-35”, acrescentou. Tóquio, que já havia anunciado no final de 2011 a compra de 42 F-35, é, com este novo pedido, o primeiro cliente internacional norte-americano para este tipo de caças de quinta geração. Leia a notícia completa em CNN (acesso livre, conteúdo em inglês).

El Comercio

Cimeira da Comunidade Andina sem definições sobre Venezuela

A Comunidade Andina (CAN) concluiu, este domingo, a primeira cimeira em oito anos, com um pedido de avanço de integração no bloco, mas sem qualquer decisão sobre o regresso da Venezuela a este espaço de livre comércio. Os presidentes Evo Morales (Bolívia), Iván Duque (Colômbia), Lenín Moreno (Equador) e Martín Vizcarra (Peru) reuniram-se em Lima, num encontro que comemorou o 50.º aniversário do bloco aduaneiro, um dos mais antigos da região. No entanto, a cimeira foi ofuscada pelo terremoto registado durante a madrugada no norte do Peru, que fez um morto. No documento final, os líderes comprometeram-se a “avançar na construção de uma visão para o futuro que dê prioridade a uma agenda digital andina”. Além disso, insistiram em reforçar e alargar a “interconexão energética entre os países andinos e outros países da região”. A Venezuela pareceu a maior omissão na declaração final, especialmente depois que o secretário-geral da comunidade ter pedido na cimeira o retorno do país ao bloco. O presidente da Bolívia assumiu a presidência rotativa da CAN no domingo por um ano e agendou uma nova cimeira no país em 2020. Ler a notícia completa no El Comercio (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Financial Times

Chinesa ByteDance planeia desenvolver o seu próprio smartphone

A ByteDance, dona da aplicação TikTok, está a planear desenvolver o seu próprio smartphone, avançam fontes próximas do projeto. A empresa chinesa, avaliada em 75 mil milhões de dólares e classificada como uma das maiores startups do mundo, pretende lançar um telemóvel com as suas próprias aplicações, que incluem feeds de notícias e plataformas de vídeo e jogos, por exemplo. A notícia surge no meio do braço de ferro entre a fabricante de telemóvies chinesa Huawei e os Estados Unidos da América. De salientar, ainda, que a ByteDance é uma das poucas empresas de tecnologia da China que possui uma grande base de utilizadores fora do seu mercado interno, incluindo na Índia e EUA. Leia a notícia completa em Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

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Fiat/Renault ficaria com um terço das vendas de carros em Portugal após fusão

Objetivo de criar o terceiro maior grupo global do setor. Em Portugal, a fusão das duas marcas criaria um gigante, passando a representar quase um terço das vendas globais.

A Fiat quer “casar” com a Renault. Fez o pedido, agora terá de esperar para ver se a proposta é aceite. A ideia da fabricante italiana é a de criar um grande grupo mundial, aspirando à terceira posição no ranking, atrás da e Toyota e da Volkwagen, mas a união acabaria pode fazer nascer um gigante no mercado nacional. Todas juntas, as várias marcas dos dois grupos passariam a representar quase um terço das vendas totais.

Olhando para os dados mais recentes da Associação Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), referentes aos primeiros quatro meses deste ano, percebe-se que a liderança no mercado português continua a pertencer à fabricante francesa. A Renault, que lidera em Portugal há décadas, vendeu, neste período, 13.355 veículos, mais do que a Peugeot e a Citröen. A Fiat está em quinto lugar, com 6.241 unidades comercializadas.

Contudo, Renault e Fiat são muito mais do que apenas estas duas marcas. Têm muitas mais. A Renault, cujo maior acionista é o Estado francês, com 15,1% do capital, possui 43,4% das ações da Nissan que, por sua vez controla a Mitsubishi. Se a Renault vendeu 13 mil veículos, a Nissan comercializou 3.671 e a Mitsubishi mais 1.822. E é preciso ter em conta ainda a Dacia, marca low cost do grupo, que em Portugal já vendeu 2.049 carros este ano.

Do lado da Fiat, é preciso contar com mais um rol de marcas, embora as vendas dessas sejam sobejamente inferiores às do grupo francês. A Fiat detém a Alfa Romeo, que vendeu 261 carros este ano, mas também a Jeep, que herdou do negócio com a Chrysler. A marca dos SUV e dos 4X4 vendeu 545 unidades. Com menos expressão em vendas, é preciso contar ainda com os sete Ferraris e sete Maseratis registados este ano em Portugal.

Tudo junto, a Renault apresenta um total de 20.897 unidades comercializadas em Portugal, este ano, bem mais do que os 7.061 registados pelas marcas da Fiat. Se a marca francesa é líder em nome próprio, perdendo para a PSA (Peugeot-Citröen, já com a Opel) em termos de vendas por grupo. A Fiat, no global, fica fora do pódio no mercado nacional.

Mas a combinação das duas permitir-lhes-ia chegar a um total de 27.958 unidades comercializadas em quatro meses, considerando os números deste ano como exemplo, superando a rival francesa PSA (23.783 unidades de janeiro a abril). Este total compara com os 92.446 veículos novos registados no mercado português durante este mesmo período, de acordo com os dados da ACAP, o que se traduz em 30,24% do total.

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Visabeira vende 70 milhões em imobiliário e fica com a Pharol

  • ECO
  • 27 Maio 2019

O grupo liderado por Nuno Miguel Marques tem 70 milhões em ativos imobiliários em Portugal para venda. Já quanto à participação na Pharol, a Visabeira pretende mantê-la, pelo menos "para já".

O grupo Visabeira prossegue com a sua “política de reorganização e racionalização de recursos”, focado em tornar-se o maior prestador de serviços europeu de telecomunicações no próximo ano, mas sem perder de vista a cerâmica e cristalaria ou a hotelaria.

Neste momento, depois de ter vendido o negócio da saúde por 22,8 milhões de euros, “o que está em carteira com possibilidade de ser alienado são alguns ativos imobiliários”, avançou Nuno Miguel Marques, CEO da Visabeira, em declarações ao Jornal de Negócios (acesso pago). “Na nossa contabilidade, temos cerca de 70 milhões de euros de ativos imobiliários em Portugal para venda”, continuou, sem dar mais pormenores.

“Naturalmente que, sendo um grupo económico que está presente em diversos setores de atividade, estamos sempre atentos a potenciais aquisições para potenciais crescimentos, ou potenciais alienações”, disse o CEO da Visabeira.

Quanto à participação na Pharol, Nuno Miguel Marques diz que pretende “mantê-la” e esperar que “valorize”. “É uma participação que está detida para venda, mas, neste momento, não está nos nossos planos vender a Pharol de forma intensa”, afirmou. Manter este ativo financeiro em carteira, pelo menos “para já”, tem “sempre potencial de valorização”.

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Fitch leva juro da dívida portuguesa a novo mínimo histórico. Cai para 0,976%

Além da subida da perspetiva de rating de Portugal pela norte-americana Fitch, o país beneficia também da reação do mercado de dívida na Europa às eleições para o Parlamento Europeu.

O juro da dívida portuguesa não pára de renovar mínimos históricos. A agência de notação financeira Fitch subiu o outlook de Portugal e os investidores reforçaram a confiança no país, levando a yield dos títulos a dez anos a abrir no valor mais baixo de sempre.

A agência norte-americana anunciou, na sexta-feira à noite, a subida da perspetiva da dívida portuguesa para “positiva” da anterior categoria “estável”. A justificação para o maior otimismo em relação ao país prendeu-se com a previsão de que “a recente descida do rácio de endividamento possa ser mantida”, como pode ler-se no relatório. A Fitch estima que o peso da dívida na economia caia para 100% do PIB em 2023.

Apesar de não ter subido o rating, abriu a porta a fazê-lo em novembro quando fizer nova avaliação, já após as eleições legislativas. A notação manteve-se inalterada em “BBB”, o que significa que os títulos nacionais são considerados investimento de qualidade, à semelhança do que acontece tanto na Moody’s como na S&P e na DBRS.

Em reação, a yield das Obrigações do Tesouro a dez anos abriram a sessão a cair ligeiramente para 0,976% — um novo mínimo histórico, que já tinha sido batido pelo segundo dia consecutivo na sexta-feira — em mercado secundário.

Já o risco país, medido através do spread dos juros da dívida portuguesa face às Bunds alemãs, abriu nos 110 pontos base, sendo que na semana passada tinha chegado aos 108 pontos base (em mínimos de sempre). O mesmo diferencial, mas em relação a Espanha caiu também para apenas 11,7 pontos.

Além do rating, Portugal beneficia ainda da tendência generalizada de quebra nos juro das dívidas da Zona Euro, em reação às eleições europeias deste domingo. A yield dos títulos alemães a dez anos negoceia em -0,124%, enquanto o juro da dívida de França cai para 0,279%, de Espanha para 0,822% e da Grécia para 3,35%.

A exceção é Itália, onde a Liga de Matteo Salvini conseguiu liderar as votações. O juro da dívida italiana sobe 1,8 pontos para 2,571%. No Reino Unido, o recém-criado Brexit Party, liderado por Nigel Farage, também ganhou, com mais de 31% dos votos, enquanto conservadores e trabalhistas foram os grandes derrotados. No entanto, os mercados no país estão esta segunda-feira fechados devido ao Spring Bank Holiday.

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Contenção dos partidos eurocéticos nas europeias acalmam investidores. Bolsas abrem em alta

O setor automóvel é o que mais ganha, após a Fiat Chrysler Automobiles ter proposto esta segunda-feira um plano de fusão com a empresa francesa Renault.

A fraca expressão dos partidos eurocéticos nas eleições deste domingo deu ânimo aos investidores na abertura dos mercados europeus. As principais bolsas abriram esta segunda-feira no verde e Lisboa não fugiu à tendência. O português PSI-20 sobe 0,22% para 5.108,70 pontos, com dez das 18 cotadas em terreno positivo.

“O grande tema do dia são as possíveis reações às eleições europeias. As bolsas e o euro mostram-se estáveis, com os investidores ainda a fazerem as suas análises sobre as consequências destas eleições“, afirmou Carla Maia Santos, sales team leader da corretora XTB, num comentário às votações para os 751 assentos disponíveis no Parlamento Europeu, que decorreram nos 28 países da União Europeia.

A grande preocupação para os investidores era que movimentos eurocéticos — nomeadamente o francês National Rally, o italiano The League, o alemão Alternative for Germany ou espanhol Vox — aumentassem o número de lugares, especialmente porque os partidos que venceram estas eleições ficam responsáveis por decidir sobre o Brexit e outros assuntos, como a emigração ilegal, durante os próximos anos.

“O mais importante é que o movimento populista não ganhou tanto apoio como esperado, o que acaba por não criar nenhum movimento brusco no mercado, na abertura, não alterando as tendências principais“, acrescentou Carla Maia.

O índice pan-europeu Stoxx 600 abriu a ganhar 0,4%, enquanto o italiano FTSE MIB sobe 0,2%, o francês CAC 40 avança 0,5%, o espanhol IBEX 35 soma 0,6% e o alemão DAX sobe 0,6%. Em sentido contrário, o euro deprecia-se 0,02% contra o par norte-americano para 1,120 dólares.

Com a mais baixa taxa de abstenção das últimas duas décadas, as eleições europeias permitiram aos partidos tradicionais de centro-direita e centro-esquerda manter a sua maioria no parlamento europeu – EPP (23,8%), o S&D (20%) e o ALDE (14,2%) –, mitigando o crescimento dos partidos extremistas com visões mais populistas e eurocéticas. Em quarto lugar, ficaram os verdes que conquistaram 70 (9,3%) dos 751 lugares”, acrescentou o BiG – Banco de Investimento Global.

No campo empresarial, o destaque está no setor automóvel, que valoriza 2,6% graças às movimentações de fusões e aquisições. A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) propôs esta segunda-feira um plano de fusão com a empresa francesa Renault, para criar o terceiro maior grupo global do setor. De acordo com a proposta, o novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da fabricante ítalo-americana e em 50% pelos da Renault. A proposta prevê ainda que o grupo seja cotado nas bolsas de Paris, Nova Iorque e Milão.

Entre as cotadas portuguesas, a Galp Energia lidera os ganhos, a subir 1,1% para 14,14 euros por ação, enquanto os pesos-pesados BCP (0,99%), EDP (0,48%) e Jerónimo Martins (0,26%) também seguem alta. Em sentido contrário, a EDP Renováveis desliza 0,23% para 8,75 euros por ação.

(Notícia atualizada às 08h45)

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CGD acaba com empresa que criou há quase 20 anos com a PT

  • ECO
  • 27 Maio 2019

Liquidar a Caixanet, bem como a Caixa Tec e a Sogrupo, constitui mais um passo no âmbito do processo de reestruturação, com vista a reduzir custos.

Criada há quase 20 anos pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) e pela Portugal Telecom (PT), a Caixanet foi liquidada no início deste ano, bem como a Caixa Tec e a Sogrupo, duas outras empresas do grupo Caixa. Este é mais um passo no âmbito da reestruturação, que tem como finalidade reduzir custos, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

“No âmbito do processo de reestruturação, a liquidação das sociedades Caixanet e CaixaTec foi realizada nos primeiros dias de janeiro de 2019”, lê-se no relatório e contas de 2018 do banco liderado por Paulo Macedo.

A Caixanet resultou de um acordo entre a CGD e a PT (agora Altice Portugal) em março de 2000. O objetivo, na altura, era constituir uma sociedade que desenvolvesse negócios na área da banca online. A Caixa Tec, por sua vez, nasceu em janeiro de 2007 a partir da fusão por integração na Imoportal.com – Multimédia S.A de um conjunto de ativos da Caixaweb. Entre outros projetos, a empresa foi responsável pelo desenvolvimento do site do banco estatal.

Ambas as empresas mantiveram-se no grupo Caixa até ao início deste ano, sob a tutela de Maria João Carioca. A responsável, que regressou à CGD em 2017, ficou com várias áreas a seu cargo nas unidades organizativas da Caixa, desde a direção de acompanhamento de empresas até à direção de negócio imobiliário, por exemplo.

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Hoje nas notícias: CGD, bolsa e investimento

  • ECO
  • 27 Maio 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Num dia totalmente marcado pelo rescaldo das eleições europeias, a imprensa nacional destaca a liquidação da Caixanet, empresa criada pela Caixa com a PT, bem como o aumento dos negócios fora de bolsa. Ainda no campo empresarial, Christian Blauert, presidente da Yilport Iberia e dono de sete portos em Portugal, diz que as decisões de investimento demoram muito no país. Na saúde, a ADSE “perdeu” 1.807 prestadores privados e o Hospital de S. João, no Porto, inaugurou o novo serviço de neurocirurgia após 12 anos a trabalhar em contentores.

Caixa fecha empresa criada com a PT

A empresa Caixanet foi encerrada no início deste ano, quase 20 anos depois de ter criada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) em conjunto com a Portugal Telecom (PT). Além desta, foi também liquidadas duas outras empresas do grupo do banco público: a CaixaTec e a Sogrupo. “No âmbito do processo de reestruturação, a liquidação das sociedades Caixanet e CaixaTec foi realizada nos primeiros dias de janeiro de 2019”, refere o relatório e contas de 2018 da CGD. A liquidação da CaixaTec e da Caixanet foi publicada no portal da Justiça nos dias 10 e 11 de janeiro, respetivamente. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Fuga de negócios da bolsa atinge máximo

As transações de valores mobiliários fora da bolsa de Lisboa está em máximos de sempre, de acordo com dados da Fidessa. Mais de metade das negociações de valores mobiliários acontecem sem passar pela Euronext Lisbon, incluindo no caso de algumas das maiores empresas cotadas da praça portuguesa. No caso da EDP, por exemplo, 75% das transações são feitas nos bancos em leilão ou em darkpools, ou seja, bolsas alternativas. A nova Diretiva dos Mercados Financeiros II, que entrou em vigor em agosto do ano passado, impulsionou a tendência, que se estende por toda a Europa. Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

“Em Portugal demora-se muito para decidir um investimento”

Christian Blauert, presidente da Yilport Iberia, considera que as decisões de investimento demoram muito a ser aprovadas em Portugal. Apesar de ser proprietário de sete portos no país, Blauert diz que não sente nenhum privilégio por causa disso. “Queremos crescer em Lisboa, queremos crescer em Leixões, estamos atentos ao plano de desenvolvimento dos portos nacionais. Estamos em negociações para avançarmos com os investimentos. Neste momento, o comentário que posso fazer é que as decisões sobre o investimento deveriam ser tomadas de forma muito mais rápida, porque demora-se muito tempo para decidir. Portugal merecer receber mais investimento”, afirma. Leia a entrevista completa em Público (acesso condicionado).

ADSE “perdeu” 1.807 prestadores privados

Há menos prestadores de saúde procurados pelos beneficiários da ADSE no regime livre ou com convenção com o subsistema de saúde dos funcionários públicos. São agora, ao todo, menos 1.807 face a 2017. De acordo com o relatório de atividades de 2018, os beneficiários da ADSE acederam aos cuidados de saúde de 28.915 prestadores, no âmbito do regime livre (aquele em que o beneficiário paga, inicialmente, a despesa e, posteriormente, pede o reembolso à ADSE). O Conselho Geral e de Supervisão (CGS), num parecer sobre o relatório, critica o documento por não explicar esta “diminuição significativa”. Já José Abraão, líder da Fesap com assento no órgão consultivo, diz que “é normal que o beneficiário não procure tanto os prestadores, se sabe que o reembolso demora meses”. Leia a notícia completa em Correio da Manhã (acesso condicionado).

Neurocirurgia do São João deixa os contentores ao fim de 12 anos

O novo serviço de neurocirurgia do Hospital de S. João, no Porto, está a funcionar desde este sábado. As obras no oitavo piso da instituição de saúde, que tiveram como objetivo aumentar as condições de conforto, segurança e privacidade dos doentes, duraram 12 anos e tiveram um custo de 2,6 milhões de euros. Ao longo de mais de uma década, o serviço funcionou em contentores. “A sensação é de missão cumprida”, disse Rui Vaz, diretor de Neurocirurgia do hospital. Isabel Dias, enfermeira-chefe da unidade, acrescentou que “os profissionais que trabalharam naquelas circunstâncias foram super-heróis”. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Fiat propõe fusão com a Renault. Meta é criar terceiro maior grupo automóvel do mundo

  • Lusa e ECO
  • 27 Maio 2019

O novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da fabricante ítalo-americana e em 50% pelos da Renault.

A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) propôs esta segunda-feira um plano de fusão com a empresa francesa Renault, com o objetivo de criar o terceiro maior grupo global do setor. De acordo com a proposta feita pela FCA divulgada pela Renault, o novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da fabricante ítalo-americana e em 50% pelos da Renault.

Segundo a Fiat Chrysler, a proposta prevê ainda que o grupo seja cotado nas bolsas de Paris, Nova Iorque e Milão, lê-se no comunicado.

Um eventual casamento da FCA com a Renault criaria a terceira maior fabricante do mundo, com vendas anuais de 87 milhões de veículos e uma “forte presença em regiões e segmentos importantes”, diz a Fiat Chrysler. O portfólio de marcas dos dois grupos é “amplo e complementar e forneceria cobertura total do mercado, do luxo ao segmento de consumo”, afirma.

De acordo com a FCS, a fusão não resultará em qualquer encerramento de fábricas de produção. Já o conselho de administração do novo grupo seria composto, sobretudo, por membros independentes.

Entretanto, o conselho de administração da Renault anunciou — poucos minutos depois de receber a proposta — que vai reunir-se ainda esta segunda-feira para estudar esta oferta de fusão. “Será emitido um comunicado de imprensa após esta reunião”, esclareceu a Renault.

Em bolsa, os investidores estão a celebrar a proposta. Às 10h30, as ações da Fiat valorizam 10,32% para 12,63 euros por ação, tendo já ultrapassado os 13 dólares. Já a Renault dispara 14,71% para 57,33 euros por ação.

As negociações para as fabricantes de automóveis unirem forças foram avançadas, pela primeira vez, pelo Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês), durante o fim de semana. Um acordo ajudaria as empresas a resistir às barreiras de uma indústria fortemente afetada pela queda das vendas. De acordo com fontes próximas das negociações, num eventual acordo, as empresas iriam colaborar em diversas áreas, incluindo conectividade e tecnologia de veículos elétricos.

Para já, a FCA e a Renault estão a considerar uma fusão de forma igualitária, entre outras opções de aliança. Ainda que possam não conseguir um acordo, salientam fontes próximas, as discussões entre as empresas estão em andamento. As empresas envolvidas — Renault, FCA e Nissan — não avançaram qualquer comentário para além do comunicado emitido.

A aliança que a Renault tem com a Nissan Motor e a Mitsubishi foi moldada em 1999 e um de seus arquitetos foi Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault, Nissan e Mitsubishi, agora processado pela Justiça nipónica por alegadas irregularidades financeiras.

A Renault expressou anteriormente o seu desejo de alcançar uma fusão com a Nissan Motor, mas o novo presidente da empresa, Jean-Dominique Senard, que substituiu Ghosn à frente da empresa francesa, acredita que a ideia não é uma prioridade.

A Nissan Motor, que controla a Mitsubishi, não é favorável a uma fusão com a Renault. Em 14 de maio, o presidente executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, argumentou que uma possível fusão poderia “minar a força da Nissan”. A Renault, cujo maior acionista é o Estado francês, com 15,1% do capital, possui 43,4% das ações da Nissan Motor. A empresa japonesa tem, por sua vez, 15% do capital francês.

(Notícia atualizada às 10h30)

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Banco Montepio elege novo revisor oficial de contas

  • Lusa
  • 27 Maio 2019

Além da eleição do revisor oficial de contas, a assembleia-geral do Montepio irá deliberar sobre as contas de 2018 e sobre a aplicação de resultados do ano passado.

O Banco Montepio elege esta segunda-feira em assembleia-geral o seu novo revisor oficial de contas, sendo recomendada pela comissão de auditoria a PwC, seguindo-se em segundo lugar a Deloitte.

“A PwC foi a empresa de auditoria mais bem avaliada pela comissão de auditoria” do Banco Montepio, pode ler-se no documento da proposta à assembleia-geral, e “a Deloitte foi a sociedade avaliada […] em segundo lugar”.

Assim, a comissão de auditoria propõe que no triénio 2019-2021 ou a PwC ou a Deloitte sejam designadas como revisor oficial de contas do banco, “recomendando a comissão de auditoria a sociedade PricewaterhouseCoopers & Associados” (PwC), pode ler-se na proposta.

As restantes auditoras avaliadas foram a BDO, a EY e a Mazars & Associados.

Além da eleição do revisor oficial de contas, a assembleia-geral do Montepio irá deliberar sobre as contas de 2018 e sobre a aplicação de resultados do ano passado.

No ponto sobre a aplicação de resultados em base individual (cerca de dois milhões de euros), o Conselho de Administração do banco propõe a dotação de 201 mil euros para reserva legal e 1,8 milhões de euros para resultados transitados.

A reunião tem ainda como pontos de discussão a apreciação geral da administração e fiscalização da sociedade, e ainda a deliberação sobre a remuneração dos membros da administração e fiscalização do banco.

O Banco Montepio, anteriormente conhecido como Caixa Económica Montepio Geral, registou lucros de 12,6 milhões de euros em 2018, um aumento face aos 6,4 milhões de euros registados em 2017.

O Banco Montepio tem como ‘chairman’ Carlos Tavares e como presidente executiva Dulce Mota, e é detido pela Associação Mutualista Montepio Geral, liderada por António Tomás Correia.

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Um ano depois das novas regras de proteção de dados, como é ser DPO nas empresas portuguesas?

O tema da proteção de dados está, cada vez mais, na ordem do dia e, com ele, a consciência da importância do trabalho dos DPO. Mas, sem regras, a vida dos DPO tem sido complicada.

O novo Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) entrou em vigor há precisamente um ano. Ainda que a lei portuguesa continue por aprovar, ao longo do último ano, os data protection officer (DPO) começaram a surgir em algumas empresas nacionais.

Se, no início, pouco se sabia sobre o trabalho e a importância dos encarregados de proteção de dados, passado um ano, o tema está cada vez mais na ordem do dia. “A questão da proteção de dados pessoais está cada vez mais no dia-a-dia das empresas e, por isso, muitos boards, mais sensíveis ao tema, formalizaram já a nomeação do seu DPO e alocaram o orçamento considerado adequado”, diz Miguel Jacinto, DPO no Eurobic, ao ECO.

Domingos Felício, DPO na Geostar, concorda com este balanço. “Existe uma maior compreensão das temáticas associadas à proteção de dados, as próprias organizações já começam a encarar a proteção de dados e o cumprimento do disposto no RGPD como parte integrante da sua atividade”, afirma.

Também a maior quantidade de informação e ferramentas de apoio disponíveis “tornam mais fácil, dentro da complexidade do tema, as necessárias adequações ou tratamentos necessários”, acrescenta Domingos Felício. O DPO no Eurobic prefere salientar a criação da Associação dos Encarregados de Proteção de Dados (AEPD), que, diz, “permitiu dar algum ênfase à profissão de DPO, promovendo alguns fóruns de debate sobre o tema”.

Quando existe o necessário empowerment à função, o DPO é visto como uma mais-valia e a sua opinião é levada em conta na criação de novos processos de negócio onde haja tratamento de dados pessoais.

Miguel Jacinto

DPO no Eurobic

“O trabalho de um DPO corresponde a alguém que faz auditoria interna, a um ROC [revisor oficial de contas] ou a um advogado que trabalha dentro da empresa”, começa por explicar Elsa Veloso, DPO e CEO da DPO Consulting. Mas a visibilidade dentro das organizações varia consoante a importância que a empresa dá ao tema da proteção de dados.

“Quando existe o necessário empowerment à função, o DPO é visto como uma mais-valia e a sua opinião é levada em conta na criação de novos processos de negócio onde haja tratamento de dados pessoais. Quando o DPO é só mais uma função, a sua visibilidade é menor e, por consequência, os riscos em que a organização incorre no curto prazo são exponencialmente maiores”, refere Miguel Jacinto.

O trabalho ao nível da consciencialização está a ser feito, já com alguns resultados, mas, para Elsa Veloso, ainda há um longo caminho a percorrer. E começando logo pela aprovação da lei nacional, que virá para clarificar a aplicação do regulamento na jurisdição portuguesa.

Enquanto a lei nacional não chega, “trabalhamos com o que temos”

O grupo de trabalho responsável pelas leis que vão aplicar o Regulamento Geral da Proteção de Dados em Portugal está prestes a concluir o processo legislativo. De acordo com Andreia Neto, coordenadora do grupo de trabalho de RGPD, ficam assim reunidas as condições para que a votação final global dos diplomas seja levada a cabo “no início de junho”. A 28 de maio, o grupo de trabalho deverá reunir-se para discutir o que ainda está em falta.

"Se não acontecer nada, se não houver fiscalização, penas, multas e tribunais a funcionar, as empresas julgam que não é preciso fazer nada.”

Elsa Veloso

DPO e CEO da DPO Consulting

O mercado está a aguardar a lei nacional. É decisivo que saia a lei portuguesa para se perceber que existem mecanismos de controlo nesta matéria”, afirma Elsa Veloso. “[Só assim] toda a gente terá consciência plena de que o RGPD está em vigor. Se não acontecer nada, se não houver fiscalização, penas, multas e tribunais a funcionar, as empresas julgam que não é preciso fazer nada”, continua a encarregada de proteção de dados, acrescentando que “as entidades, em Portugal, não estão ainda a funcionar conforme a lei”.

Miguel Jacinto também entende que as coimas são fundamentais para que as empresas percebam que a lei é aplicável. Contudo, o profissional afirma que a visibilidade que foi dada a multas aplicadas, nomeadamente a nível europeu, tem contribuído bastante para a sensibilização das empresas nacionais.

O novo Regulamento Geral de Proteção de Dados entrou em vigor no dia 25 de maio de 2018.Pixabay

Recorde-se que a maior multa por causa do RGPD foi aplicada em França e teve como alvo a norte-americana Google. Em janeiro, as autoridades francesas obrigaram a multinacional a pagar 50 milhões de euros por usar, indevidamente, dados pessoais dos cidadãos para segmentar publicidade sem consentimento expresso dos titulares. Também a nível nacional, ainda que numa escala muito menor, já houve quatro multas.

“Os regulamentos, as diretivas, as resoluções, as matérias produzidas pelos grupos de trabalho e as informações das autoridades de controlo portuguesa e de outros países acabam por ser o suporte para tudo o que se relaciona com a proteção de dados”, explica Domingos Felício.

Até que a lei nacional entre em vigor — e durante o ano que passou — ter “formações e trocar experiência com outros DPO tem sido de extrema importância para o esclarecimento de dúvidas”, diz. “Trabalhamos com o que temos”, refere Miguel Jacinto, salientando que “a verdade é já há bastante matéria-prima para trabalhar”. “Quando finalmente for possível esclarecer o que falta, penso que será relativamente fácil fazer os ajustes necessários aos processos já implementados”, acrescenta o DPO no Eurobic.

RGPD: “instrumento positivo” ou “entrave”?

Elsa Veloso diz que o regulamento tem de ser entendido como “um instrumento positivo, que cria valor para as empresas” e não como “um entrave ao funcionamento das empresa”. É precisamente neste sentido que a DPO diz que os profissionais trabalham. “A nossa postura é sempre de construção em cima dos ativos existentes”, continua a encarregada de proteção de dados.

"Há organizações que lutam contra a falta de meios humanos e até financeiros. Outras acham que isto é mais uma moda.”

Miguel Jacinto

DPO no Eurobic

Ainda assim, nem todas as empresas estão preparadas para o regulamento. “Há organizações que lutam contra a falta de meios humanos e até financeiros, outras acham que isto é mais uma moda e, por isso, não se vai aplicar como se falava ao início”, diz Miguel Jacinto.

Mas “também há quem tenha uma ideia errada do que é necessário implementar e, por isso, esteja a incorrer em esforços desnecessários”, continua o DPO do Eurobic. “Há de tudo um pouco”, remata.

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Um Tesla, um iPhone e um frigorífico. Quanto custa carregar cada um deles na UE? E em Portugal?

As famílias portuguesas são aquelas que fazem o maior esforço para pagar a fatura da luz. Carregar um Tesla para andar durante um ano custa 450 euros, enquanto na Finlândia não passa dos 219 euros.

Dinamarca, Alemanha e Bélgica são os países com a energia mais cara na Europa. Mas Portugal lidera quando a análise é feita tendo em conta o esforço necessário para pagar a conta da luz. E isso traduz-se em custos elevados com a energia para carregar desde os equipamentos mais básicos até aos carros elétricos.

De acordo com os valores compilados pelo Eurostat, no final do ano passado os portugueses gastavam 22,90 euros por cada 100 kWh de eletricidade consumida, o que representa um aumento de 2,8% relativamente ao final de 2017. Isto quando, em média, na União Europeia, os preços da eletricidade rondam os 21,10 euros por cada 100 kWh.

Mas, na prática, em que se traduzem estes valores elevados na despesa anual das famílias com objetos do dia a dia, seja um smartphone ou um simples frigorífico? Ou mesmo com um carro elétrico como um Tesla?

O ECO foi fazer as contas para dar-lhe a conhecer em quantos euros (em termos de PPC) se traduzem os kWh da bateria de um Model S P100D, o topo de gama da marca norte-americana.

Comecemos por este exemplo:

Um condutor português que possua este mesmo automóvel e que, por ano, faça um total de cerca de 10.000 quilómetros, vai poupar na fatura com gasolina ou gasóleo, mas manter a bateria carregada do carro elétrico vai custar-lhe, anualmente, cerca de 451 euros (assumindo apenas o custo do kWh).

Próximos dos valores portugueses estão os alemães, que gastam perto de 448 euros para percorrer os tais 10.000 quilómetros por ano no Model S da fabricante de automóveis elétricos liderada por Elon Musk.

Tomando o mesmo exemplo, carregar este mesmo carro numa garagem na Finlândia ou no Luxemburgo é, significativamente, mais barato. As famílias finlandesas gastam, por ano, cerca de 219 euros e as famílias luxemburguesas despendem perto de 221 euros. Comparando a Finlândia com Portugal, os portugueses pagam mais 232 euros do que os finlandeses. E isto quando a média da União Europeia ronda os 338 euros.

Vejamos agora o segundo exemplo: um frigorífico combinado, de categoria A++ e três anos de idade, com um consumo médio de 250 kWh por ano. Numa casa portuguesa, este eletrodoméstico passa uma fatura de luz anual que ronda os 70 euros. Já numa casa finlandesa, as famílias precisam de, aproximadamente, 34 euros para mantê-lo ligado todo o ano.

Para ter uma ideia dos preços em mais alguns Estados-membros da UE, aqui ao lado, os espanhóis gastam cerca de 68 euros por ano só para a energia do frigorífico, enquanto os franceses perto 41 euros e os italianos cerca de 55 euros. Já a média da União Europeia situa-se nos 52,75 euros.

No caso do iPhone — talvez o exemplo que vai deixá-lo mais impressionado — imaginemos uma pessoa que tem um iPhone 7 e que carrega o aparelho diariamente. Ao final de 365 dias, o português gastou 75 cêntimos com a eletricidade consumida para o carregamento do telemóvel. Parece, por si só, um valor realmente baixo, mas recorde-se que estamos a falar do país da UE onde a eletricidade, em termos de paridade do poder de compra, é mais cara.

Portanto, se olharmos para o valor que os finlandeses gastam neste mesmo cenário, percebemos que é menos de metade do montante português (36 cêntimos). Na União Europeia, a média do peço da eletricidade para manter o smartphone ligado ronda os 56 cêntimos.

Uma boa parte da explicação para este custo extra suportado pelas famílias portuguesas com equipamentos do dia a dia, ou mesmo com os automóveis elétricos, está na fiscalidade. Portugal não só tem o custo de eletricidade mais elevado da UE, como é, também, um dos países onde os impostos mais pesam na fatura da eletricidade.

Mais de metade da conta da luz portuguesa (55%) diz respeito a impostos e taxas, situação que, diz o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, é “uma preocupação do Governo”. Apenas os consumidores dinamarqueses têm uma carga fiscal superior à portuguesa. Por outro lado, em Malta, o peso dos impostos é de apenas 6% no preço da eletricidade.

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PPE e S&D perdem força. Nacionalistas, verdes e liberais crescem no Parlamento Europeu

O Parlamento Europeu sai destas eleições mais fragmentado, com o surgimento de vários movimentos a desafiar o domínio dos centristas de direita do PPE e de esquerda do S&D.

A configuração do Parlamento Europeu vai mudar depois destas eleições, com o surgimento de novos movimentos nacionalistas e ecológicos que retiram força às famílias socialista e de centro direita. A estas tendências juntam-se também os liberais, que ganham mais lugares, com a ajuda de Macron.

O PPE continua a ser a maior força, mas pode perder cerca de 40 deputados, apontam as sondagens do Parlamento Europeu. De forma semelhante, também os socialistas S&D, onde se inclui o PS português, mantêm-se a segunda maior família europeia, mas com menos quarenta deputados. Esta redução de assentos parlamentares custará também aos centristas a maioria no Parlamento. Terão de se juntar a outras forças para o conseguir novamente.

As tendências sentidas na Europa, que roubam lugares aos grandes grupos PPE e S&D, são essencialmente nacionalistas, liberais e verdes. Já era esperado um reforço dos partidos nacionalistas, que se destacaram, por exemplo, em França, onde o partido de Marine Le Pen terá a vitória, e na Itália, onde a Liga de Matteo Salvini conseguiu também liderar as votações. Os deputados eleitos destes partidos vão preencher as bancadas do Europa das Nações e da Liberdade.

Mesmo assim, o desempenho das forças de extrema-direita noutros países não foi tão elevado quanto o esperado. Na Áustria, a vitória foi do Partido Popular Austríaco, do chanceler Sebastian Kurz. As projeções apontam para que os conservadores tenham obtido 34% dos votos, mais 7% do que nas eleições de 2014. Por outro lado, o FPO, partido de extrema-direita com quem o Kurz se tinha coligado para formar governo, perdeu 2% de votos em relação às europeias anteriores, depois de estar envolvido numa polémica de corrupção.

Os liberais do ALDE vão ver a família aumentar e ser a terceira maior força no Parlamento Europeu, principalmente impulsionados pelo resultado de Macron, cujo partido se irá juntar ao grupo. Na Roménia, os liberais conseguiram ficar ao mesmo nível que os sociais-democratas, sendo que as projeções apontam para que ambos tenham cerca de 25% dos votos. A força liberal saiu vencedora também no Luxemburgo, por exemplo.

O grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia também ganhará lugares, numa altura em que as alterações climáticas são das maiores preocupações no Velho Continente. Os partidos ecológicos ficaram em segundo lugar na Alemanha, em terceiro na França e em segundo na Finlândia. Em Portugal o apoio a esta causa reflete-se no resultado do PAN, que deverá eleger pela primeira vez um deputado.

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