Portugal realiza troca de obrigações. Quer empurrar dívida de 2021 para 2026

O IGCP procede amanhã a uma operação de troca de dívida. Pretende comprar obrigações que vencem em 2021 e, em contrapartida, quer vender títulos com maturidade em 2026.

Portugal avança esta quarta-feira com uma operação de troca de dívida. O IGCP vai estar no mercado para tentar comprar aos investidores obrigações do Tesouro que vencem apenas em 2021. Em contrapartida, quer vender-lhes títulos com maturidade em 2026 e com um cupão mais reduzido. Objetivo: reembolsar a dívida mais tarde.

O anúncio da operação de troca surge no mesmo dia em que o ECO avançou que o Tesouro português se prepara para emitir pela primeira vez dívida em moeda chinesa na próxima semana. Portugal pretende levantar cerca de 260 milhões de euros através da venda das chamadas panda bonds. “É uma excelente notícia. Portugal será o primeiro país da Zona Euro a emitir dívida em renminbi”, afirmou Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças, em declarações ao ECO.

As duas operações fazem parte da estratégia de financiamento da República portuguesa seguida nos últimos anos: a diversificação das fontes de financiamento e o alongamento da maturidade da dívida pública portuguesa, aproveitando as condições de mercado mais favoráveis.

Na operação de troca de dívida agendada para a manhã desta quarta-feira, a agência liderada por Cristina Casalinho vai estar a comprar obrigações do Tesouro com cupão de 3,85% e que vencem no dia 15 de abril de 2021. Em troca, vende obrigações do Tesouro a sete anos que apresentam um cupão de 2,875%.

(Notícia atualizada às 13h31)

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TAP com voos para a Gâmbia a partir de outubro

  • ECO
  • 21 Maio 2019

Além da capital da Gâmbia, TAP vai voar para Conacri, na Guiné Conacri, aumentando assim as ligações a 12 países e 18 cidades africanas. Em 2018, a companhia transportou 1,1 milhões nestas rotas.

A TAP vai começar a voar para Banjul, capital da Gâmbia, a partir de 26 de outubro, realizando três voos por semana para esta cidade a partir de Lisboa, às terças, quintas e sábados.

Segundo a empresa, a ligação será feita num Airbus A320, com capacidade até 220 passageiros, e as partidas serão sempre às 20h55, com chegada a Banjul às 00h10 do dia seguinte. Os voos de regressão serão feitos à 01h05 às quartas, sextas e domingos, para aterrar no aeroporto Humberto Delgado às 06h05 (hora local). Os bilhetes já estão à venda, diz a empresa.

A companhia aérea portuguesa contava, até agora, com dez países e 16 cidades na sua rede de destinos no continente africano: Marrocos (Marraquexe, Casablanca, Tânger e Fez), Cabo Verde (Sal, Praia, S. Vicente e Boavista), Senegal (Dakar), Guiné-Bissau (Bissau), Costa do Marfim (Abidjan), Togo (Lomé), Gana (Accra), S. Tomé e Príncipe (S. Tomé), Angola (Luanda) e Moçambique (Maputo).

Para além de Banjul, a TAP vai ainda passar a voar para Conacri, na Guiné Conacri. A transportadora vai ligar Portugal, assim, a 12 países e 18 cidades africanas. No ano passado, a TAP transportou mais de 1,1 milhões de passageiros nas rotas africanas, valor que representa um aumento de 11,3% face a 2017. A companhia aérea espera manter o crescimento com os novos destinos.

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Residentes não habituais custam quase 500 milhões em benefícios fiscais

O Estado cedeu quase 500 milhões em benefícios fiscais aos residentes não habituais. A despesa com benefícios fiscais atingiu no em 2017 uma verba de 987 milhões de euros, mais 24,37% do que em 2016.

Dos 987 milhões de euros “perdidos” pelo Estado em 2017 em benefícios fiscais, quase 500 milhões foram para os residentes não habituais. Os números são da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), que publicou as estatísticas do IRS relativas aos rendimentos de 2017 declarados em 2018. De acordo com esses cálculos do Fisco, o peso dos residentes não habituais na despesa com benefícios não fiscais voltou a aumentar em 2017, atingindo os 50,04%.

Em causa está o regime ao abrigo do qual os cidadãos que peçam o estatuto de residente não habitual pagam uma taxa fixa de IRS de 20% sobre os rendimentos auferidos em atividades de elevado valor acrescentado com caráter científico, artístico ou técnico. Nesse âmbito, os rendimentos de trabalho dependente, pensões, rendimentos empresariais e profissionais e outros tipos de rendimento obtido no estrangeiro podem mesmo ser isentos de IRS.

Em 2017, a despesa com o benefício fiscal dos residentes não habituais atingiu os 494 milhões de euros, mais 41,33% do que em 2016 e representando 50,04% do que o Estado concedeu na totalidade em benefícios fiscais. Só o valor da despesa com cidadãos deficientes se aproxima desse valor, totalizando 346 milhões de euros e 35,09% da despesa total.

Despesa com benefícios fiscais atingiu os 987 milhões de euros em 2017

Fonte: AT

De notar ainda que a despesa com benefícios fiscais relativa aos donativos aumentou 61,49% em 2017 face ao ano anterior, atingindo os 14 milhões de euros, mais cinco milhões do que em 2016. Já o benefício fiscal da dedução em IRS do IVA suportado quando os contribuintes pedem fatura em setores como a restauração, hotelaria, cabeleireiros, mecânicos ou veterinários fez o Estado “perder” 58 milhões de euros, o que representa uma subida de 15,77% face ao valor cedido em 2016.

Tudo somado, só foi registado um recuo na despesa com benefícios fiscais ligados a encargos suportados com a reabilitação de imóveis arrendados ou localizados em áreas de reabilitação. Face a 2016, desceu 2,92% para 112 mil euros.

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Mais de metade da fatura da luz em Portugal são impostos e taxas

Em Portugal, 55% da fatura da eletricidade diz respeito a impostos e taxas. Apenas os consumidores dinamarqueses têm uma carga fiscal superior à portuguesa.

As famílias portuguesas são as que fazem o esforço maior, entre todos os Estados-membros da União Europeia, para pagar a fatura da eletricidade, cujo valor final é composto maioritariamente por impostos. De acordo com o gabinete de estatísticas de Bruxelas, mais de metade do preço da luz em Portugal diz respeito a impostos e taxas. Apenas os impostos dinamarqueses superam os portugueses.

É na Dinamarca, em Portugal e na Alemanha que os consumidores sentem a carga fiscal mais pesada da União Europeia (UE). Na Dinamarca, o valor dos impostos e taxas é de 64% da fatura da luz, enquanto em Portugal ronda os 55% e na Alemanha se fica pelos 54%. Valores que excedem, em larga escala, a média da carga fiscal praticada no total dos Estados-membros, que é de 37%.

Mas também há países que ficam muito por baixo da média verificada na UE. É o caso de Malta, onde a carga fiscal pesa apenas 6% no preço da eletricidade. Ainda que este seja, claramente, o país que vence a batalha dos impostos mais baratos, também a Bulgária e a República Checa ganham este pódio. No primeiro, a carga fiscal ronda os 17% e no segundo fica perto dos 18%.

Recorde-se que, em Portugal, os valores que têm vindo a ser praticados deram peso à discussão sobre os preços da energia no país e à reivindicação de reduzir o IVA sobre a eletricidade. A primeira redução do preço da eletricidade fez-se sentir no início do ano, altura em que a “eletricidade se reduziu para todos os consumidores em 3,5%”, disse, na semana passada, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, Matos Fernandes.

Já a redução do IVA, que entra em vigor apenas em julho, sem efeitos retroativos, vai abranger “cerca de dois milhões de contratos, o que significa um terço dos consumidores”, avançou. Em causa está a descida do IVA da luz de 23% para 6% nos contratos cuja potência contratada seja de 3,45 kVa.

Carga fiscal no gás regista 2.ª maior redução da UE

Ao nível do gás, no segundo semestre do ano passado, Portugal ficou numa situação mais favorável do que aquela que registou na eletricidade. Na fatura do gás, 25% do preço final diz respeito a impostos e taxas, valor que registou até uma redução de 1,9% no período homólogo. Esta foi, aliás, a segunda maior redução ao nível de tarifas entre os Estados-membros. Apenas na Croácia, a redução foi superior, tendo sido de 2,5%.

Portugal fica, assim, mais ou menos a meio da tabela que avalia a carga fiscal abaixo da média da União Europeia (27%). O ranking é liderado, mais uma vez, pela Dinamarca, onde a carga fiscal pesa 54%. Segue-se a Holanda e a Suécia, onde o valor dos impostos é de 52% e 42%, respetivamente, do preço do gás.

Por outro lado, é no Reino Unido (10%), no Luxemburgo (10%) e na Roménia (16%) onde os consumidores de gás pagam menos pelos impostos e taxas.

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Restaurantes de Jamie Oliver preparam pedido de insolvência. 1.300 postos de trabalho em risco

  • ECO
  • 21 Maio 2019

A cadeia do chef Jamie Oliver está a ultimar a nomeação da KPMG para lidar com a insolvência da empresa. O cenário, contudo, é "exclusivamente" do Reino Unido.

A cadeia de restaurantes de Jamie Oliver está a ultimar um pedido de insolvência, confirmou o próprio chef. O empresário deverá nomear a KPMG para lidar com o processo que poderá avançar ainda esta terça-feira e que deixará em risco cerca de 1.300 postos de trabalho. O pedido de insolvência diz respeito “exclusivamente a um cenário singular que se vive no Reino Unido”, afirma o Jamie’s Oliver Italian Lisboa, acrescentando que Portugal não sai afetado.

O grupo registou perdas de 20 milhões de libras no ano passado, fruto de uma quebra de 11% nas vendas, para 101 milhões de libras. Além dos trabalhadores, também o HSBC será um dos maiores prejudicados pela queda deste império da restauração, já que é junto deste banco que a cadeia de restaurantes de um dos chef mais mediáticos do Mundo contraiu a maioria da sua dívida.

O grupo de restauração de Jamie Oliver — que inclui os 23 restaurantes Jamie’s Italian, incluindo uma unidade no Príncipe Real, em Lisboa, bem como o Fifteen e o Barbecoa, em Londres — já estava num lento processo de agonia desde pelo menos o início de 2017, altura em que o chef empresário anunciou que iria proceder a uma reestruturação da sua oferta no Reino Unido. Cerca de meio ano depois, Jamie Oliver foi obrigado a recorrer às suas poupanças para injetar dinheiro nos restaurantes (13 milhões de libras), investimento que lhe permitiu posteriormente ir buscar mais 37 milhões de libras em créditos bancários.

"Estou profundamente triste com este desfecho e gostaria de agradecer a todos os funcionários e fornecedores que colocaram seus corações e almas neste negócio por mais de uma década”

Jamie Oliver

Agora, e apesar de todo o esforço, os 25 restaurantes de Jamie Oliver no Reino Unido — 23 dos quais de comida italiana — estão em risco de fechar portas. Veja aqui a lista completa dos restaurantes em risco.

“Estou profundamente triste com este desfecho e gostaria de agradecer a todos os funcionários e fornecedores que colocaram seus corações e almas neste negócio por mais de uma década. Eu aprecio o quão difícil isso é para todos os afetados”, declarou já Jamie Oliver, citado pelo The Guardian (acesso pago, conteúdo em inglês).

“Lançamos o Jamie’s Italian em 2008 com a intenção de ser uma oferta disruptiva positiva para o mercado de mid-market na high street do Reino Unido, com grande valor e ingredientes de maior qualidade, melhores padrões de bem-estar animal e uma incrível equipa que compartilhou minha paixão por boa comida e serviço. E nós fizemos exatamente isso”, acrescentou.

A KPMG, que irá tratar do processo de insolvência, ainda não fez qualquer comentário sobre a mesma. Já o Jamie’s Oliver Italian Lisboa, em comunicado enviado às redações, salienta que o sucedido se aplica “exclusivamente a um cenário singular que se vive no Reino Unido, tendo como pano de fundo um ambiente comercial específico”.

Assim, a “operação internacional não é afetada por esta tomada de decisão”, refere, acrescentando que o percurso, fora do Reino Unido, tem sido “inverso”. “Elevado desempenho, crescimento e robustez, prosseguindo com normalidade o seu desenvolvimento”, classifica.

Lisboa tem sentido, também, essa tendência de crescimento. “A sua excelente performance tem permitido a consolidação do seu posicionamento no setor como player credível e cumpridor de todas as responsabilidades e compromissos que tem assumido junto dos seus clientes e demais parceiros”, diz.

(Notícia atualizada com reação do Jamie’s Oliver Italian Lisboa às 15h23)

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Farmacêutica MSD preparou ‘viagem’ para trainees

  • Ricardo Vieira
  • 21 Maio 2019

“Inventors on Board”, o programa de estágios pode levar jovens a carreira internacional.

A MSD, uma farmacêutica internacional, lançou um novo programa de estágios em Portugal. “Inventors on Board” tem a duração de 12 meses e destina-se a jovens com mestrado, até dois anos de experiência e que dominem inglês. A empresa valoriza também o mindset digital, bem como o espírito crítico, a orientação para a solução e inovação.

Com esta iniciativa, a MSD “pretende proporcionar uma oportunidade única aos jovens profissionais: conhecerem uma empresa líder em inovação, estabelecerem networking com diversas áreas e profissionais de excelência e expandirem os seus conhecimentos on the job, participando na atividade da farmacêutica”, referem.

A ‘viagem’, é assim que a empresa lhe chama, começa com candidatura online no site da iniciativa, cujos prazos terminam a 24 de maio. Depois da inscrição, onde são validados os critérios para integração no programa, seguem-se provas online, onde os participantes são desafiados a testar os seus conhecimentos através de provas de aptidão e questionários. E uma entrevista telefónica, para conhecer melhor o candidato e os motivos da sua candidatura, pode dar acesso ao assessment day, um dia especialmente criado para “conhecer o grupo de candidatos selecionados, através de provas que os vão desafiar a sair da sua zona de conforto. E, por fim, entrevista presencial, onde o grupo selecionado terá a oportunidade de conversar com diretores de diferentes áreas de negócio da MSD”, explicam.

Aos candidatos a empresa garante ainda um processo continuo de aprendizagem “com as melhores pessoas e a mais avançada tecnologia”, e salienta a vantagem de trabalhar numa multinacional, que “pode abrir portas para uma carreira internacional”.

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Portugal avança com emissão de Panda Bonds. Vende 2 mil milhões de renminbi

“Portugal será o primeiro país da Zona Euro a emitir dívida em renminbi”, afirmou Ricardo Mourinho Félix, em declarações ao ECO. Venda vai acontecer na próxima semana e terá maturidade a três anos.

Ricardo Mourinho Félix, em articulação com o IGCP, liderou a equipa que está a preparar a emissão de Panda Bonds.Paula Nunes/ECO

Esta terça-feira, as autoridades chinesas deram a certificação que Portugal precisava para vender dívida em moeda chinesa. A colocação das Panda Bonds vai acontecer na próxima semana. É a primeira vez que o país — que já tem dívida em euros e dólares norte-americanos — faz uma colocação em moeda chinesa, sendo também o primeiro da Zona Euro a fazê-lo.

Esta é uma estratégia para diversificar as fontes de financiamento e tem vindo a ser preparada desde desde o final de 2017 por uma equipa liderada por Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado das Finanças, após a visita do primeiro-ministro António Costa à China.

“É uma excelente notícia. Portugal será o primeiro país da Zona Euro a emitir dívida em renminbi”, afirmou Ricardo Mourinho Félix, em declarações ao ECO.

Portugal vai realizar uma emissão de 2 mil milhões de renminbi, o equivalente a 260 milhões de euros. A venda será feita na próxima semana, nos dias 29 e 30 de maio. A emissão terá a maturidade de três anos e é provável que venha a ter um custo superior a uma emissão equivalente em euros (a yield da dívida a 3 anos em euros está negativa, em -0,222%).

“O pricing só será fechado no dia da operação, mas antecipa-se que seja superior ao equivalente em euros”, explicou o secretário de Estado das Finanças: “É o custo de entrada num novo mercado”.

O facto de emitir dívida em moeda chinesa vai obrigar o IGCP a fazer uma operação de cobertura de risco, ou seja, um hedging cambial para evitar que as obrigações fiquem expostas às flutuações de taxa de câmbio.

"O objetivo da emissão [de dívida em moeda chinesa] é estar num mercado de grande dimensão e com muita liquidez.”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

O montante colocado à venda é limitado porque é a primeira vez que o país arrisca fazer uma operação de dívida num mercado oriental. Mas a autorização que Portugal conseguiu das autoridades chinesas permite fazer novas emissões no futuro. Quando o ministro das Finanças, Mário Centeno, esteve na China aproveitou a viagem para uma operação de charme de preparação para a venda destas obrigações.

“O objetivo da emissão é estar num mercado de grande dimensão e com muita liquidez”, explicou Ricardo Mourinho Félix. Numa altura de grandes riscos na Europa e no mundo — ainda esta semana a guerra comercial China-EUA voltou a fazer tremer os mercados — “a ideia é alargar a base de investidores”.

A ideia de avançar com Panda Bonds surgiu há dois anos, após a visita de António Costa à China. Desde então houve muitas conversas e trabalho de bastidores que culminou, esta terça-feira, com a emissão de um certificado por parte das autoridades chinesas – o equivalente à CMVM em Portugal.

Além do secretário de Estado estiveram envolvidos na operação a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) e ainda o Bank of China e o HSBC que vão atuar como os líderes da operação. O CaixaBI esteve igualmente nesta operação, com o papel de consultor financeiro.

Portugal está atualmente a pagar valores historicamente baixos para emitir dívida pública (o benchmark a 10 anos está nos 1,033%) e o Governo já admitiu mesmo antecipar este ano o pagamento de parte da dívida aos credores europeus, à semelhança do que fez com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

(Notícia atualizada às 12h58 com mais informações sobre a emissão)

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Desequilíbrio externo 15 vezes maior que há um ano

Défice da balança corrente e de capital agravou-se de 78 para 1.231 milhões de euros entre janeiro e março. Queda na venda de combustíveis e agravamento das importações ditou agravamento.

Portugal começou o ano com um desequilíbrio externo 15 vezes superior ao que se verificava nos três primeiros meses de 2018, com a economia a continuar a importar bens de equipamento e bens intermédios dos seus principais parceiros económicos, seja na Europa ou no resto do mundo, mas estes a não corresponderem. Exportações de combustível ficaram 30% abaixo do verificado há um ano.

De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal, o défice acumulado da balança corrente e de capital atingiu os 1.231 milhões de euros, o equivalente a 2,5% do PIB, no primeiro trimestre deste ano. Há um ano este desequilíbrio não ultrapassava dos 78 milhões de euros.

A maior parte deste aumento deve-se a um desequilíbrio entre as exportações e as importações de bens de equipamento (importações cresceram 30% e as exportações apenas 6%) e de bens intermédios (importações cresceram do dobro das exportações).

Outro grande desfasamento que afeta estas contas é a exportação de combustíveis. Devido à refinaria de Sines, o produto que Portugal mais exporta são combustíveis (também acaba por ser um dos que mais importa pela mesma razão), mas no primeiro trimestre do ano Portugal exportou menos 20% de combustíveis que no mesmo período de 2018, mas ainda importou mais 5%.

Mesmo retirando os combustíveis destas contas, as importações de bens cresceram 14% entre janeiro e março, enquanto as importações cresceram apenas 6%.

Boa parte deste mau resultado deve-se a um aumento significativo das importações de países como Alemanha, Espanha, Reino Unido e especialmente França, quando estes abrandaram o nível de compras para ritmos muito inferiores aos das nossas importações de bens oriundos dos mesmos. Só a Itália aumentou as suas compras a Portugal a um nível superior ao das vendas.

Angola e China são outros dois casos muito particulares que levam ao agravamento do défice externo do país. No caso de Angola, o país africano continua a reduzir a sua exposição à economia portuguesa e cortou novamente nas importações oriundas de Portugal, importando menos 17,3% de bens no primeiro trimestre deste ano. No entanto, Portugal aumentou o nível de compras de produtos angolanos em 88,3% entre janeiro e março deste ano.

A China, um país com o qual a economia portuguesa já apresenta um défice comercial expressivo, reduziu as suas importações oriundas de Portugal em 4,5%, mas aumentou as suas exportações para o nosso país em 43,7%.

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Número de desempregados inscritos no IEFP em mínimos de setembro de 2001

Em abril, estavam inscritas nos centros de emprego 321,2 mil pessoas, menos 54,8 mil em termos homólogos e menos 12,5 mil do que em março. Esse número é mesmo o mais baixo desde setembro de 2001.

Desde setembro de 2001 que não havia tão poucos desempregados inscritos nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas. De acordo com os dados publicados, esta terça-feira, pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em abril estavam inscritas 321,2 mil pessoas, menos 14,6% em termos homólogos e menos 3,8% do que em março.

No fim do mês de abril de 2019, estavam registados nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 321.240 desempregados, número que representa 66,7% de um total de 481.698 pedidos de emprego”, explica o IEFP, na nota divulgada esta manhã.

Em comparação com o terceiro mês do ano, registou-se em abril uma queda de 3,8%, estando menos 12.536 portugueses inscritos nestes centros. A mesma tendência foi registada na nível homólogo, tendo o número de desempregados inscritos recuado 14,6%, isto é, menos 54.774 pessoas estavam inscritas em abril deste ano. Numa nota de enquadramento, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social salienta mesmo que este é o “patamar mais baixo desde setembro de 2001, quando estava nas 317,6 mil pessoas”.

“Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2018, contribuíram todos os grupos do ficheiro de desempregados, com destaque para os homens, os adultos com idades iguais ou superiores a 25 anos, os inscritos há um ano ou mais, os que procuravam novo emprego e os que possuem como habilitação escolar o 1.º ciclo básico“, nota o IEFP.

Destaques à parte, a redução homóloga do desemprego foi transversal a todas as categorias: dos desempregados de curta duração (-7%) aos de longa duração (-22,5%), passando pelos jovens (-16,1%) e adultos (-14,4%), pessoas à procura do primeiro (-20,4%) e pessoas à procura de novo emprego (-13,9%) em todos os níveis de qualificação e para ambos os sexos.

A nível regional, foi em Lisboa (-16,1%) e no Norte (16%) que se verificou o maior decréscimo homólogo. E a nível dos setores de atividade, verificou-se uma redução generalizada, com exceção de ligeiros aumentos nas indústrias extrativas (+3,7%) e na fabricação de produtos informáticos, elétricos, máquinas e equipamentos (+0,2% pessoas). A maior redução homóloga foi registada na construção (-26% mil pessoas).

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FC Porto afunda 11% em bolsa após vitória do Benfica

Os títulos da SAD portista corrigiram do disparo de 19% na sessão anterior à última jornada do campeonato que sagrou o Benfica como campeão nacional.

As ações do FC Porto estiveram sob forte pressão na bolsa nacional nesta terça-feira. Derraparam 11% na primeira sessão em que negoceiam após a última jornada do Campeonato Nacional de Futebol que sagrou o Benfica como campeão, tendo ficado os azuis e brancos em segundo lugar após a vitória frente ao Sporting.

Os títulos da SAD portista perderam 11,03%, para os 64,5 cêntimos, com os investidores a acusarem o assalto falhado à conquista do campeonato nacional, apesar de as probabilidades já apontarem nesse sentido. A liquidez foi reduzida, de pouco mais de 1.300 euros, o que compara com a média de 1.130 euros nos últimos 12 meses.

As perdas desta sessão representam uma correção após os fortes ganhos bolsistas registados na sexta-feira. Naquela sessão as ações da SAD portista dispararam 18,85%, ainda antes dos jogos decisivos de sábado e quando ainda havia a expectativa de que o FC Porto pudesse tirar partido de um deslize do clube encarnado e vencer o campeonato.

Ações do Porto em correção

Já as ações da SAD do Benfica encerraram a perder ligeiros 0,35%, para os 2,90 euros, recuperando de uma desvalorização de 5,56% da sessão anterior e a primeira após a vitória do campeonato.

Os encarnados conquistaram o campeonato nacional de futebol, celebrando o 37.º título, mas também venceram o campeonato da bolsa, apresentando uma valorização de mais de 80%. Este desempenho do Benfica no mercado de capitais permitiu-lhe bater também os restantes clubes europeus cotados em bolsa.

(Notícia atualizada às 17h40 com as cotações de fecho da sessão)

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Dívida externa piora no primeiro trimestre

A riqueza produzida pela economia portuguesa no ano passado não chegou para pagar a totalidade da dívida acumulada pelo conjunto dos agentes económicos junto do exterior.

A dívida externa atingiu 101,1% do PIB em março, o que se traduziu numa degradação face ao valor do final de 2018, que foi de 100,8% do PIB, revelou esta terça-feira o Banco de Portugal.

“No final de março de 2019, a Posição de Investimento Internacional (PII) de Portugal situou-se em -205,3 mil milhões de euros, o que traduz uma variação negativa de aproximadamente 2,1 mil milhões de euros em relação ao final de 2018”, escreve o banco central numa nota de informação estatística.

A dívida externa da economia é apurada através da PII e mede o endividamento do conjunto dos agentes económicos: empresas, famílias e Estado. Assim, a dívida externa resulta da diferença entre o que o país deve ao estrangeiro e o que tem a haver do estrangeiro e é uma soma dos défices acumulados ao longo do tempo até 2018.

Este valor em percentagem do PIB pode ainda sofrer um ajustamento, já que o Banco de Portugal usou a informação disponibilizada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o PIB nominal e que resulta da estimativa rápida publicada a 15 de maio. Só a 31 de maio haverá valores mais definitivos para o PIB nominal referente ao primeiro trimestre do ano.

O Banco de Portugal explica que o agravamento da dívida externa deve-se ao “impacto negativo das transações (-0,7 mil milhões de euros) e das variações de preço (-2,6 mil milhões de euros), que foi parcialmente compensado pelas variações cambiais (+0,5 mil milhões de euros) e pelos outros ajustamentos (+0,7 mil milhões de euros)”.

“As variações de preço tiveram um impacto negativo sobre a PII devido à valorização de passivos, nomeadamente de empresas residentes detidas por não residentes, e das Obrigações de Tesouro na carteira de não residentes. No caso das variações cambiais, verificou-se a apreciação do dólar, com impacto no aumento do valor em euros dos ativos denominados naquela divisa detidos por residentes”, acrescenta o banco central.

(Notícia atualizada)

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