Bruxelas vê dívida a baixar mas não tanto quanto o Governo

Bruxelas manteve previsão rácio de endividamento deste ano, nos 119,5%, mas elevou a estimativa para o próximo ano face a maio. Vê rácio encolher, mas para 117,1%, acima dos 116,6% do Governo.

Portugal continua a ter uma das maiores dívidas públicas do mundo, mas está a encolher. A Comissão Europeia vê o rácio de endividamento continuar a baixar nos próximos anos, em resultado dos excedentes primários. Antecipa que fique abaixo dos 120% do PIB já este ano, mas o ritmo de queda antecipado é inferior ao previsto pelo Governo de António Costa.

“O rácio de dívida face ao PIB deverá continuar a cair dos 122,2% registados em 2018 para 119,5% em 2019“, referem as Previsões de Outono da Comissão Europeia, no capítulo específico para Portugal. Este nível é idêntico ao das Previsões da Primavera, apesar da dívida pública ter sido revista em alta pelo Eurostat. No entanto, o PIB também deu um salto.

A estimativa da Comissão Europeia compara com os 119,3% previstos no draft enviado pelo Executivo para Bruxelas em meados de outubro. Ou seja, continua a ser superior à antecipada por Centeno.

E a diferença no rácio mantém-se em 2020, ano em que, diz Bruxelas, o endividamento do país deverá equivaler a 117,1% do PIB, o que compara com os 116,2% estimados pelo Governo. Esta previsão é uma revisão em alta face às Previsões da Primavera, altura em que apontava para 116,6%.

As diferenças em relação a 2020 estão relacionadas sobretudo com a perspetiva de crescimento da Comissão Europeia, que é menor que a previsão atual do Governo português, já que a previsão do défice é igual à de Mário Centeno.

A Comissão Europeia vê, já em 2021, o rácio cair para 113,7%, “principalmente devido aos continuados excedentes primários”, ou seja, sem considerar os encargos com juros da dívida, mas também “ao favorável diferencial entre a taxa de crescimento do PIB e dos juros da dívida”, numa altura em que os juros a 10 anos estão em apenas 0,25%.

As Previsões de Outono não apresentam projeção para os anos seguintes, altura em que o país pretende chegar ao patamar dos 100%, objetivo reiterado pelo Governo no draft do Orçamento do Estado, que o Ministério das Finanças enviou a 15 de outubro para Bruxelas.

Nesse documento, o Governo salientava que “de 2016 a 2018, o rácio da dívida pública em relação ao PIB diminuiu quase 10 pontos percentuais”, salientando que o “Governo estima que em 2023 este indicador atinja um nível muito próximo de 100%. Para atingir esse objetivo, todas as receitas extraordinárias devem continuar a ser alocados à redução da dívida pública”.

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Bruxelas acredita nas metas do défice de Centeno, mas alerta que Portugal arrisca violar regras europeias

A Comissão Europeia melhorou a previsão do défice para 0,1% este ano e antecipa o equilíbrio orçamental já em 2020, o mesmo que Mário Centeno. Mas o défice estrutural violaria as regras.

A Comissão Europeia melhorou esta quinta-feira as suas previsões e antecipa agora que Portugal vai conseguir atingir a meta do défice com que Mário Centeno se comprometeu recentemente para o final deste ano, de 0,1% do PIB, alinhando as suas previsões com as do Governo português, mas antecipa uma manutenção do défice estrutural em 2019, 2020 e 2021, o que representaria uma violação das regras orçamentais europeias.

Nas Previsões de Outono, que deu a conhecer esta quinta-feira, a Comissão Europeia alinhou as suas previsões com as que Mário Centeno enviou para Bruxelas no passado dia 15 de outubro, passando de uma previsão de défice de 0,4% (em maio) para um défice de 0,1% no final deste ano.

O Executivo comunitário antecipa pela primeira vez que Portugal consiga atingir o equilíbrio orçamental — um défice zero — já em 2020, tal como o Governo está a prever, ainda antes de contar com as medidas do próximo orçamento (que só deverá ser conhecido a 15 de dezembro).

A Comissão faz também novas previsões para 2021, ano em que antecipa o primeiro excedente orçamental da história desde o 25 de Abril de 1974, projetando um saldo orçamental positivo na ordem dos 0,6%. A última previsão do Governo para 2021 data de abril deste ano, quando enviou o Programa de Estabilidade para Bruxelas, e não foi revista desde então. Nessa altura — ainda sem contar com o abrandamento da economia europeia e com a revisão estatística operada pelo Instituto Nacional de Estatística –, Mário Centeno antecipava um excedente orçamental superior, na ordem dos 0,9%.

No entanto, a Comissão aponta riscos e são maioritariamente negativos, que estão “relacionados com as incertezas em torno da conjuntura macroeconómica e do potencial impacto de mais medidas para apoiar o setor bancário”.

Défice estrutural será melhor, mas não o suficiente para não violar as regras

A Comissão está também mais otimista quanto ao défice estrutural — o saldo orçamental descontando do efeito do ciclo económico e das medidas extraordinárias, como a recapitalização do Novo Banco –, reduzindo em uma décima a previsão que faz para os anos de 2019 e 2020.

Ou seja, em vez de o défice estrutural aumentar uma décima este ano e se manter no mesmo valor, 0,5% do PIB potencial, nestes dois anos, a Comissão Europeia diz que o défice estrutural vai manter-se inalterado nos 0,4% em 2019, 2020 e 2020.

Os números são mais positivos, mas podem deixar Portugal na mesma situação delicada. Uma vez que Portugal se encontra na vertente preventiva do Pacto de Estabilidade e Crescimento desde que diminuiu o défice para menos de 3%, o principal indicador analisado para o cumprimento das regras orçamentais é o saldo estrutural.

Portugal tem que reduzir o défice estrutural todos os anos a um ritmo que é estabelecido anualmente pelo Conselho da União Europeia (os ministros das Finanças da União Europeia), e com o qual Portugal também se compromete, mas neste caso não se prevê qualquer redução. A regra analisa a redução no ano em causa, e se houve uma redução num conjunto de dois anos, ao ritmo satisfatório para atingir o Objetivo de Médio Prazo — que para Portugal foi estabelecido num excedente de 0,25% este ano, e passará a ser de 0% a partir de 2020, ou seja menos exigente.

Isto implica que no próximo orçamento que Mário Centeno venha a apresentar tenham de ser apresentadas medidas para reduzir o défice estrutural, ou corre o risco de ver a Comissão Europeia a exigir uma revisão do orçamento. Este é, no entanto, um cenário extremo.

Caso as previsões se mantenham quando a Comissão Europeia fizer a avaliação do orçamento, o Executivo comunitário deverá numa primeira fase voltar a enviar uma carta a Portugal a pedir explicações e a exigir mais medidas para alinhar o orçamento com os objetivos orçamentais que Portugal assumiu.

Na primeira fase, que acontecerá no final deste ano ou início do próximo ano, Portugal só tem de apresentar um défice estrutural a diminuir e cuja distância entre a meta do Governo e o ajustamento com que se comprometeu não seja superior a 0,5 pontos percentuais. Na segunda fase, já em maio, caso os desenvolvimento orçamentais não estejam a melhorar, então a comissão Europeia pode exigir mais ao Governo.

A 15 de outubro, o Governo português enviou à Comissão Europeia o seu projeto de plano orçamental, que na verdade não passava de uma atualização das previsões económicas e orçamentais, sem ter em conta qualquer medida do próximo Orçamento do Estado, nem sequer as que já estavam contempladas no Programa de Estabilidade.

Nestas previsões, o Governo era ligeiramente mais otimista que a Comissão Europeia para o resultado deste ano, antecipando uma queda do défice estrutural para 0,3% este ano, e um aumento para os 0,5% no próximo ano. Isto, num cenário sem qualquer nova medida.

Em resposta, a Comissão Europeia enviou uma carta a Portugal a dar conta que as contas do Governo apontavam para um desvio significativo. A carta foi uma formalidade necessária à luz das regras, uma vez que a verdadeira avaliação só começa depois de apresentado o orçamento. Nessa altura, uma carta semelhante da Comissão Europeia já obriga à resposta do Governo português e pode levar a negociações, onde o Executivo europeu pode exigir mais medidas, tal como aconteceu em 2016 e que resultou em mais medidas para reduzir o défice, entre elas o aumento do imposto sobre os combustíveis.

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Em linha com Governo, Bruxelas estima que desemprego recue para 5,9% em 2020

Bruxelas revê em alta a taxa de desemprego português para 2019 e 2020, estimando agora que fique nos 6,3% este ano e nos 5,9% no próximo, valores que estão em linha com projeções do Governo.

A Comissão Europeia estima que taxa de desemprego em Portugal deverá ficar nos 6,3%, este ano, e nos 5,9% em 2020, valores que ficam em linha com as previsões que o Governo de António Costa incluiu no Projeto de Plano Orçamental 2020, mas acima dos números que tinham sido indicados nas Previsões de Primavera pelo Executivo comunitário. Bruxelas antecipa ainda que, em 2021, o desemprego em Portugal deverá voltar a cair para 5,6%.

De acordo com as projeções divulgadas esta quinta-feira, a taxa de desemprego na Zona Euro deverá ficar, este ano, nos 7,6%, baixando para 7,4% em 2020 e para 7,3% em 2021. Igual trajetória é esperada ao nível da União Europeia (a 27), cuja taxa de desemprego deverá fixar-se, em 2019, nos 6,8%, descendo para 6,7% em 2020 e para 6,5% em 2021.

No caso português, Bruxelas estima que a tendência será semelhante, estimando que a taxa de desemprego fique nos 6,3% em 2019 e nos 5,9% em 2020. As previsões da Comissão Europeia ficam, por um lado, em linha com aquelas inscritas pelo Executivo de António Costa no Projeto de Plano Orçamental 2020; Mas por outro, as projeções conhecidas esta manhã refletem uma revisão em alta em relação às Previsões de Primavera. Isto porque, em maio, Bruxelas previa que a taxa de desemprego em Portugal ficaria, em 2019, nos 6,2% (menos 0,1 p.p. do que a estimativa agora conhecida) e, em 2020, nos 5,7% (menos 0,2 p.p. do que a nova previsão).

Em 2021, o Executivo comunitário antecipa que a taxa de desemprego em Portugal deverá voltar a recuar para 5,6%. “A taxa de desemprego deverá decrescer a um ritmo moderado para 5,6% em 2021 com os serviços e a construção a darem os maiores contributos para a criação de emprego”, lê-se nas Previsões de Outono.

Ao nível do emprego, Bruxelas revê em baixa os valores portugueses para este ano e para o próximo. Em maio, a Comissão Europeia tinha estimado que a taxa de emprego em Portugal ficaria, em 2019, nos 1,1% e, em 2020, nos 0,8%. Agora prevê que Portugal feche este ano com uma taxa de emprego de 1% (menos 0,1 p.p do que em maio) e registe um recuo, em 2020, para 0,5% (menos 0,3 p.p do que estava indicado nas previsões anteriores). A Comissão Europeia antecipa, além disso, que em 2021 a taxa de emprego em Portugal deverá estagnar nos 0,5%.

O Executivo comunitário estima, por outro lado, que a taxa de emprego na Zona Euro deverá ficar nos 1,1% este ano e nos 0,5% nos próximos dois anos, ou seja, praticamente em linha com a projeção para Portugal. Em maio, Bruxelas tinha indicado uma taxa de emprego para a área da moeda única de 0,9% para este ano e de 0,8% para 2020, ou seja, a este nível há agora uma revisão em alta para 2019 e em baixa para 2020.

Nas estimativas para a União Europeia, o quadro repete-se. A Comissão Europeia tinha projetado uma taxa de emprego de 0,8% para este ano, que agora revê para 1%. E em vez de 0,7% em 2020, Bruxelas vê o emprego estagnar no bloco comunitário nos 0,4%, em 2020 e 2021.

Nas Previsões de Outono, que foram conhecidas esta quinta-feira, o Executivo comunitário dedica ainda uma nota ao abrandamento do crescimento do emprego em Portugal, referindo que a par desta tendência está a registar-se um aceleramento da subida dos salários, esperando que tal tenha um impacto positivo na produtividade.

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Bruxelas revê em alta crescimento para Portugal para 2% este ano. Mas não espera aceleração para 2020

A Comissão melhorou a previsão do PIB para Portugal para 2019 mas manteve a projeção para o próximo ano inalterada e abaixo da meta do Governo. Centeno vê PIB a acelerar em 2020. Bruxelas não.

A Comissão Europeia está mais otimista quanto à previsão de crescimento económico para Portugal para este ano, ao rever em alta a sua projeção de 1,7% para 2%. No entanto, a expectativa quanto ao desempenho económico português para 2020 manteve-se inalterada. Numa altura em que o Governo acelera a preparação do Orçamento do Estado para o próximo ano, a Comissão não mexeu na previsão de subida do PIB para 2020, que permanece em 1,7%.

Os números novos constam das Previsões de Outono que o executivo comunitário está a divulgar esta quinta-feira. No capítulo referente a Portugal, a Comissão explica que a melhoria da previsão para este ano resulta de uma primeira metade do ano “que excedeu as expectativas”, apesar do enquadramento externo mais desfavorável.

Estas são as primeiras previsões de Bruxelas que incorporam a revisão da base das contas nacionais apresentada em setembro pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que mostraram um crescimento mais forte da economia no primeiro semestre de 2019. No entanto, não têm em conta ainda novas medidas do Governo para 2020 já que por causa das eleições Portugal ainda não tem Orçamento do Estado, tendo reportado a Bruxelas apenas um esboço onde atualiza o quadro macroeconómico.

A previsão de Bruxelas para 2019 é agora melhor do que a que foi apresentada por Mário Centeno no draft do Orçamento do Estado que enviou para Bruxelas a 15 de outubro, onde o Governo atualizava o quadro macroeconómico com as informações novas do INE. Nesse documento, o Governo português apontava para um crescimento do PIB de 1,9% este ano, inalterado face ao previsto em abril no Programa de Estabilidade.

Centeno vê PIB a acelerar em 2020. Bruxelas não

No entanto, as tendências de desaceleração para 2020 mantêm-se e as notícias para Mário Centeno não são as melhores, já que os ganhos de 2029 não são transferidos para 2020. É no draft do Orçamento a equipa das Finanças vê a economia a acelerar de 1,9% para 2%, mas a Comissão antevê o movimento contrário. Bruxelas manteve a taxa de crescimento do PIB em 1,7%, três décimas abaixo do que espera para 2019 e o mesmo face à projeção de Centeno para esse ano (2%). Para 2021, a Comissão vê Portugal em estagnação, com o PIB a crescer o mesmo que em 2020 (1,7%).

A Comissão considera que no próximo ano o consumo privado e o investimento vão manter-se como os motores do crescimento económico embora a ritmo mais fraco. No primeiro caso, a desaceleração no ritmo de crescimento do emprego é geradora de uma capacidade menor para o consumo das famílias. No caso do investimento, a Comissão vê dois movimentos de sinal contrário. Se por um lado os indicadores apontam para um enquadramento mais desfavorável, por outro a “absorção” de fundos comunitários vai beneficiar o investimento.

Para os próximos anos, a Comissão espera que o saldo externo continue a sofrer as consequências negativas de um ritmo de crescimento das importações maior que das exportações em resultado da evolução do investimento.

Nos três anos para os quais há previsões atualizadas, Portugal cresce acima da Zona Euro. Este ano, o PIB do bloco do euro sobe apenas 1,1%, acelerando ligeiramente para 1,2% em 2020, marca em que se manterá no ano seguinte.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 7 Novembro 2019

Avanço no acordo comercial entre EUA e China, interesse da Euronext na bolsa espanhola e da Xerox na HP em destaque no dia em que a banca de investimento pede redução de horário às bolsas europeias.

As negociações entre os EUA e a China voltam à ribalta, com a indicação por parte do governo chinês de que já há um acordo para a retirada faseada de tarifas. Os mercados financeiros também estão em destaque perante a possibilidade de uma OPA da Euronext sobre a bolsa espanhola e o interesse da Xerox em adquirir a HP, mas também pelo facto de a banca de investimento ter pedido uma redução de horários às bolsas europeias. Nota ainda para a acusação nos EUA a dois ex-trabalhadores do Twitter por espionagem em nome da Arábia Saudita.

Bloomberg

EUA e China acordam retirar tarifas por fases

O porta-voz do Ministério do Comércio chinês anunciou, esta quinta-feira, que a China e os EUA chegaram a acordo para retirar as tarifas por fases. Contudo, esse acordo poderá só vir a ser assinado em dezembro, ao invés de em novembro como inicialmente previsto, segundo a Bloomberg. O montante de tarifas que vão ser retiradas na primeira fase dependerá do “conteúdo” exato do acordo, esclareceu o porta-voz. Esse acordo comercial, ainda que limitado, deverá ser assinado pelos líderes dos dois países numa cimeira, encontro que poderá derrapar deste mês para dezembro.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso livre, conteúdo em inglês).

Expansíon

Euronext estuda possível OPA sobre a bolsa espanhola

A Euronext — plataforma que a par da praça portuguesa integra outros seis mercados bolsistas europeus — está a avaliar a possibilidade de lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a bolsa espanhola, noticia o Expansíon. O jornal espanhol cita a Bloomberg que terá ainda conseguido apurar junto de fonte próximas que a Euronext estará também a avaliar uma oferta sobre a bolsa de Milão, caso a bolsa de Londres necessite de se separar desta para ter a aprovação dos reguladores à compra da Refinitiv. Em qualquer dos casos, estarão para já a decorrer apenas negociações informais.

Leia a notícia completa no Expansíon (acesso livre, conteúdo em espanhol).

TechCrunch

Xerox quer comprar HP

A HP confirmou que estão em curso negociações com a Xerox para que esta última adquira a primeira. A notícia foi inicialmente avançada pelo Wall Street Journal, que adiantava que a Xerox podia oferecer mesmo mais de 27 mil milhões de dólares pela empresa fundada por David Packard, Bill Hewlett, Martin Atalla. A HP já veio confirmar que o assunto está a ser discutido entre as duas empresas e que recebeu uma oferta da Xerox, na terça-feira.

Leia a notícia completa no TechCrunch (acesso livre, conteúdo em inglês).

The Wall Street Journal

Dois ex-trabalhadores do Twitter acusados de espiarem em nome da Arábia Saudita

A justiça norte-americana acaba de acusar dois antigos trabalhadores do Twitter de terem espiado em nome da Arábia Saudita através desta plataforma. Os alvos terão sido ativas sauditas, cujos dados terão sido fornecidos pelos trabalhadores em causa às autoridades do reino. Os trabalhadores estão a ser acusados de agirem como agentes ilegais de um Governo estrangeiro.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago, conteúdo em inglês).

Cinco Días

Banca de investimento pede redução de horário às bolsas europeias

Os operadores do segmento de gestão de investimentos da banca, representados pela Associação de Mercados Financeiros a Europa (AFME) e a Associação de Investidores (AI), solicitaram à Bolsa de Londres e a outras praças bolsistas europeias uma revisão dos horários de negociação em todo o continente. Com esse pedido pretendem melhorar a cultura, diversidade e bem-estar nas bolsas e criar mercados mais eficientes. Ao abrigo da proposta, a bolsa de Lisboa passaria a negociar entre as 9h00 e as 16h00. Atualmente a praça nacional negoceia entre as 8h00 e as 16h30.

Leia a notícia completa no Cinco Días (acesso livre, conteúdo em espanhol).

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Construtoras preocupadas com atrasos nas grandes obras

  • ECO
  • 7 Novembro 2019

Dos investimentos previstos até 2020 na ferrovia, metros, portos e hospitais, apenas um quinto foi concretizado e os projetos continuam a derrapar, avisam as construtoras.

O ano começou com uma série de anúncios de grandes obras que pôs o setor da construção a fervilhar, mas a menos de dois meses do final de 2019 as construtoras portuguesas estão preocupadas por não verem tais investimentos saírem do papel, avança o Jornal de Negócios (acesso pago), esta quinta-feira.

O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) sublinha que, se a calendarização do Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI) tivesse sido cumprida, no final deste ano 87% do investimento estaria concretizado. Ora, atualmente “apenas cerca de um quinto do total terá sido já executado”, diz Manuel Reis Campos, ainda que admita que a informação disponível escasseia.

No que diz respeito aos projetos de grande dimensão relativos à ferrovia, metros e portos, os procedimentos concursais já foram lançados, esperando-se “a curto prazo” que sejam “registados alguns avanços ao nível do grau de execução dos projetos previstos”.

De notar que estes atrasos têm sido reconhecidos pelos próprios governantes, que os justificam com as apertadas regras de contratação pública, com as exigências de avaliação de impacte ambiental e com a perda de know how e competências de empresas públicas e privadas.

A exceção a estes atrasos, apontam as construtoras, é a adjudicação dos três troços da nova linha de Évora — apresentada pelo Governo como “a maior obra ferroviária dos últimos 100 anos em Portugal” –, ainda que a construção tenha arrancado com um ano e meio de atraso face ao inicialmente previsto.

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À boleia dos lucros, Nos dispara mais de 5% em bolsa

A operadora liderada por Miguel Almeida brilha na bolsa de Lisboa. Está a disparar depois de revelar um aumento de 10% nos lucros dos primeiros nove meses do ano.

A Nos está a brilhar em bolsa. A operadora liderada por Miguel Almeida ganha mais de 5%, depois de ter revelado um aumento de 10% nos lucros dos primeiros nove meses deste ano.

Os títulos da empresa arrancaram a sessão em alta, subindo mais de 1%, mas rapidamente acentuaram a tendência positiva numa sessão que está a ser de ganhos tanto em Lisboa como no resto da Europa.

Segue a ganhar 4,69% para 5,49 euros, mas esteve já a valorizar mais de 5%, renovando máximos de meados de agosto. Lidera as subidas entre as cotadas do PSI-20.

Nos brilha na bolsa

Os investidores estão a reagir positivamente aos resultados dos primeiros nove meses deste ano, período em que a empresa revelou um crescimento do negócio das telecomunicações e uma “forte recuperação” na área do cinema e audiovisuais cujas receitas cresceram 8,3% para 88,4 milhões.

A Nos lucrou 138,1 milhões de euros entre janeiro e setembro, um aumento de 10,4% face ao mesmo período de 2018, com as receitas a crescerem 1,5%, para 1,19 mil milhões de euros. Um crescimento que foi mais modesto no negócio das telecomunicações, ainda assim de 1,1%, para 1,12 mil milhões de euros, de acordo com a empresa.

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Manuel Pinho e Ricardo Salgado investigados por novos crimes

  • ECO
  • 7 Novembro 2019

Em causa estão suspeitas de mais crimes de corrupção ativa e passiva e participação económica em negócio, tendo como foco os Projetos de Potencial Interesse Nacional (PIN).

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, e Ricardo Salgado, ex-presidente do GES e do BES, estão a ser investigados por mais crimes no âmbito do processo EDP, avança o Correio da Manhã (acesso pago) esta quinta-feira. Em causa estão suspeitas de mais crimes de corrupção ativa e passiva e participação económica em negócio.

Segundo aquele jornal, a investigação à elétrica, que até agora estava concentrada nos contratos sobre as rendas da energia e sobre a extensão da concessão das barragens por mais 25 anos sem concurso público, viu alargado o seu âmbito.

Os procuradores terão pedido e analisado ao detalhe o regime dos Projetos de Potencial Interesse Nacional (PIN), criados por Manuel Pinho em 2005 e vendidos como uma “via verde” para o investimento.

O Ministério Público terá chegado à conclusão que os PIN serviam diretamente os interesses do Grupo Espírito Santo (GES), numa lógica de subordinação hierárquica de Pinho a Ricardo Salgado, tendo como justificação a contrapartida de 15 mil euros/mês paga pelo BES ao ministro da Economia em funções na altura. Antes de cada decisão, Pinho reunir-se-ia mesmo com Salgado.

São referidos dois casos ilustrativos daquela situação: a Herdade do Pinheirinho e da Comporta às quais foi atribuído o estatuto de PIN. Na Herdade do Pinheirinho o BES iria financiar em 200 milhões de euros a promotora Pelicano. No caso da Comporta, tratava-se de um propriedade da própria família Espírito Santo.

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Otimismo com acordo EUA-China anima bolsas. Lisboa avança com a Nos

Expectativa quanto à formalização de um acordo que ponha fim à guerra comercial está a puxar pelas bolsas europeias. Lisboa segue a tendência, com a Nos a brilhar após os resultados.

Europa está em alta. A expectativa quanto à formalização de um acordo entre os EUA e a China que ponha fim à guerra comercial está a animar os investidores, puxando pelas bolsas da região. Em Lisboa, a tendência é positiva, depois da queda na sessão anterior. A Nos destaca-se nos ganhos depois dos resultados.

Enquanto o Stoxx 600, o índice que agrega as maiores empresas da Europa, soma 0,3%, o DAX, na Alemanha, que conta com várias cotadas dependentes do comércio internacional, destaca-se ao somar 0,6%. Lisboa está também a valorizar, corrigindo da queda na última sessão, embora os ganhos sejam mais tímidos. O PSI-20 soma 0,57% para 5.256,93 pontos.

É a Nos que se destaca em Lisboa. A operadora liderada por Miguel Almeida avança mais de 2% para 5,33 euros depois de ter revelado que lucrou 138,1 milhões de euros entre janeiro e setembro, um aumento de 10,4% face ao mesmo período de 2018 que resulta do crescimento do negócio das telecomunicações e de uma “forte recuperação” na área do cinema e audiovisuais.

Também a reagir positivamente a resultados está a Sonae Capital, que soma 1,35% para 75 cêntimos, depois de revelar que teve lucros (contra os prejuízos registados nos primeiros nove meses do ano passado).

Destaque também para os CTT que somam 1,27% para 3,022 euros, um máximo de oito meses, no dia em que o ECO revela que o Banco CTT deixou de perder dinheiro, podendo apresentar resultados positivos já em 2020. O BCP, que revela contas esta quinta-feira, soma 0,86% para 21 cêntimos.

Galp e Jerónimo Martins também ajudam a bolsa, com subidas em torno de 0,5%, enquanto a EDP impede uma subida mais expressiva do índice nacional ao recuar 0,72% para 3,707 euros.

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Web Summit: Dez oradores a não perder no quarto dia

O fundador da Revolut e o CTO da Amazon são dois dos nomes de peso que vão estar no Web Summit esta quinta-feira, 7 de novembro. Conheça outros oradores a não perder no último dia do evento.

Depois de três dias com diferentes oradores a pisarem os diferentes palcos do Web Summit, convém ainda ter fôlego para uma última dose de tecnologia e empreendedorismo. A pensar nos milhares de participantes que vão estar no Parque das Nações para o quarto dia de evento (mas também nos que vão acompanhar pelas redes sociais), o ECO preparou uma lista com dez oradores a não perder esta quinta-feira.

Web Summit 2018 – 05NOV18

1. Nikolay Storonsky, fundador da Revolut

Fundada há quatro anos, a Revolut está a dar que falar por ser uma alternativa digital ao setor da banca tradicional e conta já com mais de 200.000 utilizadores em Portugal. Esta quinta-feira, um dos seus fundadores vai estar presente naquele que é o último dia de Web Summit, na conferência “Cash is dead, what’s next to go?”, em vai falar sobre o futuro das fintech de pagamentos.

2. Margrethe Vestager, comissária europeia da Concorrência

Não ligada diretamente ao setor tecnológico, mas com uma palavra a dizer sobre o tema está a política dinamarquesa Margrethe Vestager. Paddy Cosgrave considera-a o nome mais importante da política a nível europeu e trá-la, de novo, a Lisboa (aliás, o CEO do Web Summit disse que Vestager é inclusivamente a oradora mais popular do evento). A comissária europeia para a Concorrência vai estar no palco principal do Web Summit, ao lado de Laurie Segall, fundadora e CEO da Dot Dot Dot Media, para falar sobre o futuro da tecnologia, que será liderado por empresas como a Apple, Amazon e Google.

3. Juan Branco, advogado de Julian Assange, da WikiLeaks

Juan Branco é advogado de Julian Assange, fundador da WikiLeaks e preso desde abril. Depois de passar pelo palco principal na quarta-feira, Branco participa na conferência “Fim da corrupção expondo a verdade”, que decorre às 10h30 no palco Future Societies. Este debate acontece numa altura em que a corrupção está cada vez mais presente na sociedade e pretende mostrar como se pode expor a verdade e proteger a vulnerabilidade das pessoas.

4. Werner Vogels, CTO da Amazon

É atualmente uma das gigantes tecnológicas dos Estados Unidos, principalmente no setor do retalho. E é para falar exatamente sobre esse tema que o seu CTO, Werner Vogels, vai estar presente numa conversa sobre “os gigantes do comércio online”, às 14h25, para debater quem são os vencedores desta batalha de e-commerce. Sentados no mesmo palco vão estar Alyssa Cutright, VP of Global Payments do Ebay, Tatyana Bakalchuk, fundadora e CEO da Wildberries, e Felix Holtermann, editor financeiro do Handelsblatt.

5. Werner Hoyer, presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI)

O presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) também vai dar o seu contributo ao Web Summit. Werner Hoyer vai falar às 10h45 no palco Venture, ao lado de Felix Holtermann, editor financeiro do Handelsblatt, para discutir e mostrar como olha para o futuro da Europa no campo do investimento. Importa referir que, até agora, o BEI emprestou 5,5 mil milhões de euros a projetos nacionais, com Portugal a ser o terceiro país do Plano Juncker.

6. Fredrik Hjelm, cofundador e CEO da Voi Technology

É uma empresa bastante conhecida dos portugueses mas que também deu que falar nos últimos dias. Menos de um ano depois de ter chegado a Portugal com as suas trotinetas elétricas, a Voi decidiu fazer as malas e partir, justificando esta decisão com as condições regulatórias e de mercado. E exatamente por isso o seu cofundador e CEO vai estar presente no Web Summit, para falar sobre as startups tecnológicas e o caso da regulamentação. Fredrik Hjelm vai estar no palco Growth Summit às 15h37.

7. Abdulaziz Bin Nasser Al-Khalifa, CEO do Qatar Development Bank

Vem do Qatar e vai partilhar no Web Summit a experiência que tem no campo da inovação. Abdulaziz Bin Nasser Al-Khalifa é CEO do Qatar Development Bank e vai falar no palco Corporate Innovation Summit às 15h55 sobre a forma como as empresas lutam para se adaptar à falta de financiamento. Sentado ao lado da vice-presidente do Banco Europeu de Investimento, Emma Navarro, Abdulaziz Bin Nasser Al-Khalifa vai discutir a melhor forma para se promover uma “economia verdadeiramente inovadora”.

8. David Graff, global head of product policy & content moderation da Google

Que tipo de conteúdos podem e devem ser partilhados? Numa altura em que a proteção de dados é uma questão cada vez mais discutida, David Graff vai dar o seu contributo sobre este tema. O global head of product policy & content moderation da Google vai estar presente no palco Content Makers, às 11h30, para falar sobre as políticas que regem os tipos de conteúdo que podem ser partilhados nas várias plataformas da Google.

9. Pascal Saint-Amans, diretor do Center for Tax Policy da OCDE

“Quão justos são os impostos?”. É a esta pergunta que diretor do Center for Tax Policy da OCDE vai tentar responder. Juntamente com Jane McCormick, global head of Tax da KPMG, Pascal Saint-Amans vai falar às 11h10 no palco Future Societies sobre todo o tipo de impostos e se estes estão a ser cobrados devidamente e na quantidade certa.

10. Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

E, como não podia deixar de ser, a encerrar o Web Summit vai estar Marcelo Rebelo de Sousa, ao lado de Paddy Cosgrave no palco principal às 17h. O Presidente da República ainda não esteve no evento este ano, e marca presença, mais uma vez, na sessão de abertura da cimeira tecnológica em Portugal, que reuniu este ano mais de 70.000 participantes. No ano passado, deixou vários desafios a ter em conta em próximas edições.

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Correia de Campos defende metas salariais por setor

  • ECO
  • 7 Novembro 2019

O presidente do Conselho Económico e Social defende que, em vez um salário médio fixo para a generalidade do mercado de trabalho, é preciso pensar setor a setor e em função do ordenado máximo.

Para António Correia de Campos, pensar num salário médio fixo para a generalidade do mercado de trabalho “é um pouco ficcional”. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), o ex-ministro da Saúde e atual presidente do Conselho Económico e Social (CES) defende que devem antes ser estabelecidas metas por setor. “Temos de olhar para os aspetos setoriais. Não me parece que a criação de um salário médio fixo seja uma solução de grande utilidade“, sublinha.

Um dos objetivos do Governo de António Costa para os próximos quatro anos é fechar um acordo plurianual de rendimentos e competitividade com os parceiros sociais, que poderá incluir um referencial para a atualização das tabelas salariais. Questionado sobre se um referencial de 3,5% é viável — à semelhança do que ficou inscrito no acordo conseguido por António Guterres em 1996 –, Correia de Campos salienta que, em vez de definir um objetivo generalizado para o mercado de trabalho, é preferível olhar para os “aspetos setoriais”.

“Deve ser setor a setor. Vamos ter de fazer análises. Salários médios garantidos, como o garantido salário mínimo, é um pouco ficcional. Pode-se criar metas proporcionais dentro de cada setor e dizer que o salário mediano de um determinado setor deve ser correspondente a uma percentagem do valor do salário máximo e a uma percentagem do valor do salário mínimo. É ter uma chaveta de valores percentual e não andar à volta de um número monetário”, diz o presidente do CES.

Sobre os futuros aumentos do salário mínimo, Correia de Campos considera que a meta de atingir os 750 euros mensais até 2023 anunciada pelo Executivo não é ambiciosa, como dizem os patrões. “Outra questão diferente é saber se a economia acompanha, saber se tudo se vai manter como tem acontecido até aqui. Se assim for, não há razão para pensar que não seja possível atingir esse objetivo”, frisa.

A ministra do Trabalho esteve reunida, esta quarta-feira, com os parceiros sociais para debater a evolução da remuneração mínima garantida. Ana Mendes Godinho não apresentou, contudo, qualquer proposta para a subida para 2020. Esse valor só deverá ser conhecido na próxima quarta-feira, dia 13 de novembro.

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Hoje nas notícias: Salgado, salários e enxurrada legislativa

  • ECO
  • 7 Novembro 2019

Correia de Campos, ex-ministro da Saúde diz que o salário médio "é ficção", novas acusações a Salgado e Pinho, enxurrada legislativa no Parlamento e atrasos nas grandes obras em destaque nos jornais.

Numa altura em que se “acertam as agulhas” para o valor do salário mínimo, António Correia de Campos, ex-ministro da Saúde, diz que salário médio “é ficção” e que deve haver metas por setor. No arranque do dia é avançado que Ricardo Salgado e Manuel Pinho vão ser acusados de mais crimes no âmbito do processo EDP, que o ensino superior público tem 400 docentes a dar aulas sem receber e que as construtoras estão preocupadas com os atrasos nas grandes obras.

Novos crimes acusam Manuel Pinho e Ricardo Salgado

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, e Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, vão ser acusados de mais crimes no âmbito do processo EDP, avança o Correio da Manhã, explicando que a investigação à elétrica, que até agora estava concentrada nos contratos sobre as rendas da energia e sobre a extensão da concessão das barragens por mais 25 anos sem concurso público, viu alargado o seu âmbito. Em causa estão suspeitas de mais crimes de corrupção ativa e passiva e participação económica em negócio.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

“Salário médio é ficção. Deve haver metas por setor”

António Correia de Campos, ex-ministro da Saúde e atual presidente do Conselho Económico e Social, defende que é preferível definir metas salariais por setor do que determinar um salário médio a aplicar na generalidade do mercado de trabalho. “Temos de olhar para os aspetos setoriais. Não me parece que a criação de um salário médio fixo seja uma solução de grande utilidade”, diz, acrescentando ainda que essas metas devem ser “valores percentuais” em relação ao salário médio e não “números monetários”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Ensino superior público tem 400 docentes a dar aulas sem receber

Uma queixa apresentada pelo Sindicato Nacional do Ensino Superior a propósito de “alegadas ilegalidades” em contratos sem vencimento foi arquivada e acompanhada com a “sentença” de que este tipo de vínculo não contribuiu para o “agravamento da precariedade laboral”. Isto apesar de os dados mostrarem que a maioria dos docentes com contratos deste tipo não se enquadram nos “casos especiais de contratação” em que legalmente é possível exercer a docência sem receber por isso.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Enxurrada legislativa no Parlamento

O arranque da nova legislatura está a ser marcado por uma enxurrada legislativa no Parlamento. Em 13 dias foram apresentados 72 diplomas, o dobro face a 2015, incluindo recomendações aos Governo e projetos de lei, diz o Jornal i. Mais dias de férias, eliminação de portagens, alargamento da ADSE a todos os trabalhadores, diminuição de deputados e aumento do salário mínimo são algumas das propostas já entregues.

Leia a notícia completa no Jornal i (link indisponível).

Atrasos nas grandes obras preocupa construtoras

As construtoras portuguesas estão preocupadas com os atrasos nas grandes obras. Acreditaram que os grandes projetos da ferrovia, metros, portos e hospitais iriam este ano sair do papel, mas apesar da catadupa de anúncios em janeiro os projetos continuaram a derrapar. Dos investimentos previstos executar até 2020, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário estima que apenas um quinto, ou seja, cerca de 1,2 mil milhões de euros foi concretizado.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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