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Fundos de investimento em Portugal voltam a testar blockchain

Apesar de haver uma plataforma portuguesa pronta a usar há mais de um ano, continua na gaveta. Banco Best e o Credit Suisse já transacionam na tecnologia, mas através de uma solução estrangeira.

Foi a tecnologia que deu à luz as criptomoedas, mas há muito que o sistema financeiro lhe piscou o olho para outras funcionalidades. A blockchain está a ser testada pelos fundos de investimento, tendo o banco Best e a gestora de ativos Credit Suisse Asset Management realizado esta quinta-feira transações na plataforma FundsDLT, pela primeira vez. A escolha recaiu sobre uma solução internacional, apesar de existir uma plataforma portuguesa pronta a usar, na gaveta há mais de um ano.

Na prática, as duas instituições utilizaram a plataforma descentralizada baseada em tecnologia blockchain, FundsDLT, para distribuir internacionalmente um fundo de investimento. Em comunicado, defenderam que o sucesso da operação revela a eficiência, escalabilidade e eficácia de um novo modelo que poderá ser a evolução da distribuição de fundos de investimento. As transações abrangeram todo o processo de subscrição de fundos de investimento, desde o momento de registo da ordem até ao processamento da operação.

Esta prova de conceito é uma grande conquista e reforça o compromisso do banco Best de estar ao lado quem vai à frente. Queremos estar envolvidos na tecnologia blockchain para trabalhar em parceria com todos os stakeholders, tendo por objetivo adaptar e aproveitar novas oportunidades para o nosso modelo de negócio, com a ambição de melhorar a experiência do cliente, bem como promover a inclusão financeira”, afirmou Carlos Almeida, diretor de investimentos do banco Best, em comunicado.

O banco desenvolveu uma application programming interface (API) e criou uma aplicação para avaliar o impacto total da experiência do cliente, tendo concluído que a inovação permitiu reduzir, “de forma substancial”, o tempo entre o registo da ordem e a liquidação da operação.

Plataforma internacional em crescimento, enquanto a portuguesa espera

A FundsDLT é uma plataforma que está a ser desenvolvida para permitir a gestores de ativos que distribuam fundos de investimento através de um novo canal, reduzindo os custos administrativos e o tempo de processamento. Pretende agilizar procedimentos e automatizar tarefas de forma segura, em vários países.

Claude Metz, head of shareholder services do Credit Suisse Fund Services, no Luxemburgo, considera que “a integração com a FundsDLT foi muito eficiente e direta”. Sublinhou esperar que a blockchain, combinada com um potencial serviço KYC [Know Your Customer], revolucione a indústria de fundos de investimento. “Esta iniciativa irá beneficiar os investidores, distribuidores e transfer agents do ponto de vista da eficiência operacional, sendo que estamos apenas no início desta caminhada promissora”, afirmou.

A experiência não é, no entanto, a primeira. Em março de 2017, a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios
(APFIPP), apresentou uma plataforma semelhante. O projeto, que foi acompanhado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), pretendia simplificar e tornar mais eficiente a distribuição de fundos em Portugal e reduzir a necessidade de intervenção de entidades intermediárias. O objetivo era também tornar o processo de recolha de informação para reporte ao regulador mais eficiente e menos oneroso, facilitando a regulação e respondendo à exigência de um maior rigor e transparência no reporte de operações.

As semelhanças com a FundsDLT são grandes, mas a solução portuguesa ficou na gaveta e nunca chegou a ser aplicada. Chegou a ser apresentada a stakeholders envolvidos na área de distribuição de fundos a nível nacional, cujo objetivo era avaliar a implementação de um teste piloto com um conjunto de entidades. No entanto, este nunca chegou a avançar e o projeto acabou por ficar no papel.

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Constâncio: Países da Zona Euro crescem “de forma mais equilibrada”, mas há “reformas de fundo” a fazer

O ex-vice-presidente do BCE esteve em Lisboa a falar sobre os 20 anos do euro. Na última crise "todas as organizações internacionais se enganaram", reconheceu.

Vítor Constâncio defendeu esta quinta-feira que os países da Zona Euro voltaram a crescer “de uma forma mais equilibrada”, mas “permanecem debilidades” relacionadas com o endividamento de algumas economias que tornam urgentes “reformas de fundo”.

O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) falava sobre “Os 20 anos do Euro”, em Lisboa, na sessão solene anual do ISEG. Constâncio foi substituído a 1 de junho de 2018 pelo espanhol Luis de Guindos. Estava no BCE desde 2010. Antes tinha sido governador do Banco de Portugal, entre fevereiro de 2000 e maio de 2010, período que apanhou a crise financeira mundial e a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) – a primeira instituição financeira a ser intervencionada durante a crise em Portugal e cujo ponto alto aconteceu em 2014 com a resolução do BES.

“Apesar das reformas desde 2010 são necessárias outras reformas para dar maior robustez à unidade monetária”, afirmou o economista que foi aluno do ISEG. Antes, Constâncio defendeu que permanecem “riscos políticos e políticos na área do euro”, sobretudo para os países mais endividados.

Perante uma plateia cheia de personalidades com responsabilidades políticas e empresariais — entre eles Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e António Mexia –, o antigo número dois de Mario Draghi deixou uma “lista de reformas que seriam necessárias agora” para robustecer o bloco de economias do euro.

Entre elas estão a “redução dos riscos da fragilidade dos mercados de dívida soberana”, a necessidade de completar a União Bancária, a criação do Fundo de Resolução bancária, a criação do título de seguro europeu, a criação do Fundo Europeu de Estabilização, a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento e a concretização de uma união de mercados de capitais.

Na mesma sessão, Vítor Constâncio defendeu que o programa de OMT desenvolvido pelo BCE — e que permitiu à autoridade monetária comprar dívida dos países sob stress financeiro — “foi decisivo para pôr termo à instabilidade financeira” vivida na Zona Euro depois da falência do Lehman Brothers, em 2008. No entanto, lamentou que o QE (quantitative easing) tenha surgido só em 2015, o que “contribuiu para que a política monetária não fosse tão expansionista”.

Constâncio enquadrou a demora na aplicação deste programa com a dificuldade em perceber “em tempo real” a dimensão do que se passava. “Todas as organizações internacionais se enganaram. Em tempo real era difícil ter a avaliação que agora temos sobre a segunda recessão” do período de 20 anos do euro.

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Paulo Rangel vai ser o cabeça de lista do PSD às Europeias

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2019

É a terceira vez que o eurodeputado Paulo Rangel é o cabeça de lista do PSD às eleições europeias. Este ano, as eleições irão ocorrer a 26 de maio.

O eurodeputado Paulo Rangel vai voltar a ser o cabeça de lista do PSD às eleições europeias de 26 de maio, anunciou esta quinta-feira o presidente do partido, Rui Rio.

Em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa, já com o candidato na sala, Rui Rio anunciou que o nome de Rangel foi proposto por si à Comissão Política Nacional do partido e será aprovado posteriormente em Conselho Nacional.

Aos 50 anos, Paulo Rangel será pela terceira vez o cabeça de lista do PSD às eleições europeias, depois de se ter estreado como ‘número um’ em 2009 e repetido o lugar em 2014, então numa lista de coligação PSD/CDS-PP.

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Gaspar “não queria que nada pusesse em causa a privatização” da EDP, diz Álvaro Santos Pereira

O antigo ministro da Economia quis introduzir uma contribuição sobre o setor elétrico logo em 2012, mas foi travado pelo então ministro das Finanças, que não quis prejudicar a privatização da EDP.

A necessidade de cortar as rendas excessivas pagas pelo Estado aos produtores de eletricidade foi uma prioridade imediatamente identificada por Álvaro Santos Pereira, antigo ministro da Economia do Governo de Pedro Passos Coelho, mal assumiu este cargo, em 2011. A “melhor solução” que a sua equipa encontrou foi a introdução de uma contribuição adicional sobre o setor energético mas, em pleno processo de privatização da EDP, ao mesmo tempo que Portugal estava prestes a ser intervencionado pela troika, a ideia foi rejeitada pelo então ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que “não queria que nada pusesse em causa a privatização” da EDP. “A haver cortes, teriam de ser feitos de outra maneira”.

A história, que vai ao encontro daquela que já foi contada pelo antigo secretário de Estado Henrique Gomes, é agora recordada por Álvaro Santos Pereira, que está a ser ouvido, esta quinta-feira, na comissão parlamentar de inquérito ao pagamento de rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

“Se há algo que me orgulho de ter feito durante o período em que servi o país como ministro da Economia foi a luta contra os lobbies e os interesses instalados. Não há muitos exemplos de ministérios da Economia tão independentes. A defesa intransigente dos valores que fiz motivaram os ataques de que fui alvo. Os lobbies nunca tiveram a minha simpatia e ficaram a saber que o tempo das rendas excessivas tinha acabado“, começou por dizer o antigo ministro.

Na sua intervenção inicial, onde afirmou que “se há setor que foi protegido durante muito tempo foi o da energia”, recordou que foi logo na primeira semana do seu mandato, em julho de 2011, que recebeu da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) dados que o deixaram “alerta” relativamente ao rumo do setor elétrico. “Se nada fosse feito, em 1 de janeiro de 2012, o preço da eletricidade iria aumentar perto de 30% para as famílias e mais de 50% para as empresas”. Isto devido “às elevadas rendas que os produtores energéticos recebiam nesse setor tão protegido”.

Assim, a equipa do Ministério da Economia começou a desenhar soluções. “Era preciso cortar nos rendimentos excessivos” e, para isso, “a melhor solução” que encontraram foi a introdução de uma contribuição adicional sobre o setor energético. “Fazia todo o sentido. Esperávamos arrecadar receitas entre os 220 e 230 milhões de euros, até 2020, provenientes de todos os produtores elétricos, num total de 2.100 milhões de euros de receitas. Eram 2.100 milhões de rendas excessivas que seriam eliminadas entre 2012 e 2020”, contou Álvaro Santos Pereira.

A equipa do Ministério chegou a iniciar conversações com os produtores, mas encontrou oposição interna. “Infelizmente, o ministro das Finanças não concordou, porque não queria que nada pusesse em causa a privatização”, afirmou o antigo governante. Numa reunião que decorreu no outono de 2011, na qual participaram Henrique Gomes e Carlos Moedas, a posição das Finanças foi deixada clara: “A haver cortes, teriam de ser feitos de outra maneira”.

A contribuição sobre o setor ficava pelo caminho, bem como a nossa estratégia inicial de cortes de rendas excessivas“, disse.

Foi nessa altura que Henrique Gomes considerou não ter condições para continuar no Governo, acabando mesmo por sair. Álvaro Santos Pereira nega, assim, que esta demissão tenha sido motivada por pressões do lado das produtoras de eletricidade, ainda que admita que houve quem tenha “comemorado” a saída de Henrique Gomes.

A única divergência de Henrique Gomes que existia comigo era tática. Quando perdemos a batalha internamente por causa da contribuição, tínhamos de cortar de outra maneira. O Henrique Gomes continuou a pensar que a contribuição era a solução, mas, acima de tudo, que tinha de vir para a praça pública. Eu aconselhei-o a ter um pouco de calma, porque conseguiríamos fazer as coisas no bastidores, como acabámos por conseguir, quer através do corte da garantia de potência, quer através do cálculo dos CMEC [custos de manutenção do equilíbrio contratual].

“Quem andou a celebrar a saída do Henrique Gomes, saiu-lhes o tiro pela culatra. Perceberam logo que não haveria mudança na política“, concluiu sobre este assunto.

Esta versão dos factos apresenta, contudo, algumas contradições face ao que foi contado por Henrique Gomes, que já foi ouvido nesta comissão de inquérito.

Durante a sua audição, o antigo secretário de Estado da Energia, que assumiu este cargo durante apenas nove meses, afirmou que “de cada vez que se falava em rendas excessivas, o ministro [Álvaro Santos Pereira] ficava muito atrapalhado”, chegando mesmo a dizer-lhe que estava “proibido de falar em rendas excessivas” e a controlar os seus discursos. Confrontado com estas declarações, esta tarde, Álvaro Santos Pereira fugiu a comentar diretamente as acusações, insistindo que a única divergência entre os dois governantes era “tática”.

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May garante que Brexit acontecerá mesmo a 29 de março. Insiste em limite temporal para backstop nas Irlandas

May garantiu, esta quinta, que o divórcio do Reino Unido da União Europeia acontecerá dentro do prazo acordado e defendeu novamente um limite temporal para o backstop entre as Irlandas.

Apesar das crescentes críticas, Theresa May garante que a saída do Reino Unido da União Europeia acontecerá dentro prazo acordado. Na reunião desta quinta-feira com a Comissão Europeia (e com a retoma das negociações entre Bruxelas e Londres à porta), a primeira-ministra britânica voltou a defender um limite temporal para a vigência do backstop entre as Irlandas.

“O meu trabalho é concretizar o Brexit e concretizá-lo dentro do prazo e vou negociar nos próximos dias para que tal aconteça“, frisou a líder do Executivo Tory, em declarações aos jornalistas citadas pela Bloomberg. Theresa May disse acreditar que as mudanças que estão a ser feitas no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores e à solução encontrada para a fronteira entre as Irlandas garantirão a este novo acordo uma “maioria parlamentar estável”. Isto depois dos deputados britânicos terem chumbado os primeiros termos negociados com Bruxelas, naquela que foi a maior derrota parlamentar do século no Reino Unido.

A propósito, na reunião desta quinta-feira, Theresa May voltou a defender um limite temporal para a vigência do backstop entre as Irlandas (uma espécie de espaço aduaneiro neutro entre a Irlanda e a Irlanda do Norte), uma medida que a Comissão Europeia já tinha rejeitado durante o processo negocial anterior. De acordo com fontes próximas, no encontro desta tarde com Jean-Claude Juncker, a primeira-ministra britânica voltou a colocar em cima da mesa esta medida, tendo recebido um “não” como resposta.

Esta quinta-feira, Theresa May encontrou-se também com o presidente do Conselho Europeu, que adiantou, no Twitter, que ainda não há à vista “avanços decisivos”. “Encontrei-me com a primeira-ministra para tentar ultrapassar o impasse no Brexit. Ainda não há avanços decisivos à vista. O diálogo continuará”, escreveu Donald Tusk.

Na quarta-feira, Tusk tinha feito fortes críticas àqueles que apoiaram uma saída do Reino Unido sem acordo, “reservando-lhes” um lugar no Inferno. “Tenho-me questionado como será o lugar especial no inferno reservado àqueles que promoveram o Brexit sem terem sequer um esboço de um plano para realizá-lo em segurança”, disse o político.

Ainda sobre um eventual hard Brexit, o presidente do Parlamento Europeu considerou, esta quinta-feira, que tal cenário seria uma “catástrofe económica e humana”.”Queremos agradecer a visita da primeira-ministra. Foi uma reunião produtiva, mas estamos muito preocupados. Arriscamos uma catástrofe económica e humana, esta é a realidade no caso de um Brexit sem acordo. Uma saída desordenada é uma solução muito perigosa”, disse Antonio Tajani à saída da reunião com Theresa May, esta tarde.

As negociações entre Bruxelas e Londres serão retomadas na segunda-feira, a pouco mais de um mês do fim do prazo para a concretização do Brexit. A saída em causa acontece a 29 de março.

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Como funciona uma requisição civil? Três advogados de direito laboral explicam o que vai acontecer com os enfermeiros

O Governo aprovou a requisição civil para a greve dos enfermeiros. Mas como funciona este mecanismo legal? Quando pode ser usado? E o que sucede? Fomos falar com advogados de direito laboral.

Manifestação de enfermeiros em Lisboa.Paula Nunes / ECO

O Governo aprovou a requisição civil dos enfermeiros, em greve desde o final de janeiro. Este mecanismo legal está previsto na Constituição portuguesa desde 1974 e já foi usado várias vezes para travar greves em empresas de transportes, como na CP ou TAP, ou até na greve dos funcionários judiciais.

Mas o que significa na prática, e como funciona? Ao ECO, alguns advogados explicam o que pode suceder agora.

No que consiste a requisição civil?

“A figura da requisição civil, não muitas vezes utilizada desde o seu surgimento em 1974, encontra-se regulada num diploma ainda do tempo do PREC”, conta Marta Carvalho Esteves, advogado especializada em direito do trabalho da JPAB. Remonta a novembro de 1974, tendo sido introduzida na Constituição pelo decreto-lei 637/74, durante um governo de Vasco Gonçalves.

Na prática, constitui um mecanismo que assegura “o regular funcionamento de certas atividades fundamentais, cuja paralisação momentânea ou contínua acarretaria perturbações graves da vida social, económica e até política em parte do território num setor da vida nacional ou numa fração da população“.

É uma medida de caráter excecional e de emergência a que o Governo pode recorrer, apenas em casos “particularmente graves”, para que o “regular funcionamento de serviços essenciais de interesse público ou de setores vitais da economia nacional” fique assegurado.

Tem por base a “prestação de serviços, individual ou coletiva, a cedência de bens móveis ou semoventes, a utilização temporária de quaisquer bens, os serviços públicos e as empresas públicas de economia mista ou privadas”.

Entre a lista de serviços ou empresas que podem ser objeto de requisição civil está “a prestação de cuidados hospitalares, médicos e medicamentosos”, as “indústrias essenciais à defesa nacional”, o “funcionamento do sistema de crédito”, ” exploração e serviço dos portos, aeroportos e estações de caminhos-de-ferro”. Acrescem outros mais, como a exploração de serviço de transportes, produção e distribuição de energia ou produção e transformação de alimentos de primeira necessidade.

Quando é que pode ser requerida?

Este mecanismo legal pode ser pedido em casos de urgência. Já foi usado várias vezes, nomeadamente em empresas de transportes, contra greves da TAP (três vezes), da CP, mas também uma greve dos funcionários judiciais, em 2005, por exemplo. A requisição civil foi usada em 1977 por Mário Soares contra uma greve de pilotos da TAP, em 1997 por António Guterres e em 2004 por Pedro Passos Coelho também para a transportadora aérea.

Apenas se deve recorrer a este mecanismo quando um interesse público e nacional possa ficar comprometido em virtude da ausência e/ou incumprimento dos serviços mínimos a que uma greve obriga. De facto, e para que não se possa afirmar que o direito à greve – que está consagrado na nossa Constituição – está a ser violado em virtude da requisição civil é essencial que estejamos perante uma situação excecional e extremamente gravosa”, explica Tiago de Magalhães, advogado de direito laboral da CMS Rui Pena & Arnaut.

“No fundo, apenas se pode recorrer à requisição civil quando se verifica um verdadeiro conflito de interesses em que os daqueles que recorrem à greve poderão prejudicar – de forma quase que irreversível – os interesses daqueles outros”.

Como funciona? O que vai acontecer agora?

A partir do momento em que a decisão da requisição é publicitada, tem efeitos imediatos. Os enfermeiros terão de comparecer e retomar os seus postos. De momento, contudo, “ainda não é conhecido o âmbito da requisição civil, uma vez que apenas foi comunicada a aprovação de uma resolução de Conselho de Ministros, reconhecendo a necessidade da requisição civil aos enfermeiros em greve, e, para que a requisição se efetive é necessário que exista uma portaria do Conselho de Ministro que determine o âmbito de aplicação da mesma“, explica Pedro Antunes, coordenador do departamento laboral da CCA Ontier.

A requisição civil tem, assim, agora de ser definida por portaria e tem de indicar o seu objeto e duração, a autoridade responsável por executar a requisição e o regime de prestação de trabalho dos requisitados. “Devem-se indicar os seguintes elementos: objeto, duração, autoridade responsável pela execução da requisição e, ainda, o regime de prestação de trabalho dos requisitados”, complementa a jurista da JPAB. Este mecanismo legal não dá direito a qualquer indemnização que não seja o salário ou vencimento decorrente do contrato de trabalho ou da categoria profissional.

“A requisição civil de pessoas pode abranger todos os indivíduos maiores de 18 anos, devendo ter-se em consideração, sempre que possível, as respetivas profissões, aptidões físicas e intelectuais, a idade, o sexo e a situação familiar. Assim, e nos termos do referido diploma legal, tanto pode abranger só enfermeiros, como outros profissionais considerados adequados“, explica ainda o jurista da CMS Rui Pena & Arnaut.

"Após o cancelamento ou adiamento, na primeira “greve cirúrgica”, de cerca de oito mil cirurgias, recorrendo o Governo ao mecanismo da requisição civil, esta é uma decisão que já peca por tardia.”

Marta Carvalho Esteves

Advogada da JPAB, especialista em direito do trabalho

Segundo a advogada, a requisição civil não pode ser considerada como uma limitação ao direito à greve pelo Governo, dado que “após o cancelamento ou adiamento, na primeira ‘greve cirúrgica’, de cerca de oito mil cirurgias, recorrendo o Governo ao mecanismo da requisição civil, esta é uma decisão que já peca por tardia”, defende, sendo que esta medida, a seu ver “não estará mais do que a assegurar o direito à saúde dos cidadãos, que tem vindo a ser afetado em consequência de uma (segunda) greve cuja legalidade é um tanto ou quanto duvidosa, a duração excessiva e os efeitos nefastos”.

E se não for respeitada?

O incumprimento da requisição civil pode ter consequências disciplinares e até criminais. “Se não for respeitado poderá levar a um procedimento disciplinar instaurado contra o faltoso ou, no limite, um processo-crime por abandono de funções”, explica Tiago de Magalhães. Assim, os trabalhadores que não compareçam ou se recusem a exercer funções podem levar com processos disciplinares e/ou, em casos mais graves, pode mesmo ser invocado o crime de abandono de funções.

Pode estar ainda em causa o crime de desobediência, como explica o advogado Pedro Antunes. “Verificando-se o incumprimento, verifica-se também a eventual sujeição às sanções disciplinares legalmente previstas e, no limite, verificados os respetivos pressupostos, pode dar lugar ao preenchimento do crime de desobediência.

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Anacom quer limitar custos por rescisão de contrato de fidelização

A Anacom enviou um conjunto de propostas de alteração à Assembleia da República e ao Governo. Uma das sugestões é limitar os reembolsos aos operadores nos contratos com fidelização.

A Anacom quer ver mudanças na Lei das comunicações eletrónicas, e, por isso, enviou à Assembleia da República e ao Governo uma proposta de alteração de diversos diplomas. Os temas referidos incluem a fidelização, para a qual sugere limites aos encargos suportados pelo consumidor no caso de querer terminar o contrato antes do tempo, e penalizações.

No que diz respeito à fidelização, o regulador mantém a duração e possibilidades de contratação inalteradas, mas propõe que “o valor dos encargos à saída deixe de estar associado ao valor das vantagens que justificam o período de fidelização, como ficou estabelecido em 2016, e passe a ter como limite máximo uma percentagem do valor das mensalidades a pagar até ao final do contrato”, segundo explicam em comunicado.

A nova fórmula proposta determina que os custos de rescindir o contrato, por iniciativa do assinante, na primeira metade do período de fidelização sejam até 20% do valor da soma das mensalidades vincendas, e até 10% para o caso de terminar na segunda metade. Já se for uma refidelização estabelecida como contrapartida da subsidiação do valor de uma nova instalação, o limite é até 10% do valor da soma das mensalidades vincendas.

Outra das sugestões do regulador é que o regime das fidelizações seja aplicável a outras entidades, para além dos consumidores, como micro e pequenas empresas, e organizações sem fins lucrativos, que “disponham de poder negocial reduzido”. O objetivo da Anacom é simplificar o regime, de forma a permitir uma maior “previsibilidade e segurança jurídica no setor”.

Este sistema será “razoável e proporcional, permitindo, por um lado, às empresas ter uma recuperação equilibrada das contrapartidas concedidas e, por outro, aos utilizadores poderem cessar os seus contratos antecipadamente caso o desejem, embora tendo que suportar custos razoáveis pelas contrapartidas recebidas”, justifica o regulador liderado por João Cadete de Matos.

A Anacom toca ainda nas penalizações, para as quais sugere um reforço do regime sancionatório, nomeadamente nos casos de incumprimento de obrigações de informação e de adoção de comportamentos habituais ou padronizados. Para além disso, propõe a criação de um regime sancionatório aplicável a infrações decorrentes do incumprimento dos Regulamentos da Net Neutrality e do Roaming.

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Aprovada proposta de lei sobre cuidadores informais

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2019

Os detalhes da proposta de lei que estabelece as medidas de apoio ao cuidador informal só vão ser conhecidos no início da próxima semana.

O Conselho de Ministros aprovou esta quinta-feira a proposta de lei que estabelece as medidas de apoio ao cuidador informal, mas os detalhes só vão ser conhecidos no início da próxima semana, quando for feita a sua apresentação pública.

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Antunes, anunciou esta quinta-feira, na conferência de imprensa que se realizou após a reunião do executivo, em Lisboa, a aprovação desta proposta de lei, que será agora submetida à Assembleia da República.

“O Conselho de Ministros aprovou hoje a proposta de lei que estabelece um conjunto de medidas de apoio ao cuidador informal e regula os direitos e os deveres do cuidador e da pessoa cuidada”, adiantou.

Esta proposta, segundo Tiago Antunes, “será objeto de uma apresentação pública e detalhada no início da próxima semana” pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, momento para o qual remeteu o esclarecimento de todos os pormenores.

“Trata-se de reconhecer um conjunto de medidas de apoio aos cuidadores informais e pessoa cuidada, que devem ter um conjunto de direitos que são aqui previstos através desse diploma“, disse.

Esta proposta de lei, garantiu o secretário de Estado, “está perfeitamente em linha com o que está previsto sobre esta matéria no Orçamento do Estado para 2019 que prevê de facto a realização, no imediato, de projetos-piloto de apoio a cuidadores informais“. “O diploma, contudo, não se limita a regular os projetos-piloto”, garantiu. Assim, está prevista a existência de “um conjunto de medidas vastas de apoio a cuidadores informais”.

O primeiro-ministro já tinha anunciado, na quarta-feira no debate parlamentar quinzenal, que o Governo ia aprovar, em Conselho de Ministros, medidas para apoiar os cuidadores informais e as pessoas cuidadas, visando prevenir situações de risco de pobreza e de exclusão social.

Segundo António Costa, a proposta de lei estabelece medidas de apoio aos cuidadores informais e às pessoas cuidadas, “de forma a reforçar a sua proteção social e a prevenir situações de risco de pobreza e de exclusão social”.

A aprovação do estatuto de cuidador informal na atual legislatura tem sido defendida pelo Presidente da República no início desta semana, garantindo Marcelo Rebelo de Sousa que ia fazer “muita pressão” nesse sentido.

No parlamento, está o projeto de lei do BE para criar o Estatuto do Cuidador Informal, cuja votação na especialidade está agendada para dia 21 de fevereiro. O Governo aprovou recentemente a proposta de Lei de Bases da Saúde mas sem reconhecer o estatuto do cuidador informal, algo que segundo a ministra da Saúde não era necessário estar contemplado na proposta.

Segundo a Associação Nacional de Cuidadores Informais, as medidas esperadas devem visar aspetos como os horários e direitos laborais a quem é cuidador mas ainda trabalha.

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Paulo Macedo admite que CGD vai trabalhar com três sociedades de advogados por causa de incompatibilidades

Paulo Macedo, presidente da Caixa, regressa ao Parlamento uma semana depois de lá ter ido entregar a auditoria independente da EY aos atos de gestão do banco público entre 2000 e 2015.

Uma semana depois de ter entregado a auditoria independente da EY aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015, Paulo Macedo regressa ao Parlamento onde vai ser confrontado pelos deputados com o relatório que identificou perdas de 1.200 milhões de euros em empréstimos de risco e investimentos ruinosos. Outra questão que leva o presidente do banco público à Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa: a denúncia do Acordo de Empresa na CGD, a pedido do Bloco de Esquerda. Tudo para acompanhar aqui em direto.

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ACAP pede incentivos aos abates e alerta para os usados importados

O parque automóvel português está envelhecido. E a importação de carros usados está a aumentar de forma expressiva, levando a ACAP a pedir medidas ao Governo.

As vendas de automóveis novos aumentaram no ano passado. Ainda assim, em cada mil habitantes, apenas 22 compraram um veículo “zero quilómetros”, abaixo da média da União Europeia. É reduzida a renovação do parque automóvel nacional, o que faz com que a idade média dos carros esteja em 12,6 anos. A agravar este contexto está a chegada ao país de muitos veículos usados, situação deverá agravar-se daqui em diante, nomeadamente com o aumento das restrições ao diesel noutros países da União Europeia.

Foram vendidos 273 mil carros novos no ano passado — 228 mil destes foram ligeiros de passageiros. Tendo em conta que saíram menos do que esses das estradas portuguesas, passaram a existir um total de 6,28 milhões de veículos, sendo 5,015 milhões ligeiros de passageiros. Há mais carros, sendo que a idade média destes continua elevada. Dados da Associação Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) mostram que a idade média em 2018 se manteve em 12,6 anos, tal como em 2017.

“Um parque automóvel com uma idade superior a dez anos está a ficar envelhecido, tanto em termos de segurança como de emissões”, salientou Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, durante o habitual balanço anual do mercado. E no caso das emissões torna-se particularmente preocupante tendo em conta que 50% dos veículos são a gasolina, mas 49% são a gasóleo. Apenas 1% funcionam com energias alternativas.

“Há 700 mil carros com mais de 20 anos”, diz Hélder Pedro. A solução para começar a reduzir a idade do parque é o incentivo ao abate. O secretário-geral da ACAP lembra que os carros estão a chegar cada vez mais velhos aos centros de abate: a idade passou de 21,4 para 21,6 anos, em média, sendo necessário criar apoios para acelerar este processo. “São precisos 330 mil abates para tirar um ano à idade média” do parque automóvel nacional, diz.

Este incentivo viria, ao contrário do que existiu em 2009, do Fundo Ambiental. “Propusemos ao Governo que os carros com mais de 13 anos tivessem incentivo no abate. As pessoas aderem a estes incentivos”, salientou. “Propusemos que fosse um sistema semelhante a Espanha em que é definido e quando esse é atingido acaba o programa”, mas esse incentivo acabou por não vingar. Até agora não há nada.

Importados aceleram. E são um risco

A contribuir para o aumento da idade média dos automóveis em Portugal estão também os usados que são importados, nomeadamente de mercados como o alemão. Enquanto as vendas de novos cresceram 2,8%, as matrículas de veículos importados dispararam. De acordo com dados da ACAP, registaram um aumento de 17%. “Portugal, infelizmente, é o grande destino destes carros” usados, salientou Hélder Pedro.

Para a ACAP, a explicar este forte crescimento do mercado de usados importados está a fiscalidade. “Há um grande desconto que fomenta a entrada destes carros. São descontos de 80%” na parte da cilindrada, não na ambiental. “E isso preocupa-nos”, diz Hélder Pedro, antevendo que esta tendência continue a aumentar nos próximos anos tendo em conta que noutros países começa a assistir-se à proibição de automóveis nas cidades, nomeadamente os diesel.

“Há medidas noutros países que deviam preocupar os governantes”, nomeadamente a interdição à circulação de automóveis com motores a gasóleo. “Esses carros têm de ir para algum lado”, diz João Rocha, lembrando que acabam, muitos deles, por vir para Portugal, com todos os efeitos negativos que isso tem em termos ambientais, mas também económicos.

“Isso provoca desvalorização das viaturas e vai acabar por influenciar os valores residuais, penalizando o Aluguer Operacional de Veículos (AOV) [que representa 13% do mercado de automóveis novos em Portugal]. Ou seja, com mais carros usados a diesel no mercado de usados, o valor estimado para um novo dentro de quatro a cinco anos acaba por ser menor. Com o valor residual mais baixo, o valor das prestações no AOV dispara, o que acaba por travar as vendas, envelhecendo o parque. “Era importante que Governo aceitasse recomendação da ACAP para o abate”, diz.

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Bolsa de Lisboa afunda com BCP a cair 4%. Previsões de Bruxelas assustam investidores europeus

Bruxelas cortou as previsões para o crescimento económico da Zona Euro e fez os mercados tremerem. Por cá, o BCP caiu quase 4%.

Na penúltima sessão da semana, as praça europeias fecharam em terreno negativo, pressionadas pela corte das previsões de Bruxelas para o crescimento económico da Zona Euro. Portugal não escapou à maré vermelha, com o BCP a afundar quase 4%. A pesar sobre a bolsa lusa estiveram também os títulos da Galp.

O índice de referência nacional viveu a pior sessão do ano. O PSI-20 fechou em baixa de 1,52% para 5.136,2 pontos, acompanhando a tendência registada nas demais praças do Velho Continente. O Stoxx 600 recuou 1,4%, o alemão Dax 2,5%, o francês CAC 1,6% e o espanhol IBEX 1,7%.

Isto porque a Comissão Europeia cortou as previsões de crescimento para a Zona Euro. Segundo as Previsões de Inverno de Bruxelas, o PIB dos países da área da moeda única deverá ter crescido 1,9% em 2018, 1,3% em 2019 e 1,6% em 2020. Em novembro do ano passado, a Comissão Europeia tinha apontado para um crescimento de 2,1%, 1,9% e 1,7%, respetivamente em cada um dos anos.

Estas previsões mais negativas acabaram por levar os investidores a afastarem-se da dívida dos países do euro, levando menos o valor das Bunds para mínimos de dois anos. Com a queda das obrigações, e consequente subida das yields, o setor financeiro foi fortemente castigado. O índice que agrega os bancos europeus perdeu mais de 2,5%, com o BCP, em Lisboa, a acompanhar a tendência. As ações da instituição liderada por Miguel Maya caíram 3,98% para 23,19 cêntimos.

A par da banca, também o setor energético fechou em terreno negativo. Os títulos da Galp Energia desvalorizaram 3,30% para 13,77 euros. A família EDP também registou perdas, com as ações da empresa liderada por António Mexia a recuarem 0,65% para 3,209 euros e as da EDP Renováveis a caírem 0,06% para 7,875 euros.

Destaque ainda para as ações da Mota-Engil, que desceram 3,93% para 1,86 euros. Apenas os títulos da Corticeira Amorim fecharam acima da linha de água. Subiram 0,10% para 9,86 euros.

(Notícia atualizada às 16h56).

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